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txt
foram produzidos por acadêmicos do 2º semestre do curso
de Jornalismo.
O QR Code é uma “forma de cobertura diferenciada e
de experimentação para disponibilizar conteúdo na web”,
esclarece o editor-chefe do Infocampus, Lucas Dürr Missau.
Lições
de Brasilidade
Manuela Ilha e Nadia Garlet
O Projeto Rondon foi resultado da ação voluntária de alunos da antiga Universidade do Estado da Guanabara (atual
UFRJ) que foram para Rondônia desenvolver atividades que estimulassem o crescimento daquela região em 1967.
A UFSM foi uma das primeiras universidades brasileiras a ingressar no grupo de trabalho criado no ano seguinte. A
importância que o projeto assumiu dentro da UFSM nesses 42 anos de atividades é imensurável. Contudo, é possível saber mais
sobre o Projeto Rondon e suas práticas através das memórias de um dos mais antigos rondonistas em atividade, Ubiratan Tupi-
nambá da Costa, o Bira, pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), professor do curso de Odontologia
e coordenador do Projeto Rondon na UFSM. O envolvimento do professor Bira com as atividades do Projeto iniciou quando
ainda era acadêmico, e tem marcado sua trajetória na Universidade. Ele é responsável pelas operações dentro da UFSM desde o
final da década de 1970, e foi diretor do campus avançado de Roraima entre 1977 e 1983.
.txt - Mesmo com 42 anos de tradição, ainda há cer- 1989. O mais representativo dos campi avançados era o da
to desconhecimento sobre as ações desenvolvidas pelo UFSM, por ter sido o primeiro e por ser o mais distante
Projeto Rondon? da universidade de origem. As atividades lá permaneceram
Bira - É algo marcante e que diz respeito às contribui- até 1985. Não eram ações de férias, eram mensais – a cada
ções dadas pela Universidade para a sociedade. Os resulta- trinta dias, as equipes mudavam. Primeiro, os acadêmicos
dos vão além dos números – como é possível medir a satis- ficavam em prédios emprestados pelo governo, até a cons-
fação de fazer as ações e observar os resultados finais? Por trução das edificações; depois, foram construídos prédios
isso, há a questão da sensibilidade em participar de uma para alojar e receber os alunos que iam durante o ano. Por
ação solidária comunitária, social. isso, o campus avançado deu origem à Universidade Fede-
Tudo que o rondonista consegue experimentar faz ral de Roraima (UFRR).
diferença em sua formação cidadã e acadêmica, além de .txt - E que ações foram desenvolvidas no campus
agregar muitas coisas boas para a vida. avançado?
Em primeiro lugar, há a inconstância das pessoas den- Bira - Naquela época, o assistencialismo funcionava,
tro da Universidade, já que o aluno permanece quatro ou pois era necessidade de então. A preocupação do governo
cinco anos na Instituição e a deixa quando se forma. Tam- era a interiorização, ou seja, fazer o acadêmico participar
bém há outras ações que motivam mais a participação dos das atividades como rondonista e estimulá-lo a voltar para
alunos. A pesquisa, por exemplo, tem uma repercussão trabalhar. Muita gente que foi para o campus avançado ape-
muito maior do que a extensão, já que oferece bolsas e fi- nas “desceu” para pegar o diploma e já retornou para Boa
nanciamentos. Quem participa do Projeto Rondon não ga- Vista. Os interessados mandavam seus documentos através
nha nada! O Projeto Rondon ainda não tem as dimensões das equipes que iam, mês a mês, para o campus. A UFSM
que merece – quem participa gosta da experiência, mas até tinha boa reputação e o campus tinha uma história positiva
saber é um longo caminho. em Roraima, pois lá, o objetivo de interiorização proposto
.txt - Na primeira fase do Projeto Rondon (1969- pelo Projeto Rondon funcionou muito bem. Em 1979, so-
1985), as atividades desenvolvidas pela UFSM envol- mente integrando o quadro de funcionários do estado de
Fotos: Acervo Pessoal
veram a participação nas operações nacionais e regio- Roraima, havia mais de 150 egressos da UFSM.
nais. Além disso, houve a instalação pioneira no Brasil Foi uma aventura pela Amazônia e pela região norte do
de um campus avançado. Como foi a instalação deste país. Para além do conhecimento, foi possível andar pelo
campus pela UFSM? Brasil e ver sua grandiosidade e riqueza.
Bira - Em linhas gerais, o campus avançado era uma .txt - Em 1989, o Projeto Rondon foi extinto e, em
atividade promovida pela UFSM em Roraima. Os campi 1996, surgia o programa Universidade Solidária, cujas
avançados foram iniciativas do Projeto Rondon que deram ações eram semelhantes ao projeto precursor. Em
certo. Eles foram criados a partir de 1969 e perduraram até 2005, o nome Projeto Rondon foi resgatado e retomou
Para ser
um Rondonista
70% do curso completo;
Participação em Projeto de
Extensão;
Carta de recomendação
do seu curso;
Projeto baseado nas
informações do município
selecionado.
Equipe da UFSM na Operação Rei do Baião, em Orocó/PE (2010) .txt Novembro de 2010 5
categorias
Foto: Kamila Baidek
O s versos de “Esquilador”, cantados Um descascarreia/ outro já e vacinação dos animais são rigorosamente
por Telmo de Lima Freitas, descre- maneia/ e vai levantando/ controlados por ele. Para fins de pesquisa
vem com poesia o início de mais para o tosador acadêmica, o funcionário mantém anotados
um dia de lida campeira de Ari Vieira de Sou- e atualizados em cadernetas todos os dados
za, funcionário do Departamento de Zootec- Durante a realização da tosa, a divisão de sobre o rebanho cultivado
nia da Universidade Federal de Santa Maria tarefas entre Seu Ari e os alunos dos cursos A silhueta desse esquilador revela um ho-
(UFSM) desde 1978 e que, há quatorze anos, de Medicina Veterinária e Zootecnia do Cen- mem simples que guarda a sabedoria do cam-
trabalha no Laboratório de Ovinocultura. A tro de Ciências Rurais (CCR) parece coreo- po. Suas mãos calejadas pela tesoura revelam
função desempenhada por Seu Ari na Insti- grafar a canção que exalta o ofício de tosquiar marcas da rotina de um duro trabalho braçal.
tuição talvez esteja entre as menos burocrá- ovelhas. Seu Ari representa uma categoria profissio-
ticas. Em contrapartida, o cumprimento de nal pouco evidenciada na Universidade, mas
suas obrigações exige muita dedicação de fundamental para que as pesquisas na área de
As tesouras cortam /em um produção rural avancem. “Produzir uma car-
tempo e energia.
Seu Ari costuma chegar ao trabalho por
só compasso/ enrijecendo o ne de melhor qualidade, com o menor gasto,
volta das sete horas da manhã. Não cumprirá braço/ do esquilador no menor tempo, é o que buscamos nas pes-
suas próximas horas de expediente dentro de quisas dos alunos e dos professores. Orien-
uma sala com ar condicionado num prédio de Enquanto isso, uma a uma, as ovelhas vão tamos o produtor a repetir nossas experiên-
concreto, mas em galpões, baias, mangueiras perdendo a lã. Homem acostumado desde cias porque nossos resultados são positivos”,
e potreiros. Ao invés de passar café, prepara cedo às lidas do campo, ele orienta com fir- pondera. A seu modo, Seu Ari contribui com
o chimarrão a ser partilhado com os demais meza o ofício da gurizada menos experiente a construção do conhecimento dos acadêmi-
participantes da reunião matinal que definirá na esquila. No entanto, sua aparente dureza cos da área de Ciências Rurais sobre um tema
a ordem do dia para as lidas com um rebanho é desfeita nas palavras ternas que revelam que a vivência do campo se encarregou de lhe
de aproximadamente 300 ovinos. seu carinho pelos acadêmicos: “Esses guris ensinar..txt
Trajeto conflituoso
Aumento do preço da passagem gera divergências entre Prefeitura, ATU e estudantes
Anelise Dias e Gregório Mascarenhas
2,20
A votação no Conselho
2009
2,00
A favor do aumento
2008
1,80
Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Santa Maria
Fotos: Anelise Dias e Gregório Mascarenhas
1,60
2005
0,90
Prefeitura Municipal - três votos:
Sérgio Medeiros, Sérgio Martini e
2001
0,80
0 0,5 1 1,5 2
8 .txt Novembro de 2010
.txt
do aumento
se algumas pessoas não tivessem assistido prefeitura e de algumas entidades. Se o con-
à reunião”. selho fosse técnico daria um respaldo para
Porém, os valores que compõem o cál- a decisão do prefeito. Mas ele é meramente
culo tarifário já vinham sendo pesquisados político”.
pela Secretaria há mais tempo. Um pedido No dia 13 de outubro, a chamada para a
de orçamento, feito em agosto deste ano reunião do Conselho, em caráter extraordi-
(reproduzido abaixo), demonstra que os nário, trazia no texto duas pautas: “apresen-
trâmites necessários para que o aumento tação do relatório do cálculo tarifário pelo
se concretizasse já circulavam pelos corre- relator”, bem como “votação e aprovação da
dores da Prefeitura pelo menos dois meses tarifa de transporte coletivo urbano”. Das
antes que o reajuste viesse a público. 17 entidades que compõem o CMT, 15 es-
Feito o cálculo, o próximo passo foi a tavam presentes na votação, que aconteceu
votação no Conselho Municipal de Trans- no auditório do SEST/SENAT, dia 18 de
portes (CMT). O órgão é formado por 17 outubro. O resultado: dez votos a favor da
entidades que discutem e votam as ques- proposta de aumento contra cinco desfa-
tões referentes ao trânsito em Santa Ma- voráveis (veja quadro). Com a planilha de
ria. O CMT, entretanto, é um instrumento custos pronta e aprovada pelo Conselho, só
apenas consultivo e não deliberativo – isto faltava a sanção do prefeito.
é, as decisões tomadas pelo Conselho ser- Oito dias depois, dia 26, Cezar Schir-
vem apenas como recomendação e, na mer ratificou o reajuste. No entanto, houve
prática, as resoluções cabem somente ao uma ressalva: o prefeito decidiu aumentar a
prefeito. Porém, segundo Tiago Aires, “na passagem para R$2,20 e não para os R$2,31
forma como o Conselho foi projetado, os calculados pela Secretaria de Controle e
interesses das empresas transportadoras Mobilidade Urbana. Segundo fontes da
sempre vão se sobressair aos interesses da Prefeitura, Schirmer optou pelo valor mais
população. Isso porque as entidades que baixo porque as empresas não haviam cum-
historicamente votam pelos empresários prido as promessas de melhoria na quali-
têm mais cadeiras”. dade do transporte público desde o último
O professor do Curso de Ciências aumento, em março de 2009. O professor
Econômicas da UFSM Roberto da Luz Roberto da Luz, porém, contesta: “a prefei-
Acadêmico de Direito da Unifra, Tiago acrescenta: “o CMT é um conselho polí- tura dá uma base de cálculo maior, já espe-
Aires, opositor ao acréscimo no valor da tico e não técnico. Há representantes dos rando que o valor final fique um pouco mais
passagem de ônibus estudantes, das empresas de ônibus, da baixo”. segue
Municipal de Transportes
Contra o aumento
Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM)
Diretório Central dos Estudantes
(DCE)
Sindicato dos Trabalhadores
Urbanos de Santa Maria (STU)
Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB)
União Santamariense dos
Estudantes (USE)
O projeto de extensão do curso de desde seu primeiro semestre de curso, em é um monoposto (veículo para uma pes-
Engenharia Mecânica da Univer- 2007. Fez parte do Baja SAE até o final de soa) de competição, com o motor de até
sidade Federal de Santa Maria 2009 e, com o surgimento do projeto Fór- 600 cilindradas. É um protótipo que pode
(UFSM), Bombaja, tem uma nova divisão mula SAE, no início de 2010, entrou na ficar abaixo de 200 kg com o piloto. Isso
desde março deste ano. Trata-se do Fórmu- equipe e foi escolhido capitão. “O nosso somado à potência de seu motor de 100-
la SAE, que consiste em construir, a cada objetivo sempre foi ter o carro para esse 110 cavalos pode fazer o carro atingir com
ano, um carro diferente. A equipe é forma- ano. Tem outras equipes que preferem ter facilidade os 200 Km/h. Possui boa parte
da pelo professor orientador, Mário Edu- esse tempo maior, cerca de dois anos de da tecnologia de um Fórmula 1 em escala
ardo Santos Martins, e por alunos da En- projeto e fabricação. Já a nossa abordagem reduzida.
genharia Mecânica. O grupo representa a foi diferente porque para reunir recursos a A oportunidade de aplicar nos proje-
UFSM na cidade de Americana, São Paulo, gente precisava mostrar o carro. Para obter tos as teorias aprendidas em sala de aula
onde acontece a competição Fórmula SAE, esses recursos da universidade e externos, desenvolve um acadêmico mais completo.
no campo de testes da Goodyear de 19 a 21 dos nossos parceiros, era preciso mostrar o A produção é profissional e engloba desde
de novembro. carro”, comenta Gibran dos Santos. a fabricação do protótipo, com projetos
O Bombaja é suporte para outros pro- O carro projetado pelos acadêmicos secundários para cada parte do veículo,
jetos do Centro de materiais e peças, até os
Tecnologia da UFSM, relatórios de custos.
como o Baja SAE, o No geral, o projeto
Aerodesign SAE e o tem como patrocinadora
Eficiência Energética, a indústria metal-mecâ-
além do próprio Fór- nica. Porém, o apoio dos
mula SAE. Dentro do patrocinadores se restrin-
Bombaja, os acadêmi- ge à cessão do material
cos têm a oportunidade necessário. A equipe ain-
de aplicar os conceitos da não conseguiu apoio
que aprendem em sala financeiro de fora da
de aula e adquirir expe- universidade. “A Reitoria
riência para atuação no nos deu um apoio feno-
mercado de trabalho. menal para o laboratório
No caso do Fórmula e de motores que está em
de outros dois projetos, licitação e vai ser cons-
o Baja e o Aerodesign, truído no ano que vem.
existe ainda outra insti- Foram R$ 600 mil”, conta
tuição responsável por o orientador do projeto,
estas produções: a SAE, Equipe simulando medidas com a estrutura pronta Mário Martins. .txt
que significa Sociedade dos Engenheiros
da Mobilidade. Trata-se de uma associação
Fotos e ilustração: arquivo equipe Fórmula SAE
sem fins lucrativos que visa difundir co- Integrantes da Equipe Fórmula SAE
nhecimentos relativos à tecnologia da mo- Andrea Corneli Ortis, Artur Krüger, Cássio Lino Cassol Görck, Cristiano
bilidade. Fundada por líderes como Henry João Brizzi Ubessi, Eduardo Cezar Marques, Evandro Farias Medeiros,
Ford, Thomas Edison e Orville Wright em Felipe Mittmann Hilgert, Fernando Machado Leal, Fernando Mariano Bayer
1905 nos Estados Unidos, a SAE está atual- (Professor), Gabriel Azevedo Tatsch, Gibran Portolan dos Santos (Capitão),
mente constituída em 93 países, e presente Guilherme Paul Jaenisch, Jeferson Machado Callai, Leonardo Barili Brandi,
no Brasil desde 1991. Leonardo Aier Trost Morcelli, Luciano Rivas Mendes Ribeiro, Macklini Dalla
Em março deste ano, um grupo de alu- Nora, Mariane Wojciechowski Barbosa, Mario Eduardo Santos Martins
nos de engenharia resolveu dar início a (Professor Orientador), Miguel Guilherme Antonello, Paulo Henrique de
uma tarefa ousada: construir do zero um Oliveira, Paulo Romeu Moreira Machado (Professor), Rafael Sebastião
carro muito parecido com os de Fórmula Miranda, Renan Felipe Schirmer, Rogers Guilherme Reichert, Susana Tebaldi
1 em apenas sete meses. O estudante de Toledo, Villiam Hackenhaar, Vinícius Bernardes Pedrozo, Vinícius Rückert
Engenharia Mecânica Gibran Portolan dos Roso, Willian Rigon Silva.
Santos é integrante do programa Bombaja
bloco 13, que estava sem uso e que fora ocupada pela vigilância
há alguns meses deveria voltar aos alunos. Quanto à atuação dos
vigilantes, os estudantes queriam um abrandamento e não o seu
fim. “Não queremos nem oito e nem oitenta”, disse o estudante de
Ciências Sociais e membro da Direção da Casa, Fabrício Teló.
EAD: uma
opção
de
ensino
Projeto Universidade Aberta do Brasil
promove educação ao alcance de todos
UFSM
Greice Marin e Bárbara Barbosa Polos de apoio
Acordar cedo, cumprir horários pré- o estabelecimento de cerca de mil polos no ter muita discipli-
determinados, dirigir-se à universidade, Brasil. na, pois os horários
fazer contato diariamente com colegas e De acordo com o coordenador da UAB sou eu quem escolhe,
professores são tarefas que fazem parte da na UFSM, Fábio de Bastos, prioriza-se mas tenho prazos semanais
rotina da maior parte dos universitários do três aspectos: 1) a formação de professo- a cumprir. Toda semana temos
Brasil. Entretanto, com o advento de novas res da Educação Básica do Brasil, uma vez módulos de leitura e tarefas a rea-
tecnologias, surge uma nova possibilidade que nem todos a possuem; 2) o resgate da lizar. Antes de ingressar no EAD pensava
de crescimento profissional para pessoas agricultura familiar e 3) cursos na área de que seria mais fácil”.
que não dispõem de tempo ou de recursos políticas públicas. Bastos acrescenta que Após longos períodos de exclusão,
financeiros para frequentar um curso pre- a EAD não é tão à distância como se ima- cidades pequenas que não contam com
sencial. gina: há encontros presenciais para avalia- instituições públicas recebem do projeto
“É demasiado retrógrado pensar que ções dos acadêmicos, tais como provas e Universidade Aberta do Brasil a oportu-
as metodologias de ensino não evoluam, seminários. Esses encontros acontecem ge- nidade de acesso à educação de nível su-
não se transformem. Hoje, a sede de co- ralmente às sextas-feiras, a partir das 19h, e perior.
nhecimento e informação é tão grande nos sábados, de manhã e de tarde. A servidora pública e acadêmica do
que o espaço físico não poderia limitar a Pela internet, o contato entre aluno e Curso de Administração Pública EAD do
aprendizagem” afirma Mateus Schmidt, 20 universidade acontece através de um am- polo de Sobradinho, RS, Marilise de Mo-
anos, escriturário da Prefeitura Municipal biente virtual de ensino-aprendizagem: o raes, 29 anos, declara que a UAB é uma
de Três Passos, RS, e acadêmico do curso Moodle. Por meio do Moodle os alunos re- oportunidade de crescimento profissional
de Licenciatura em Física na modalidade cebem semanalmente tarefas, vídeo-aulas, e que seria “praticamente impossível fre-
à distância, pela Universidade Aberta do módulos de leitura e exercícios. Além dis- qüentar aulas regulares porque trabalho de
Brasil (UAB). so, há um fórum para os acadêmicos posta- dia e aqui não tem universidade”, conta.
A criação da UAB se deu em 2005, pelo rem dúvidas e esclarecerem conteúdos. Em contrapartida, a educação pre-
Ministério da Educação, visando a amplia- Os cursos de graduação abrangem as sencial sempre teve e terá seu espaço no
ção e interiorização da oferta do ensino mais diversas áreas como: Física, Letras processo educativo: trata-se de um siste-
superior gratuito no Brasil. Suas ações, em (ênfase em Espanhol ou Português), Pe- ma tradicional, de bastante credibilida-
parceria com os estados, municípios e uni- dagogia, Sociologia, Tecnologia em Agri- de que não dispensa a presença física do
versidades, procuram identificar e alcançar cultura Familiar, Administração Pública professor e promove a convivência entre
as áreas carentes de educação para a devida e Educação especial. São 27 polos espa- alunos e docentes. Geralmente, os alunos
implementação de novos pólos. São ofere- lhados pelo Rio Grande do Sul, além dos do ensino regular são pessoas que não tra-
cidos cursos de graduação, pós-graduação demais distribuídos por outros estados, balham e que dispõem de mais tempo ou
e extensão com o objetivo de implementar como Paraná, São Paulo, Ceará e Tocan- condições financeiras para se dedicarem a
a educação à distância (EAD) em várias tins. Os polos comportam estrutura com uma universidade em tempo integral.
instituições públicas do território brasi- computadores, biblioteca, tutor e espaço De qualquer maneira, seja próximo ou
leiro, inclusive na Universidade Federal de para encontros presenciais. à distância, as duas modalidades têm um
Arte: Maiara Alvarez
Santa Maria (UFSM). Para o aluno do curso de Administra- fim comum: aprimorar a formação de pro-
Segundo a Capes (Coordenação de ção Pública Ead do polo de Restinga Seca fissionais que já se encontram no merca-
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su- - RS, Sidney Marchiori, 35 anos, há pro- do, preparar os que ainda não foram nele
perior), em 2009 a UAB ofereceu 129.474 fessores e tutores de plantão diariamente inseridos e, ainda, dar chance àqueles que
vagas em 88 instituições federais e estadu- para elucidar possíveis dúvidas que surjam jamais sonhariam em estar num ambiente
ais de ensino superior e 723 pólos de apoio ao longo da disciplina. “Eu me obrigo a ter acadêmico, seja por entraves financeiros
presencial. Até 2011, o sistema UAB prevê que estudar e pesquisar muito. É preciso ou geográficos. .txt
RU: modos de
usar e conviver
Como o Restaurante Universitário e o comportamento dos
seus usuários se relacionam
Giuliana Matiuzzi e Olívia Scarpari
Direito em
extensãoUFSM presta assistência jurídica
gratuita há mais de 30 anos
Eduarda Toscani
conflitos. Já em casos mais brandos, ten- de fazer valer princípios de justiça, igualdade e dignidade humana.
ta-se a audiência de conciliação entre as O trabalho desenvolvido na “casinha amarela” bem na beirada da
partes, como explica Everton: “há situa- calçada, há mais de 30 anos, aproxima a população santa-mariense mais
humilde do que já é dela, mas que geralmente desconhece: seus direitos.
ções em que o próprio casal se reconcilia
Uma sociedade mais justa não se vale apenas de leis postas, pois justiça
ou entra em acordo, então nem precisa- social se conquista principalmente nas ações cotidianas. Nesse quesito, a
mos encaminhar a ação”. Assistência Judiciária da UFSM já está fazendo a sua parte. .txt
Português e
Espanhol:
uma via de
mão dupla
Policiais rodoviários brasileiros e uruguaios têm acesso
a idiomas instrumentais para agregar valor à profissão
Débora Dalla Pozza
O s diferentes usos de uma lingua- fessora Maria Tereza Marchesan. Segundo envolvidos a produzirem publicações deri-
gem, por si só, são elementos ela, os policiais sentiram a necessidade de vadas dos dois projetos de extensão.
afirmadores e identificadores das capacitação para lidar com turistas de pa- A iniciativa é reconhecida como “mis-
relações culturais de uma sociedade. Pela íses vizinhos que viajavam ao litoral brasi- são diplomática” pelo Ministério das Rela-
língua falada e sua utilização abstraem-se leiro no verão. ções Exteriores. Tal prestígio reafirma uma
conclusões sobre o contexto cultural e a A falta de compreensão do espanhol nobre premissa: o ensino - assim como as
forma como os indivíduos se apropriam pelos oficiais brasileiros impossibilitava a grandes rodovias - é mesmo um caminho
dela. eficiência comunicacional pretendida na de mão-dupla, no qual muito se recebe em
Conhecer outro idioma deve ser essen- realização de seus trabalhos. A expansão troca do que se transmite aos outros .txt
cial para quem convive com culturas dis- do curso aconteceu quando, em 2006, em
tintas no seu ambiente de trabalho. Não é conversa com a professora Maria Tereza, a
mesmo? Quem bem pode afirmar isso são Policía Caminera Uruguaya requisitou que
os policiais rodoviários – brasileiros ou es- também fosse ministrado aos seus oficiais
trangeiros –, que entram em contato com um curso similar ao já estruturado, voltado
pessoas de múltiplas nacionalidades no ao ensino de português instrumental.
cumprimento de sua função. Nos países do O aprendizado de uma língua estran-
Mercado Comum do Sul (Mercosul), esses geira instrumental é diferenciado do en-
profissionais vivem em meio a um crescen- sino habitual de idiomas: “o princípio do
te incremento do turismo entre os quatro ensino do idioma instrumental é instruir
países membros originários da união adu- o aluno o necessário para suprir suas de-
aneira (Argentina, Brasil, Paraguai e Uru- mandas de aprendizagem”, detalha Maria
guai). Tereza. Dessa forma, o suporte didático
Frente a essa realidade, dois projetos de composto por apostila e material de áudio
extensão da Universidade Federal de Santa é exclusivamente criado para o Curso.
Maria (UFSM) vêm agregando qualidade
ao dia-a-dia de policiais brasileiros e uru- Os benefícios
guaios responsáveis pela fiscalização e pelo
cuidado das rodovias de seus países. Os O comandante regional da Polícia Ro-
cursos de capacitação em Português Ins- doviária Estadual, Capitão Elton Colussi,
trumental para Agentes do Governo Uru- afirma que o curso é importante para a Bri-
guaio: Polícia Rodoviária e em Espanhol gada Militar especialmente no atual mo-
Instrumental para Agentes do Governo mento: “estamos próximos de uma Copa
Brasileiro: Polícia Rodoviária possibilitam do Mundo que ocorrerá no Brasil e trará
que profissionais que exercem a mesma alto volume de turistas a nosso país. Saber
função nos países vizinhos aprendam a lín- uma nova língua para trocar informações
Foto: Arquivo Cepesli
gua correspondente dos colegas. com pessoas diferentes é mais do que ne-
O projeto surgiu em 2005, diante de cessário para as autoridades que trabalham
um pedido por aulas de espanhol instru- com público”.
mental pela Polícia Rodoviária Estadual à A professora Maria Tereza, por sua vez,
coordenadora dos projetos de extensão e destaca que esses projetos expuseram o Aula prática que integra policiais
do Centro de Ensino e Pesquisa de Línguas perfil humano existente por trás da farda uruguaios e Polícia Rodoviária
Estrangeiras Instrumentais (Cepesli), pro- dos policiais, o que motivou os acadêmicos Estadual é destaque do curso
C inema não se restringe à projeção Gabriel Isaia) ganhou o prêmio de Melhor sons para o filme. No total, foram mais de
de imagens e à indústria cinemato- Vídeo Universitário no Festival de Cinema 50 acadêmicos envolvidos nos projetos.
gráfica. Seu produto é obra artísti- de Gramado e 1969 (de Maurício Canterle Hamartia está em fase de montagem
ca, que, por sua vez, não se limita à forma- e Manolo Zanella) faturou seis prêmios no e em dezembro será finalizado. Em abril,
ção acadêmica de seus produtores. Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC). Rondon de Castro pretende levá-lo para os
Mesmo sem possuir um curso de Cine- O crescente destaque e a paixão pelas festivais e salas de cinema do país. Cidades
ma, pessoas ligadas à UFSM sempre man- produções cinematográficas culminaram como Porto Alegre, São Paulo, Belo Hori-
tiveram uma relação íntima com a Sétima em uma ação do professor e coordenador do zonte, Recife e Brasília possuem uma cul-
Arte. Um dos casos é o de Sérgio Assis curso de Comunicação Social - Jornalismo tura cinematográfica muito forte, por isso
Brasil. Ex-diretor da TV Campus, Assis da UFSM, Rondon de Castro, que também serão alvo das exibições, ainda no primeiro
Brasil foi o responsável pelo primeiro lon- trabalhou na fundação da Especialização semestre. Em Brasília, por exemplo, o fil-
ga-metragem realizado em Santa Maria. Ao em Cinema Digital. A UFSM possui cursos me será exibido durante um mês em qua-
adaptar o livro Manhã Transfigurada para as que têm em seu currículo disciplinas e tro salas, a fim de medir o público e então
telas, o cineasta deu um grande passo para professores com capacidade para suprir as seguir para outros locais. Em seis meses,
o crescimento cultural da cidade e quebrou necessidades da criação da graduação em estima-se um público de, pelo menos, 400
o tabu da centralização da produção cine- Cinema. O professor enviou o projeto de mil pessoas envolvidas diretamente com a
matográfica. criação do curso de Cinema para aprovação FAB, sem contar o público em geral.
Assis Brasil também é um dos responsá- no Programa de Expansão e Reestruturação Produções como Hamartia seguem o
veis por outro marco do cinema na UFSM das Universidades Federais (Reuni), mas, caminho traçado por Sérgio Assis Brasil
e em Santa Maria. Junto a outros profissio- infelizmente, esbarrou no “desinteresse de e outros amantes da Sétima Arte, que lu-
nais, fundou o curso de Especialização em órgãos superiores”, como salientou. taram e trabalham para a manutenção e o
Cinema Digital. O Curso teve cinco edições Além de limitar o crescimento da Uni- crescimento do cinema em Santa Maria.
entre os anos de 2002 e 2007 e o resultado versidade, a desistência da criação do Curso Essas ações mostram toda a força que a
foi a produção de diversos curtas-metragens também atrasa a expansão artística de San- vontade e o interesse podem gerar, mesmo
que romperam as fronteiras do Rio Grande ta Maria, a nossa “Cidade Cultura”. Limitar que com recursos limitados. O ponto de
do Sul, ganhando destaque em todo o Bra- o crescimento do cinema significa limitar partida foi dado. Que agora os ventos car-
sil. Dentre as produções, o curta Centopéia o desenvolvimento de uma das grandes ri- reguem essa arte para caminhos ainda não
(de Cristina Trevisan, Tiago Gonçalvez e quezas da cidade: o turismo cultural. desbravados. .txt
Dando continuidade à seção em homenagem aos 50 anos da UFSM, esta edição traz imagens
históricas do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Iuri Müller
Posse da diretoria do
DCE, em dezembro de
1973. À direita da foto,
quase fora do enquadra-
mento, está o então reitor
da UFSM, Hélios Homero
Bernardi.
Movimento estudantil
em protesto na frente
do prédio da Reitoria.
A névoa que quase
esconde o planetário
mostra o rigor do
inverno de 1980, ao
menos naquele agosto.
Fotos: Departamento de Arquivo Geral da UFSM
Jantar de inauguração
Foto: Orozimbo Ramos Penna
da sede do DCE, em
setembro de 1970. O
fundador da UFSM,
José Mariano da Rocha
Filho, é o último
homem antes do
espelho. Mais tarde, o
local se transformaria
na tradicional boate do
Diretório Central.
.txt Julho
.txt Novembro de de 2010 21
2010 21
cultura
Símbolos ocultos
Um passeio pelo campus pode intrigar um observador mais atento. Entre os
monumentos, o que mais chama a atenção, seja pela imponência ou pela
curiosidade que desperta, é o dedicado ao fundador UFSM
Camila Marchesan, Fernanda Arispe e Julia do Carmo
A os 18 anos, José Mariano da Rocha que muitos acreditam ser a prova da rela-
Filho revelou, em carta à sua mãe, ção de Mariano com os maçons, serviria
Maria Clara Marques da Cunha, para representar a busca do homem por
aquele que era o seu maior sonho. Nos idos Deus, por apontar para o céu.
de 1933, o jovem rabiscara algumas poucas Além disso, instrumentos de traba-
palavras esperançosas, dedicadas ao ani- lho (compasso, esquadro) com a ideia de
versário da mãe: “Agora quero dar-vos um “moldar o caráter” também farão parte do
abraço e pedir-vos a benção para que este monumento. Porém não estarão ligados
vosso filho seja um homem que produza aos ideais da Francomaçonaria, e sim aos
alguma coisa à humanidade”. Mal sabia ele, da Ordem de Malta. “O Mariano era Ca-
ao expressar seus anseios nessas contidas e valeiro de Malta e Cavaleiro da Santa Sé.
utópicas palavras, que, 27 anos depois, seu Os Cavaleiros de Malta são a continuação
sonho transformar-se-ia em realidade. No dos Cavaleiros Templários, só que ligados
dia 14 de dezembro de 1960, o garoto que à Igreja Católica”, revelou.
sonhara produzir “alguma coisa à humani- Ao ser questionado sobre a existência
dade” criaria a primeira universidade fede- atual da Ordem, as palavras de Francisco
ral do interior do Brasil. faltaram, mas os olhos brilharam, um sorri-
Não é de se estranhar, então, que haja so se abriu e as mãos procuraram no bolso
homenagens em profusão àquele menino um chaveiro. Branco, com uma cruz verme-
que não mediu esforços para realizar seu lha no centro: o símbolo dos Cavaleiros de
sonho. Entre elas, um monumento dedica- Malta.
do a ele chama atenção e desperta curio- Francisco nos explicou que também
sidade nas centenas de universitários que havia sido iniciado na Ordem de Malta. Ba-
passam apressados pelo campus todos os sicamente, sua estrutura é bastante pareci-
dias. Localizado no final da Avenida Rorai- da com a dos Templários. Porém, enquanto
ma, próximo à Reitoria e ainda não com- historicamente estes faziam a proteção mi-
pletamente finalizado, o monumento agu- litar dos cruzados, a Ordem de Malta enfo-
ça a curiosidade dos jovens: além de não cava mais a saúde e a medicina. “No mun-
ser auto-explicativo, também carrega várias do inteiro, eles fazem o ‘bem’. E os mesmos
teorias a respeito de suas simbologias ocul- instrumentos que a Maçonaria usa, já eram
tas. usados por eles.”
Não há quem nunca as ouviu. Calouro Agora, depois dessas revelações, um
ou formando, quem frequenta a UFSM já simples passeio pelo campus se tornará di-
deve ter escutado ou criado a sua própria ferente. A partir de hoje, o monumento em
teoria a respeito da imponente construção homenagem a Mariano da Rocha assume
em frente à Reitoria. Ouvimos várias ver- um novo significado, envolto em toda uma
sões sobre o monumento: algumas envol- simbologia própria. O irônico é perceber
vem águias, faróis, a letra “M” de Mariano que algumas daquelas teorias conspirató-
e a maçonaria. Cansadas de tantas versões rias estavam certas. O monumento é cober-
diferentes e com a curiosidade aguçada to de referências a uma ordem secreta. Não
também pela nossa própria imaginação, eram os maçons, como muitos apostavam,
fomos em busca de alguém que pudesse mas sim os Cavaleiros de Malta.
explicar tão intrigante construção. Francis- Provavelmente, quando, aos 18 anos,
co José Mariano da Rocha foi o indicado. Mariano da Rocha Filho escrevera aquela
Atual diretor do Planetário da UFSM, ele é carta à sua mãe contando seus sonhos, ele
filho do Mariano. E as explicações vieram. não imaginava que iria tão longe. O mem-
Francisco nos conta que a ideia inicial bro de uma Ordem secular que fundou a
do monumento era representar Nossa Se- UFSM, 27 anos depois, com certeza, não
nhora Medianeira. “Marianinho era muito era mais aquele garoto dos idos 1933, mas
cristão. Ele queria dedicar a Universidade à uma coisa pode-se dizer que nele nunca
Nossa Senhora Medianeira”. Com o andar mudou. Ele ainda sonhava em “produzir
da obra, outros significados foram incor- alguma coisa à humanidade”. E, ninguém
porados à ideia inicial. A grande pirâmide, pode negar, ele conseguiu..txt
Relógio Solar
Equatorial e Horizontal
Além de marcar as horas com as projeções
de sua sombra, o Relógio Solar traz alguns
simbolismos. Durante os equinócios, a som-
bra do relógio projeta uma cruz no centro da
estrutura. Ainda, em determinadas épocas do
ano, há a projeção da Bandeira Internacional
da Paz (um círculo com um ponto no cen-
tro). Segundo Francisco, o ponto central da
bandeira significaria Deus e o círculo traria a
ideia de que todos os homens estão à mesma
distância dele. O relógio ainda marca a data
da fundação da Universidade (14/12/1960).
Todo ano, nessa mesma data, às 14h30
(15h30 pelo horário de verão) a sombra do
relógio projeta-se em cima de uma estrela
de cinco pontas, desenhada na parte inferior
Intihuatana da estrutura. Para comemorar os 50 anos da
Universidade, está prevista a construção de
Intihuatana, ou “pedra que amarra
um Relógio Solar Indígena, utilizado pelos
o sol”, é um megalito Inca que
índios brasileiros para determinar o meio-dia
serve para marcar os solstícios e
solar, os pontos cardeais e as estações do ano.
os equinócios com as projeções de
sua sombra. Os incas acreditavam
que estava amarrada a esta pedra
uma corda de prata que a prendia
ao sol. Durante os solstícios, eles
faziam uma festividade em volta da
pedra para puxar o sol de volta. A
estrutura representa um puma em
Fotos: Maurício Brum
Jorge, um
Rato Severino Maurício Brum e Yuri Medeiros