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Objectivos

Adquirir conhecimentos sobre as aplicações das folhas de cálculo.


Utilizar e aplicar as funções básicas da folha de cálculo.
Analisar os passos envolvidos na construção de uma folha de cálculo.
Distinguir aplicações adequadas às “cópias” relativa e absoluta.
Aplicar as funções pré-definidas da folha de cálculo.
Utilizar uma folha de cálculo como uma base de dados.
Analisar a utilização da folha de cálculo em situações do tipo “o que
acontece se…”

Texto Introdutório

Há algumas décadas atrás para efectuarmos cálculos precisávamos


de papel, lápis, borracha e… muita paciência: era necessário dispender um
bom número de horas a fazer contas e a verificar resultados. Com o
aparecimento das máquinas de calcular, o tempo “perdido” a fazer cálculos
diminuia drásticamente; passava, também, a ser possível determinar
directamente algumas funções mais complexas, como o seno e o coseno de
um ângulo ou a média de um conjunto de valores.
As folhas de cálculo electrónicas vieram revolucionar
completamente este panorama: para além de acelerar o cálculo e de oferecer
um maior leque de funções pré-definidas, permitem “materializar” os nossos
próprios esquemas de raciocínio. Como? Através da representação, num
ecrã, de números, palavras e fórmulas facilmente manipuláveis.
Mas estes programas podem ser usados num segundo contexto não
menos importante; a simplicidade com que diferentes modelos podem ser
criados e avaliados oferecem as condições necessárias para uma análise do
tipo “o que acontece se…” de uma forma rápida e rigorosa. Isto permite que
fiques mais liberto para a tarefa que só a ti cabe: a escolha da decisão mais
adequada.

O que é uma folha de cálculo?

As folhas de cálculo incluem-se num grupo mais vasto de software


— software de análise de dados — o qual abrange, como o próprio nome
indica, todas as aplicações informáticas que facilitem o tratamento das

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Informática da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
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variáveis componentes de um sistema. As folhas de cálculo, ao permitirem
cálculos e operações complexas, facilitam o estudo e a manipulação,
particularmente no caso de dados numéricos. Isto é conseguido através de
um formato em matriz (linhas e colunas) que é específico deste tipo de
aplicações.
Um orçamento familiar pode ser representado do seguinte modo:
a cada linha corresponde um tipo de despesa e a cada coluna, um mês (Fig.
6.1). A folha de cálculo é aqui utilizada com o objectivo de facilitar o cálculo
de totais, por mês e por tipo de despesa e das poupanças mensais e total. Para
além disso e considerando o meio electrónico que permitiu a sua construção,
constitui um registo “permanente” (até nova reformulação) dos dados a que
podemos recorrer sempre que os quisermos reanalisar. Finalmente, a
visualização dos dados de uma forma cuidada e rigorosa facilita essa mesma
análise e permite uma visão global da situação.

A B C D E F G H
1 Vencimentos 325 000$
2
3 Mês de Janeiro Jan Fev Mar Abr Mai Jun
4 Despesas TOTAL
5 Hipermercado 71 785$ 78 950$ 73 250$ 71 470$ 84 200$ 83 480$ 295 455$
6 Farmácia 8 500$ 7 300$ 9 600$ 8 400$ 9 850$ 12 000$ 33 800$
7 Gasolina 18 000$ 15 000$ 12 000$ 12 000$ 18 500$ 17 000$ 57 000$
8 Renda 70 000$ 70 000$ 70 000$ 70 000$ 70 000$ 70 000$ 280 000$
9 Luz/Água/Gaz 9 500$ 8 730$ 9 650$ 8 740$ 11 000$ 12 000$ 36 620$
1 0 Telefone 12 050$ 10 500$ 11 250$ 10 470$ 12 500$ 13 450$ 44 270$
1 1 Roupa 22 000$ 25 400$ 32 000$ 35 000$ 20 500$ 14 500$ 114 400$
1 2 Cinema/Discos 17 000$ 15 400$ 12 340$ 11 500$ 14 500$ 13 200$ 56 240$
1 3 Escola 12 500$ 13 450$ 15 400$ 12 500$ 11 230$ 14 300$ 53 850$
1 4 Passes Sociais 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 32 000$
1 5 Manutenção Carro 18 000$ 0$ 0$ 14 780$ 0$ 9 000$ 32 780$
1 6
1 7 TOTAL 267 335$ 252 730$ 253 490$ 262 860$ 260 280$ 266 930$ 1 563 625$
1 8 Poupança 57 665$ 72 270$ 71 510$ 62 140$ 64 720$ 58 070$ 386 375$

Fig. 6.1 — O formato em matriz característico da folha de cálculo.


Também a poupança familiar pode ser analisada com uma folha de
cálculo…

Um outro contexto de utilização de uma folha de cálculo é-nos


dado pelo mesmo orçamento familiar. A familia em causa pretende agora
mudar de casa, mas quer manter uma poupança semestral mínima de 200
contos. Pretendem saber qual é a renda máxima a que se podem permitir.
Trata-se no fundo de uma simulação utilizando o modelo que é fornecido
pelo primeiro semestre, em que a variável a analisar é a renda. Da comparação
de vários cenários possíveis chegaram à conclusão que a renda limite que
satisfaz os seus objectivos é 101 contos (Fig. 6.2).

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A B C D E F G H
1 Vencimentos 325 000$
2
3 Mês de Janeiro Jan Fev Mar Abr Mai Jun
4 Despesas TOTAL
5 Hipermercado 71 785$ 78 950$ 73 250$ 71 470$ 84 200$ 83 480$ 295 455$
6 Farmácia 8 500$ 7 300$ 9 600$ 8 400$ 9 850$ 12 000$ 33 800$
7 Gasolina 18 000$ 15 000$ 12 000$ 12 000$ 18 500$ 17 000$ 57 000$
8 Renda 101 000$ 101 000$ 101 000$ 101 000$ 101 000$ 101 000$ 404 000$
9 Luz/Água/Gaz 9 500$ 8 730$ 9 650$ 8 740$ 11 000$ 12 000$ 36 620$
10 Telefone 12 050$ 10 500$ 11 250$ 10 470$ 12 500$ 13 450$ 44 270$
11 Roupa 22 000$ 25 400$ 32 000$ 35 000$ 20 500$ 14 500$ 114 400$
12 Cinema/Discos 17 000$ 15 400$ 12 340$ 11 500$ 14 500$ 13 200$ 56 240$
13 Escola 12 500$ 13 450$ 15 400$ 12 500$ 11 230$ 14 300$ 53 850$
14 Passes Sociais 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 8 000$ 32 000$
15 Manutenção Carro 18 000$ 0$ 0$ 14 780$ 0$ 9 000$ 32 780$
16
17 TOTAL 298 335$ 283 730$ 284 490$ 293 860$ 291 280$ 297 930$ 1 749 625$
18 Poupança 26 665$ 41 270$ 40 510$ 31 140$ 33 720$ 27 070$ 200 375$

Fig. 6.2 — As folhas de cálculo podem ser uma ajuda preciosa na


tomada de decisões. Trata-se, neste caso, de uma simulação utilizando
o modelo que é fornecido pelo primeiro semestre, em que a variável
a analisar é a renda. Da comparação de várias hipóteses possíveis a
família chegou à conclusão que a renda limite que satisfaz os seus
objectivos é 101 contos.

Para chegar àquele resultado bastou à família a substituição do


valor de uma única linha (renda da casa); dado que totais parciais e globais
e aquele valor estão inter-relacionados através de fórmulas, a alteração da
renda implica a alteração do valor da poupança total; ou seja, simularam-se
situações, experimentaram-se soluções possíveis. É o contexto de utilização
da folha de cálculo designado por “o que acontece se…” auxiliar inestimável
na tomada de decisões, tarefa fundamental numa sociedade em que o leque
de opções é cada vez maior.

Um Pouco de História
Se tiveres a oportunidade de visitar a abadia de Westminster, em
Londres, terás ocasião de ver um exemplo de uma folha de cálculo, datado
do século XVII: trata-se da folha de contabilidade do alfaiate de Sir Isaac
Newton em que se apresenta o total da sua considerável dívida!…
Com efeito usamos folhas de cálculo desde que descobrimos a
enorme vantagem que tem a representação de números em linhas e colunas.
As folhas de cálculo electrónicas revolucionaram de tal modo o mundo da

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contabilidade que a referência à natureza da sua origem (electrónica) deixou
de fazer sentido. O termo “folha de cálculo” é usado para designar esta área
da Informática. Reservamos a forma plural “folhas de cálculo” quando nos
queremos referir ao software específico daquela área.
Nesse tempo, só o software disponível para grandes computadores,
embora ainda de difícil utilização, tinha capacidade para desempenhar este
tipo de manipulação. Com o aparecimento dos microcomputadores surgiram
também programas que permitiam o tratamento numérico de dados,
organizados sob a forma de uma matriz. O primeiro programa de folha de
cálculo electrónica foi o VisiCalc (Visible Calculator), desenvolvido por
Dan Bricklin, aluno da Harvard Business School, e pelo seu amigo Robert
Frankston, programador. Bricklin iniciou este projecto enquanto passava
horas a resolver problemas de planeamento financeiro. O Visicalc foi o
grande responsável pelo aumento em flecha das vendas dos compuatdores
pessoais no início da década de 80. Desenvolvido pela Lotus Development
Corporation em 1983, o Lotus 123 tornou-se mais tarde o padrão do software
deste tipo. Hoje existem dezenas de programas que permitem aos utilizadores
organizar folhas de vencimentos, prever e preparar orçamentos, avaliar
soluções alternativas, discutir problemas científicos, etc.

Construção de uma Folha de Cálculo

O Rui Matos é um jovem empresário que tem uma loja de discos,


em conjunto com três sócios: a CONTRA TEMPO.
Neste primeiro ano de trabalho, ele resolve analisar as vendas de
discos, compactos e cassetes.
A folha de cálculo final tem um aspecto bastante simples e
acesssível, uma vez que o objectivo era a apresentação dessa análise aos
outros sócios (Fig. 6.3).

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A B C D E F G H I J K L
1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais
2 Meses Número de Unidades Vendidas (12 meses) Situação Percentagem de Vendas—Produto (%) Var. Anual do Nº de Vendas (%) por Unidade
3 Cassetes Compacto Vinil Total Vendas Cassetes Compacto Vinil Cassetes (%) Compacto (%) Vinil (%)
4 Jan 954 735 240 1929 crítica 49% 38% 12% 5% 4% 4%
5 Fev 1040 927 310 2277 46% 41% 14% 6% 5% 6%
6 Mar 1002 905 324 2231 45% 41% 15% 6% 5% 6%
7 Abr 1135 938 387 2460 46% 38% 16% 6% 5% 7%
8 Mai 1420 1243 384 3047 47% 41% 13% 8% 7% 7%
9 Jun 1631 1326 357 3314 49% 40% 11% 9% 8% 6%
10 Jul 1794 1563 420 3777 47% 41% 11% 10% 9% 7%
11 Ago 2468 2568 1173 6209 40% 41% 19% 14% 15% 21%
12 Set 856 625 252 1733 crítica 49% 36% 15% 5% 4% 4%
13 Out 1443 1943 334 3720 39% 52% 9% 8% 11% 6%
14 Nov 1527 1840 315 3682 41% 50% 9% 9% 11% 6%
15 Dez 2426 2653 1124 6203 39% 43% 18% 14% 15% 20%
16 TOTAL 17696 17266 5620 40582 44% 43% 14% 100% 100% 100%
17 Obs.: Média de unidades vendidas
18 Cassetes Compacto Vinil
19 1475 1439 468

Fig. 6.3 — Aspecto de uma folha de cálculo. A análise rigorosa das


vendas permite aos sócios da CONTRA TEMPO uma planificação
mais adequada em termos de tipo de produto a pedir preferencialmente
ao fornecedor, meses onde incidir campanhas promocionais, etc.

Enquanto acompanhas o Rui, passo a passo, no processo que


utilizou para realizar esta análise, vais conhecer alguns termos importantes
relacionados com a folha de cálculo.

A Folha de Trabalho
A área de trabalho da folha de cálculo é geralmente designada por
folha de trabalho.
Quando o Rui Matos começou a trabalhar com o seu software a sua
folha de trabalho, ainda vazia, tinha um aspecto semelhante ao da Fig.6.4,
com linhas e colunas identificadas, respectivamente, por números e letras;
por outras palavras, uma estrutura em matriz. Na mesma figura podes
observar as distintas partes de uma folha de cálculo.
Célula Activa Botões de Cancelamento e de Validação Barra de Menús
Área de Edição

Indicador de Modo

Fig.6.4 — Aspecto de um ecrã vazio de uma folha de cálculo.

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Para o Rui introduzir os dados da Fig. 6.3, bastou-lhe:
• tornar activa a célula desejada (através do rato ou das teclas
direccionais);
• digitar o texto, números ou fórmulas na área de edição;
• terminar uma entrada numa célula premindo a tecla RETURNou
utilizando o botão de validação.
Cada célula possui determinadas coordenadas — a coluna e a linha
—, designadas no seu conjunto por endereço ou referência da célula. Um
endereço de uma célula identifica a sua localização na folha de cálculo. Por
exemplo, quando o Rui carregou a folha de cálculo a célula activa era A1.

Operações básicas

Introdução de Dados
Texto Depois de colocar o cursor na célula A2, o Rui escreveu
“Meses” na área de edição e premiu RETURN (Fig. 6.5).
Mudou o cursor para A4 e introduziu o dado “Janeiro”. Nas células
A5 a A15 introduziu os restantes meses.
Em B2 digitou “Número de Unidades Vendidas (12 meses)”. Este
título, mais longo, ocupa várias colunas.
Prosseguiu de modo semelhante até introduzir todo o texto que
necessitava.

A B C D E F G H I J K
1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais
2 Meses Número de Unidades Vendidas (12 meses) Vendas Relativas Por Mês (%) Var. Anual do Nº de Vendas (%) por Unidade
3 Cassetes Compacto Vinil Total Cassetes (%) Compacto (%) Vinil (%) Cassetes (%) Compacto (%) Vinil (%)
4 Jan
5 Fev
6 Mar
7 Abr
8 Mai
9 Jun
10 Jul
11 Ago
12 Set
13 Out
14 Nov
15 Dez
16 TOTAL
17 Obs.:

Fig. 6.5 — Folha de trabalho com título geral, títulos de linha e de


coluna.

Números Em B4, o Rui começa a introduzir os dados numéricos


de que dispõe. Por exemplo, 954 foi o número de cassetes vendidas em

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Janeiro. No final desta operação o Rui tinha na sua folha de trabalho todos
os dados necessários aos cálculos que pretendia efectuar. O “esqueleto” da
folha de cálculo está montado… (Fig. 6.6).

A B C D E F G H I J K
1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais
2 Meses Número de Unidades Vendidas (1 Ano) Vendas Por Mês (%) Var. Anual do Nº de Vendas por Unidade (%)
3 Cassetes Compacto Vinil Total Cassetes (%) Compacto (%) Vinil (%) Cassetes (%) Compacto (%) Vinil (%)
4 Jan 954 735 240
5 Fev 1040 927 310
6 Mar 1002 905 324
7 Abr 1135 938 387
8 Mai 1420 1243 384
9 Jun 1631 1326 357
10 Jul 1794 1563 420
11 Ago 2468 2568 1173
12 Set 856 625 252
13 Out 1443 1943 334
14 Nov 1527 1840 315
15 Dez 2426 2653 1124
16 TOTAL
17 Obs.:

Fig. 6.6 — “Esqueleto” de uma folha de cálculo.

Fórmulas Para calcular os totais parciais de unidades vendidas


em Janeiro, o Rui introduz em E4 (total parcial de Janeiro) a primeira
fórmula: B4+C4+D4 (Nº de cassetes+Nº de CD’s+ Nº de discos).
Para calcular os totais parciais de cassetes vendidas o Rui opta por
um processo mais expedito. Em B16 introduz: SOMA(B4:B15). Esta é uma
das funções pré-definidas neste tipo de software; da soma e de outras funções
mais complexas falaremos a propósito das funções de uma folha de cálculo.
Ficas por agora a saber que “B4:B15” representa um elemento fundamental
numa folha de cálculo: um bloco de células. Deste modo, o Rui está a indicar
ao programa que pretende a soma de todos os valores incluídos no intervalo
entre B4 e B15. De outro modo teria de ter introduzido em B16 (apenas!)
B4+B5+B6+B7+B8+B9+B10+B11+B12+B13+B14+B15.
Como sabes cada aplicação pressupõe uma sintaxe própria. No
caso do programa que o Rui está a utilizar, para introduzir uma fórmula, ele
tem que a preceder de um sinal de igual (=) (Fig. 6.7).

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Fig. 6.7 — Introdução de fórmulas. Em E4 o Rui introduziu a fórmula


que lhe permitia o cálculo de unidades vendidas em Janeiro. Em A16
optou por utilizar a função SOMA porque o número de parcelas era
maior.

Cópia
A cópia de fórmulas é a característica da folha de cálculo que,
sobremaneira, justifica a rapidez com que os cálculos podem ser efectuados
neste tipo de aplicações. Em vez de, em E4, o Rui escrever B4+C4+D4, ele
podia ter escrito 954+735+240; obteria o mesmo resultado. O facto de ter
optado pela primeira forma permite-lhe agora copiar a fórmula (B4+C4+D4)
para as restantes células da coluna E. Do mesmo modo o facto de e B16 a
fórmula ser SOMA(B4:B15) permite copiá-la para as duas células à direita.
Em termos técnicos a cópia de uma fórmula pode ser relativa ou
absoluta.
Cópia Relativa Quando o Rui copia a fórmula B4+C4+D4 da
célula E4 para o bloco E4:E15, as fórmulas são ajustadas, automaticamente,
entre E4 e E15. Por exemplo, a fórmula na célula E9 é agora B9+C9+D9; em
E13, é B13+C13+D13 (Fig. 6.7).
Do mesmo modo quando o Rui copia a fórmula SOMA(B4:B15) da
célula B16 para o bloco B16:D16, as fórmulas são ajustadas, automaticamente,
entre B16 e D16. Por exemplo, a fórmula na célula D16 é agora
SOMA(D4:D15).
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Fig. 6.7 — Cópia relativa. Repara na área de edição: o conteúdo da


célula E13 é B13+C13+D13; efectivamente, quando é feita a cópia
relativa de uma fórmula, os endereços são automaticamente ajustados
ao longo de uma coluna (E) ou de uma linha (16).

Em cada célula da coluna E, a fórmula copiada relativamente,


refere-se sempre à soma das três células à esquerda da célula em causa. Do
mesmo modo, em cada célula da linha 16, a fórmula refere-se sempre à soma
das 12 células colocadas acima da célula em causa.
A cópia relativa apresenta duas vantagens essenciais:
• poupar o tempo de digitação;
• permitir que sempre que os dados sejam alterados, os resultados
que deles dependem sejam automaticamente actualizados.
Para além disso, o facto de digitares menos dados diminui (como
sabes) o risco da introdução de erros.
O Rui quer agora determinar a percentagem de vendas de um
produto relativamente ao total das vendas em cada mês; para isso introduz
em F4 a fórmula B4/E4 (verás mais tarde como é que o Rui conseguiu que
o dado apareça sob a forma de percentagem). Procedendo como anteriormente,
copia a fórmula para o bloco F4:F16 obtendo assim, em cada mês, as vendas
relativas de cassetes (Fig. 6.8).

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1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais
2 Meses Número de Unidades Vendidas (1 Ano)Vendas Por Mês (%) Var. Anual do Nº de Vendas por Unidade (%)
3 Cassetes Compacto Vinil Total Cassetes Compacto Vinil Cassetes Compacto Vinil
4 Jan 954 735 240 1929 49%
5 Fev 1040 927 310 2277 46%
6 Mar 1002 905 324 2231 45%
7 Abr 1135 938 387 2460 46%
8 Mai 1420 1243 384 3047 47%
9 Jun 1631 1326 357 3314 49%
10 Jul 1794 1563 420 3777 47%
11 Ago 2468 2568 1173 6209 40%
12 Set 856 625 252 1733 49%
13 Out 1443 1943 334 3720 39%
14 Nov 1527 1840 315 3682 41%
15 Dez 2426 2653 1124 6203 39%
16 TOTAL 17696 17266 5620 40582 44%
17 Obs.:

Fig. 6.8 — Cópia relativa. O Rui obteve na coluna F as percentagens


das vendas relativas de cassetes nos vários meses do ano.

Cópia Absoluta Para determinar, agora, as vendas relativas dos


compactos e discos no mês de Janeiro o Rui copia, como anteriormente, a
fórmula introduzida em F4 para o bloco de células F4:H4. Para seu grande
espanto, um dos valores obtidos não faz qualquer sentido (Fig. 6.9). Isto
leva-o à conclusão que talvez a cópia relativa não seja o processo indicado
neste caso. Começa então por averiguar o conteúdo da célula F4. Realmente,
a fórmula que dela consta não é a que se pretendia. Ele não quer o quociente
entre o número de compactos (C4) e a percentagem de vendas relativas de
cassetes (F4)!!! (Fig. 6.9).

Fig. 6.9 — Cópia relativa inadequadamente usada. 148618% de


vendas de compactos em Janeiro! Com efeito, repara na área de
edição: nesta célula a fórmula é C4/F4! Parece que a cópia relativa
aqui não funciona…

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O que ele pretende é, em cada mês, o quociente entre o número de
compactos e o total de vendas nesse mês (coluna E). Para isso terá de fixar,
na fórmula introduzida em F4, a referência à coluna E. No software com que
o Rui trabalha, isto é conseguido precedendo a letra de um cifrão ($). O
conteúdo da célula passa a ser B4/$E4.

Fig. 6.10 — Cópia absoluta. Repara na área de edição: o conteúdo da


célula G4 é C4/$E4.

O facto de se ter fixado, na fórmula, a referência à coluna, permite


que, realizada a cópia para G4:H4, as fórmulas neste bloco fiquem referidas
sempre à coluna E. Por exemplo, em G4 a fórmula é agora C4/$E4 (Fig.
6.10); em H4 a fórmula é D4/$E4.
Neste caso, o Rui fixou a referência à coluna.
O Rui pretende agora determinar a variação anual das vendas
relativamente a cada produto. Isto equivale a dividir o número de vendas de
um dado produto pelo seu total anual; a referência aos totais anuais por
produto (linha 16) tem, portanto, de ser fixa. Para isso, introduz em I4 a
fórmula B4/B$16. Depois bastou copiar esta fórmula para o bloco I4:K15.
Deste modo, em J4, a fórmula é C4/C$16, em K4 a fórmula é D4/D$16, em
K8 a fórmula é D8/D$16, etc.
Neste caso, o Rui fixou a referência à linha.
Em resumo: utilizamos a cópia absoluta quando pretendemos
copiar uma fórmula em que uma das referências, à linha ou à coluna, se
mantém. Também é possível fazer uma cópia absoluta em que a fórmula a
copiar tem, fixas, quer a linha quer a coluna.

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12
Formatação
Um programa de folha de cálculo permite-nos, geralmente alterar
o aspecto final de uma folha de trabalho. Esta tarefa pode envolver a
formatação de células, linhas ou colunas, por um lado, e a personalização
da folha, na sua globalidade.
Formatação de blocos, linhas ou colunas A formatação
pode ser definida antes da introdução dos dados. O Rui já tinha pré-
formatado as colunas E, F, G, H, I, J e K escolhendo, no menu e opção
adequados, o formato Percentagem e o número de casas decimais pretendidas
— zero. É esta a razão que explica o facto de os valores terem surgido
directamente em percentagem quando determinou as vendas relativas e a
variação anual de vendas (Fig. 6.8).
Mas a formatação também pode ser definida depois dos dados
introduzidos. O Rui resolve alinhar à direita as designações dos meses;
selecciona o bloco em causa e escolhe, no mesmo menu, e na opção
adequada, o formato “Alinhar à direita” (Fig. 6.11).

A B C D E F G H I J K
1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais
2 Meses Número de Unidades Vendidas (1 Ano) Vendas Relativas Por Mês Var. Anual do Nº de Vendas (
3 Cassetes Compacto Vinil Total Cassetes Compacto Vinil Cassetes Compacto Vinil
4 Jan 954 735 240 1929 49% 38% 12% 5% 4% 4%
5 Fev 1040 927 310 2277 46% 41% 14% 6% 5% 6%
6 Mar 1002 905 324 2231 45% 41% 15% 6% 5% 6%
7 Abr 1135 938 387 2460 46% 38% 16% 6% 5% 7%
8 Mai 1420 1243 384 3047 47% 41% 13% 8% 7% 7%
9 Jun 1631 1326 357 3314 49% 40% 11% 9% 8% 6%
10 Jul 1794 1563 420 3777 47% 41% 11% 10% 9% 7%
11 Ago 2468 2568 1173 6209 40% 41% 19% 14% 15% 21%
12 Set 856 625 252 1733 49% 36% 15% 5% 4% 4%
13 Out 1443 1943 334 3720 39% 52% 9% 8% 11% 6%
14 Nov 1527 1840 315 3682 41% 50% 9% 9% 11% 6%
15 Dez 2426 2653 1124 6203 39% 43% 18% 14% 15% 20%
1 6 TOTAL 17696 17266 5620 40582 44% 43% 14% 100% 100% 100%
1 7 Obs.:

Fig. 6.11 — Formatação de colunas e blocos. A pré-formatação das


colunas F a K permite que os valores surjam, directamente, em
percentagem. A formatação do bloco A4:A15 permite alinhar à
direita as designações dos meses, que estavam alinhadas à esquerda.

A cópia de uma célula permite não só a cópia do seu conteúdo mas


também o seu formato.
Personalização da folha de trabalho Entendendo
“formatação” no sentido lato do termo, ou seja, como a personalização da
folha de trabalho, alguns programas de folha de cálculo incluem comandos
que actuam no sentido de, por exemplo:

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13
• alterar o estilo, tamanho e tipo de caracteres;
• aumentar a altura de linhas;
• criar molduras de modo a realçar blocos particulares;
• retirar as quadrículas que delimitam as células na folha de trabalho
(Fig. 6.13).
Todas as folhas de cálculo permitem ainda uma operação muito
importante: a alteração da largura de colunas.

A B C D E F G H I J K

1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais


2 Meses Número de Unidades Vendidas Vendas Relativas Por Mês Var. Anual do Nº de Vendas (%)
3 Cassetes Compacto Vinil Total Cassetes Compacto Vinil Cassetes Compacto Vinil
4 Jan 954 735 240 1929 49% 38% 12% 5% 4% 4%
5 Fev 1040 927 310 2277 46% 41% 14% 6% 5% 6%
6 Mar 1002 905 324 2231 45% 41% 15% 6% 5% 6%
7 Abr 1135 938 387 2460 46% 38% 16% 6% 5% 7%
8 Mai 1420 1243 384 3047 47% 41% 13% 8% 7% 7%
9 Jun 1631 1326 357 3314 49% 40% 11% 9% 8% 6%
10 Jul 1794 1563 420 3777 47% 41% 11% 10% 9% 7%
11 Ago 2468 2568 1173 6209 40% 41% 19% 14% 15% 21%
12 Set 856 625 252 1733 49% 36% 15% 5% 4% 4%
13 Out 1443 1943 334 3720 39% 52% 9% 8% 11% 6%
14 Nov 1527 1840 315 3682 41% 50% 9% 9% 11% 6%
15 Dez 2426 2653 1124 6203 39% 43% 18% 14% 15% 20%
1 6 TOTAL 17696 17266 5620 40582 44% 43% 14% 100% 100% 100%
1 7 Obs.:

Fig. 6.12 — Personalização da folha de trabalho. O Rui resolveu


melhorar a legibilidade e tornar a folha de trabalho mais expressiva.
O título da folha tem agora tipo Times, corpo 14 e estilo contorno. A
folha de trabalho já não apresenta quadrículas. A altura da linha 1 é
maior, para poder comportar o novo corpo dos caracteres. As diferentes
áreas — meses, unidades vendidas, etc. — estão separadas através de
molduras.

Fórmulas
Como já viste as células podem conter números, texto ou fórmulas.
Uma fórmula é qualquer expressão que inclui uma referência a células ou a
blocos de células. Estas células podem estar ligadas entre si por operadores
aritméticos de um modo definido pelo utilizador — por exemplo, 2*(D7/
C8+F9)+G9. As fórmulas também podem incluir, em conjunto ou não com
estes operadores, funções pré-definidas pelo software.

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14
Fórmulas com operadores aritméticos
Em qualquer fórmula que contenha operadores aritméticos é
respeitada a prioridade das operações aritméticas. A exponenciação tem a
mais alta prioridade, seguindo-se-lhe, sucessivamente, a multiplicação, a
divisão, a adição e a subtracção; os símbolos ^, * e /, + e - são utilizados,
respectivamente, para a exponenciação, multiplicação, divisão, adição e
subtracção.
Como já viste as fórmulas podem ser simples, incluindo apenas
operadores aritméticos, ou mais complexas, envolvendo funções.

Funções
Uma função é uma fórmula especial, pré-definida pelo programa de
folha de cálculo. A sua sintaxe está representada na Fig. 6.14.

Nome da função (argumento1; argumento2; ...)


Fig. 6.14— Sintaxe de uma função. Todas as funções têm, basicamente,
a mesma sintaxe: são antecedidas de um símbolo— geralmente, “=”
ou “@”; os parêntesis indicam ao software onde começa e acaba o
argumento ou o conjunto de argumentos; estes são sempre separados
por um símbolo— geralmente “;” ou “,”.

Um argumento pode ser um valor (número ou texto)


Numa folha de trabalho em que tens, nas colunas A e B, as medidas dos
catetos de vários triângulos rectângulos, podes determinar, na coluna D, o
valor da hipotenusa para os vários triângulos. A função é Raiz Quadrada e,
para o primeiro triângulo, a sintaxe é “Raiz Quadrada(A2^2+B2^2)”. Se se
tivesse optado por, na coluna C, determinar previamente a soma dos
quadrados dos catetos ter-se-ia, em D2, “Raiz Quadrada(C2)”; qualquer dos
argumentos — a expressão A2^2+B2^2 ou o endereço C2 — representa um
número. O argumento também pode ser uma palavra como no caso de
funções próprias para texto.

Um argumento pode ser um bloco de células Uma folha de


trabalho tem, no bloco A1:A12, os valores das produções de trigo, por país,
na CEE; a média dessa produção é determinada usando a função Média e a
sintaxe é “Média (A1:A9)”.

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15
Um argumento pode ser uma função Uma pauta com as
notas de uma turma está representada numa folha de trabalho; a nota final de
cada aluno que aparece na coluna N é o arredondamento da média das notas
de todas as disciplinas. A função é Arredondamento e a sintaxe é
“Arredondamento (Média(B1:M1))”; como podes verificar, o argumento da
função Arredondamento é, ele próprio, uma função — a Média. Também
aqui o argumento — a função média — representa, em última análise, um
número.
Um argumento pode ser uma condição Na folha de trabalho
anterior aparece, na coluna O, o resultado “Reprovado” ou “Aprovado”,
consoante a nota final é superior ou inferior a 10. A função é uma função
lógica designada por SE e a sua sintaxe é SE (condição; valor se a condição
for verdadeira; valor se a condição for falsa). Em O1, está então a expressão:
SE(N1<10; “Reprovado”; “Aprovado”)
As funções são alternativas fundamentais no caso de fórmulas que
envolvem cálculos longos ou cálculos complexos como, respectivamente,
uma soma de muitas parcelas ou a determinação de um desvio padrão.

Funções matemáticas
O Rui usou já a função SOMA na sua folha de trabalho (Fig. 6.7).
Outras funções matemáticas permitidas pelas folhas de cálculo são a função
“exponencial”, “logaritmo” e as funções trigonométricas como “seno”,
“coseno”, “tangente”, “arcotangente”, etc. As folhas de cálculo incluem
ainda outras funções matemáticas como, por exemplo, as que permitem
determinar a parte inteira, o valor absoluto ou a raiz quadrada de um número.

Funções lógicas
O Rui pretende agora identificar os meses críticos, em termos de
vendas, para assim poder determinar os períodos em que as campanhas
promocionais devem incidir no próximo ano.
Para isto, inclui, na folha de trabalho, uma nova coluna que deverá
assinalar esses meses. Tendo considerado como valores razoáveis de vendas
mensais de cassetes, compactos e vinil, respectivamente, 1000, 800 e 300,
ele pretende o seguinte: quando, pelo menos, um destes valores não for

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16
atingido nas vendas, esse facto deve ser assinalado como uma situação
“crítica”. Então, a função a utilizar deverá fazer um teste lógico do tipo: “Se
o nº de vendas de cassetes for inferior a1000 ou o nº de vendas de CD’s for
inferior a 800 ou o nº de vendas de discos for inferior a 300, assinale-se o mês
como crítico, se não, que não seja dada qualquer indicação”.
Qualquer programa de folha de cálculo oferece a função lógica SE
que permite, precisamente, fazer um teste lógico a uma condição. O valor
lógico obtido — verdadeiro ou falso — condiciona o valor (número ou texto)
a ser colocado numa dada célula. Quando o Rui insere uma nova coluna entre
E e F, dá-se o arrastamento das colunas à direita e o reajuste das fórmulas até
aí inseridas. Em F4 , ele introduz então a fórmula:
SE(OU(B4<1000; C4<800;D4<300);”crítica”;” “)
A cópia desta fórmula para o bloco F4:F15 permite identificar
Setembro e Janeiro como os meses críticos; logo são estes os períodos em
que as campanhas promocionais devem incidir (Fig. 6.15).

A B C D E F G H I J K L

1 CONTRA TEMPO — Vendas Mensais


2 Meses Número de Unidades Vendidas Situação Vendas Relativas Por Mês (%)
Var. Anual do Nº de Vendas (%)
3 Cassetes Compacto Vinil Total Vendas Cassetes Compacto Vinil Cassetes Compacto Vinil
4 Jan 954 735 240 1929 crítica 49% 38% 12% 5% 4% 4%
5 Fev 1040 927 310 2277 46% 41% 14% 6% 5% 6%
6 Mar 1002 905 324 2231 45% 41% 15% 6% 5% 6%
7 Abr 1135 938 387 2460 46% 38% 16% 6% 5% 7%
8 Mai 1420 1243 384 3047 47% 41% 13% 8% 7% 7%
9 Jun 1631 1326 357 3314 49% 40% 11% 9% 8% 6%
10 Jul 1794 1563 420 3777 47% 41% 11% 10% 9% 7%
11 Ago 2468 2568 1173 6209 40% 41% 19% 14% 15% 21%
12 Set 856 625 252 1733 crítica 49% 36% 15% 5% 4% 4%
13 Out 1443 1943 334 3720 39% 52% 9% 8% 11% 6%
14 Nov 1527 1840 315 3682 41% 50% 9% 9% 11% 6%
15 Dez 2426 2653 1124 6203 39% 43% 18% 14% 15% 20%
16 TOTAL 17696 17266 5620 40582 44% 43% 14% 100% 100% 100%
17 Obs.:

Fig. 6.15 — Introdução de funções. O teste lógico permitiu detectar


os meses em que as vendas foram inferiores ao que o Rui considerava
aceitável: Janeiro e Setembro. Talvez por serem meses que se seguem
a periodos de grande consumo… É nesses meses que a campanha
promocional deve, então, ter lugar no próximo ano.

Outros exemplos de funções lógicas são as operações lógicas


Conjunção, Disjunção e Negação.

Um exemplo de Contabilidade
A Isabel, sócia da discoteca CONTRA TEMPO e responsável pela

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17
contabilidade, precisou de determinar no final do ano para os funcionários
e sócios da empresa, a retenção de IRS.
Numa folha de trabalho, começa a representar os dados ao longo
das várias colunas: Nome do funcionário/sócio, vencimento mensal, total
recebido em horas extraordinárias. Indicou, nas colunas seguintes, os títulos
das colunas relativas aos cálculos que pretende: vencimento anual sujeito a
IRS, taxa de IRS para cada caso, vencimento anual líquido (incluindo já o
desconto relativo ao IRS) e total retido para IRS. Representou ainda a tabela
de taxas de retenção do IRS. O “esqueleto” da folha estava construído (Fig.
6.15).

A B C D E F G H I
1 CONTRA TEMPO - Retenção de imposto do pessoal
2 Nome Venc. Venc. em Horas Venc. IRS Venc. Anual Total Retido Tabela coeficientes
3 Mensal Extraordinárias Anual % Líquido para IRS IRS
4 0 10,0%
5 900 000$ 12,5%
6 1 800 000$ 15,0%
7 2 700 000$ 17,5%
8 3 600 000$ 20,0%
9 4 500 000$ 22,5%

Fig. 6.15 — Esqueleto de uma folha de cálculo. Uma vez que o


objectivo desta folha de trabalho é a determinação da retenção de
IRS, a Isabel resolveu indicar os vencimentos sem o subsídio de
alimentação, as ajudas de custo e o desconto relativo à segurança
social e os descontos relativos à reforma, sindicato, saúde, etc. Na
folha de trabalho, a Isabel tem já os títulos das colunas, os dados
relativos aos funcionários/sócios (colunas A, B e C) e a tabela de
retenções de IRS (bloco H4:I9).

Começa agora a introduzir as fórmulas nas células adequadas.


A fórmula em D4 é 14*B4+C4 (este valor inclui 12 meses, subsídio
de férias e de Natal e total recebido em horas extraordinárias).
A taxa de retenção de IRS depende, como sabes, do vencimento
anual bruto. Para determinar a taxa de IRS que vai afectar o vencimento
anual, a Isabel usa uma nova função, muito útil para efeitos de Contabilidade.
A “busca vertical” é uma função que compara um valor com uma tabela; a
sua sintaxe é “Busca Vertical(valor; tabela; número de colunas)”. Este
último argumento determina o número de colunas que o programa deve
“saltar” para encontrar o resultado pretendido. No caso da Isabel, a fórmula,
em E4, será Busca Vertical(D4; $H$4:$I$9; 2); nota que o bloco relativo à
tabela tem que apresentar como fixas as referências às células. Feita a cópia
para os restantes funcionários/sócios, ela obteve a folha representada na Fig.
6.16.

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18
A B C D E F G H I
1 CONTRA TEMPO - Retenção de imposto do pessoal
2 Nome Venc. Venc. em Horas Venc. IRS Venc. Anual Valor da Tabela coeficientes
3 Mensal Extraordinárias Anual % Líquido Retenção IRS
4 José 128 790$ 90 000$ 1 893 060$ 1 5 , 0 % 1 609 101$ 283 959$ 0 10,0%
5 João 87 560$ 145 000$ 1 370 840$ 1 2 , 5 % 1 199 485$ 171 355$ 900 000$ 1 2 , 5 %
6 Nuno 245 678$ 150 000$ 3 589 492$ 1 7 , 5 % 2 961 331$ 628 161$ 1 800 000$ 1 5 , 0 %
7 Ana 235 745$ 180 000$ 3 480 430$ 1 7 , 5 % 2 871 355$ 609 075$ 2 700 000$ 1 7 , 5 %
8 Vítor 128 790$ 80 000$ 1 883 060$ 1 5 , 0 % 1 600 601$ 282 459$ 3 600 000$ 2 0 , 0 %
9 Paula 90 000$ 120 000$ 1 380 000$ 1 2 , 5 % 1 207 500$ 172 500$ 4 500 000$ 2 2 , 5 %
1 0 Manuel 245 678$ 130 000$ 3 569 492$ 1 7 , 5 % 2 944 831$ 624 661$
1 1 Sofia 235 745$ 140 000$ 3 440 430$ 1 7 , 5 % 2 838 355$ 602 075$
1 2 Carla 128 790$ 180 000$ 1 983 060$ 1 5 , 0 % 1 685 601$ 297 459$
1 3 Rui 420 560$ 0 $ 5 887 840$ 2 2 , 5 % 4 563 076$ 1 324 764$
1 4 Isabel 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$
1 5 Pedro 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$

Fig. 6.16 — Uma folha de cálculo de IRS. A introdução da função


Busca Vertical permite à Isabel determinar, de uma forma expedita,
a retenção para efeitos de IRS, relativamente a cada funcionário ou
sócio.

A busca horizontal pode ser utilizada em situações semelhantes à


anterior, mas nos casos em que a tabela é horizontal; neste caso, o terceiro
argumento da função refere-se ao número de linhas que o programa deve
“saltar” para encontrar o resultado.

Um exemplo de análise estatística


No próximo ano, quem deve ser aumentado na CONTRA TEMPO?
Um critério possível é a comparação de cada vencimento com a média dos
vencimentos (excluindo os dos sócios, claro!…). Para isto, a Isabel usa uma
função estatística simples: a média. A sintaxe é “Média(bloco de células)”;
a Isabel resolveu introduzir em C18 a fórmula pretendida: Média(B4:B12).
Nas células A19 e A20, a Isabel resolve introduzir outras funções estatísticas
que lhe permitem determinar, respectivamente, o ordenado máximo e o
ordenado mínimo (excluindo, mais uma vez, os sócios, claro!…); as fórmulas
são, em A19, “Máximo(B4:B12)” e, em B20, “Mínimo(B4:B12)”. Podes
ver o resultado destas operações na Fig. 6.17.

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A B C D E F G H I
1 CONTRA TEMPO - Retenção de imposto do pessoal
2 Nome Venc. Venc. em Horas Venc. IRS Venc. Anual Valor da Tabela coeficientes
3 Mensal Extraordinárias Anual % Líquido Retenção IRS
4 José 128 790$ 90 000$ 1 893 060$ 1 5 , 0 % 1 609 101$ 283 959$ 0 10,0%
5 João 87 560$ 145 000$ 1 370 840$ 1 2 , 5 % 1 199 485$ 171 355$ 900 000$ 1 2 , 5 %
6 Nuno 245 678$ 150 000$ 3 589 492$ 1 7 , 5 % 2 961 331$ 628 161$ 1 800 000$ 1 5 , 0 %
7 Ana 235 745$ 180 000$ 3 480 430$ 1 7 , 5 % 2 871 355$ 609 075$ 2 700 000$ 1 7 , 5 %
8 Vítor 128 790$ 80 000$ 1 883 060$ 1 5 , 0 % 1 600 601$ 282 459$ 3 600 000$ 2 0 , 0 %
9 Paula 90 000$ 120 000$ 1 380 000$ 1 2 , 5 % 1 207 500$ 172 500$ 4 500 000$ 2 2 , 5 %
1 0 Manuel 245 678$ 130 000$ 3 569 492$ 1 7 , 5 % 2 944 831$ 624 661$
1 1 Sofia 235 745$ 140 000$ 3 440 430$ 1 7 , 5 % 2 838 355$ 602 075$
1 2 Carla 128 790$ 180 000$ 1 983 060$ 1 5 , 0 % 1 685 601$ 297 459$
1 3 Rui 420 560$ 0 $ 5 887 840$ 2 2 , 5 % 4 563 076$ 1 324 764$
1 4 Isabel 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$
1 5 Pedro 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$
1 6
1 7 Média de vencimentos
1 8 dos funcionários: 169 642$
1 9 Ordenado máximo: 245 678$
2 0 Ordenado mínimo: 87 560$

Fig. 6.17 — Funções estatísticas. A Isabel determina a média dos


vencimentos dos funcionários, e ainda o ordenado máximo e mínimo
praticados na CONTRA TEMPO.

Um exemplo de análise financeira


Os sócios da CONTRA TEMPO têm um lucro suficiente para
pensarem em abrir uma conta conjunta e fazerem um depósito a prazo. Com
o juro obtido no final, de por exemplo, uns três anos, talvez consigam abrir
uma nova sucursal…
A Isabel, especialista nestas coisas, lembrou-se de uma função
financeira do seu software—“Valor Futuro”—que, mediante a indicação da
taxa de juro, do período a que se refere o depósito e do seu valor, dá o valor
acumulado no final do período. A sintaxe é Valor(taxa; período do depósito;
número de pagamentos do investimento; valor actual do investimento). Ela
introduz a fórmula adequada: “Valor(C4;C5;C7;C7)”. O resultado obtido
está representado na Fig. 6.18.
Valor futuro (capitalizado) do investimento vc(taxa;nper;vpg;va;tipo)

Taxa de juro do investimento taxa 12%


Número de pagamentos do investimento nper 3
Pagamentp periódico do investimento vpg 0$
Valor actual do investimento va -15 000 000$
Tipo igual a zero: o primeiro pagamento ocorre t i p o 0
no fim do primeiro período; Se tipo for 1, o
primeiro pagamento ocorre no início. Se o
argumento for omitido, assume o valor 0.
Valor futuro 21 073 920$
Fig. 6.18 — Funções financeiras. O cálculo do juro a receber, para
um depósito de 15000 contos a 3 anos e com uma taxa de juro fixa de
12% é, no final daquele período, de cerca de 6074 contos… Parece
que a CONTRA TEMPO vai poder abrir uma nova sucursal!
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20
Existem muitas outras funções financeiras, a grande maioria das
quais está relacionada com operações bancárias.

Outras potencialidades

Bases de dados numa Folha de Cálculo


É comum encontrar no nosso quotidiano vários exemplos de bases
de dados. Um ficheiro de livros de uma biblioteca, por exemplo, tem os
campos Autor, Nome do Livro, Editora, etc.; neste caso, cada registo é um
livro. Uma base de dados é, pois, um conjunto de dados organizados de uma
forma tal, que torna fácil a recolha da informação pretendida.
Numa folha de trabalho em que tenhas várias colunas de dados,
identificadas por títulos, podes ter vantagens em definir essa área como uma
base de dados. Um exemplo é a folha de trabalho da Isabel acerca da retenção
de IRS; os títulos das colunas passam a ser os campos da base de dados; em
cada linha está o registo relativo a um funcionário ou sócio (Fig. 6. 16).
Definindo uma base de dados na sua folha de trabalho sobre a
retenção de IRS, ela pode realizar operações como:
• encontrar os registos que obedeçam a determinados critérios;
• extrair dados, que obedeçam a critérios definidos, para uma área
diferente dentro da sua folha de trabalho;
• ordenar dados alfabetica e/ou numericamente, por linhas ou
colunas, e por ordem ascendente ou descendente.
Definir a base de dados A Isabel deve indicar primeiro ao
programa quais são os campos e os registos; ela fá-lo definindo, na sua folha
de trabalho, a área da base de dados. As condições para esta área são:
• que a primeira linha contenha os nomes dos campos;
• que sejam abrangidas as colunas e linhas relativas a todos os
campos e registos.
Logo, depois de accionar o comando adequado, a Isabel define a
base de dados como sendo o bloco A2:G15 da folha de trabalho.
Definir critérios de pesquisa A Isabel quer saber quais são os
funcionários que estão a ganhar menos que 200 contos. O critério de
pesquisa é: Vencimento mensal inferior a 200000$00.
Nos programas de folha de cálculo:
• o critério de pesquisa pode ser definido em qualquer zona da folha

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21
de trabalho, mas sempre como um bloco vertical (a Isabel escolheu o bloco
G17:G19);
• o nome do campo deve ser copiado da base de dados para o bloco
onde se pretende o critério de pesquisa (em vez de reescrito, para evitar erros
de digitação);
• não pode haver células em branco entre o nome do campo e a
condição que define o critério.
Encontrar registos Definidos os blocos da base de dados e do
critério de pesquisa, a Isabel selecciona o comando adequado para encontrar
os registos pretendidos. A Fig. 6.17 representa o resultado desta operação.
O primeiro registo está assinalado; para encontrar os seguintes, a Isabel terá
que premir a tecla direccional no sentido descendente.

Fig. 6.17 — Base de Dados: Encontrar registos. Repara no critério


de pesquisa, no bloco G17:G19. Quando a Isabel selecciona, no seu
software, a opção Encontrar, o programa assinala o primeiro registo
que satisfaz aquele critério. Carregando na tecla direccional no
sentido descendente, a Isabel há-de encontrar os restantes que verificam
o critério de pesquisa. Os funcionários que estão a receber menos são
, para além do José, o João, o Vítor, a Paula e a Carla.

Extrair dados A Isabel quer agora que os dados que encontrou


sejam mesmo copiados para outra zona da sua folha de trabalho.
Definido que está, já, o bloco do critério de pesquisa, a Isabel deve
começar por copiar os nomes dos campos pretendidos (ela quer apenas o
nome, o vencimento mensal e o total em horas extraordinárias) para a área
para onde quer extrair os dados.
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22
O processo a seguir depende do programa utilizado. À Isabel,
basta-lhe seleccionar com o rato o bloco para onde quer extrair os dados e
accionar o comando Extrair. Noutros programas, é necessário accionar um
comando para a definição da área de extracção e outro para desencadear
propriamente a extracção.
Quer num caso, quer noutro, o bloco para onde os dados são
extraídos:
• tem que incluir os nomes dos campos pretendidos;
• deve incluir um número de linhas suficiente para comportar todos
os dados extraídos.
O resultado da extracção é o que aparece na Fig. 6.18.

A B C D E F G H I
1 CONTRA TEMPO - Retenção de imposto do pessoal
2 Nome Venc. Venc. em Horas Venc. IRS Venc. Anual Valor da Tabela coeficientes
3 Mensal Extraordinárias Anual % Líquido Retenção IRS
4 José 128 790$ 90 000$ 1 893 060$ 1 5 , 0 % 1 609 101$ 283 959$ 0 10,0%
5 João 87 560$ 145 000$ 1 370 840$ 1 2 , 5 % 1 199 485$ 171 355$ 900 000$ 1 2 , 5 %
6 Nuno 245 678$ 150 000$ 3 589 492$ 1 7 , 5 % 2 961 331$ 628 161$ 1 800 000$ 1 5 , 0 %
7 Ana 235 745$ 180 000$ 3 480 430$ 1 7 , 5 % 2 871 355$ 609 075$ 2 700 000$ 1 7 , 5 %
8 Vítor 128 790$ 80 000$ 1 883 060$ 1 5 , 0 % 1 600 601$ 282 459$ 3 600 000$ 2 0 , 0 %
9 Paula 90 000$ 120 000$ 1 380 000$ 1 2 , 5 % 1 207 500$ 172 500$ 4 500 000$ 2 2 , 5 %
1 0 Manuel 245 678$ 130 000$ 3 569 492$ 1 7 , 5 % 2 944 831$ 624 661$
1 1 Sofia 235 745$ 140 000$ 3 440 430$ 1 7 , 5 % 2 838 355$ 602 075$
1 2 Carla 128 790$ 180 000$ 1 983 060$ 1 5 , 0 % 1 685 601$ 297 459$
1 3 Rui 420 560$ 0 $ 5 887 840$ 2 2 , 5 % 4 563 076$ 1 324 764$
1 4 Isabel 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$
1 5 Pedro 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 2 2 , 5 % 3 804 824$ 1 104 626$
1 6
1 7 Média de vencimentos Venc.
1 8 dos funcionários: 169 642$ Mensal
1 9 Ordenado máximo: 245 678$ <200000
2 0 Ordenado mínimo: 87 560$

Fig. 6.18 — Base de Dados: Extrair dados. Depois de copiar os


nomes dos campos pretendidos para o bloco A19:C20, a Isabel
selecciona o bloco que considera suficiente para os dados extraídos
e acciona Extrair.

Ordenar Dados
A Isabel resolve ordenar os dados da sua folha de trabalho sobre a
retenção de IRS. Poderia ordená-la alfabeticamente pelos nomes dos
funcionários e sócios; mas ela prefere ordená-la numericamente pelos
vencimentos. Entre o sentido decrescente ou crescente ela opta pelo primeiro.
Em qualquer folha de cálculo, a ordenação pressupõe a selecção de
um bloco; este deve:

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23
• conter todos os dados relacionados entre si;
• excluir as linhas (ou as colunas) que contêm os nomes dos campos.
No caso da Isabel, o bloco que obedece àquelas condições é o
A4:G15
Seleccionado este bloco, ela acciona o comando Ordenar. A Fig.
6.19 mostra os registos da base de dados na nova ordenação assim obtida.

A B C D E F G
1 CONTRA TEMPO - Retenção de imposto do pessoal
2 Nome Venc. Venc. em Horas Venc. IRS Venc. Anual Valor da
3 Mensal Extraordinárias Anual % Líquido Retenção
4 Rui 420 560$ 0 $ 5 887 840$ 22,5% 4 563 076$ 1 324 764$
5 Isabel 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 22,5% 3 804 824$ 1 104 626$
6 Pedro 350 675$ 0 $ 4 909 450$ 22,5% 3 804 824$ 1 104 626$
7 Nuno 245 678$ 150 000$ 3 589 492$ 17,5% 2 961 331$ 628 161$
8 Manuel 245 678$ 130 000$ 3 569 492$ 17,5% 2 944 831$ 624 661$
9 Ana 235 745$ 180 000$ 3 480 430$ 17,5% 2 871 355$ 609 075$
1 0 Sofia 235 745$ 140 000$ 3 440 430$ 17,5% 2 838 355$ 602 075$
1 1 José 128 790$ 90 000$ 1 893 060$ 15,0% 1 609 101$ 283 959$
1 2 Vítor 128 790$ 80 000$ 1 883 060$ 15,0% 1 600 601$ 282 459$
1 3 Carla 128 790$ 180 000$ 1 983 060$ 15,0% 1 685 601$ 297 459$
1 4 Paula 90 000$ 120 000$ 1 380 000$ 12,5% 1 207 500$ 172 500$
1 5 João 87 560$ 145 000$ 1 370 840$ 12,5% 1 199 485$ 171 355$

Fig. 6.19 — Base de dados: ordenar dados. A Isabel ordenou os


dados da sua folha de trabalho usando, para chave de ordenação
descendente, a coluna do vencimento mensal. O Rui é o sócio de
maior vencimento e, consequentemente com maior valor de IRS.

Não queremos que fiques com a ideia que só podes ordenar dados,
se previamente tiveres definido uma base de dados na tua folha de trabalho.
Em qualquer folha de trabalho em que pretendas ordenar linhas ou colunas
por ordem alfabética ou numérica, crescente ou decerescente, podes
recorrer a esta potencialidade. O único cuidado a teres é incluir no bloco
seleccionado (previamente à ordenação) todos os dados que estejam
relacionados entre si!

Representação Gráfica de Dados


Em algumas folhas de trabalho, pode ser vantajosa a representação
dos dados sob a forma gráfica; as folhas de cálculo permitem esta
representação, e oferecem um leque de escolha considerável que vai desde
os gráficos circulares até aos gráficos de barras com várias variáveis ou
mesmo a gráficos mais complexos, com aplicações específicas na Geografia,
Biologia, Física, etc.
Lembras-te da folha de trabalho do Rui, sobre as vendas da

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discoteca CONTRA TEMPO? Recorda que um dos problemas a que o Rui
quis dar resposta foi a identificação dos meses críticos de vendas. Os
resultados seriam mais claros se pudessem ser visualizados em gráficos…
O Rui resolve elaborar um gráfico linear sobre as vendas mensais dos vários
produtos (cassetes, compactos e vinil).

Criar um gráfico
Os dados que ele pretende para o eixo dos xx são, portanto, as
vendas de cassetes, compactos e vinil, entre Janeiro e Dezembro. No caso do
software que o Rui está a utilizar, basta-lhe seleccionar, de uma vez ,o bloco
A3:D15 e indicar ao programa que pretende a representação gráfica dos
dados; o programa adopta, automaticamente:
• os dados da coluna A (texto) para o eixo dos xx;
• os das restantes colunas B, C e D como os dados da primeira,
segunda e terceira variáveis;
• os dados da primeira linha do bloco como os títulos do eixo dos
xx, e das primeira, segunda e terceira variáveis.
Noutros programas de folha de cálculo, é necessário accionar um
comando para os valores do eixo dos xx e seleccionar o bloco correspondente;
em seguida, é necessário repetir o processo para cada uma das variáveis.
Em qualquer dos tipos de software é possível alterar títulos, atribuir
um título ao eixo dos yy, acrescentar texto, visualizar legendas, etc. É ainda
possível alterar o tipo de gráfico. Automaticamente o software do Rui adopta
o tipo de barras, mas ele altera-o para o tipo linear.

CONTRA TEMPO - Vendas

N 3000

d 2500
e 2000 Cassetes

V 1500 Compacto
e
n 1000 Vinil
d 500
a
s 0
Jan Fev M a r Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

O gráfico do Rui está representado na Fig. 6.20.

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25
Fig. 6.20 — Representação gráfica de dados: gráfico linear com três
variáveis. No gráfico, é fácil identificar os meses críticos e os de
maiores vendas. Afinal, a conjectura do Rui “Talvez os meses críticos
se sigam aos de maiores vendas…” estava certa!

A Fig. 6.21 representa um gráfico circular, com a análise do total


de vendas, por produto (cassetes, compactos e vinil). No caso do software
que o Rui está a utilizar, bastou-lhe seleccionar o bloco B3:D3 e o bloco
B16:D16, e pedir que os dados sejam apresentados em percentagem. Como

CONTRA TEMPO - Vendas

14%

Cassetes
44%
Compacto

Vinil

43%

é evidente, um gráfico circular só pode ter uma variável (neste caso, o Total
de vendas por produto).

Fig. 6.21 — Representação gráfica de dados: gráfico circular.


Apesar do impacto que tiveram os CD’s, as cassetes continuam a ser
o produto preferido pelos clientes da CONTRA TEMPO…

Personalizar um gráfico Para identificar os períodos de maior


número de vendas e os períodos críticos, o Rui resolve incluir setas e
informação útil no seu gráfico linear. Estas operações estão integradas num
processo mais geral de formatação de um gráfico, (com o objectivo de o
tornar mais atraente ou de realçar informação) que qualquer folha de cálculo
permite, oferecendo ao utilizador um leque mais ou menos vasto de funções.
A Fig. 6.21 identifica alguns dos itens mais importantes na personalização
de um gráfico (nem todos eles estão presentes em qualquer folha de cálculo,
claro…).

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Fig. 6.22 — Representação gráfica de dados: alguns itens mais


importantes na personalização de um gráfico. A: Título; B: Sub-
título; C: Seta; D: Texto livre; E: Legenda; F: Título de um eixo; G:
Grelha horizontal; H: Valor de um dado; I: Nome da variável.

Macros
Em quase todas as folhas de cálculo, as sequências de comandos
que se efectuam frequentemente podem ser substituídas por um processo
mais expedito, designado por “macro”. Este método facilita e rentabiliza o
trabalho, permitindo a “memorização” de sequências de comandos; estas
são gravadas mediante a atribuição de um nome (ou de uma combinação de
teclas). Uma sequência pode ser desencadeada sempre que necessário,
bastando para isso premir apenas algumas teclas (o nome ou a combinação
de teclas atribuídos).
Uma macro pressupõe sempre uma folha de trabalho especial,
designada por folha de macro, onde está a sequência de comandos que se

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27
pretende gravar. No caso do software que o Rui está a utilizar, esta folha de
macro é gerada automaticamente, à medida que ele desencadeia os comandos
a gravar; nem todas as folhas de cálculo permitem isto, mas em todas é
possível a digitação, directamente na folha de macro, da sequência dos
comandos. Todas as tarefas que seja necessário realizar, regularmente, numa
folha de cálculo como formatar células, guardar ou imprimir ficheiros, etc.,
podem ser efectuadas através de macros.
O Rui resolveu controlar o número de faltas dos empregados, bem
como o número de horas extraordinárias de cada um. O controlo é semanal,
sendo os dados gravados em quatro folhas de trabalho distintas: SEMANA1,
SEMANA2, SEMANA3 e SEMANA4. Ao Rui interessam os valores ao fim
de cada mês, pelo que decide construir uma macro que:
• abra a folha de trabalho FALT_HOR, a qual contém o “esqueleto”
da folha de cálculo (Fig. 6.23);
• copie para ela os valores da folha de trabalho SEMANA1 (Fig.
6.24 a);
• adicione os valores da folha de trabalho SEMANA2 (Fig. 6.24 b);
• adicione os valores da folha de trabalho SEMANA3 (Fig. 6.24 c);
• adicione os valores da folha de trabalho SEMANA4 (Fig. 6.24 d).
Logo, o que a macro faz é “sobrepôr” as várias folhas de trabalho
(FALT_HOR, SEMANA1, SEMANA2, etc.); deste modo, os valores das
quatro semanas de cada mês são adicionados. O Rui só tem que observar a
sequência de acções a desenrolar-se, automaticamente, no ecrã. Basta-lhe
agora, uma vez obtida a folha com os valores totais, acrescentar o mês
respectivo na folha de trabalho (célula C3) e gravá-la com o nome do mês
respectivo (Fig. 6.25).
No próximo mês, só terá que lançar os dados, sucessivamente, nas
folhas de trabalho SEMANA1, SEMANA2, SEMANA3 e SEMANA4 e…
executar a macro.

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A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2 Mês
3
4 Nome Nº de Horas Nº de
5 Extraordinárias Faltas
6 José
7 João
8 Nuno
9 Ana
1 0 Vítor
1 1 Paula
1 2 Manuel
1 3 Sofia
1 4 Carla

Fig. 6.23 — Macros. “Esqueleto” — folha de trabalho FALT_HOR

A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2
3 (1ª Semana)
4
5 Nome Nº de Horas Nº de
6 Extraordinárias Faltas
7 José 2 0
8 João 3 1
9 Nuno 2 0
10 Ana 4 0
11 Vítor 1 2
12 Paula 1 0
13 Manuel 3 0
14 Sofia 2 1
15 Carla 4 1

Fig. 6.24 a) — Macros. Dados relativos à primeira semana — folha


de trabalho SEMANA1;

A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2
3 (2ª Semana)
4
5 Nome Nº de Horas Nº de
6 Extraordinárias Faltas
7 José 2 0
8 João 3 0
9 Nuno 2 0
1 0 Ana 4 0
1 1 Vítor 1 2
1 2 Paula 1 0
1 3 Manuel 3 1
1 4 Sofia 2 0
1 5 Carla 4 0

Fig. 6.24 b) — Macros. Dados relativos à segunda semana — folha


de trabalho SEMANA2;

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A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2
3 (3ª Semana)
4
5 Nome Nº de Horas Nº de
6 Extraordinárias Faltas
7 José 2 0
8 João 3 0
9 Nuno 3 0
1 0 Ana 4 0
1 1 Vítor 1 0
1 2 Paula 0 0
1 3 Manuel 0 1
1 4 Sofia 2 0
1 5 Carla 3 0

Fig. 6.24 c) — Macros. Dados relativos à terceira semana — folha


de trabalho SEMANA3;

A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2
3 (4ª Semana)
4
5 Nome Nº de Horas Nº de
6 Extraordinárias Faltas
7 José 3 1
8 João 0 0
9 Nuno 2 0
1 0 Ana 0 0
1 1 Vítor 5 0
1 2 Paula 3 0
1 3 Manuel 2 0
1 4 Sofia 1 0
1 5 Carla 1 1

Fig. 6.24 d) — Macros. Dados relativos à quarta semana — folha de


trabalho SEMANA4;

A B C
1 CONTRA TEMPO-Faltas/horas extraordinárias
2 Mês
3
4 Nome Nº de Horas Nº de
5 Extraordinárias Faltas
6 José 10 1
7 João 10 1
8 Nuno 12 0
9 Ana 13 0
1 0 Vítor 10 4
1 1 Paula 6 0
1 2 Manuel 7 2
1 3 Sofia 8 1
1 4 Carla 13 2

Fig. 6.25 — Macros. Folha de trabalho com os dados totais; neste


caso, e uma vez que se referem a Janeiro, o Rui grava a folha assim
obtida com o nome do mês respectivo. No próximo mês, e uma vez
preenchidas as folhas relativas às quatro semanas, só terá que
executar a macro para obter a folha com os dados totais!
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Manipulação de ficheiros
Falámos nas folhas de cálculo, mas elas não teriam qualquer
vantagem se não nos fosse possível armazená-las e carregá-las sempre que
necessário. Estas são algumas das operações mais importantes de manipulação
de ficheiros.

Gravação
Como já te foi dito nos capítulos anteriores, guardar frequentemente
os ficheiros que se vão produzindo é um hábito que deves adquirir, de forma
a não perderes dados em caso de falha de corrente ou problemas no
equipamento. Guardar uma folha de trabalho produzida com uma folha de
cálculo é uma tarefa semelhante às que com certeza já executaste com um
processador de texto, com o programa de edição electrónica ou com um
sistema de gestão de bases de dados.
Depois de aceder ao comando adequado, o Rui atribuir um nome ao
ficheiro; isto é o suficiente para ter o seu ficheiro guardado e disponível para
ser utilizado mais tarde. Quando O Rui terminou o seu trabalho guardou o
ficheiro numa disquete, mediante um comando próprio. Poderia tê-lo feito
em qualquer momento; deste modo, não perde o seu trabalho na totalidade,
em caso de falha de energia.

Carregar
Em qualquer momento em que o Rui pretenda reaver o seu ficheiro,
pode carregá-lo a partir da disquete, mediante um comando próprio.

Cópias de segurança
Como sabes, podes sempre fazer cópias de segurança de ficheiros,
utilizando o comando adequado do sistema operativo ou a opção “Cópia de
segurança” (Backup) de um utilitário que permita operações de manipulação
de ficheiros (do tipo PC Tools, Norton Utilities, etc.).
Por outro lado, alguns programas de folha de cálculo incluem
opções que permitem a realização de cópias de segurança. É o caso do
software que o Rui está a utilizar. Escolhendo a opção adequada, ele cria um
ficheiro de segurança. Deste modo, se perder o ficheiro original, o trabalho

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31
não terá sido perdido.

Eliminar ficheiros
Na disquete de trabalho que está a uitlizar, o Rui tem já muitos
ficheiros que não lhe interessam; estão apenas a “roubar” espaço na disquete.
Usando o comando adequado, o Rui pode eliminá-los.

Transferência de ficheiros entre uma folha de cálculo e uma


base de dados
Viste já que é possível, numa folha de trabalho, definir um bloco
como uma base de dados e, a partir daí, aceder a comandos que permitem a
manipulação de dados: em particular, a pesquisa, a extracção e a ordenação
de registos. Mas, como é evidente, a manipulação de dados torna-se muito
mais fácil e flexível se for realizada com uma aplicação específica para esse
fim, como é o caso dos Sistemas de Gestão de Bases de Dados (SGBD). Por
esta razão, as folhas de cálculo permitem a transferência dos seus dados para
SGBD.
Nem todas as folhas de trabalho se adequam a este processo; é no
caso de folhas com várias colunas identificadas por títulos — várias
categorias de dados — que esta transferência pode trazer vantagens.
Um exemplo é a folha de trabalho da Isabel, acerca da retenção de
IRS em que as colunas “Nome”, “Venc. mensal”, “Venc. em Horas
Extraordinárias”, “Venc. Anual”, “IRS %”, “Venc. Anual Líquido” e “Valor
da Retenção” poderão ser os campos de uma base de dados.
O modo como esta transferência de dados se processa é muito
variável de programa para programa. Em todos, no entanto, há regras a
seguir. Antes de se iniciar o processo de transferência, é necessário criar, no
sistema de gestão de bases de dados, a estrutura de uma base de dados
“vazia” em que os campos:
• correspondem às colunas que se pretendem da folha de cálculo;
• têm a mesma ordem das colunas na folha de cálculo;
Basicamente, podemos dizer que cada coluna da folha de cálculo
vai corresponder a um campo da base de dados e que cada linha da primeira
vai corresponder a um registo na segunda.
Feita a transferência de dados, a Isabel ficou com a sua base de
dados automaticamente preenchida (Fig. 6.26).

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Fig. 6.26 — Transferência de uma folha de cálculo para um sistema


de gestão de bases de dados. Com os dados relativos à retenção do
IRS numa base de dados, a Isabel pode agora, mais facilmente,
manipulá-los e recolher informação.

Para além da transferência para os SGBD, os dados de uma folha


de cálculo podem ser transferidos para outras aplicações (por exemplo,
processadores de texto) e guardados em formatos que podem ser interpretados
por elas.

Impressão de uma folha de trabalho


O Rui quis apresentar, aos sócios da discoteca, um dossier sobre as
vendas realizadas durante o ano. Para isso teve de imprimir as folhas de
trabalho e os gráficos que entretanto foi produzindo.
Antes de imprimir o documento, o Rui, usando os comandos
apropriados, escolhe a dimensão do papel, define as margens pretendidas e
selecciona a área a imprimir. O software que ele utiliza permite-lhe, para
além da impressão sem as quadrículas, a pré-visualização do documento.
Esta opção é muito útil porque, ao permitir a visualização da folha de
trabalho no ecrã tal como será impressa, torna possível ao Rui reformular os
valores definidos, por exemplo, para as margens, antes da impressão (Fig.
6.27). Só então, ele decide imprimir.

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Fig. 6.27 — Pré-visualização da folha de trabalho antes da impressão.

Análise “o que acontece se…?”


Os resultados das vendas da discoteca CONTRA TEMPO
ultrapassaram as expectativas mais optimistas. Para comemorar este facto,
o Rui decidiu propôr aos seus sócios a organização de um grande espectáculo,
com uma figura bem conhecida do panorama musical português. A proposta
foi bem aceite por todos e a Isabel ficou encarregue de fazer um estudo da
viabilidade económica deste projecto.
Primeiro, a Isabel resolve fazer os contactos para saber cachets …
Informa-se, depois, acerca dos recintos possíveis para o espectáculo (preços
de aluguer, etc.). Também a publicidade é fundamental para o sucesso de
qualquer concerto, mas será de fazer em que orgãos de comunicação?
Jornais? Rádio? TV?
Finalmente, e após reunidos estes dados, a Isabel tem agora que
fazer o estudo necessário para apresentar uma estimativa do custo de
produção do espectáculo, do número de entradas, do preço de cada bilhete,
da receita e da margem de lucro para a discoteca; ou seja, da viabilidade
económica deste projecto.
Começou então a construir a sua folha de trabalho, destinando uma

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área para as despesas de produção e outra para o estudo das receitas de
bilheteira e da percentagem de lucro para a CONTRA TEMPO (Fig. 6.28).

A B C
1 CONCERTO "CONTRA TEMPO" - ESTUDO DE VIABILIDADE
2 Despesas Estimativa
3 Cachet
4 Aluguer de sala
5 Publicidade
6 Pessoal de apoio/segurança
7 Deslocações
8 Contactos
9 TOTAL
1 0
1 1
1 2 Público
1 3 Preço por bilhete
1 4 Receita da bilheteira
1 5 Lucro (%)
1 6 Lucro ($)

Fig. 6.28 — O que acontece se… Folha de trabalho “esqueleto”


relativa ao concerto da CONTRA TEMPO.

Na folha de trabalho “esqueleto” a Isabel regista agora os valores


das despesas que correspondem à sua primeira sugestão para o concerto:
Coliseu e sala cheia com os Trovante! Na folha de trabalho, isto corresponde
a um cachet de 5000 contos, um aluguer da sala de 2800 contos e uma lotação
de 4500 pessoas. A Isabel avaliou ainda as despesas respeitantes à publicidade,
deslocações, segurança, etc., acrescentando estes dados à folha de trabalho.
Calculado o total das despesas, a Isabel atribui um valor ao preço
de cada bilhete, tendo em conta a faixa etária que este grupo musical atrai.
Introduz, então, na célula C14, a fórmula que lhe permitirá calcular
a receita da bilheteira: C13*C12; para calcular o lucro digita, na célula C16,
a fórmula C14-C9; falta-lhe apenas introduzir, na célula C15, a fórmula que
lhe permite determinar a percentagem do lucro para a CONTRA TEMPO:
(C14-C9)/C14. A folha de trabalho fica pronta para as simulações que a
Isabel pretende fazer, quando ela usa o formato “percentagem” e “moeda”
para as células adequadas (Fig. 6.29). Na folha de trabalho, a Isabel tem já
a percentagem de lucro para a CONTRA TEMPO, a verificarem-se as
condições que ela definiu: 25%!

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A B C

1 CONCERTO "CONTRA TEMPO" - ESTUDO DE VIABILIDADE


2 Despesas Estimativa
3 Cachet Trovante 5 000 000$
4 Aluguer de sala Coliseu 3 800 000$
5 Publicidade Cartazes/Rádio/TV/Jornais 2 000 000$
6 Pessoal de apoio/segurança 600 000$
7 Deslocações 250 000$
8 Contactos 180 000$
9 TOTAL 11 830 000$
1 0
1 1
1 2 Público 4500
1 3 Preço por bilhete 3 500$
1 4 Receita da bilheteira 15 750 000$
1 5 Lucro (%) 25%
1 6 Lucro ($) 3 920 000$

Fig. 6.29 - O que acontece se… Com a sala do Coliseu cheia, a lotação
esgotada e os Trovante como o grupo a actuar, e vendendo os bilhetes
a 3500$00, o lucro da CONTRA TEMPO ainda é de 25%!

Mas pensando bem, e sendo o concerto em Agosto, há muitas


pessoas que não estão em Lisboa. É mais razoável pensar que o público se
ficará por cerca de 70% da lotação máxima do Coliseu, ou seja, pelos 3000
espectadores. Ao introduzir este novo dado, o valor da percentagem do lucro
da CONTRA TEMPO é automaticamente determinado: -13%! (Fig. 6.30).

A B C

1 CONCERTO "CONTRA TEMPO" - ESTUDO


DE VIABILIDADE
2 Despesas Estimativa
3 Cachet Trovante 5 000 000$
4 Aluguer de sala Coliseu 3 800 000$
5 Publicidade Cartazes/Rádio/TV/Jornais 2 000 000$
6 Pessoal de apoio/segurança 600 000$
7 Deslocações 250 000$
8 Contactos 180 000$
9 TOTAL 11 830 000$
1 0
1 1
1 2 Público 3000
1 3 Preço por bilhete 3 500$
1 4 Receita da bilheteira 10 500 000$
1 5 Lucro (%) -13%
1 6 Lucro ($) -1 330 000$

Fig.6.30 — O que acontece se… Subindo o preço aos bilhetes o lucro


desce…

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É necessário aumentar os bilhetes para que o lucro se mantenha
aproximadamente o mesmo (25%), mas de quanto? Em alguns segundos
apenas, a Isabel obtém a resposta: o preço terá que ser aumentado para cerca
de 5200$00 (Fig. 6.31).

A B C

1 CONCERTO "CONTRA TEMPO" - ESTUDO DE VIABILIDADE


2 Despesas Estimativa
3 Cachet Trovante 5 000 000$
4 Aluguer de sala Coliseu 3 800 000$
5 Publicidade Cartazes/Rádio/TV/Jornais 2 000 000$
6 Pessoal de apoio/segurança 600 000$
7 Deslocações 250 000$
8 Contactos 180 000$
9 TOTAL 11 830 000$
1 0
1 1
1 2 Público 3000
1 3 Preço por bilhete 5 200$
1 4 Receita da bilheteira 15 600 000$
1 5 Lucro (%) 24%
1 6 Lucro ($) 3 770 000$

Fig. 6.31 — O que acontece se… Para que a percentagem do lucro se


mantenha, o preço dos bilhetes terá que ser de 5200$00;
definitivamente, muito caro para os jovens fãs dos Trovante…

E se o conjunto a actuar fosse internacional? O cachet é


substancialmente mais elevado, mas o local escolhido terá uma aluguer mais
elevado, também as despesas com a publicidade, o pessoal de apoio e de
segurança, as deslocações e os contactos serão superiores… Mas as receitas
serão muito maiores, já que o recinto a escolher tem de permitir uma lotação
muito maior; também o preço dos bilhetes nos espectáculos com grupos
internacionais são bastante mais elevados que os praticados com grupos
nacionais.
A Isabel leva apenas alguns segundos para representar a nova
situação na sua folha de trabalho. Segunda sugestão em termos de conjunto
musical/recinto: Os U2 no Estádio de Alvalade! Na folha de trabalho, isto
corresponde a um cachet de 40000 contos, um aluguer do estádio de 25000
contos e uma lotação de 60000 pessoas.
Mas, entre turistas e pessoas de outros pontos do país, o número de
espectadores aumentará substancialmente… A Isabel aponta para uma
assistência a rondar os 80% da lotação máxima do recinto, ou seja, 48000
pessoas.
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A Isabel faz as modificações na folha de trabalho, não se esquecendo
de aumentar as despesas previstas para a publicidade, pessoal de apoio e de
segurança, deslocações e contactos. O lucro para a CONTRA TEMPO é
imediatamente visualizado no ecrã (Fig. 6.32).
Será viável este projecto?

A B C

1 CONCERTO "CONTRA TEMPO" - ESTUDO DE VIABILIDADE


2 Despesas Estimativa
3 Cachet U2 35 000 000$
4 Aluguer de recinto Alvalade 12 000 000$
5 Publicidade Cartazes/Rádio/TV/Jornais 8 000 000$
6 Pessoal de apoio/segurança 900 000$
7 Deslocações 900 000$
8 Contactos 800 000$
9 TOTAL 57 600 000$
1 0
1 1
1 2 Público 20000
1 3 Preço por bilhete 4 000$
1 4 Receita da bilheteira 80 000 000$
1 5 Lucro (%) 28%
1 6 Lucro ($) 22 400 000$
1 7

Fig.6.32 — O que acontece se… A percentagem de lucro não parece


muto superior à anterior, mas se reparares no valor em termos
absolutos… É esta, definitivamente, a sugestão que a Isabel vai
propôr.

Esta perspectiva da folha de cálculo como uma “folha de


experiências” é permitida por uma característica deste software que já é tua
conhecida: alterado o valor numérico contido numa célula, todas as outras,
com ela relacionadas por meio de fórmulas, são automaticamente actualizadas.
Todo este processo pode levar apenas algumas fracções de segundo. É esta
capacidade que justifica a utilização das folhas de cálculo nas análises do
tipo “o que acontece se…”.

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Sumário

As folhas de cálculo electrónicas estão a substituir os livros de


contas, os lápis e as calculadoras. Têm sido consideradas fundamentalmente
como ferramentas de planeamento financeiro, mas actualmente a sua aplicação
estende-se a áreas que vão desde o simples orçamento familiar, da educação
até ao estudo e análise da viabilidade económica de um empreendimento.
Uma folha de cálculo apresenta no ecrã de um computador o
aspecto de uma matriz dividida em linhas e colunas cuja intersecção forma
uma célula. Normalmente, as células são identificadas pelas coordenadas de
uma linha e de uma coluna (por exemplo, A3 ou G15). As células podem
conter texto, valores numéricos ou fórmulas.
As fórmulas são introduzidas nas células para executar cálculos. As
fórmulas podem adicionar, subtrair, multiplicar e dividir. Pode introduzir-
se numa célula valores, texto ou fórmulas. A utilização de fórmulas é a
característica mais importante de uma folha de cálculo. Também possuem,
pré-definidas, funções matemáticas, estísticas, lógicas ou financeiras. Por
exemplo, para adicionar uma grande quantidade de células que contenham
valores numéricos, a função SOMA é a função ideal. Para determinar a
média de um conjunto de números, usa-se a função MEDIA.
As folhas de cálculo podem ser manipuladas de muitas maneiras.
Linhas, colunas e células podem ser facilmente copiadas, apagadas, movidas
e mudadas. Linhas e colunas podem ser inseridas ou eliminadas.. As células
podem ser mostradas em diferentes formatos, tais como moeda ou
percentagem. A folha inteira ou parte dela pode ser imprimida. Algumas
programas de folhas de cálculo também permitem o uso de macros — uma
série de comandos armazenados que podem ser executados vezes sem fim.
Esta função é acedida quando o nome da macro é utilizada para chamar os
comandos entretanto guardados. Os comando executar-se-ão então tal como
se fossem ordenados um a um.
Uma vez concebido um modelo de uma folha de cálculo os números
podem ser mudados ou adicionados e os efeitos visualizados imediatamente.
Por exemplo, um director de uma empresa pode perguntar, “Qual seria o
efeito no total do orçamento se nós aumentassemos o pagamento a todos os
trabalhadores de 5%?”. Mudando apenas o valor 5% na folha de cálculo cada
salário seria automaticamente actualizado e o total dos vencimentos seria
calculado. Este tipo de análise é designado por análise “o que acontece se…”

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Estes vários atributos e comandos fazem da folha de cálculo
electrónica uma ferramenta extremamente flexível. A capacidade para
utilizar uma folha de cálculo é de valor inestimável tanto na sala de aula
como no mundo dos negócios. As áreas de utilização de uma folha de cálculo
vão desde um orçamento familiar até para o estudo da viabilidade económica
de um novo produto ou de uma nova empresa.
As possibilidades que o Rui, director da discoteca CONTRA
TEMPO, a Isabel, contabilista da empresa, tu e outros podem realizar com
um programa de folha de cálculo são infindáveis.
A capacidade de apresentação dos dados sob a forma gráfica,
permitindo a visualização dos dados de uma forma clara e imediata, faz da
folha de cálculo a ferramenta ideal de todos os que lidam com números.
Quando usada como uma base de dados, os campos, sempre texto, estão em
cada coluna e os registos são os dados ao longo de uma linhas. Muitas das
capacidades dos programas especializados para gestão de bases de dados
também estão incluidas nas folhas de cálculo. Isto inclui ordenar e extrair
registos que preenchem determinadas condições. A transferência de dados
entre as folhas de cálculo e as bases de dados permite aproveitar os dados de
uma folha de trabalho de modo que não será necessário redigitar os dados.

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