INTRODUÇÃO
ÉTICA
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massificação e mediocridade que não ameaçam e que permitem a manipulação fácil
das pessoas.
Um dos campos mais carentes, no que diz respeito à aplicação da ética, é o
do trabalho e exercício profissional. Por esta razão, executivos e teóricos em
administração de empresas voltaram a se debruçar sobre questões éticas. A lógica
alimentadora desse processo não é idealista nem "cor de rosa". É lógica do capital
que, para poder sobreviver, tem que ser mais ético, evitando cair na barbárie e
autodestruição. São os próprios pressupostos da disputa empresarial que forçam a
adoção de um modelo mais ético.
Esse quadro nos remete diretamente à questão da formação de recursos
humanos, pois são as pessoas a base de qualquer tentativa de iniciar o resgate da
ética nas empresas e nas relações de trabalho.
Os programas de treinamento, educação e desenvolvimento de recursos
humanos dão muita ênfase aos assuntos técnicos, que são exaustivamente
abordados, discutidos e considerados, esquecendo por completo os aspectos éticos,
essenciais para a dinâmica de qualquer atividade profissional.
Esta deficiência de formação também ocorre nos meios acadêmicos, onde é
possível verificar o profundo desconhecimento que os estudantes têm sobre o
assunto.
Se você cria um ambiente em que as pessoas participam de verdade, não
precisa de controle. Elas sabem o que em que ser feito e fazem. Como reconhecer o
caráter de um banco?
Num mundo em que o relacionamento faz parte do produto, não há como
deixar a emoção de fora. Num mundo dominado pelo conhecimento, ao contrário do
que diz a tradição cartesiana, não pode haver oposição entre razão e emoção.
De todas as qualidades éticas que um banco deve ter selecionamos
1. Racionalismo
Uma das qualidades que todos os funcionários tem que ter num banco que
lida com clientes é o racionalismo. Deve-se perguntar: Será que em alguma ocasião,
ao longo da vida profissional de quem trabalha em bancos, foi tomada uma decisão
(correta) sem saber muito porque? É bem possível que essa sensação já tenha se
manifestado em um momento crucial de sua carreira, quando era preciso apresentar
uma solução definitiva no último minuto. O fato é que a intuição atua sim na sua vida
profissional, mas a maioria das vezes é a razão. Os métodos racionais permitem
quantificar ou validar teorias.
Decisões que aparentemente são rotineiras tornam-se cruciais pelas
conseqüências que podem trazer ao ambiente do trabalho. A contratação de um
funcionário, caso não faça a escolha mais adequada, ou mesmo um processo de
demissão malfeito podem provocar grandes problemas. Num ambiente de trabalho
lidamos com pessoas e nem sempre dá para ser unicamente racional, mas deve-se
tentar pois, envolve gente.
Um profissional que não possa encontrar o melhor balanço entre os
quocientes da razão poderá estar incorrendo em perdas terríveis de dinheiro ou
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tempo. Grande parte das decisões mais importantes precisará desse atributo. Não
se pode imaginar nenhum funcionário, por exemplo, agindo sem razão.
2. Projeção
Não basta apenas oferecer chances reais ( e para a maioria dos funcionários)
de ascensão dentro da organização para obter a cotação máxima. O banco tem de
dar apoio e suporte para que o pessoal se desenvolva e aumente sua
empregabilidade tanto dentro quanto fora de suas fileiras. E isso só é possível se
houver investimentos consistentes em treinamento, mobilidade interna e
aproveitamento da prata da casa na hora das promoções.
No começo desse ano, o Bradesco foi o primeiro banco a oferecer Internet
grátis a seus clientes. Como é que o velho e conservador Bradesco tenha saído na
frente numa jogada de marketing arrojada como essa? A resposta é que o Bradesco
mudou muito nestes últimos anos. “Superação, coragem, trabalho, pionerismo e
determinação são nossos valores”, diz um gerente.
“Queremos criar um produto novo por dia.” para alcançar tal grau de
motivação, o Bradesco tem aliado investimento em pessoas.
O Bradesco nunca contrata, por exemplo, um gerente de agência. Eles são
sempre formados e preparados na casa. Por causa disso, tem atraído jovens e
talentosos profissionais interessados em fazer carreira.
3. Prudência
Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.
A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e
difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a
maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. a prudência é
indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos
apressados e as lutas ou discussões inúteis.
Outro ponto a favor do Bradescão: desde 1986, o banco fechou 100.000
vagas, sem promover demissão coletiva. Agiu devagar, conservadoramente. Mas
ganhou a agilidade de um leão.
Ele teve a prudência de saber esperar o último momento para demitir alguém.
Em vista desse exemplo, selecionamos algumas atitudes que acreditamos
fazerem parte dessa característica, que tanto os chefes como seus subordinados
devem seguir em um banco:
Não ser acusador. Ter amigos. Ser prático. Não ser um registro de faltas
alheias. Nunca se queixar. Pensar duas vezes. Não ser inacessível. Possuir a
arte de conversar. Falar com prudência. É mais importante não errar nenhuma
vez que acertar cem vezes. Ter reservas em todas as circunstâncias. Não
competir com quem não tem o que perder. Sem mentir, não dizer todas as
verdades. Um pouco de audácia com todos é uma importante prudência. Não ser
muito cerimonioso. Elogiar os ausentes. Ter uma idéia exata de si mesmo e suas
possibilidades. Saber estimar. Conhecer sua boa estrela. Ter algo que desejar.
Começar o fácil como se fosse difícil e o difícil como se fosse fácil Saber utilizar o
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desprezo. Ter autocontrole. Não se deixar levar pela primeira impressão. Ser um
pouco negociante. Saber pedir. Não compartilhar segredos com o superior.
Saber criar dívidas de gratidão. Em certas ocasiões, raciocinar de forma não
usual. Não dar nunca satisfação a quem não a peça. Não ser o último que chega.
Saber esquecer. Não ser o único a criticar aquele que a maioria gosta. Não
chamar nunca a atenção. Não responder a quem nos contradiz. Obter aprovação
dos inteligentes. Utilizar a ausência. Ser inventivo, mas controladamente. Não ser
intrometido. As qualidades pessoais devem superar as obrigações do cargo.
Moderação ao julgar.
CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
AGUILAR, Francis J. A ética nas empresas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
1996.
MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural.
Edições, 1984.
NASH, Laura L. Ética nas empresas. São Paulo: Makron Books, 1993.
SINGER, Peter. Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
TOFFLER, Barbara Ley. Ética no trabalho. São Paulo: Makron Books, 1993.
Guia exame 2000. As melhores empresas para você trabalhar.
Revista exame. Ano 31. Nº 09. 22/abril/98