Desenhar é tão natural como falar. Desde muito pequenos que temos o impulso para
desenhar. Desenhar é a língua que utilizamos para comunicar visualmente, tem uma
gramática própria com regras e convenções como qualquer outra língua para que todos
se possam entender utilizando os mesmos códigos visuais. Seria absurdo começar pela
gramática para aprender a falar. Aprendemos a falar através da prática, repetindo sons,
palavras e frases, dando erros, corrigindo pouco a pouco. Assim é para aprender a
desenhar, começamos pela prática. Não existe uma maneira correcta de aprender a
desenhar, existem várias maneiras de aprender e o professor apenas poderá apontar
caminhos, esses caminhos não são fórmulas, são vivências por vezes penosas porque
implicam muito esforço, muita persistência e muita prática.
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O desenho está nas artes, nas ciências, nas tecnologias, esfuma-se entre aplicações
diversas utilizando um considerável número de media e de suportes. Ruskin ( 1857)i
acreditava que o valor mais importante do desenho residia na sua capacidade para nos
ajudar a ver. O desenho como representação é a expressão do desejo de apreender a
realidade ( Molina, 1995, p. 23)ii, ou seja a nossa vontade de capturar as imagens que
nos rodeiam.
A primeira coisa que o aluno deve fazer é observar, estudar a natureza. Pegue num
modelo como por exemplo uma cebola . Olhe-a no sentido de mirar , observar com
atenção : com é a sua forma? Redonda? Oval? Como é o seu tamanho? Do tamanho da
sua mão? Maior, menor? Quanto pesa? Como é feita? Como cresceu? Como é a sua
estrutura interna, como é a sua superfície? Como é que a sua superfície reflecte a luz?
De que cor é? Quantos tons? Quantos matizes? Entenda a cebola como um todo e não
como a soma das suas partes. Esta é a primeira lei da gramática do desenho.
Actividades:
1. Visão ( aulas 13, 14)
Antes de iniciar leia o capítulo do livro sobre Visão. Faça um mapa conceptual a partir
dessa leitura explicando como as imagens são transmitidas ao olho e ao cérebro, quais
os processos físicos e psicovisuais , as teorias da percepção das formas ( Gestalt) . No
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seu mapa pode colar imagens ou escrever exemplos práticos onde os princípios da
Gestalt se aplicam. Esta actividade deverá ser iniciada em casa e terminada numa aula.
Escolha um conceito importante sobre visão e envie a sua explicação desse conceito
para o glossário da página da disciplina na Internet.
Exercícios:
a) contorno e gesto ( só linha), lápis, carvão, caneta, pincel/tinta da
China, ) - 15 desenhos para cada modelo
b) massa e gesto ( só mancha) lápis, carvão, caneta, pincel/tinta da China-
10 desenhos para cada modelo
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Experimento mais possível e após cada experimentação escreva as suas conclusões
ao lado do esboço. Não se esqueça de datar os esboços.
O que é uma natureza morta? Porque se chama assim? Como se podem fazer?
Quem fez naturezas mortas/ quando/onde/como/porquê? Como são as naturezas
mortas em 2007?Para que servem? Quem as aprecia?
Nota: para pesquisar pode usar as seguintes palavras chaves: natureza morta, bodegón, still life, nature
morte.
Aprender a desenhar passa por interpretar desenhos que outros fizeram, como Cézanne,
Picasso, Mondrian, Sol Le Witt por exemplo faziam muitos esboços a partir de obras de
arte de outros tempos e autores. Estes exercícios não são cópias, são antes tentativas de
entender uma obra, tentar reduzir as formas às suas linhas de força mais importantes,
tentar perceber a relação entre forma e fundo através de manchas, tentar compreender
como o volume foi desenhado e como as formas se organizam no campo visual.
4.1. Escolha 2 naturezas mortas de autores da história da arte ocidental e faça alguns
exercícios de interpretação dessas obras.
Nota: Pode pesquisar por género ( natureza morta), por movimento ( barroco, renascimento) por país
( pintores flamengos, pintores italianos, espanhóis, portugueses, etc.) ou por autor ( Ucello, Da Vinci,
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Durer, Caravaggio, Baltazar Gomes Figueira, Zurbarán, Juan Fernandez El Labrador, Juan Sanchez
Cotán, Murillo, Chardin, Morandi, etc. )
Seleccione e envie 2 esboços soltos deste exercício para a página da turma ( unidade
de trabalho 1)
( Nomeie da seguinte maneira : nome, nº, turma, ano, data, U1- 3
nome, nº, turma, ano, data, U1- 4)
4.2. Faça um pequeno texto muito pessoal sobre a pintura da artista Portuguesa do
século XVII Josefa de Óbidos a partir de pesquisa bibliográfica. Seguidamente
escolha uma das suas obras e faça uma interpretação visual dessa obra.
Envie alguma da informação que pesquisou sobre a artista para o glossário da página da
disciplina.
Numa folha de papel cavalinho A3 ou maior faça a sua(s) natureza(s) morta(s) uma
utilizando técnica à sua escolha.
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Entrega e apresentação oral dos Portefólios:
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Autorização
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i
Ruskin, J. (1857.) Elements of Drawing . London: Smith, Elder and Co.
ii
Molina, J.J. (coord) ( 1995). Las Lecciones Del Dibujo Madrid: Catedra