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David Hume

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Escrito por Joviane Moura | Publicado em: Sexta, 22 Agosto 2008 06:00

Hume nasceu em Edimburgo, na Escócia, em 1711. Fez estudos jurídicos na


Universidade de Edimburgo, mas sem pretensão de seguir a carreira. Entre 1734 e 1736
viveu na França, onde escreveu Tratado da Natureza Humana (A Treatise of Human
Nature), publicado em 1739. Mas a obra não causou o impacto desejado por Hume.
Posteriormente escreveu versões menores do Tratado com diferentes títulos. David
Hume foi o mais influente dos filósofos do Iluminismo escocês.

Em 1741 publica Ensaios Morais e Políticos. Em 1748 é editado Ensaios Filosóficos


sobre o Entendimento Humano, sua principal obra, que receberia o título definitivo de
Investigações a cerca do Entendimento Humano, a partir da segunda edição em 1751.
Ainda em 1751 publica Investigação sobre os Princípios da Moral, e, em 1752,
Discursos Políticos.

Hume estava convencido de que seu Treature faria pela filosofia o que Newton fizera
pela física. O subtítulo do Tratado era “Being na Attempt to Introduce the Experimental
Method of Reasoning into Moral Subjects” (Uma Tentative de Introduzir o Método
Experimental da Lógica nas Disciplinas Morais). Goodwin (2005) ressalta que Hume
não se referia ao uso de experimentos, como a expressão é entendida hoje, mas a
observação cuidadosa e sistemática do raciocínio e do comportamento humano, seguida
de uma análise lógica do processo a fim de descobrir as leis básicas da mente.

Hume interroga o que é o “EU”, o “espírito”. E questiona como esse “eu” pode ser
considerado substância (aquilo que é estável, imutável, sempre idêntico a si mesmo), se
o que se percebe desse “eu” são apenas impressões e idéias em constante variação.
Portanto, “espírito”, “mente”, “eu”, como substância, não existem. Segundo Abrão
(2004) é com a destruição dessa última hipótese de substância, que Hume chega ao
extremo do programa empirista.

Figueiredo (2002) declara que Hume (1711-1776) e Berkeley (1685-1753) dedicaram-se


a destroçar a amena superfície das representações do senso comum, revelando por
detrás delas os segredos da experiência privada. As representações do mundo, com a sua
aparente estabilidade e objetividade, são apenas os produtos de experiências subjetivas e
hábitos bem estabelecidos. Eles por assim dizer, desvendam a ‘fábrica psicológica do
mundo’: “associações arbitrárias, mas regulares entre idéias sensoriais, ou impressões,
geram o mundo supostamente objetivo e autônomo, ou melhor, nossa experiência e
conhecimento dele.” (Figueiredo, 2002, pág. 110).

Hume criou seu sistema filosófico com base no princípio de que toda a compreensão
humana tem origem na experiência. Para dessecar a experiência humana, ele primeiro
tentou descobrir os elementos básicos da mente, análogos aos átomos, na física.
Concluiu então que esses elementos básicos eram dois: impressões e idéias.
As impressões são as sensações básicas, os dados não processados da experiência. As
“idéias” são cópias vagas das impressões. Portanto as idéias derivam das impressões
que se vivencia. E não há idéias inatas.

Abrão (2004) destaca que para Hume, embora não exista o eu no sentido metafísico, há,
no entanto, a natureza humana. Essa “natureza humana”, que não é substância, refere-se
às maneiras pelas quais as idéias são natural e espontaneamente associadas pela mente.
O que importa, nessa medida, é investigar tais modos de associação de idéias.

Hume pergunta sobre “qual a natureza” de todos os raciocínios humanos sobre os fatos.
E qual o fundamento de todas as conclusões derivadas da experiência. Hume conclui
que todos os fatos são exteriores entre si. Neles, não há nada de interior e intrínseco que
os relacione necessariamente uns aos outros. A relação de causalidade é uma crença
baseada no hábito. Hume indica que os homens associam idéias e acreditam nessa
associação por força do hábito ou costume. E este não é a repetição de experiências
semelhantes por parte de um único indivíduo, mas de muitos. Há um aspecto coletivo
do costume. Por isso, mesmo quando se tem um prazer individual, mas que os outros
reprovam porque contraria o costume, o sujeito passa a duvidar desse prazer íntimo e
exclusivo.

Para Hume, a questão do poder político desloca-se rapidamente. O governo deve saber
manter o costume, que é a base da crença de que os valores da justiça e da virtude de
uma sociedade se associe ao prazer de seus membros. O problema do governo, para
Hume, não é de legitimidade e de representatividade, mas de credibilidade. Os preceitos
da conduta humana não se deduzem de um suposto Bem em si, mas se referem apenas
às paixões humanas, sempre variáveis, que buscam o prazer e rejeitam o desprazer. Mas
isso não significa que os valores morais sejam inteiramente relativos; os valores podem
variar de pessoa para pessoa, de sociedade, de época, mas algo permanece sem grandes
alterações: exatamente a natureza humana. (Abrão, 2004)

O associacionismo de Hume
A tradição britânica é fortemente empirista, baseando-se na idéia de que o
conhecimento é construído a partir das experiências vividas. E esse conhecimento é
tecido pelas associações de idéias (associacionismo). O empirismo britânico tem suas
raízes no pensamento científico indutivo de Francis Bacon e nas teorias sociais de
Thomas Hobbes, contemporâneo de Bacon e Descartes.

O associacionismo é um dos princípios fundamentais do empirismo britânico, que tem


como principais representantes Locke (1632-1704) e Hume (1711-1776). De acordo
com eles o associacionismo de idéias é o mecanismo fundador dos compostos psíquicos,
que consistem unicamente na ligação de elementos simples. (Araújo, 2005)

John Locke e George Berkeley, embora tenham abordado a questão da associação de


idéias, nenhum examinou atentamente o fenômeno – de como as experiências sensoriais
simples se aliam para criar formas complexas de conhecimento.

Para Hume não há, na mente humana, nada que não tenha se originado da
percepção. Esta se subdivide em duas espécies. As mais vivas são impressões, que
aparecem na mente “quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos
ou queremos”. As mais fracas são idéias (ou pensamentos), que são cópias de
impressões e, por isso, menos vivas. As idéias abstratas, como as de substância são as
mais pálidas cópias de impressões, confundem-se com outras idéias e, frequentemente,
as palavras que as designam não significam nada. Elas não podem servir de ponto de
partida para o conhecimento e a certeza. (Abrão, 2004)

Para Hume o conhecimento só pode ser resultado da associação de idéias e essa


associação não se faz a esmo. Até mesmo no maior dos devaneios uma idéia se liga a
outra obedecendo a alguns princípios.

Como objetos da razão as associações de idéias classificam-se em relações de idéias e


relações de fato. As primeiras correspondem às ciências matemáticas, cujas idéias,
imediatamente perceptíveis, são claras e distintas. Suas proposições são demonstráveis
pela simples operação de pensamento e não dependem de algo existente em alguma
parte do universo. As relações de fato correspondem a todas as associações por
causalidade. Nesse caso o que conta não é o encadeamento lógico de idéias, mas a
experiência. Causa e efeito são eventos distintos e não há nenhum termo intermediário
que os una em uma relação necessária. Para Hume a certeza só pode ser uma crença,
pois está apoiada no hábito, na repetição de experiências semelhantes.

Segundo Abrão (2004) o ceticismo torna-se inevitável. O conhecimento científico que


sempre pretendeu guiar-se pela razão pela evidência da intuição e da demonstração para
estabelecer relações de causa e efeito, tem bases não-racionais, como a crença e o
hábito. Mas mesmo assim, para Hume, a certeza persiste, mesmo que agora se saiba que
ela não tem bases racionais.

Figueiredo (2002) comenta que a investigação de Hume põe em questão o status do


conhecimento, mas não a objetividade do mundo. Em compensação ele investe contra a
própria identidade individual do sujeito, que é então reduzida a condição de um
fenômeno imaginário, fruto da regularidade das impressões e do costume. “Em Hume,
portanto, a exploração dos processos privados do sujeito destrói a crença na sua
representação pública, a identidade do indivíduo e a sua presumível invisibilidade.”
(Figueiredo, 2002, pág. 110).

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