Introdução . ...................................................................................... 01
Conceitos básicos de auditoria. ............................................................ 04
Distinção entre auditoria interna, auditoria externa ou independente . ....... 19
Lista de questões . ............................................................................. 25
Bibliografia . ...................................................................................... 27
Introdução
Prezado Aluno,
Antes de darmos início a nossa aula, permitam-nos falar um pouco sobre nós:
Meu nome é Fernando Graeff, sou Gaúcho de Caxias do Sul. Sou formado em
Administração de Empresas e, antes de entrar no serviço público, trabalhei
mais de 15 anos na iniciativa privada. Sou ex-Auditor Fiscal da Receita Federal
do Brasil, trabalhei nas Unidades Centrais deste Órgão. Atualmente, exerço o
cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União.
No serviço público, exerci ainda os cargos de Analista de Finanças e Controle
da Secretaria do Tesouro Nacional - área contábil – em Brasília e de Analista
de Orçamento do Ministério Público Federal em São Paulo.
É com muita satisfação que ministraremos para você, a quatro mãos, o Curso
de Auditoria (Teoria e Exercícios) voltado para o concurso da Comissão de
Valores Mobiliários – CVM.
Nosso curso será dividido em sete aulas, uma por semana (contando com a
aula demonstrativa). As aulas terão entre 30 e 50 páginas, variando de acordo
com o assunto tratado, trazendo questões comentadas de provas passadas
aplicadas pela ESAF, com a base teórica necessária para seu perfeito
entendimento.
Outro detalhe muito importante desse curso é que será baseado nas novas
normas de auditoria.
Para quem não sabe ainda, no final do ano de 2009, o Conselho Federal de
Contabilidade – CFC promoveu uma profunda modificação na estrutura das
Normas Brasileiras de Auditoria e publicou 38 novas resoluções, no intuito de
alinhar as disposições brasileiras com os padrões internacionais ditados pela
International Federation of Accounting – IFAC.
Vamos começar nosso curso do início, olhando para o passado para entender
como surgiu a auditoria e qual o seu objetivo...
Bom, agora se coloque na posição desses investidores. Com certeza, você vai
querer saber onde está colocando seu dinheiro – vai se perguntar se o
investimento é seguro, se a empresa é saudável, quais são seus ativos e
passivos...
Fique atento: Você deve saber que a Lei nº 11.638/07 instituiu várias
modificações nos padrões de contabilidade até então vigente no Brasil.
Porém, ficou mantida na norma a expressão “demonstrações
financeiras” ao invés de “demonstrações contábeis”, que é a
nomenclatura correta, por ser mais abrangente do que a adotada na
legislação. Assim, você pode encontrar na prova tanto uma como outra
expressão, indistintamente.
1
A Lei nº 11.638/07 substituiu a demonstração das origens e aplicações de recursos pela demonstração dos fluxos de
caixa, em função da facilidade de melhor entendimento da posição financeira da empresa.
Chegamos então onde reside o interesse desse curso: na auditora contábil ou,
mais precisamente, na auditoria independente das demonstrações contábeis.
De agora em diante, trataremos apenas por auditoria independente, OK?
Portanto, cuidado!
Sugerimos que leia com bastante cuidado este normativo (assim como sua
Nota Explicativa), pois constitui a regulamentação básica da auditoria
independente no âmbito da CVM. São somente 20 páginas, mas de extrema
importância para esse concurso.
Mas, e caso a banca continue usando o termo parecer? A questão estará certa
ou errada?
Nesse caso, existem bancas que cobram a literalidade das normas, outras são
um pouco mais flexíveis. Porém, temos que considerar que essas alterações
são recentes, as novas normas devem ser aplicadas na análise das
demonstrações referentes ao período que tenha início em 1º/1/2010.
A tendência é que as bancas não misturem normas novas e antigas, até para
não criar polêmica.
Porém, o cuidado deverá será redobrado, por exemplo, se aparecer um item
correto, mas, citando parecer em vez de relatório, desde que não tenha outro
item totalmente correto à luz das novas normas, ele será o gabarito da
questão.
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As NBC TAs não impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe
às leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades. Contudo, a auditoria é conduzida com base na premissa
de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança, têm conhecimento de certas
responsabilidades que são fundamentais para a condução da auditoria.
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São as pessoas com responsabilidade de supervisionar a direção estratégica da entidade e, consequentemente, de
supervisionar as atividades da Administração (isso inclui a supervisão geral do relatório financeiro).
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(A) da administração.
(B) da auditoria interna.
(C) do conselho de administração.
(D) da auditoria externa.
(E) do comitê de auditoria.
Resolução:
Resolução:
Item A: errado
O objetivo do auditor independente não é ajudar a administração a cumprir
seus objetivos, isso é papel do auditor interno ou de um consultor. O objetivo
primordial da auditoria externa é aumentar o grau de confiança nas
demonstrações contábeis por parte dos usuários.
Item B: errado
O auditor independente até pode apresentar esses subsídios, mas isso não é o
seu objetivo principal.
Item C: certo
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Item D: errado
A afirmação dessa assertiva representa o papel de um advogado ou de um
consultor jurídico, não do auditor independente.
Item E: errado
O auditor externo também pode e deve fazer recomendações para a
administração por intermédio do chamado “relatório-comentário”, mas esse
não é seu objetivo final.
Resolução:
Item A: errado
Essa opinião não assegura, por exemplo, a viabilidade futura da entidade nem
a eficiência ou eficácia com a qual a administração conduziu os negócios da
entidade.
Item B: errado
As normas convergidas dispõem que cabe ao sócio encarregado do trabalho
(auditor) assumir a responsabilidade pela direção, supervisão e execução do
trabalho de auditoria de acordo com as normas técnicas e exigências legais e
regulatórias aplicáveis. Ou seja, mudou apenas a designação do auditor, que
as novas normas denominam “sócio encarregado do trabalho”, contudo, a
responsabilidade continua a mesma. (obs.: se vier na questão, simplesmente,
o termo “auditor”, considere correto, pois é uma designação genérica)
Item C: errado
O auditor também pode utilizar práticas profissionais formais ou informais para
embasar sua opinião. Desta forma, o auditor pode vir a utilizar-se de normas
que não foram emanadas pelos seus próprios órgãos de classe, como por
exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o Banco Central do Brasil –
Bacen, a SUSEP e outros.
Nesse sentido, veja o que dispõe a NBC TA 570: “No caso do Brasil, como
definido no item 7 da NBC T 19.27 – Apresentação das Demonstrações
Contábeis ‘práticas contábeis adotadas no Brasil’ compreendem a legislação
societária brasileira, as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as
orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e
práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde
que atendam à Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das
Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em
consonância com as normas contábeis internacionais”. (grifos nossos)
Ou seja, continuam sendo aceitas práticas que não foram emanadas pelos
próprios órgãos de classe, a novidade é a parte final do dispositivo
mencionado, que determina que essas práticas estejam em consonância com
as normas contábeis internacionais, objetivo das alterações promovidas pelas
novas normas de auditoria.
Item D: errado
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Item E: certo
Por sua vez, as normas profissionais do Auditor Independente ainda não foram
convergidas, assim, permanece em vigor a Resolução CFC nº 821/97. Segundo
esta norma, o auditor independente deve ser um contador. Assim, não é todo
contabilista, na sua acepção genérica, que pode assinar um relatório de
auditoria, mas, apenas aqueles enquadrados na categoria de contador.
Resolução:
Para resolver essa questão, basta dar uma olhadinha na tabela que fizemos
para listar as exigências da instrução 308/99 para os exercícios de auditoria
independente por pessoas físicas e jurídicas no âmbito da CVM.
O item D está errado por afirmar que o escritório tem que ser registrado no
Ibracon.
• a Lei 6.404/76 (lei das sociedades anônimas por ações) estabelece que
as companhias abertase de instituições, sociedades ou empresas
que integram o sistema de distribuição e intermediação de
valores mobiliários devem ser auditadas por auditores independentes
registrados na CVM;
• a Lei 11.638/07, que alterou a lei das S.A., estabelece que as empresas
de grande porte4, ainda que não constituídas sob a forma de sociedade
por ações, devem ser auditadas por auditores independentes registrados
na CVM;
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As empresas de grande porte são aquelas que tenham, no exercício anterior, ativo total superior a R$240 milhões ou
receita bruta anual superior a R$300 milhões.
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• Etc.
Além das obrigações legais, existem outros motivos que podem levar uma
empresa a se submeter a uma auditoria externa, entre eles citamos:
Resolução:
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Conselho Nacional de Seguros Privados
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Esse normativo alterou a Resolução CFC nº 750/93 e revogou a Resolução CFC nº 774/94, passando a denominar
Princípios de Contabilidade e não mais Princípios Fundamentais da Contabilidade.
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A Resolução CFC nº 750/93 trazia 7 (sete) princípios, no entanto, o Princípio da Atualização Monetária foi
incorporado ao Princípio do Registro pelo Valor Original.
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Resolução:
Bom… essa questão é bem fácil, basta saber quais são os princípios da
contabilidade.
1. Prudência
2. Registro pelo Valor Original
3. Entidade
4. Continuidade
5. Oportunidade
6. Competência
A auditoria interna, por sua vez, é aquela executada pela própria organização,
com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por
meio da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos.
Isso quer dizer que o auditor independente, no decorrer do seu trabalho, não
pode propor melhorias à organização?
Dessa forma, a auditoria interna deve ser subordinada apenas ao mais alto
nível da administração, como, por exemplo, à Presidência ou ao Conselho de
Administração. O responsável pelas atividades de auditoria interna deve,
portanto, reportar-se a um executivo ou órgão cuja autoridade seja suficiente,
para garantir uma ação efetiva, com respeito aos assuntos levantados e à
implantação das recomendações efetuadas. É fundamental que os auditores
internos atuem com liberdade dentro da organização, sem medo de serem
demitidos.
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A NBC TA 700 define que a opinião do auditor independente deve ser expressa em um documento denominado
relatório de auditoria. As normas de auditoria anteriormente vigentes e hoje revogadas faziam uma distinção na
nomenclatura dos documentos emitidos pelo auditor independente (parecer) e o auditor interno (relatório).
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Auditor Externo ou
Auditor Interno
Independente
Relação com a não possui vínculo
é empregado da empresa
empresa empregatício
Grau de
menor maior
independência
elaboração de um relatório
que comunique os trabalhos
emissão de uma opinião
realizados, as conclusões
Finalidade sobre a adequação das
obtidas e as recomendações
demonstrações contábeis
e providências a serem
tomadas
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Aula Demonstrativa
Tipos de
contábil e operacional contábil
auditoria
interno e externo
Público alvo interno
(principalmente o último)
Volume de
maior menor
testes
Quem exerce a
contador com registro no CRC
atividade
Documento que
Relatório
produz
Onde é em pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo,
realizada e de direito privado.
Resolução:
Resolução:
Logo, o único item correto é o item C que afirma que compete ao auditor
independente avaliar e testar os sistemas de controles internos e contábil, em
busca da razoável fidedignidade das demonstrações financeiras.
Um grande abraço,
Davi e Fernando
Lista de Questões
(A) da administração.
(B) da auditoria interna.
(C) do conselho de administração.
(D) da auditoria externa.
(E) do comitê de auditoria.
01 02 03 04 05 06 07 08
A C E A D C A C
Bibliografia
ATTIE, Wiliam. Auditoria – Conceitos e Aplicações. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.