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Moradia Unifamiliar Óptima

Habitabilidade auto-sustentável

Hugo Costa
Nr.º 33698

Janeiro 2011
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 1

2.1 Casas sustentáveis .............................................................................................................. 1

2.2 Objectivos ........................................................................................................................... 1

2. Construção........................................................................................................................... 2

2.1 Fundações ........................................................................................................................... 2

2.2 Estrutura ............................................................................................................................. 3

2.3 Paredes................................................................................................................................ 3

2.4 Cobertura ............................................................................................................................ 4

2.5 Envidraçados ....................................................................................................................... 4

3. Sistema de Águas ................................................................................................................ 5

3.1 Recolha de águas ................................................................................................................ 5

3.2 Água potável ....................................................................................................................... 5

3.3 Águas cinzentas ................................................................................................................... 6

3.4 Águas pretas........................................................................................................................ 6

4. Climatização ........................................................................................................................ 7

4.1 Solar térmico ....................................................................................................................... 7

4.2 Ventilação ........................................................................................................................... 8

5. Iluminação ........................................................................................................................... 9

5.1 Solar passiva ........................................................................................................................ 9

5.2 Iluminação eficiente............................................................................................................ 9

5.3 Índice de reflexão das superfícies ....................................................................................... 9

6. Produção de energia eléctrica ............................................................................................ 10

6.1 Solar fotovoltaico .............................................................................................................. 10

6.2 Energia eólica .................................................................................................................... 10

6.3 Sistemas híbridos .............................................................................................................. 11

7. Produção de géneros alimentícios ..................................................................................... 12

i
8. Avaliação económica e ambiental ..................................................................................... 13

9. Conclusão .......................................................................................................................... 14

Bibliografia ................................................................................................................................. 15

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1. Introdução

2.1 Casas sustentáveis

O conceito de construção sustentável não é recente e remonta aos tempos das primeiras crises
petrolíferas. Uma vez que 50% da energia mundial está dependente dos combustíveis fósseis luta-se
presentemente contra esta grande dependência que arrasta economias com a especulação dos mercados.

A energia é cada vez mais uma preocupação, e a nível das habitações representa uma grande
maioria das despesas fixas mensais de um agregado. A construção sustentável é no fundo a criação de
todo um consórcio entre as metodologias adoptadas para a edificação e os processos que se apresentam
ambientalmente responsáveis e que tenham uma utilização eficiente de todos os recursos durante o ciclo
de vida de um edifício. Esta perspectiva é aplicada desde logo no planeamento e desenho da infra-
estrutura, passando depois pela construção, pela operação, vulgo utilização, e pela manutenção, sem que
no entanto sejam afectados o conforto, a durabilidade e a utilidade. Do ponto de vista económico
pretende-se também que o saldo seja sempre positivo, pelo que a gestão de recursos desempenha também
um papel fundamental neste conceito.

Embora as novas tecnologias estejam em crescente desenvolvimento de forma a complementar


todo este processo de sustentabilidade, o principal objectivo é que este tipo de habitações sejam
concebidas para reduzir o impacte sobre a saúde humana e o ambiente através da utilização eficiente da
água, do melhoramento da qualidade do ar dentro do espaço habitacional e da redução e reaproveitamento
dos resíduos que são produzidos actualmente.

Do ponto de vista ambiental é de extrema importância a adopção destes procedimentos, pois


reduzem-se as emissões de gases poluentes, que tem impacte significativo sobre o efeito de estufa e
proporcionando as tão presentemente discutidas alterações climáticas.

2.2 Objectivos

Pretende-se com este estudo apresentar soluções optimizadas no projecto de uma moradia auto-
sustentável nos recursos onde é permitida essa aplicação ideológica.

Em todo este trabalho a análise não será muito profunda, atribuindo, uma forte índole pedagógica,
pelo que a abordagem será simples e concisa, atendendo aos objectivos anteriormente referidos.

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2. Construção

A construção de uma moradia exige todo um conjunto de metodologias que tem de ser cumpridas,
não só pelo facto de existirem requisitos legais, mas também por existirem todo um conjunto de
elementos fundamentais para a consolidação da construção como habitação.

As preocupações são das mais diversas tipologias, desde os fenómenos catastróficos naturais até
aos princípios elementares da física, não descurando porém as ambientais, pelo que se destacam os
seguintes pontos no que toca à construção de uma habitação:

• Baixo custo;
• Reutilização de materiais;
• Uso de materiais com baixa pegada de carbono;
• Resistência aos vários fenómenos naturais típicos da região;
• Características do solo;
• Proximidade costeira (por questões de salinidade);
• Minimização das transferências de calor entre interior e exterior;

Neste capítulo serão abordados os diferentes elementos da construção de uma moradia, num
contexto sustentável e optimizado, tendo em conta todos as supra indicadas preocupações.

2.1 Fundações

As fundações são a base de toda a casa. Pode ser visto como a interface entre onde todas as
estruturas vão assentar e o solo. São elas que participam de forma substancial na resistência aos
fenómenos de movimentação de terras e na estabilidade da construção.

Existem inúmeras metodologias para a realização das fundações, no entanto, e indo de encontro a
uma visão sustentável e amiga do ambiente, destaca-se a utilização de betão com base em cinzas e
reutilização/reciclagem de matérias usadas com cimentos [1]. Não só se poupa na produção, que tem uma
pegada significativa no que toca à emissão de GEE, mas também se utilizam “despojos” de velhas infra-
estruturas.

A utilização deste tipo de betão começa a ganhar alguns adeptos, enquanto os mais cépticos alegam
falhas nas características intrínsecas à temática da mecânica e da física. Embora em Portugal não seja
muito falado, existem já projectos pioneiros da produção de betão reciclado.[2]

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Quanto à parte técnica, relacionada com a construção civil, poderá ser necessário recurso a
máquinas para movimentação das terras, ou muita mão-de-obra, que poderá ser mais rentável se for
gratuita.

2.2 Estrutura

A estrutura mantém assegurada toda a estabilidade da construção fazendo a interligação entre as


fundações e a cobertura. Existem inúmeras soluções para este elemento, deste betão armado até à simples,
mas resistente, viga de aço. No entanto para este tipo de construção procuram-se materiais de baixo
impacte ambiental e com boa perspectiva sustentável, que se traduz na utilização de madeira tratada com
materiais ecológicos. Dos vários tipos de madeira existentes, há uma que começa a ter uma certa
relevância e que é utilizada a séculos pelas comunidades orientais. O bambu é uma madeira de enorme
resistência e pode chegar a ter um crescimento diário de cerca de um metro, como é o caso do bambu-
gigante. É uma planta que não exige muito dos solos (a titulo de curiosidade, foi a primeira planta a
florescer depois do incidente de Nagasaki), podendo uma semente originar uma floresta de bambus para
30 ou 40 anos.

Assim, uma estrutura em bambu irá assegurar não só a estabilidade e suportar toda a cobertura,
como irá promover um baixo impacte ecológico na construção da habitação, para além de, como
característica de interesse energético, tem uma baixa condutividade térmica.

2.3 Paredes

Assegurando a diferenciação entre o espaço interior e o exterior, as paredes assumem um papel


significativamente importante, uma vez que serão responsáveis por grande parte das características
térmicas da casa. Uma vez que se tenta promover a reutilização de materiais, os tijolos serão das últimas
soluções a considerar.

Nas últimas décadas tem-se assistido a inúmeras tentativas de encontrar um modelo de paredes que
se demonstrassem eficientes, de reduzido impacte ecológico e que promovessem a reutilização de
materiais. O culminar dessa pesquisa encontra-se em três soluções: pneus e latas usadas, palha e, por fim,
cânhamo.

O primeiro exemplo é encontrado nas tão faladas earthships [3], da autoria do arquitecto Michael
Reynolds. O princípio é simples, criar uma enorme massa térmica com a exposição solar parcial, de modo
a armazenar energia sob a forma de calor, sendo este libertado conforme a temperatura em redor desce,

3
segundo os princípios da termodinâmica. Todo este fenómeno é conseguido compactando terra no interior
dos pneus até perfazer uma consistência muito sólida. Colocando-os horizontalmente sobrepostos de
forma alternada, obtém-se uma parece, que é colocada apenas a norte, extremamente sólida, á prova de
incêndios, com uma enorme resistência sísmica e com uma massa térmica enorme. Todas as restantes
paredes necessárias são feitas de argamassa e latas de refrigerante, de modo a minimizar o consumo de
argamassa e reutilizar materiais que teriam como destino o lixo.

O segundo e terceiro exemplos seguem as metodologias normais de construção, apenas divergindo


no material, que em vez de tijolo, será uma material cujo impacte ambiental é mínimo e resulta dum
aproveitamento de subprodutos da actividade agrícola. Também resistente ao fogo, devido à extrema
compactação a que são submetidos, o seu isolamento térmico é enorme, também devido á espessura das
paredes, que poderá chegar aos 30 cm. Apenas trazem consigo a desvantagem de serem frágeis no que
toca a condições climáticas adversas, como é o caso da pluviosidade intensa e a humidade. Assim, não
são aconselháveis para qualquer região, tendo o clima ser estudado previamente.

2.4 Cobertura

A cobertura terá como principal função isolar o lado superior do espaço habitacional. Deverá ser
bom isolador térmico e um material resistente, prevenindo a infiltração de águas e estando projectado
para o aproveitamento das mesmas. Ao analisar o mercado existem inúmeras soluções, sendo que, pela
relação preço/qualidade/peso/eficiência as placas de poliestireno extrudido, conhecido como roofmate,
com uma espessura entre 8 a 10 cm. A cobertura será colocada sobre uma estrutura elaborada
especificamente para tal, e deverá precaver a utilização de clarabóias e janelas autonivelantes para
promover uma boa ventilação natural.

2.5 Envidraçados

Com fim a maximizar o aproveitamento da exposição solar, tal como começa a ser utilizado nas
habitações, a implementação de um grande envidraçado na frontal da habitação, isto é, virado a Sul, é
indispensável. O envidraçado deverá ser resistente e de preferência com bom isolamento térmico e
sonoro. Assim, recomenda-se a utilização de vidros temperados de espessura considerável, entre 10 a 20
mm, e as caixilharias em PVC de baixa condutividade térmica.

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3. Sistema de Águas

A água é um bem essencial a todos os seres vivos. O desperdício e a poluição de água são dois
pontos muito importantes nas preocupações ambientais da actualidade. É assim primordial para que,
duma perspectiva ambiental e sustentável, surjam metodologias que vão de encontro à maximização da
eficiência da utilização da água. Neste capítulo serão apresentadas soluções que visam não só o
aproveitamento total da água, bom como, do ponto de vista da auto-sustentabilidade, conseguir uma
independência da rede de distribuição pública.

3.1 Recolha de águas

A recolha de água é um passo fundamental para conseguir estar liberto da rede de distribuição e
permitir uma optimização da gestão deste bem essencial.

Ao analisar a pluviosidade, ou/e frequência de neve, da região onde se pretende realizar a


construção logo se admite o aproveitamento da água das chuvas para consumo. Este método em nada
influencia o ciclo da água, uma vez que ela retornará ao solo, cumprindo assim todas as etapas a que está
destinada.

Para o dimensionamento deste sistema há que ter em conta o consumo de água anual por habitante
e, em função da pluviosidade, projectar cisternas capazes de armazenar uma quantidade significativa de
água. No entanto, e precavendo períodos de seca ou de baixa pluviosidade, a recolha de água dos orvalhos
começa ser também falada. Uma vez que o ar contém humidade, existem métodos de condensação desse
pequeno teor de água para que possa ser aproveitado para consumo. Logo, com várias soluções de recolha
de água, há que decidir as melhores metodologias de forma a precaver a escassez, sendo que na pior das
hipóteses, existe sempre a possibilidade de ligação à rede pública de distribuição de água.

3.2 Água potável

Embora esteja solucionada a disponibilidade de água para consumo, sendo esta proveniente da
chuva ou neve, há ainda um importante passo a tomar: torna-la potável. É de todo indispensável, uma vez
que com a chuva estão sempre poeiras, microorganismos, e até compostos sulfídricos, o uso de filtros de
água. As soluções do mercado são imensas, no entanto o factor eficiência é primordial na escolha. Assim,
sistemas de filtração com base em filtros de várias porosidades seguindo-se uma etapa de eliminação de

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microorganismos, tanto por UV como através de carvão activado, são soluções de alta eficiência com um
preço que, embora ainda elevado, conseguem ser mais razoáveis do que os sistemas de filtração osmótica.

3.3 Águas cinzentas

Este tipo de águas representa toda a água que já foi utilizada, em banhos e higiene geral, lavagem
da roupa e de loiça, que pode ser reaproveitada ou reciclada para rega dos cultivos e para as descargas do
autoclismo.

Tal como para a água potável existem inúmeros sistemas. No entanto aquele que vai de encontro as
máximas ambientais e de desenvolvimento sustentável, encontra-se nas bases da permacultura. Esta
ideologia, ou para muitos, estilo de vida, pretende o máximo envolvimento entre o Homem e a Natureza.
È com esta interacção que se consegue um sistema deveras inteligente e bastante ecológico.

O princípio é simples. Um sistema de drenagem por etapas, isto é recorrendo a granulagens de


pedra diferentes, mas que tem algo de muito especial: um sistema de plantas com raízes compridas que
tira proveito das componentes orgânicas da água previamente utilizada. A optimização deste sistema dá-
se quando as plantas são comestíveis. Assim, não só se obtém um reaproveitamento da água, diminuindo
o consumo de água potável e aumentando a eficiência da utilização da água, mas também se tira partido
de um filtro biológico que pode contribuir para a alimentação de quem usufrui do sistema.

3.4 Águas pretas

Águas pretas são um termo utilizado desde os anos 70 para referir os esgotos. É bastante mais
comum ouvir este último conceito, no entanto, quando se falam de águas branca e cinzenta, e continuando
a mesma ilustração, referem-se também as águas pretas. Este tipo de águas residuais nada mais são do que
águas contaminadas com matéria fecal e urina, resultantes das necessidades animais do ser humano.

Com o intuito de ter uma atitude ecológica perante este tipo de águas existem soluções que tiram
partido da carga orgânica que nelas existe. A mais acertada é a da drenagem da água e aproveitamento da
matéria orgânica para fertilização das culturas. Assim, um sistema que drene toda a água retendo os
sólidos passiveis de serem bio degradados permite um aproveitamento eficiente de toda a matéria
orgânica, não impedindo o normal curso do ciclo das águas.

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4. Climatização

A temperatura no espaço habitacional é também um facto relevante na análise de uma habitação,


uma vez que uma temperatura correcta, não só se traduz em conforto, como também em saúde. Neste
capítulo serão abordadas metodologias de obtenção e conservação térmica indo de encontro as
necessidades usualmente demonstradas nesta temática.

4.1 Solar térmico

O aquecimento das águas é também alvo de um estudo, uma vez que, pode representar cerca de
50% do consumo energético de uma habitação [4]. Assim, uma vez mais procuram-se soluções para
minimizar este consumo energético. É nesse sentido qua a nossa fonte de energia inesgotável, o Sol, nos
faz promover a sua radiação e aproveita-la para aquecimento.

Existem dois tipos de sistemas solares térmicos.

Na circulação em termossifão a radiação solar incide sobre a cobertura de vidro que compõe a parte
superior do colector solar, penetrando no interior do painel solar. O calor é transferido para o fluido que
circula pela tubagem tornando-se menos denso, subindo do colector para o depósito. A permuta é feita
para a água de consumo, o fluido térmico arrefece e desce para os colectores, fechando-se o ciclo. O
depósito deve ficar sempre acima dos colectores solares. O investimento é mais baixo e a instalação mais
simples. Funciona de forma autónoma, sem recurso a bomba auxiliar para fazer a circulação do líquido
solar. A manutenção é mais simples. Já na circulação forçada a radiação solar incide sobre a cobertura de
vidro que compõe a parte superior do colector solar, penetrando no interior do painel solar. O calor é
transferido para o fluido que circula pela tubagem. O fluido quente, circula em circuito fechado e
transfere calor através da serpentina do depósito para a água de consumo.

A circulação do fluido é gerida pelo controlador diferencial e pelo grupo de circulação em função
das temperaturas medidas. O sistema de circulação forçada tem um rendimento superior, dado que a
gestão da energia é mais eficaz por ser regulada através de um controlador diferencial. Prevê um depósito
no interior do edifício, pelo que obriga a ter espaço para a colocação do mesmo. Para quem se preocupa
com a estética do painel e do edifício, é uma boa solução, dado que possibilita uma melhor integração
arquitectónica.

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Logo, os benefícios da utilização destes sistemas são evidentes. O primeiro, para as famílias que
aderirem a esta tecnologia de microprodução de energia, é ver a sua conta mensal de energia reduzida.
Um sistema bem dimensionado permite poupar até 70% da energia necessária para o aquecimento de
água que se utiliza em casa. Por outro lado, a compra deste tipo de equipamentos tem um benefício fiscal
associado de 30% do valor do investimento, no ano da aquisição.

Os sistemas solares térmicos são feitos para durar cerca de 20 anos com poupança de energia,
cuidando do ambiente. Contudo, necessitam de uma manutenção preventiva anual, para que durem o
tempo previsto sem perderem eficiência.

Portanto é mais que evidente e acertada a utilização de um sistema solar térmico.

4.2 Ventilação

Uma boa ventilação é de extrema importância para a qualidade do ar dentro da habitação. Torna-se
assim evidente a necessidade de promover as renovações de ar. Existem inúmeras soluções que dependem
de equipamentos, pelo que as soluções aqui apresentadas terão como base fenómenos naturais, seguindo
os mais básicos princípios da física e da termodinâmica.

Tal como referido na etapa da construção da cobertura, foram nomeadas as janelas autonivelantes.
Estas janelas têm como base um ponto de equilíbrio, bastando um simples pressão para se abrirem,
fechando assim que essa diferença não estiver presente. Abordando os princípios termodinâmicos da
convecção temos que o ar quente é mais leve que o ar frio e por isso terá tendência a subir, criando os
denominados movimentos de convecção das massas de ar. Ora se o ar sobe, transporta com o seu
movimento uma força de sentido ascendente. Esta força é suficiente para abrir as janelas autonivelantes,
promovendo-se assim a circulação de ar. No entanto, e caso não seja suficiente, pode-se promover a
ventilação de acordo com o sentido da maioria dos ventos presentes na região, sendo apenas necessário
ter janelas que permitam a circulação nesse sentido.

Estas duas medidas deverão ser suficientes para promover uma boa ventilação dentro do espaço
habitacional, porém denote-se que, se não for necessário, deve-se recorrer então a sistemas de ventilação
forçada através de equipamentos no intuito de obter uma boa qualidade do ar. Saliente-se o facto de que a
maioria das doenças do foro respiratório advém da qualidade deficitária do ar do espaço onde se reside
[5].

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5. Iluminação

De relevância acentuada nas habitações, a iluminação desempenha um papel muito importante, pois
para o ser humano conseguir ver precisa de luz. É de encontro a essa necessidade, e também pelo facto de
a luz ter impactos psicológicos na vivência de uma habitação, que existem estudos luminotécnicos que
pretendem optimizar a iluminação dos espaços existentes.

5.1 Solar passiva

O Sol é a principal fonte de iluminação da superfície terrestre, e, do ponto de vista natural, é a


única. Embora se possa recorrer a iluminação artificial, certo é que a visão humana está aprimorada para a
luz natural, a luz proveniente do Sol. Assim sendo há que tirar o máximo proveito dela evitando assim
qualquer recurso a iluminação artificial durante o período diurno. Com a implementação de clarabóias e
os envidraçados na parte frontal consegue se uma maximização da iluminação proveniente do Sol,
oferecendo níveis de luminosidade elevados apenas com luz natural

5.2 Iluminação eficiente

No entanto no período nocturno será necessário recorrer a iluminação artificial. Para esta situação
recomendam-se as bastantes difundidas lâmpadas fluorescentes compactas. A temperatura da cor pode
variar com o gosto pessoal, no entanto há que ter em atenção as potências para evitar sobre iluminação no
período da noite.

5.3 Índice de reflexão das superfícies

O índice de reflexão das superfícies é de importância acentuada, uma vez que interfere com o
rendimento luminoso do espaço habitacional. Cores mais claras tem um maior índice de reflexão
enquanto cores mais escuras tendem a absorvem demasiada luz e dar a percepção de que o espaço é mais
pequeno. Assim, recomenda-se a utilização de cores claras, não o branco por questões estéticas e de
limpeza, mas beges e tons claros das diferentes gamas cromáticas.

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6. Produção de energia eléctrica

A energia eléctrica é indispensável nos dias de hoje. Todos os utensílios, máquinas, iluminação
entre muitos outros, recorrem a energia eléctrica para desemprenharem as suas funções. Uma vez que a
casa se integra na temática da auto-sustentabilidade, os sistemas de produção eléctrica off-grid, isto é, sem
ligação à rede de distribuição pública, são uma necessidade. Com o crescente desenvolvimento dos
sistemas de microprodução a partir de fontes renováveis, serão abordadas neste capítulo soluções
correntes para a obtenção de electricidade para consumo.

6.1 Solar fotovoltaico

Sendo o Sol uma fonte de energia inesgotável, os sistemas fotovoltaicos apresentam-se como uma
solução para a produção de energia eléctrica. Embora com um rendimento relativamente baixo,
conseguem prover as necessidades de uma habitação com bons princípios de utilização e de
racionalização dos consumos de electricidade. No entanto o investimento inicial é sem dúvida uma forte
oposição e que coloca esta solução numa análise económica intensa e num dimensionamento muito bem
calculado. Só assim se consegue decidir a implementação deste tipo de sistemas que se prevêem de menor
custo com a proliferação ao longo dos próximos anos. Outra desvantagem desta solução é o facto de não
haver Sol nos períodos nocturnos, o que inviabiliza a produção para esse intervalo temporal. Existe assim
necessidade de contemplar este factor para que não haja dissabores no que toca aos períodos de maior
consumo.

6.2 Energia eólica

Com um crescimento exponencial nos últimos anos, a produção de energia eléctrica com fonte no
vento, tem sido um enorme passo a favor das energias renováveis. A disseminação é evidente em quase
todas as paisagens europeias, pelo que este tipo de produção é de facto positivo.

Uma vez que o vento é um elemento que sempre irá existir, uma vez que também está associado á
incidência solar sobre o planeta, há que tirar o máximo partido para a produção de electricidade. Os
sistemas de microprodução eólicos começam também a ganhar cada vez mais adeptos, pois, embora o
vento não seja previsível nem constante, sabe-se que ele estará dentro de certos limites, segundo bases de
dados de incidências de vento por região, como por exemplo a EOLOS [6].

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As potências existentes no mercado da microprodução abrangem todas as gamas desde os simples
100 W até as dezenas de kW. A variedade de pás é também considerável, pelo que existem modelos para
ventos da ordem dos pouco m/s até velocidades entre 20-30 m/s. Perante esta diversificada oferta fácil é
dimensionar um sistema que satisfaça as necessidades da habitação, sendo que no entanto o preço, tal
como na energia fotovoltaica, se apresenta como relativamente elevado mas, no entanto mais baixo que a
tecnologia anteriormente referida.

6.3 Sistemas híbridos

Estudos indicam que os sistemas independentes ideais, não só a nível de eficiência, mas também a
nível de retorno do investimento, são as soluções híbridas, que tanto utilizam energia fotovoltaica como
energia eólica. O dimensionamento tem de necessariamente ser mais cuidado, tendo em conta, tal como
anteriormente referido, os dados do vento para a região onde se prevê a sua utilização, bem como das
potências a instalar. Porém do ponto de vista do aproveitamento energético temos uma solução que
apenas funciona nos períodos diurnos compensada por outra que funciona apenas dependente da
velocidade do vento, tanto de noite, como de dia. É através desta junção sinergética que se obtém uma
melhor rentabilidade do investimento realizado e uma optimização energética.

Denote-se, no entanto, que cada caso deverá ser alvo de um profundo estudo de forma a serem
encontradas as soluções mais indicadas para cada situação.

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7. Produção de géneros alimentícios

Incluída também no conceito de auto-sustentabilidade, a produção de alimentos é um ponto de


importância substancial uma vez que, sendo a habitação destinada a humanos, é senso comum, sem
necessidade de recorrer a Max-Neef ou até mesmo Maslow, que a alimentação se apresente como uma
das necessidades mais básicas para o Homem.

Recorrendo à tão famosa, mas não praticada, roda dos alimentos temos que a alimentação saudável
deverá ser constituída por: [7]

• Cereais e derivados, tubérculos – 28%;


• Hortícolas – 23%;
• Fruta – 20%;
• Lacticínios – 18%;
• Carne, pescado e ovos – 5%;
• Leguminosas – 4%;
• Gorduras e óleos – 2%;

Assim, facilmente depreende que a fruta, os tubérculos, as hortícolas e o leite são a base da nossa
alimentação. Existem actualmente moradias auto-sustentáveis a nível alimentar para um agregado de 3 a 4
pessoas. Do ponto de vista agrícola se houver um terreno com as características mínimas de plantação,
isto é, que não esteja perante total ausência de água, facilmente se conseguem plantar ou semear verduras
e tubérculos. Já para a produção frutícola é necessária muita água, e a espécie tem de estar adaptada ao
clima onde se encontra.

Quanto aos animais, depois de algumas experiencias por parte de produtores para auto-consumo,
uma boa solução é ter aves ovíparas, ou seja, as chamadas galinhas poedeiras, e ovelhas. Principalmente
por duas razões: ambas são fonte de proteína, através dos ovos e do leite, e ambas conseguem gerir bem
os espaços destinados a sua alimentação, isto é, conseguem partilhar o mesmo pasto, sem nunca o
consumir demasiado, gerindo autonomamente a distribuição dos locais de alimentação. Para além disso,
ambas são fornecedoras de carnes magras e, no caso das ovelhas, há ainda o aproveitamento da lã, ou para
venda ou para peças de aquecimento para uso próprio.

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8. Avaliação económica e ambiental

De extrema importância em qualquer projecto a análise económica reflecte, na maioria dos casos, a
viabilidade ou inviabilidade de execução. Embora cada vez mais também se tenham em atenção a análise
ambiental e ecológica, seria falacioso afirmar que ambas tinham a mesma importância ou que a análise
económica apenas tinha uma pequena superioridade. De facto, tal como referido, a análise económica é a
que tem maior interesse, pois tem na balança um bem que dá acesso a todos os outros, o dinheiro.

Das análises realizadas e estudadas, facto é que em comparação à construção tradicional existe um
investimento inicial superior, em cerca de 10% a 20%. Porém, estes valores referem-se a uma habitação
auto-sustentável, isto é, pretende-se que não existam nem contas de águas, nem de gás, nem luz, nem de
aquecimento. Apenas um complemento á alimentação, isto quando se demonstra necessário. Existem
casos onde a única despesa anual com a moradia é mesmo o pagamento da mensalidade do crédito obtido
para a construção da mesma.

Do ponto de vista ambiental as diferenças face á construção tradicional são colossais. Logo na
construção existem sempre a preocupação de reduzir o impacto ambiental e ecológico, seguindo-se todas
as abordagens apresentadas, cujos princípios base são comuns: asseguram a sustentabilidade ambiental e
reduzir a pegada de emissão, não só do dióxido de carbono, mas também de todos os outros gases que
contribuem para o aumento o efeito de estufa. Com uma abordagem superficial não é muito notório, no
entanto com um leve esforço facilmente se depreenderá que é evidente que a contribuição para os
fenómenos que actualmente afectam o nosso clima é claramente minimizada.

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9. Conclusão

Este estudo reflectiu toda a essência que está por detrás da minha incursão no mestrado de energias
renováveis. A temática é bastante actual e fará, certamente, parte do nosso futuro. É urgente que se
encontre soluções para um sistema urbano sustentável que seja capaz de interiorizar uma preocupação
ambiental, reconhecendo a Natureza como a essência da Vida. Enquanto isso não acontecer a civilização
estará a construir o seu fim, pois quando os recursos se esgotarem nada poderá ser feito. O número de
adeptos desta ideologia estão em crescimento, principalmente nas camadas mais jovens, o que reflecte
uma preocupação acentuada com o futuro, pois, embora muito envolto em cepticismos, a Natureza
começa a reflectir os nossos comportamentos pelas alterações climáticas que se tem constatado num
passado mais próximo e no presente.

Com este estudo é fácil depreender que, do ponto de vista habitacional, a sustentabilidade está ao
alcance de todos, e que só não é implementado por questões de maus hábitos e de teimosia em reconhecer
alternativas mais viáveis às adoptadas na actualidade.

É também importante revelar a forte oposição das autoridades governamentais a este tipo de
projectos. A quantidade de exigências a nível burocrático é completamente absurda, já para não falar do
tempo que demora desde a exposição dos projectos até à aprovação, quando esta se verifica, que
raramente acontece.

Urge-se portanto em evoluir para estas novas soluções e formar um consórcio entre as entidades
construtoras, as autoridades governamentais e as mentalidades da população em geral, para que haja um
desenvolvimento sustentável do ponto de vista habitacional de modo a que se poupem recursos naturais e
financeiros e que, acima de tudo, se respeite o ambiente e a Natureza como meios primordiais ao
desenrolar da civilização no planeta Terra.

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Bibliografia
[1] Brito Jorge, “A reciclagem de resíduos da construção e demolição”, IST,2006

[2] Costa C. N. et al, “Reciclagem de resíduos da construção e demolição - alguns exemplos


portugueses”, FCT/UNL

[3] Earthship biotecture, http://earthship.com

[4] ENERGAIA – Agencia Municipal de Energia de Gaia, http://www.energaia.pt/

[5] ADENE – Agência para a a energia, http://www.adene.pt/

[6] EOLOS, UEO - Unidade de Energia Eólica e dos Oceanos, LNEG

[7] Portal da Saúde, Direcção Geral de Saúde, Ministério da Saúde, 2005

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