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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

DANIELA DA COSTA LEITE COELHO

Dimensionamento de sistema para recebimento, armazenamento e


tratamento de resíduos sólidos da Universidade Federal Rural do
Semi-Árido, campus Mossoró-RN.

MOSSORÓ – RN
2010
DANIELA DA COSTA LEITE COELHO

Dimensionamento de sistema para recebimento, armazenamento e


tratamento de resíduos sólidos da Universidade Federal Rural do
Semi-Árido, campus Mossoró-RN.

Monografia apresentada à Universidade Federal


Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento
de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a
obtenção do título de Engenheiro Agrícola e
Ambiental.

Orientador: Profª. Dra. Solange Aparecida


Goularte Dombroski – UFERSA.
Co-orientador: Prof. Dr. Rafael Oliveira Batista –
UFERSA.

MOSSORÓ – RN
2010
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

C672d Coelho, Daniela da Costa Leite.


Dimensionamento de sistema para recebimento,
armazenamento e tratamento de resíduos sólidos da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Campus
Mossoró-RN / Daniela da Costa Leite Coelho. -- Mossoró,
2010.
72f. : il.

Monografia (Graduação em Engenharia Agrícola e


Ambiental) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Pró-Reitoria de Ensino e Graduação.
Orientador: Prof. Dra. Solange Aparecida Goularte
Dombroski.
Co-orientador: Prof. Dr. Rafael Oliveira Batista.
1. Meio ambiente. 2.Resíduos sólidos. 3.UFERSA.
I.Título.
CDD: 304
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva
CRB15 120
DANIELA DA COSTA LEITE COELHO

Dimensionamento de sistema para recebimento, armazenamento e


tratamento de resíduos sólidos da Universidade Federal Rural do
Semi-Árido, campus Mossoró-RN.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências


Ambientais e Tecnológicas para a obtenção do título de
Engenheiro Agrícola e Ambiental.

APROVADA EM: / /

BANCA EXAMINADORA

Profª. Dra. Solange Aparecida Goularte Dombroski – UFERSA.


Presidente

Profº. Dr. Rafael Oliveira Batista – UFERSA.


Primeiro Membro

Profº. Dr. Paulo César Moura da Silva – UFERSA.


Segundo Membro
OFEREÇO

À Deusdedith de Sousa Leite (in memorian),


que foi meu avô e meu exemplo de pai,
e que onde estiver deve estar muito orgulhoso por essa minha conquista.

À Maria Marques da Silva (in memorian),


minha bisavó, com quem aprendi que devemos ter humildade no coração
e fazermos sempre o bem ao próximo.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade de viver, por todas as pessoas que encontrei nessa vida até hoje, e
por me dá sempre força e esperança para seguir em frente, aprendendo a cada obstáculo que
encontro pelo caminho.

À minha mãe, Deusieme da Costa Leite, pelo amor dedicado e todo esforço que fez para me
educar, me mostrando sempre o melhor caminho para que eu seguisse e me tornasse a pessoa
que sou hoje.

A todos meus familiares, por todo amor, carinho e atenção, e por estarem sempre presentes ao
meu lado em todos os momentos da minha vida.

À Ana Luíza Ferreira, Jurema Araújo, Lisabelle Rodrigues, Lidiane Vieira, Herison Alves,
Hélio Nogueira e Artênio Cabral, que foram mais que colegas de turma, me presenteando com
o nobre sentimento da amizade, e dividiram sempre comigo todas as emoções e momentos
dessa importante etapa da minha vida.

Aos demais amigos que tive oportunidade de conhecer durante a vida acadêmica, em especial,
Kassius Vinissius, Ricardo Bruno, Laércio Marques e Antônio Tomaz, por todas as alegrias
que me proporcionaram e carinho demonstrado.

Às minhas amigas, Lidiane Moreira e Glícia Pinto, por me acompanharem por todos esses
anos, desejarem sempre minha felicidade, e nunca terem deixado de me incentivar a lutar
pelos meus objetivos.

À professora Solange Goularte e ao professor Rafael Batista, pelos conhecimentos repassados


e pela dedicação que tiveram ao me orientarem neste trabalho.

A todos os professores, por todo o aprendizado transmitido, em especial aos professores Paulo
César, Roberto Pordeus, Suedêmio de Lima, Nilson Sathler, Celsemy Maia e Nildo Dias, que
além dos conhecimentos profissionais, dedicaram amizade e me orientaram nas mais diversas
situações.

Às demais pessoas que não foram citadas, mas que em algum momento fizeram parte da
minha vida e deixaram marcas importantes, meus sinceros agradecimentos.
Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu
mergulhei.
Não se preocupe em "entender".
Viver ultrapassa todo o entendimento.

Clarice Lispector
RESUMO

Os resíduos sólidos e semi-sólidos despertam grande preocupação na sociedade moderna.


Entre os estabelecimentos que nos dias atuais geram uma grande quantidade de resíduos
encontram-se as universidades. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo
atualizar e complementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), campus Mossoró-RN. O estudo consistiu em
quantificar e caracterizar os resíduos sólidos classe II gerados na instituição, levantar a
quantidade necessária de recipientes para armazenagem temporária, dimensionar o abrigo dos
referidos resíduos para armazenagem dos recipientes, e o pátio para resíduos compostáveis. A
quantificação e caracterização dos componentes dos resíduos sólidos classe II foram
realizadas através de amostragens e extrapolação dos dados. Com relação à quantidade,
verificou-se que se produz em média 389 kg/dia, ocasionando uma taxa de produção per
capita de 0,086 kg/hab.dia, onde os componentes mais produzidos foram restos de alimentos,
papel, papelão, plástico rígido, plástico maleável, garrafa PET e outros 2. De acordo com o
levantamento do número de recipientes, a instituição deve adquirir 59 e 88 recipientes para
armazenamento temporário e externo, respectivamente. Com relação ao dimensionamento do
abrigo de resíduos sólidos da UFERSA, reaproveitou-se a edificação do setor de suinocultura
desativado, dividindo-o em ambientes de acordo com a destinação final dos componentes
enquadrados nas classes de RECICLÁVEIS, COMPOSTÁVEIS e OUTROS. Verificou-se
ainda que, posteriormente poder-se-á reaproveitar o restante da edificação, cuja utilização não
foi prevista neste estudo, para expandir o abrigo, já que a UFERSA encontra-se em fase de
expansão.

Palavras-chave: Meio ambiente, Resíduos sólidos, UFERSA.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Codificação de alguns resíduos classificados como não perigosos. ....................... 17

Tabela 2 – Municípios com serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo. .......................... 24

Tabela 3 – População da UFERSA, campus Mossoró-RN, no segundo semestre de 2010. .... 28

Tabela 4 – Material utilizado para preparação das amostras de resíduos sólidos classe II
produzidos na UFERSA, campus Mossoró-RN. ...................................................................... 31

Tabela 5 – Quantidade verificada de resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus


Mossoró, na primeira semana de estudo. .................................................................................. 40

Tabela 6 – Quantidade verificada de resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus


Mossoró, na segunda semana de estudo ................................................................................... 40

Tabela 7 – Produção per capita de resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus
Mossoró-RN, na primeira semana de estudo. ........................................................................... 41

Tabela 8 – Produção per capita de resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus
Mossoró-RN, na segunda semana de estudo. ........................................................................... 42

Tabela 9 – Pesagem das quatro amostras de 100 L coletadas por dia para caracterização física
dos resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na primeira
semana de estudo. ..................................................................................................................... 44

Tabela 10 – Pesagem das quatro amostras de 100 L coletadas por dia para caracterização
física dos resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na segunda
semana de estudo. ..................................................................................................................... 45

Tabela 11 – Caracterização física, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos


classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na primeira semana de estudo. ...... 46

Tabela 12 – Caracterização física, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos


classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na segunda semana de estudo. ....... 47

Tabela 13 – Caracterização física referente à média respectiva de cada dia das duas semanas
de estudo, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos classe II(a) coletados na
UFERSA, campus Mossoró-RN. .............................................................................................. 48
Tabela 14 – Extrapolação dos dados referentes às amostras diárias obtidas nos dois estudos
semanais para a produção total diária e semanal dos resíduos sólidos classe II(a) coletados na
UFERSA, campus Mossoró-RN. .............................................................................................. 49

Tabela 15 – Estimativa do volume médio diário de cada constituinte, em m3, dos resíduos
sólidos classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN. ........................................... 50

Tabela 16 – Composição gravimétrica referente à média respectiva de cada dia das duas
semanas de estudo dos resíduos sólidos classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-
RN............................................................................................................................................. 51

Tabela 17 – Quantidade necessária de recipientes de 200 L para armazenagem temporária dos


resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, Campus Oeste, Mossoró-RN. ................. 53

Tabela 18 – Quantidade necessária de recipientes de 200 L para armazenagem temporária dos


resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, Campus Leste, Mossoró-RN. .................. 54

Tabela 19 – Quantidade necessária total de recipientes de 200 L para armazenagem


temporária dos resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus Mossoró-RN. .... 55

Tabela 20 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para disposição no
aterro sanitário municipal. ........................................................................................................ 56

Tabela 21 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para reciclagem. .... 56

Tabela 22 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para compostagem.... .
.................................................................................................................................................. 57

Tabela 23 – Estimativa do número necessário de tambores (200 L) para armazenamento no


Abrigo de Resíduos dos resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN,
até a coleta externa. .................................................................................................................. 58

Tabela 24 – Estimativa da área necessária do Abrigo de Resíduos para disposição dos


tambores(c) utilizados para armazenamento dos resíduos sólidos classe II gerados na
UFERSA, campus Mossoró-RN, até a coleta externa. ............................................................. 58

Tabela 25 – Área necessária e área sugerida para os ambientes de RECICLÁVEIS, OUTROS


e COMPOSTÁVEIS do Abrigo de Resíduos Sólidos classe II gerados na UFERSA, campus
Mossoró-RN. ............................................................................................................................ 62
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da UFERSA, campus Mossoró-RN. ................................................... 27

Figura 2 – Pesagem do veículo utilizado para coleta dos resíduos sólidos classe II na
UFERSA, campus Mossoró-RN, utilizando a balança rodoviária localizada ao lado do
Laboratório de Sementes, 01/09/2010. ..................................................................................... 30

Figura 3 – Fotografia dos resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA sendo descarregados
para caracterização física, no local definido coberto por lona, após pesagem na balança
rodoviária. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010. ............................................................................................................................... 32

Figura 4 – Fotografia do processo de rompimento dos receptáculos para homogeneização dos


resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA. Setor de suinocultura desativado – Campus
Leste da UFERSA, Mossoró, 31/08/2010. ............................................................................... 32

Figura 5 – Fotografia do processo de homogeneização dos resíduos sólidos classe II gerados


na UFERSA. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010. ............................................................................................................................... 33

Figura 6 – Fotografias de alguns dos materiais separados de acordo com as classes


determinadas. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010. ............................................................................................................................... 33

Figura 7 – Recipiente (tambor) com capacidade para 200 L, utilizado para armazenamento
temporário dos resíduos sólidos classe II, colocados na área externa das edificações da
instituição. ................................................................................................................................ 36

Figura 8 – Setor de Suinocultura desativado. Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,


31/08/2010. ............................................................................................................................... 37

Figura 9 – Composição gravimétrica (porcentagem em relação ao peso total) referente à


média respectiva de cada dia das duas semanas de estudo dos resíduos sólidos classe II(a)
coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN. ......................................................................... 57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Insdustrial

NBR – Norma Brasileira

PET – Politereftalato de Etileno

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

PROGRAD – Pró-Reitoria de Graduação

PRORH – Pró-Reitoria de Recursos Humanos

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 15


2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................................................... 15
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................. 15
2.2.1 Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem ................................................... 16
2.2.2 Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade....................................... 16
2.2.3 Classificação dos resíduos de serviços de saúde de acordo com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA) ........................................................................................ 18
2.3 ASPECTOS LEGAIS RELACIONADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS ......................... 19
2.4 ARMAZENAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS........................... 21
2.5 DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS ........ 23
2.6 PRODUÇÃO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................... 23
2.7 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS UNIVERSIDADES ...................................... 24

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 27
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 27
3.2 PERÍODO DE ESTUDO .................................................................................................... 28
3.3 PROCEDIMENTO PARA QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS
NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN .............................................................................. 29
3.3.1 Procedimento usado para estimativa da produção per capita de resíduos sólidos
classe II gerados na UFERSA ................................................................................................ 30
3.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA,
CAMPUS MOSSORÓ-RN ...................................................................................................... 30
3.4.1 Material utilizado para preparação das amostras...................................................... 31
3.4.2 Procedimento utilizado para preparação das amostras ............................................. 31
3.4.3 Caracterização por classes de materiais (tipos de componentes) .............................. 34
3.5 LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE NECESSÁRIA DE RECIPIENTES DE
ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA,
CAMPUS MOSSORÓ-RN ...................................................................................................... 35
3.6 PROCEDIMENTO PARA DIMENSIONAMENTO DO ABRIGO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN......................................... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 40
4.1 RESULTADOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN .......................................................... 40
4.1.1 Resultados observados da produção per capita de resíduos sólidos classe II gerados
na UFERSA ............................................................................................................................ 41
4.2 RESULTADOS OBTIDOS DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN......................................... 43
4.2.1 Resultados obtidos com a preparação das amostras .................................................. 43
4.2.2 Resultados obtidos com relação à avaliação da produção média de cada
componente ............................................................................................................................ 46
4.2.3 Resultados obtidos com relação à avaliação da massa específica aparente e
estimativa do volume médio de cada componente ............................................................... 49
4.2.4 Resultados obtidos com relação à avaliação da composição gravimétrica .............. 50
4.3 RESULTADOS RELACIONADOS AO LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE
NECESSÁRIA DE RECIPIENTES DE ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN .................... 52
4.4 RESULTADOS REFERENTES AO DIMENSIONAMENTO DO ABRIGO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN .................... 55
4.4.1 Elaboração da planta baixa do Abrigo de Resíduos da UFERSA, campus Mossoró-
RN, com sugestões de adequação .......................................................................................... 59

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 64

APÊNDICE ............................................................................................................................. 67
13

1 INTRODUÇÃO

Com o crescimento da população, vem-se aumentando o consumo dos recursos


naturais, acarretando com isso, a depreciação cada vez mais acelerada desses bens,
transformando-os em resíduos. Estes resíduos, sejam sólidos, líquidos, ou gasosos, são
produtos resultantes dos diversos processos socioeconômicos e das múltiplas atividades
realizadas pelo homem, sendo gerados de forma inevitável.
Atualmente, os resíduos sólidos e semi-sólidos despertam grande preocupação na
sociedade moderna, se apresentando em grandes quantidades, e que, ao serem jogados no
meio ambiente, sem tratamento e disposição adequada, causam sérios problemas, tais como a
geração de maus odores; poluição visual, do solo, hídrica e atmosférica; e a proliferação de
vetores (insetos e roedores) responsáveis pela transmissão de doenças ao ser humano.
Do ponto de vista socioeconômico, os resíduos sólidos também causam impactos
negativos devido ao consumo de recursos naturais de forma exagerada; a necessidade de
armazenar, tratar e dispor no ambiente de forma controlada, visando minimizar os impactos
negativos e degradação deste; além da adoção de medidas de prevenção e combate a doenças
que podem afetar diretamente o homem.
Os resíduos sólidos, quando tratados e dispostos de forma planejada e controlada
podem ser utilizados em outras atividades, como: matéria-prima para a construção civil;
fabricação de produtos reciclados ou ainda, nas atividades agrícolas, como composição da
matéria orgânica dos adubos. Neste sentido, torna-se necessária a adoção de políticas de
gerenciamento dos resíduos sólidos, proporcionando com isso, um adequado tratamento e
destinação final de acordo com a classificação dos mesmos, minimizando com esses tipos de
medidas, a ocorrência de impactos negativos tanto ao meio ambiente como ao próprio ser
humano.
Entre os diversos tipos de estabelecimentos que nos dias atuais geram uma grande
quantidade de resíduos encontram-se as universidades, devido ao fato da grande concentração
de pessoas em constante circulação, realizando as mais diversas atividades. No ambiente das
universidades, dependendo das áreas de atuação em ensino, pesquisa e extensão, os resíduos
sólidos podem incluir tanto os resíduos do tipo doméstico como também, entulho de obras,
resíduos de serviços de saúde, restos de poda, aparelhos e eletrodomésticos, pilhas e baterias,
lâmpadas fluorescentes, resíduos de atividades agrícolas (embalagens de fertilizantes e de
14

defensivos agrícolas, rações, restos de colheitas, sementes e outros) e resíduos perigosos


derivados de atividades laboratoriais.
Sendo as universidades, instituições que visam à formação do indivíduo consciente das
suas obrigações de cidadão, torna-se fundamental a implantação de programas de
conscientização da preservação ambiental dentro do próprio planejamento de ensino e
pesquisa.
Algumas universidades, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a
Universidade Federal de Viçosa (UFV), já apresentam na sua gestão administrativa planos de
gerenciamento de resíduos sólidos, os quais estabelecem normas e diretrizes, objetivando a
diminuição da produção desses resíduos, como também a caracterização e disposição final dos
mesmos.
Atualmente, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), campus
Mossoró-RN, encontra-se em fase de ajustes e implantação de seu Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS da UFERSA - Mossoró).
Neste contexto, entende-se que o presente trabalho é de grande importância para
atualização e complementação do PGRS da UFERSA - Mossoró, considerando que o mesmo
tem como objetivo principal, dimensionar o sistema para recebimento, armazenamento e
tratamento adequado dos resíduos sólidos classe II produzidos nesta instituição, além de
quantificá-los e avaliar sua composição física.
15

2 REVISÃO DE LITERATURA

A seguir são apresentadas informações específicas sobre resíduos sólidos, incluindo


definição, classificação, aspectos legais pertinentes ao tema, armazenagem e tratamento,
disposição e seus impactos ambientais, produção nacional e gestão de resíduos sólidos em
universidades.
Vale ressaltar que em publicações sobre resíduos sólidos, em geral, os termos “lixo” e
“resíduos sólidos” são utilizados indistintamente (MONTEIRO et al., 2001, p.25). Desta
forma, na revisão da literatura deste trabalho, procurar-se-á apresentar os termos conforme
apresentado pelo autor das publicações consultadas.

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com a NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT,


2004, p. 1), que dispõe sobre resíduos sólidos, estes são definidos como:

Resíduos encontrados nos estados sólidos e semi-sólidos, os quais resultam de


atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de
serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes dos
sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo de água, ou exijam
para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 1)

Assim, segundo esta norma, são considerados resíduos sólidos não apenas material no
estado sólido. São classificados como tal, certos resíduos no estado semi-sólido e até mesmo
no estado líquido.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Para um correto tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, torna-se necessária
a caracterização desses resíduos, tomando como base critérios pré-estabelecidos pela
legislação ambiental. A seguir, são apresentadas as classes de resíduos em relação à origem e
16

à periculosidade, além da classificação específica para resíduos de serviços de saúde de


acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

2.2.1 Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem

Para Monteiro et al. (2001, p. 26) “a origem é o principal elemento para a


caracterização dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem
ser agrupados em cinco classes, a saber”:

a) Lixo doméstico ou residencial;

b) Lixo comercial;

c) Lixo público;

d) Lixo domiciliar especial:

- Entulho de obras;
- Pilhas e baterias;
- Lâmpadas fluorescentes;
- Pneus.
e) Lixo de fontes especiais:
- Lixo industrial;
- Lixo radioativo;
- Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários;
- Lixo agrícola;
- Resíduos de serviços de saúde.

2.2.2 Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade

No que diz respeito à classificação dos resíduos sólidos quando a periculosidade que
estes apresentam, a NBR 10.004 (ABNT, 2004, p. 3) os classifica da seguinte forma:

a) Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam características de inflamabilidade,


corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade e que apresentam periculosidade
em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas. Podem
17

apresentar: risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou


acentuando seus índices; risco ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de
forma inadequada.

b) Resíduos Classe II – Não Perigosos: entre os resíduos desta classe estão os listados na
Tabela 1.

Resíduos Classe IIA – Não Inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações de
resíduos classe I – Perigosos ou de resíduos classe IIB – Inertes, nos termos da norma
citada. Os resíduos classe IIA – Não Inertes podem ter propriedades tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos Classe IIB – Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma
representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato dinâmico e
estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente conforme a ABNT
NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,
dureza e sabor, conforme o Anexo G da NBR 10.004.

Tabela 1 – Codificação de alguns resíduos classificados como não perigosos.


Código de Identificação Descrição do Resíduo
A001 Resíduo de restaurante (restos de alimentos)
A004 Sucata de metais ferrosos
A005 Sucata de metais não ferrosos (latão etc.)
A006 Resíduo de papel e papelão
A007 Resíduo de plástico polimerizado
A008 Resíduo de borracha
A009 Resíduo de madeira
A010 Resíduo de materiais têxteis
A011 Resíduo de materiais não metálicos
A016 Areia de fundição
A024 Bagaço de cana
A099 Outros resíduos não perigosos
Nota: Excluídos aqueles contaminados por substâncias constantes nos Anexos C, D ou E, e
que apresentem características de periculosidade.
Fonte: Adaptado pela pesquisadora (ABNT, 2004, p. 71).
18

2.2.3 Classificação dos resíduos de serviços de saúde de acordo com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária, RDC-ANVISA, no 306/2004 (BRASIL, 2004), os resíduos de serviços de saúde são
classificados em:

a) Grupo A: resíduos com possível presença de agentes biológicos que, por suas
características podem apresentar risco de infecção. Tais resíduos estão subdivididos em 5
subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5).

b) Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.

c) Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham


radionuclídeos em quantidade superiores aos limites de isenção especificados nas normas
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é
imprópria ou não prevista.

d) Grupo D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Para os resíduos do
Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos
recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando códigos de cores e suas
correspondentes nomeações baseados na Resolução do CONAMA no 275/2001, e símbolos
do tipo de material reciclável:

I – azul – PAPÉIS
II – amarelo – METAIS
III – verde – VIDROS
IV – vermelho – PLÁSTICOS
V – marrom – RESÍDUOS ORGÂNICOS
e) Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas
de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de
Petri) e outros similares.
19

2.3 ASPECTOS LEGAIS RELACIONADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Com relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, a lei correspondente foi


sancionada dia 2 de agosto de 2010, Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), a qual institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências.
De acordo com o Art. 4º da referida lei, a Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne
o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo
Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal,
Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente
adequado dos resíduos sólidos.
Alguns estados já possuem suas políticas estaduais de resíduos sólidos como
(CUPERTINO, 2008, p. 4):
- Goiás - Lei nº 14.248/2002;
- Rio de Janeiro – Lei nº 4.191/2003;
- Pernambuco – Lei nº 12.008/2001;
- Santa Catarina – Lei nº 13.557/2003;
- Ceará – Lei nº 13.103/2001;
- Mato Grosso – Lei nº 7.862/2002;
- São Paulo – Lei nº 12.300/2006;
Outros Estados encontram-se em vias de implementação.
Quanto à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, ressalte-se que o
Art. 2º da lei nº 12.305/2010 especifica quais geradores estão sujeitos à referida elaboração,
quais sejam:
I - os geradores dos seguintes resíduos sólidos: (a) resíduos dos serviços públicos de
saneamento básico (os gerados nessas atividades), excetuados os resíduos domiciliares
(originários de atividades domésticas em residências urbanas) e os resíduos de limpeza urbana
(originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza
urbana); (b) resíduos industriais (gerados nos processos produtivos e instalações industriais);
(c) resíduos de serviços de saúde (gerados nos serviços de saúde, conforme definido em
regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio
Ambiente-SISNAMA e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária-SNVS) e (d) resíduos de
mineração (gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios).
II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
20

a) gerem resíduos perigosos;


b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza,
composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
municipal;
III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas
pelos órgãos do SISNAMA;
IV - os responsáveis pelos terminais e instalações que gerem resíduos de serviços de
transportes (originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
ferroviários e passagens de fronteira) e, nos termos do regulamento ou de normas
estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;
V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do
SISNAMA, do SNVS ou do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária-
SUASA.
Entre as normas brasileiras que tratam dos resíduos sólidos, as mais importantes são:
 NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação. Esta Norma classifica os resíduos
sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e as saúde publica, para que sejam
gerenciados adequadamente. Está vinculada à NBR 10.005 – Lixiviação de resíduos, à NBR
10.006 – Solubilização de resíduos, e a NBR 10.007 – Amostra de resíduos;
 NBR 10.005 – Lixiviação de resíduos – Procedimento. Esta norma fixa os requisitos
exigíveis para a obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos, visando diferenciar os
resíduos classificados como perigosos e não perigosos (inerte e não inerte);
 NBR 10.006 – Solubilização de resíduos – Procedimento. Esta norma fixa os
requisitos exigíveis para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, visando
diferenciar os resíduos classificados como inertes e não inertes;
 NBR 10.007 – Amostra de resíduos – Procedimento. Esta norma tem por objetivo
fixar as condições exigíveis para amostragem, preservação e estocagem de amostras de
resíduos sólidos. Estabelece, também, procedimentos específicos para coleta de amostras
representativas em tambores, caminhões-tanque, receptáculos contendo pó ou resíduos
granulados, lagoas de resíduos, leitos de secagem, lagoas de evaporação secas, lagoas secas e
solos contaminados, montes ou pilhas de resíduos e tanques de estocagem. Em todos esses
tipos de acondicionamento de resíduos, o coletor deve possuir equipamentos de proteção
individual adequados.
21

No que diz respeito às formas de armazenamento, transporte e disposição dos resíduos


sólidos, as seguintes normas e resoluções devem ser levadas em consideração:
 NBR 11.174 – Armazenamento de Resíduos;
 NBR 11.174 - Armazenamento de Resíduos Classe II - Não Inertes e III - Inertes
(Antiga NB-1.264);
 NBR 13.221 - Transporte de Resíduos;
 NBR 7.500 - Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenagem de
Materiais – Simbologia;
 Resolução CONAMA nº 308/2002 – Dispõe sobre o Licenciamento Ambiental de
sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno
porte.
A Resolução do CONAMA no 275/2001, mencionada pela RDC-ANVISA no
306/2004, estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a
coleta seletiva, qual seja (BRASIL, 2001):
- AZUL: papel/papelão;
- VERMELHO: plástico;
- VERDE: vidro;
- AMARELO: metal;
- PRETO: madeira;
- LARANJA: resíduos perigosos;
- BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
- ROXO: resíduos radioativos;
- MARROM: resíduos orgânicos;
- CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de
separação.

2.4 ARMAZENAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos podem ser armazenados de duas maneiras: armazenamento


temporário e armazenamento externo.
22

Armazenamento temporário, segundo a RDC no306/2004 da ANVISA (BRASIL,


2004, p. 5):

Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já


acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta
dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o
ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito
armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo
obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento (BRASIL,
2004, p. 5).

Já no que diz respeito ao armazenamento externo, encontram-se os Abrigos de


Resíduos, que, de acordo com a mesma resolução, RDC no306/2004 da ANVISA (BRASIL,
2004), é a nomenclatura técnica utilizada para se referir à unidade de armazenamento externo.
Esta consiste:

(...) na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa,
em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. No
armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de resíduos fora
dos recipientes ali estacionados (BRASIL, 2004, p. 6).

Além dos tipos de armazenamentos citados anteriormente, o tipo de tratamento


empregado aos resíduos sólidos é um fator de grande importância para que esse seja menos
impactante ao meio ambiente.
Para a RDC no306/2004 da ANVISA (BRASIL, 2004, p. 6), tratamento:

Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as


características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O
tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro
estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o
transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento (BRASIL, 2004,
p. 6).

Entre as formas de tratamento está a compostagem, a qual será empregada no PGRS


da UFERSA, campus Mossoró/RN, está a compostagem, que, segundo Matos (2006, p. 90):

É o processo por meio do qual se obtém a decomposição biológica controlada de


resíduos orgânicos transformando-os em material parcialmente humificado. Para
obtenção de sucesso e maior rapidez na compostagem, torna-se necessária a mistura
de materiais de baixa relação C/N (carbono/nitrogênio) com os de alta relação C/N.
O processo de compostagem ocorre em duas fases distintas. (...) Na primeira,
ocorrem reações bioquímicas de oxidação mais intensas, predominantemente
termofílicas (permanecendo a temperatura do material em compostagem na faixa de
40 a 65°C). Na segunda, ou fase de maturação, ocorre o processo de humificação.
23

2.5 DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

Para Monteiro et al. (2001, p. 3):

O problema da disposição final assume uma magnitude alarmante. Considerando


apenas os resíduos urbanos e públicos, o que se percebe é uma ação generalizada das
administrações públicas locais ao longo dos anos em apenas afastar das zonas
urbanas o lixo coletado, depositando-o por vezes em locais absolutamente
inadequados, como encostas florestadas, manguezais, rios, baías e vales. Mais de
80% dos municípios vazam seus resíduos em locais a céu aberto, em cursos d'água
ou em áreas ambientalmente protegidas, a maioria com a presença de catadores –
entre eles crianças –, denunciando os problemas sociais que a má gestão do lixo
acarreta.

Segundo Braga et al. (2005, p. 148):

Lançados em qualquer lugar ou inadequadamente tratados ou dispostos, os resíduos


sólidos são uma fonte dificilmente igualável de proliferação de insetos e roedores,
com os consequentes riscos para a saúde pública que daí derivam, além de ser causa
também de incômodos estéticos e de mau cheiro.

Com relação aos impactos causados pela disposição final de resíduos sólidos no solo,
os principais riscos estão relacionados com a salinização e a contaminação, tanto do solo
quanto de plantas, disseminação de metais pesados, além da contaminação do ser humano e
de animais com agentes patogênicos presentes nestes resíduos (MATOS, 2006, p. 67).
O autor citado afirma ainda que:

(...) caso não haja controle do escoamento superficial de águas pluviais ou da


irrigação, poderá causar poluição das águas superficiais e, no caso de solos de alta
permeabilidade, de águas subterrâneas (MATOS, 2006, p. 67).

2.6 PRODUÇÃO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Com base nos resultados obtidos da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico


(PNSB), realizada em 2000, e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2002), pode-se verificar que eram produzidos no Brasil cerca de 125.281 toneladas de
lixo ao dia, incluindo o lixo domiciliar e comercial, sendo que 47,1% deste total era destinado
a aterros sanitários , 22,3 % a aterros controlados e apenas 30,5 % a lixões. Mostrando que
mais de 69 % de todo o lixo coletado no Brasil estaria tendo um destino final adequado, em
aterros sanitários e/ou controlados. Porém, levando em consideração o número de municípios,
24

o resultado não é tão favorável, onde 63,6 % utilizavam lixões e 32,2 %, aterros adequados
(13,8 % sanitários, 18,4 % aterros controlados), sendo que 5% não informou para onde vão
seus resíduos. Após dez anos da realização da pesquisa, conclui-se que ocorreu um aumento
significativo na produção de resíduos sólidos, fato decorrente do aumento populacional e do
maior consumo de embalagens e produtos descartáveis.
A pesquisa verificou ainda uma estimativa da quantidade de resíduos sólidos coletados
diariamente, onde, nas cidades com um número de até 200 mil habitantes, são recolhidos entre
450 a 700 gramas por habitante; e nas cidades com um número de habitantes maior que 200
mil, são recolhidos entre 800 e 1.200 gramas de resíduos por habitante, sendo coletadas no
total de 125.281 toneladas de lixo domiciliar por dia em todos os municípios do país.
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB/2000) determinou ainda a
quantidade de domicílios que são atendidos com o serviço de limpeza urbana e coleta de lixo,
como verifica-se na Tabela 2. Do total de municípios brasileiros, somente 1.814 (33,13%)
possuem 100% de resíduos coletados. Já no Nordeste, esse número cai para 345 (19,5%) dos
municípios com aproveitamento de 100% na coleta. E por último, no Estado do Rio Grande
do Norte, esse número corresponde a 95 municípios (57,57%) com 100% dos resíduos
coletados.

Tabela 2 – Municípios com serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo.


Municípios com serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo
Total Percentual de domicílios com lixo coletado(%)
Até 50 50 a 70 70 a 80 80 a 90 90 a 99 100 Sem declaração e
não sabe

Brasil 5.475 489 728 771 954 525 1.814 194


Nordeste 1.769 241 357 329 306 131 345 60
RN 165 - 3 19 30 18 95 -
Fonte: Adaptado pela pesquisadora (PNSB apud IBGE, 2000).

2.7 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS UNIVERSIDADES

No que diz respeito à gestão de resíduos sólidos nas universidades, percebe-se que são
poucas as instituições de ensino superior que apresentam um plano de gestão e gerenciamento
em prática, onde muitas destas encontram-se ainda em fase de elaboração e/ou
implementação.
25

Isto se deve ao fato de que:

As universidades brasileiras, ainda encontram inúmeros obstáculos para incorporar a


dimensão ambiental à formação de recursos humanos devido a vários fatores, como:
abordagem da questão ambiental de forma setorial e multidisciplinar, estudos de
caráter técnico em detrimento dos aspectos epistemológicos e metodológicos
(RODRIGUES et al., 2007).

Furiam e Gunther (2006, p. 7) afirmaram que os resíduos sólidos gerados em


ambientes universitários englobam, além daqueles classificados com resíduos sólidos
urbanos, alguns resíduos classificados como industriais e como resíduos de serviços de saúde.

Considerando que a escola deve ser um exemplo de Instituição que adota um


comportamento ambientalmente responsável com atitudes voltadas para o
desenvolvimento sustentável, surge a necessidade de se definir um destino final eficaz
e economicamente viável para esses resíduos, que pode consistir na venda de
materiais recicláveis, reaproveitamento e reciclagem de parte dos resíduos na própria
escola e disposição adequada do refugo (VITORINO et al., 2005. p. 2).

Entre as universidade que apresentam nos dias atuais planos de gestão e


gerenciamento de resíduos sólidos, pode-se citar a Universidade Federal de Viçosa (UFV), e a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No campus da UFV, a coleta seletiva ocorre da seguinte forma:

(...) os materiais, potencialmente recicláveis, são separados seletivamente do restante


dos resíduos sólidos pelos funcionários de limpeza de cada setor/prédio da UFV,
colaboradores do Projeto Reciclar/ASBEN. (...) A coleta seletiva ocorre com
frequência diária em todo o campus a partir das 8:00h da manhã, com o uso de um
caminhão basculante. Os resíduos orgânicos são coletados diariamente, no turno da
tarde, e destinados à Usina de Triagem da UFV/Prefeitura de Viçosa. (...) O papel é
separado em papel branco, colorido, misto, jornal e papelão. Os materiais plásticos
em PET, plástico rígido, plástico filme, sacolas plásticas e copos descartáveis. Os
metais em alumínio e metais ferrosos. Os vidros são separados pela cor branca e
verde. Os papéis e papelão, os plásticos e os metais são prensados e estocados para
posterior venda e comercialização. Os recursos obtidos com a comercialização dos
materiais reciclados são destinados à Associação Beneficente de Auxílio a
Estudantes e Funcionários da UFV, ASBEN. Lâmpadas, baterias e pilhas são
coletadas também de forma seletiva no campus da UFV, existindo coletores
especiais para a destinação desses resíduos especiais, que são levados ao galpão do
Projeto Reciclar/ASBEN e, posteriormente, destinados ao aterro municipal de
Viçosa (PUSCHMANN et al, 2004, p. 3)

Na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, a Pró-Reitoria de Administração


preocupada com a questão do lixo gerado nas suas dependências desenvolveu, em 1996, um
26

Programa de Administração e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos da UFMG (CINTRA et


al., 1997, p. 2).
Para a implantação de um plano de gestão de resíduos sólidos, são necessárias algumas
atividades como:

(...) a quantificação e a caracterização do lixo gerado nos diferentes setores da escola.


Em seguida, deve ser promovido o envolvimento da comunidade escolar na definição
e implantação do plano de gerenciamento dos resíduos. A educação ambiental surge
como importante instrumento para o desenvolvimento do projeto, com a realização de
atividades que promovam a divulgação do plano e sensibilizem os diversos setores
envolvidos no processo para a importância da redução, reutilização e reciclagem do
lixo gerado na instituição (VITORINO et al., 2005. p. 2).
27

3 METODOLOGIA

A seguir são apresentadas informações relativas às características da área estudada; ao


período do estudo; ao procedimento utilizado para quantificação e caracterização de resíduos
sólidos gerados na instituição; ao levantamento da quantidade necessária de recipientes de
armazenagem temporária e ao dimensionamento do abrigo dos referidos resíduos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi realizado na Universidade Federal Rural do Semi-Árido –


UFERSA, localizada na BR 110 – km 47, Bairro Presidente Costa e Silva, CEP 59.625-900,
no município de Mossoró-RN, e cujas coordenadas geográficas são 5º 02’ S, 37º 20’ W,
altitude de 18 m.

Biblioteca

Setor de
Suinocultura

Reitoria

Fonte: Google Maps. Disponível em: < http://maps.google.com.br/maps>. Acesso em: 15 nov. 2010.
Figura 1 – Localização da UFERSA, campus Mossoró-RN.
28

A UFERSA, campus Mossoró, oferece hoje 16 cursos de graduação (Administração,


Agronomia, Biotecnologia, Ciência e Tecnologia, Ciências Contábeis, Ciências da
Computação, Direito, Ecologia, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia de Energia,
Engenharia de Pesca, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Licenciaturas,
Medicina Veterinária e Zootecnia), e 6 cursos de Pós-Graduação (Fitotecnia, Ciência do Solo,
Ciência Animal, Produção Animal, Irrigação e Drenagem, e Ciência da Computação).
De acordo com dados obtidos junto a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) e Pró-
Reitoria de Recursos Humanos (PRORH), a instituição conta no presente semestre, 2010.2,
com a seguinte população apresentada na Tabela 3.

Tabela 3 – População da UFERSA, campus Mossoró-RN, no segundo semestre de 2010.


Classes/Setores Número de pessoas
Professores Efetivos 257
Professores Substitutos 21
Técnicos Administrativos 246
Alunos de graduação 3610
Alunos de pós-graduação 250
Trabalhadores de empresa terceirizada 87
Caixa Econômica Federal 12
Restaurante Universitário 8
Lanchonete (duas unidades) 10
Fotocopiadora (três unidades) 12
Total 4513
Fonte: Adaptado dos dados referentes à população da UFERSA obtidos junto a Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD) e informações disponíveis na página da internet da Pró-Reitoria de Recursos Humanos (PRORH).

3.2 PERÍODO DE ESTUDO

As atividades de campo foram desenvolvidas no segundo semestre de 2010. Foram


realizadas duas amostragens semanais dos resíduos sólidos classe II gerados na universidade
durante o período letivo de aulas, sendo estas realizadas nos seguintes dias:
a) Primeira amostragem:
- Terça-feira, 31/08;
- Quarta-feira, 01/09;
- Quinta-feira, 02/09;
- Sexta-feira, 03/09;
- Segunda-feira, 13/09.
29

b) Segunda amostragem:
- Segunda-feira, 20/09;
- Terça-feira, 21/09;
- Quarta-feira, 22/09;
- Quinta-feira, 23/09;
- Sexta-feira, 24/09.
Cada amostragem semanal foi programada para execução em dias consecutivos de
uma semana. A primeira foi planejada para 30/08 a 03/09 e a segunda, para 20/09 a 24/09.
Contudo, na primeira amostragem, devido à indisponibilidade de material necessário
para as atividades, a amostra referente à segunda-feira, dia 30/08, foi transferida para a
próxima segunda-feira regular em relação às atividades acadêmicas, ou seja, dia 13/09. Tal
amostragem não foi realizada na segunda-feira referente à 06/09 por ter sido véspera do
feriado de 07/09. Assim, avaliou-se que haveria uma produção atípica de resíduos sólidos,
considerando que a proposta do presente trabalho é avaliar a produção de resíduos sólidos na
UFERSA em período regular de aulas.

3.3 PROCEDIMENTO PARA QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

Durante o período de estudo, foi verificada diariamente a produção de resíduos sólidos


gerados na universidade pela pesagem dos mesmos. Em cada um dos dias de estudo, após
toda a coleta em veículo da própria universidade, o mesmo foi pesado na balança rodoviária
(ver Figura 2), localizada ao lado do Laboratório de Sementes.
A referida balança rodoviária tem as seguintes características: fabricada por Filizola
Fairbanks Mosse Balanças S/A, modelo 3117004 e capacidade máxima para 29.995 kg.
Anualmente, a referida balança passa por processo de calibração pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), fato que já ocorreu no
presento ano.
30

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 2 – Pesagem do veículo utilizado para coleta dos resíduos sólidos classe II na
UFERSA, campus Mossoró-RN, utilizando a balança rodoviária localizada ao lado do
Laboratório de Sementes, 01/09/2010.

3.3.1 Procedimento usado para estimativa da produção per capita de resíduos sólidos
classe II gerados na UFERSA

A partir da quantificação total diária média dos resíduos sólidos classe II gerados na
UFERSA, e dos dados da população da instituição, foi possível estimar a produção per capita
dos mesmos. Os dados referentes à população da UFERSA foram obtidos junto a Pró-Reitoria
de Graduação (PROGRAD) e informações disponíveis na página da internet da Pró-Reitoria
de Recursos Humanos (PRORH): http://www2.ufersa.edu.br/portal/proreitorias/prorh/1024,
conforme verificada na Tabela 3.

3.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA


UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

A seguir são descritos o material e o procedimento utilizados para a preparação das


amostras.
31

3.4.1 Material utilizado para preparação das amostras

O material utilizado para preparação das amostras é apresentado na Tabela 4 e foi


definido com base em Consoni et al. (2000, p.33).

Tabela 4 – Material utilizado para preparação das amostras de resíduos sólidos classe II
produzidos na UFERSA, campus Mossoró-RN.
Objetivo do uso Descrição do material
Luvas de borracha
Proteção dos trabalhadores Material de segurança
com forro de algodão
Rompimento dos receptáculos;
Enxada
separação e revolvimento do material;
Ferramentas
formação de pilhas e coleta de

amostras
Cobertura do pátio onde os resíduos
Lonas de aproximadamente (5 x 5)m
foram descarregados
Pesagem Balança com capacidade de 25 kg
Coleta de amostras Tambores com capacidade de 100 L
Separação dos resíduos em 18 classes Recipientes com capacidade de 100 L
Fonte: Adaptado pela pesquisadora (CONSONI et al.,2000, p.33).

3.4.2 Procedimento utilizado para preparação das amostras

O procedimento para preparação de amostras visando análise da composição física dos


resíduos sólidos da UFERSA foi definido a partir das recomendações apresentadas em
Consoni et al. (2000, p.34-35), e ilustrado nas Figuras 3, 4, 5 e 6. O procedimento consistiu
em:
a) Descarregar o veículo de coleta e transporte, após pesagem na balança rodoviária, no local
previamente definido, coberto com lona, na área do setor de suinocultura, atualmente
desativado;
b) Romper os receptáculos (sacos plásticos, caixas, etc);
c) Homogeneizar o máximo possível;
d) Retornar para o monte os materiais rolados (latas, vidros, etc);
e) Coletar quatro amostras de 100 L cada (utilizando tambores), três na base e laterais, e uma
no topo da pilha;
f) Pesar os resíduos coletados nas quatro amostras;
32

g) Dispor os resíduos coletados sobre uma lona. Este material constitui a amostra a ser
utilizada para a análise da composição física dos resíduos;
h) Separar os materiais da amostra nas classes indicadas no item 3.4.3, utilizando tambores
devidamente identificados, para cada classe;
i) Pesar cada classe de resíduos, previamente separada.

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 3 – Fotografia dos resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA sendo descarregados
para caracterização física, no local definido coberto por lona, após pesagem na balança
rodoviária. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010.

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 4 – Fotografia do processo de rompimento dos receptáculos para homogeneização dos
resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA. Setor de suinocultura desativado – Campus
Leste da UFERSA, Mossoró, 31/08/2010.
33

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 5 – Fotografia do processo de homogeneização dos resíduos sólidos classe II gerados
na UFERSA. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010.

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 6 – Fotografias de alguns dos materiais separados de acordo com as classes
determinadas. Setor de suinocultura desativado – Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010.
34

Para a pesagem das amostras e dos componentes foi utilizada uma balança manual,
tipo vara de ferro, com capacidade para 25 kg e precisão de 100 g.
O cálculo para obtenção do volume de resíduos sólidos gerados foi baseado na
quantidade produzida, em peso, e na massa específica aparente dos mesmos, de acordo com a
seguinte fórmula:

V = P/ρ (1)

Onde:
V – volume de resíduos sólidos (m³);
P – peso da quantidade de resíduos sólidos produzidos (kg) e
ρ – massa específica aparente dos resíduos sólidos (kg/m³).

3.4.3 Caracterização por classes de materiais (tipos de componentes)

Após a coleta das quatro amostras de 100 L cada, e pesagem das mesmas, estas foram
dispostas sobre uma lona, de onde foi realizada a separação e caracterização dos materiais de
acordo com suas propriedades físicas, sua origem e destinação final adequada. Foram
determinadas as seguintes classes:
- Borracha;
- Couro;
- Madeira;
- Restos de alimentos;
- Metais ferrosos;
- Metais não-ferrosos;
- Papel;
- Papelão;
- Plástico rígido (incluindo copos descartáveis);
- Plástico maleável;
- Garrafa PET;
- Trapos;
- Vidro;
- Ossos;
35

- Outros 1;
- Outros 2;
- Cerâmica;
- Material potencialmente perigoso.
A classe referida como Outros 1 englobou os resíduos de isopor e embalagens
revestidas interiormente com papel laminado, como caixas de suco e pacotes de biscoitos. Já a
classe denominada Outros 2 foi utilizada para agrupar os resíduos referentes a mistura de
pedaços relativamente pequenos de restos de alimentos (principalmente), plástico maleável,
papel e papel higiênico.

3.5 LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE NECESSÁRIA DE RECIPIENTES DE


ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA,
CAMPUS MOSSORÓ-RN

Realizada a quantificação e caracterização dos resíduos sólidos classe II gerados na


UFERSA, campus Mossoró, levantou-se o número de recipientes, com capacidade para 200
L, necessários para armazenar temporariamente (armazenagem temporária prévia à coleta
diária que encaminha esses recipientes para o abrigo) os resíduos de cada edificação da
UFERSA. Um destes recipientes é mostrado na Figura 07.
36

Fonte: PGRS (UFERSA, 2009, p. 49).


Figura 7 – Recipiente (tambor) com capacidade para 200
L, utilizado para armazenamento temporário dos resíduos
sólidos classe II, colocados na área externa das
edificações da instituição.

Estes recipientes foram quantificados e divididos em três tipos: recipientes para


RECICLÁVEIS, COMPOSTÁVEIS e OUTROS. Esta classificação simplificada foi definida
em função do destino definido aos resíduos da instituição: para reciclagem, compostagem e
para o aterro sanitário municipal, respectivamente.
Nesta etapa foi elaborada uma lista das edificações existentes atualmente na UFERSA,
campus Mossoró a partir de:
- Alguns dados fornecidos pela Superintendência de Infra-Estrutura da UFERSA em 29/07/09
para o PGRS-UFERSA;
- Do mapa da UFERSA atualizado em relação às novas edificações, elaborado no primeiro
semestre de 2010, pela Comissão do PGRS-UFERSA e,
- De visitas in loco, no segundo semestre de 2010.
37

3.6 PROCEDIMENTO PARA DIMENSIONAMENTO DO ABRIGO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

O Abrigo de Resíduos da UFERSA deverá ser utilizado para dispor os recipientes de


armazenagem temporária contendo os resíduos (ver Figura 7), até que o órgão municipal
execute a denominada coleta externa dos resíduos que serão dispostos no aterro sanitário
local, como também a empresa responsável pela coleta externa de material reciclável.
Por orientação da Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPLAD) da
UFERSA, o Abrigo de Resíduos da instituição deverá ser implantado no antigo setor de
suinocultura (ver Figura 8), atualmente, uma edificação desativada.

Fonte: Arquivo da pesquisadora (2010).


Figura 8 – Setor de Suinocultura desativado. Campus Leste da UFERSA, Mossoró-RN,
31/08/2010.

Assim, para o dimensionamento do Abrigo de Resíduos da UFERSA, considerou-se o


aproveitamento e adequação da edificação que era utilizada como o setor de suinocultura na
instituição.
Além do dimensionamento do abrigo de recipientes para armazenamento externo,
tornou-se também importante e útil, a ideia de aproveitar a área vizinha aos ambientes de
armazenagem de recipientes para a compostagem dos resíduos orgânicos, determinados na
caracterização física, reaproveitando-os para atividades da própria universidade.
38

Basicamente, o procedimento utilizado para dimensionamento do Abrigo de Resíduos


consistiu em:
- Visita in loco na edificação a ser utilizada para o referido abrigo (antigo setor de
suinocultura) e medições de sua área construída;
- Cálculo do número de recipientes a serem colocados no Abrigo de Resíduos para
armazenamento dos resíduos sólidos identificados como OUTROS e RECICLÁVEIS. Esse
cálculo foi realizado a partir do volume gerado desses componentes, da capacidade (200 L)
que cada recipiente apresenta e da frequência de coleta externa dos resíduos;
- Cálculo da área necessária para dispor os recipientes contendo os resíduos sólidos
identificados como OUTROS, ou seja, os resíduos não recicláveis e não compostáveis e que
deverão ser dispostos no aterro sanitário de Mossoró. Assim, a classe OUTROS pode incluir
papel higiênico, absorventes, isopor, embalagens revestidas interiormente com laminado
como caixas de suco e pacotes de biscoitos, trapos, couro, borracha. Para este cálculo foram
considerados os seguintes critérios e informações: (a) frequência da coleta externa realizada
pela prefeitura municipal de três vezes por semana, (b) volume estimado de geração diária dos
referidos resíduos (OUTROS) e (c) área, em seção horizontal quadrada, ocupada por um
recipiente de armazenagem externa;
- Cálculo da área necessária para dispor os recipientes contendo os resíduos identificados
como RECICLÁVEIS, considerando: (a) frequência da coleta externa de uma vez por
semana, (b) volume estimado de geração diária destes resíduos na UFERSA e (c) área, em
seção horizontal quadrada, ocupada por um recipiente de armazenagem externa, como
mencionado para OUTROS.
- Cálculo da área necessária para formar as pilhas para os resíduos identificados como
COMPOSTÁVEIS, considerando: (a) período de compostagem pelo método de pilhas com
revolvimento manual e (b) volume estimado de geração diária de resíduos compostáveis na
UFERSA.
- Elaboração da planta baixa da edificação correspondente ao antigo setor de suinocultura que,
após as adequações observadas, passará a funcionar como Abrigo de Resíduos Sólidos da
UFERSA, campus Mossoró-RN.
Apesar dos recipientes para armazenamento serem de forma cilíndrica, o cálculo das
áreas necessárias para o armazenamento dos recipientes contendo os resíduos sólidos
identificados como OUTROS e RECICLÁVEIS foi elaborado de acordo com a fórmula para
cálculo do quadrado, já que ao serem dispostos não ficarão colados uns nos outros e as bordas
das áreas que sobram das circunferências não serão aproveitadas. Portanto, a área
39

correspondente a cada recipiente foi obtida através do seu diâmetro (igual a 0,6 m) ao
quadrado.
A = d² (2)

Onde:
A – área da sessão quadrática do recipiente (m²), e
d – diâmetro do recipiente (m).
40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir são apresentados os resultados verificados em relação à quantificação e


caracterização dos resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA; número de recipientes
necessários para armazenagem temporária destes resíduos, além do dimensionamento e
projeto do Abrigo de Resíduos da instituição.

4.1 RESULTADOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados referentes à produção média diária de


resíduos sólidos classe II na UFERSA, campus Mossoró, no segundo semestre de 2010.

Tabela 5 – Quantidade verificada de resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus


Mossoró, na primeira semana de estudo.
Peso (kg/dia)
Data
Bruto Veículo Líquido
31/08/2010 Terça-feira 1170 780 390
01/09/2010 Quarta-feira 1100 780 320
02/09/2010 Quinta-feira 1145 780 365
03/09/2010 Sexta-feira 1100 780 320
04/09/2010 Sábado Não há coleta - -
13/09/2010 Segunda-feira 7650 6960 690
Média - - 417
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Tabela 6 – Quantidade verificada de resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus


Mossoró, na segunda semana de estudo
Peso (kg/dia)
Data
Bruto Veículo Líquido
20/09/2010 Segunda-feira 7370 6960 410
21/09/2010 Terça-feira 2780 1260 260
22/09/2010 Quarta-feira 2830 1260 310
23/09/2010 Quinta-feira 2960 1260 440
24/09/2010 Sexta-feira 7345 6960 385
25/09/2010 Sábado Não há coleta - -
Média - - 361
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
41

A partir dos resultados apresentados nas Tabelas 5 e 6, é possível observar que a


produção média diária de resíduos sólidos classe II variou em torno de 16% entre os dois
estudos semanais (417 e 361 kg/dia, respectivamente). O valor médio entre as médias
verificadas em cada estudo semanal resultou em 389 kg/dia.
O valor médio observado de 389 kg/dia foi inferior ao médio observado (570 kg/dia)
no mês de novembro de 2009, em um estudo semanal desenvolvido pela comissão
responsável pelo PGRS-UFERSA (UFERSA, 2009, p. 19). É possível que a maior produção
quantitativa de resíduos sólidos observada no estudo em 2009 (em torno de 32%) em relação
aos estudos realizados em 2010, tenha sido em função de uma produção relativamente alta de
restos de alimentos advindos de restos de experimentos com melancia realizados por
pesquisadores da instituição em 2009 (UFERSA, 2009, p. 16).

4.1.1 Resultados observados da produção per capita de resíduos sólidos classe II


gerados na UFERSA

Com base nos resultados referentes à produção média diária de resíduos sólidos classe
II da UFERSA, campus Mossoró, nas duas semanas do período de estudo (Tabelas 5 e 6), foi
possível estimar a produção per capita dos mesmos.
De acordo com dados obtidos junto a PROGRAD e PRORH, a instituição conta no
presente semestre, 2010.2, com a população de 4513 pessoas, conforme apresentada na
Tabela 3.
As estimativas da produção per capita de resíduos sólidos classe II na UFERSA,
campus Mossoró, referentes às duas semanas de estudo, são apresentadas nas Tabelas 7 e 8.

Tabela 7 – Produção per capita de resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus
Mossoró-RN, na primeira semana de estudo.
Data Produção per capita (kg/hab.dia)
31/08/2010 Terça-feira 0,086
01/09/2010 Quarta-feira 0,071
02/09/2010 Quinta-feira 0,081
03/09/2010 Sexta-feira 0,071
04/09/2010 Sábado Não há coleta
13/09/2010 Segunda-feira 0,153
Média 0,092
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
42

Tabela 8 – Produção per capita de resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus
Mossoró-RN, na segunda semana de estudo.
Data Produção per capita (kg/hab.dia)
20/09/2010 Segunda-feira 0,091
21/09/2010 Terça-feira 0,058
22/09/2010 Quarta-feira 0,069
23/09/2010 Quinta-feira 0,097
24/09/2010 Sexta-feira 0,085
25/09/2010 Sábado Não há coleta
Média 0,080
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

É possível observar a partir dos resultados apresentados nas Tabelas 7 e 8 que, no


semestre letivo 2010.2, a produção per capita média de resíduos sólidos classe II na
UFERSA, campus Mossoró, variou em torno de 15% entre os dois estudos semanais (0,092 e
0,080 kg/hab.dia, respectivamente). O valor médio entre as médias verificadas em cada estudo
semanal resultou em 0,086 kg/hab.dia.
O valor médio observado de 0,086 kg/hab.dia foi inferior ao observado no mês de
novembro de 2009 (0,16 kg/hab.dia), no mesmo estudo semanal desenvolvido pela comissão
responsável pelo PGRS-UFERSA (UFERSA, 2009, p. 21).
Entre os fatores que podem ter contribuído para essa diminuição, está o crescimento
no número da população da UFERSA, campus Mossoró, que em 2009 contava com 3617
pessoas (UFERSA, 2009, p. 21), excluindo o setor do Restaurante Universitário (que ainda
não se encontrava em funcionamento), as lanchonetes e as fotocopiadoras. Além do fato
anteriormente mencionado, de que no mês de novembro de 2009 houve uma maior
contribuição para a produção quantitativa de resíduos sólidos devido à produção de restos de
alimentos utilizados em experimentos.
Comparando com a produção per capita informada pelos Indicadores de
Sustentabilidade para a região Nordeste do Brasil (BRASIL, 2008 apud Silva et al., 2010, p.
3), cujo valor é de 0,830 kg/hab.dia, a produção per capita média de resíduos sólidos da
UFERSA, campus Mossoró-RN, resultou cerca de 1/10 da produção para a região Nordeste.
Entende-se que, entre os fatores que justificam esse fato, está principalmente o tipo de infra-
estrutra da universidade e a dimensão geográfica da área urbana de Mossoró, que contribuem
para que funcionários e alunos permaneçam na instituição apenas durante a realização de suas
atividades, excetuando-se para os alunos que residem no campus.
43

4.2 RESULTADOS OBTIDOS DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS


SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

Neste item apresentam-se os resultados referentes às amostragens executadas, à


quantidade e respectivo volume dos diferentes componentes dos resíduos sólidos e à
composição gravimétrica dos resíduos gerados nas UFERSA, campus Mossoró-RN.

4.2.1 Resultados obtidos com a preparação das amostras

A seguir, pode-se observar nas Tabelas 9 e 10, os resultados obtidos com a pesagem
das quatro amostras de 100 L coletadas durante as duas semanas de estudo para caracterização
física dos resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN.
44

Tabela 9 – Pesagem das quatro amostras de 100 L coletadas por dia para caracterização física
dos resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na primeira
semana de estudo.
Peso (kg)
Data Amostra
Bruto Tara do recipiente Líquido
1ª amostra 8,20 3,80 4,40
2ª amostra 17,50 3,80 13,70
31/08/2010 Terça-feira
3ª amostra 18,20 3,80 14,40
4ª amostra 12,30 3,80 8,50
1ª amostra 21,30 3,80 17,50
2ª amostra 18,80 3,80 15,00
01/09/2010 Quarta-feira
3ª amostra 15,90 3,80 12,10
4ª amostra 10,70 3,80 6,90
1ª amostra 15,60 3,80 11,80
2ª amostra 8,10 3,80 4,30
02/09/2010 Quinta-feira
3ª amostra 6,50 3,80 2,70
4ª amostra 6,30 3,80 2,50
1ª amostra 13,60 3,80 9,80
2ª amostra 11,00 3,80 7,20
03/09/2010 Sexta-feira
3ª amostra 7,30 3,80 3,50
4ª amostra 10,80 3,80 7,00
- - -
- - -
04/09/2010 Sábado Não há coleta
- - -
- - -
1ª amostra 10,00 3,80 6,20
2ª amostra 11,50 3,80 7,70
13/09/2010 Segunda-feira
3ª amostra 16,20 3,80 12,40
4ª amostra 12,30 3,80 8,50
Média (kg/dia) 12,61 3,80 8,81
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
45

Tabela 10 – Pesagem das quatro amostras de 100 L coletadas por dia para caracterização
física dos resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na segunda
semana de estudo.
Peso (kg)
Data Amostra
Bruto Tara do recipiente Líquido
1ª amostra 11,40 3,80 7,60
2ª amostra 14,50 3,80 10,70
20/09/2010 Segunda-feira
3ª amostra 25,40 3,80 21,60
4ª amostra 8,10 3,80 4,30
1ª amostra 9,70 3,80 5,90
2ª amostra 10,80 3,80 7,00
21/09/2010 Terça-feira
3ª amostra 12,90 3,80 9,10
4ª amostra 8,40 3,80 4,60
1ª amostra 9,90 3,80 6,10
2ª amostra 13,10 3,80 9,30
22/09/2010 Quarta-feira
3ª amostra 8,90 3,80 5,10
4ª amostra 7,40 3,80 3,60
1ª amostra 11,70 3,80 7,90
2ª amostra 19,00 3,80 15,20
23/09/2010 Quinta-feira
3ª amostra 8,20 3,80 4,40
4ª amostra 7,90 3,80 4,10
1ª amostra 12,10 3,80 8,30
2ª amostra 17,90 3,80 14,10
24/09/2010 Sexta-feira
3ª amostra 14,00 3,80 10,20
4ª amostra 9,10 3,80 5,30
- - -
- - -
25/09/2010 Sábado Não há coleta
- - -
- - -
Média (kg/dia) 12,02 3,80 8,22
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Diante dos resultados observados nas tabelas anteriores, nota-se que as médias das
duas semanas do período de estudo foram bastante próximas, (8,81 e 8,22 kg,
respectivamente) sugerindo pouca alteração da massa específica aparente dos resíduos sólidos
produzidos na UFERSA além de padronização adequada para obtenção das amostras, cujo
procedimento foi apresentado no item 3.4.2.
46

4.2.2 Resultados obtidos com relação à avaliação da produção média de cada


componente

A seguir, nas Tabelas 11 e 12, são apresentados os resultados observados durante as


duas semanas de estudo em relação à composição física das amostras de resíduos sólidos
classe II produzidos na UFERSA, campus Mossoró, no segundo semestre de 2010.

Tabela 11 – Caracterização física, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos


classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na primeira semana de estudo.
Peso (kg)
31/08/10 01/09/10 02/09/10 03/09/10 13/09/10 Média
Componente
Terça- Quarta- Quinta- Sexta- Segunda- (kg/dia)
feira feira feira feira feira
Borracha 0,00 1,00 0,00 0,00 0,10 0,22
Couro 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Madeira 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 1,20
Restos de alimentos 5,70 7,30 4,20 0,00 5,30 4,50
Metais ferrosos 0,08 0,15 0,10 1,10 0,10 0,31
Metais não-ferrosos 0,20 0,30 0,15 0,20 0,10 0,19
Papel 2,40 5,90 2,80 2,40 2,00 3,10
Papelão 1,80 2,20 2,00 3,80 2,30 2,42
Plástico rígido +
3,30 4,60 1,60 1,00 2,70 2,64
Copos descartáveis
Plástico maleável 2,90 3,90 1,70 2,40 1,10 2,40
Garrafa PET 1,40 1,30 0,70 0,60 1,40 1,08
Trapos 0,10 0,50 0,40 0,10 0,05 0,23
Vidro 0,00 1,70 0,10 4,30 0,10 1,24
Ossos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros 1(b) 0,90 0,70 0,40 0,70 0,70 0,68
(c)
Outros 2 16,10 12,60 5,50 8,20 12,20 10,92
Cerâmica 3,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,70
(d)
Material perigoso 0,05 0,08 0,10 0,08 1,10 0,28
Total (componentes) 38,43 48,23 19,75 24,88 29,25 32,11
Total (amostras) 41,00 51,50 21,30 27,50 34,80 35,22
Notas:
(a) Observaram-se resíduos classificáveis como do Grupo B e do Grupo E, considerando a classificação da RDC-
ANVISA nº 306/2004, e como Classe I – Perigoso, segundo a NBR 10.004/2004;
(b) Isopor e embalagens revestidas interiormente com laminado, como caixas de suco e pacotes de biscoitos;
(c) Mistura de pedaços relativamente pequenos de restos de alimentos (principalmente), plástico maleável, papel
e papel higiênico;
(d) Material com possibilidade de ser classificado como perigoso por ser de origem de serviço de atendimento à
saúde animal e de análises e exames laboratoriais relacionados a animal. Devido à presença desses materiais em
todas as caracterizações, os mesmos foram devidamente quantificados.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
47

Tabela 12 – Caracterização física, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos


classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN, na segunda semana de estudo.
Peso (kg)
20/09/10 21/09/10 22/09/10 23/09/10 24/09/10 Média
Componente
Segunda- Terça- Quarta- Quinta- Sexta- (kg/dia)
feira feira feira feira feira
Borracha 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Couro 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00 0,04
Madeira 0,00 0,00 0,00 0,00 1,90 0,38
Restos de alimentos 16,90 0,00 2,80 4,50 2,60 5,36
Metais ferrosos 0,40 0,50 0,00 3,50 0,40 0,96
Metais não-ferrosos 0,60 0,30 0,40 0,20 0,10 0,32
Papel 1,40 1,70 2,70 2,40 3,80 2,40
Papelão 1,50 1,40 3,90 1,90 3,40 2,42
Plástico rígido +
1,60 1,70 2,20 1,60 2,10 1,84
Copos descartáveis
Plástico maleável 3,70 2,40 3,30 2,70 2,60 2,94
Garrafa PET 1,30 1,40 1,00 1,40 0,70 1,16
Trapos 0,30 0,00 0,15 0,05 0,60 0,22
Vidro 0,70 0,00 0,00 0,00 0,50 0,24
Ossos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(b)
Outros 1 1,50 0,70 0,80 1,30 0,70 1,00
(c)
Outros 2 13,70 15,80 5,90 9,70 17,90 12,60
Cerâmica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(d)
Material perigoso 0,50 0,15 0,30 0,10 0,10 0,23
Total (componentes) 44,10 26,05 23,45 29,55 37,40 32,11
Total (amostras) 44,20 26,60 24,10 31,60 37,90 32,88
Notas (a), (b), (c) e (d): idem às notas da Tabela 11.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

A partir dos resultados apresentados nas Tabelas 11 e 12, foi possível calcular a
produção média diária de cada componente dos resíduos sólidos classe II na UFERSA,
campus Mossoró, no segundo semestre de 2010, presentes nas amostras, como mostra a
Tabela 13.
48

Tabela 13 – Caracterização física referente à média respectiva de cada dia das duas semanas
de estudo, expressa em quilogramas, das amostras de resíduos sólidos classe II(a) coletados na
UFERSA, campus Mossoró-RN.
Peso (kg)
Média
Componente Segunda- Terça- Quarta- Quinta- Sexta- (kg/dia)
feira feira feira feira feira
Borracha 0,05 0,00 0,50 0,00 0,00 0,11
Couro 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 0,02
Madeira 0,00 0,00 3,00 0,00 0,95 0,79
Restos de alimentos 11,10 2,85 5,05 4,35 1,30 4,93
Metais ferrosos 0,25 0,29 0,08 1,80 0,75 0,63
Metais não-ferrosos 0,35 0,25 0,35 0,18 0,15 0,26
Papel 1,70 2,05 4,30 2,60 3,10 2,75
Papelão 1,90 1,60 3,05 1,95 3,60 2,42
Plástico rígido +
2,15 2,50 3,40 1,60 1,55 2,24
Copos Descartáveis
Plástico maleável 2,40 2,65 3,60 2,20 2,50 2,67
Garrafa PET 1,35 1,40 1,15 1,05 0,65 1,12
Trapos 0,18 0,05 0,33 0,23 0,35 0,23
Vidro 0,40 0,00 0,85 0,05 2,40 0,74
Ossos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(b)
Outros 1 1,10 0,80 0,75 0,85 0,70 0,84
Outros 2(c) 12,95 15,95 9,25 7,60 13,05 11,76
Cerâmica 0,00 1,75 0,00 0,00 0,00 0,35
(d)
Material perigoso 0,80 0,10 0,19 0,10 0,09 0,26
Total (componentes) 36,68 32,24 35,84 24,65 31,14 32,11
Notas (a), (b), (c) e (d): idem às notas da Tabela 11.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Com base na tabela anterior, observa-se que nas segundas-feiras ocorrem uma
produção média maior de resíduos sólidos classe II. Um dos fatos que podem contribuir para
este resultado é de que nos fins de semana, apesar de não serem dias letivos, a universidade
conta com estudantes que residem nas vilas acadêmicas, onde os mesmos geram diversos
tipos de resíduos, principalmente os componentes Restos de alimentos e Outros 2, e a coleta
desses materiais somente ocorre nas segundas-feiras.
Na Tabela 14, são mostrados os resultados obtidos com relação à extrapolação dos
dados obtidos de peso médio dos componentes das amostras diárias dos dois estudos
semanais, para a produção total diária e semanal.
49

Tabela 14 – Extrapolação dos dados referentes às amostras diárias obtidas nos dois estudos
semanais para a produção total diária e semanal dos resíduos sólidos classe II(a) coletados na
UFERSA, campus Mossoró-RN.
Peso médio Peso médio Peso médio extrapolado
das extrapolado para para produção total
Componente
amostras produção total diária semanal
(kg/dia) (kg/dia) (kg/semana)(e)
Borracha 0,11 1,33 6,66
Couro 0,02 0,24 1,21
Madeira 0,79 9,57 47,85
Restos de alimentos 4,93 59,73 298,63
Metais ferrosos 0,63 7,67 38,34
Metais não-ferrosos 0,26 3,09 15,45
Papel 2,75 33,32 166,58
Papelão 2,42 29,32 146,59
Plástico rígido +
2,24 27,14 135,69
Copos Descartáveis
Plástico maleável 2,67 32,35 161,74
Garrafa PET 1,12 13,57 67,84
Trapos 0,23 2,73 13,63
Vidro 0,74 8,97 44,83
Ossos 0,00 0,00 0,00
(b)
Outros 1 0,84 10,18 50,88
Outros 2(c) 11,76 142,47 712,36
Cerâmica 0,35 4,24 21,20
(d)
Material perigoso 0,26 3,10 15,51
Total 32,11 389,00 1945,00
Notas (a), (b), (c) e (d): idem às notas da Tabela 11;
(e) Refere-se aos cinco dias da semana letiva, ou seja, os dias que efetivamente a universidade encontra-se em
atividade.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

4.2.3 Resultados obtidos com relação à avaliação da massa específica aparente e


estimativa do volume médio de cada componente

Na Tabela 15, são apresentados os resultados obtidos com relação à estimativa do


volume de resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN.
50

Tabela 15 – Estimativa do volume médio diário de cada constituinte, em m3, dos resíduos
sólidos classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN.
Valor teórico da Valor médio diário
massa específica
Componente Peso médio da Volume
aparente(e)
(kg/m³) produção total estimado
(kg/dia) (m³/dia)
Borracha 131 1,33 0,01
Couro 160 0,24 0,00
Madeira 237 9,57 0,04
Restos de alimentos 291 59,73 0,21
Metais ferrosos 320 7,67 0,02
Metais não-ferrosos 160 3,09 0,02
Papel 89 33,32 0,37
Papelão 50 29,32 0,59
Plástico rígido +
65 27,14 0,42
Copos descartáveis
Plástico maleável 65 32,35 0,50
Garrafa PET 65 13,57 0,21
Trapos 65 2,73 0,04
Vidro 196 8,97 0,05
Ossos - 0,00 0,00
Outros 1(b) 131 10,18 0,08
Outros 2(c) 131 142,47 1,09
Cerâmica 1421 4,24 0,00
Material perigoso(d) 131 3,10 0,02
Total - 389,00 3,66
Notas (a), (b), (c) e (d): idem às notas da Tabela 11;
(e) Adaptado de Tchobanoglous et al. (1993) apud Hamada (2003, p.9);
Valores em negrito e itálico: o valor de 65 kg/m3 é apresentado para plásticos presentes em resíduo domiciliar
não compactado. Por falta de valor específico para diferentes plásticos, adotou-se o referido valor para as três
classes de plásticos pesquisadas;
Valores em negrito e sublinhado: o valor 131 kg/m3 foi adotado com base na massa específica de borracha,
sendo que predominava a presença de luvas cirúrgicas (látex) nos resíduos potencialmente perigosos.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

4.2.4 Resultados obtidos com relação à avaliação da composição gravimétrica

A seguir, na Tabela 16, são apresentados os resultados obtidos com relação à avaliação
da composição gravimétrica, porcentagem de cada constituinte em relação ao peso total, dos
resíduos sólidos classe II coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN.
51

Tabela 16 – Composição gravimétrica referente à média respectiva de cada dia das duas
semanas de estudo dos resíduos sólidos classe II(a) coletados na UFERSA, campus Mossoró-
RN.
Percentual em relação ao peso (%)
Média
Componente Segunda- Terça- Quarta- Quinta- Sexta- (%/dia)
feira feira feira feira feira
Borracha 0,14 0,00 1,40 0,00 0,00 0,31
Couro 0,00 0,00 0,00 0,41 0,00 0,08
Madeira 0,00 0,00 8,37 0,00 3,05 2,28
Restos de alimentos 30,27 8,84 14,09 17,65 4,17 15,00
Metais ferrosos 0,68 0,90 0,21 7,30 2,41 2,30
Metais não-ferrosos 0,95 0,78 0,98 0,71 0,48 0,78
Papel 4,64 6,36 12,00 10,55 9,96 8,70
Papelão 5,18 4,96 8,51 7,91 11,56 7,62
Plástico rígido +
5,86 7,75 9,49 6,49 4,98 6,91
Copos Descartáveis
Plástico maleável 6,54 8,22 10,04 8,92 8,03 8,35
Garrafa PET 3,68 4,34 3,21 4,26 2,09 3,52
Trapos 0,48 0,16 0,91 0,91 1,12 0,72
Vidro 1,09 0,00 2,37 0,20 7,71 2,27
Ossos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(b)
Outros 1 3,00 2,48 2,09 3,45 2,25 2,65
Outros 2(c) 35,31 49,47 25,81 30,83 41,91 36,67
Cerâmica 0,00 5,43 0,00 0,00 0,00 1,09
(d)
Material perigoso 2,18 0,31 0,53 0,41 0,29 0,74
Total (componentes) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Notas (a), (b), (c) e (d): idem às notas da Tabela 11.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Assim como no estudo semanal do mês de novembro de 2009, desenvolvido pela


comissão responsável pelo PGRS-UFERSA (UFERSA, 2009, p. 19), os maiores valores
observados na composição gravimétrica foram dos constituintes classificados como restos de
alimentos, papel, papelão, plástico rígido, plástico maleável, garrafa PET e outros 2 (estes se
referem a uma mistura de pedaços relativamente pequenos de restos de alimentos,
principalmente, plástico maleável, papel e papel higiênico, conforme especificado no item
3.4.3), de difícil segregação, resultando em maior predominância nos levantamentos.
52

4.3 RESULTADOS RELACIONADOS AO LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE


NECESSÁRIA DE RECIPIENTES DE ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

Nas Tabelas 17 e 18 são apresentadas estimativas do número necessário de recipientes


para armazenagem de resíduos separados em RECICLÁVEIS; COMPOSTÁVEIS e
OUTROS, para o campus Oeste e campus Leste, respectivamente.
Já na Tabela 19 são apresentadas as quantidades necessárias totais de recipientes de
200 L para armazenagem temporária dos resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA,
campus Mossoró-RN, separados de acordo com o tipo de material que será armazenado
(RECICLÁVEIS, COMPOSTÁVEIS e OUTROS).
53

Tabela 17 – Quantidade necessária de recipientes de 200 L para armazenagem temporária dos


resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, Campus Oeste, Mossoró-RN.
Edificações (Campus Oeste) Recipientes Recipientes
Recipientes
para para
Descrição para Outros
Recicláveis Compostáveis
Viveiros - - 1
Prédio de salas de professores do Departamento
1 - 1(a)
de Ciências Ambientais e Tecnológicas –DCAT
Prédio de salas de aula do Departamento de
- - 1(a)
Ciências Ambientais e Tecnológicas –DCAT
Prédio do Departamento de Engenharia Agrícola
e Prédio do Departamento de Ciências Exatas e 1 1 1(a)
Naturais
Prédio de Fitossanidade 1 - 1(a)
Vila Acadêmica Vingt-Un Rosado - Ala
6 6 17(a)
Masculina
Centro Acadêmico da UFERSA/ Grupo Verde
de Agricultura/ Centro Acadêmico de Medicina (+1) (c) - 1(a)(-1)(b) = 0
Veterinária
Prédio Central 1 - 1
Anexo – Xerox 1 - 1
Salas de aula do Prédio de Sementes - - 1(a)
Centro Integrado de Laboratórios em Produção
1 - 1(a)
Animal e Recursos Hídricos do Semi-Árido
Laboratório de Anatomia, Patologia e Técnicas
1 - 1
Cirúrgicas
Hospital Veterinário 1 - 1(a)
Laboratórios de Biofísica, Fisiologia e
Farmacologia/ Laboratório de Histologia e
Embriologia Veterinária e Salas de aula/
Laboratório de Anatomia Animal/ Laboratório 1 - 1(a)
de Imunologia, Microbiologia e Parasitologia
Veterinária/ Laboratório de Medicina
Veterinária Preventiva e Saúde Animal
Laboratórios de Ecologia e Biotecnologia 1 - 1
Vila Acadêmica Vingt-Un Rosado - Ala
2 2 7(a)
Feminina – Casas
Vila Acadêmica Vingt-Un Rosado - Ala
1 1 1(a)
Feminina – Prédio
Escola Francisca Martins de Sousa 1 1 1(a)
Total (Campus Oeste) 21 11 39
Notas:
(a) Quantidade de recipientes que já existem no local da edificação;
(b) Observou-se que algumas edificações apresentam determinada quantidade de recipientes destinadas a classe
OUTROS, porém não necessitam desta quantidade para essa classe, retirando-se essa quantidade para distribuir
para outras classes, como RECICLÁVEIS ou COMPOSTÁVEIS;
(c) Quantidade de recipientes retirados de outra classe e convertido para a classe de RECICLÁVEIS.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
54

Tabela 18 – Quantidade necessária de recipientes de 200 L para armazenagem temporária dos


resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, Campus Leste, Mossoró-RN.
Edificações (Campus Leste) Recipientes Recipientes Recipientes
para para para
Descrição
Recicláveis Compostáveis Outros
Laboratório de Solos/ Laboratório de Pós-
1 1 1
Colheita
Centro de Convivência/ Biofábrica 1 - 1(a)
Prédio Administrativo/ Ginásio Poliesportivo/
2 - 1(a) + 1
Parque Aquático
Laboratório de Construções Rurais/ Anexo –
1 - 1(a)
Xerox
Biblioteca Orlando Teixeira 1 - 1(a)
3(a)(-2)(b) =
Restaurante Universitário/ Fábrica de Ração (+1)(c) -
1(d)
Centro Integrado de Inovação Tecnológica do
Semi-Árido/ Laboratório Interdisciplinar de 1 - 1
Química, Matemática e Física
Laboratório de Engenharia de Energia e
1 - 1
Engenharia Mecânica
Salas de aula de Ciências Sociais/ Laboratório
de Tecnologia de Alimentos/ Departamento de (+1)(c) - 2(a)(-1)(b) = 1
Agrotecnologia e Ciências Sociais
Sede da Empresa Terceirizada 1 - 1(a)
Prédio dos Programas de Pós-Graduação/
Prédio do Programa de Pós-Graduação em 1 - 1(a)
Fitotecnia
Antigo Rosadão 2 - 1(a)
Oficina Mecânica - - 1(a)
Laboratório de Engenharia II/ Bloco de Salas de
1 - 1
aula de Ciências Exatas
Bloco de Salas de Professores 1 - 1
CTARN - Centro Tecnológico do Agronegócio
1 - 1(a)
do RN
Departamento de Fitotecnia e Zootecnia 1 - 1(a)
Zoológico - - 1(a)
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Pequenos
- - 1
Ruminantes
Centro de Manipulação de Animais Silvestres -
- - 1(a)
CEMAS (Escritório)
Centro de Manipulação de Animais Silvestres –
- - 1(a)
CEMAS
Total (Campus Leste) 18 1 22
Notas (a), (b) e (c): idem às notas da Tabela 17;
(d) Quantidade de recipientes que, após análise, restou para ser utilizado em outra edificação ou com outra
finalidade.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
55

Tabela 19 – Quantidade necessária total de recipientes de 200 L para armazenagem


temporária dos resíduos sólidos classe II produzidos na UFERSA, campus Mossoró-RN.
Edificações da
Recipientes Recipientes Recipientes
UFERSA
para para para Total
(Campus
Recicláveis Compostáveis Outros
Mossoró-RN)
Total 38 39 12 61 112
Já existem - 3 0 49 52
Acrescentar - 36 12 12 60 (-1)(a) = 59
Notas:
(a) Quantidade de recipiente que, após análise, restou do setor das edificações do Restaurante Universitário e da
Fábrica de Ração, podendo ser utilizado com outra finalidade.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Com base na Tabela 19, conclui-se que são necessários 59 recipientes além dos que já
existem na instituição para armazenamento temporário de resíduos, externamente às
edificações.

4.4 RESULTADOS REFERENTES AO DIMENSIONAMENTO DO ABRIGO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA UFERSA, CAMPUS MOSSORÓ-RN

Para o dimensionamento do Abrigo de Resíduos Sólidos gerados na UFERSA, foram


utilizados os resultados referentes à estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume
médio (m3) dos resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, sendo
considerados também a disposição final e frequência de coleta externa, como mostram as
Tabelas 20, 21 e 22, e a Figura 9.
56

Tabela 20 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para disposição no
aterro sanitário municipal.
Valor médio para
Valor médio Valor médio Valor médio
dois dias +
diário semanal(d) para dois dias(e)
Componente 50% deste valor(f)
Peso Volume Peso Volume Peso Volume Peso Volume
(kg) (m³) (kg) (m³) (kg) (m³) (kg) (m³)
Borracha 1,33 0,01 6,66 0,05 2,67 0,02 4,00 0,03
Couro 0,24 0,00 1,21 0,01 0,48 0,00 0,73 0,00
Madeira 9,57 0,04 47,85 0,20 19,14 0,08 28,71 0,12
Trapos 2,73 0,04 13,63 0,21 5,45 0,08 8,18 0,13
Ossos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(b)
Outros 1 10,18 0,08 50,88 0,39 20,35 0,16 30,53 0,23
(c)
Outros 2 142,47 1,09 712,36 5,44 284,94 2,18 427,42 3,26
Cerâmica 4,24 0,00 21,20 0,01 8,48 0,01 12,72 0,01
Total 170,76 1,26 853,80 6,31 341,52 2,52 512,28 3,79
Notas (a), (b) e (c): idem às notas da Tabela 11;
(d) Refere-se aos cinco dias da semana letiva, ou seja, os dias que efetivamente a universidade encontra-se em
atividade;
(e) Considerando que a coleta externa executada pela prefeitura ocorrerá a cada dois dias;
(f) Adotou-se um coeficiente de segurança de 50% pois nas segundas-feiras, observou-se uma geração superior
(14 a 65%) à média semanal.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Tabela 21 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para reciclagem.
Valor médio diário Valor médio semanal (5 dias)(b)
Componente
Volume
Peso (kg) Peso (kg) Volume (m³)
(m³)
Metais ferrosos 7,67 0,02 38,34 0,12
Metais não-ferrosos 3,09 0,02 15,45 0,10
Papel 33,32 0,37 166,58 1,87
Papelão 29,32 0,59 146,59 2,93
Plástico rígido + Copos
27,14 0,42 135,69 2,09
descartáveis
Plástico maleável 32,35 0,50 161,74 2,49
Garrafa PET 13,57 0,21 67,84 1,04
Vidro 8,97 0,05 44,83 0,23
Total 155,41 2,17 777,06 10,87
Nota (a): idem à nota da Tabela 11;
(b) Considerando que a coleta externa executada pela cooperativa/associação de materiais recicláveis ocorrerá
uma vez por semana, referindo-se ainda aos cinco dias da semana letiva, ou seja, os dias que efetivamente a
universidade encontra-se em atividade.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
57

Tabela 22 – Estimativa da quantidade média (kg) e respectivo volume médio (m3) dos
resíduos sólidos classe II(a) gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN, para compostagem.
Valor médio diário Valor médio semanal (5 dias)(b)
Componente
Volume
Peso (kg) Peso (kg) Volume (m³)
(m³)
Restos de alimentos 59,73 0,21 298,63 1,03
Total 59,73 0,21 298,63 1,03
Nota (a): idem à nota da Tabela 11;
(b) Refere-se aos cinco dias da semana letiva, ou seja, os dias que efetivamente a universidade encontra-se em
atividade.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Notas:
(a) Observaram-se resíduos classificáveis como do Grupo B e do Grupo E, considerando a classificação da RDC-
ANVISA nº 306/2004, e como Classe I – Perigoso, segundo a NBR 10.004/2004;
(b) Material com possibilidade de ser classificado como perigoso por ser de origem de serviço de atendimento à
saúde animal e de análises e exames laboratoriais relacionados a animal. Devido à presença desses materiais em
todas as caracterizações, os mesmos foram devidamente quantificados.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
Figura 9 – Composição gravimétrica (porcentagem em relação ao peso total) referente à
média respectiva de cada dia das duas semanas de estudo dos resíduos sólidos classe II(a)
coletados na UFERSA, campus Mossoró-RN.

Observa-se que os resíduos identificados como RECICLÁVEIS são os que


apresentaram maior volume para armazenamento, quando comparado com os identificados
como COMPOSTÁVEIS e OUTROS. Este fato é explicável em função dos resíduos
recicláveis, com exceção de vidros, apresentarem uma menor massa específica aparente
quando comparados aos demais resíduos, além da própria produção dos mesmo e da
frequência da coleta externa, prevista para uma vez por semana.
58

A Tabela 23 apresenta a estimativa do número necessário de tambores com capacidade


de 200 L para armazenamento no Abrigo de Resíduos, lembrando que, os resíduos
identificados como COMPOSTÁVEIS não são incluídos pois não serão armazenados em
tambores, e sim, dispostos em pilhas de compostagem.

Tabela 23 – Estimativa do número necessário de tambores (200 L) para armazenamento no


Abrigo de Resíduos dos resíduos sólidos classe II gerados na UFERSA, campus Mossoró-RN,
até a coleta externa.
Número de recipientes para Número de recipientes para
Destino final dos resíduos a frequência prevista da a frequência prevista da
coleta externa(a) coleta externa + 20%(b)
Aterro sanitário 19 23
Reciclagem 54 65
Total 73 88
Nota:
(a) Considerando que as coletas externas executadas pela prefeitura e pela cooperativa/associação de material
reciclável ocorrerão, respectivamente, a cada dois dias e uma vez por semana;
(b) Adotou-se um coeficiente de segurança de 20% considerando que não ocorrerá segregação total de resíduos
na fonte geradora.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Somando-se o número total de tambores para armazenamento no Abrigo de Resíduos


(88 unidades, de acordo com a Tabela 23), com o número total de tambores para
armazenamento temporário nas edificações (59 unidades, conforme Tabela 19), conclui-se
que são necessários 147 recipientes a mais dos que já existem na instituição.
A estimativa da área necessária para disposição dos tambores utilizados no
armazenamento no Abrigo de Resíduos dos resíduos identificados como RECICLÁVEIS e
OUTROS é apresentada a seguir na Tabela 24.

Tabela 24 – Estimativa da área necessária do Abrigo de Resíduos para disposição dos


tambores(c) utilizados para armazenamento dos resíduos sólidos classe II gerados na
UFERSA, campus Mossoró-RN, até a coleta externa.
Área necessária para a Área necessária para a
Destino final dos resíduos frequência prevista da frequência prevista da
(a)
coleta externa (m²) coleta externa + 20% (m²)(b)
Aterro sanitário 6,8 8,2
Reciclagem 19,6 23,5
Total 26 32
Notas (a) e (b): idem às notas da Tabela 23;
(c) Cada tambor apresenta: Volume = 200 L (0,2 m³); diâmetro = 0,6 m, e área = 0,36 m2.
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).
59

4.4.1 Elaboração da planta baixa do Abrigo de Resíduos da UFERSA, campus


Mossoró-RN, com sugestões de adequação

A concepção do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-RN foi


feita com base nos seguintes resultados obtidos: volume de resíduos para disposição no aterro
sanitário municipal, para reciclagem e compostagem; número de recipientes necessários para
armazenamento no Abrigo de Resíduos dos RECICLÁVEIS e OUTROS (para reciclagem e
disposição no aterro sanitário, respectivamente), e a área necessária mínima para dispor esses
recipientes.
No Apêndice A-E deste trabalho, observam-se as plantas baixa da edificação do setor de
suinocultura em desuso, como se encontra atualmente, e como ficará após as adequações
sugeridas no presente trabalho para ativação e funcionamento do Abrigo de Resíduos Sólidos
da UFERSA, campus Mossoró-RN.
As adequações sugeridas para a edificação são apresentadas nas plantas baixa e cortes
presentes no Apêndice, e descritos a seguir.

4.4.1.1 Estrutura da edificação atual do setor de suinocultura

Verificou-se que grande parte da estrutura da edificação existente é aproveitável, sendo


esse um dos fatores que influenciou a ideia de construção do Abrigo de Resíduos nesse local,
já que também se encontrava sem nenhuma outra utilidade.
Como se observa na planta baixa, as linhas em cor vermelha são as paredes que deverão
ser demolidas, pois além de não serem necessárias ao Abrigo, facilitarão o acesso aos
ambientes de armazenamento. Já as linhas em verde são paredes que deverão ser construídas,
conectando determinados ambientes.

4.4.1.2 Concepção proposta do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-


RN

Sugere-se que o Abrigo de Resíduos Sólidos apresente, dentro dos critérios


estabelecidos pela RDC-ANVISA, no 306/2004, a seguinte estrutura:
60

 Ambiente para armazenamento dos resíduos sólidos recicláveis, com área igual a 79,2
m², onde a cooperativa/associação de material reciclável realizará a coleta externa semanal. O
piso e o fechamento das paredes devem ser revestidos de material liso, impermeável, lavável e
de fácil higienização. As paredes devem apresentar uma altura de 2,30 m, com aberturas para
ventilação de 0,15 m entre o pé direito da parede e a cobertura do telhado. Nessas aberturas
para ventilação, assim como no forro na parte interna do telhado, devem ser colocadas telas
para proteção contra roedores, insetos e pássaros. As portas devem ter 1,20 m de largura e
2,10 m de altura;
 Ambiente para armazenamento dos resíduos sólidos para disposição no aterro
sanitário, com área igual a 64,8 m², onde a prefeitura municipal ficará responsável pela coleta
externa a cada dois dias na semana. Os demais detalhes estruturais devem ser iguais aos
estabelecidos para o ambiente de armazenamento dos resíduos sólidos recicláveis;
 Pátio de compostagem 1, com área igual a 291,4 m², que será utilizado para a primeira
fase da compostagem denominada degradação ativa, onde as pilhas dos resíduos
permanecerão por cerca de 70 dias, sendo reviradas a cada 3 dias, e expostas a céu aberto. Os
resíduos serão acumulados por uma semana, formando uma pilha por semana, com volume
igual a 1,03 m³, calculado anteriormente na Tabela 23. Considerando que o semestre letivo
dura em média 4 meses (16 semanas), e sendo uma pilha para cada semana, serão formadas
16 pilhas nesse pátio, onde o preenchimento será no sentido oeste-leste, ou seja, deverão
entrar com os resíduos pela porta da direita, colocando-os no fundo do pátio, para que os
mesmos sejam retirados pela porta da esquerda e dispostos no pátio de compostagem 2. O
piso e as paredes devem ser impermeáveis, laváveis e de fácil higienização. As paredes
permanecerão com a altura atual de 1,0 m. As portas devem ser da mesma altura das paredes e
com largura de 1,20 m. Entre o pé direito da parede e a cobertura do telhado, assim como no
forro na parte interna do telhado, devem ser colocadas as mesmas telas (para proteção contra
roedores, insetos e pássaros) de alambrado utilizadas nos ambientes para resíduos recicláveis
e de disposição no aterro sanitário;
 Pátio de compostagem 2, com área igual a 42,9 m², que será utilizado para a segunda
fase da compostagem denominada maturação, onde as pilhas dos resíduos permanecerão por
cerca de 50 dias, sem revolvimento, e cobertas pelo telhado. Os resíduos serão acumulados
nesse pátio à medida que for cumprido o prazo da primeira fase de compostagem, formando
uma pilha única. Os demais detalhes em relação ao piso, paredes, portas e telas, devem ser
iguais aos estabelecidos para o pátio de compostagem 1;
61

 Quatro ambientes para disposição, até que uma empresa seja contratada para
transportar para locais específicos, de lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e materiais
eletrônicos que são descartados com uma frequência variável e relativamente pequena na
instituição. Sendo três desses ambientes com área igual a 10,4 m² cada, e um com área igual a
10,50 m². Assim como nos ambientes para resíduos recicláveis e de disposição no aterro
sanitário, o piso e o fechamento das paredes devem ser revestidos de material liso,
impermeável, lavável e de fácil higienização. As paredes devem apresentar uma altura do pé
direito igual a 2,48 m. Na parte interna do telhado, devem ser colocadas, como forro, as
mesmas telas utilizadas nos ambientes anteriores. As portas devem ter 0,80 m de largura e
2,10 m de altura;
 Um banheiro com área igual a 12,2 m², com lavatório, vaso sanitário e chuveiro, para
higienização dos trabalhadores responsáveis pela execução das atividades no Abrigo;
 Um pátio para lavagem, quando se fizer necessária, dos recipientes de armazenamento
do Abrigo com área igual a 9,0 m²; e,
 Um sistema de tratamento de efluentes líquidos provenientes de todos os ambientes do
Abrigo, exceto dos ambientes para lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e materiais
eletrônicos, e do pátio de lavagem dos recipientes, com área aproximada igual a 8,0 m². Nesse
sistema sugere-se que se tenha um tanque séptico, filtro anaeróbio e um sumidouro.
Os efluentes que, ocasionalmente, forem gerados pela lavagem dos ambientes de
armazenamento de lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e materiais eletrônicos, não devem
ser misturados com os demais efluentes gerados no Abrigo. Sugere-se que aqueles efluentes
sejam encaminhados para um tanque impermeável, com dimensões iguais ao tanque do
sistema de tratamento de efluentes dos outros ambientes, para exposição ao sol, visando
evaporação da agua. Uma vez seco, o resíduo remanescente deverá ser disposto em
bombonas, identificados como, Resíduo Potencialmente Perigoso Podendo Conter Metal
Pesado Como Mercúrio, Chumbo, Cádmio e Outros. O tanque de evaporação deverá ter
tampa de PVC ou de fibra de vido para uso nos meses de chuva e evitar a aproximação e
contaminação de pessoas leigas.
Todos os ambientes devem apresentar: pontos de iluminação, tomadas elétricas, ralo
sifonado com tampa que permita a sua vedação, cantos de paredes arredondados para facilitar
a limpeza, e pontos de água (torneiras). Nos ambientes de armazenamento de resíduos sólidos
recicláveis, resíduos para disposição no aterro sanitário e nos pátios de compostagem,
62

sugerem-se dois pontos de água em cada. Cada ralo sifonado deverá ser ligado em tubulação
direcionada para um sistema de tratamento de efluentes do estabelecimento.
Observa-se, na Tabela 25, que as áreas dos ambientes para armazenamento são maiores
do que as estimadas com os cálculos apresentados no presente trabalho, mesmo tendo sido
adotado um coeficiente de segurança de 20%, o que se torna uma vantagem, pois os
recipientes podem ser dispostos com maior espaçamento, além do fato de que a instituição
encontra-se em expansão com relação ao número de cursos e de pessoas em circulação.
Tabela 25 – Área necessária e área sugerida para os ambientes de RECICLÁVEIS, OUTROS
e COMPOSTÁVEIS do Abrigo de Resíduos Sólidos classe II gerados na UFERSA, campus
Mossoró-RN.
Área necessária para a
Área sugerida de acordo
Ambientes frequência prevista da
com as adequações (m²)
coleta externa (m²)
RECICLÁVEIS 23,5 79,2
OUTROS (para o aterro sanitário) 8,2 64,8
COMPOSTÁVEIS (pátio 1 e 2) - 334,3
Fonte: Dados obtidos através da pesquisa (2010).

Vale ressaltar que a edificação do setor de suinocultura é mais extensa do que foi
representada, e que, a princípio, sugere-se a utilização apenas o lado direito da vista frontal.
Porém, recomenda-se que posteriormente o outro lado seja avaliado para complementar o
Abrigo de Resíduos da UFERSA, com ambientes para disposição não somente dos resíduos
sólidos classe II, mas também dos resíduos sólidos classe I (perigosos), como embalagens de
reagentes vencidos, materiais de experimentos químicos e de saúde do departamento de
veterinária da instituição, entre outros. Também, sugere-se definir um ambiente para
atividades de escritório, com funcionários responsáveis pelas funções de controlar as
quantidades e as datas de entrada e saída dos resíduos sólidos armazenados no Abrigo.
63

5 CONCLUSÃO

Com relação à quantidade, verificou-se que se produz em média 389 kg/dia de resíduos
sólidos classe II na UFERSA, campus Mossoró, ocasionando uma taxa de produção per
capita de 0,086 kg/hab.dia.

Constatou-se também que, dos 389 kg/dia de resíduos sólidos classe II analisados, os
componentes mais produzidos foram restos de alimentos (15,00%), papel (8,70%), papelão
(7,62%), plástico rígido (6,91%), plástico maleável (8,35%), garrafa PET (3,52%) e outros 2
(36,67%), sendo estes, percentuais em relação ao peso.

De acordo com o levantamento do número de recipientes, a instituição deve adquirir 59


e 88 recipientes para armazenamento temporário e externo, respectivamente, resultando em
um total de 147 recipientes.
O Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA foi dimensionado com base na área
construída do setor de suinocultura desativado, na quantificação e caracterização dos resíduos
sólidos classe II, dividido em ambientes de acordo com a destinação final dos componentes
enquadrados nas classes de RECICLÁVEIS, OUTROS e COMPOSTÁVEIS, com áreas
sugeridas no dimensionamento iguais a 79,2, 64,8 e 334,3 m², respectivamente.
64

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67

APÊNDICE
APÊNDICE A – Estrutura da edificação do setor de suinocultura atualmente.
68
APÊNDICE B – Estrutura da edificação do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-RN.

A
Compostáveis - 2 1 2 3 4

Compostáveis - 1

C C
W.C. Recicláveis

Para o Aterro Sanitário


A
B
69
APÊNDICE C – Corte AA da estrutura da edificação do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-RN.
70
APÊNDICE D – Corte BB da estrutura da edificação do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-RN.
71
APÊNDICE E – Corte CC da estrutura da edificação do Abrigo de Resíduos Sólidos da UFERSA, campus Mossoró-RN.
72

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