Anda di halaman 1dari 55

Guia para a Expressão da

Incerteza na Medição

Tradução livre de Marco Antônio Ribeiro

Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement (Corrigida e Reimpressa, 1995)


ISO Technical Advisory Group on Metrology (ISO/TAG4/WG3)

Salvador, Inverno 1996, Outono 2001

1
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 0 Introdução

0. Introdução

0.1. Quando reportando o resultado de uma - internamente consistente: deve ser


medição de uma quantidade física, é obrigatório diretamente derivável dos componentes
que alguma indicação quantitativa da qualidade que contribuem com a incerteza, bem
do resultado seja dado de modo que quem vai como independente de como estes
usá-la possa avaliar sua confiabilidade. Sem tal componentes são agrupados e da
indicação, os resultados da medição não podem decomposição dos componentes em
ser comparados, nem entre si e nem com subcomponentes;
valores de referência dados em uma
- transferível: deve ser possível usar
especificação ou norma. É por isso necessário
diretamente a incerteza calculada para um
que haja um procedimento prontamente
resultado como um componente em
implementado, facilmente entendido e
avaliando a incerteza de outra medição
universalmente aceito para caracterizar a
em que o primeiro resultado é usado.
qualidade de um resultado de uma medição, isto
é, para avaliar e expressar a sua incerteza. Além disso, em muitas aplicações industriais e
comerciais, bem como em áreas de saúde e
0.2. O conceito de incerteza como um atributo
segurança, é geralmente necessário fornecer um
quantificável é relativamente novo na história da
intervalo em torno do resultado da medição que
medição, embora erro e análise do erro tenham
possa ser esperado incluir uma grande fração da
uma longa participação da prática da ciência da
distribuição dos valores que podem
medição ou metrologia. É atualmente largamente
razoavelmente ser atribuídos à quantidade
reconhecido que, quando todos os componentes
sujeita à medição. Assim, o método ideal para
conhecidos ou suspeitos do erro tenham sido
avaliar e expressar a incerteza na medição deve
avaliados e as correções apropriadas tenham
ser capaz de facilmente fornecer tal intervalo, em
sido aplicadas, há ainda uma incerteza
particular, um com uma probabilidade de
remanescente acerca da correção do resultado
cobertura ou nível de confiança que corresponda
apresentado, isto é, uma dúvida acerca de quão
de modo realístico com o requerido.
bem o resultado da medição representa o valor
da quantidade sendo medida. 0.5. O enfoque sobre o qual esta recomendação
se baseia é o apresentado na Recomendação
0.3. Justo como o uso quase universal do
INC-1 (1980) [2] do grupo de trabalho
Sistema Internacional de Unidades (SI) trouxe
conveniado com o BIPM em resposta a uma
coerência a todas as medições científicas e
requisição do CIPM. Este enfoque, a justificativa
tecnológicas, um consenso universal na
do que é discutido no Anexo E, satisfaz todas as
avaliação e expressão da incerteza na medição
exigências apresentadas acima. Este não é
permitiria a significância de um vasto espectro de
ocaso para a maioria dos outros métodos em
resultados de medição na ciência, engenharia,
uso corrente. A recomendação INC-1 (1980) foi
comercio, indústria e legislação a serem
aprovada e reafirmada pelo CIPM em sua
facilmente entendidas a apropriadamente
própria Recomendação 1 (CI - 1981) [3] e 1 (Ci
interpretadas. Nesta era da globalização da
(1986) [4];
economia, é imperativo que o método para
avaliar e expressar a incerteza seja uniforme 0.6. Um sumário sucinto do procedimento
através de todo o mundo de modo que as especificado neste documento guia para avaliar
medições feitas em diferentes países sejam e expressar a incerteza na medição é dado na
facilmente comparadas. cláusula 8 e vários exemplos são apresentados
em detalhes no Anexo H. Outros anexos tratam
0.4. O método ideal para avaliar e expressar a
dos termos gerais de metrologia (Anexo B),
incerteza do resultado de uma medição deve ser
termos e conceitos básicos de estatística (Anexo
- universal: o método deve ser aplicável a C); valor verdadeiro, erro e incerteza (Anexo D);
todos os tipos de medições a todos os sugestões práticas para avaliar os componentes
tipos de dados de entrada usados nas da incerteza (Anexo F); graus de liberdade e
medições. níveis de confiança (Anexo G); os principais
símbolos matemáticos usados através de todo o
A quantidade real usada para expressar a
documento (Anexo J) e referências bibliográficas
incerteza deve ser:
(Anexo K).

2
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 0 Introdução

0.7. Recomendação INC-1 (1980)


Expressão das incertezas experimentais
1. A incerteza no resultado de uma medição
geralmente consiste de vários componentes que
podem agrupados em duas categorias de acordo
com o modo que seu valor numérico é estimado:
A. aquelas que são avaliadas por métodos
estatísticos,
B. aquelas que são avaliadas por outros meios.
Nem sempre há uma correspondência simples
entre a classificação em categorias A ou B e a
classificada usada anteriormente em incertezas
aleatórias e sistemáticas. O termo incerteza
sistemática pode ser mal entendido e deve ser
evitado.
Qualquer relatório detalhado da incerteza deve
consistir de uma lista completa dos
componentes, especificando cada método usado
para obter seu valor numérico.
2. Os componentes na categoria A são
caracterizados pelas variâncias estimadas si2 (ou
os desvios padrão estimados si) e o numero de
graus de liberdade νi. Quando apropriado, as
covariâncias devem ser dadas.
3. Os componentes na categoria B devem ser
caracterizados pelas quantidades uj2, que podem
ser consideradas como aproximações das
variâncias correspondentes, cujas existências
devem ser assumidas. As quantidades podem
ser tratadas como variâncias e as quantidades uj
como desvios padrão. Onde apropriado, as
covariâncias devem ser tratadas do mesmo
modo.
4. A incerteza combinada deve ser caracterizada
pelo valor numérico obtido pela aplicação do
método usual para a combinação de variâncias.
A incerteza combinada e seus componentes
devem ser expressos na forma de desvios
padrão.
Se, para determinada aplicação, for necessário
multiplicar a incerteza combinada por um fator
para obter a incerteza total, o fator de
multiplicação usado sempre deve ser
estabelecido.

3
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 1 Escopo

GUIA PARA A EXPRESSÃO DA


INCERTEZA NA MEDIÇÃO

1. Escopo

1.1. Este Guide estabelece as regras gerais resultado da medição e sua incerteza podem
para avaliar e expressar a incerteza em ser conceituais e baseados inteiramente em
medição que pode ser seguida em vários níveis dados hipotéticos, o termo resultado de uma
de exatidão e em muitos campos - do chão de medição quando usado neste Guide deve ser
fábrica para a pesquisa fundamental. Assim, os interpretado neste contexto mais amplo.
princípios deste Guide podem ser aplicáveis a 1.4. Este Guide fornece as regras gerais para
um largo espectro de medições, incluindo avaliar e expressar a incerteza na medição e
aquelas requeridas para: não instruções detalhadas e tecnologicamente
- manter o controle de qualidade e garantia específicas. Além disso, ele não discute como
da qualidade na produção a incerteza de um resultado particular de uma
medição , uma vez avaliada, pode ser usado
- estar de conformidade e atender leis e para diferentes objetivos, por exemplo, para
regulações tirar conclusões acerca da compatibilidade
- conduzir pesquisa básica e aplicada e deste resultado com outros resultados
desenvolvimento em ciência e engenharia semelhantes, para estabelecer os limites de
tolerância em um processo de fabricação ou
- calibrar padrões e instrumentos e fazer para decidir se um certo modo de ação pode
testes através de um sistema completo ser seguramente tomado. Pode ser necessário
nacional de medição de modo a conseguir desenvolver padrões particulares baseados
rastreabilidade a padrões nacionais neste Guide que trata de problemas peculiares
- desenvolver, manter e comparar padrões a campos específicos de medição ou com os
de referência físicos internacionais e vários usos de expressões quantitativas de
nacionais, incluindo materiais de referência. incerteza. Estas normas podem ser versões
simplificadas deste Guide mas devem incluir o
1.2. Este Guide está principalmente detalhe que é apropriado ao nível de exatidão e
relacionado com a expressão de incerteza na complexidade das medições e usos desejados
medição de uma quantidade física bem
definida - o mensurando - que pode ser Nota - Pode haver situações em que o conceito
caracterizada por um valor essencialmente de incerteza da medição é acreditado não ser
único. Se o fenômeno de interesse pode ser totalmente aplicável, tal como quando a
representado somente como uma distribuição precisão de um método de teste é
de valores ou é dependente de um ou mais determinada.
parâmetros, como o tempo, então os
mensurandos requeridos para sua descrição
são o conjunto de quantidades descrevendo
esta distribuição ou esta dependência.
1.3. Este Guide é também aplicável para
avaliar e expressar a incerteza associada com
o projeto conceitual e a análise teórica de
experimentos, métodos de medição e
componentes complexos e sistemas. Como um

4
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 2 Definições

2. Definições

2.2.3. A definição formal do termo incerteza da


2.1. Termos metrológicos gerais medição desenvolvida para uso neste Guide e
no VIM [6} é a seguinte:
A definição de vários termos metrológicos
gerais relevantes para este Guide, tal como incerteza (da medição)
quantidade mensurável, mesurando, e erro parâmetro, associado com o resultado
de medição são dados no Anexo B. Estas de uma medição, que caracteriza a
definições são tiradas do International dispersão dos valores que poderiam
vocabularly of basic and general terms in razoavelmente ser atribuídos ao
metrology (abreviado VIM) [6]. Além disso, o mensurando.
Anexo C dá as definições de vários termos
estatísticos básicos tirados principalmente da Notas
norma ISO 3534-1 [7]. Quando um destes 1. O parâmetro pode ser, por exemplo, um
termos metrológicos ou estatísticos (ou um desvio padrão (ou um dado múltiplo dele) ou
termo intimamente relacionado) é primeiro a meia largura de um intervalo tendo
usado no texto, começando com a cláusula 3, é determinado nível de confiança
impresso em negrito e o número da 2. A incerteza de uma medição compreende,
subcláusula em que ele é definido é dado em em geral, muitos componentes. Alguns
parêntesis. destes componentes podem ser avaliados da
distribuição estatística dos resultados de
Por causa de sua importância para o Guide, a séries de medições e podem ser
definição do termo geral metrológico incerteza caracterizados por desvios padrão
da medição é dado tanto no Anexo B e em experimentais. Os outros componentes, que
2.2.3. As definições dos termos específicos também podem ser caracterizados por
mais importantes para este Guide são dadas desvios padrão, são avaliados de
em 2.3.1 a 2.36. Em todas estas subcláusulas distribuições de probabilidade assumidas
e nos anexos B e C, o uso de parêntesis em baseadas na experiência ou em outras
torno de certas palavras de alguns termos informações.
significa que estas palavras podem ser 3. É entendido que o resultado da medição é
omitidas se isto é improvável de causar a melhor estimativa do valor do mensurando
confusão. e que todos os componentes da incerteza,
incluindo os que aparecem de efeitos
sistemáticos, tais como os componentes
2.2. O termo incerteza associados com correções e padrões de
referência, contribuem para a dispersão.
O conceito de incerteza é discutido com mais
detalhe na cláusula 3 e Anexo D. 2.2.4. A definição de incerteza de medição
dada em 2.2.3 é um operacional que focaliza
2.2.1. A palavra incerteza significa dúvida e no resultado da medição e sua incerteza
assim em seu sentido mais amplo incerteza da avaliada. Porém, não é inconsistente com
medição significa dúvida acerca da validade do outros conceitos de incerteza da medição, tais
resultado de uma medição. Por causa da falta como
de palavras diferentes para este conceito geral
de incerteza e as quantidades específicas que - uma medida do erro possível no valor
fornecem medidas quantitativas do conceito, estimado do mensurando como
por exemplo, o desvio padrão, é necessário fornecido pelo resultado de uma
usar a palavra incerteza nestes dois diferentes medição;
sentidos. - uma estimativa caracterizando a faixa
2.2.2. Neste Guide, a palavra incerteza sem de valores dentro da qual o valor
adjetivos se refere ao conceito geral de verdadeiro de um mensurando cai (VIM,
incerteza e a qualquer ou todas medidas entrada 3.09).
quantitativas deste conceito. Quando uma Embora estes dois conceitos tradicionais sejam
medida específica for pretendida, usa-se o válidos como ideais, eles focalizam em
adjetivo apropriado. quantidades desconhecidas: o erro do
resultado de uma medição e o valor verdadeiro
do mensurando (em contraste ao seu valor

5
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 2 Definições

estimado), respectivamente. Mesmo assim, 2. Para associar um nível específico de


qualquer que seja o conceito de incerteza confiança com o intervalo definido pela
adotado, um componente de incerteza é incerteza expandida requer hipóteses
sempre avaliado usando os mesmos dados e explícita ou implícita com relação a
distribuição de probabilidade caracterizada
informação relativa (ver também E.5). pelo resultado da medição e sua incerteza
padrão combinada. O nível de confiança que
2.3. Termos específicos a este Guide pode ser atribuído a este intervalo pode ser
conhecido somente na extensão em que tais
Em geral, termos que são específicos a este hipóteses possam ser justificadas.
Guide são definidos no teste quando são 3. A incerteza expandida é também chamada
introduzidos inicialmente. Porém, as definições de incerteza total, no parágrafo 5 da
dos mais importantes destes termos são dados Recomendação INC-1 (1980).
aqui para facilitar a referência.
Nota - Discussão adicional relativa a estes 2.3.6. fator de cobertura
termos pode ser encontrada como segue: fator numérico usado como um multiplicador da
para 2.3.2, ver 3.3.3 e 4.2; para 2.3.3., ver incerteza padrão combinada de modo a obter
3.3.3 e 4.3; para 2.34, ver cláusula 5 e eq.
uma incerteza expandida.
(10) e (13) e para 2.3.5 e 2.3.6, ver cláusula
6. Nota - Um fator de cobertura, k, é tipicamente
na faixa de 2 a 3.
2.3.1. incerteza padrão
incerteza do resultado de uma medição
expressa como um desvio padrão.

2.3.2. Avaliação Tipo A (de incerteza)


método de avaliação da incerteza por análise
estatística de séries de observações.

2.3.3. Avaliação Tipo B (de incerteza)


método de avaliação da incerteza por meios
diferentes de análise estatística de séries de
observações.

2.3.4. incerteza padrão combinada


incerteza padrão do resultado de uma medição
quando este resultado é obtido dos valores de
várias outras quantidades, iguais à raiz
quadrada positiva de uma soma de termos, os
termos sendo as variâncias ou covariâncias
destas outras quantidades com pesos de
acordo com o modo que o resultado da
medição varia com alterações destas
quantidades.

2.3.5. incerteza expandida


quantidade definindo um intervalo em do qual o
resultado de uma medição que pode ser
esperado incluir uma grande fração da
distribuição de valores que poderiam
razoavelmente ser atribuídos ao mensurando.
Notas
1. A fração pode ser vista como a
probabilidade de cobertura ou nível de
confiança do intervalo.

6
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

3. Conceitos Básicos

o
A discussão adicional de conceitos básicos C e 101 325 Pa mais qualquer outro
parâmetro definido associado necessário, tal
pode ser encontrada no Anexo D, que focaliza
como o modo como a barra é suportada.
as idéias de valor verdadeiro, erro e incerteza e Porém, se o comprimento é para ser
inclui ilustrações gráficas destes conceitos e no determinado com precisão de milímetro (10-3
Anexo E que explora a motivação e a base m), sua especificação não requer uma
estatística para a Recomendação INC-1 temperatura ou pressão definida ou um valor
(1980), sobre a qual este Guide se baseia. para qualquer outro parâmetro definido
Anexo J é um glossário dos principais símbolos Nota - A definição incompleta do mensurando
matemáticos usados neste Guide. pode fazer aparecer um componente da
incerteza suficientemente grande que deve
ser incluído na avaliação da incerteza do
3.1. Medição resultado da medição (ver D.1.1, D.3.4 e
D.6.2).
3.1.1. O objetivo de uma medição (B.2.5) é
determinar o valor (B.2.2.) de um mensurando 3.1.4. Em muitos casos, o resultado de uma
(B.2.9), isto é, o valor de uma quantidade medição é determinado em base de séries de
particular (B.2.1, nota 1) a ser medida. Uma observações obtidas sob condições de
medição então começa com uma especificação repetibilidade (B.2.15, nota 1).
aproximada do mensurando, o método de 3.1.5. Variações em observações repetidas são
medição (B.2.7), e o procedimento de assumidas a aparecer por causa das
medição (B.2.8). quantidades de influência (B.2.10) que
Nota - O termo valor verdadeiro (Anexo D) podem afetar o resultado da medição não são
não é usado neste Guide por razões dadas mantidas completamente constantes.
em D.3.5; os termos valor de um mensurando
(ou de uma quantidade) e o valor verdadeiro 3.1.6. O modelo matemático da medição que
de um mensurando (ou de uma quantidade) transforma o conjunto de observações
são vistos como equivalentes. repetidas no resultado da medição é de
importância crítica porque, além das
3.1.2. Em geral, o resultado de uma medição observações, ele geralmente inclui várias
(B.2.11) é somente uma aproximação ou quantidades de influência que são conhecidas
estimativa (C.2.26) do valor do mensurando e não exatamente. Esta falta de conhecimento
assim é completo somente quando contribui para a incerteza do resultado de
acompanhado por uma expressão da incerteza medição, tal como as variações de
(B.2.18) desta estimativa). observações repetidas e qualquer incerteza
3.1.3. Na prática, a especificação requerida ou associada com o modelo matemático em si.
a definição de um mensurando é ditado pela 3.1.7. Este Guide trata do mensurando como
requerida precisão da medição (B.2.14). O um escalar (uma quantidade simples). A
mensurando deve ser definido com suficiente extensão para um conjunto de mensurandos
completude com relação à precisão requerida relativos determinados simultaneamente na
de modo que para todos os objetivos práticos mesma medição requer a substituição do
associados com a medição seu valor é único. É mensurando escalar e sua variância (C.2.11,
neste sentido que a expressão valor do C.2.20, C.3.2) por um mensurando vetor e
mensurando é usado neste Guide. matriz de covariância (C.3.5). Tal substituição
Exemplo - Se o comprimento de uma barra de é considerada neste Guide somente nos
aço nominalmente com um metro é para ser exemplos (H.2, H.3 e H.4).
determinado com a precisão de um
micrômetro (10-6 m), sua especificação deve
incluir a temperatura e a pressão em que o 3.2. Erros, Efeitos e correções
comprimento é definido. Assim, o 3.2.1. Em geral, uma medição tem
mensurando deve ser especificado como, por imperfeições que provocam um erro (B.2.19)
exemplo, o comprimento da barra em 25,00

7
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 3 Conceitos Básicos

no resultado da medição. Tradicionalmente, um compensação imperfeita de um efeito


erro é visto como tendo dois componentes, sistemático não pode ser conhecido
chamados de componente aleatório (B.2.21) e exatamente. Os termos erro e incerteza
devem ser usados corretamente e deve-se
componente sistemático (B.2.22).
cuidar para distinguir um do outro.
Nota - O erro é um conceito idealizado e os
erros não podem ser conhecidos exatamente. 3.2.4. É assumido que o resultado de uma
medição tenha sido corrigido para todos os
3.2.2. O erro aleatório presumidamente efeitos sistemáticos reconhecidamente
aparece de variações imprevisíveis ou significativos e que cada esforço tenha sido
estocásticas de tempo e espaço de feito para identificar estes efeitos.
quantidades de influência. Os efeitos de tais
Exemplo - Uma correção devida à impedância
variações, a partir de agora chamados de
de um voltímetro usado para determinar a
efeitos aleatórios, provocam variações em diferença de potencial (o mensurando)
observações repetidas do mensurando. através de um resistor de alta impedância é
Embora não seja possível compensar o erro aplicada para reduzir o efeito sistemático
aleatório de um resultado da medição, ele pode sobre o resultado da medição resultante do
usualmente ser reduzido pelo aumento do efeito de carga do voltímetro. Porém, os
número de observações, sua expectativa ou o valores das impedâncias do voltímetro e do
valor esperado (C.2.9, C.3.1) é zero. resistor, que são usadas para estimar o valor
da correção e que são obtidas de outras
Notas medições, são também incertezas em si.
Estas incertezas são usadas para avaliar o
1. O desvio padrão experimental da média
componente da incerteza da determinação da
aritmética ou média de uma série de
diferença de potencial que aparece da
observações (ver 4.2.3) não é o erro aleatório
correção e assim do efeito sistemático devido
da média, embora isso possa aparecer em
à impedância finita do voltímetro.
algumas publicações. Em vez disso, ele é
uma medida da incerteza da média devida Notas
aos efeitos aleatórios. O valor exato do erro
na média resultante destes efeitos não pode 1. Muitas vezes, os instrumentos e sistemas
ser conhecido. de medição são ajustados ou calibrados
usando padrões de medição e materiais de
2. Neste Guide, toma-se muito cuidado para referência para eliminar os efeitos
distinguir entre os termos erro e incerteza. sistemáticos, porém, as incertezas
Eles não são sinônimos, mas representam associadas com estes padrões e materiais
conceitos completamente diferentes e eles devem também ser consideradas.
não devem ser confundidos entre si ou mal
usados. 2. O caso onde uma correção para um efeito
sistemático significativo conhecido não é
3.2.3. O erro sistemático, como o erro aleatório, aplicada é discutido na nota para 6.3.1 e em
não pode ser eliminado mas ele também pode F.2.4.5.
ser geralmente reduzido. Se um erro
sistemático aparece de um efeito reconhecido 3.3. Incerteza
de uma quantidade de influência sobre o
resultado da medição, a partir de agora 3.3.1. A incerteza do resultado de uma
chamado de efeito sistemático, o efeito pode medição reflete a falta do conhecimento exato
ser quantificado e, se ele tiver um tamanho do valor do mensurando (ver 2.2). O resultado
significativo em relação à precisão requerida da de uma medição depois da correção de efeitos
medição, uma correção (B.2.23) ou fator de sistemáticos conhecidos é ainda somente uma
estimativa do valor do mensurando por causa
correção (B.2.24) pode ser aplicado para
da incerteza resultante dos efeitos aleatórios e
compensar este efeito. É assumido que, depois
da correção imperfeita do resultado dos efeitos
da correção, a expectativa ou valor esperado
sistemáticos.
do erro resultante de um efeito sistemático seja
zero. Nota - O resultado de uma medição (após a
correção) pode ser não reconhecidamente
Nota - A incerteza de uma correção aplicada muito próximo do valor do mensurando (e
a um resultado da medição para compensar assim ter um erro desprezível) mesmo
um efeito sistemático não é o erro assumido que ele tenha uma grande
sistemático, muitas vezes chamado de incerteza. Assim, a incerteza do resultado de
polarização (bias), no resultado da medição uma medição não deve confundida com o
devido ao efeito como ele é geralmente erro remanescente desconhecido.
chamado. Em vez disso, ele é uma medida
da incerteza do resultado devido ao 3.3.2. Na prática, há várias fontes possíveis de
conhecimento incompleto do valor requerido incerteza em uma medição, incluindo:
da correção. O erro que aparece da

8
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 3 Conceitos Básicos

a) definição incompleta do mensurando se tornar um componente sistemático da


incerteza em outra medição em que o
b) realização imperfeita da definição de resultado da primeira medição é usado como
um mensurando um dado de entrada. Classificando os
métodos de avaliação dos componentes da
c) amostra não representativa - a incerteza em vez dos componentes em si
amostra medida pode não evita tal ambigüidade. Ao mesmo tempo, a
representar o mensurando definido classificação exclui de coletar componentes
individuais que possam ter sido avaliados
d) conhecimento inadequado dos efeitos
pelos dois métodos diferentes em designando
das condições ambientais na medição grupos a serem usados para um objetivo
ou a medição imperfeita das particular (ver 3.4.3).
condições ambientais
3.3.4. O objetivo da classificação do Tipo A e
e) polarização pessoal na leitura de Tipo B é indicar os diferentes modos de avaliar
instrumentos analógicos os componentes da incerteza e é por
f) resolução ou limite de discriminação conveniência de discussão apenas; a
finito do instrumento classificação não significa indicar que há
qualquer diferença na natureza dos
g) valores inexatos dos padrões e componentes resultantes dos dois tipos de
materiais de referência de medição avaliação. Os dois tipos de avaliação são
h) valores inexatos de constantes e baseados em distribuições de probabilidade
outros parâmetros obtidos de fontes (C.2.2) e os componentes de incerteza
externas e usados no algoritmo de resultantes de qualquer tipo são quantificados
redução de dados por variâncias ou desvios padrão.

i) aproximações e hipóteses 3.3.5. A variância estimada u2 caracterizando


incorporadas no método e um componente da incerteza obtido de uma
procedimento de medição avaliação do Tipo A é calculada de séries de
observações repetidas e é a familiar
j) variações em observações repetidas estatisticamente estimada variância s2 (ver
do mensurando sob condições 4.2). O desvio padrão estimado (C.2.12,
aparentemente idênticas. C.2.21, C.3.) u, a raiz quadrada positiva de u2,
Estas fontes não são necessariamente é então u = s e por conveniência, é geralmente
independentes e algumas fontes (a) até (i) chamado de incerteza padrão do Tipo A. Para
podem contribuir com a fonte (j). Um efeito um componente de incerteza obtido de uma
sistemático não reconhecido não pode ser avaliação do Tipo B, a variância estimada u2 é
considerado na avaliação da incerteza do calculada usando conhecimento disponível (ver
resultado de uma medição mas contribui com 4.3) e o desvio padrão estimado u é
seu erro. geralmente chamado de incerteza padrão do
Tipo B.
3.3.3. A Recomendação INC-1 (1980) agrupa
os componentes da incerteza em duas Assim, uma incerteza padrão do Tipo A é
categorias baseadas em seu método de obtida de uma função densidade de
avaliação, A e B. Estas categorias se aplicam a probabilidade (C.2.5) derivada de uma
incerteza e não são substitutas para as distribuição de freqüência observada
palavras aleatória e sistemática. A incerteza de (C.2.18), enquanto uma incerteza padrão do
uma correção para um efeito sistemático Tipo B é obtida de uma função de densidade
conhecido pode, em alguns casos, ser obtido de probabilidade assumida baseada no grau de
por uma avaliação do Tipo A, enquanto em confiança que um evento irá ocorrer [muitas
outros casos por uma avaliação do Tipo B, vezes chamada de probabilidade subjetiva
como pode a incerteza caracterizando um (C.2.1)]. Ambos os enfoques empregam
efeito aleatório. interpretações reconhecidas de probabilidade.
Nota - Em algumas publicações, os Nota - Uma avaliação do Tipo B de um
componentes da incerteza são categorizados componente de incerteza é usualmente
como aleatórios e sistemáticos e são baseada em um conjunto de informação
associados com erros que aparecem de comparativamente confiável (ver 4.3.1).
efeitos aleatórios e efeitos sistemáticos 3.3.6. A incerteza padrão do resultado de uma
conhecidos, respectivamente. Tal
classificação dos componentes da incerteza
medição, quando este resultado é obtido de
pode ser ambígua quando aplicada valores de um número de outras quantidades é
genericamente. Por exemplo, um componente chamada de incerteza padrão combinada e
aleatório da incerteza em uma medição pode representada por uc. É o desvio padrão

9
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 3 Conceitos Básicos

estimado associado com o resultado e é igual à observados, incluindo o resultado de


raiz quadrada positiva da variância combinada determinações independentes do mesmo
obtida de todos os componentes de variância e mensurando, demostrar que o modelo é
covariância (C.3.4), porém calculados usando incompleto. Um experimento bem projetado
o que é chamado neste Guide, a lei de pode facilitar grandemente avaliações
propagação de incerteza (ver cláusula 5). confiáveis da incerteza e é uma parte
importante da arte de medição.
3.3.7. Para satisfazer as necessidades de
algumas aplicações industriais e comerciais, 3.4.3. De modo a decidir se um sistema de
bem como exigências nas áreas de saúde e medição está funcionando corretamente, a
segurança, uma incerteza expandida U é variabilidade observada experimentalmente de
obtida, multiplicando-se a incerteza padrão seus valores de saída, quando medido por
combinada uc por um fator de cobertura k. O seus desvios padrão observados, é geralmente
objetivo pretendido de U é fornecer um comparada com o desvio padrão previsto
intervalo em torno do resultado de uma obtido pela combinação dos vários
medição que pode ser esperada incluir uma componentes da incerteza que caracterizam a
grande fração da distribuição de valores que medição. Em tais casos, somente estes
poderiam razoavelmente ser atribuídos ao componentes (quer sejam obtidos de
mensurando. A escolha do fator k, que é avaliações do Tipo A ou do Tipo B) que
usualmente na faixa de 2 para 3, é baseada na poderiam contribuir para a variabilidade
probabilidade de cobertura ou nível de observada experimentalmente destes valores
confiança requerido do intervalo (ver cláusula de saída devem ser considerados.
6). Nota - Tal análise pode ser facilitada
Nota - O fator de cobertura k deve ser sempre tomando-se estes componentes que
estabelecido, de modo que a incerteza contribuem para a variabilidade e os que não
padrão da quantidade medida pode ser contribuem em dois grupos separados e
recuperada para uso em cálculo da incerteza identificados corretamente.
padrão combinada ou outros resultados da
medição que podem depender desta
3.4.4. Em alguns casos, a incerteza de uma
quantidade. correção para um efeito sistemático não
necessita ser incluída na avaliação da
incerteza do resultado de uma medição.
3.4. Considerações práticas Embora a incerteza tenha sido calculada, ela
pode ser ignorada se sua contribuição para a
3.4.1. Se todas as quantidades em que o incerteza padrão combinada do resultado da
resultado de uma medição depende são medição seja insignificante. Se o valor da
variadas, sua incerteza pode ser avaliada por correção em si é insignificante comparado com
meios estatísticos. Porém, como isto é a incerteza padrão combinada, ele também
raramente possível, na prática, devido à pode ser ignorado.
limitação de tempo e fontes, a incerteza do
resultado de uma medição é usualmente 3.4.5. Ocorre geralmente, na prática,
calculada usando um modelo matemático da especialmente no domínio da metrologia legal,
medição e a lei da propagação da incerteza. que um equipamento é testado através da
Assim, é implícito neste Guide que uma comparação com um padrão de medição e as
medição pode ser modelada matematicamente incertezas associadas com o padrão e o
em um grau imposto pela precisão requerida procedimento de comparação são desprezíveis
da medição. em relação à precisão requerida do teste. Um
exemplo é o uso de um conjunto de padrões de
3.4.2. Como o modelo matemático pode ser massa bem calibrados para testar a precisão
incompleto, todas as quantidades relevantes de uma balança comercial. Em tais casos,
devem ser variadas no máximo de sua como os componentes da incerteza são tão
extensão possível de modo que a avaliação da pequenos que podem ser ignorados, a medição
incerteza possa ser baseada em dados pode ser vista como determinando o erro do
observados, o máximo possível. Sempre que equipamento sob teste (ver também F.2.4.2)
possível, o uso de modelos empíricos da
medição encontrados em dados quantitativos 3.4.6. A estimativa do valor de um mensurando
de longa data e o uso de padrões rastreados e fornecido pelo resultado de uma medição é
cartas de controle que podem indicar se uma geralmente expressa em termos do valor
medição está sob controle estatístico, deve ser adotado de um padrão de medição em vez de
parte do esforço para obter avaliações ser em termos da unidade relevante do
confiáveis da incerteza. O modelo matemático Sistema Internacional de Unidades (SI). Em
deve ser sempre revisado quando os dados tais casos, o tamanho da incerteza atribuída ao

10
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 3 Conceitos Básicos

resultado da medição pode ser


significativamente menor do que o resultado
que é expresso em unidade SI. (Com efeito, o
mensurando tem sido redefinido como a
relação do valor da quantidade a ser medida
para o valor adotado do padrão.)
Exemplo - Um padrão de voltagem Zener de
alta qualidade é calibrado por comparação
com uma base de referência de voltagem a
efeito Josephson. A incerteza padrão
combinada uc(Vs)/Vs (ver 5.1.6) da diferença
de potencial calibrada V do padrão Zener é 2
x 10-8 quando Vs é reportada em termos do
valor convencional, mas uc(Vs)/Vs é 4 x 10-7
quando Vs é reportada em termos da unidade
SI de diferença de potencial, V, por causa da
incerteza adicional associada com os valores
SI da constante de Josephson.
3.4.7. Enganos em registrar ou analisar dados
podem introduzir um erro desconhecido
significativo no resultado de uma medição.
Grandes enganos podem usualmente ser
identificados pela revisão adequada dos dados;
enganos pequenos podem ser mascarados por
ou mesmo aparecer como variações aleatórias.
Medidas de incerteza não pretendem
considerar tais enganos.
3.4.8. Embora este Guide forneça uma
referência para estabelecer a incerteza, ele não
pode ser substituto de pensamento crítico,
honestidade intelectual e habilidade
profissional. A avaliação da incerteza não é
nem uma tarefa de rotina nem é puramente
matemática; ela depende do conhecimento
detalhado da natureza do mensurando e da
medição. A qualidade e utilidade da incerteza
cotada para o resultado de uma medição
portanto depende principalmente do
entendimento, análise crítica e integridade de
quem contribui para o estabelecimento de seu
valor.

11
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

4. Avaliando a incerteza padrão

4.1.2. As quantidades de entrada X1, X2, ..., XN


das quais a quantidade de saída Y depende,
Recomendações adicionais para avaliar os
podem ser vistas como mensurandos e podem
componentes da incerteza, principalmente de
depender de outras quantidades, incluindo
natureza prática, podem ser encontrados no
correções e fatores de correção para efeitos
Anexo F.
sistemáticos, gerando assim uma relação
funcional complicada f que pode nunca ser
4.1. Modelando a medição escrita explicitamente. Além disso, f pode ser
determinada experimentalmente (ver 5.1.4) ou
4.1.1. Na maioria dos casos, um mensurando Y existir somente como um algoritmo que deve
não é medido diretamente, mas é determinado ser calculado numericamente. A função f como
de N outras quantidades X1, X2, ..., XN, através ela aparece neste Guide é para ser
de uma relação funcional f: interpretada neste contexto mais amplo, em
Y = f(X1, X2, ..., XN) (1) particular como a função que contem cada
quantidade, incluindo todas as correções e
fatores de correção, que pode contribuir um
Notas componente significativo de incerteza para o
resultado da medição.
1. Por economia de notação, neste Guide, o
mesmo símbolo é usado para a quantidade Assim, se os dados indicam que f não modela
física (mensurando) e para a variável a medição ao grau imposto pela precisão
aleatória (ver 4.2.1) que representa a saída requerida do resultado da medição,
possível de uma observação desta quantidades de entrada adicionais devem ser
quantidade. Quando se diz que Xi tem uma incluídas em f para eliminar a inadequação (ver
particular distribuição de probabilidade, o
símbolo é usado no último sentido; é
3.4.2). Isto pode requerer a introdução de uma
assumido que a quantidade física em si pode quantidade de entrada para refletir o
ser caracterizada por um valor conhecimento incompleto de um fenômeno que
essencialmente único (ver 1.1 e 3.1.3). afeta o mensurando. No exemplo de 4.1.1,
quantidades de entrada adicionais poderiam
2. Em uma série de observações, o ko valor
ser necessárias para considerar a distribuição
observado de Xi é denotado por Xi,k; assim se
R denota a resistência de um resistor, o ko não uniforme da temperatura através do
valor observado da resistência é denotado resistor, um possível coeficiente termal da
por Rk. resistência não linear ou uma possível
dependência da resistência com a pressão
3. A estimativa de Xi (estritamente falando, de
barométrica.
sua expectativa) é denotada por xi.
Nota - Apesar disso, a eq. (1) pode ser tão
Exemplo - Se uma diferença de potencial V é
elementar como Y = X1 - X2. Esta expressão
aplicada aos terminais de um resistor
modela, por exemplo, a comparação de duas
dependente da temperatura que tem uma
determinações da mesma quantidade X.
resistência definida Ro em uma temperatura
to e um coeficiente termal linear da 4.1.3. O conjunto de entradas X1, X2, ..., X3
resistência α, a potência P (o mensurando) pode ser classificado como
dissipado pelo resistor à temperatura t
depende de V, Ro, α e t de acordo com - quantidades cujos valores e incertezas
são diretamente determinados na
V2 medição em curso. Estes valores e
P = f ( V,R o ,α, t ) = [1 + α( t − t o )] incertezas podem ser obtidos de, por
Ro
exemplo, uma única observação,
Nota - Outros métodos de medição de P observações repetidas ou julgamento
podem ser modelados por diferentes baseado na experiência e pode envolver
expressões matemáticas. a determinação de correções para
leituras do instrumento e correções para

12
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

as quantidades de influência, tais como em ambos os casos, as distribuições são


temperatura ambiente, pressão modelos que devem ser usados para
barométrica e umidade. representar o estado de nosso conhecimento.
- quantidades cujos valores e incertezas
são trazidos para a medição de fontes 4.2. Avaliação da incerteza padrão
externas, tais como quantidades do Tipo A
associadas com os padrões calibrados
da medição, materiais de referência 4.2.1. Em muitos casos, a melhor estimativa
certificada e dados de referência obtidos disponível da expectativa ou valor esperado
da literatura técnica. µq de uma quantidade q que varia
4.1.4. Uma estimativa do mensurando Y, aleatoriamente [uma variável aleatória
denotado por y, é obtida da eq. (1) usando (C.2.2)] e para que n observações
estimativas de entrada x1, x2, ..., xN. Assim, a independentes qk tem sido obtidas sob as
estimativa da saída y, que é o resultado da mesmas condições de medição (ver
medição é dado por: B.2.15), é a média aritmética q (C.2.19) de
y = f(x1, x2, ..., xN) (2) n observações:
Nota - Em alguns casos a estimativa pode ser 1 n
obtida de q= ∑ qk
n k =1
(3)

1 n 1
y=Y= ∑ Yk = n ∑ f ( X 1,k , X 2,k ,..., X N,k )
n k =1
Assim, para uma quantidade de entrada Xi
estimada de n observações independentes
Isto é, y é tomado como a média aritmética repetidas Xi,k, a média aritmética X i obtida da
(ver 4.2.1) de n determinações independentes eq. (3) é usada como a estimativa de entrada xi
Yk de Y, cada determinação tendo a mesma na eq. (2) para determinar o resultado da
incerteza e cada uma sendo baseada em um
conjunto completo de valores observados de medição y, isto é, xi = X i . Estas estimativas de
N quantidades de entrada Xi, obtidas ao entrada não calculadas de observações
mesmo tempo. Este modo de fazer média, repetidas devem ser obtidas por outros
em vez de y = f ( X 1 , X 2 ,..., X N ) , onde métodos, tais como os indicados na segunda
n categoria de 4.1.3.
1
Xi = ∑ X i,k é a média aritmética das
n k =1
4.2.2. As observações individuais qk diferem
em valor por causa das variações aleatórias
observações individuais Xi,k, pode ser nas quantidades de influência ou efeitos
preferível quando f é uma função não linear
aleatórios (ver 3.2.2). A variância experimental
das quantidades de entrada X1, X2, ,..., XN,
mas os dois enfoques são idênticos se f for das observações, que estima a variância σ2 da
uma função linear de Xi (ver H.2 e H.4). distribuição da probabilidade de q, é dada por:
4.1.5. O desvio padrão estimado associado 1 n
com a estimativa de saída ou resultado da s 2 ( qk ) = ∑ ( q k − q) 2
n − 1 k =1
(4)
medição y, chamado de incerteza padrão
combinada e denotada por uc(y), é determinado
do desvio padrão estimado associado com
cada estimativa de entrada xi, chamada Esta estimativa da variância e sua raiz
incerteza padrão e denotada por u(xi) (ver 3.3.5 quadrada positiva s(qk), chamada de desvio
e 3.3.6). padrão experimental (B.2.17), caracteriza a
variabilidade dos valores observados qk ou
4.1.6. Cada estimativa de entrada xi e sua mais especificamente, sua dispersão em torno
incerteza padrão associada u(xi) é obtida de
uma distribuição de valores possíveis da da média q .
quantidade de entrada Xi. Esta distribuição de
probabilidade pode ser baseada na freqüência, 4.2.3. A melhor estimativa de σ2( q )=σ2/n, a
isto é, baseada em uma série de observações variância da média é dada por:
Xi,k de Xi, ou pode ser uma distribuição a priori.
Avaliações do Tipo A de componentes de s 2 ( qk )
s 2 ( q) = (5)
incerteza padrão são baseadas em n
distribuições de freqüência enquanto as
avaliações do Tipo B são baseadas em
distribuições a priori. Deve ser reconhecido que

13
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

A variância experimental da média s2( q ) e o 4.2.6. Os graus de liberdade (C.2.27) νi de xi e


u(xi) (ver G.3), igual a n - 1 no campo simples
desvio padrão experimental da média s( q ) onde xi = X i e u(xi) = s( X i ) são calculados de
(B.2.17, nota 2), igual à raiz quadrada positiva n observações independentes como em 4.2.1 e
de s2( q ), quantifica como q estima a 4.2.3, sempre devem ser dados quando
expectativa µq de q e pode ser usada como documentando avaliações do Tipo A de
componentes de incerteza.
uma medida da incerteza de q .
4.2.7. Se as variações aleatórias nas
Assim, para uma quantidade de entrada Xi observações de uma quantidade de entrada
determinada de n observações independentes são correlacionadas, por exemplo, no tempo, a
repetidas Xi,k, a incerteza padrão u(xi) de seu média e o desvio padrão da média como dados
xi = X estimado é u(xi) = s( X i ), com s 2 ( X i ) em 4.2.1 e 4.2.3 podem ser estimadores
calculado de acordo com a eq. (5). Por (C.2.25) inadequados da estatística desejada
conveniência, u 2 ( x i ) = s 2 ( X i ) e u( x i ) = s( X i ) (C.2.23). Em tais casos, as observações
devem ser analisadas usando métodos
são geralmente chamados de variância tipo A e estatísticos especialmente projetados para
incerteza padrão tipo A, respectivamente. tratar uma série aleatória correlata de
Notas medições variando aleatoriamente.
1. O número de observações n deve ser Nota - Tais métodos especializados são
suficientemente grande para garantir que q usados para tratar medições de padrões de
freqüência. Porém, é possível que, quando se
seja uma estimativa confiável da expectativa
vai de medições de curto prazo para
µq da variável aleatória q e que s 2 ( q) forneça
medições de longo prazo de outras
uma estimativa confiável da variância quantidades metrológicas, a hipótese de
σ 2 (q) = σ2 n (ver 4.3.2, Nota). A diferença variações aleatórias correlatas pode não mais
ser válida e os métodos especializados
entre s 2 ( q) e σ 2 ( q) deve ser considerada
podem ser também usados [16], por exemplo,
quando se constrói os intervalos de confiança para uma discussão detalhada da variância
(ver 6.2.2). Neste caso, se a distribuição de chamada de Allan.
probabilidade de q for uma distribuição
normal (ver 4.3.4), a diferença é levada em 4.2.8. A discussão acima da avaliação do Tipo
conta através da distribuição t (ver G.3.2). A da incerteza padrão não significa que seja
exaustiva; há muitas situações, algumas mais
2. Embora a variância s 2 ( q) seja a
complexas, que podem ser tratadas por
quantidade mais fundamental, o desvio métodos estatísticos. Um exemplo importante é
padrão s(q) é mais conveniente, na prática, o uso de projetos de calibração, geralmente
porque ele tem a mesma dimensão que q e é baseados no método dos mínimos quadrados,
um valor mais facilmente compreendido do para avaliar as incertezas que aparecem de
que a variância. variações aleatórias de curto prazo e de longo
4.2.4. Para procedimentos de medição bem prazo nos resultados de comparações de
caracterizados sob controle estatístico, uma artefatos materiais de valor desconhecido, tais
como blocos padrão de comprimento e padrões
variância combinada (pool) da amostra s 2p ou
de massa, com padrões de referência de valor
desvio padrão da amostra combinada sp para o conhecido. Em tais situações de medição
procedimento pode ser disponível. Em tais comparativamente simples, os componentes da
casos, a variância da média de n observações incerteza são freqüentemente tratados por
independentes repetidas é s 2p /n e a incerteza avaliação estatística, usando projetos
consistindo de seqüências aninhadas de
sp medições do mensurando para um número de
padrão é u = (ver H.3.6).
n valores diferentes das quantidades das quais
eles dependem - a assim chamada análise de
4.2.5. Muitas vezes, o valor estimado xi de uma variância (ver H.5 e [19]).
quantidade de entrada Xi é obtida de uma Nota - Em níveis mais baixos da cadeia de
curva que foi construída de dados calibração onde os padrões de referência são
experimentais pelo método dos mínimos geralmente assumidos como exatamente
quadrados. A variância e a incerteza padrão conhecidos por que eles tem sido calibrados
resultante dos parâmetros que caracterizam a ou padrões primários ou nacionais, a
curva e de qualquer ponto previsível pode incerteza de um resultado de calibração pode
facilmente ser calculada por procedimentos incluir somente uma única incerteza padrão
estatísticos bem conhecidos (ver H.3 e [17]).

14
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

do Tipo A baseada em um desvio padrão desvio padrão, a incerteza padrão u(xi) é


combinado do procedimento da medição. simplesmente o valor cotado dividido pelo
multiplicado e a variância estimada u2(xi) é a
4.3. Avaliação da incerteza padrão raiz deste quociente.
do Tipo B Exemplo - Um certificado de calibração
estabelece que a massa de padrão de aço
4.3.1. Para uma estimativa xi de uma inoxidável mS de valor nominal de um
quantidade de entrada Xi que foi obtida de kilograma é de 1 000,000 325 g e que a
observações repetidas, a variância estimada incerteza deste valor é 240 µg ao nível de
u2(xi) ou incerteza padrão u(xi) é avaliada por três desvios padrão. A incerteza padrão do
padrão de massa é então simplesmente
julgamento usando todas as informações
u(mS) = (240 µg)/3 = 80 µg. Isto corresponde
relevantes sobre a possível variabilidade de Xi. a uma incerteza padrão relativa u(mS)/mS de
O pool de informação pode incluir 80 x 10-9 (ver 5.1.6). A variância estimada é
2 2
- dados de medições anteriores, u (mS) = (80 µg) =
-9 2
6,4 x 10 g .
- experiência com ou o conhecimento geral
do comportamento e propriedades de Nota - Em muitos casos pouca ou nenhuma
materiais e instrumentos relevantes, informação é fornecida acerca dos
componentes individuais dos quais é obtida a
- especificações do fabricante, incerteza cotada. Isto é geralmente pouco
- dados fornecidos em calibração e outros importante para expressar a incerteza de
certificados e acordo com as práticas deste Guide desde que
todas as incertezas padrão são tratadas do
- incertezas atribuídas a dados de referência mesmo modo quando se calcula a incerteza
tomados da literatura técnica. padrão combinada de um resultado de medição
Por conveniência, u2(xi) e u(xi) estimados deste (ver cláusula 5).
modo são geralmente referidas como, 4.3.4. A incerteza cotada de xi não é
respectivamente, variância do Tipo B e necessariamente dada como um múltiplo de
incerteza padrão do Tipo B. um desvio padrão como em 4.3.3. Em vez
4.3.2. O uso apropriado do pool de informações disso, pode-se encontrá-la estabelecendo que
disponíveis para uma avaliação da incerteza a incerteza cotada define um intervalo tendo
padrão do Tipo B exige uma visão baseada na um nível de confiança de 90, 95 ou 99% (ver
experiência e no conhecimento geral, mas é 6.2.2). A não ser que seja dito diferente, pode-
uma habilidade que pode ser aprendida com a se assumir que uma distribuição normal
prática. Deve ser reconhecido que uma (C.2.14) foi usada para calcular a incerteza
avaliação da incerteza padrão do tipo B pode cotada e recuperar a incerteza padrão de xi
ser tão confiável quanto uma avaliação do Tipo dividindo a incerteza cotada pelo fator
A, especialmente em uma situação de medição apropriado para a distribuição normal. Os
onde uma avaliação do Tipo A é baseada em fatores correspondentes aos três níveis de
um número comparativamente menor de confiança são 1,64; 1,96 e 2,58 (ver também
observações estatisticamente independentes. tabela G.1 no Anexo G).
Nota - Pode não haver necessidade para tal
Nota - Referindo a 4.2.3, nota 1, se a
hipótese se a incerteza tem sido dada de
distribuição de probabilidade de q é normal,
acordo dom as recomendações deste Guide
então s[s( q )/s( q )], o desvio padrão de s( q ) com relação ao relatório da incerteza, que
enfatiza que o fator de cobertura usado deve
relativo a s( q ), é aproximadamente sempre ser dado (ver 8.2.3)
[ 2(n − 1)] −1/ 2 . Assim, tomando s[s( q )] como a Exemplo - Um certificado de calibração
estabelece que a resistência de um resistor
incerteza de s( q ) para n = 10 observações, a padrão Rs de valor nominal de 10 ohms é
o
10,000 742 Ω ± 129 µΩ @ 23 C e que a
incerteza relativa em s( q ) é 24%, enquanto incerteza cotada de 129 µΩ define um
para n = 50 observações é de 10% (Valores intervalo tendo um nível de confiança de 99%.
adicionais são dados na Tab. E.1, no Anexo A incerteza padrão do resistor pode ser
E). tomada como u(Rs) = (129 µΩ)/2,58 = 50 µΩ,
que corresponde a incerteza padrão relativa
4.3.3. Se a estimativa xi é tomada de uma
u(Rs)/Rs de 5,0 x 10-6 (ver 5.1..6). A variância
especificação do fabricante, certificado de 2
estimada é u (Rs) = (50 µΩ)2 = 2,5 x 10 Ω .
-9 2
calibração, handbook e sua incerteza cotada é
estabelecida como um múltiplo particular de um

15
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

4.3.5. Considere-se o caso onde, baseada na Assim xi, a expectativa ou valor esperado de Xi,
informação disponível, pode-se estabelecer é o ponto médio do intervalo, xi = (a- + a+)/2,
que há uma chance de 50% que o valor da com variância associada
quantidade de entrada Xi caia no intervalo a- a
a+ (em outras palavras, a probabilidade que Xi (a + − a − )2
u2 (x i ) = (6)
caia dentro deste intervalo é 0,5 ou 50%). 12
Pode-se assumir que a distribuição de valores
possíveis de Xi seja aproximadamente normal, Se a diferença entre os limites a+ e a- é
então a melhor estimativa xi de Xi pode ser denotada por 2a, então a eq. (6) se torna
tomada como o ponto médio do intervalo. Mais
a2
ainda, se o ponto médio do intervalo é u2 (x i ) = (7)
expresso como 3
a = (a+ - a-)/2, pode se tomar u(xi) = 1,48a, por Nota - Quando um componente da incerteza
que para uma distribuição normal com determinado deste modo contribuir muito para
expectativa µ e desvio padrão σ, o intervalo a incerteza do resultado da medição, é
µ ± σ/1,48 inclui aproximadamente 50% da prudente obter mais dados adicionais para
distribuição. sua avaliação posterior.

Exemplo - Um mecânico determina as Exemplos


dimensões de uma peça estima que seu 1. Um handbook dá o valor do coeficiente da
comprimento caia, com probabilidade de expansão termal linear do cobre puro @ 20
50%, no intervalo 10,07 mm a 10,15 mm e o
C, α20(Cu), como 16,52 x 10-6 oC-1 e
reporta que L = (10,11 ±0,04) mm, simplesmente estabelece que o erro neste
significando que ±0,04 mm define um valor não deve exceder 0,40 x 10-6 oC-1.
intervalo tendo um nível de confiança de 50%. Baseado nesta informação limitada, é
Assim, a = 0,04 mm e se é assumida uma razoável assumir que o valor de α20(Cu) caia
distribuição normal para os valores possíveis com igual probabilidade no intervalo 16,12 x
de L, a incerteza padrão do comprimento é 10-6 oC-1 a 16,92 x 10-6 oC-1 e que seja muito
u(L) = 1,48 x 0,04 mm =
improvável que α20(Cu) caia fora deste
0,06 mm e a variância estimada é
intervalo. A variância desta distribuição
u2(L) = (1,48 x 0,04 mm)2 = 3,5 x 10-3 mm2.
retangular simétrica de valores possíveis de
4.3.6. Considere-se um caso similar ao de α20(Cu) da metade do intervalo
4.3.5. mas onde, baseada na informação a = 0,40 x 10-6 oC-1 é então, da eq. (7),
2 -6 o -1 2 -15 o -
disponível, pode-se estabelecer que há uma u (α20) = (0,40 x 10 C ) /3 = 53,3 x 10 C
2
chance de dois para três que o valor da e a incerteza padrão é u(α20) =
quantidade de entrada Xi caia no intervalo a- a (0,40 x 10-6 oC-1)/ 3 = 0,23 x 10-6 oC-1.
a+ (em outras palavras, a probabilidade que Xi
2. As especificações do fabricante para um
caia dentro deste intervalo é 0,67 ou 67%).
voltímetro digital estabelecem que entre um e
Pode-se então razoavelmente tomar u(xi) = a, dois anos após a calibração do instrumento,
porque para uma distribuição normal com sua precisão na faixa de 1 V é de 14 x 10-6
expectativa µ e desvio padrão σ, o intervalo µ ± vezes a leitura mais 2 x 10-6 vezes a faixa.
σ inclui cerca de 68,3% da distribuição. Considera-se que o instrumento é usado 20
meses após a calibração para medir em sua
Nota - Deve-se dar o valor de u(xi) faixa de 1 V uma diferença de potencial V e a
consideravelmente mais significativo que é média aritmética de um número de
obviamente garantido se fosse usar o desvio observações independentes repetidas de V
normal real 0,967 42 correspondendo à
probabilidade 2/3, isto, se fosse escrever dá um valor de V = 0,928 571 V com uma
u(xi) = a/0,967 42 = 1,033a.
incerteza padrão do Tipo A u( V ) = 12 µV.
4.3.7. Em outros casos, pode ser possível Pode-se obter a incerteza padrão associada
estimar somente limites (superior e inferior) com as especificações do fabricante de uma
avaliação do Tipo B assumindo que a
para Xi, em particular, para estabelecer que a
precisão estabelecida fornece limites
probabilidade que o valor de Xi caia dentro d
intervalo a- a a+, para todos os objetivos simétricos para uma correção aditiva para V,
práticos, é igual a um e a probabilidade que Xi ∆ V , da expectativa igual a zero e com igual
caia fora deste intervalo é praticamente zero. probabilidade de cair em qualquer lugar
Se não há conhecimento específico acerca dos dentro dos limites. A metade a da distribuição
valores possíveis de Xi, dentro do intervalo, retangular simétrica dos valores possíveis de
pode-se somente assumir que é igualmente ∆ V é então
provável para Xi cair em qualquer lugar dentro
dele (uma distribuição uniforme ou retangular a = (14x10-6) x (0,928 571 V) + (2x10-6) x (1
de valores possíveis p ver 4.4.5 e fig. 2a). V) = 15 mV

16
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

p( Xi) = Ae − λ ( X i − x i )
e da eq. (7),
com
u (∆ V ) = 75 mV e
2 2
1
A= λb −
u(∆ V ) = 8,7 mV. (b− e + b + e λb + )
A estimativa do valor do mensurando V, por e
simplicidade, denotado pelo mesmo símbolo
V, é dado por V = ∆ V + ∆ V = 0,928 571 V. e λ ( b− + b+ ) − 1
Pode-se obter a incerteza padrão combinada
λ=
b − e λ ( b− + b+ ) + b +
desta estimativa combinando a incerteza
padrão do Tipo A, 12 mV com a incerteza Isto leva à variância
padrão do Tipo B, 8,7 mV. O método geral
para combinar os componentes da incerteza (b+ − b− )
é dado na cláusula 5, com este exemplo u2 (x i ) = b+ b− −
tratado em 5.1.5. λ
4.3.8. Em 4.3.7, os limites superior e inferior a+ Para b+ > b-, λ > 0 e para b+ < b-, λ < 0.
e a- para a quantidade de entrada Xi podem 4.3.9. Em 4.3.7, como não havia conhecimento
não ser simétricos com relação a sua melhor específico acerca dos valores possíveis de Xi
expectativa xi, mas especificamente, se o limite dentro de seus limites estimados a- a a+, podia-
inferior é escrito como a- = xi - b- e o limite se somente assumir que era igualmente
superior como a+ = xi + b+, então b- ≠ b+. Como provável para Xi tomar qualquer valor dentro
neste caso xi (assumido ser a expetativa de Xi) destes limites, com zero probabilidade de ser
não é o centro do intervalo a- a a+, a fora deles. Tais descontinuidades da função
distribuição da probabilidade de Xi não pode degrau em uma distribuição de probabilidade
ser uniforme através do intervalo. Porém, pode são geralmente não físicas. Em muitos casos,
não haver informação disponível suficiente é mais realístico esperar que valores próximos
para escolher uma distribuição apropriada, dos limites são menos prováveis que aqueles
diferentes modelos produzem expressões próximos do ponto médio. É então, razoável
diferentes para a variância. Na ausência de tal substituir a distribuição retangular simétrica por
informação, a aproximação mais simples é: uma trapezoidal simétrica tendo iguais
inclinações dos lados (um trapézio isósceles),
(b − + b + ) 2 ( a + − a − ) 2 uma base de comprimento
u2 (x i ) = = (8)
12 12 a+ - a- = 2a e uma altura de 2ab, onde 0 ≤ b ≤ 1.
Quando b →1, esta distribuição trapezoidal se
que é a variância de uma distribuição
aproxima da distribuição retangular de 4.3.7,
retangular com comprimento total de b+ + b-.
enquanto para b = 0, é uma distribuição
(Distribuições assimétricas são também
triangular (ver 4.4.6 e Fig. 2b). Assumindo tal
discutidas em F.2.4.4 e G.5.3).
distribuição trapezoidal para Xi, acha-se que a
Exemplo - Se no exemplo 1 de 4.3.7 o valor expectativa de Xi é xi = (a- + a+)/2 e sua
do coeficiente é dado no handbook como variância associada é
α20(Cu) = 16,52 x 10-6 oC-1 e é estabelecido
que o menor valor possível é 16,40 x 10-6 oC-1 a 2 (1 + β 2 )
e o maior valor possível =e 16,92 x 10 -6 oC-1 u2 (x i ) = (9a)
então b- = 0,12 x 10 -6 oC-1 e b+ = 0,40 x 10 -6 6
o -1
C e da eq. (8), u(α20) = 0,15 x 10 -6 oC-1. que se torna uma distribuição triangular, β = 0,
Notas
a2
1. Em muitos situações práticas de medição u2 (x i ) = (9b)
onde os limites são assimétricos, pode ser 6
apropriado aplicar uma correção para estimar
Notas
xi de magnitude (b+ - b-)/2 de modo que a
nova estimativa xi' de Xi está no ponto médio 1. Para uma distribuição normal com
dos limites: xi' = (a- + a+)/2. Isto reduz a expectativa µ e desvio padrão σ, o intervalo
situação ao caso de 4.3.7, com novos valores µ ± 3σ engloba aproximadamente 99,73% da
b'+ = b'- = distribuição. Assim, se os limites superior e
(b+ + b-)/2 = (a+ - a-)/2 = a. inferior a+ e a- definem 99,73% em vez de
100% e Xi pode ser assumido ser
2. Baseado no princípio de máxima entropia,
aproximadamente normalmente distribuído
a função densidade de probabilidade no caso
em vez de não tendo conhecimento
assimétrico pode ser mostrado como sendo
específico acerca de Xi, entre os limites como

17
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

2 2
em 4.2.7, então u ( x i ) = a / 9 . Por 4.4.2. Na Fig. 1a é assumido que a quantidade
de entrada Xi é uma temperatura t e que dus
comparação, a variância de uma distribuição
simétrica retangular de meia largura a é a2/3. distribuição desconhecida é uma distribuição
[eq. (7)] e que uma distribuição triangular normal com expectativa µ1 = 100 oC e desvio
simétrica de média largura a é a2/6 [eq. (9b)]. padrão σ = 1,5 oC. Sua função densidade de
Os tamanhos das variâncias das três probabilidade é então (ver C.2.14):
distribuições são surpreendentemente
similares em vista das grandes diferenças na (i− µ 1 )2
1 −
2σ 2
quantidade de informação requerida para p( t ) = e
justificá-las. σ 2π
2. A distribuição trapezoidal é equivalente à
convolução de duas distribuições
retangulares [10], uma com a meia largura a1 Nota - A definição de uma função de
igual à média da meia largura do trapezoide, densidade de probabilidade p(t) requer que a
a1 = a(1 + β)/2; a outra com a meia largura a2
igual à largura média de uma das porções
relação ∫ p( z)dz = 1 seja satisfeita
triangulares do trapezoide, a2= a(1 - β)/2. A
4.4.3. A Fig. 1b mostra um histograma de n =
a2 a2
2 20 observações repetidas tk da temperatura t
variância da distribuição é u = 1 + 2 . A
3 3 que são assumidas serem tomadas
distribuição convolvida pode ser interpretada aleatoriamente da distribuição da Fig. 1a. Para
como uma distribuição cuja largura 2a1 tem obter o histograma, as 20 observações ou
uma incerteza representada por uma amostras, cujos valores são dados na Tab. 1,
distribuição retangular de largura 2a2 e são agrupados em intervalos de largura de 1
modela o fato que os limites em uma o
C. (A preparação de um histograma não é
quantidade de entrada não são exatamente necessária para a análise estatística dos
conhecidos. Mas, mesmo se a2 é maior 30%
dados).
que a1, u excede a1/ 3 por menos que 5%.
4.3.10. É importante não contar duplamente
os componentes da incerteza. Se um
componente de incerteza aparece de um
efeito particular obtido de uma avaliação do
Tipo B, ele deve ser incluído como um
componente independente de incerteza no
cálculo da incerteza padrão combinada do
resultado da medição somente no sentido que
o efeito não contribui para a variabilidade
observada das observações. Isto é por que a
incerteza devido a esta porção do efeito que
contribui para a variabilidade já está incluída
no componente da incerteza obtido da análise
estatística das observações.
4.3.11. A discussão da avaliação da incerteza
padrão do Tipo B em 4.3.3 a 4.3.9 é
significativa somente por ser indicativa. Além
disso, as avaliações da incerteza devem ser
baseadas em dados quantitativos, como
enfatizado em 3.4.1 e 3.4.2.

4.4. Ilustração gráfica da avaliação


da incerteza padrão
4.4.1. A Fig. 1 representa a estimativa do valor
de uma quantidade de entrada Xi e a avaliação
da incerteza que esta estimativa da distribuição
desconhecida de valores medidos possíveis de
Xi ou a distribuição de probabilidade de Xi, que
é amostrada por meios de observações
repetidas.

18
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

A média aritmética t das n = 20 observações,


calculada de acordo com eq. (3) é t = 100,145
o
C ≅ 100,14 oC e assumido ser igual à melhor
expectativa µ1 de t baseando-se nos dados
disponíveis. O desvio padrão experimental s(tk)
calculada pela eq. (4) é s(tk) = 1,489 oC ≅ 1,49
o
C e o desvio padrão experimental da média
s( t ), calculado da eq. (5), que é a incerteza
padrão u( t ) da média t , é u( t ) = s( t ) =
s(tk)/ 20 = 0,333 oC ≅ 0,33 oC.
Nota - Embora os dados na Tab. 1 não sejam
implausíveis considerando o uso corrente de
termômetros eletrônicos digitais de alta
resolução, eles são para fins ilustrativos e não
devem ser necessariamente interpretados
como descrevendo uma medição real.
4.4.4. A Fig. 2 representa a estimativa do valor
de uma quantidade de entrada Xi e a avaliação
da incerteza desta estimativa de uma
Fig. 1. Ilustração gráfica da avaliação da distribuição a priori de valores possíveis de Xi
incerteza padrão de uma quantidade de
ou distribuição de probabilidade de Xi, baseada
entrada de observações repetidas
em toda informação disponível. Para ambos os
casos mostrados, a quantidade de entrada é
ainda assumida como a temperatura t.
4.4.5. Para o casos ilustrado na Fig. 2a, é
Tab.1. 20 observações repetidas da
assumido que pouca informação é disponível
temperatura t agrupadas em intervalos de 1 oC
acerca da quantidade de entrada t e que tudo
Intervalo t1 ≤ t ≤ t2 Temperatura t que pode ser assumido é que t é descrita por
uma distribuição de probabilidade a priori,
t1/oC t2/oC t/oC retangular e assimétrica com limite inferior a- =
94,5 95,5 - 96 oC, limite superior a+ = 104 oC e com meia
largura
95,5 96,5 - a = (a+ - a-)/2 = 4 oC (ver 4.3.7). A função
densidade de distribuição de t é dada por:
96,5 97,5 96,90
p(t) = 1/2a a - < t < a+
97,5 98,5 98,18; 98,25
p(t) = 0, para os outros valores
98,5 99,5 98,61; 99,03; 99,49
Como indicado em 4.3.7, a melhor estimativa
99,5 100,5 99,56; 99,74; 99,89; de t é sua expectativa µ1 = (a+ + a-)/2 = 100 oC,
100,07; 100,33; que segue de C.3.1. A incerteza padrão desta
100,42
a
estimativa é u(µ 1 ) = ≅ 2,3 oC, que segue de
100,5 101,5 100,68; 100,95;
3
101,11; 101,20
C.3.2 [ver eq. (7)]
101,5 102,5 101,57; 101,84;
4.4.6. Para o caso ilustrado na Fig. 2b, é
102,36
assumido que a informação disponível acerca
102,4 103,5 102,72 de t é menos limitada e que t pode ser descrita
por um distribuição de probabilidade a priori
103,5 104,5 - simétrica e triangular, com o mesmo limite
104,5 105,5 - inferior a- = 96 oC e mesmo limite superior a+ =
104 oC e portando com mesma meia largura a
= (a+ - a-)/2 = 4 oC como em 4.4.5 (ver 4.39). A
função de densidade de probabilidade de t é
então:
p(t) = (t - a-)/a2 a- ≤ t ≤ (a- + a+)/2

19
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 4 Avaliando a incerteza padrão

p(t) = (a- - t)/a2 (a- + a+)/2 ≤ t ≤ a+


p(t) = 0, para os outros valores

Fig. 1. Ilustração gráfica da avaliação da


incerteza padrão de uma quantidade de
entrada de uma distribuição a priori

Como indicado em 4.3.9, a expectativa de t é


µ1 = (a+ + a-)/2 = 100 oC, que segue C.3.1. A
incerteza padrão desta estimativa é
a
u(µ 1 ) = ≅ 1,6 oC, que segue C.3.2. [ver eq.
6
(9b)].
O valor acima, u(µ 1 ) ≅ 1,6 oC pode ser
comparada com u(µ 1 ) ≅ 2,3 oC obtido em 4.4.5
de uma distribuição retangular de mesma
largura 8 oC. Com σ = 1,5 oC da distribuição
normal da Fig. 1a cujo intervalo de -2,58s a
+2,58s que inclui 99% da distribuição, é
aproximadamente
8 oC e com u( t ) = 0,33 oC obtido em 4.4.3 de
20 observações assumidas tendo sido tomadas
aleatoriamente da mesma distribuição normal.

20
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 5. Determinando a incerteza padrão combinada

5. Determinando a incerteza padrão combinada


próxima ordem mais alta a serem adicionados
aos termos da eq. (10) são:
5.1. Quantidades de entrada não
correlacionadas   2 2 
N N
1 ∂ f ∂f ∂ 3 f  2
Esta subcláusula trata do caso onde todas as ∑ ∑  2  ∂x ∂x  ∂x ∂x ∂x 2 u ( x i )u 2 ( x j )
   +
i=1 j=1  i j i i j
quantidades de entrada são independentes  
(C.3.7). O caso onde duas ou mais
quantidades de entrada são relacionadas, isto 5.1.3. As derivadas parciais ∂f / ∂x i são iguais
é, são interdependentes ou correlatas (C.2.8), a ∂f / ∂X i calculadas em Xi = xi (ver nota 1
é discutido em 5.2. abaixo). Estas derivadas, muitas vezes
5.1.1. A incerteza padrão de y, onde y é a chamadas de coeficientes de sensitividade,
estimativa do mensurando Y e assim o descrevem como as estimativas de saída y
resultado da medição, é obtido combinando de variam com alterações nos valores das
modo apropriado as incertezas padrão das estimativas de entrada x1, x2,..., xN. Em
estimativas de entrada x1, x2, ..., xN (ver 4.1). particular, a variação em y produzida por uma
Esta incerteza padrão combinada da estimativa pequena variação ∆xi na estimativa de entrada
y é chamada de uc(y). ∂f
xi é dada por ( ∆y) i = ∆x i . Se esta variação
Nota - Por razões similares às dadas na nota ∂x i
de 4.3.1, os símbolos uc(y) e u 2c ( y) são é gerada pela incerteza padrão da estimativa xi,
usados em todos os casos. a variação correspondente em y é

5.1.2. A incerteza padrão combinada uc(y) é a


( ∂f / ∂x i )u( x i ) . A variância combinada u 2c ( y)
raiz quadrada positiva da variância combinada pode, portanto, ser vista como uma soma de
termos, cada um representando a variância
u 2c ( y) , que é dada por
estimada associada com a estimativa de saída
2 y gerada pela variância estimada associada
N
 ∂f  com cada estimativa de entrada xi. Isto sugere
u 2c ( y) = ∑   u 2 ( x i ) (10)
escrever a eq. (10) como
i = 1  ∂x i 
N N
onde f é a função dada na eq. (1). Cada u(xi) é u 2c ( y) = ∑ [ c iu( x i )] 2 ≡ ∑ ui2 ( y) (11a)
uma incerteza padrão calculada como descrito i=1 i=1
em 4.1 (avaliação do Tipo A) ou como em 4.3
(avaliação do Tipo B). A incerteza padrão onde
combinada uc(y) é um desvio padrão estimado
∂f
e caracteriza a dispersão dos valores que ci ≡ e u i ( y) ≡ c i u( x i ) (11b)
poderiam ser razoavelmente atribuídos ao ∂x i
mensurando Y (ver 2.2.3).
Notas
A eq. (10) e sua contrapartida para
1. Estritamente falando, as derivadas parciais
quantidades de entrada correlatas, eq. (13),
são ∂f / ∂x i = ∂f / ∂X i calculadas nas
ambas das quais são baseadas em uma
aproximação de primeira ordem de Taylor de Y expectativas de Xi. Porém, na prática, as
= f(X1, X2, ..., XN), expressa o que é chamado derivadas parciais são estimadas por:
neste Guide, a lei de propagação da incerteza
∂f ∂f
(ver E.3.1 e E.3.2). =
∂x i ∂X i X 1 , X 2 ,...,X N
Nota - Quando a não linearidade de f é
significativa, termos de maior ordem na série
2. A incerteza padrão combinada uc(y) pode
de expansão de Taylor devem ser incluídos
ser calculada numericamente substituindo c,
2
na expressão para u c ( y) , eq. (10). Quando a u(xi) na eq. (11a) com
distribuição de cada Xi é simétrica em relação
à sua média, os termos mais importantes da

21
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 5. Determinando a incerteza padrão combinada

1 primeira ordem da série de Taylor empírica


Z i = [ f ( x 1 ,..., x i + u( x i ),..., x N ) baseada nos coeficientes de sensitividade
2 medidos.
− f ( x 1 ,...,x i −u( x i ,..., x N )]
5.1.5. Se a eq. (1) para o mensurando Y é
Isto é, ui(y) é avaliada numericamente expandida em torno de valores nominais Xi,0
calculando a variação em y devida à variação das quantidades de entrada Xi, então para a
em xi de +u(xi) e de -u(xi). O valor de ui(y) primeira ordem (que é usualmente uma
pode então ser tomado como Z i e o valor aproximação adequada),
do coeficiente de sensitividade Y = Yo + c 1δ 1 + c 2 δ 2 +...+ c Nδ N
correspondente ci como Zi/u(xi).
Exemplo - Para o exemplo de 4.2.2, usando o onde
mesmo símbolo para ambas as quantidades e
sua estimativa por simplicidade de notação, Yo = f ( X 1,0 , X 2,0 ,..., X N,0 )

c 1 = ∂P / ∂V = 2V / R o [1 + α( t − t o )] = 2P / V
∂f
ci =
∂X i
c 2 = ∂P / ∂R o = − V 2 / R 2o [1 + α(t − t o )] = −P / R o X i = X i ,0

e
2 2
c 3 = ∂P / ∂α = − V ( t − t o ) / R o [1 + α( t − t o )] δ i = X i − X i,0
= −P( t − t o ) / [1 + α( t − t o )]
Assim, para os objetivos de uma análise de
incerteza, um mensurando é usualmente
aproximado por uma função linear de suas
variáveis, transformando suas quantidades de
c 4 = ∂P / ∂t = − V 2 α / R o [1 + α(t − t o )] 2 entrada de Xi para δi (ver E.3.1).
= −Pα / [1 + α( t − t o )] Exemplo - Do exemplo 2 de 4.3.7, a
estimativa do valor do mensurando V é
e
V = V + ∆ V onde V =0,928 571 V, u( V ) =
2 2
 ∂P   ∂P  2 12 µV, a correção aditiva ∆ V = 0 e u(∆ V ) =
u 2 (P ) =   u 2 ( V ) +   u (R o ) + 8,7 µV. Desde que
 ∂V   ∂R o 
 ∂P 
2
 ∂P 
2
∂V / ∂ V = 1 e ∂V / d( ∆ V) = 1, a variância
+   u 2 (α ) +   u 2 ( t ) combinada associada com V é dada por
 ∂α   ∂t 
ou u 2c ( V ) = u 2 ( V) + u 2 ( ∆ V) = (12µV ) 2 + ( 8,7µV) 2

u 2 (P) = [ c 1u( V )] 2 + [ c 2u(R o )] 2 + [ c 3u(α )] 2 + [ c 4 u( t )] 2


u 2c ( V ) = 219 × 10 −12 V 2
ou ainda
e a incerteza padrão combinada é uc(V) = 15
mV, que corresponde a incerteza padrão
u 2 (P) = u12 (P) + u 22 (P) + u 23 (P) + u 24 (P) combinada relativa uc(V)/V de 16 x 10-6 (ver
5.1.6). Este é um exemplo do caso onde o
mensurando já é uma função linear das
quantidades de que ele depende, com
5.1.4. Em vez de serem calculados da função f, coeficientes ci = +1. Segue-se da eq. (10) que
os coeficientes ∂f / ∂x i são geralmente se
determinados experimentalmente: mede-se a
variação em Y produzida por uma variação em
Y = c 1X 1 + c 2 X 2 +...+ c N X N
um particular Xi, enquanto mantendo as outras e se as constantes ci = +1 ou -1, então
quantidades de entrada constantes. Neste
caso, o conhecimento da função f (ou uma
porção dela quando somente alguns N
coeficientes de sensitividade são assim u 2c ( y) = ∑ u 2 ( x i )
determinados) é reduzido a uma expansão de i =1

22
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 5. Determinando a incerteza padrão combinada

p p
5.1.6. Se Y é da forma Y = cX 1 1 X 2 2 ... X NN e os
p 5.2.2. Quando as quantidades de entrada são
correlatas, a expressão apropriada para a
expoentes pi são números conhecidos
variância combinada associada com o
positivos ou negativos tendo incertezas
resultado de uma medição é:
desprezíveis, a variância combinada, eq. (10),
pode ser expressa como: N N
∂f ∂f
u 2c ( y) = ∑ ∑ u( x i , x j )
j = 1 x i ∂x j

2 2
 u c ( y)  N
 piu( x i )  i=1

 y  = ∑   (12)
  i=1  x i 
2
Esta é da mesma forma que a eq. (11a) mas N
 ∂f  N−1 N
∂f ∂f
= ∑   u 2 ( x i ) + 2∑ ∑ u( x i , x j )
com a variância combinada u 2c ( y) expressa
i = 1  ∂x i  i = 1 j = i + 1∂x i ∂x j
com a variância combinada relativa [uc(y)/y)]2 e (13)
a variância estimada u2(xi) associada com cada
expectativa de entrada expressa como uma
variância relativa estimada [u(xi)/xi]2. A onde xi e xj são as estimativas de Xi e Xj e u(xi,
incerteza padrão combinada relativa é uc(y)/ y xj) = u(xj,xi) é a covariância estimada associada
e a incerteza padrão relativa de cada com xi e xj. O grau de correlação entre xi e xj é
caracterizado pelo coeficiente de correlação
estimativa de entrada u(xi)/ x i com y ≠ 0 e
estimado (C.3.6)
x i ≠ 0.
u( x i , x j )
r( x i , x j ) = (14)
Notas: Quando Y tem esta forma, sua u( x i )u( x j )
transformação para uma função linear de
variáveis (ver 5.1.5) é facilmente conseguida onde r(xi,xj) = r(xj,xi) e -1 ≤ r(xi,xj) ≤ +1. Se as
fazendo Xi = Xi,0 (1 + δi), para assim resultar a
estimativas xi e xj são independentes, r(xi,xj) = 0
seguinte relação aproximada:
e a variação de uma não implica em variação
( Y − Y0 ) N esperada na outra. (ver C.2.8, C.3.6 e C.3.7
= ∑ piδ i para discussão adicional).
Y0 i=1
Em termos de coeficientes de correlação, que
Por outro lado a transformação logarítmica são mais facilmente interpretadas do que
Z = ln Y e Wi = ln Xi leva a uma linearização covariâncias, a covariância da eq. (13) pode
exata em termos das novas variáveis:
ser escrito como
N
Z = ln c + ∑ pi Wi
i=1 N N
∂f ∂f
2∑ ∑ u( x i , x j )r( x i , x j ) (15)
2. Se cada pi é +1 ou -1, a eq. (12) se torna
i = 1 j = i + 1∂x i ∂x j
2 2
 u c ( y)  N
 u( x i  A eq. 13 se torna, com a ajuda da eq. (11b):
 y  = ∑  
  i=1  x i  N N N
u 2c ( y) = ∑ c i2u 2 ( x i ) + 2∑ ∑ c i c ju( x i )u( x j )r ( x i , x j )
que mostra que para este caso especial a i =1 i =1 j = i +1
variância combinada relativa associada com a
estimativa y é simplesmente igual à soma das (16)
variâncias relativas estimadas associadas
com as estimativas de entrada xi. Notas
1. Para o caso muito especial onde todas as
estimativas de entrada são correlacionadas
5.2. Quantidades de entrada com coeficientes r(xi,xj) = +1, a eq. (16) se
correlatas reduz a
2 2
As eq. (10) e as suas derivadas eq. (11) e (12) N   N ∂f 
são válidas somente se as quantidades de u 2c ( y) = ∑ i i  = ∑
c u( x ) u( x i )
entrada Xi são independentes e não correlatas  i =1   i = 1 ∂x i 
(as variáveis aleatórias, não as quantidades
físicas que são assumidas serem invariantes -
ver 4.1.1). Se algumas das Xi são A incerteza padrão combinada uc(y) é então
significativamente correlatas, as correlações simplesmente a raiz quadrada positiva de uma
devem ser consideradas. soma linear de termos representando a

23
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 5. Determinando a incerteza padrão combinada

variação da estimativa de saída y gerada pela


incerteza padrão de cada estimativa de entrada onde Zi é dado em 5.1.3, nota 2.
xi (ver 5.1.3). [Esta soma linear não deve ser
confundida com a lei geral de propagação do 4. Se o Xi da forma especial considerada em
erro, embora ambas tenham formas similares; 5.1.6 tem correlação, então os termos
incertezas padrão não são erros (ver E.3.2)].
Exemplo - Dez resistores, cada um com N−1 N−1
resistência nominal de Ri = 1000 Ω, são 2∑ ∑ [p i u( x i ) / x i ][p j u( x j ) / x j ]r( x i , x j )
calibrados com uma incerteza de comparação i =1 j =1

desprezível em termos do mesmo resistor


padrão Rs de 1000 Ω, caracterizado por uma
incerteza padrão de u(Rs) 1 100 mΩ, como devem ser adicionados ao lado direito da eq.
dado no certificado de calibração. Os (12).
resistores são ligados em série com fios
tendo resistência desprezível, para se obter 5.2.3. Sejam duas médias aritméticas q e r
uma resistência de referencia Rref de valor
que estimam as expectativas µq e µr de duas
nominal de 10 kΩ. Assim,
quantidades variáveis aleatórias q e r e sejam
R ref = f (R i ) = ∑i=1R i
10
q e r calculadas de n pares independentes de
observações simultâneas de q e r feitas sob as
Desde que r(xi,xj) = r(Ri, Rj) = +1 para cada
par de resistor (ver F.1.2.3, exemplo 2), a mesmas condições de medição (ver B.2.15).
equação desta nota se aplica. Desde que Assim, a covariância de q e r é estimada por
para cada resistor
(ver C.3.4):
∂f ∂R ref n
= =1 e 1
∂x i ∂R i s( q,r ) = ∑
n(n − 1) k =1
( qk − q)(rk − r ) (17)

u(xi) = u(Ri) = u(Rs) (ver F.1.2.3, exemplo2),


esta equação dá para a incerteza padrão onde qk e rk são as observações individuais das
combinada de Rref, quantidades q e r e q e r são calculadas das
u c (R ref ) = ∑i=1 u(R s ) =
10 observações de acordo com a eq. (3). Se de
fato as observações não são correlatas, a
= 10 x (100 mΩ) = 1 Ω covariância calculada é esperada ser próxima
de zero.
O resultado
Assim, a covariância estimada de duas
∑i=1 u
10
u c (R ref ) = 2
(R s ) = 0,32 Ω, obtido quantidades de entrada correlatas Xi e Xj que
da eq. (10) é incorreto porque ele não são estimadas pelas médias X i e X j
considera que todos os valores calibrados determinadas de pares independentes de
dos dez resistores são dependentes. observações simultâneas repetidas é dada por
2. As variâncias estimadas u2(xi) e u( x i , x j ) = s( X i , X j ) com s(X i , X j ) calculado de
covariâncias estimadas u(xi,xj) podem ser
consideradas como elementos de uma matriz acordo com eq. 17. Esta aplicação da eq. (17)
de covariancia com elementos uij. Os é uma avaliação de covariância do Tipo A. O
elementos diagonais uii da matriz são sas
variâncias u2(xi), enquanto os elementos fora
coeficiente de correlação estimado de X i e X j
da diagonal uij, (i ≠ j) são sas covariâncias é obtido da eq. (14):
u(xi, xj) = u(xj, xi). Se duas entradas
estimadas são independentes, sua s( X i , X j )
covariância associada e os elementos
r( x i , x j ) = r( X i , X j ) =
correspondentes uij e uji são iguais a zero. Se
s( X i )s( X j )
as entradas estimadas são todas Nota - Exemplos onde é necessário usar
independentes, todos os elementos fora da covariâncias como calculadas da eq. (17) são
diagonal são iguais a zero e a matriz dados em H.2 e H.4.
covariância é a diagonal.
5.2.4. Pode haver correlação significativa entre
3. Para os objetivos de avaliação numérica, a
eq. (16) pode ser escrita como duas quantidades de entrada se o mesmo
instrumento de medição, padrão físico de
medição ou dado de referência tendo uma
N N incerteza padrão significativa é usado em sua
u c2 ( y ) = ∑ ∑ Z i Z j r( x i , x j ) determinação. Por exemplo, se um certo
i =1 j =1

24
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 5. Determinando a incerteza padrão combinada

termômetro é usado para determinar uma


correção de temperatura requerida na
estimativa do valor da quantidade de entrada Xi
e o mesmo termômetro é usado para
determinar uma correção similar de
temperatura requerida na estimativa do valor
da quantidade de entrada Xj. Porém, se Xi e Xj
neste exemplo são definidos para serem
quantidades não corrigidas e as quantidades
que definem a curva de calibração para o
termômetro são incluídas como quantidades de
entrada adicionais com incertezas padrão
independentes, a correlação entre Xi e Xj é
removida. (Ver F.1.2.3 e F.1.24 para discussão
adicional).
5.2.5. Correlações entre quantidades de
entrada não podem ser ignoradas se presentes
e significativas. As covariâncias associadas
devem ser calculadas experimentalmente se
possível variando as quantidades de entrada
correlatas (ver C.3.6, nota 3) ou usando o pool
de informação disponível sobre a variabilidade
correlata das quantidades em questão
(avaliação da covariância Tipo B). Deve-se ter
insight baseado na experiência e no
conhecimento geral (ver 4.3.1 e 4.3.2) quando
estimando o grau de correlação entre
quantidades de entrada aparecendo dos efeitos
de influências comuns, tais como temperatura
ambiente, pressão barométrica e umidade.
Felizmente, em muitos casos, os efeitos de tais
influências tem interdependência desprezível e
as quantidades de entrada afetadas podem ser
assumidas sem correlação. Porém, se elas não
podem ser assumidas sem correlação, as
correlações em si devem ser evitadas se as
influências comuns são introduzidas como
quantidades de entradas independentes
adicionais, como indicado em 5.2.4.

25
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Determinando a incerteza
expandida

6. Determinando a incerteza expandida


quando certas condições são satisfeitas,
incluindo que todos os componentes de
incerteza que contribuem para uc(y) sejam
6.1. Introdução obtidos de avaliações do Tipo A. Assim, neste
Guide, a palavra confiança não é usada para
6.1.1. A Recomendação INC-1 (1980) do modificar a palavra intervalo quando referindo
Working Group on the Statement of ao intervalo definido por U; e o termo nível de
Uncertainties em que este Guide se baseia e
confiança não é usado em ligado com este
as Recomendações 1 (CI-1981) e 1 (CI-1986)
intervalo mas como termo nível de confiança.
do CIPM aprovando e reafirmando INC-1
Mais especificamente, U é interpretado como
(1980) (ver Apêndice A.2 e A.3), advogam o
definindo um intervalo em torno do resultado da
uso da incerteza padrão combinada uc(y) como
medição que inclui uma grande fração p da
o parâmetro para expressar quantitativamente
distribuição de probabilidade caracterizado por
a incerteza do resultado de uma medição.
este resultado e sua incerteza padrão
Realmente, de acordo com suas
combinada e p é a probabilidade de cobertura
recomendações, o CIPM tem requerido que o
ou nível de confiança do intervalo.
que é agora chamado de incerteza padrão
combinada uc(y) seja usada por todos os 6.2.3. Sempre que praticável, o nível de
participantes em dar os resultados de todas confiança p associado com o intervalo definido
comparações internacionais ou outros por U deve ser estimado e estabelecido. Deve-
trabalhos feitos sob os auspícios do CIPM. se reconhecer que multiplicando uc(y) por uma
constante não fornece informação nova mas
apresenta a informação previamente disponível
6.2. Incerteza expandida em uma forma diferente. Porém, também deve
6.2.1. A medida adicional da incerteza que ser reconhecido que, em muitos casos, o nível
satisfaz a exigência de fornecer um intervalo do de confiança p (especialmente para valores de
tipo indicado em 6.1.2 é chamada de incerteza p próximos de 1) é bastante incerto, não
expandida e é denotada por U. A incerteza somente por causa do conhecimento limitado
expandida U é obtida multiplicando a incerteza da distribuição de probabilidade caracterizada
padrão combinada uc(y) por um fator de por y e uc(y) (particularmente nas porções
cobertura k. extremas), mas também por causa da incerteza
de uc(y) em si (ver nota 2 para 2.3.5, 6.3.1 e
U = ku c ( y) (18) anexo G, especialmente G.6.6).

O resultado de uma medição é então Nota - Para modos preferidos de estabelecer


os resultado de uma medição quando a
convenientemente expresso como Y = y ± U, medida da incerteza é uc(y) e quando é U, ver
que é interpretado para significar que a melhor 7.2.2 e 7.2.4, respectivamente.
estimativa do valor atribuído ao mensurando Y
é u e que y - U para y + U é um intervalo que
pode ser esperado incluir uma grande fração 6.3. Escolhendo um fator de
da distribuição de valores que podem cobertura
razoavelmente ser atribuídos a Y. Tal intervalo
é também expresso como y - U ≤ Y ≤ y +U. 6.3.1. O valor do fator de cobertura k é
escolhido com base no nível de confiança
6.2.2. Os termos intervalo de confiança requerido do intervalo y - U para y + U. Em
(C.2.27, C.2.28) e nível de confiança (C.2.29) geral, k está na faixa de 2 a 3. Porém, para
tem definições específicas em estatística e são aplicações especiais, k pode estar fora desta
aplicáveis somente ao intervalo definido por U faixa. A experiência com e o conhecimento

26
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Determinando a incerteza
expandida
completo dos usos do resultado da medição
podem facilitar a seleção do valor apropriado
de k.
Nota - Ocasionalmente, pode se achar que
uma correção conhecida b para um efeito
sistemático não tem sido aplicada para o
resultado reportado de uma medição, mas em
vez disso se tenta levar em consideração o
efeito, aumentando a incerteza atribuída ao
resultado. Isto deve ser evitado, somente em
circunstâncias muito especiais as correções
para efeitos sistemáticos significativos
conhecidos não devem ser aplicadas ao
resultado de uma medição (ver F.2.4.5 para
um caso específico e como tratá-lo).
Avaliando a incerteza de um resultado de
medição não deve ser confundido com
atribuindo um limite de segurança para
alguma quantidade.
6.3.2. Idealmente, deve-se ser capaz de
escolher um valor específico do fator de
cobertura k que forneça um intervalo Y = y ± U
= y ± kuc(y) correspondendo a um nível
particular de confiança p, tais como 95 ou 99%.
De modo equivalente, para um dado valor de k,
deve-se ser capaz de estabelecer sem
ambigüidade o nível de confiança associado
com este intervalo. Porém, isto não é fácil de
fazer, na prática, por que se requer um
conhecimento extensivo da distribuição de
probabilidade caracterizada pelo resultado da
medição y e sua incerteza padrão combinada
uc(y). Embora estes parâmetros sejam de
grande importância, eles são insuficientes para
o objetivo de estabelecer intervalos tendo
exatamente níveis conhecidos de confiança.
6.3.3. A Recomendação INC-1 (1980) não
especifica como a relação entre k e p deve ser
estabelecida. Este problema é discutido no
Anexo G e um método preferido para sua
solução aproximada é apresentado em G.4 e
resumido em G.6.4. Porém, um enfoque mais
simples, discutido em G.6.6 é geralmente
adequado em situações de medição onde a
distribuição de probabilidade caracterizada por
y e uc(y) é aproximadamente normal e os graus
efetivos de liberdade de uc(y) é de tamanho
significativo. Quando este é o caso, que
freqüentemente ocorre na prática, pode-se
assumir que tomando k = 2 produz um intervalo
tendo um nível de confiança de
aproximadamente 95% e que tomando k = 3
produz um intervalo tendo um nível de
confiança de aproximadamente 99%.
Nota - Um método para estimar os graus
efetivos de liberdade de uc(y) é dado em G.4.
A Tab. G.2 do Anexo G pode então ser usado
para ajudar a decidir se esta solução é
apropriada para uma determinada medição
=
(ver G.6.6). APOSTILA\INCERTEZA Guide1.doc 15 JUL 96

27
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 7. Reportando a
incerteza

Reportando a incerteza

7.1.4. Embora na prática a quantidade de


informação necessária para documentar um
resultado de medição dependa de seu uso
7.1. Recomendação geral pretendido, o principio básico é o que é
requerido permanece inalterado: quando
7.1.1. Em geral, quando se move para cima na
reportando o resultado de uma medição e sua
hierarquia da medição, mais detalhes são
incerteza, é preferível errar no lado de fornecer
exigidos em como um resultado da medição e
informação demais do que de menos. Por
sua incerteza foram obtidos. Contudo, em
exemplo, deve-se
qualquer nível desta hierarquia, incluindo as
atividades comerciais e legais no mercado, o a) descrever claramente os métodos usados
trabalho de engenharia na indústria, para calcular o resultado da medição e sua
laboratórios de calibração de nível mais baixo, incerteza das observações experimentais e
pesquisa e desenvolvimento industriais, dos dados de entrada
pesquisa acadêmica, padrões primários
b) listar todos os componentes da incerteza e
industriais e laboratórios de calibração e
documentar totalmente como eles foram
laboratórios nacionais e p BIPM, toda a
avaliados
informação necessária para a reavaliação da
medição deve ser disponível para quem pode c) apresentar a análise dos dados de tal modo
necessitar dela. A diferença básica é que os que cada passo importante seja facilmente
níveis mais baixo da cadeira hierárquica, mais seguido e o cálculo do resultado reportado
informação além da necessária pode ser possa ser repetido independentemente, se
disponível na forma de relatórios de calibração necessário
e testes publicados, especificações de teste,
certificados de calibração e teste, manuais de d) dar todas as correções e constantes usadas
instrução, normas internacionais, normas na análise suas fontes.
nacionais e normas locais. Um teste da lista anterior é se perguntar: Foi
7.1.2. Quando os detalhes de uma medição, fornecida informação suficiente, de um modo
incluindo como a incerteza do resultado foi claro, de modo que o resultado pode ser
atualizado no futuro, se novos dados ou novas
avaliada, são fornecidos pela referência a
informações aparecerem?
documentos publicados, como é geralmente o
caso quando os resultados da calibração são
reportados em um certificado, é imperativo que 7.2. Recomendação específica
estas publicações sejam mantidas atualizados
de modo que elas sejam consistentes com o 7.2.1. Quando reportando o resultado de uma
procedimento da medição realmente em uso. medição e quando a medida da incerteza for a
incerteza padrão combinada, uc(y), deve-se
7.1.3. Numerosas medições são feitas cada dia
na indústria e comércio sem qualquer relatório a) dar uma descrição completa de como o
explicito da incerteza. Porém, muitas são feitas mensurando é definido;
com instrumentos sujeitos a calibração
periódica ou inspeção legal. Se os b) dar uma estimativa de y do mensurando Y e
instrumentos são sabidos estar de sua incerteza padrão combinada uc(y); as
conformidade com suas especificações ou com unidades de y e uc(y) devem sempre ser
os documentos normativos aplicáveis, as dadas;
incertezas de suas indicações podem ser c) incluir a incerteza padrão combinada
inferidas destas especificações ou destes relativa, uc(y)/ y , com y ≠ 0, quando
documentos normativos.
apropriado;

28
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 7. Reportando a
incerteza
d) dar a informação indicada em 7.2.7 ou Quando reportando o resultado de uma
referir a documento publicada que a medição e quando a medida da incerteza é a
contenha. incerteza expandida U = kuc(y), deve-se
Se for julgado útil para os usuários do resultado a) dar uma descrição completa de como o
da medição, por exemplo, ajudar no cálculo mensurando Y é definido;
futuro dos fatores de cobertura ou assistir no
b) apresentar o resultado da medição como
entendimento da medição, pode-se indicar
Y = y ± U e dar as unidades de y e U;
a) a estimativa efetiva dos graus de liberdade
(ver G.4); c) incluir a incerteza expandida relativa U/ y ,
b) as incertezas padrão combinadas do Tipo A com y ≠ 0, quando apropriado;
e do Tipo B ucA(y) e ucB(y) e seus graus de
liberdade efetivos estimados νefA e νefB ver d) dar o valor de k usado para obter U [ou,
G.4.1., nota 3) para a conveniência do usuário do
resultado, dar ambos k e uc(y)];
7.2.2. Quando a medida da incerteza é uc(y), é
preferível estabelecer o resultado numérico da e) dar o nível aproximado de confiança
medição em um dos seguintes quatro modos associado com o intervalo y ± U e
de modo a evitar mal entendidos. (A apresentar como ele foi determinado;
quantidade cujo valor está sendo reportado é f) dar a informação listada em 7.2.7 ou referir
assumido ser um padrão de massa mS de 100 a documento publicado que a contenha.
g; as palavras em parênteses podem ser
omitidas por brevidade se uc é definido em 7.2.4. Quando a medida da incerteza é U, é
algum outro lugar do documento reportando o preferível, para máxima claridade, apresentar o
resultado) resultado numérico da medição como no
exemplo seguinte. (As palavras em parênteses
1) mS = 100,021 47 g com (uma incerteza podem ser omitidas por brevidade se U, uc(y) e
padrão combinada) uc = 0,35 mg. k são definidos em algum outro lugar no
2) mS = 100,021 47 (35) g, onde o número em documento reportando o resultado.)
parênteses é o valor numérico da (incerteza mS = (100,021 47 ± 0,000 79) g, onde o
padrão combinada) uc referido aos últimos número seguindo o símbolo ± é o valor
dígitos correspondentes do resultado numérico de (uma incerteza expandida) U = k
cotado. uc, com U determinada de (uma incerteza
padrão combinada) uc = 0,35 mg e (um fator
3) mS = 100,021 47 (0,000 35) g, onde o de cobertura) k = 2,26 baseado na
número em parênteses é o valor numérico distribuição t para ν = 9 graus de liberdade e
da (incerteza padrão combinada ) uc define um intervalo estimado para ter um
expressa na unidade do resultado cotado. nível de confiança de 95%.
4) mS = 100,021 47 ± 0,000 35 g, onde o 7.2.5. Se uma medição determina
número seguindo o símbolo ± é o valor simultaneamente mais do que um mensurando,
numérico da (incerteza padrão combinada ) isto é, se ela fornece duas ou mais estimativas
uc e não um intervalo de confiança. de saída yi (ver H.2, H.3 e H.4), então, além de
dar yi e uc(y), dar os elementos da matriz de
Nota - o formato ± deve ser evitado sempre
que possível porque ele tem sido
covariância u(yi,yj) ou os elementos r(yi,yj) da
tradicionalmente usado para indicar um matriz de coeficientes de correlação (C.3.6,
intervalo correspondendo a um alto nível de nota 2) (e preferivelmente ambos).
confiança e assim pode ser confundido com a
7.2.6. Os valores numéricos da estimativa y e
incerteza expandida (ver 7.2.4). Além disso,
embora o propósito do formato em 4) seja sua incerteza padrão uc(y) ou incerteza
evitar tal confusão, escrevendo Y = y ± uc(y) expandida U não devem ser dados com um
poderia ainda ser mal entendida para número excessivo de dígitos. É usualmente
implicar, especialmente se o formato é suficiente cotar uc(y) e U [bem como as
acidentalmente omitido, que uma incerteza incertezas padrão u(xi) das estimativas de
expandida com entrada xi] com, no máximo, dois algarismos
k = 1 é pretendida e que o intervalo y - uc(y) ≤ significativos, embora em alguns casos possa
Y ≤ y + uc(y) tem um nível de confiança ser necessário reter dígitos adicionais para
especificado p, por exemplo, que associado evitar erros de arredondamento em cálculos
com a distribuição normal (ver G. 1.3). Como subsequentes.
indicado em 6.3.2 e Anexo G, interpretando
uc(y) deste modo é usualmente difícil para
justificar.

29
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 7. Reportando a
incerteza
Reportando os resultados finais, pode ser
apropriado, muitas vezes, arredondar as
incertezas para cima, em vez de arredondar
para o valor mais próximo. Por exemplo, uc(y) =
10,47 mΩ deve ser arredondado para 11 mΩ,
em vez de 10 mΩ. Porém , o bom senso deve
prevalecer e um valor como uc(y) = 28,05 kHz
deve ser arredondado para 28 kHz. Estimativas
de entrada e saída devem ser arredondadas
para ficarem consistentes com suas incertezas;
por exemplo, se y = 10,057 62 Ω com uc(y) =
27 mΩ, y deve ser arredondado para 10,058 Ω.
Coeficientes de correlação devem ser dados
com precisão de três dígitos se seus valores
absolutos são próximos de 1.
7.2.7. No relatório detalhado que descreve
como o resultado de uma medição e sua
incerteza foram obtidos, deve-se seguir as
recomendações de 7.1.4 e assim
a) dar o valor de cada estimativa de entrada xi
e sua incerteza padrão u(xi) junto com uma
descrição de como elas foram obtidas;
b) dar as covariâncias estimadas ou
coeficientes de correlação estimados
(preferivelmente ambos) associados com
todas estimativas de entrada que são
correlatas e os métodos usados para obtê-
los;
c) dar o grau de liberdade para a incerteza
padrão de cada estimativa de entrada e
como ele foi obtido;
d) dar a relação funcional Y = f(X1,X2,..., XN) e
quando eles parecerem úteis, as derivadas
parciais ou coeficientes de sensitividade
∂f / ∂x i . Porém, quaisquer coeficientes
determinados experimentalmente devem ser
dados.
Note - Como a relação funcional f pode ser
muito complexa ou pode não existir
explicitamente mas somente como um
programa de computador, pode não ser
possível dar f e suas derivadas. A função f
pode então ser descrita em termos gerais ou
o programa usado pode ser citado por uma
referência apropriada. Em tais casos, é
importante que seja claro como a estimativa y
do mensurando U e sua incerteza padrão
combinada uc(y) foram obtidas.

30
Expressão da Incerteza: 1993 (E) 8. Sumário do procedimento para avaliar e expressar a incerteza

8. Sumário do procedimento para avaliar e


expressar a incerteza

Os passos a serem seguidos para avaliar e expressar a incerteza do resultado de


uma medição como apresentado neste Guide podem ser resumidos como segue:1.

1. Expressar matematicamente a relação entre saída, calcular suas covariâncias (ver 7.2.5,
o mensurando Y e as quantidades de entrada H.2, H.3 e H.4).
Xi das quais Y depende: Y = f(X1, X2,..., XN). A 7. Se é necessário dar uma incerteza
função f deve conter cada quantidade, expandida U, cujos objetivos é fornecer um
incluindo todas as correções e fatores de intervalo y - U a y + U que pode ser esperado
correção, que podem contribuir um incluir uma grande fração da distribuição de
componente significativo de incerteza para o valores que podem razoavelmente ser
resultado da medição (ver 4.1.1 e 4.1.2). atribuídos ao mensurando Y, multiplicar a
2. Determinar xi, o valor estimado da incerteza padrão combinada uc(y) por um fator
quantidade de entrada Xi, ou com base na de cobertura k, tipicamente na faixa de 2 a 3,
análise estatística de séries de observações ou para obter U = k uc(y). Selecionar k com base
por outros meios (ver 4.1.3). no nível de confiança requerido do intervalo
(ver 6.2, 6.3 e especialmente anexo G, que
3. Avaliar a incerteza padrão u(xi) de cada discute a seleção de um valor de k que produz
estimativa de entrada xi. Para uma estimativa um intervalo tendo um nível de confiança
de entrada obtida da análise estatística de próximo a um valor especificado.
séries de observações, a incerteza padrão é
avaliada como descrito em 4.2 (avaliação da 8. Reportar o resultado da medição y junto com
incerteza padrão do Tipo A). Para uma sua incerteza padrão combinada uc(y) ou
estimativa de entrada obtida por outros meios, incerteza expandida U como discutido em 7.2.1
a incerteza padrão u(xi) é avaliada como e 7.2.3, usar um dos formatos recomendados
descrito em 4.3 (avaliação da incerteza padrão em 7.2.2 e 7.2.4. Descrever, como listado
do Tipo B). também na cláusula 7, como y e uc(y) ou U
foram obtidos.
4. Avaliar as covariâncias associadas com
todas estimativas de entrada que sejam
correlatas (ver 5.2).
5. Calcular o resultado da medição, isto é, a
estimativa y do mensurando Y, da relação
funcional f usando para as quantidades de
entrada Xi as estimativas xi obtidas no passo 2
(ver 4.1.4).
6. Determinar a incerteza padrão combinada
uc(y) do resultado da medição y das incertezas
padrão e das covariâncias associadas com as
estimativas de entrada, como descrito na
cláusula 5. Se a medição determina
simultaneamente mais do uma quantidade de

31
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo A: Recomendações do Grupo de Trabalho e CIPM

Anexo A

Recomendações do Grupo de Trabalho e CIPM

A.1. Recomendação INC-1 (1980)


O Grupo de Trabalho sobre o Estabelecimento das Incertezas foi formado
em outubro de 1980 pelo Bureau Internacional des Poids et Mesures (BIPM)
em resposta a umas pedido do Comité International des Poids et Mesures
(CIPM). Ele preparou um relatório detalhado para consideração pelo CIPM
que concluir com a Recomendação INC-1 (2980 [2].

2. Os componentes da categoria A devem ser


Expressões das incertezas caracterizados para as variâncias estimadas si2
experimentais (ou os desvios padrão estimados si) e o
número de graus de liberdade νi. Onde
apropriado, as covariâncias devem ser dadas.
Recomendação INC-1 (1980) 3. Os componentes na categoria B devem ser
1. A incerteza de um resultado de medida caracterizados pelas quantidades uj2 que
compreende geralmente vários componentes podem ser consideradas como aproximações
que podem ser agrupados em duas categorias às correspondentes variâncias, a existência
baseadas no método utilizado para estimar seu das quais é assumida. As quantidades uj2
valor numérico: podem ser tratadas como variâncias e as
quantidades uj como desvios padrão. Onde
A. as que são avaliadas com ajuda de métodos apropriado, as covariâncias devem ser tratadas
estatísticos, do mesmo modo.
B. as que não avaliadas por outros meios. 4. A incerteza combinada deve ser
caracterizada pelo valor numérico obtido
Não há sempre uma correspondência simples
aplicando o método usual para a combinação
entre a classificação nas categorias A e B e o
das variâncias. A incerteza combinada e seus
caracter aleatório ou sistemático usado
componentes devem ser expressos na forma
anteriormente para classificar as incertezas. A
de desvios padrão.
expressão incerteza sistemática é susceptível
de conduzir a erros de interpretação e deve ser Se, para determinada aplicação, for necessário
evitada. multiplicar a incerteza combinada por um fator
para obter uma incerteza total, o fator de
Toda descrição detalhada da incerteza deve
multiplicação usada sempre deve ser
compreender uma lista completa de seus
declarado.
componentes e indicar para cada um o método
utilizado para lhe atribuir um valor numérico.

32
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo A: Recomendações do Grupo de Trabalho e CIPM

A.2. Recomendação 1 (CI-1981) A3. Recomendação 1 (CI-1986)


O CIPM reviu o report submetido a ele pelo O CIPM considerou o assunto da expressão
Working Group on the Statement of das incerteza em seu 75o encontro realizado
Uncertainties e adotou a seguinte em outubro de 1986 e adotou a seguinte
recomendação em seu 70o encontro ocorrido recomendação [4]:
em outubro de 1981 [3]:
Recomendação 1 (CI-1986)
Recomendação 1 (CI-1981)
Expressão das incertezas em trabalho
Expressão das incertezas experimentais realizado sob os auspícios do CIPM
O Comité International des Poids et Mesures O Comité International des Poids et Mesures,
considerando considerando a adoção pelo Working Group
on the Statement of Uncertainties da
- a necessidade de encontrar um modo
Recomendação INC-1 (1980) e a adoção pelo
consensado de expressar a incerteza da
CIPM da Recomendação 1 (CI-1981),
medição na metrologia,
considerando que certos membros dos
- o esforço que tem sido devotado a isto por
Comités consultivos podem querer
muitas organizações durante muitos anos,
esclarecimento desta Recomendação para o
- o grande progresso feito em achar uma objetivo de trabalho que caia sob sua atividade,
solução aceitável, que resultou das especialmente para comparações
discussões do Working Group on the internacionais,
Statement of Uncertainties que se reuniu no
reconhece que o parágrafo 5 da
BIPM em 1980,
Recomendação INC-1 (1980) relacionado a
reconhece aplicações particulares, especialmente aquelas
tendo significado comercial, está agora sendo
- que as propostas do Working Group
considerado por um grupo de trabalho da
possam formar a base de um eventual
International Standards Organization (ISO)
acordo na expressão das incertezas,
comum a ISO, OIML e IEC, com a concorrência
recomenda e cooperação do CIPM,
- que as propostas do Working Group sejam requer que o parágrafo 4 da Recomendação
difundidas universalmente, INC-1 (1980) deve ser aplicado por todos os
participantes em dando os resultados de todas
- que o BIPM tente aplicar estes princípios as comparações internacionais ou outros
para comparações internacionais feitas sob trabalhos feitos sob os auspícios do CIPM e
seus auspícios nos próximos anos, dos comités consultivos e que deve ser dada a
- que outras organizações interessadas incerteza combinada das incertezas do Tipo A
sejam encorajadas a examinar e testar Tipo B em termos de um desvio padrão.
estas propostas e dirijam seus comentários
ao BIPM,
- que após dois ou três anos o BIPM reveja a
aplicação de sua proposta.

33
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo B: Termos metrológicos gerais

Anexo B

Termos metrológicos gerais

a) quantidade no sentido geral:


B.1. Fonte de definições comprimento, tempo, massa, temperatura,
resistência elétrica, concentração e
As definições dos termos metrológicos gerais quantidade de substância;
relevantes para este Guide são dadas tendo b) quantidades particulares:
sido tiradas do International vocabulary of basic
and general terms in metrology (avreviado - comprimento de uma dada barra
VIM), 2a ed. [6], publicado pela ISO, em nome - resistência elétrica de um dado fio de
das sete organizações que suportam seu cobre
desenvolvimento e elaborado por especialistas: - concentração de etanol em uma dada
Bureau Internacional de Poids et Mesures amostra de vinho.
(BIPM), a International Electrotechnical
Comission (IEC), International Federation of 2. Quantidades que podem ser colocadas em
Clicial Chemistry (IFCC), ISO, International ordem de valor relativo a uma outra são
chamadas de quantidades de mesma
Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC),
espécie.
Internationl Union of Pure and Appplied Physics
(IUPAP) e International Organization of Legal 3. Quantidades da mesma espécie podem ser
Metrology (OIML). O VIM deve ser a primeira agrupadas juntos em categorias de
fonte consultada para as definições dos termos quantidades, por exemplo:
não incluídos aqui ou no texto. - trabalho, calor, energia
Nota: Alguns termos e conceitos estatísticos - espessura, circunferência, raio de círculo
básicos são dados no Anexo C, enquanto os e comprimento de onda,.
termos valor verdadeiro, erro e incerteza são
discutidos também no Anexo D. Os símbolos para as quantidades são dados
em ISO 31.

B.2. Definições B.2.2. valor (de uma quantidade) [VIM 1.18]


magnitude de uma quantidade particular
Como na cláusula 2, nas definições seguintes, geralmente expresso como uma unidade de
o uso de parênteses em torno de certas medição multiplicada por um número.
palavras de alguns termos significa que as
palavras podem ser omitidas se isto não causar Exemplos
confusão. a) comprimento de uma barra: 5,34 m ou 534
cm;
Os termos em negrito em alguns notas são
termos metrológicos adicionais definidos b) massa de um corpo: 0,152 kg ou 152 g;
nestas notas, explicita ou implicitamente (ver
c) quantidade substância de uma amostra de
referência [6]). água (H2O): 0,012 mol ou 12 mmol.
B.2.1. quantidade (mensurável) [VIM 1.1] Notas
atributo de um fenômeno, corpo ou substância 1. O valor de uma quantidade pode ser
que pode ser distinguido qualitativamente e positivo, negativo ou zero.
determinado quantitativamente.
2. O valor de uma quantidade pode ser
Notas expresso em mais de um modo.
1. O termo quantidade pode se referir a uma 3. Os valores das quantidades de dimensão 1
quantidade no sentido geral [ver exemplos a)] são expressos como números puros.
ou a uma quantidade particular [ver exemplos
4. uma quantidade que não pode ser
b)].
expressa como uma unidade de medição
Exemplos multiplicada por um número pode ser
expressa por referência a uma escala de

34
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo B: Termos metrológicos gerais
referência convencional ou por um Nota
procedimento de medição ou por ambos.
As operações podem ser feitas
B.2.3. valor verdadeiro (de uma quantidade) automaticamente.
[VIM 1.19] B.2.6. princípio de medição [VIM 2.3]
valor consistente com a definição de uma dada base científica de uma medição.
quantidade particular.
Exemplos
Notas
a) efeito termelétrico aplicado à medição de
1. Este é um valor que seria obtida por uma temperatura;
medição perfeita
b) efeito Josephson aplicado à medição de
2. Valores verdadeiros são, por natureza, diferença de potencial elétrico;
indeterminados
c) efeito Doppler aplicado à medição de
3. O artigo indefinido um, em vez do artigo velocidade ou de vazão;
definido o, é usado em conjunto com valor
verdadeiro, porque pode haver vários valores d) efeito Raman aplicado à medição do
consistentes com a definição de uma dada número de onda de vibrações moleculares.
quantidade particular.
B.2.7. método de medição [VIM 2.4]
Comentário do Guide: Ver Anexo D, em
seqüência lógica de operações, descrita
particular D.3.5, para as razões por que o
genericamente, usada para fazer medições
termo valor verdadeiro não é usado neste
Guide e porque os termos valor verdadeiro de Nota - Métodos de medição podem ser
um mensurando (ou de uma quantidade) e qualificados em vários modos, tais como:
valor de um mensurando (ou de uma - método de substituição
quantidade) são vistos como equivalentes.
- método diferencial
B.2.4. valor verdadeiro convencional (de - método de nulo
uma quantidade) [VIM 1.20]
valor atribuído a uma quantidade particular e B.2.8. procedimento de medição [VIM 2.5]
aceito, algumas vezes por convenção, como conjunto de operações, descrito
tendo uma incerteza apropriada para um dado especificamente, usado para fazer medições
objetivo. particulares de acordo com um dado método
Exemplos Nota - Um procedimento de medição é
a) em um dado local, o valor atribuído à usualmente registrado no documento que é
quantidade realizada por um padrão de geralmente chamado de procedimento de
referência pode ser tomada como um valor medição (ou um método de medição) e é
verdadeiro convencional; usualmente em detalhe suficiente para
possibilitar um operador fazer uma medição
b) o valor recomendado pelo CODATA (1986) sem informação adicional.
para a constante de Avogrado:
6,022 136 7 x 1023 mol-1. B.2.9. mensurando [VIM 2.6]
Notas quantidade particular sujeita à medição
a. Valor verdadeiro convencional é Exemplo - pressão de vapor de uma dada
geralmente chamado de valor atribuído, amostra de água a 20 oC.
melhor estimativa do valor, valor convencional Nota - A especificação de um mensurando
ou valor de referência. Valor de referência, pode requerer declaração acerca de
neste sentido, não deve ser confundido com o quantidades como tempo, temperatura e
valor de referência no sentido usado na nota pressão.
para [VIM 5.7].
2. Freqüentemente, um número de resultados
de medições de uma quantidade é usado
para estabelecer um valor verdadeiro
convencional.
Comentário do Guide: Ver o comentário do
Guide para B.2.3.

B.2.5. medição [VIM 2.1]


conjunto de operações tendo o objetivo de
determinar um valor de uma quantidade.

35
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo B: Termos metrológicos gerais
proximidade de consenso entre os resultados
B.2.10. quantidade de influência [VIM 2.7]
de medições sucessivas do mesmo
quantidade que não é o mensurando mas que mensurando feitas sob as mesmas condições
afeta o resultado da medição de medição
Exemplos Notas
a) temperatura de um micrômetro usado para 1. Estas condições são chamadas de
medir comprimento condições de repetibilidade
b) freqüência na medição da amplitude de 2. As condições de repetibilidade incluem
uma diferença de potencial elétrica alternada.
- o mesmo procedimento de medição
c) concentração de bilirubin na medição de
concentração de hemoglobina em uma - o mesmo observador
amostra de plasma sangüíneo do homem. - o mesmo instrumento de medição, usado
Comentário do Guide: A definição de sob as mesmas condições
quantidade de influência é entendida para - o mesmo local
incluir valores associados com padrões de
- repetições em um curto período de tempo
medição, materiais de referência e dados de
referência nos quais o resultado de uma 3. A repetibilidade pode ser expressa
medição pode depender, bem como os quantitativamente em termos da dispersão
fenômenos tais como flutuações rápidas do característica dos resultados.
instrumento de medição e quantidades tais
como temperatura ambiente, pressão B.2.16. reprodutibilidade (dos resultados
barométrica e umidade. das medições) [VIM 3.7]
proximidade de consenso entre os resultados
B.2.11. resultado de uma medição [VIM 3.1.] de medições sucessivas do mesmo
valor atribuído a um mensurando, obtido por mensurando feitas sob condições diferentes de
medição medição
Notas Notas

1. Quando um resultado é dado, deve ficar claro se 1. Uma expressão válida da reprodutibilidade
ele se refere a requer a especificação das condições
variadas.
- a indicação
2. As condições variadas podem incluir:
- o resultado não corrigido
- princípio de medição
- o resultado corrigido
- método de medição
e se fez a média de vários valores
- observador
2. Uma apresentação completa do resultado de uma
medição inclui informação acerca da incerteza da - instrumento de medição
medição. - padrão de referencia
B.2.13. resultado corrigido [VIM 3.4] - local
resultado de uma medição depois da correção - condições de uso
do erro sistemático
- tempo
B.2.14. exatidão da medição [VIM 3.5] 3. A reprodutibilidade pode ser expressa
proximidade de consenso entre o resultado de quantitativamente em termos da dispersão
uma medição e um valor verdadeiro do característica dos resultados.
mensurando 4. Os resultados são aqui entendidos como
os resultados corrigidos.
Notas
1. Exatidão é um conceito qualitativo
2. O termo precisão não deve ser usado para
exatidão.
Comentário do Guide: Ver o comentário do
Guide para B.2.3.

B.2.15. repetibilidade (de resultados da


medição) [VIM 3.6]

36
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo B: Termos metrológicos gerais
3. É entendido que o resultado da medição é
B.2.17 desvio padrão experimental [VIM 3.8] a melhor estimativa do valor do mensurando
para uma série de n medições do mesmo e que todos os componentes da incerteza,
mensurando, a quantidade s(qk) incluindo os que aparecem de efeitos
caracterizando a dispersão dos resultados e sistemáticos, tais como os componentes
dado pela fórmula: associados com correlações e padrões de
referência, contribuem para a dispersão.
n
Comentário do Guide: É mostrado no VIM que
∑ ( q k − q) 2 esta definição e as notas são idênticas às
k =1
s( q k ) = deste Guide (ver 2.2.3).
n−1
B.2.19. erro (da medição) [VIM 3.10]
resultado de uma medição menos um valor
qk sendo o resultado da ka medição e q sendo verdadeiro do mensurando
a média aritmética dos n resultados Notas
considerados
1. Como um valor verdadeiro não pode ser
Notas determinado, na prática é usado um valor
verdadeiro convencional 9ver [VIM] 1.19
1. Considerando a série de n valores como [b.2.3] e 1.20 [B.2.4]).
uma amostra de uma distribuição, q é uma 2. Quando for necessário distinguir erro de
2
estimativa não polarizada da média µq e s (qk) erro relativo, o erro é geralmente chamado de
é uma estimativa não polarizada da variância erro absoluto da medição, que não deve ser
σ2, desta distribuição. confundido com o valor absoluto do erro, que
é o módulo do erro.
2. A expressão s( qk ) / n é uma estimativa Comentário do Guide: Se o resultado de uma
do desvio padrão da distribuição de q e medição depende dos valores de outras
chamado de desvio padrão experimental da quantidades diferentes do mensurando, os
média. erros dos valores medidos destas quantidades
contribuem para o erro do resultado da
3. O desvio padrão experimental da média é, medição. Também ver o Comentário do Guide
às vezes, chamado incorretamente de erro
para B.2.22 e para B.2.3.
padrão da média.
Comentário do Guide: Alguns dos símbolos B.2.20. erro relativo [VIM 3.12]
usados no VIM tem sido trocados para ter erro da medição dividido por um valor
consistência com a notação usada em 4.2 verdadeiro do mensurando
deste Guide.
Nota - Desde que um valor verdadeiro não
B.2.18. incerteza (da medição) [VIM 3.9] pode ser determinado, na prática é usado um
erro verdadeiro convencional (ver [VIM] 1.19
parâmetro, associado com o resultado de uma [B.2.2] e 1.20 [B.2.4]).
medição, que caracteriza a dispersão dos
valores que poderiam razoavelmente ser Comentário do Guide: Ver o Comentário do
atribuído ao mensurando Guide para B.2.3.

Notas
1. o parâmetro pode ser, por exemplo, um
desvio padrão (ou um dado múltiplo dele) ou
a meia largura de um intervalo tendo um
determinado nível de confiança.
2. incerteza da medição compreende, em
geral, muitos componentes. Alguns destes
componentes podem ser avaliados da
distribuição estatística dos resultados de
séries de medições e podem ser
caracterizados por desvios padrão
experimentais. Os outros componentes, que
podem também ser caracterizados por
desvios padrão, são avaliados de
distribuições de probabilidade assumidas
baseadas na experiência ou outra
informação.

37
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo B: Termos metrológicos gerais
B.2.21. erro aleatório [VIM 3.13] B.2.24. fator de correção [VIM 3.16]
resultado de uma medição menos a média que fator numérico pelo qual o resultado não
resultaria de um número infinito de medições corrigido de uma medição é multiplicado para
do mesmo mensurando feitas sob as condições compensar o erro sistemático
de repetibilidade
Nota - 2. Como o erro sistemático não pode
Notas ser perfeitamente conhecido, a compensação
não pode ser completa.
1. Erro aleatório é igual ao erro menos o erro
sistemático
2. Como pode ser feito somente um número
finito de medições, é possível determinar
somente uma estimativa do erro aleatório.
Comentário do Guide: Ver o Comentário do
Guide para B.2.22.

B.2.22. erro sistemático [VIM 3.14]


média que resultaria de um número infinito de
medições do mesmo mensurando feitas sob as
condições de repetibilidade menos um valor
verdadeiro do mensurando
Notas
1. Erro sistemático é igual ao erro menos o
erro aleatório
2. Como o valor verdadeiro, o erro
sistemático e suas causas não podem ser
completamente conhecidos.
3. Para um instrumento de medição, ver
polarização (bias) ([VIM] 5.25).
Comentário do Guide: O erro do resultado de
uma medição (ver B.2.19) pode geralmente ser
considerado como resultante de um número de
efeitos aleatórios e sistemáticos que
contribuem com componentes individuais do
erro para o erro do resultado. Ver também
Comentário do Guide para B.2.19 e para B.2.3.

B.2.23. correção [VIM 3.15]


valor somado algebricamente para o resultado
não corrigido de uma medição para compensar
o erro sistemático
Notas
1. A correção é igual ao negativo do erro
sistemático estimado.
2. Como o erro sistemático não pode ser
perfeitamente conhecido, a compensação não
pode ser completa.

38
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos

Anexo C

Termos e conceitos estatísticos básicos

Comentário do Guide: O símbolo Pr(A) é usado


C.1. Fonte de definições neste Guide em lugar do símbolo Pr(A) usado
na ISO 3534-1.
As definições dos termos básicos estatísticos
dados neste Anexo foram tiradas da ISO 3534- C.2.3. distribuição de probabilidade (de uma
1 [7]. Esta norma deve ser a primeira fonte variável aleatória [ISO 3534-1, 1.3]
consultada para as definições de termos não Uma função dando a probabilidade que uma
incluídos aqui. Alguns destes termos e seus variável aleatória tome qualquer valor dado ou
conceitos são elaborados em C.3, seguindo a pertença a um dado conjunto de valores.
apresentação de suas definições formais em
C.2 de modo a facilitar o uso adicional deste Nota - A probabilidade de um conjunto inteiro
Guide. Porém, C.3, que também inclui as de valores da variável aleatória é igual a 1.
definições de alguns termos relacionados, não C.2.4. função distribuição [ISO 3534-1, 1.4]
é baseado diretamente na ISO 3534-1.
Uma função dando, para cada valor x, a
probabilidade que a variável aleatória X seja
C.2. Definições menor ou igual a x:
Como na cláusula 2 e Anexo B, o uso de F(x) = Pr(X ≤ x)
parênteses em torno de certas palavras de
alguns termos significa que as palavras podem C.2.5. função densidade de probabilidade
ser omitidas se isto não causar confusão. (para uma variável aleatória contínua) [ISO
3534-1, 1.5]
Os termos C.2.1 a C.2.14 são definidos em
A derivada (quando ela existir) da função
termos das propriedades de populações. As
distribuição:
definições dos termos C.2.15 a C.2.31 estão
relacionadas com um conjunto de observações f(x) = dF(x)/dx
(amostras) (ver referência [7]).

C.2.1. probabilidade [ISO 3534-1, 1.1] Nota - f(x)dx é o elemento probabilidade:


Um número real na escala 0 a 1 atribuído a um f(x)dx = Pr(x < X < x +dx)
evento aleatório.
Nota - A probabilidade pode se referir a uma
C.2.6. função massa da probabilidade [ISO
freqüência relativa de ocorrência em longo 3534-1, 1.6]
período de tempo ou a um grau de confiança Uma função dando, para cada valor xi de uma
que um evento possa ocorrer. Para um alto variável aleatória discreta, a probabilidade pi
grau de confiança, a probabilidade é próxima que a variável aleatória X seja igual a xi:
de 1.
pi = Pr(X = xi)
C.2.2. variável aleatória [ISO 3534-1, 1.2]
Uma variável que pode tomar qualquer valor de C.2.7. parâmetro [ISO 3534-1, 1.12]
um específico conjunto de valores e com a qual Uma quantidade usada para descrever a
é associada uma distribuição de distribuição de probabilidade de uma variável
probabilidade ([ISO 3534-1] 1.3 [C.2.3]). aleatória.
Notas:
1. Uma variável aleatória que pode tomar
somente valores isolados é chamada de
discreta. Uma variável aleatória que pode
tomar qualquer valor dentro de um intervalo
finito ou infinito é chamada de contínua.
2. A probabilidade de um evento A é
denotada por Pr(A) ou P(A).

39
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos
C.2.8. parâmetro [ISO 3534-1, 1.13] C.2.13. momento central de ordem q [ISO
A relação entre duas ou várias variáveis 3534-1, 1.28]
aleatórias dentro de uma distribuição de duas Em uma distribuição com uma variável, a
ou mais variáveis aleatórias. expectativa da qa potência da variável aleatória
Nota - Muitas medidas estatísticas de centrada (X - µ):
correlação medem somente o grau de relação E[(X - µ)q]
linear.
Nota - O momento central de ordem 1 é a
C.2.9. expectativa (de uma variável aleatória variância da variável aleatória X.
ou de uma distribuição de probabilidade;
valor esperado; média [ISO 3534-1, 1.18] C.2.14. distribuição normal; distribuição de
Laplace-Gauss [ISO 3534-1, 1.37]
1. Para uma variável aleatória discreta X
tomando os valores xi dentro das A distribuição de probabilidade de uma variável
probabilidades pi, a expectativa, se existir, é: aleatória continua X, a função de densidade de
probabilidade de que é
µ = E( X ) = ∑ pi x i

a soma sendo estendida sobre todos os 1  x −µ 


2
− 
valores de xi, que pode ser tomado por X. 1 2 σ 

f(x) = e
2. Para uma variável aleatória contínua X tendo σ 2π
a função densidade de probabilidade f(x), a
expectativa, se existir, é para -∞ < x < +∞
Nota - µ é a expectativa e σ é o desvio
µ = E( X ) = ∫ xf ( x )dx padrão da distribuição normal.

a integral sendo estendida sobre todo o C.2.15. característica [ISO 3534-1, 2.2]
intervalo de variação de X. Uma propriedade que ajuda a identificar ou
diferenciar entre itens de uma dada população.
C.2.10. variável aleatória centrada [ISO 3534-
1, 1.21] Nota - A característica pode ser quantitativa
(para variáveis) ou qualitativa (para atributos)
Uma variável aleatória cuja expectativa é igual
a zero. C.2.16. população [ISO 3534-1, 2.3]
Nota - Se a variável aleatória X tem uma A totalidade de itens sob consideração.
expectativa igual a µ, a variável aleatória
Nota - No caso de uma variável aleatória, a
centrada correspondente é (X - µ).
distribuição de probabilidade ([ISO 3534-1],
C.2.11. variância (de uma variável aleatória 1.3 [C.2.3]) é considerada para definir a
população desta variável.
ou de uma distribuição de probabilidade
[ISO 3534-1, 1.22] C.2.17. freqüência [ISO 3534-1, 2.11]
A expressão do quadrado da variável aleatória O número de ocorrências de um dado tipo de
centrada (ISO 3534-1, 1.21 [C.2.10]): evento ou o número de observações caindo em
uma classe específica.
σ 2 = V( X ) = E{[ X − E( X )] 2 }
C.2.18. distribuição de freqüência [ISO 3534-
C.2.12. desvio padrão (de uma variável 1, 2.15]
aleatória ou de uma distribuição de
A relação empírica entre os valores de uma
probabilidade [ISO 3534-1, 1.23]
característica e suas freqüências ou suas
A raiz quadrada positiva da variância: freqüências relativas.

σ = V( X ) Nota - A distribuição pode ser graficamente


apresentada como um histograma ([ISO
3534-1], 2.17), gráfico de barra ([ISO 3534-1],
2.18), polígono de freqüência cumulativa
([ISO 3534-1], 2.19), ou como uma tabela de
duas vias ([ISO 3534-1], 2.22),

C.2.19. média aritmética [ISO 3534-1, 2.26]


A soma dos valores dividida pelo número de
valores.

40
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos
Notas
C.2.22. momento central de ordem 1 [ISO
1. O termo média pode se referir a um 3534-1, 2.37]
parâmetro da população ou ao resultado de
um cálculo dos dados obtidos em uma Em uma distribuição de uma única
amostra. característica, a média aritmética da qa
potência da diferença entre os valores
2. A média de uma única amostra aleatória
tomada de uma população é um estimador observados e sua média x é:
não polarizado da média de sua população.
1 n
Porém, outros estimadores, tais como média
geométrica, média harmônica, mediana ou ∑
n i=1
(x i − x)q
moda, podem também ser usados.
Nota - O momento central de ordem 1 é igual
C.2.20. variância [ISO 3534-1, 2.33] a zero.
Uma medida da dispersão, que é a soma dos
quadrados dos desvios de observações de sua C.2.23. estatística [ISO 3534-1, 2.45]
média dividida por um menos o número de Uma função das variáveis aleatórias da
observações. amostra.
Exemplo - Para n observações x1, x2,..., xn Nota - Uma estatística, como uma função de
com média variáveis aleatórias, é também uma variável
aleatória e como tal, assume diferentes
1 n valores de amostra para amostra. O valor da
x= ∑ xi
n i=1 estatística obtida usando os valores
observados nesta função pode ser usado em
um teste estatístico ou com uma estimativa
a variância é
de um parâmetro da população, tal como uma
1 n média ou um desvio padrão.
s2 = ∑
n − 1 i=1
(x i − x )2
C.2.24. estimativa [ISO 3534-1, 2.49]
Notas A operação de atribuir, de observações em
uma amostra, valores numéricos para os
1. A variância da amostra é um estimador não parâmetros de uma distribuição escolhida
polarizado da variância da população. como o modelo estatístico da população da
2. A variância é n/(n - 1) vezes o momento qual a amostra é retirada.
central de ordem 2 (ver nota para [ISO 3534-
Nota - Um resultado desta operação pode ser
1] 2.39).
expresso como um valor único (ponto
Comentário do Guide: A variância definida aqui estimado; ver [ISO 3534-1] 2.51 [C.2.26]) ou
é mais apropriadamente chamada de como um intervalo estimado ver [ISO 3534-1]
2.57 [C.2.27] e 2.58 [C.2.28]).
estimativa da amostra da variância da
população. A variância de uma amostra é C.2.25. estimador [ISO 3534-1, 2.50]
usualmente definida para ser o momento
centro de ordem 2 da amostra (ver C.2.13 e Uma estatística usada para estimar um
C.2.22). parâmetro da população.

C.2.21. desvio padrão [ISO 3534-1, 2.34] C.2.26. estimado [ISO 3534-1, 2.51]
A raiz quadrada positiva da variância. O valor de um estimador obtido como um
resultado de uma estimativa.
Nota - O desvio padrão da amostra é um
estimador não polarizado do desvio padrão C.2.27. intervalo de confiança com dois
da população. lados [ISO 3534-1, 2.57]
Quando T1 e T2 são duas funções dos valores
observados tais que, θ sendo um parâmetro da
população a ser estimado, a probabilidade
Pr(T1 ≤ T ≤ T2) é, no mínimo, igual a (1 - α)
[onde (1 - α) é um número fixo, positivo e
menor que 1], o intervalo entre T1 e T2 é um
intervalo de confiança (1 - α) de dois lados para
θ

41
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos
Notas C.2.31. graus de liberdade [ISO 3534-1, 2.85]
1. Os limites T1 e T2 do intervalo de confiança Em geral, o número de termos em uma soma
são estatísticos ([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e menos o número de limitações nos termos da
como tal, geralmente assumem valores soma.
diferentes de amostra para amostra.
2. Em uma longa série de amostras, a C.3. Elaboração dos termos e
freqüência relativa de casos onde o valor
verdadeiro do parâmetro da população θ é conceitos
coberto pelo intervalo de confiança é maior ou
igual a (1 - α). C.3.1. Expectativa
A expectativa de uma função g(z) sobre uma
C.2.28. intervalo de confiança com um lado
função densidade de probabilidade p(z) de uma
[ISO 3534-1, 2.57]
variável aleatória z é definida por:
Quando T é uma função dos valores
observados tais que, θ sendo um parâmetro da E[ g( z)] = ∫ g( z)p( z)dz
população a ser estimado, a probabilidade Pr(T
≥ θ) [ou a probabilidade Pr (T ≤ θ)] é, no
mínimo, igual a (1 - α) [onde (1 - α) é um
onde, da definição de p(z), ∫ p( z)dz = 1 . A
número fixo, positivo e menor que 1], o expectativa da variável aleatória z, denotada
intervalo entre o menor valor possível de θ até por µz e que é também chamada de valor
T (ou o intervalo de T até o maior valor possível esperado ou a média de z, é dada por
de θ) é um intervalo de confiança (1 - α) de um
µ z = E( z) = ∫ zp( z)dz
lado para θ
Notas
É estimado estatisticamente por z , a média
1. O limites T do intervalo de confiança é uma aritmética de n observações independes de z
estatística ([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e da variável aleatória z, a função densidade de
como tal, geralmente assume valores probabilidade da qual é p(z):
diferentes de amostra para amostra.
1 n
2. Ver nota 2 de [ISO 3534-1] 2.57 [C.2.27]. z= ∑ zi
n i=1
C.2.29. coeficiente de confiança, nível de
confiança [ISO 3534-1, 2.59] C.3.2. Variância
O valor (1 - α) da probabilidade associada com A variância de uma variável aleatória é a
um intervalo de confiança ou um intervalo de expectativa de seu desvio quadrático em
cobertura estatístico. (Ver [ISO 3534-1] 2.57 relação a sua expectativa. Assim, a variância
[C.2.27], 2.58 [C.2.28]) e 2.61 [C.2.30].) da variável aleatória z com função densidade
Nota - (1 - α) é geralmente expresso em de probabilidade p(z) é dada por
percentagem
σ 2 ( z) = ∫ ( z − µ z ) 2 p( z)dz
C.2.30. intervalo estatístico de cobertura
[ISO 3534-1, 2.61] onde µz é a expectativa de z. A variância σ2(z)
Um intervalo para o qual se pode estabelecer, pode ser estimada por
com um dado nível de confiança, que ele
1 n
contem no mínimo uma proporção especificada s 2 ( zi ) = ∑ ( z i − z) 2
n − 1 i=1
da população.
Notas onde
1. Quando dois limites são definidos por
1 n
estatística, o intervalo tem dois lados.
Quando um dos dois limites não é finito ou
z= ∑ zi
n i=1
consiste do limite da variável, o intervalo é de
um lado. e zi são n observações independentes de z.
2. Também chamado de intervalo de Notas
tolerância estatística. Este termo não deve
ser usado porque ele pode causar confusão 1. O fator (n -1) na expressão de s2(zi) vem
com intervalo de tolerância que é definido na da correlação entre zi e z e reflete o fato que
ISO 3534-2. há somente (n - 1) itens independentes no
conjunto {zi - z)

42
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos
2. Se a expectativa µz de z é conhecida, a 1 n
variância pode ser estimada por: s( y i , z i ) = ∑ ( yi − y)( zi − z)
n − 1 i=1
1 n
s 2 (zi ) = ∑ (zi − µ)2
n i =1
onde

1 n
A variância da média aritmética das e z= ∑ zi
n i =1
observações, no lugar da variância das
observações individuais, é a medida apropriada
Nota - A covariância estimada de duas
da incerteza de um resultado da medição. A médias
variância de uma variável z deve ser
cuidadosamente distinguida da variância da y e z é dada por s( y , z ) = s(yi,zi)/n
média z . A variância da média aritmética de
uma série de n observações independentes zi
de z é dada por C.3.5. Matriz de covariância
Para uma distribuição de probabilidade
σ 2 ( zi )
σ 2 ( z) = multivariável, a matriz V com elementos iguais
n às variâncias e covariâncias das variáveis é
e é estimada pela variância experimental da chamada de matriz covariância. Os elementos
média diagonais, ν(z,z) = σ2(z) ou s(zi,zi) = s2(zi), são
as variâncias e os elementos fora da diagonal,
s 2 ( zi ) 1 n
ν(y,z) ou s(yi,zi) são as covariâncias.
s 2 ( z) =
n
= ∑ ( z i − z) 2
n(n − 1) i=1
C.3.6. Coeficiente de correlação
C.3.3. Desvio padrão
O desvio padrão é a raiz quadrada positiva da O coeficiente de correlação é uma medida da
variância. Uma vez que uma incerteza padrão dependência mútua relativa de duas variáveis,
do Tipo A é obtida tomando a raiz quadrada da igual à relação de suas covariâncias para a raiz
variância estatisticamente calculada, é quadrada positiva do produto de suas
geralmente mais conveniente quando variâncias. Assim,
determinando uma incerteza padrão do Tipo B ν( y, z) ν( y, z)
para avaliar um desvio padrão não estatístico ρ( y, z) = ρ( z, y) = =
equivalente primeiro e depois obter a variância ν( y, y)ν( z, z) σ( y)σ( z)
equivalente elevando ao quadrado o desvio
padrão. com estimativas
s( y i , z i ) s( y i , z i )
r( y i , z i ) = r( z i , y i ) = =
C.3.4. Covariância s( y i , y i )s( z i , z i ) s( y i )s( z i )
A covariância de duas variáveis aleatórias é
uma medida de sua dependência mútua. A O coeficiente de correlação é um número puro
covariância de variáveis aleatórias y e z é tal que -1 ≤ ρ ≤ +1 ou -1 ≤ r(yi,zi) ≤ +1.
definida por: Notas
cov(y,z) = cov (z,y) = E{[y-E(y)][z - E(z)]} 1. Como r e r são números puros na faixa de -
que leva a 1 a +1 inclusive, enquanto as covariâncias
são usualmente quantidades com dimensões
cov(y,z) = cov (z,y) físicas e tamanhos inconvenientes, os
coeficientes de correlação são geralmente
= ∫ ∫ ( y − µ y )( z − µ z )p( y, z)dydz mais úteis que as covariâncias.
2. Para distribuições de probabilidade
= ∫ ∫ yzp( y, z)dydz − µ y µ z multivariáveis, a matriz de coeficientes de
correlação é usualmente dada no lugar da
onde p(y,z) é a função densidade de matriz de covariância. Desde que ρ(y,y) = 1 e
probabilidade conjunta de duas variáveis y e z. r(yi,yi) = 1, os elementos da diagonal desta
matriz são 1.
A covariância cov(y,z)] também denotada por
ν(y,z)] pode ser estimada por x(yi,zi) obtido de n 3. Se as estimativas de entrada xi são
pares independentes de observações correlatas (ver 5.2.2) e se uma variação δi em
simultâneas yi e zi de y e z, xi produz uma variação δj em xj, então o
coeficiente de correlação associado com xi e
xj é estimado aproximadamente por

43
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo C: Termos e conceitos estatísticos básicos
u( x i )δ j
r( x i , x j ) =
u( x j )δ i
Esta relação pode servir como base para
estimar experimentalmente os coeficientes de
correlação. Ela também pode ser usada para
calcular a variação aproximada em uma
estimativa de entrada devido à variação em
outra se o coeficiente de correlação for
conhecido.

C.3.7. Independência
Duas variáveis aleatórias são estatisticamente
independentes se sua distribuição de
probabilidade conjunta é o produto de suas
distribuições de probabilidades individuais.
Nota - Se duas variáveis aleatórias são
independentes, sua covariância e coeficiente
de correlação são zeros, mas o inverso nem
sempre é verdade.

C.3.8. A distribuição t; distribuição


do Student
A distribuição t ou distribuição de Student é a
distribuição de probabilidade de uma variável
aleatória continua t cuja função densidade de
probabilidade é

 ν + 1  ν + 1
Γ   t 2  −  2 
1  2  1+
p( t, ν) =  
πν Γ  ν   ν 
2
 
onde Γ é a função gama e ν > 0. A expectativa
da distribuição t é zero e sua variância é ν/(n -
2) para ν > 2. Quando n → ∞, a distribuição t se
aproxima da distribuição normal com µ = 0 e
σ = 1 (ver C.2.14).
A distribuição probabilidade da variável

( z − µ z ) / s( z) é a distribuição t se a variável
aleatória z é normalmente distribuída com
expectativa µz, onde z é a média aritmética de
n observações independentes zi de z, s(zi) é o
desvio padrão experimental de n observações
e s( z) = s( z i ) / n é o desvio padrão
experimental da média z com n = ν - 1 graus
de liberdade.

44
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo D: Valor verdadeiro, erro e incerteza

Anexo D

Valor verdadeiro, erro e incerteza

D.2. Quantidade realizada


O termo valor verdadeiro (B.2.3) tem
tradicionalmente sido usado em publicações D.2.1. Idealmente, a quantidade realizada para
sobre incerteza mas não neste Guide pelas medição deve ser totalmente consistente com a
razões apresentadas neste Anexo. Por causa definição do mensurando. Muitas vezes,
dos termos mensurando, erro e incerteza porém, tal quantidade não pode ser realizada e
serem freqüentemente mal entendidos, este a medição é feita sobre uma quantidade que é
Anexo também fornece uma discussão uma aproximação do mensurando.
adicional das idéias relacionadas com eles
para suplementar a discussão dada na cláusula
3. Duas figuras são apresentadas para ilustrar D.3. O valor verdadeiro e o valor
por que o conceito de incerteza adotada neste corrigido
Guide é baseado no resultado da medição e
sua incerteza avaliada em vez de se basear em D.3.1. O resultado de uma medição da
quantidades desconhecidas de valor quantidade realizada é corrigido para a
verdadeiro e erro. diferença entre esta quantidade e o
mensurando de modo a prever o que o
resultado da medição teria sido se a
D.1. O mensurando quantidade realizada, de fato, satisfizesse
totalmente a definição do mensurando. O
D.1.1. O primeiro passo quando se faz uma
resultado da medição da quantidade realizada
medição é especificar o mensurando - a
é também corrigido para todos os outros efeitos
quantidade a ser medida; o mensurando não
sistemáticos significativos reconhecidos.
pode ser especificado por um valor mas
Embora o resultado final corrigido final seja
somente por uma descrição de uma
geralmente visto como a melhor estimativa do
quantidade. Porém, em princípio, um
valor verdadeiro do mensurando, na realidade
mensurando não pode ser completamente
o resultado é simplesmente a melhor estimativa
descrito sem uma quantidade infinita de
do valor da quantidade que se quer medir.
informação. Assim, para a extensão que le
deixa espaço para interpretação, a definição D.3.2. Como exemplo, suponha que o
incompleta do mensurando introduz na mensurando é a espessura de uma dada folha
incerteza do resultado de uma medição uma de material em uma especificada temperatura.
componente de incerteza que pode ou não A peça é trazida para a temperatura próxima
pode ser significativa com relação à exatidão da temperatura especificada e sua espessura,
requerida da medição. em um determinado local, é medida com um
micrômetro. A espessura do material neste
D.1.2. Comumente, a definição de um
local e temperatura, sob a pressão aplicada
mensurando especifica certos estados e
pelo micrômetro, é a quantidade realizada.
condições físicos.
Exemplo - A velocidade do som no ar seco de
D.3.3. A temperatura do material na hora da
composição (fração molar): N2 = 0,7808, medição e a pressão aplicada são
O2 = 0,1095, Ar = 0,009 35 e CO2 = 0,000 35 determinadas. O resultado não corrigido da
à temperatura T = 273,15 K e pressão medição da quantidade realizada é então
p = 101 325 Pa. corrigido levando em conta a curva de
calibração do micrômetro, o afastamento da
temperatura do equipamento da temperatura

45
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo D: Valor verdadeiro, erro e incerteza
especificada e a leve compressão da peça sob D.3.5. O termo valor verdadeiro de um
a pressão aplicada. mensurando ou de uma quantidade (muitas
vezes truncado para valor verdadeiro) é evitado
D.3.4. O resultado corrigido pode ser chamado
neste Guide porque a palavra verdadeiro é
a melhor estimativa do valor verdadeiro,
vista como redundante. Mensurando (ver B.2.9)
verdadeiro no sentido que é o valor da
significa quantidade particular sujeita à
quantidade que se acredita satisfazer
medição, assim valor de um mensurando
totalmente a definição do mensurando mas tem
significa valor de uma quantidade particular
o micrômetro sido aplicado para uma parte
sujeita à medição. Desde que quantidade
diferente da folha de material, a quantidade
particular é geralmente entendida para
realizada teria sido diferente com um diferente
significar uma quantidade definida ou
valor verdadeiro. Porém, este valor verdadeiro
especificada (ver B.2.1, nota 1), o adjetivo
seria consistente com a definição do
verdadeiro em valor verdadeiro de um
mensurando porque o último não especificou
mensurando (ou em valor verdade de uma
que a espessura era para ser determinada
quantidade) é desnecessário - o valor
neste determinado ponto da folha. Assim, neste
verdadeiro do mensurando (ou quantidade) é
caso, por causa de uma definição incompleta
simplesmente o valor do mensurando (ou
do mensurando, o valor verdadeiro tem uma
quantidade). Além disso, como indicado na
incerteza que pode ser avaliada das medidas
discussão acima, um único valor verdadeiro é
feitas em diferentes pontos da folha. Em algum
apenas um conceito idealizado.
nível, cada mensurando tem uma incerteza
intrínseca que pode, em princípio, ser estimada
de algum modo. Esta é a mínima incerteza com D.4. Erro
que um mensurando pode ser determinado e
cada medição tem tiver esta incerteza pode ser Um resultado correto da medição não é o valor
vista como a melhor medição possível do do mensurando - isto é, ele está em erro - por
mensurando. Para obter um valor da causa da medição imperfeita da quantidade
quantidade em questão tendo uma menor realizada devido a variações aleatórias das
incerteza requer que o mensurando seja observações (efeitos aleatórios), determinação
definido com mais detalhes. inadequada das correções para os efeitos
sistemáticos e o conhecimento incompleto de
Notas certos fenômenos físicos (também efeitos
1. No exemplo, a especificação do sistemáticos). Nem o valor da quantidade
mensurando deixa muitos outras informações realizada nem o valor do mensurando pode ser
em dúvida que poderiam afetar a espessura: conhecido exatamente; tudo que pode ser
pressão barométrica, umidade, atitude da conhecido são seus valores estimados. No
folha no campo gravitacional, o modo como exemplo acima da medida da espessura da
ela é suportada. chapa pode estar em erro, isto é, pode diferir
2. Embora um mensurando seja definido em do valor do mensurando (a espessura da
detalhe suficiente, de modo que qualquer chapa), por causa de cada uma das seguintes
incerteza resultante de sua definição contribuições para um erro desconhecido para
incompleta seja desprezível em comparação o resultado da medição:
com a exatidão requerida da medição, deve
ser reconhecido que isto pode nem sempre a) pequenas diferenças entre as
ser praticável. A definição pode, por exemplo, indicações do micrômetro quando é
ser incompleta porque ela não especifica repetidamente aplicada à mesma
parâmetros que deveriam ser assumidos, quantidade realizada;
injustificadamente, tendo efeito desprezível;
ou ela pode implicar condições que nunca b) calibração imperfeita do micrômetro;
são totalmente satisfeitas e cuja realização
imperfeita é difícil de considerar. Por c) medição imperfeita da temperatura e
exemplo, no exemplo de D.1.2, a velocidade da pressão aplicadas;
do som implica ondas planas infinitas com
d) conhecimento incompleto dos efeitos
pequena amplitude. Para o objetivo que a
medição não satisfaz estas condições, a da temperatura, pressão barométrica
difração e os efeitos não lineares devem ser e umidade na peça ou no micrômetro
considerados. ou em ambos.
3. Especificação inadequada do mensurando
pode levar a discrepâncias dos resultados D.5. Incerteza
das medições da ostensivamente mesma
quantidade feitas em diferentes laboratórios. D.5.1. Uma vez que os valores exatos das
contribuições para o erro de um resultado de

46
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo D: Valor verdadeiro, erro e incerteza
uma medição são desconhecidos e ou de distribuições subjetivas ou a priori
desconhecíveis, as incertezas associadas com baseadas em um pool de informação
os efeitos aleatórios e sistemáticos que disponível e então calcular o resultado da
provocam o erro podem ser avaliadas. Mas medição dos valores estimados das
mesmo se as incertezas avaliadas são quantidades de entrada e a incerteza padrão
pequenas, ainda não há garantia que o erro no combinada das incertezas padrão destes
resultado da medição é pequeno; para a valores estimados. Somente se há uma base
determinação de uma correção ou na avaliação boa para acreditar que tudo isso possa ser feito
do conhecimento incompleto, um efeito corretamente, com nenhum efeito sistemático
sistemático pode sido omitido por que ele não é significativo tendo sido omitido, pode-se
reconhecido. Assim, a incerteza de um assumir que o resultado da medição é uma
resultado de uma medição não é estimativa confiável do valor do mensurando e
necessariamente uma indicação da que sua incerteza padrão combinada é uma
probabilidade que o resultado da medição está medida confiável do erro possível.
próximo do valor do mensurando; ele é
Notas
simplesmente uma estimativa da probabilidade
de proximidade ao melhor valor que é 1. Na Fig. D.1a as observações são
consistente com o conhecimento atualmente mostradas como um histograma para fins
disponível. ilustrativos (ver 4.4.3 e Fig. 1b).
2. A correção para um erro é igual ao
D.5.2. A incerteza da medição é assim uma
negativo da estimativa do erro. Assim, na Fig.
expressão do fato que, para um dado D.1 e na fig. D.2, uma seta que ilustra a
mensurando e um dado resultado da medição correção para um erro é igual em
dele, não há um valor mas um número infinito comprimento mas aponta no sentido oposto à
de valores dispersos em torno do resultado que seta que ilustra o erro e vice-versa. O texto
são consistente com todas as observações e da figura torna claro se uma seta particular
dados e seu conhecimento do mundo físico e ilustra uma correção ou um erro.
que, com graus variáveis de credibilidade, D.6.2. Fig. D.2 mostra algumas das idéias
podem ser atribuídos ao mensurando. ilustradas na Fig. D.1 mas de modo diferente.
D.5.3. Felizmente, em muitas medições Mais ainda, ela também mostra a idéia que
práticas, muito da discussão deste Anexo não pode haver muitos valores do mensurando se a
se aplica. Exemplos são quando o mensurando definição do mensurando é incompleta (entrada
é adequadamente bem definido, quando g da figura). A incerteza resultante desta
padrões ou instrumentos são calibrados definição incompleta como medida pela
usando padrões de referência bem conhecidos variância é avaliada da medição de realizações
que são rastreáveis a padrões nacionais; e múltiplas do mensurando, usando o mesmo
quando as incertezas das correções da método, instrumentos, local.
calibração aparecem de efeitos aleatórios nas Nota - Na coluna Variância as variâncias são
indicações de instrumentos ou de um número entendida serem as variâncias ui2(y) definidas
limitado de observações (ver E.4.3.). Todavia, na eq. (11) em 5.1.3; assim elas se somam
o conhecimento incompleto das quantidades de linearmente, como mostrado.
influência e seus efeitos podem geralmente
contribuir significativamente para a incerteza do
resultado de uma medição.

D.6. Representação gráfica


D.6.a. A Fig. D.1. mostra algumas das idéias
discutidas na cláusula 3 deste Guide e neste
Anexo. Ela ilustra por que o foco deste Guide é
a incerteza e não o erro. O erro exato de um
resultado de uma medição é, em geral,
desconhecido e desconhecível. Tudo que se
pode fazer é estimar os valores das
quantidades de entrada, incluindo correções
para os efeitos sistemáticos reconhecidos,
junto com suas incertezas padrões (desvios
padrão estimados), ou de distribuições de
probabilidade desconhecidos que são
amostradas por meio de observações repetidas

47
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo E

Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Este anexo faz uma breve discussão da valores reportados, geralmente com
motivação e da base estatística para a conseqüências danosas ou mesmo
Recomendação INC-1 (1980) do Grupo de desastrosas. Uma superestimativa deliberada
Trabalho no Estabelecimento das Incertezas, das incertezas também poderia ter repercussão
sobre o qual este Guide se baseia. Para indesejável. Ele poderia fazer o usuário do
discussão adicional, ver Ref. 1, 2, 11 e 12. instrumento de medição comprar instrumentos
mais caros que o necessário ou poderia causar
a rejeição desnecessária de produtos caros ou
E.1. Seguro, aleatório e sistemático a rejeição indevida de serviços de laboratório
de calibração.
E.1.1. Este Guide apresenta um método
largamente empregado para avaliar e E.2.2. Não se deve dizer que aqueles usando
expressar a incerteza na medição. Ele fornece um resultado da medição não poderiam aplicar
um valor realístico em vez de um valor seguro seu próprio fator de multiplicação a sua
da incerteza, baseando-se no conceito que não incerteza estabelecida de modo a obter uma
há diferença inerente entre os componentes incerteza expandida que defina um intervalo
aleatórios e sistemáticos da incerteza (ver 3.2.2 tendo um nível específico de confiança e que
e 3.2.3). O método se difere, portanto, de um satisfaça suas próprias necessidades nem em
método antigo que tem as duas idéias certas circunstâncias que instituições
seguintes em comum. fornecendo resultados de medição poderiam
não aplicar rotineiramente um fator que
E.1.2. A primeira idéia é que a incerteza forneça uma incerteza expandida similar que
relatada deve ser segura ou conservativa, satisfaça as necessidades de uma classe
significando que ela nunca deve cair no lado particular de usuários de seus resultados.
de ser muito menor. De fato, como a avaliação Porém, tais fatores (sempre a serem
da incerteza do resultado de uma medição é estabelecidos) devem ser aplicados à incerteza
problemática, ela geralmente se torna quando determinada por um método realista e
deliberadamente grande. somente após a incerteza ter sido assim
E.1.3. A segunda idéia é que as influências que determinada, de modo que o intervalo definido
afetam a incerteza foram sempre consideradas pela incerteza expandida tenha o nível de
como ou aleatórias ou sistemáticas, com confiança requerido e a operação possa ser
ambas sendo de naturezas diferentes, as facilmente revertida.
incertezas associadas com cada uma forma E.2.3. As pessoas envolvidas na medição
combinadas de modo próprio e foram geralmente devem incorporar em suas analises
reportadas separadamente, (ou quando um os resultados das medições feitas por outros,
único numero era requerido, combinadas de com cada um destes outros resultados
algum modo específico). De fato, o método de possuindo uma incerteza própria. Na avaliação
combinar incertezas era geralmente da incerteza de seus próprios resultados de
desenvolvido para satisfazer a exigência de medição eles precisam ter o melhor valor, não
segurança. um valor seguro, da incerteza de cada um cós
resultados incorporados de outro local.
E.2. Justificativa de avaliações Adicionalmente, deve haver um modo lógico e
realistas da incerteza simples em que estas incertezas importadas
possam ser combinadas com as incertezas de
E.2.1. Quando o valor de um mensurando é suas próprias observações para dar a incerteza
reportado, a melhor estimativa de seu valor e a de seu próprio resultado. A Recomendação
melhor avaliação da incerteza desta estimativa INC-1 (1980) fornece este modo.
devem ser dadas, para se a incerteza estiver
errada, não é normalmente possível decidir em
que direção ela deve errar seguramente. Uma
sub-estimativa das incertezas poderia causar
muito mais confiança a ser colocada nos

48
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
A expectativa do desvio quadrado (z - µz)2 é a
E.3. Justificativa para tratar todos variância de z, isto é , E[(z-µz)2] = σz2 e assim a
componentes da incerteza do eq. (E.2b) fica
mesmo modo
O foco da discussão desta seção é um (E.3)
exemplo simples que ilustra como este Guide
trata os componentes da incerteza que
aparecem de efeitos aleatórios e de correções Nesta expressão, σi2 = E[(wi - µi)2] é a variância
para efeitos sistemáticos exatamente do de wi e ρij = ν(wi, wj)/(σi2σj2)1/2 é o coeficiente de
mesmo modo na avaliação da incerteza do correlação de wi e wj, onde
resultado de uma medição. Isto exemplifica o ν(wi, wj) = E[(w1 - µj)] é covariância de wi e wj.
ponto de vista adotado neste Guide e citado
Notas
em E.1.1., ou seja, que todos os componentes
da incerteza sejam da mesma natureza e 1. σz2 e σi2 são, respectivamente, os momentos
sejam tratados do mesmo modo. O ponto de centrais de ordem 2 (ver C.2.13 e C.2.22) das
partida da discussão é uma derivada distribuições de probabilidade de z e w1. A
simplificada da expressão matemática para a distribuição de probabilidade pode ser
completamente caracterizada por sua
propagação de desvios padrão, chamada neste
expectativa, variância e momentos centrais de
Guide a lei da propagação da incerteza. maior ordem.
E.3.1. Seja a quantidade de saída 2. A eq. (13) em 5.2.2 [junto com a eq. (15)], que
z = f(w1, w2, ..., wN) função de N quantidades de é usada para calcular a incerteza padrão
entrada w1, w2, ..., wN, onde cada wi é descrita combinada, é idêntica à eq. (E.3), exceto que a
por uma distribuição de probabilidade eq. (13) é expressa em termos de estimativas
apropriada. A expansão de f em torno das das variâncias, desvios padrão e coeficientes de
expectativas de wi, E(wi) = µi, em uma série de correlação.
Taylor de primeira ordem, dá para pequenos E.3.2. Na terminologia tradicional, a eq. (E.3) é
desvios de z em torno de µz em termos de geralmente chamada a lei geral da
pequenos desvios de wi em torno de µi. propagação do erro, uma apelação é mais
bem aplicada para uma expressão da forma

N
∂f
Ζ − µΖ = ∑ ( w i − µi ) (E.1)
i =1 ∂w i N  ∂f 
∆Ζ = ∑i=1  ∆w i
 ∂w i 
onde todos termos de maior ordem são
assumidos desprezíveis e µz = f(µ1, µ2, ..., onde ∆Z é a mudança em Z devido a
µN). O quadrado do desvio z - µz é dado por: pequenas mudanças ∆wi em wi [ver eq. (e.8)].
De fato, é apropriado chamar a eq. (E.3) a lei
da propagação da incerteza como feito neste
2
 N ∂f  Guide, porque ela mostra como as incertezas
( Ζ − µ Ζ ) = ∑
2
( w i − µ i ) (E.2a) das quantidades de entrada wi, tomadas iguais
 i=1 ∂w i  aos desvios padrão das distribuições de
probabilidade de wi, combinam para dar a
incerteza da quantidade de saída z se esta
que pode re-rescrito como: incerteza é tomada igual ao desvio padrão da
distribuição de probabilidade de z.

2
 ∂f 
N
(Ζ − µΖ ) = ∑ 
2
 ( w i − µi ) +
2
(E.2b)
i =1  ∂w i 

∂f
+ 2 ∑ ∑ ∂w

49
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

50
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo F

Guia prático para avaliar


componentes da incerteza

51
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo G

Graus de liberdade e
níveis de confiança

52
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo H

Exemplos

53
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo J

Glossário dos principais


símbolos

54
Expressão da Incerteza: 1993 (E) Anexo E: Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo K

Bibliografia

APOSTILA\INCERTEZA Guide1.doc 15 JUL 96

55

Anda mungkin juga menyukai