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ASSÉDIO MORAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE OS MÉTODOS

Carolina Gigliotti Cunha Barbosa1(1)

RESUMO: O presente trabalho relata métodos de assédio moral existentes


atualmente no ambiente de trabalho. A princípio sem definição regulamentada, o
assédio moral se configura hoje como qualquer tipo de ação que vise ao
constrangimento e à submissão psíquica do indivíduo em casa, no trabalho ou no
círculo social. Pesquisas recentes sobre o tema mostram que o assédio moral pode
levar ao sofrimento psicológico e à doença, principalmente à depressão. O Objetivo
deste estudo é descrever os métodos de assedio moral no trabalho e suas
conseqüência para a saúde psíquica do trabalhador. Trata-se uma pesquisa de
revisão bibliográfica. No ambiente de trabalho, o assédio moral se configura pela
deterioração das condições de trabalho, isolamento e recusa de comunicação,
atentado contra a integridade, violência física, verbal ou sexual.

PALAVRAS CHAVE: Assédio moral, trabalho, violência psíquica.

INTRODUÇÃO

A palavra “assédio” remete -nos quase imediatamente a uma associação: um


conteúdo sexual. Sem dúvida esse aspecto está intrinsecamente ligado ao tema,
porém existe atualmente uma discussão de caráter mais amplo e mais sutil que
revela nuances de um fenômeno que não tinha nome até então: o assédio moral.
Segundo Freitas (2001), o fenômeno em si não é novo, contudo a sua
discussão e a sua denúncia, em particular no mundo organizacional, constituem uma
novidade. Está ligado a um esforço repetitivo de desqualificação de uma pessoa por
outra, podendo conduzir ou não ao assédio sexual. Apenas em 1996 surgiu o
primeiro estudo sobre o assunto, desenvolvido pelo sueco Heinz Leymann,
pesquisador em Psicologia do Trabalho. Em sua pesquisa, Leymann identificou,
durante vários anos, um certo tipo de comportamento violento denominado
“psicoterror”. Atualmente, em diversos países, médicos do trabalho, assistentes
sociais de empresa, diretores de recursos humanos, comitês de higiene, segurança
e condições de trabalho e sindicatos começaram a se interessar pelo assunto , pelas
conseqüências que traz tanto ao indivíduo que sofre o “psicoterror” quanto às
organizações e à sociedade.
Para Hirigoyen (2002), o assédio moral no local de trabalho é entendido como
toda e qualquer conduta abusiva manifestada através de comportamentos, palavras,
gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade e integridade
física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o
ambiente de trabalho.
1
Discente do Curso de Psicologia do CESUMAR
MATERIAL E MÉTODOS
O método para a realização da pesquisa científica proposta foi a revisão
bibliográfica, onde foram abordados os temas referentes às principais características
dos métodos de assédio moral dentro das organizações, bem como as
conseqüências que este apresenta para a vítima e para a sociedade como um todo.

DISCUSSÃO
Atualmente podemos nos defrontar com situações que nos minam as forças e
que podem nos ferir; tais situações constituem verdadeiros assassinatos psíquicos,
porém apresentam-se como uma violência indireta em relação a qual muitos de nós,
sob o pretexto da tolerância, nos tornamos complacentes, indiferentes e omissos.
Não ousamos falar de perversidade, característica do ser humano em geral, no
entanto, as agressões reanimam um processo inconsciente de destruição
psicológica constituído de procedimentos hostis, evidentes ou escondidos, de um ou
vários indivíduos sobre o outro, na forma de palavras insignificantes, alusões,
sugestões e não-ditos, que efetivamente podem desestabilizar alguém ou mesmo
destruí-lo, sem que os que o cercam intervenham. O agressor pode engrandecer-se
rebaixando o outro sem culpa e sem sofrimento. Trata -se da perversão moral.
Segundo Freitas (2001) todos nós podemos, eventualmente, utilizar-nos de
um processo perverso pontual, porém ele torna-se destrutivo pela frequência e
repetição no tempo. Alguns indivíduos não podem existir senão pelo rebaixamento
de outros; é necessário arrasar o outro para que o agressor tenha uma boa auto-
estima, para demonstrar poder, pois ele é ávido de admiração e aprovação,
manipulando os demais para atingir esses resultados.
Geralmente, o assédio moral começa pelo abuso de um poder, segue por um
abuso narcísico no qual o outro perde a auto-estima. O que pode começar como
uma leve mentira, torna-se uma fria manipulação por parte do indivíduo perverso,
que tende a reproduzir o seu comportamento destruidor em todas as circunstâncias
de sua vida: local de trabalho, com o cônjuge, com os filhos.
Heloani (2005) menciona que alguns autores costumam colocar a questão do
assédio moral como essencialmente individual, como uma “perversão do ego” no
âmbito estritamente psicopatológico, em que se dá um silencioso assassinato
psíquico. Entre os mais conhecidos, podemos citar aquela que popularizou o
conceito, Marie France Hirigoyen (2002), em sua primeira obra Assédio moral: a
violência perversa no cotidiano. Outra concepção mais complexa considera cada
indivíduo como produto de uma construção sócio-histórica,.sujeito e produtor de
inter-relações que ocorrem dentro do meio-ambiente social, com suas leis e regras.
Diretrizes estas que funcionam dentro de uma determinada lógica macroeconômica,
a qual subentende e incorpora relações de poder.
Hirigoyen (2000) concentra-se na definição e na análise da violência perversa,
ou assédio moral, enfatizando que determinados indivíduos podem exercer sobre os
outros uma verdadeira e demolidora estratégia de produção de poder, no sentido da
dominação, com o objetivo de eliminar aqueles que foram escolhidos como vítimas.
Essa violência emerge como uma estratégia de poder totalitário, pois a dominação
que se pretende implica a destruição/anulação do outro diferente. A perversão moral
que caracterizaria alguns sujeitos é considerada uma patologia. A posse de traços
perversos e narcísicos são comuns nos indivíduos, tanto quanto comportamentos
sintonizados com esses traços são considerados normais em determinadas
situações. Mas a perversão moral que distingue o perverso narcísico constitui,
segundo a autora, a única forma possível de esse indivíduo se relacionar com o
outro. Uma espécie de predador, animal sedento de sangue, possuidor de uma
especial sensibilidade para identificar suas presas, é apresentado como o algoz da
relação: o perverso narcísico. A autora reconhece que o termo "perverso" é um tanto
perturbador porque tem conotações morais, relativas a metamorfoses do bem em
mal, mas aceita essa denominação em função de sua vasta experiência clínica com
as vítimas do assédio moral, consideradas pela autora como verdadeiras vítimas,
não como cúmplices masoquistas da relação.
Freitas et al (2008), afirma que as manifestações da violência podem ser as
mais diversas e assumir características que permitem a sua classificação. Esses
comportamentos, repetidos e freqüentes podem ocorrer concomitantemente, o que
torna o assédio muito mais poderoso e rápido no seu objetivo de destruição do
outro.
Para Hirigoyen (2001), a deterioração proposital das condições de trabalho
como um dos métodos de assédio moral, constitui geralmente a primeira das formas
de manifestação do assédio vertical descendente. É sempre muito sutil e quando
percebida por algum terceiro, o agressor utiliza de artifícios para convencer a todos
da idéia de que na realidade é a vítima que possui uma sensibilidade aguçada e que
não se adapta às condições de trabalho. Ainda para a autora, o isolamento e a
recusa de comunicação caracteriza-se outro método de assédio. Ainda que
diariamente expresso por atitudes de desqualificação; essa negação paralisa a
vítima, que não pode defender-se, pois, como o ataque não é explícito, ela não sabe
definir bem contra o quê deve lutar. Nesse registro de comunicação, dificulta-se que
a vítima pense, compreenda e reaja. É uma maneira de dizer sem usar palavras, e
como nada foi dito, não pode ser repreendido. Para Nakamura e Fernandez (2004) a
destruição psicológica torna-se mais fácil através do isolamento da vítima.
Também como método de assédio, o atentado contra a dignidade, segundo
Freitas (2001) é praticada de maneira subjacente, sutil, insinuante e não-verbal:
suspiros, dar com os ombros, olhares de desprezo, fechar os olhos e balançar a
cabeça, alusões desestabilizadoras, ou malévolas, que podem levar
progressivamente os demais a duvidar da competência profissional da vítima. Não é
uma agressão aberta que permita a réplica ou o revide. A própria vítima tem, às
vezes, dúvidas sobre a sua percepção, fica a se perguntar se compreendeu bem, se
está exagerando, se está sendo muito sensível ou paranóica. Os agressores
utilizam-se ainda da desqualificação como método de assédio: para Nakamura e
Fernandez (2004) o agressor tende a desqualificar continuamente a vítima, o que a
leva a duvidar de suas próprias competências. Ademais, ao ser a agressão indireta,
manifestando-se em muitas ocasiões em um comportamento não- verbal, a vítima
põe em dúvida suas próprias percepções.
Freitas (2001) coloca que dar ao indivíduo tarefas inúteis e degradantes, fixar
objetivos inatingíveis, solicitar trabalho extra (à noite ou no fim de semana) e depois
jogá-lo no lixo são práticas de assédio moral que também ocorrem nas
organizações.
Outra prática ou método de assédio moral no trabalho consiste na indução ao
erro. Freitas (2001) afirma que esta é uma maneira hábil de desqualificar para em
seguida criticar a vítima e justificar o seu rebaixamento, além de levá-la a ter uma
má imagem de si mesma. Para Nakamura e Fernandez (2004) a indução ao erro
tem o propósito de poder criticar ou desagradar ao empregado, assim como
oferecer-lhe uma má imagem de si mesmo. Existe ainda um esforço em ridicularizar
o outro, em humilhar, cobri-lo de sarcasmos até fazê -lo perder a confiança em si. Às
vezes, também são usadas difamações, calúnias, mentiras e subentendidos
maldosos. Quando a vítima está esgotada ou fica deprimida, isso justifica o assédio.
Para tanto, o autor acredita que essa forma de assédio consiste em desacreditar o
outro. Nakamura e Fernandez (2004) afirmam que o agressor desacredita a vítima
publicamente, utilizando, se for preciso, discursos falsos.
Freitas, Heloani e Barretos (2008) apontam sobre violência física, verbal e
sexual: agridem a vítima fisicamente, mesmo que de leve - é empurrada, fecham-lhe
a porta na cara – falam com ela aos gritos, invadem a sua privacidade com ligações
telefônicas ou cartas; seguem-na na rua, é espionada diante do domicílio, fazem
estragos em seu automóvel, não levam em conta seus problemas de saúde; é
agredida sexualmente.
Tais modalidades de agressões trazem prejuízos de diversas ordens. Como
salienta m Freitas, Heloani e Barretos (2008), acarretam problemas para o indivíduo,
organização e sociedade. O sofrimento do trabalhador nasce das elaborações
edificadas nas relações de trabalho, a partir da organização (cultura) e de seus
próprios colegas trabalhadores (relações). A organização exige que suas atividades
sejam realizadas, a partir do instante em que ela passa a oferecer ao trabalhador
condições de trabalho suficientes para que o exercício do trabalho redunde em êxito.
Quando tal não ocorre, a organização passa a cobrar, muitas vezes de forma hostil,
o resultado não atingido pelo trabalhador. O trabalhador, por sua vez, acredita nesta
"verdade" e passa a desenvolver uma relação de sofrimento consigo mesmo e com
a organização.
Freitas (2008) afirma que o preço a pagar pela sociedade quando se
massacram indivíduos pela prática do assédio moral diz respeito a todos nós:
acidentes de trabalho e incapacitação precoce de profissionais, aumento de
despesas médicas e de benefícios previdenciários - licenças, hospitalizações,
remédios subsidiados, longos tratamentos médicos - suicídios, aposentadorias
precoces, desestruturação familiar e social das vítimas, perda de investimento social
feito em educação e formação profissional, custo do potencial produtivo do
profissional afastado por invalidez ou redução do seu potencial empregatício.
Podemos também pensar que existe um custo econômico dessas ações, que será
repassado aos preços e que será cobrado de forma indiscriminada dos
consumidores dessa organização, visto que as empresas não tem o hábito de
sacrificar margens de lucro para acomodar seus custos jurídicos ou financeiros.
Campos e Costa (2007) dizem que a insatisfação e os problemas de saúde
vivenciados no trabalho interferem na rotatividade, no absenteísmo e na
produtividade da organização, acarretando perda de bons profissionais, despesas
adicionais com seleção e recrutamento, e outros desdobramentos na eficácia da
organização

CONCLUSÃO

De modo geral, pode-se dizer que os métodos de assédio moral no trabalho


consistem na deterioração proposital das condições de trabalho, isolamento e
recusa de comunicação, atentado contra a dignidade, desacreditar o outro,
desqualificar, vexar e constranger, induzir ao erro e violentar verbalmente, física ou
sexualmente. Tais métodos trazem, de modo direto ou indireto repercussões para a
saúde psíquica do trabalhador, causando-lhe sofrimento no ambiente de trabalho,
bem como em sua vida social e familiar. Apenas através de um processo efetivo de
humanização do trabalho que haverá a possibilidade de gerar mudanças positivas
na situação de violência como o assédio moral.
Em outros termos, tal discussão, que no atual momento nos parece utópica,
pode levar as pessoas a perceberem que seu problema não é individual, que não
lhes falta competência. Trata-se de um fenômeno que envolve interações sociais
complexas e, portanto, as vítimas da violência não devem se culpar.

REFERÊNCIAS

DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

FREITAS, M.E. Assédio Moral e Assédio Sexual: faces do poder perverso nas
organizações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo Abril/Junho 2001,
v.1, n.2, p. 8-19.

FREITAS, M.E., HELOANI, R., BARRETO, M. Assédio moral no trabalho. São Paulo:
Cengage Learning, 2008, Coleção Debates em Administração.

HELOANI, Roberto . Assédio moral: a dignidade violada. Aletheia, dez. 2005, n.22,
p.101-108. ISSN 1413-0394.

HIRIGOYEN, M.F. (2002). Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. 224p.

NAKAMURA, A.P., FERNANDEZ, R.A. Assédio moral. Aletheia, jun. 2004, n.19,
p.69-74. ISSN 1413-0394.

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