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NOMINATA

Ana Carolina Ceriotti (4D) Marcel Soares de Souza (9N)


Antônio Augusto Fadel da Costa (1N) Márcia de Moura Irigonhê (1D)
Carolina Dombrowski (10D) Maria Aparecida Anacleto Clemência (3D)
Carolina Duarte Zambonato (9N) Maria Luiza de Souza Schreiner Pereira (1D)
Diogo José Leal (1D) Marina Delgado Caume (7D)
Elysa Tomazi (5D) Marina Lis Wassmansdorf (2N)
Felipe Dutra Demetri (4N) Marja Mangili Laurindo (2N)
Fernando José Caldeira Bastos Neto (8D) Maurício Petroli (3N)
Gabriela Terezinha di Paulo (2N) Olga Furtado Swiech (2D)
Guilherme de Melo Costa (5D) Paula Pagani Nesi (7D)
Guilherme Félix Coimbra Cardoso (6N) Pedro Eduardo Zini Davoglio (7D)
Helena Kleine Oliveira (7D) Rodrigo Alessandro Sartoti (4D)
José Guilherme Surdi (5D) Sara Lúcia Martins (3N)
Lucas Gonzaga Censi (4D) Tamila Cavaler Pessoa de Mello (4D)
Luiz Fernando Rossetti Borges (6N) Victor Cavallini (3D)
Luiz Henrique Casett Horn (1N) Victor Porto Cândido (5N)

IMPORTANTE: apesar de termos registrado três presidentes, nossos membros não são apresentados aqui por cargo. Isso porque nosso
grupo sempre buscou evitar o personalismo e a hierarquia. Aqui ninguém vale mais do que ninguém. E fique tranquilo, eleitor. Não faremos
auto-homenagens com flores.

REPRESENTAÇÃO
DISCENTE

COLEGIADO DO CURSO
Lucas Gonzaga Censi
Suplente: Olga Furtado Swiech
Rodrigo Alessandro Sartoti
Suplente: Gabriela Terezinha di Paulo

COLEGIADO DO DEPARTAMENTO
Marina Delgado Caume
Suplente: Fernando J. C. Bastos Neto
Victor Porto Cândido
Suplente: Felipe Dutra Demetri

CONSELHO DA UNIDADE
Luiz Fernando Rossetti Borges
Suplente: Guilherme Félix C. Cardoso
Marcel Soares de Souza
Suplente: Marja Mangili Laurindo
Helena Kleine Oliveira
Suplente: Pedro Eduardo Zini Davoglio

IMPORTANTE: indicamos nossos


representantes discentes aqui para que
todos os estudantes saibam quem são
aqueles que encaminharão as políticas do
Centro Acadêmico nas instâncias colegiadas
do Centro de Ciências Juridicas.
Manifeto

As salas mudas e as paredes brancas: é o fim da História no CCJ. Tudo aparenta correr bem do alto da torre de
marfim onde se encerra a crème-de-la-crème da sociedade catarinense. Todo conflito é justificado como aparente,
toda desigualdade, como necessária. E, embora não esteja nos manuais, nós sabemos: há fome, há dor, há miséria
fora destes muros.

Não nos preocupemos, contudo. Não há o que fazer: nós não iremos mudar o mundo – é o que nos tem sido repetido.
Se não o conseguirmos, será por razões claras: sequer conhecemos o mundo.

Uma Universidade e um Direito descolados da realidade não surgem ao acaso. Também não são a UFSC, o CCJ ou o
sistema de justiça os únicos a reproduzirem essa realidade. Uma universidade assim está respaldada na política de
uma nação que, limitada em seu desenvolvimento por exigência de um sistema que a coloca na periferia do mundo,
perde a cada dia qualquer perspectiva de transformação social.

E assim nos tornamos reprodutores da lógica que nos aprisiona. Só entendemos nossa história a partir da perspectiva
do dominador; só nos é sujeito um outro homem, rico e estrangeiro. E desse homem copiamos as ideias, e dessas
ideias organizamos nosso Estado, e contra esse Estado bradamos, por não se adequar às nossas necessidades, e
culpamos outros por não saberem pôr em prática tão magistral teorização. Não percebemos o que nos subjuga e nos
impede de agir.

Vejamos: se, por um lado, estudamos os fundadores do Estado liberal sem nunca termos vivido esse liberalismo, e se,
por outro, não estudamos as condições indispensáveis para compreender nossa própria realidade, isso só pode
significar que nossa função aqui não é a de pensar nem a sociedade nem a justiça, mas de, por um processo contínuo
e forçado de emudecimento, aprendermos a não questionar.

Afônicos, sairemos destas portas prontos para exercitar o ofício que nos foi ensinado: existem decisões recorríveis e
leis ilegais, mas é inquestionável o ordenamento jurídico. O sistema de hierarquia de normas, não tão curiosamente,
se repete na hierarquia de funções, de poderes, de classes, de sexos, de etnias, e perpetua um sistema de opressões
que perpassa o direito, atinge o sistema judiciário e contamina todos os setores da sociedade.

Estudamos o Código, que parece mais que direito e se pretende ser mais que o mundo. Em nome de deus, da pátria e
da família, após dez semestres cheios de nada, aprendemos a aceitar que a decisão do juiz é mais importante que a
Constituição. E o que diz a Constituição vale mais do que a justiça. Estamos entre o homem-lei e a sagrada escritura.

Quando esse panorama é exposto e quando o máximo que o direito consegue oferecer numa perspectiva de quebra
de poder é, digamos, um CDC que já nasceu insuficiente, algo parece desacertado. Mas isso também tivemos de
aprender sozinhos, partindo da desconfiança de que alguma coisa está fora do lugar para a certeza de que tudo está
errado.

Nossa Universidade sucumbiu. Produção e pesquisa confundem-se com empreendedorismo; o ensino estrutura-se sob
as formas da hierarquia do saber; a extensão é mera retórica; a autonomia de financiamento travestiu-se com o
discurso da autonomia universitária; democracia confunde-se com democratismo; o exercício de um direito conformou-
se em ser a prestação de um serviço.

Queremos uma universidade que ensine, pesquise e exercite uma extensão de verdade. Queremos um ensino do
Direito comprometido com justiça social, que lute pelo fim da desigualdade, que tenha um projeto de fortalecimento
da soberania nacional, desenvolvendo nossa própria técnica, pensando nossa própria realidade, aplicando ao nosso
país as ideias elaboradas a partir dele.

Nunca tivemos utopia, e isso não nos faz realistas: nos faz escravos. Chega de só estudar a teoria do Estado alemã, a
Constituição norte-americana e os contratos de venda de software entre as grandes potências. Chega de estudar um
direito patrimonial manco, que não percebe que 14 milhões de brasileiros passam fome e que boa parte de suas
disposições só interessa a uma fração ínfima da população. Chega de aulas que apenas nos ensinam a calar e de
estágios que nos ensinam a repetir.

A História segue. Queremos um sistema judiciário que perceba sua relação com o mundo, com a falta de saúde, de
educação, com a exploração. Queremos um Direito que não se pretenda asséptico e puro, que olhe e compreenda a
sociedade com a qual pretende se relacionar. Queremos operadores do Direito – dos que percebam a sociedade em
conflito e não fujam dele quando se tratar de mudar, sim, o mundo.
Não é por mero acaso que CAXIF esteja fora do CCJ. Alheios a um ensino mediocrizante, às alternativas de discussão do curso, à pesquisa, à
extensão e ao desinteresse de grande parte dos professores, nossos meninos de gestão empreendedora fazem dos estudantes a plateia para
aquilo que consideram a consagração de uma gestão. O que fez de nosso Centro Acadêmico uma ilha?

Tal qual um mapa para o tesouro, o processo eleitoral para o CAXIF parece seguir uma cartilha – tudo em nome do voto. Quarenta e dois passos a
oeste: futebol; cento e vinte passos a norte: festas. Quarenta e dois passos a leste: Congresso; por fim, cento e vinte passos a sul: dinheiro, muito
dinheiro em caixa. Nessa lógica pobre, percorrem-se os mesmos caminhos, e não subsiste horizonte de mudança.

Ora, mas o que faz alguns enxergarem o CAXIF como uma grande arca do tesouro?

A resposta quem nos dá é a atual diretoria e aqueles que buscam dar continuidade ao seu “trabalho”. Indivíduos – verdadeiros a-lumni – que
pouco se preocuparam com a qualidade de ensino, com a pesquisa, com nossa sociedade e suas mazelas, hoje, pretensamente politizados,
prometem-nos o novo. Motivados por uma visão reacionária de Centro Acadêmico, esses alunos barram qualquer possibilidade de o C.A. assumir
uma função crítica, voltada à transformação social e preocupada com a democratização daquilo que é construído no CCJ.

Por isso, nosso Centro Acadêmico se distancia de sua função e do curso. Quando a pequenez individual se sobrepõe ao debate coletivo, o único
resultado possível é um CAXIF indiferente e omisso. O que se vê é uma gestão sem rumo, ou melhor, com um não-rumo que muito satisfaz os
interesses de uma diretoria privilegiada. O horizonte é sempre o mesmo: uma montanha onde, do alto do seu cume, se auto-homenagearão com
flores e palmas ensaiadas.

Chegamos ao ponto em que é indistinta a atuação de nosso Centro Acadêmico à de uma Empresa Júnior. Contra esta velha cantilena,
sorrateiramente vendida como novo horizonte, comecemos puxando para nós o fardo inegável de sujeitos históricos. Comecemos por indagar, por
insurgir, por inflamar. Comecemos por mudar.

Símbolo máximo do acesso restrito à Universidade do qual padece a população brasileira, o vestibular é o triunfo maior na vida dos jovens da
nossa classe média. Por isso, criticar essa estrutura é, muitas vezes, criticar o único feito realmente importante (?) da vida do nosso coleguinha.
Assim, quando nasce o programa de ações afirmativas – limitadíssimo do ponto de vista da transformação social – nossos líderes estudantis
locais, do que nós, baderneiros, gostamos de identificar como direita, e que estão por trás da chapa Novos (?) Horizontes, foram obrigados a
encabeçar um movimento contra as cotas, dizendo, entre outras baboseiras, que os alunos cotistas baixariam o nível do nosso curso. Depois, ao
que parece, mudaram de ideia, visto que deletaram todos os comentários em defesa dessa posição que postaram na comunidade “Direito UFSC
em debate” no Orkut. Bela posição. Saber reconhecer os próprios erros dignifica o homem.

Estéril: adj. Que não dá fruto; infecundo; árido. A integração entre os Nesta eleição temos novidades: nada é mais importante do que a
alunos e a realidade do cotidiano nos corredores da faculdade de tinta branca de nossas paredes. Por ela, não há valores
direito pode ser muito bem definida pelos adjetivos acima arrolados. A democráticos que sobressaiam – o tom sem cor das paredes não
integração no curso só não pode ser definida como deficitária porque pode ser danificado, lembre-se disso. Essas paredes, no entanto,
serve bem ao objetivo a que se presta: integrar um determinado tipo dizem muito – mesmo que caladas – de um Centro que prefere o
de calouro – os chamados “cooptáveis” – a um determinado tipo de silêncio ao debate franco de idéias.
veterano – aqueles que estão na diretoria do CAXIF ou a apoiam. A Mas há algo mais que precisa ser dito da arquitetura de nosso
ausência de uma postura ativa e democrática de iniciativa institucional Centro. Se é verdade que as paredes nada falam, não se pode
por parte do Centro Acadêmico é prática que silenciosamente vem alegar que nada escutam. Entre uma parede e outra, há um estreito
selando e sedimentando a morte do espírito universitário nos corredor – estrutura arquitetônica que favorece o fenômeno social
corredores do Centro de Ciências Jurídicas. A falta de debates e de que chamamos de disse-me-disse. É nessa “conversa de corredor”
pauta de discussão no curso, e as relações unicamente estruturadas que reside o lócus privilegiado daquilo que Regina Duarte
em torno da diretoria do CA e de seus partidários de gestão é uma cientificamente classificou de “medo”. Não há dúvida: não há melhor
realidade flagrante e perversa que decidimos enfrentar. Nossa proposta local para criticar os “comunistas-vermelhos-baderneiros”,
é extirpar o integracionismo sem integração, arraigado na prática do especialmente quando não estão por perto, para não lhes dar
centro acadêmico, propondo a volta das múltiplas expressões qualquer espécie de defesa. Quiçá, “fofoca” seja o termo mais
acadêmicas e do debate, da atmosfera universitária que nos é tão cara, oportuno para definir a prática daqueles que sempre estão por aí,
importante e indissociável do curso a que nos propomos a construir e mas jamais mostram a cara.
defender.

A dinâmica das aulas do curso de direito é um ponto especialmente desafiador para a nossa chapa. Muitas das disciplinas ditas teóricas (as
propedêuticas) são ministradas por professores substitutos, por titulares tapa-buraco, ou por grandes nomes que há muito já perderam a
vontade de lecionar, mascarando cinicamente o fato. Também com as disciplinas dogmáticas, não é comum observarmos o despreparo de
docentes, a defasagem de conteúdo e a cultura do tapa-buraquismo. Some-se a isso a crise da prática jurídica (vide EMAJ) está montado o
cenário esquizofrênico de uma teoria não-teórica, uma técnica pouco técnica e uma prática frustrante, cujo resultado não podia ser outro que
não o desestímulo cotidiano, salvo raras e honrosas exceções.

Quem já não se perguntou, por mais de uma vez, ao ouvir abobrinhas em sala de aula, como fulano ou sicrana conseguiram passar em um
concurso para professor titular da única faculdade pública de direito do nosso Estado? Quem nunca pensou estar diante de um ser extra-
mundano? Tal realidade só contribui para um esvaziamento cada vez maior de nosso curso, que ao longo de 10 semestres afugenta corpos e
almas do convívio social no CCJ, culminando com o velho-oeste da décima fase.

A realidade de uma sala de aula, sabe-se, é algo difícil de ser mudado. Um Centro Acadêmico, no entanto, tem muito para fazer, avaliando o
curso, intervindo nos processos de seleção de professores, vivendo e sentindo cotidianamente a situação aqui descrita. O que um CA jamais
pode fazer, entretanto, é fechar os olhos frente ao teatro do absurdo que nos é encenado a cada dia, em que a glamourosa história do berço da
pseudoprotoelite judiciária catarinense, essa morangolândia, seja constantemente desmentida pela simples evidência de dia após dia.
Não é por mero acaso que CAXIF esteja fora do CCJ. Alheios a um ensino mediocrizante, às alternativas de discussão do curso, à pesquisa, à
extensão e ao desinteresse de grande parte dos professores, nossos meninos de gestão empreendedora fazem dos estudantes a plateia para
aquilo que consideram a consagração de uma gestão. O que fez de nosso Centro Acadêmico uma ilha?

Tal qual um mapa para o tesouro, o processo eleitoral para o CAXIF parece seguir uma cartilha – tudo em nome do voto. Quarenta e dois passos
a oeste: futebol; cento e vinte passos a norte: festas. Quarenta e dois passos a leste: Congresso; por fim, cento e vinte passos a sul: dinheiro,
muito dinheiro em caixa. Nessa lógica pobre, percorrem-se os mesmos caminhos, e não subsiste horizonte de mudança.

Ora, mas o que faz alguns enxergarem o CAXIF como uma grande arca do tesouro?

A resposta quem nos dá é a atual diretoria e aqueles que buscam dar continuidade ao seu “trabalho”. Indivíduos – verdadeiros a-lumni – que
pouco se preocuparam com a qualidade de ensino, com a pesquisa, com nossa sociedade e suas mazelas, hoje, pretensamente politizados,
prometem-nos o novo. Motivados por uma visão reacionária de Centro Acadêmico, esses alunos barram qualquer possibilidade de o C.A. assumir
uma função crítica, voltada à transformação social e preocupada com a democratização daquilo que é construído no CCJ.

Por isso, nosso Centro Acadêmico se distancia de sua função e do curso. Quando a pequenez individual se sobrepõe ao debate coletivo, o único
resultado possível é um CAXIF indiferente e omisso. O que se vê é uma gestão sem rumo, ou melhor, com um não-rumo que muito satisfaz os
interesses de uma diretoria privilegiada. O horizonte é sempre o mesmo: uma montanha onde, do alto do seu cume, se auto-homenagearão com
flores e palmas ensaiadas.

Chegamos ao ponto em que é indistinta a atuação de nosso Centro Acadêmico à de uma Empresa Júnior. Contra esta velha cantilena,
sorrateiramente vendida como novo horizonte, comecemos puxando para nós o fardo inegável de sujeitos históricos. Comecemos por indagar, por
insurgir, por inflamar. Comecemos por mudar.

Vestibular: Símbolo máximo do acesso restrito à Universidade do qual padece a população brasileira, o vestibular é o triunfo maior
na vida dos jovens da nossa classe média. Por isso, criticar essa estrutura é, muitas vezes, criticar o único feito realmente
importante (?) da vida do nosso coleguinha. Assim, quando nasce o programa de ações afirmativas – limitadíssimo do ponto de
vista da transformação social – nossos líderes estudantis locais, do que nós, baderneiros, gostamos de identificar como direita, e
que estão por trás da chapa Novos (?) horizontes, foram obrigados a encabeçar um movimento contra as cotas, dizendo, entre
outras baboseiras, que os alunos cotistas baixariam o nível do nosso curso. Depois, ao que parece, mudaram de idéia, visto que
deletaram todos os comentários em defesa dessa posição que postaram na comunidade “Direito UFSC em debate” no Orkut. Bela
posição. Saber reconhecer os próprios erros dignifica o homem.

Estéril: adj. Que não dá fruto; infecundo; árido. A integração entre Nesta eleição, eleitor, temos novidades: nada é mais
os alunos e a realidade do cotidiano nos corredores da faculdade importante do que a tinta branca de nossas paredes. Por ela,
de direito pode ser muito bem definida pelos adjetivos acima não há valores democráticos que sobressaiam – o tom sem
arrolados. A integração no curso só não pode ser definida como cor das paredes não pode ser danificado, lembre-se disso.
deficitária porque serve bem ao objetivo a que se presta: integrar Essas paredes, no entanto, dizem muito – mesmo que caladas
um determinado tipo de calouro – os chamados “cooptáveis” – a – de um Centro que prefere o silêncio ao debate franco de
um determinado tipo de veterano – aqueles que estão na diretoria idéias.
do CAXIF ou a apoiam. A ausência de uma postura ativa e Mas há algo mais que precisa ser dito da arquitetura de nosso
democrática de iniciativa institucional por parte do Centro Centro. Se é verdade que as paredes nada falam, não se pode
Acadêmico é prática que silenciosamente vem selando e alegar que nada escutam. Entre uma parede e outra, há um
sedimentando a morte do espírito universitário nos corredores do estreito corredor – estrutura arquitetônica que favorece o
centro de ciências jurídicas. A falta de debates e de pauta de fenômeno social que chamamos de disse-me-disse. É nessa
discussão no curso, e as relações unicamente estruturadas em “conversa de corredor” que reside o lócus privilegiado daquilo
torno da diretoria do CA e de seus partidários de gestão é uma que Regina Duarte cientificamente classificou de “medo”. Não
realidade flagrante e perversa que decidimos enfrentar. Nossa há dúvida: não há melhor local para criticar os “comunistas-
proposta é extirpar o integracionismo sem integração, arraigado vermelhos-baderneiros”, especialmente quando não estão por
na prática do centro acadêmico, propondo a volta das múltiplas perto, para não lhes dar qualquer espécie de defesa. Quiçá,
expressões acadêmicas e do debate, da atmosfera universitária “fofoca” seja o termo mais oportuno para definir a prática
tão cara, importante e indissociável do curso a que nos propomos daqueles que sempre estão por aí, mas jamais mostram a
a construir e defender. cara.

A dinâmica das aulas do curso de direito é um ponto especialmente desafiador para a nossa chapa. E valendo-nos de eufemismo e delicadeza,
dá pra rotular e etiquetar a prática em classe do nosso dia-a-dia de apavorante, assustadora, medonha, angustiante e eficazmente
desestruturante, de uma letalidade que não esconde suas intenções, de um curso que é batizado por uma mediocridade ímpar e cultuada,
coroado pelo nada quaotidianamente reproduzido, copiado, mecanicamente assimilado e propagado pelo ensino que recebemos. A forma cabal,
inconteste, e pulverizadora da hipocrisia e do despreparo docente, fazer girar a roda-gigante da pobreza de espírito de alunos que
completamente desestimulados vem o tempo passar contando os meses para suas formaturas. A apatia estudantil é de um nível tão
particularmente notório que a verve de saber e o desejo de justiça começam a ser enterrados ainda na primeira-fase, no decorrer do tempo vê-
se de forma irrefreável o processo que oblitera toda e qualquer tentativa de alteração do curso natural das coisas bem qualquer movimentação
no sentido de romper com a inércia. A sala de aula é o reduto da reprodução dos soldados-robôs da ordem. Num apoteótico e esplendoroso
show do nada solidifica-se o pensamento reacionário, conservador, personalista, classista, elitista, homofóbico e preconceituoso de toda ordem
que corrobora e forma essa massa apodrecida e quase morta que é o corpo do docente da famosa e conceituada faculdade de direito.
Bem-vindo ao mundo da pasta rosa! Se você já chegou à sétima fase, sabe do que falamos: o lugar que o curso nos oferece para entrar em
contato com os diversos aspectos da prática jurídica, nos brinda, quase sempre, com as instigantes causas relacionadas ao direito de família. É
preciso ampliar o espectro de atuação do nosso EMAJ, sem perder contudo sua função essencial de interação comunitária.

Para que a prática jurídica não se resuma à ritualística forense, e por entender que o espaço da prática não necessariamente deva ser frustrante
para o acadêmico, propomos:

Diversificação da Prática – buscar convênios com instituições e organizações da sociedade civil (ONG's, associações de bairro, assessorias...)
para trazer ao EMAJ demandas que não se resumam ao direito de família.

Órgão Suplementar – mobilização para tornar o EMAJ órgão suplementar., com orçamento próprio (semelhante ao HU na estrutura
universitária), para dotá-lo de autonomia organizativa e corpo de trabalho próprio.

Núcleos de Pesquisa – grupos de pesquisa dentro do EMAJ, que se relacionem aos casos atendidos. É preciso que o Escritório Modelo se torne
não um mero lugar de resolver problemas, mas um espaço em que também se produza conhecimento.

NOTA: você passa 40% do seu curso no EMAJ. E o CAXIF passa 1% do tempo preocupado com a construção de um novo EMAJ. Mas já foi
avisado que a renda do próximo congresso será doada ao EMAJ para sortear passagens aos clientes com conflitos familiares poderem se deslocar
até São Paulo, no programa “Márcia Goldschmidt”.

Nem todos no curso sabem para que serve o À primeira vista, o nosso Laboratório de Informática Jurídica é apenas mais um daqueles
PET-Direito dentro do âmbito universitário e locais em repartições públicas com computadores lentos e pré-históricos. E ele seria
do CCJ. Tido como um programa de apenas isso, se grande parte de suas bolsas não estivessem em situação irregular. Por
excelência acadêmica e desenvolvimento motivos obscuros e jamais justificados, bolsas-monitoria – que deveriam estar
científico dos bolsistas, na prática o direcionadas ao suporte a alunos em disciplinas com elevado grau de importância e
programa encerra em si todas as atividades dificuldade, como é o caso recente das disciplinas de Constitucional II e Teoria do Direito
decorrentes do tripé fundamental da – estão vinculadas ao trabalho braçal de compilação de textos no projeto BuscaLegis (que
universidade (ensino-pesquisa-extensão). Ou você provavelmente nunca acessou, à medida que existem endereços na internet com
seja, essas atividades que, em tese, mais qualidade pelo mesmo serviço). Como se vê, trabalho muito distante do apoio direto
deveriam ser proporcionadas à todos os à graduação. Infelizmente, as últimas duas gestões do CAXIF contentaram-se com as duas
estudantes da UFSC, ficam restritas aos bolsas-monitoria direcionadas às disciplinas supra-citadas. Com relação ao evidente desvio
bolsistas do PET. Além disso, o programa é o de função das demais bolsas-monitoria do Linjur, que permanecem em situação irregular,
único espaço que proporciona ao estudante a a diretoria do CAXIF se mantém inerte.
possibilidade de pensamento autônomo. A
sala de aula e a bolsa de iniciação científica
acabam, por vezes, tolhendo a criatividade
individual e a capacidade crítica do
estudante. Mais do que isso, esses lugares
também nos ensinam, de forma minuciosa, o A sala de conciliação merece destaque neste mapa não por sua importância prática para o
que não-dizer. Impera na academia a falta de dia a dia do curso, mas pela hipocrisia que encerra sua mera existência e seu efetivo
pensamento independente e uma abandono. Do alto de seus poucos metros quadrados, ela atiça a curiosidade de quem
insensibilidade com o real, legitimando, em passa por sua frente, pela desconexão completa que ela exala com a realidade de nosso
ultima instância, o status quo. Acreditamos curso e de nosso currículo, e, numa leitura um pouco mais aprofundada, abre os olhos
que, partindo da concepção de uma para a cultura da lide que nos é ensinada desde as primeiras fases. O que fazemos aqui,
universidade transformadora da realidade futuros juristas , dentro do CCJ? Ajudamos a resolver os problemas das pessoas que nos
social, as ações de ensino, pesquisa e procuram ou estamos ocupados demais protocolizando petições e esperando a vitória no
extensão devem ser oferecidas para todos os processo? O desdém que emana da única cadeira que tenta nos ensinar a lidar com
alunos da UFSC, de forma democrática e pessoas mais que com leis mostra que a razão de sua existência é, junto a outras
atenta ao estudante, sem deixar de respaldar disciplinas que estão lá simplesmente por estarem, legitimar a cultura à dogmática e ao
o pensamento individual e respeitar a litígio, ao individualismo e à competitividade a que somos submetidos desde o momento
realidade brasileira. em que pisamos na universidade.

A questão de gênero foi, no semestre passado, o tema que mais atiçou os ânimos de nossos acadêmicos do CCJ. A mentalidade patriarcal, a
homofobia e o machismo, por muito tempo velados em nossos corredores, foram publicamente atacados por uns e defendidos por outros (!). Mas,
ao relembrar os 78 anos de nossa Faculdade, o CAXIF pareceu esquecer da importância histórica desse tema e das marcas que o nosso curso
carrega. Sim, caras colegas, os primeiros estudantes de nosso curso foram homens – e os primeiros professores também: e isso soava tão natural
quanto hoje é anunciar dançarinas exóticas nuas num cartaz do CAXIF.

De fato, a discussão não é simples: muito já se avançou na questão de gênero e, hoje, as expressões do machismo e da mentalidade patriarcal
são travestidas em práticas não explícitas, que se recusam a assumir-se enquanto tal. Mas isso não pode continuar assim. É necessário que essa
discussão seja trazida para os corredores, que seja tratada como uma preocupação e com a devida importância. Há de se abandonar o senso
comum e a prostração apática daqueles que acreditam não estar objetificando e nem sendo objetificados.

E não se confunda feminismo com moralismo. O primeiro defende o poder da mulher sobre o seu próprio corpo, e o segundo, embora possa se
opor a determinadas práticas por princípios subjetivos, recusa-se a perceber as estrutura sociais que conduzem a essa naturalização. Não há,
também, de se negar que o sistema judiciário é machista só porque lá há algumas mulheres trabalhando (por sinal, menos de 10% dos
desembargadores são mulheres). Não há de se admitir que uma dogmática jurídica acrítica continue a perpetuar um ensino jurídico cego a tais
questões. É preciso que o CAXIF reconheça a importância de se instituir um espaço público de discussão e que ,mais do que omitir-se em
reproduzir o machismo e o patriarcado, seja capaz de ativamente participar da construção de um debate qualificado que os desconstrua. Está na
hora de ocupar melhor os cartazes. Está na hora de falar do que importa.
A complicada relação entre a Fundação Boiteux e o CCJ é um tema Os problemas da biblioteca não são novidade: defasagem
espinhoso e difícil de ser discutido. É que a situação pode ser vista das obras, horários exíguos, bolsistas que fazem trabalho de
de duas maneiras: (1) a fundação dá suporte ao nosso centro, servidores (enquanto deveriam estar estudando), falta de recursos,
captando recursos e repassando-os; e (2) a fundação altera a política estrutura física pequena e desprotegida dos ruídos do auditório. O
interna entre os professores, causando desgastes, problemas em sala que não se pergunta é por que a biblioteca está como está e por que
de aula e até mesmo processos judiciais. O que sabemos é que o CAXIF insiste em tentar resolver esses problemas com doações.
através da fundação são oferecidos cursos pagos ministrados pelos
professores da casa. Isso gera lucro e, consequentemente, É prática comum entre os nossos estudantes estudar para as provas
interesses. A partir do momento que esses cursos oferecem uma pelo caderno e não por livros. A falta de interesse pelo estado da
oportunidade de renda extra para o ministrante, este passa a dividir biblioteca reflete um ensino de sala de aula eminentemente
sua atenção entre a sala de aula e as atividades fora do CCJ. Isso é “repetidor”, sem espaço para idéias e questionamentos diferentes do
inaceitável. Por mais que reconheçamos que o Governo Federal não que o professor coloca – e que é a única resposta encarada como
provê todos os recursos necessários, não se pode admitir que uma certa na prova. Vivemos um espaço de sala de aula que não instiga o
fundação, que deveria apenas apoiar o nosso centro, se apóie nele, aluno a criar novos pensamentos e teorias jurídicas. Assim, o aluno
usufruindo do nome da UFSC e dos professores para obter lucros e não é sujeito produtor de conhecimento dentro da sala – e nem em
vantagens. Destacamos, portanto, que somos essencialmente seu próprio CA, haja vista que sequer pode escolher os livros que o
contrários ao modelo de universidade que cria as condições para a próprio CAXIF decide doar para a biblioteca.
“fundacionalização” do ensino público. No entanto, sabe-se que as
Fundações são uma realidade, e na impossibilidade de se extingui-las A Chapa Até Sempre acredita que a defesa da biblioteca vai muito
amanhã, um Centro Acadêmico deve atuar para que tais Fundações além da doação de livros e defende a consulta ao alunos não apenas
sejam democraticamente geridas, em consonância com o interesse quando da doação de livros por parte do CAXIF, mas como prática a
público e a feição comunitária que devem nortear os rumos de nossa ser institucionalizada em nossa Fundação e Direção de Centro, bem
Universidade. como a integração de nossa biblioteca setorial ao sistema BU.

O auditório é campo de muitas ambiguidades. Nele reside uma dualidade fundamental: a oposição entre o palco e a arena. O palco , metáfora do
espaço onde um fala e muitos escutam, reproduz a hierarquia do saber existente na sala de aula: quem está sobre o palco derrama sobre sua
estimada plateia a Sabedoria, para que seus interlocutores possam talvez chegar, um dia, a ser como ele – uma relação entre um sujeito ativo e
um sujeito passivo do conhecimento. Nessa significação o auditório passa a alimentar a pobreza dos nossos estudantes, que vão até ele apenas
para caçar certificados, que completarão as horas de atividades extra-curriculares e de “extensão” (!) que precisam para receber o diploma.
Alimenta a ridícula política de extensão da nossa Universidade e seu descaso para com a função social do conhecimento que produz (?).
Também como palco o auditório pode ser usado para leiloar calouros, fazer posses suntuosas, ou trazer palestrantes nos quais ninguém tem
interesse – a não ser pelo certificado gratuito – só porque publicam livros por determinada editora.

Esse uso comum destrói o significado diametralmente oposto que o auditório pode assumir: o de arena. Na arena todos os sujeitos são ativos. A
hierarquia é rompida em prol da comunicação horizontal, do debate entre sujeitos que sabem de algo. É o espaço onde os estudantes, tão
importantes quanto o professor ou palestrante, opinam/decidem em conjunto com ele o que se deve falar/ouvir. Aqui, todos falam e ouvem. É
um espaço de resistência à mediocridade da sala de aula, infelizmente o único atualmente onde se pode discutir a realidade da nossa cidade, do
nosso país e do nosso mundo sem estarmos submetidos ao julgo de outros que sabem por nós.

Desvirtuada. Concebida hoje em dia como “a prima pobre” E é com flores que se auto-homenageiam os ilustres senhores organizadores do
do Congresso (v. crítica ao lado), a Semana Jurídica V Congresso de Direito da UFSC, o evento para o qual todas as forças de um
deveria ser um espaço plural para a discussão do Direito e Centro Acadêmico estão voltadas e a grande consagração de uma gestão. E a
do nosso curso, apresentação de palestras, grupos de longa fala de encerramento do evento deste ano teve uma função principal:
trabalho e mostra da pesquisa desenvolvida no curso. convencer a todos que o elefante branco não é um elefante branco – o
Pervertido pela lógica empresarial do CAXIF (ecos, decerto, Congresso é um evento grandioso, os palestrantes são ótimos e a produção de
de um certo curso nos confins da Madre Benvenuta) o conhecimento ali feita é fundamental.
evento, que é o mais importante do nosso C.A. (art. 3.º,
III, do Estatuto), foi posto em segundo plano, expondo de O que vemos, entretanto, é um espetáculo onde todos somos atores
forma contundente que a atual gestão se sente mais à interpretando nossos papéis: os palestrantes se prostram como apresentadores,
vontade exibindo toda sua pompa e glamour no exibindo em um tempo limitadíssimo suas idéias e nos convencendo de que são
Congresso. didáticos e de que falam bem; e nós fazemos nossas inscrições, carimbamos (ou
digitalizamos!) nossa presença e vamos embora, porque nada do que está sendo
A semana jurídica precisa voltar a ser um espaço destinado apresentando nos é interessante (a não ser pelo certificado de 52 mil horas que
ao estudante, para que este seja sujeito do processo de será dado ao final do evento). Acreditamos na importância da palestra e
crítica e transformação do curso. É preciso que o leitor anotamos compulsivamente cada palavra que o ilustríssimo palestrante nos
tenha em mente que uma gestão de C.A., mais do que oferece, apesar de sabermos que essa folha ficará, em pouco tempo, esquecida
realizar suas tarefas decorrentes da função, também em algum lugar entre tantas outras igualmente sem importância que
propaga uma visão de sociedade. Infelizmente, escrevemos durante os 10 semestres deste curso.
percebemos que o CAXIF se deixou corromper pela lógica
Empresa Júnior Way Of Life, transformando a Semana Como já se disse, as últimas duas gestões prestaram o grande serviço de fazer o
Jurídica em mera vitrine das editoras jurídicas. Não se CAXIF... prestar serviços! Mas Centro Acadêmico não é empresa Júnior. Afirmar
deram sequer ao trabalho de publicar os artigos que foram que uma gestão se coroa medida pelo número de inscritos e pelo saldo de um
apresentados na pífia mostra de pesquisa da última Congresso é debochar da função política de um CA.
Semana Jurídica. Tudo bem, é mais importante gastar
R$6.000,00 (não erramos na quantidade de zeros: foram Não se propõe acabar com palestras, com convidados, com auditórios cheios.
seis mil reais!) comprando móveis novos do que publicando Propõe-se acabar com o modelo posto, que é vazio e improfícuo e interessa ao
artigos científicos. Nossa semana acadêmica perdeu a personalismo de uma gestão rala, rasa e fútil.
razão de ser. Não há mais discussão, não há crítica, não há
Convidados precisam de tempo, estudantes precisam de participação e as
conhecimento produzido. Mas, pelo menos, podemos
conversas e discussões precisam ser travadas em um ambiente que propicie
comprar os livros das nossas editoras favoritas. Viva o
tudo isso. O modelo precisa ser reformado e o primeiro passo é a abolição do
CAXIF!
modelo falido. Fim ao congresso.
Quando você, estudante, descobriu que a Pós-Graduação em Direito da UFSC existe? Quando um professor resolveu faltar um pouquinho mais, e o
famoso APG se tornou mais íntimo da turma? Ou quando ficou na sala aquele sentimento de que o seu sábio docente gosta mesmo é da Pós, e a
Graduação é só pra cumprir tabela?
Ocorre que tanto a Graduação quanto a Pós fazem parte de algo único: o CCJ. Assim, um Centro Acadêmico precisa reivindicar que os mestrandos
e doutorandos do CPGD atuem não só quando o professor faltar suas aulinhas, mas desenvolvendo no curso o interesse pela pesquisa, por meio
de minicursos, grupos de estudo.
É preciso que o CAXIF (seja em graduação ou pós-graduação) atue para socializar o conhecimento produzido no Curso, por meio de uma Mostra
de Pesquisa em parceria com os representantes discentes do CPGD, oferecendo possibilidade de publicação para os estudantes mas,
principalmente, possibilitando um espaço público de intercâmbio entre os trabalhos de pesquisa por nós produzido.
Lembrete histórico: não faz muito tempo, no início de 2009, a Mostra de Pesquisa realizada pela gestão E Agora, José? (da qual a atual gestão do
CAXIF é continuidade política) se deu no IV Congresso de Direito e, pasme, cobrava inscrição dos trabalhos apresentados, em uma das mais
lamentáveis demonstrações do descaso com a pesquisa no Centro.

Alguns poderiam chamar de “Síndico do Condomínio” – pois talvez este termo seria mais apropriado. A Direção CCJtiana, há tempos, tem se
encarregado de instalar biclicletários aqui, e trocar as carteiras das salas de aula acolá. A maçaneta de sua sala estragou? Não tem vaga no
estacionamento? Nossa diretora está lá, prestativa – do alto de seus ilegais três mandatos. Como de praxe, numa universidade acostumada em
fechar os olhos para o essencial, o que realmente importa passa batido. Qual o sentido de pensar em Projeto Político (e na extensão, e no EMAJ, e
zás e zás e zás) para o curso, quando podemos contemplar nossas paredes lindamente pintadas de branco? Tem quem goste: assim, a
embarcação deste Centro segue seu rumo. Aquele que, na ausência de qualquer projeto, leva a lugar nenhum.
Lembrete histórico: no tão-tão-distante semestre de 2008.2 ocorreu a última eleição para a Direção de Centro do CCJ. Naquele ano, nossa
Diretora, Olga Oliveira, pleiteava seu terceiro mandato – o que é vedado pela lei. Um grupo de estudantes, então, face a evidente ilegalidade, bem
como à inépcia de qualquer Projeto Político apresentado, organizou uma bem-sucedida campanha pelo voto nulo estudantil. Como naquelas
histórias em que só acontecem neste curso, as urnas estavam localizadas inacreditavelmente no quarto andar, e o elevador – justo naquele dia,
vejam só! – foi convenientemente desligado. Não obstante, nada disso impediu mais de 300 estudantes de demonstrar sua indignação. É claro
que nosso Magnífico Reitor validou a consulta, mas os ganhos políticos da mobilização são inegáveis. Cabe, ainda, um adendo a este lembrete: o
nosso Centro Acadêmico, à época gestão “E Agora, José?” recusou-se a passar em sala com o grupo de estudantes que puxou o voto-nulo. Como
se não fosse o bastante, num dos atos mais eleitoreiros da história deste Centro, durante o debate das eleições passadas para o CAXIF (mais de 6
meses após o pleito, portanto), o ora candidato à presidência do CAXIF apresentou uma Representação ao Ministério Público – até então nunca
apresentada aos estudantes – na qual requisitava-se o afastamento de nossa Diretora. A pompa em torno do documento foi grande. Contudo, a
verdade é que mesmo a Representação não teve efeito algum – para o alívio da diretoria do Centro Acadêmico.

Não é à toa que a sala dos


conselhos encontra-se no
quarto andar do bem
projetado prédio novo,
situando-se
estrategicamente longe do
estudante. A participação
estudantil nos órgãos
deliberativos é irrisória,
relegada a um contingente
mínimo que impede uma
participação efetiva e
democrática do corpo
discente. Também isso
não está posto por acaso,
revelando uma
(ir)racionalidade perversa
em que se crê na
superioridade dos
professores: os iluminados
ditam as regras. Os não-
iluminados as acatam. É
preciso que fique claro
que o estudante, além de
ser o principal interessado
nas decisões tomadas por
esses órgãos, representa
na prática o maior grupo.
Não se pode pactuar com
um desvirtuamento tão
flagrante. Muito embora
no plano formal pouco
possa ser feito, a presença
ativa e recorrente dos
estudantes nas tomadas
de decisões exerce
pressão política e é capaz,
sim, de mudar os rumos
da Universidade.

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