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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.045.382 - RS (2008/0072355-9)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON


RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROCURADOR : CLÓVIS SÁ BRITO PINGRET E OUTRO(S)
RECORRIDO : REDESYS INFORMATICA LTDA
ADVOGADO : HUMBERTO BERGMANN ÁVILA E OUTRO(S)
EMENTA

PROCESSO CIVIL – RECURSO ESPECIAL – EMBARGOS


INFRINGENTES – UTILIZAÇÃO LITERAL DOS FUNDAMENTOS DE VOTO
VENCIDO – VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.
1. Caso em que o recorrente, em embargos infringentes, limitou-se a
transcrever os fundamentos do voto vencido e do voto vencedor, sem nada acrescentar.
2. Violação do princípio da dialeticidade, tendo em vista que cabia ao
recorrente impugnar com efetividade os motivos do voto vencedor.
3. Recurso especial não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por
unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a).
Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman
Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Brasília-DF, 19 de março de 2009(Data do Julgamento)

MINISTRA ELIANA CALMON


Relatora

Documento: 866562 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 16/04/2009 Página 1 de 5
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.045.382 - RS (2008/0072355-9)

RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


PROCURADOR : CLÓVIS SÁ BRITO PINGRET E OUTRO(S)
RECORRIDO : REDESYS INFORMATICA LTDA
ADVOGADO : HUMBERTO BERGMANN ÁVILA E OUTRO(S)

RELATÓRIO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON: Trata-se de recurso


especial interposto com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional contra
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul assim ementado:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. MOTIVAÇÃO.


OMISSÃO. EFEITO.
Em embargos infringentes incumbe ao recorrente contrapor-se aos
fundamentos do voto da maioria.
(fl. 823)

Aponta o recorrente violação dos arts. 531, 514, II, do CPC, sustentando que
os fundamentos do voto vencido são suficientes para dar sustentação aos embargos
infringentes, sendo correto transcrever o que nele constou e eleger tais fundamentos para
inverter o julgamento majoritário proferido pelo órgão fracionário.
Com contrarrazões, subiram os autos, admitido o especial na origem.
É o voto.

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.045.382 - RS (2008/0072355-9)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON


RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROCURADOR : CLÓVIS SÁ BRITO PINGRET E OUTRO(S)
RECORRIDO : REDESYS INFORMATICA LTDA
ADVOGADO : HUMBERTO BERGMANN ÁVILA E OUTRO(S)

VOTO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (Relatora): Observo que


o Tribunal de origem considerou que os embargos infringentes interpostos pela recorrente
careciam de fundamentação, pois apenas transcreveram o teor do voto vencido e do vencedor.
Nesse sentido, destacou a Corte a quo a necessidade de em embargos
infringentes serem contrapostos os fundamentos da maioria e não simplesmente ser
reproduzido o teor do voto vencido.
À luz do princípio da dialeticidade, que norteia os recursos, deve a parte
recorrente impugnar todos os fundamentos suficientes para manter o acórdão recorrido, de
maneira a demonstrar que o julgamento proferido pelo Tribunal de origem merece ser
modificado. Não o fazendo, tem-se como consequência a rigidez do julgado recorrido e, em
última análise, a ausência de interesse recursal, pressuposto genérico de admissibilidade que,
não preenchido, impede o conhecimento do recurso.
Assim, entendo que não basta ao recorrente fazer alegações genéricas em
sentido contrário às afirmações do julgado contra o qual se insurge e simplesmente
transcrever ipsis litteris o voto vencido, sem nada acrescentar à fundamentação, sob pena de
se violar o referido princípio.
Nesse sentido, confiram-se os seguintes acórdãos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE


DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. IMPUGNAÇÃO DEFICIENTE.
SÚMULA Nº 182/STJ. PRECEDENTE. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.
1. Trata-se de agravo regimental interposto por Bruno Julio Kellerman em
face de decisão que negou seguimento aos embargos de divergência interpostos em face de
acórdão oriundo da 1ª Seção que negou provimento a agravo regimental por entender que
somente são cabíveis embargos de divergência contra decisão de Turma proferida em recurso
especial, consoante dispõe o art. 266 do RISTJ, ou, segundo entendimento jurisprudencial
deste Sodalício, em agravo regimental em recurso especial ou em agravo de instrumento
quando analisado o mérito recursal.
2. O agravo regimental restringiu-se a expor razões atinentes ao mérito, no
qual se discute a compensação e a prescrição em relação ao PIS, sem refutar os fundamentos
expendidos na decisão recorrida, que cingiu-se à inadmissibilidade recursal, encontrando óbice
nos ditames da Súmula nº 182/STJ, que dispõe: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que
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deixa de atacar especificamente os fundamentos os fundamentos da decisão agravada".
3. O recurso não guarnece de condições que ensejem o seu conhecimento,
pois não foram demonstradas as razões que induzissem à reforma da decisão agravada. A
simples reiteração dos mesmos argumentos já deduzidos na instância originária, sem que se
explicite os fundamentos da irresignação e o desacerto da decisão recorrida, afronta o princípio
da dialeticidade e justifica o seu não-provimento.
4. Agravo regimental não-provido.
(AgRg nos EDv nos EREsp 507.592/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 12/12/2005, DJ 20/02/2006 p. 188)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. APELO.


FUNDAMENTOS. MERA REPRODUÇÃO. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.
VIOLAÇÃO. IMPROVIMENTO.
(AgRg no Ag 656.464/MS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA
TURMA, julgado em 13/09/2005, DJ 10/10/2005 p. 380)

Com essas considerações, nego provimento ao recurso especial.


É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2008/0072355-9 REsp 1045382 / RS

Números Origem: 10505535665 118661884 70012227278 70014157390 70022523559


PAUTA: 19/03/2009 JULGADO: 19/03/2009

Relatora
Exma. Sra. Ministra ELIANA CALMON
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROCURADOR : CLÓVIS SÁ BRITO PINGRET E OUTRO(S)
RECORRIDO : REDESYS INFORMATICA LTDA
ADVOGADO : HUMBERTO BERGMANN ÁVILA E OUTRO(S)
ASSUNTO: Tributário - ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a)
Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell
Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Brasília, 19 de março de 2009

VALÉRIA ALVIM DUSI


Secretária

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