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Um dos maiores e mais agudos
problemas da atualidade, no que diz
respeito às dificuldades verificadas no
entendimento daquilo que é para ser
público e daquilo que é para ser anôni-
mo no processo de revelação. Como re-
sultado da expressão humana, pode ser
o modo como objetos, fatos, projetos,
idéias ou eventos de interesse comum são
lançados rapidamente no ostracismo.
Ou, então, como coisas, fatos ou pessoas
de pouca ou nenhuma importância são
transformados em ícones de evidência e
celebração coletiva.
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o fracasso de programas, projetos,
idéias, gente. Justamente à mídia, esse
componente do sistema da comunicação,
cuja natureza " desresponsabiliza "
a própria ação. Isto porque ela
compreende, pelo menos, três distintos
atributos: impessoalidade, imponderabi-
lidade, imensurabilidade.
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transmite, impõe expectativas vagas aos
rumos que toma aos efeitos que produz.
Imensurabilidade porque
malgrado serem os respectivos efeitos
inegáveis, visíveis e significativos, ainda
assim não se colocam na dimensão de
medidas que possam previamente ser
estabelecidas.
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preender porque a produção artística, ou
a dita produção cultural, não estão
necessariamente relacionadas à eventual
deficiência comunicativa quando perma-
necem anônimas. Pois ambas dependem
do próprio sistema de comunicação ado-
tado para divulgação de tudo que é pro-
duzido na universidade.
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promoção e difusão de projetos cultu-
rais.
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Muito mais que trabalhar com
produtos culturais, trabalhar nesse meio
de produção cultural permanente,
sobretudo, leva profissionais do setor,
que o são antes de serem professores ou
pesquisadores, à condição de técnicos de
divulgação e informação. Não os leva a
isto, apenas. Eles são, mesmo,
obrigados ao enfrentamento da cotidiana
dificuldade de tornar público os
produtos gerados nesse meio.
A Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo,
em trinta e três anos de funcionamento,
descobriu por inteiro o peso dessa
dificuldade. No conjunto de si mesma,
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sabe como ninguém das barreiras que
enfrenta para ser, fazer e deixar-se
perceber. Principalmente, em deixar-se
perceber, antes de tudo, pelo mundo
acadêmico no qual se insere. A seguir,
pelo mundo que está além dos muros da
universidade.
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Vão já a alguns milhares os
jornalistas, os publicitários, os bibliote-
carios, os produtores editoriais, os ex-
pertos de rádio e televisão, os executivos
de relações públicas, os profissionais do
teatro, os artistas plásticos, os musi-
cistas, os agentes de turismo e os cineas-
tas formados nesta Escola. Muitos dos
quais migraram para a atividade aca-
dêmica, seguindo estudos pós-graduados
nela, como ou em outras instituições.
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entre as competências operativas do
mercado e aquelas do meio acadêmico.
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Intentamos, pela soma conjunta
de esforços, a formulação de um modelo
de extensão cultural, do qual se
beneficie primeiro e antes de tudo, a
universidade em todas as suas áreas.
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de utilização do termo "marketing" em
semelhante contexto; o que seria objeto
de outra ampla e fecunda discussão).
Fiquemos restritos, então, ao signi-
ficado, à proposta e ao funcionamento
do laboratório em questão.
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dizia, reúne há mais de três décadas o
principal contingente de produtores cul-
turais cuja atuação é sempre sensível no
país.
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A ECA é, antes de tudo, usina
que produz, de modo continuado, expo-
entes da criatividade, contribuindo de
maneira decisiva para o enriquecimento
do meio cultural brasileiro.
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servação do diálogo entre Universidade e
a sociedade que a mantém.
17
de imediato, os necessários vínculos com
o meio social.
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do a ser tanto mais ampla como profun-
damente inusitada e complexa.
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progressivos que, cada vez mais,
estabelecem-se entre produtos culturais e
empresas. Quando uma delas decide
construir, aprimorar ou mudar a
própria imagem, não apenas recorre a
campanhas ou mensagens publicitárias,
relacionadas à promoção institucional
propriamente dita.
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A ECA, além de artistas e
teóricos das artes, forma profissionais
de comunicação que atuam nas empre-
sas. É curioso observar de que maneira,
a partir do elenco de disciplinas que
compreendem cada uma das onze car-
reiras mencionadas, podem ser encon-
tradas aquelas que se destinam à for-
mulação de idéias e produtos destinados
ao desenvolvimento cultural.
A circulação da produção
decorrente do trabalho desses profis-
sionais, seja no meio social, seja no
mercado, ocorre a partir da publicidade,
das mostras de arte, de instalações
orientadas por um número sem-fim de
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suporte e de outros segmentos da comu-
nicação.
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visível na formação das profissões mais
atuais do mundo contemporâneo.
O objetivo do laboratório é o de
oferecer um campo de reflexão e de
prática nas interações entre as empresas
e a arte, entre a cultura e a informação,
entre a comunicação persuasiva e a
imagem institucional, entre a leitura e o
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entretenimento, entre a biblioteca e o
lazer, ou entre o turismo e a educação.
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eventual de vínculos permanentes, esta-
belecidos por empresas com a cultura.
Ou, ainda, de que modo ocorrem se-
melhantes experiências. Mais que isso,
interessa saber se os objetivos propostos
são, enfim, alcançados.
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Desses estudos resultarão, certa-
mente, propostas de ações que possam
ser, simultaneamente, significativas pa-
ra a cultura e para os setores empre-
sariais. Como se sabe, o diálogo entre
as partes nem sempre é fácil. No
entanto é, efetivamente, diálogo! Um
diálogo que se revela tanto possível como
necessário e inadiável.
A Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo,
que tanto se esforça para ver e entender
com clareza essa necessidade quer
mostrar a todas as instâncias sociais (a
começar da própria universidade),
inquietações, propostas e atos, que evi-
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denciem o mundo acadêmico como o
principal gerador da ação cultural.
Quer marcar presença e abrir espaços de
interação, numa condição que leve
empresas e instituições a terem melhor
compreensão do papel como instrumentos
de divulgação da cultura.
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C D I - Cadastro de
Desenvolvimento Institucional
29
R D C - Reuniões com
Diretores de Comunicação
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CULTURA i-LTDA
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minados entre empresas e espaços
culturais.
32
C P S C - Criatório de
Projetos Socioculturais
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C C V - Comunidade de
Comunicação Virtual
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M P C M - Mestrado
Profissionalizante em Comuni-
cação para o Mercado
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E P A - Espaço Público da
Arte ou Programa de Gravu-
ras Contemporâneas
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Livros
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fase de captação de recursos, já dispõe
de dois títulos aprovados: de Euclides
da Cunha, À margem da história
(com estudo introdutório de Valentim
Faccioli, FFLCH-USP); e de Lima
Barreto, Os Bruzundangas (com
estudo introdutório de Carlos Fantinati
- UNESP).
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Banco de Dados Culturais
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NTM - Núc l eo de Trabalho
Mus i cal do Vale da Ribeira
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Com o NTM será criada, em
uma das regiões mais pobres do Estado
de São Paulo, a oportunidade para que
jovens e crianças carentes tenham a
oportunidade de contato com o mundo
da música e da arte, pela via da
formação de grupos instrumentais e
corais.
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O projeto encontra-se em fase de
desenvolvimento inicial, já tendo ense-
jado à destinação de uma área de mais
de 30 mil metros quadrados no
município de São Lourenço da Serra.
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acolhida por mais de uma dezena de
instituições de captação de recursos,
fundados nos incentivos concedidos pela
Lei Rouanet.
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integram a Universidade de São Paulo,
a juntarem-se a nós nesse e em outros
esforços de disseminação. Na dissemi-
nação de tudo que, de melhor, existe
para ser dividido com a sociedade.
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