2008 -103 Dezembro 2008 . ANO XI – Escrito pelo Eng. Drs.M. Sc. Alexandre Souza.
Resumo elaborado pelos membros do grupo técnico Grugeen Daniel Diniz Ardies, Felipe
Poyer e Marcio Augusto.
TPM -MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (Total Productive
Maintenance):
FERRAMENTA FUNDAMENTAL DA CADEIA
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
1. INTRODUÇÃO
Desde seu surgimento no Japão nos anos 70
(figura 1), a partir das já naquela época existentes
técnicas tradicionais de manutenção corretiva e
preventiva, a Manutenção Produtiva Total ou do
inglês
reposição no estoque, deve ser recorrido a desgastes máximos. Neste caso, podem ocorrer
fornecedores externos de peças de reposição, o que custos de processo onerosos para empresa,
encarece em muitos casos os custos de manutenção principalmente por tempo de paradas excessivas,
industrial. Em alguns casos," quando a empresa quando não há a disponibilidade imediata de peças
possui, por exemplo, várias máquinas do mesmo de reposição no estoque. Esta questão exige dos
tipo ou máquinas que não são consideradas como profissionais do departamento de manutenção
"gargalos", pode ser adotado uma política de gestão uma enorme experiência prática, de modo que
de manutenção baseada em ações corretivas.
possa ser previsto um estoque de peças de
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
reposição que possa cobrir toda a
"imprevisibilidade das falhas" dos equipamentos.
Outra forma de ser realizada a manutenção
realizadas Outra questão é que a manutenção preventiva
industrial é a denominada "manutenção
atividades rotineira, principalmente quando existe uma falta
preventiva",
de a qual está ordenada dentro dos
de experiência em relação a uma determinada
principais
manutenção de manutenção industrial (figura 4).
tipos
máquina em estudo, provoca intervenções
Este tipo de manutenção é fundamental em
desnecessárias no processo produtivo que podem
máquinas com uma elevada importância dentro de
ocasionar uma elevada perda de produtividade
uma linha de produção (por exemplo, as máquinas
industrial.
gargalos ou de custos de aquisição mais elevados).
A curva de "tempo médio de falha do equipamento
Na manutenção preventiva rotineira são
(CTMF)" mostra o comportamento de um
equipamento ou máquina de produção ao longo de
bem como na experiência prática dos especialistas toda a sua vida útil (figura 5). Através dela pode ser
do departamento de manutenção. Existe certo visualizado que o equipamento no início de seu
intervalo de tempo entre as manutenções a serem tempo de vida, isto é, logo após sua instalação na
realizadas. Dados estatísticos de manutenção de planta industrial, apresenta um elevado número de
falhas e quebras de equipamentos, os quais se avarias durante seu período de funcionamento.
encontram normalmente registrados em softwares Após certo tempo de uso as falhas no equipamento
de manutenção disponíveis no sistema de tendem a diminuir, sendo que no final de sua vida
informática da empresa, servem como base de pode ser verificado novamente um considerável
apoio para o planejamento e realização de um aumento no número total de avarias durante seu
detalhado plano de manutenção rotineira. Para o período de funcionamento. A identificação por
emprego desta política de manutenção deve-se ter parte dos especialistas envolvidos nas atividades
um conjunto de informações confiáveis, uma vez de manutenção preventiva, do ponto de início da
que ela não avalia as condições reais do fase de avarias normais e da fase final de vida útil
equipamento. Além disso, outros pontos devem do equipamento, permite a realização de um
ser considerados: embora a manutenção adequado plano de manutenção preventiva, onde
preventiva rotineira esteja baseada também em pode ser definido com isso corretos programas de
uma troca de peças por desgaste, é possível que reparos, ajustes, lubrificação, como também um
ocorra falhas e quebras das peças dos mais preciso planejamento de estoques de peças
equipamentos de fábrica ainda dentro de seus de reposição.
períodos de vida útil fornecidos pelos fabricantes,
mesmo que elas não tenham atingindo ainda seus
A manutenção por inspeção, ou também chamada quebra de componente.
preditiva",
na indústria de "manutenção Pode-se programar desta forma intervenções nas
é
uma máquinas de modo bem mais planejado ou até
consiste da utilização de algumas modernas mesmo compra de peças de reposição somente no
ferramenta
técnicas de engenharia que podem identificar momento em que elas necessitem ser trocadas,
assim, quando um determinado componente de reduzindo assim os custos de estoque.
um equipamento poderá falhar. Elas consistem
principalmente da análise de desgaste de
componentes por meio da presença de partículas
de ferro nos óleos lubrificantes das máquinas, de
técnicas que medem o
nível de vibração de componentes, testes de
emissão acústica e ensaios mecânicos não-
destrutivos para detectar trincas e falhas em
materiais metálicos (figura 6).
A manutenção preventiva permite ao
departamento de manutenção reagir rapidamente
a um sinal de possível falha que acarretará em
(FIGURA 6): Ensaio de líquido penetrante utilizado para detectar pequenas trincas em materiais metálicos
Por ser uma manutenção que necessita um são reforçados com um grupo de profissionais
acompanhamento mais detalhado dos experientes em manutenção industrial, bem como
equipamentos, ela exige em conseqüência disto com a disponibilidade de dados de manutenção
uma mão-de-obra mais qualificada e bons confiáveis referentes às falhas dos componentes
equipamentos de análises industriais. A realização que constituem o sistema em questão.
das atividades de manutenção preditiva favorece ao
gerente de produção um melhor planejamento de
toda sua estrutura de manutenção preventiva com
positivos efeitos em toda a logística de produção da
empresa, como por exemplo, a redução dos custos
de parada nãoprogramada, principalmente para
aquelas
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA
o
("AUTONOMOUS MAINTENANCE") – 1
PILAR
Este tipo de manutenção é realizada pelos próprios
operadores das máquinas e serve certamente de base
a todos os outros pilares do TPM. O início das
tarefas de manutenção autônoma ocorre
primeiramente através de um treinamento dos
operadores pelo pessoal especializado por
manutenções rotineiras das máquinas. A introdução
da manutenção autônoma (em japonês "Jishu-
Hozen") torna os operadores aptos a desenvolver de
forma eficiente o seu próprio ambiente de trabalho,
contribuindo desta forma para a redução dos vários
tipos de perdas ocasionadas durante o processo
produtivo, aumentando desta forma os índices de
produtividade e qualidade de produção. Longos (FIGURA 9): Os 8 pilares fundamentais da
tempos de paradas de máquinas podem ser com isto Manutenção Produtiva Total.
o o
1 Passo: Limpeza inicial das máquinas, 2 Passo: Observar e eliminar fontes de sujeiras
dispositivos e equipamentos de medição; em lugares de difícil acesso;
o possível ao pessoal técnico do departamento de
3
manutenção.
Passo: Elaboração de normas provisórias
de limpeza, inspeção e lubrificação que
posteriormente serão incluídas dentro do plano de
manutenção
o
5
o
TPM ADMINISTRATIVO - 6 PILAR
Item
Descrição (FIGURA 12): Cálculo do índice de Eficiência
Forma de cálculo Global do Equipamento (OEE) [6]
Valor
Resultado
A
Tempo programado total (TTP)
8 horas
8*60
480 min
B
TempoDE
ÍNDICE de QUALIDADE
parada programada
DO PRODUTO
Este índice expressa a qualidade da produção de um
equipamento. Relaciona de modo percentual a
20 min de peças refugadas e retrabalhadas com
quantidade
C
a quantidade total de peças produzidas em um
Tempo disponível
determinado período (Tempo
de tempototal – tempo3):de parada programada)
(equação (TABELA 3): Exemplo de cálculo de índice global do
A-B
Qualidade (%) = TPP- (TR-TRE)/(TPP) equipamento (OEE)
480 - 20
460 min 3
Equação
D
Tempo de parada não planejada (PNP)
onde
Outro fato que caracteriza a importância da equipamentos e, além disso, de uma forte
manutenção como papel fundamental dentro da motivação organizacional para o controle de
estratégia política de uma organização está "perdas" nos departamentos da empresa.
diretamente ligado aos enormes valores financeiros
que ela movimenta no Brasil e no Mundo. De
acordo com a Associação Brasileira de
Manutenção, os valores movimentados relativos a
manutenção industrial correspondem a 35 bilhões
de dólares, sendo que nos Estados Unidos, Japão e
Alemanha, elas são respectivamente de 300, 175 e
130. Além disso, outros dados estatísticos reforçam
a importância da
manutenção dentro das empresas e indicam que
os custos de manutenção industrial correspondem
aproximadamente em média 3 a 4 % do
faturamento bruto das empresas.
Toda a implantação de uma correta filosofia TPM
depende certamente de uma cultura dentro da
empresa para a eliminação das causas de falhas em
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . A. S. de Freitas. Implementação da Filosofia TPM
J. A. V. Antunes J. Manutenção Produtiva Total: (Total Productive Maintenance): Um Estudo de
Uma Análise Crítica a partir de sua Inserção no Caso. Universidade Federal de Itajubá, Instituto de
Sistema Toyota de Produção. Produttare Engenharia Mecânica (Departamento de Produção),
Consultores Associados. \ Itajubá-MG, 2002.
C.T.Yamaguchi.TPM-Manutenção Produtiva Total.
Instituto de Consultoria e Aperfeiçoamento
Profissional. São Jõao dei Rei-MG, 2005.
J. R. S. Carrijo, J. C. De Toledo. Benefícios da
implantação do TPM (Total Productive
Maintenance) no processo de desenvolvimento de
produtos de uma indústria gráfica. XXVI ENEGEP,
Fortaleza-CE, outubro, 2006.
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(TMP/MPT). www.google.com.br.
P. H. A. Moraes. Manutenção Produtiva Total:
estudo de caso em uma empresa automobilística
dissertação de mestrado, Curso e Gestão e
Desenvolvimento Regional do Departamento de
Economia, Contabilidade e Administração,
Universidade de Taubaté-SP, 2004.
J. A. M. Dias, Z. L Pereira, A. L. F. Leitão. A
Gestão da Manutenção Industrial pela Fiabilidade.
Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa, Portugal, Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto,
www.google.com.br.
A. Dorsch. Instandhaltungsmanagement. Die
Getränkeindustrie, www.google.com.br.
A. Hastler. TPM -Total Productive Maintenance. PS
Qualitätsmanagement, SS 2003.
W. R. Marcorin, C. R. C. Lima. Análise dos Custos
de Manutenção e de Não-Manutenção de
Equipamentos Não-Produtivos. Revista de Ciência
& Tecnologia, V.11, n° 22, pp 35-42.