INPE
São José dos Campos
2003
528.711.7
MAIA SANTOS, J. S.
Análise da paisagem de um corredor ecológico na Serra
da Mantiqueira / J. S. Maia Santos - São José dos Campos:
INPE, 2002.
174.. - (INPE-9553-TDI/829).
Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força aquele que
passa pela provação, dai a luz aquele que procura a verdade, ponde no
coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o
repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o
guia, ao órfão o pai.
Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criaste.
Piedade, senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para
aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos espíritos
consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-
nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as
lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só
pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços
abertos oh bondade! oh Beleza! oh Perfeição! E queremos de alguma
sorte merecer a Vossa misericórdia.
Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós;
dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade
que fará de nossas almas o espelho onde deve refletir Vossa Imagem.
Em memória à meus pais, José Alfredo Maia
e Vera Sant’Ana Maia, pelo amor, pela fé e
pela esperança, eternamente...
Dedico
Aos professores Antônio Miguel Vieira Monteiro e Júlio César Lima D’Alge pelos
preciosos auxílios na busca de soluções para várias dificuldades encontradas durante o
desenvolver deste trabalho.
Aos amigos Eliana, Fernando, Norton, Patrícia, Renato, Roberto, Waldiza e a todos da
turma 2000 pela companhia nas noites insones, passadas ao lado de Schowengerdt,
Mather, Neter, Burrough e tantos outros
À minha Avó Rita, exemplo de vida, fé, coragem e amor, e aos meus tios Juscelino,
Elza e Otacílio e minha prima Rita Ariela, pelo carinho com o qual sempre estiveram ao
meu lado.
Aos amigos de todas as horas, Angela, Dª Elza, Fátima, Cristina e tantos outros que
tornam minha lista infinita e meu coração feliz.
À amiga Luciana, que surgiu no momento em que menos se esperava e continuou por
toda a vida.
Aos meus queridos sogros, Tomé e Mariza, por me acolherem como filha em seus
corações.
A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram em todas as etapas deste trabalho.
RESUMO
ABSTRACT
The long history of conversion of the forest land cover into agricultural land that took
place in Southeastern Brazil resulted a landscape where the natural vegetation cover is
reduced to patches with different sizes and spatial pattern. The fragmentation of the
vegetation cover causes many deleterious effects to biological populations which
depend on this habitat, such as population subdivision, increasing inbreeding rates and
consequent genetic erosion, reduced resistance to disturbance and risk of local
extinction. There are many initiatives to mitigate the consequences of habitat
fragmentation, among which the maintenance or implementation of ecological corridors
is one the proposals to reduce the loss of biological diversity. Ecological corridors are
strips of natural habitat which connect habitat patches, allowing gene flux among
patches and increasing the viability of biological populations. The objective of this work
is to evaluate the hypothesis that the Brazilian legislation for land ordinance, the
Brazilian Forest Protection Act, could maintain the existence of corridors and improve
their functions as habitat and promoters of gene flux. The evaluation of the proposed
hypothesis was made through the analysis of the impact of the application of some land
cover regulation stated in the Forest Protection Act on the quality of the landscape of
the crest of Mantiqueira Range as an ecological corridors between the Itatiaia National
Park (INP) and States Park of Campos do Jordão (SPCJ) The present landscape of the
region of the crest of Mantiqueira Range was stratified into seven forest fragments with
size suitable for wildlife conservation, seven corridors, of which one represents an
interruption in the SPCJ-INP corridor and six are narrow forest strips. A transition area
between the SPCJ and a forest fragment was also discriminated. An alternative scenario
was built in which some of the land cover regulation stated in the Brazilian Forest
Protection Act simulating a landscape where the areas adjacent to the to the polygons of
the present SPCJ-INP are in agreement with the Forest Protection Act. It was observed
that the interruption in the SPCJ-INP corridor is no longer present in the alternative
scenario and that habitat quality of the fragments and mainly of the corridors are
significantly improved. The results confirms the hypothesis that the observation the
regulations of the Forest Protection Act can maintain and enlarge the area of existent
native vegetation between PECJ and PNI, besides allowing the connection of fragments
that are presently apart.
SUMÁRIO
Pág.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1.1 - Objetivos........................................................................................................ 28
1.1.1 – Objetivos específicos .................................................................................. 28
1.2 - Justificativa .................................................................................................... 29
4.2.1 – Imagem Landsat – Banda TM5 apresentando boa distinção entre floresta e
campo, porém com intenso sombreamento pelo efeito de iluminação........ 85
4.6.2 – Estado Normativo das bacias hidrográficas dos rios A) Bacia hidrográfica
do rio dos pilões, B) Bacia hidrográfica do ribeirão Passa-Quatro e C)
Bacia hidrográfica do rio Passa-Quatro..................................................... 101
4.7.15 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área de transição. ... 131
4.7.16 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PECJ. ........ 133
4.7.17 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PNI. .......... 135
LISTA DE TABELAS
3.3.1 – Valores extraídos de Chavéz Jr. (1998) para o cálculo do modelo a ser
utilizado para o subtração dos níveis de cinza (tm3 e tm4). ....................... 72
4.5.1 – Análise tabular da adequação das normas do código florestal para a área de
estudo....................................................................................................... 92
INTRODUÇÃO
Dentro dos três níveis de organizações, foram criados duas prioridades para a
conservação biológica (MMA, 2000):
23
Neste contexto, as florestas tropicais possuem a maior diversidade e complexidade
conhecida, possuindo riquezas taxonômicas em qualquer nível (espécies, gênero e
famílias) e relações de interdependência (Ricklefs, 1996). No caso do Brasil, existem
dez complexos vegetacionais distintos que podem ser divididos em dois grupos e
constituem duas grandes unidades fitogeográficas, os conjuntos vegetacionais
homogêneos, englobando a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica, e os conjuntos
vegetacionais heterogêneos, que engloba o Cerrado, a Caatinga, o complexo de Cocais,
o Pantanal, a Restinga, o complexo de Pinheirais e os campos do Alto Rio Branco e da
Planície Rio-Grandense. Somente a unidade de conjuntos vegetacionais homogêneas é
classificada como Floresta Tropical, possuindo a Província Amazônica e a Província
Atlântica, ou Mata Atlântica (Rizzini, 1979).
A Mata Atlântica localiza-se sobre uma imensa cadeia montanhosa que estende-se
desde o Rio Grande do Sul ao Nordeste e por toda a área costeira ao longo do Oceano
Atlântico. Sua área de domínio concentra-se nas Serras da Mantiqueira e do Mar, as
quais englobam os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo
(Rizzini, 1979).
24
Somente no Estado de São Paulo, a Mata Atlântica abriga 326 espécies de aves, o que
representa 44,1% do total de espécies conhecidas no Estado e, além da alta riqueza de
espécies, o número de espécies sob risco de extinção nesse bioma é expressivo, o qual
inclui a Mata Atlântica como sendo o habitat de uma das avifaunas mais ameaçadas do
planeta (Silva, 1998; Pacheco e Bauer, 2001).
A Mata Atlântica, segundo dados históricos (Dean, 1997), vem sofrendo fortes pressões
antrópicas desde a colonização, o que resultou em um extenso desmatamento, cujo
início se deu com a coleta desordenada e em grande escala do pau-brasil em faixas
litorâneas do Nordeste. Após o ciclo do pau-brasil, outros ciclos econômicos causaram a
perda da cobertura florestal na Mata Atlântica.
A taxa anual de desmatamento até 1998 era de 5,76% ao ano e, da vegetação original da
Mata Atlântica, restavam apenas 152.702 km2, correspondendo a 12% da área total
(Fundação SOS Mata Atlântica / INPE / IS, 1998). A floresta encontra-se fragmentada,
onde, a maioria dos fragmentos concentram-se em áreas íngremes e elevadas pela
dificuldade de acesso e impossibilidade de implantação de atividades agropecuárias.
25
As conseqüências primárias da fragmentação de habitats são 4: (1) perda de espécies da
fauna e flora nativas da região, muitas vezes endêmicas, (2) invasão de espécies
exóticas desequilibrando relações como competição e predação, (3) inicio do processo
de erosão do solo, e (4) diminuição da qualidade e disponibilidade de água (Collinge,
1996)
26
um eixo que liga os dois maiores centros urbanos do país, Rio de janeiro e São Paulo,
além de ser uma região intensamente industrializada e com alta densidade populacional.
A implantação de corredores em larga escala é uma das muitas propostas de ação que
visam reduzir e/ou contornar as conseqüências da fragmentação e, apesar do assunto ser
muito controverso entre os pesquisadores atuais, corredores ecológicos são uma das
soluções para a intensiva perda de diversidade biológica. Esses corredores seriam
capazes de promover ligações entre os fragmentos permitindo o fluxo gênico e, apesar
das divergências de opiniões a respeito da eficiência dos corredores, as discussões
convergem para o fato de que cada caso é um caso único e específico, com sua própria
dinâmica, e que a existência de qualquer corredor deve ser preservada, visando sempre
o aumento dessa vegetação. (Simberloff e Cox, 1987; Noss, 1987; Simberloff et al.,
1992; Metzger, 1999;)
27
de Preservação Permanente (APP), ou seja, áreas que não poderiam ser desmatadas em
hipótese alguma, as florestas e demais formações de vegetação naturais situadas:
1) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, com uma largura mínima de 30
metros em cada margem;
2) Nas nascentes e nos chamados olhos d’água qualquer que seja sua situação
topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura;
O Código Florestal também determina como Áreas de Uso Restrito (AUR) as florestas
situadas em áreas de inclinação entre 25º e 45º, nas quais só é permitido a exploração
sob plano de manejo e a extração sob regime de utilização racional visando o
rendimento permanente.
1.1 - OBJETIVO
28
2) Caracterizar os elementos da paisagem da região da Serra da Mantiqueira entre o
PNI e o PECJ na sua constituição atual;
1.2 - JUSTIFICATIVA
O Código Florestal foi criado em 1965, com o intuito de preservar o meio ambiente e,
prevenir e corrigir os danos causados pelo desmatamento. A transgressão ao Código
Florestal é fruto, entre outras coisas, da limitação tecnológica para verificar sua
aplicação, o que diz respeito principalmente a falta de metodologias adequadas e de
capacitação humana para a eficiente aplicação das metodologias existentes.
29
30
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Outro fator negativo, que dificulta o andamento das pesquisas na área da conservação
biológica, é a multidisciplinaridade que envolve a questão, impossibilitando a existência
de uma padronização nas técnicas científicas e nos termos utilizados pelos profissionais
atuantes. Este fato favorece a rivalidade entre as diferentes disciplinas e corrobora, por
exemplo, com a falta de métodos adequados para descrever as estruturas físicas e
funcionais da paisagem (Hobbs, 1997).
Com relação a conservação, existem discussões a respeito de qual seria o modelo ideal
de conservação. Inicialmente imaginou-se que o modelo ideal seria a manutenção de
grandes unidades de conservação, dispersas geograficamente de modo a manter
populações viáveis e representativas da biota, os quais seriam reservas biológicas
protegidas por lei, como Parques Estaduais ou Nacionais (Cox e Moore, 1985; Hansson
e Angelstam, 1991).
31
maiores com desmatamentos, queimadas, caças e fragmentação (Bruner et al., 2001;
Sánchez-Azofeifa et al. 1999)
Para uma floresta temperada imagina-se que a área mínima de um fragmento capaz de
manter a biodiversidade deveria variar de 1.639 a 19.541 ha, com uma média de 7.428
ha (Cornelius et al., 2000).
32
Outro fator crítico no modelo de Unidades de Conservação é tamanho do fragmento,
onde, em alguns casos, fragmentos pequenos eram muito pobres em diversidade, ao
passo que a riqueza de espécies e a complexidade das relações inter e intra especificas
aumentavam significativamente com o tamanho do fragmento (Freemark e Merriam,
1986; Collinge, 1998; Chiarello, 1999; Tabarelli et al.,1999; Cornelius et al., 2000).
33
metodologia ganhou o apoio oficial de autoridades locais no início de 1990 e, dessa
forma, iniciou-se a implantação de corredores artificias que pudessem promover a
conexão entre os biocentros de vida silvestre (Kubes, 1996).
34
do fluxo de animais, pólen e/ou sementes, a diminuição da diversidade biológica, o
isolamento de populações, a redução da escala de recursos disponíveis, o aumento e a
intensificação do efeito de borda no ecossistema, a perda do patrimônio genético das
espécies, entre outros (Noss, 1987; Metzger, 1999; Dário, 1999).
A paisagem fragmentada pode ser analisada como um mosaico formado pela matriz
antropizada e por elementos de habitat, manchas e corredores determinando um padrão
espacial da paisagem para cada região (Forman, 1995).
35
A escassez de recursos em um ambiente fragmentado exige que cada população busque
ampliar sua escala de utilização e, dessa forma, passe a colonizar locais com
disponibilidade de recursos, caso não exista a possibilidade de colonização a população
será reduzida (O’Neill, et al. 1988a; O’Neill, et al. 1988b)
O grau de prejuízos causados pela fragmentação irá depender de uma série de fatores,
ou seja, dos atributos espaciais e ecológicos. Entre estes atributos, temos o efeito de
borda, que é específico para cada caso e pode acarretar uma série de distúrbios
ecológicos como aumento da temperatura e diminuição da umidade. Outros atributos
importantes seriam a área, a forma e a relação perímetro/área do fragmento, onde estes
três fatores estariam fortemente relacionados com o grau de perturbação causado pelo
efeito de borda. A conectividade entre os fragmentos, a heterogeneidade de habitats e o
contexto ao qual o fragmento está inserido também interferem e determinam se os danos
serão amenos ou irreversíveis (Collinge, 1996).
Com relação especificamente ao efeito de borda, este atributo pode variar em tamanho
dependendo de uma série de fatores, como o tempo de isolamento do fragmento, a
36
forma do polígono, o tamanho do polígono, o tipo de matriz circunvizinha, a intensidade
de interferência antrópica, etc. Da mesma forma, os distúrbios ecológicos causados pelo
efeito de borda irá depender dos fatores citados acima e do grau de interferência desses
fatores na borda do fragmento.
Outros autores assumem como largura de borda valores que variam de 50 a 300 metros
(e.g. Collinge, 1996; Flaspohler et al., 2001). Estes valores são um tanto subjetivos pois
são apresentados sem medições precisas de condições físicas e levantamentos de
abundância e diversidade de espécies, como é o caso de Skole e Tucker (1993) que
propõem 1 Km para o alcance do efeito de borda na região amazônica.
37
(Metzger, 1999). Um habitat fragmentado é um habitat com quantidade limitada de
recursos que obriga os indivíduos a emigrarem do fragmento ou, na impossibilidade de
movimentação para fora do habitat, implica num aumento das competições intra-
específicas diminuindo o número de indivíduos dentro da população (Cornelius et al.,
2000).
Uma das razões para o declínio das populações é a fragmentação do habitat, podendo
levar pequenas populações locais à extinções, devido a estocasticidade demográfica ou
ambiental (Ricklefs, 1996). Assim, algumas espécies podem (temporariamente) ficar
ausentes nos fragmentos que parecem ser habitats satisfatórios, porém, estes fragmentos
têm uma probabilidade de ser recolonizado, mas se o grau de fragmentação é grande, a
taxa de extinção pode exceder a taxa de colonização e as espécies podem ficar extintas
na área (Verboom et al., 1991).
38
e inerentes a sua área, disposição espacial e/ou forma (Forman, 1995; Hobbs, 1997; Putz
et al., 2001). A estrutura da paisagem é de suma importância para a conservação de
populações biológicas, pois dela depende a dinâmica de populações (Metzger, 1999;
Turner, 1989).
39
Os fragmentos de habitats naturais, inseridos na matriz, representam o meio natural
propício à sobrevivência das populações silvestres (Metzger, 1999). Os efeitos relativos
ao tamanho do fragmento é uma das determinantes importantes para a manutenção da
população, pois deles depende a sobrevivência de um número mínimo viável de
indivíduos (População Mínima Viável-PMV) (Forman, 1995; Collinge, 1996; Chiarello,
1999). A PMV é o número de indivíduos capaz de manter a variabilidade genética e
evitar uma extinção estocástica ao longo de um período relativamente extenso (Ricklefs,
1996). Nos casos de fragmentos relativamente pequenos, as populações que deles
dependem tendem a entrar em declínio com conseqüente extinção local (Metzger,
1999).
40
Simberloff e Cox (1987) propõem quatro funções principais para os corredores: a)
habitat para algumas espécies; b) meio para a movimentação de indivíduos entre
fragmentos; c) barreira semi-permeável que separa áreas da matriz e, d) fonte de fatores
bióticos e abióticos para a matriz circunvizinha.
Além das funções designadas aos corredores, estes também podem apresentar formas
distintas como: a) corredores em linha, formado exclusivamente por habitat de borda,
portanto ocupado apenas por espécies típicas de borda; b) corredores em faixa, podendo
conter habitats e espécies tanto de borda como de interior dependendo de sua largura e
c) corredores de mata ciliar, o qual possui um ecossistema peculiar de espécies
ribeirinhas, mas que também permite o fluxo de espécies de interior e borda (Forman,
1983).
Outro fator importante em um corredor ecológico é a sua qualidade, que irá depender do
tamanho, da largura e do grau de cobertura que possui. Henein e Merriam (1990)
avaliaram a importância da qualidade de corredores através de modelagem de
populações e revisão da literatura. Desta avaliação verificou-se que um corredor com
alta qualidade (bastante largo e com cobertura vegetal em fases sucessionais adiantadas)
é ideal para a propagação do fluxo de espécies. Os autores também concluíram que a
existência de um corredor de baixa qualidade (estreito ou com cobertura vegetal
perturbada) é melhor que a ausência de conexão entre os fragmentos.
Apesar das muitas utilidades dos corredores, não existe respaldo científico para afirmar
que os corredores podem evitar a extinção ou até mesmo preveni-la, embora alguns
trabalhos já tenham conseguido demonstrar que em muitos casos os corredores são
utilizados como canal de fluxo para algumas espécies (Tischendorf et al., 1998;
41
Machtans et al., 1996). Wike et al. (2000) comprovaram a eficácia de corredores de
vegetação ribeirinha como promotores de fluxo de pequena escala de indivíduos de
populações de pequenos mamíferos.
Vantagens:
42
Desvantagens:
43
No Brasil, a caracterização de áreas de prioridade para conservação abrange projetos
que se concentram em áreas de grande diversidade no país. Estas áreas seriam a
Amazônia e a Mata Atlântica (IESB/CI, 2000).
Simberloff e Cox (1987) afirmam que não há mais tempo viável para testar a eficácia
dos corredores, tamanha a necessidade de fluxo gênico entre os fragmentos existentes e,
na incerteza, aconselham a manter e restabelecer todos os tipos de corredores naturais já
existentes.
O Código Florestal foi criado com o intuito de preservar o meio ambiente e, prevenir e
corrigir os danos causados pelo desmatamento e, segundo a Lei nº 4.771, de 15 de
setembro de 1965, alterada pela Lei nº 7.802, de 18 de julho de 1989 e pela Resolução
44
nº 302, de 20 de março de 2002 (Brasil, 2002). Apresenta-se o texto da Lei e a
possibilidade de auxiliar sua implementação com Sensoriamento Remoto e Sistema de
Informação Geográfica:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto
em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação da Lei nº 7.803 de
18.7.1989)
45
4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; (acrescentado pela
Lei nº 7.511, de 7.7.1986 e alterado pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
46
A detecção de transgressões ao Código Florestal em relação ao artigo 2c requer a
análise da informação cartográfica da rede de drenagem, extraindo os pontos referentes
às nascentes dos corpos d’água, associado ao mapeamento da cobertura da terra com o
uso de dados de sensoriamento remoto com resolução adequada. A Área de Preservação
Permanente (APP) pode ser determinada a partir do fatiamento de um mapa de distância
da rede de drenagem e o tipo de cobertura encontrado na faixa de preservação pode ser
obtido do cruzamento do mapa de APP com o mapa de cobertura da terra (Siqueira,
1999).
Define-se como:
47
• Base de morro, monte ou montanha – plano horizontal definido por
planície ou superfície de lençol d’água adjacente ou nos relevos
ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor.
48
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja
a vegetação. (Redação da Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
49
§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao
regime de preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei.
No caso de Áreas de Uso Restrito com declividade entre 25º 45º, como descrito no
artigo 10, a detecção da transgressão do Código Florestal é realizada com o auxílio da
altimetria da área de estudo para obtenção de uma grade retangular de declividade em
graus, a qual será fatiada em classes temáticas de interesse e integrada a uma imagem
classificada para determinar as áreas em que ocorrem o desmatamento dentro das Áreas
de Proteção Permanente (Siqueira, 1999).
50
Dessa forma, a função da correção geométrica é de eliminar os efeitos inseridos nos
dados de satélites durante sua aquisição, proporcionando assim, uma imagem digital de
sensoriamento remoto com integridade geométrica de um mapa, no qual cada objeto da
superfície terrestre representado na imagem possuirá uma associação com um sistema
de coordenadas geográficas da superfície terrestre real.
Segundo Richards (1995) existem duas formas de corrigir os vários tipos de distorções
citados acima. A primeira forma de correção, seria através de técnicas que modelassem
a superfície da Terra e utilizassem esses modelos para corrigir matematicamente as
imagens desejadas. Porém tais técnicas só seriam viáveis quando as distorções a serem
corrigidas fossem devidamente identificadas. Esse tipo de correção é utilizada para o
tratamento inicial de imagens orbitais, possibilitando que o usuário adquira uma
imagem previamente corrigida, uma vez que para o usuário tais técnicas seriam
demasiadamente complexas.
51
referenciamento. Esse valores são reamostrados através de interpoladores (Lillesand e
Kiefe, 1994; Richards, 1995; Schowengerdt, 1997), tais como:
52
O espalhamento atmosférico pode ser explicado por dois modelos distintos, o
espalhamento Rayleigh e o espalhamento Mie (Slater, 1980; Mather, 1999).
53
2.4.3 – GERAÇÃO DE IMAGEM COM EFEITO DE ILUMINAÇÃO
ATENUADO
A topografia da área imageada impõe uma impressão visual de relevo causado pela
variação da irradiância em superfícies inclinadas comparadas com superfícies
horizontais, em função da orientação da superfície em relação à posição do sensor e da
fonte solar (Holben e Justice, 1981).
54
A classificação supervisionada é precedida por uma fase de treinamento, quando o
usuário seleciona amostras representativas das classes que a serem discriminadas. O
conjunto de amostras selecionadas permite estimar os parâmetros estatísticos da função
densidade de probabilidade de nível de cinza de cada classe, os quais serão usados na
definição de critério para atribuir os demais pixels da imagem às classes definidas na
fase de treinamento.
55
• Decisão Bayesiana – O pixel á atribuído a uma determinada classe caso a sua
célula do vetor de número digital no espaço de atributos tenha probabilidade de
pertencer a esta classe maior do que a de pertencer às demais classes. A função
de densidade de probabilidade de cada classe é pré-determinada na fase de
treinamento.
56
2) Cada cela padrão é comparada com suas celas vizinhas para determinar suas
semelhanças, caso sejam semelhantes, as celas se fundem para forma um
fragmento que será atualizado e novamente utilizado na comparação;
3) O agrupamento de celas continua até que não haja mais celas adjacentes e
semelhantes, então todas as regiões detectadas serão rotuladas;
2.5 – GEOPROCESSAMENTO
Assim, geoprocessamento tem a função de uma ferramenta potente utilizada nos mais
diversos campos do conhecimento para auxiliar a análise, interpretação e compreensão
de condições, localizações, tendências, roteamentos, padrões e modelos.
O termo Modelo Numérico de Terreno (MNT) tem sido utilizado para representar de
forma quantitativa, algumas grandezas que variam continuamente no espaço e que
podem estar associadas com a altimetria. O MNT também pode ser utilizado para
modelar grandezas geoquímicas como teor mineral, propriedades do solo, teor de
matéria orgânica, acidez ou condutividade elétrica.
57
Burrough e McDonnell (1998) e Câmara e Medeiros (1998b) citam alguns exemplos de
aplicações que podem ser executadas utilizando o modelo numérico de terreno:
58
triangulares justapostas. Cada vértice da face triangular armazena as
coordenadas de localização (x, y) e o atributo de elevação (z).
Para a geração de MNT, tanto da grade regular como do TIN, são utilizadas curvas de
nível cotadas e pontos cotados representados por isolinhas e pontos, respectivamente.
Os valores existentes em uma determinada malha de isolinhas e pontos são interpolados
através de cálculos matemáticos. Os dados utilizados para a geração de isolinhas e
pontos podem ser obtidos através da digitalização de cartas topográficas ou através de
valores coletados diretamente em campo, formando uma representação em amostras. A
grade regular pode ser gerada a partir da interpolação entre as amostras ou a partir do
TIN, porém o TIN, por sua vez, é gerado somente a partir de amostras.
Com relação à altitude, o fatiamento é feito a partir da grade regular do MNT, a qual
será dividida em fatias que posteriormente serão associadas às classes de interesse.
59
um ponto de interseção entre duas ou mais linhas, correspondente ao ponto final ou
inicial de cada linha.
60
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
A área de estudo está situada entre o Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ), e o
Parque Nacional do Itatiaia (PNI). Ao longo da crista da Serra da Mantiqueira existe um
corredor de vegetação nativa e interligando as duas Unidades de Conservação (Figura
3.1.2).
61
Fig. 3.1.2 – Área de estudo abrangendo a crista da Serra da Mantiqueira.
O Parque Estadual de Campos do Jordão, criado pelo Decreto nº 11.908/41, possui uma
área total de 8.386 ha e sua vegetação predominante classifica-se como Floresta
Ombrófila Mista, também conhecida como Mata de Araucária ou Pinheiral, sendo
exclusivo do Planalto Meridional Brasileiro e algumas áreas isoladas nas Serras do Mar
e da Mantiqueira, possui também áreas de vegetação classificadas como Floresta Pluvial
Montana (Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Ombrófila Aberta) e áreas de Campos
de Altitude (IBGE, 1993; Brito, et al., 1999; MPESP, 2000).
O Parque Nacional de Itatiaia foi o primeiro parque a ser criado no Brasil através do
Decreto nº 1.713 de 14 de junho de 1937 com uma área total de 12.000 ha. A vegetação
predominante é classificada como Floresta Pluvial Montana (Floresta Ombrófila Densa
ou Floresta Ombrófila Aberta), que revestem as serras entre 800 e 1.700 metros de
altitudes, possui áreas cuja vegetação classifica-se em Floresta Ombrófila Mista e nas
áreas acima de 1.700 metros encontram-se os Campos de Altitude (IBDF/FBCN, 1982;
Rizzini, 1979; MPESP, 2000).
62
A porcentagem de desmatamento em toda a área de estudo é bastante alta, porém a
existência de sete fragmentos florestais contínuos torna a região estudada uma área em
potencial para a conexão das Unidades de Conservação e para o aumento do fluxo
gênico e de habitats, formando um grande corredor entre o PECJ e o PNI.
3.2 – MATERIAIS
63
5) Aplicativo SPRING versão 3.5 e 3.5.1 para WINDOWS.
3.3 – METODOLOGIA
1.1. Georreferenciamento.
2. Processamento de Imagem.
64
1.1. Digitalização de dados cartográficos.
1.1.2. Hidrografia.
65
PROCESSAMENTO DE
IMAGEM
"Imagem
Landsat-TM
Órbitas ponto
218/76
Georreferenciamento da
Imagem
Correção
Atmosférica
Atenuação do
efeito de
iluminação
Segmentação
Imagem
Imagem Landsat-TM
segmentada
Cobertura final
"Imagem
Imagem Landsat-TM
Classificada
Estratificação visual
dos elementos da
paisagem
mapeamento
66
PROCESSAMENTO DE DADOS
CARTOGRÁFICOS
Digitalização de
dados
Altimetria Altimetria
Hidrografia
Curva de nível Pontos Cotados
Rios de 1ª a 6º
ordem
Geração de
grade triangular Hidrografia
Rios
Altimetria
Grade triangular
Mapa de
distância –
Geração de “buffer” de 30 m
grade regular
“buffer”
Altimetria
Grade de
Grade regular Fatiamento distância
Geração de Fatiamento
declividade
Declividade
Grade Retangular
declividade em graus
Fatiamento para
classes temáticas
LEGAL
Integração dos dados
Código Florestal
Mapa Temático –
Normas do Código Florestal -
integrado
67
CRUZAMENTO DE DADOS DE SENSORIAMENTO
REMOTO COM DADOS CARTOGRÁFICOS
Cobertura da Terra
Mapeamento da classificação LEGAL
não-supervisionada com Cruzamento dos dados
respaldo no conhecimento da cartográficos com
área de estudo Cobertura da Terra
LEGAL
Integração dos dados
Código Florestal
Mapa Temático –
Avaliação do Estado Normativo da
Cobertura da Terra - integrado
Cobertura da Terra
Edição e interpretação
Elementos da Paisagem visual dos elementos da
atual paisagem alternativa
Cobertura final
Elementos da Paisagem
alternativa
68
3.3.1 – CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ATUAL DA PAISAGEM DA
CRISTA DA MANTIQUEIRA
69
Para cobrir toda a área de estudo foram necessários o registro de duas Imagens com
órbita-ponto seqüenciais (218/76 e 218/75), uma vez que a cena do Landsat órbita-ponto
218/76 abrange a maior parte da área de estudo mas não cobre uma pequena faixa do
canto superior direito.
70
Fig. 3.3.4 – Imagem Landsat-TM, composição colorida R4G5B3 com os valores dos
erros em x e y dos pontos de controle utilizados no georreferenciamento.
A cena 218/75, por tratar-se de uma imagem com a órbita-ponto seqüencial à imagem
anterior, e por possuir uma boa área de sobreposição entre ambas, foi registrada
utilizando a cena anterior como referência para coleta de pontos de controle via tela,
com exceção do conto direito superior, no qual os pontos tiveram que ser coletados nas
cartas topográficas Passa Quatro e Agulhas Negras.
71
se os valores dos níveis de cinza para a banda 2, encontrando como valor mínimo o
nível de cinza 12.
O valor de níveis de cinza observados no histograma das duas bandas foram assinalados
na imagem e analisados quanto a distribuição de seus pixels para verificar se estavam
em áreas de sombra, com esse procedimento verificou-se a presença de valores ainda
menores assinalados em áreas sombreadas para a banda 1 (nível de cinza 34). Após a
verificação, os valores extraídos da análise do histograma foram utilizados para a
escolha dos modelos relativos de espalhamento, dos quais foram extraídos a média para
obter o valor a ser usado no cálculo de subtração dos níveis de cinza das demais bandas
(Figura 3.3.5). Este cálculo utiliza valores de offset específicos para cada banda, valores
estes obtidos em Chavez Jr. (1988) (Tabela 3.3.1)
72
Os valores utilizados no cálculo de offset foram obtidos pela média dos resultados das
bandas 1 e 2 e, a subtração foi realizada em ambiente SPRING, através da Linguagem
Espacial para Geoprocessamento Algébrico (LEGAL) (ver Apêndice A).
40
Valores mínimos de NC*
35
Valores médios de NC*
30
Potência (Valores médios de NC*)
25 Potência (Valores mínimos de NC*)
e4
20
15
10
5
0
0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85
* Níveis de Cinza
Fig. 3.3.5 – Gráfico do Modelo Relativo de Espalhamento com os valores mínimos dos
níveis de cinza encontrados nas bandas 1, 2, 3, e 4 e com os valores médios
calculados segundo Chavez Jr (1988).
73
Todas as análises de razão entre bandas foram realizadas atribuindo um fator de ganho,
igual a 20, e de offset, igual a 50.
De todas as imagens geradas pelo método de razão entre bandas a que apresentou
melhor resultado foi a razão da banda 4 pela banda 3 que, além dos fatores relevantes
utilizados na escolha, apresentou uma boa separabilidade entre as feições da imagem
com contrate entre áreas florestadas e não florestadas.
Após a segmentação foi realizada a classificação na qual foram testados vários limiares
de aceitação (99.9%, 99%, 95% e 90%) e optou-se por aquele que melhor conseguiu
74
distinguir as feições da imagem (99%), sendo que o principal objetivo foi a
identificação de florestas primária, florestas secundária, reflorestamentos,
pastos/agricultura e área urbana.
A distinção das classes pré definidas foi feita através de métodos de interpretação visual
de imagens que envolvem, entre os procedimentos de interpretação, a fase de leitura ou
identificação de objetos de interesse e a fase de análise ou estudo do relacionamento
entre os objetos ou feições que apresentem propriedades comuns.
75
Foram criados dois planos de informações, o primeiro contendo os polígonos referentes
aos fragmentos florestais e o segundo contendo os polígonos referentes aos corredores.
De cada plano de informação foram extraídos os parâmetros dos elementos da
paisagem.
Com relação ao efeito de borda, levou-se em consideração que este pode variar em
tamanho e no grau de distúrbios ecológicos causados, dependendo de fatores como o
tempo de isolamento do fragmento, a forma do polígono, o tamanho do polígono, o tipo
de matriz circunvizinha, a intensidade de interferência antrópica e o grau de
interferência desses fatores na borda do fragmento.
Portanto, a área sob o efeito de borda foi calculada considerando que este se estende até
100 metros a partir do limite do fragmento. Esse valor foi definido tendo como base os
resultados encontrados por Stevens e Hustband (1998) que analisaram o efeito de borda
sobre condições microclimáticas e populações de pequenos mamíferos em dois
fragmentos de Mata Atlântica, no Estado de Sergipe.
76
Os demais parâmetros foram obtidos através de opções disponíveis na interface gráfica
do SPRING.
Os dados cartográficos foram obtidos de fontes externas devido ao grande volume a ser
digitalizado, como curvas de nível de 20 em 20 metros e rede hidrográfica contendo rios
de 1º a 6º ordem, ambos referentes à oito cartas topográfica na escala de 1:50.000.
Com a avaliação feita pode-se verificar que alguns dos erros são inerentes às próprias
cartas topográficas, tais como os erros nos valores de cotas, os quais foram mais comuns
nas junções das cartas topográficas.
3.3.2.1.2 – HIDROGRAFIA
77
3.3.2.2 – GERAÇÃO DE MNT E DECLIVIDADE
As amostras de cota contidas nas curvas de nível foram convertidas em uma rede
triangular através da triangulação do tipo Delaunay, sem linha de quebra, com
tolerância de isolinha de 20 metros, distância entre pontos de isolinhas de 400 metros,
valor de menor aresta a ser gerada de 2 metros.
A Grade Regular, representando o MNT, foi gerada através do interpolador linear, com
a resolução de 30 m e utilizando a rede triangular como dado de entrada para realização
do processamento.
A Grade de Declividade foi gerada à partir da Grade Retangular com seus valores
representados em graus (0º a 90º).
Uma Grade de Distância foi gerada à partir da hidrografia com seus valores medidos em
metros. Esta grade foi em seguida fatiada em duas classes (>30m e <30m) para a
geração do Mapa de APP em margens de rios. Tal procedimento foi realizado tanto pela
interface gráfica do SPRING como pelo LEGAL para comparação dos resultados, sendo
estes, Pis contendo buffers de 30 metros a partir da linha dos rios. Os resultados gerados
pela interface gráfica e os resultados gerados pelo LEGAL foram idênticos
78
3.3.2.5 – GERAÇÃO DO MAPA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE E USO RESTRITO EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE
De posse dos mapas de Áreas de Preservação Permanente para altitudes acima de 1800
metros, margem de rios com buffer de 30 metros, declividades acima de 45º e do mapa
de Uso Restrito para declividades de 25º a 45º, foram realizado os cruzamentos com o
mapa de Uso da Terra para identificar as áreas do Código Florestal que se encontram
em transgressão. Tal cruzamento foi obtido através do LEGAL, de forma que as áreas
que pertenciam às normas do Código Florestal e coincidissem com áreas de Floresta
Primária ou Floresta Secundária, seriam classificadas como áreas preservadas e, as áreas
que pertenciam às normas do Código Florestal e coincidissem com áreas de pastagem,
seriam classificadas como áreas em desacordo com o Código Florestal.
Para cada norma do Código Florestal foi gerado um mapa para avaliação do estado
normativo da cobertura da terra, contendo as áreas preservadas e as áreas em desacordo
com o Código Florestal. Todos os mapas de normas do Código Florestal foram
integrados por operação de união em um único mapa para facilitar a análise do estado
normativo da cobertura da terra através de LEGAL. Em seguida foi realizada a
interseção deste mapa com o Mapa de Cobertura da Terra para a determinação de áreas
79
de APP e AUR com cobertura em desacordo com o Código e áreas com cobertura
adequada.
Para geração do cenário alternativo, realizou-se uma edição nos mapas que continham o
contorno dos fragmentos e corredores, interpretados para a geração do cenário atual.
Com o auxílio de Mapa do Estado Normativo da Cobertura da Terra, com todas as
normas do Código Florestal integradas, realizou-se uma interpretação visual com
posterior edição, na qual as áreas em transgressão ao Código Florestal, e que se
encontrassem adjacentes aos limites de fragmentos e corredores, eram agregados aos
mesmos, de forma a fazer parte do novo limite, posteriormente analisado como sendo o
limite dos fragmentos e corredores no Cenário alternativo.
A edição foi feita com o intuito de simular o impacto da observação do Código Florestal
sobre os elementos de paisagem analisados. Na Figura 3.3.6 pode-se observar a forma
como os polígonos foram editados para a criação do cenário alternativo. No cenário
alternativo as áreas editadas, que no cenário atual pertenciam a classe de
pasto/agricultura, foram considerada como sendo Floresta Secundária.
80
Cenário Atual
Limite do Cenário Atual
APP e AUR em desacordo com o CF
Limite do novo cenário após interpretação
81
borda sem a obtenção de dados bióticos ou abióticos, tornando-os um tanto subjetivos
(Collinge, 1996; Flaspohler et al., 2001; Skole e Tucker, 1993). Considerou-se também,
o tipo de ecossistema utilizado nos trabalhos de referência para extrapolar o tamanho da
borda da literatura para o presente trabalho.
82
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 4.1.1 apresenta a imagem Landsat TM3 original, com aspecto de névoa
causado pelo efeito aditivo da atmosfera, existente mesmo em condições atmosféricas
muito limpa, como é o caso da imagem utilizada no presente trabalho.
Fig. 4.1.1 – Imagem Landsat – Banda TM3 sem correção do efeito aditivo da atmosfera
apresentando efeito de névoa.
83
Fig. 4.1.2 – Imagem Landsat – Banda TM3 com correção do efeito aditivo da atmosfera.
A Figura 4.2.1 apresenta a banda TM5 da Imagem Landsat, na qual é nítida a separação
entre vegetação e campo, porém percebe-se que o efeito de sombreamento causado pelo
relevo acidentado da área de estudo é grande.
84
Fig. 4.2.1 – Imagem Landsat – Banda TM5 apresentando boa distinção entre floresta e
campo, porém com intenso sombreamento pelo efeito de iluminação.
85
Fig. 4.2.2 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através da transformação por
componentes principais – segunda PC da Banda TM3 pela Banda TM4.
86
Fig. 4.2.3 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através do processo de razão
entre bandas – razão da Banda TM4 pela Banda TM3.
87
4.3 – CLASSIFICAÇÃO DA IMAGEM
Pressão Antrópica
Pressão Antrópica
Com relação ao eixo Rio – São Paulo, observa-se, na parte inferior direita do mapa, o
mesmo padrão da fragmentação encontrado no sul de Minas Gerais, porém, no caso do
eixo Rio – São Paulo a matriz é composta por uma percentagem maior de áreas de
88
pastagens e cultivo, sendo que as áreas ocupadas pelas cidades também são maiores,
demonstrando uma maior urbanização.
A Tabela 4.3.1 apresenta os valores das áreas de cada classe de cobertura da terra e, em
uma análise geral, verifica-se que 65% da área de estudo encontra-se destinada a
plantios e pastagens, 72% estão desmatadas e fazem parte de uma matriz que contém
áreas urbanas, pastagens, áreas agrícolas e reflorestamentos de eucaliptos. Com relação
a florestas primárias, apenas 22% da área de estudo encontra-se preservada, onde a
maior parte de vegetação nativa encontra-se localizada na crista da Serra da
Mantiqueira.
89
Com relação à área de transição, esta obteve tal denominação por ser uma área com
grande potencial para formar um fragmento, porém com grande perturbação antrópica.
Com relação aos polígonos referentes aos corredores, três corredores apresentam áreas
muito pequenas, o corredor 6, com 2,5 km²; o corredor 5, com 3,5 km²; e o corredor 3,
com 4,5 km². Entre os demais corredores, destacam-se os corredores 1 e 7 como sendo
os maiores, o primeiro com 35,1 km² e o segundo, com 43,3 km² (Tabela 4.4.1).
90
Em uma análise do contexto da paisagem, pode-se comparar a disposição de polígonos
encontrada no presente trabalho com exemplos discutidos em Jordán (2000), que analisa
a disposição dos polígonos que pode ser em forma de cruz, círculo ou linha. No formato
de cruz ou circulo, um mesmo fragmento pode possuir dois ou mais corredores
conectando-o a outro fragmento. Porém, no formato de linha, como ocorre no contexto
da paisagem da área de estudo, a probabilidade de isolamento total entre os fragmentos
extremos é muito maior, pois cada fragmento possui um único corredor conectando-o a
outro fragmento (Jordán, 2000), como acontece com o PECJ e o PNI.
91
Código Florestal. Através dos mapas gerados foi possível a extração de dados como o
cálculo da área preservada e da área em desacordo com o Código Florestal.
A análise integrada das classes permite verificar que 39% da área de estudo pertence a
áreas de preservação permanente e uso restrito analisadas no presente trabalho. O valor
para a somatória das classes, de 44% da área de estudo, indica que existem áreas onde
as classes se sobrepõem e, por esse motivo, a percentagem encontrada na análise
integrada das classes foi menor (Tabela 4.5.1).
As classes que possuem maior área em desacordo com o Código Florestal são: margem
de rios, com 68% da área da classe em desacordo; área de uso restrito, com 40% da área
92
da classe em desacordo. Em análise integrada, 52% da área total das classes analisadas
encontra-se em desacordo com o Código Florestal (Tabela 4.5.1).
Na Figura 4.5.1 observa-se as APP acima de 1800 metros de altitude, totalizando uma
área de 448,48 km², o que representa 8% da área de estudo (Tabela 4.5.1). Através de
uma análise de área do estado normativo da cobertura da terra, feito sobre a Figura
4.5.1, pode-se concluir que 95% (425,88 km²) das áreas encontradas acima de 1800
metros de altitude encontram-se preservadas, possuindo Mata Atlântica e Campos de
Altitude e, 5% (22,59 km²) encontra-se em desacordo com o Código Florestal, ou seja,
sofreram algum tipo de perturbação antrópica.
93
4.5.2 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM FUNÇÃO DA
DECLIVIDADE
94
4.5.3 – ÁREA DE USO RESTRITO EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE
As Áreas de Uso Restrito situadas em declividades entre 25° e 45º podem ser
observadas na Figura 4.5.3 e, através da tabela 4.3.5 verifica-se que elas totalizam uma
área de 878,13 km², o que representa 15% da área de estudo (Tabela 4.5.1). Ao analisar
as áreas que encontram-se entre 25° e 45° no Mapa do Estado Normativo da Cobertura
da Terra (Figura 4.35.3), pode-se concluir que 60% (528,05 km²) das Áreas de Uso
Restrito encontram-se preservadas, possuindo vegetação nativa e que, 40% (350,08
km²) encontra-se em desacordo com o Código Florestal, pois estão intensamente
perturbadas.
95
4.5.4 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM FUNÇÃO DA
MARGEM DOS RIOS
Fig. 4.5.4 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da margem dos
Rios.
96
4.5.5 – INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE
USO RESTRITO
Com a finalidade de realizar uma análise conjunta das normas do Código Florestal
consideradas neste trabalho, gerou-se uma mapa do estado normativo da coberturas da
terra integrado. Através da análise do mapa integrado pode-se verificar que a área
contendo todas as normas do Código Florestal aqui consideradas totalizou 2215,46 km²,
representando 39% da área de estudo total (Figura 4.5.5). Do total de 2215,46 km²,
1068,49 km² (48%) foram consideradas em acordo com pelo menos uma das normas do
Código Florestal e, 1146,97 km² (52%) encontram-se sem cobertura florestal, portando
em desacordo com as normas analisadas (Tabela 4.5.1).
Fig. 4.5.5 – Estado normativo da cobertura da terra, integração das áreas de Proteção
Permanente e Uso Restrito.
97
4.6 – ESTRATIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA
PAISAGEM DO CENÁRIO ALTERNATIVO
A Tabela 4.6.1 apresenta os valores de área e perímetro para o cenário atual e para o
cenário alternativo, com o incremento relativo dos dois parâmetros analisados. A análise
da Tabela 4.6.1 permite concluir que os corredores foram os polígonos que obtiveram
98
maior incremento relativo em área, destacando-se o corredor 5, com 470% de
incremento; o corredor 3, com 246% e o corredor 6, com 88%. Os fragmentos 4, 5 e 6
foram os que obtiveram maior incremento, com 39%, 27% e 24%, respectivamente.
99
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
Pode-se considerar que seria importante para a região, as área de floresta que poderiam
ser ampliadas, na Serra da Mantiqueira, caso não houvesse nenhum tipo de
transgressões ao Código Florestal. Além de aumentar a conectividade das áreas
florestadas, a observação ao Código Florestal teria também grande impacto sobre os
mananciais que tem como área de captação a Serra da Mantiqueira. A Figura 4.6.2 a, b e
c, exemplificam o nível de transgressão ao código, encontrado em diversas bacias.
100
A B
C
Margem de rio desmatada
Mata ciliar
Fig. 4.6.2 – Estado Normativo das bacias hidrográficas dos rios A) Bacia hidrográfica
do rio dos pilões, B) Bacia hidrográfica do ribeirão Passa-Quatro e C)
Bacia hidrográfica do rio Passa-Quatro.
101
4.7 – ANÁLISE INDIVIDUAL DOS POLÍGONOS ESTRATIFICADOS NA
PAISAGEM ATUAL E NA PAISAGEM ALTERNATIVA
4.7.1 – FRAGMENTOS
A soma da área total dos fragmentos representa 44% da Crista da Serra da Mantiqueira
e 13% da área de estudo, possuindo uma área de 634,9 km² na paisagem atual, acrescida
de 107,1 km² na paisagem alternativa, o que representa 17% de incremento absoluto na
paisagem preservada.
O tamanho dos fragmentos variam de 25,7 a 209,1 km² em cenário atual. No cenário
alternativo, esses números sobem para 29,5 e 230,6 km². Segundo Cornelius et al.
(2000), para florestas temperadas, imagina-se que o tamanho ideal de um fragmento
para manter a biodiversidade, seria em média de 74,28 km², com um tamanho mínimo
de 16,39 km². O estudo somente é válido para florestas temperadas e, embora haja um
grande questionamento com relação à área necessária para a conservação de fragmentos
em florestas tropicais, pois essas possuem uma riqueza em biodiversidade muito maior,
verifica-se que o tamanho dos menores fragmentos encontrados no presente trabalho,
são superiores aos valores indicados por Cornelius et al. (2000).
102
florestal, a principal estratégia de conservação deve ser a preservação do tamanho e
heterogeneidade dos habitas, visando sempre o aumento da área de vegetação natural.
Tal argumento justifica a necessidade de ampliar a área dos fragmentos que existem na
Serra da Mantiqueira.
4.7.1.1- FRAGMENTO 1
103
TABELA 4.7.1 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 1
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
104
4.7.1.2 – FRAGMENTO 2
105
A análise da Figura 4.7.2 aponta as áreas de desmatamento na parte Sul do polígono e
na parte Sudoeste. A parte inferior do polígono coincide com a bacia hidrográfica do
Rio dos Pilões, a qual encontra-se intensamente desmatada.
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.1.3 – FRAGMENTO 3
106
TABELA 4.7.3 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 3
A análise da Figura 4.7.3 aponta as poucas áreas de desmatamento, este fato explica-se
por esse fragmento ser circundado por outros fragmento e por corredores, o que diminui
sua área de contato com a matriz circunvizinha. Observe na Figura 4.7.3 que uma das
faces que possui maior contato com a matriz é exatamente a face Sudeste, na qual se
concentra a maior parte do incremento relativo da paisagem alternativa.
107
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.1.4 – FRAGMENTO 4
108
TABELA 4.7.4 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 4
109
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.1.5 – FRAGMENTO 5
110
TABELA 4.7.5 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 5
111
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.1.6 – FRAGMENTO 6
112
TABELA 4.7.6 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 6
113
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.5.1.7 – FRAGMENTO 7
114
TABELA 4.7.7 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 7
115
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2 – CORREDORES
Através de uma análise quantitativa, pode-se deduzir que as áreas delimitadas como
corredores são as regiões da Serra da Mantiqueira que sofrem mais intensamente com a
pressão antrópica, consequentemente obtendo um grau de desmatamento superior à
outras áreas. Esta observação pode explicar o estreitamento da cobertura vegetal ao
longo da serra nos corredores, podendo chegar à separação de fragmentos adjacentes.
116
4.7.2.1 – CORREDOR 1
O corredor 1, é o polígono que possui a segunda maior área entre os corredores, obteve
um incremento relativo de 37%, com uma área de incremento absoluto de 13 km², com
relação ao perímetro, o incremento relativo foi de 22%, com aumento absoluto de 26
km. A relação Perímetro/Área foi alta para ambos os cenários, com 3,36 para o cenário
atual e 2,99 para o cenário alternativo, porém o decréscimo de 0,37 foi suficiente para
diminuir o efeito de borda do cenário alternativo e aumentar a área de floresta de
interior em 5%, ou seja, o cenário atual possui 30% de borda e 70% de interior e o
cenário alternativo, possui 25% de borda e 75% de interior. A amplitude altimétrica
desse polígono aumentou 61 metros de altitude, passando de 1299 m no corredor atual
para 1360 m no corredor alternativo (Tabela 4.7.8).
117
A análise da Figura 4.7.8 aponta que as áreas de desmatamento encontram-se
concentradas principalmente na parte Noroeste do polígono devido à uma grande área
de campo de altitude degradada pelo uso antrópico e, na parte Nordeste por ser uma área
de contato com a bacia hidrográfica do Ribeirão do Guameral ou Pirutinga, a qual
encontra-se intensamente desmatada.
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2.2 – CORREDOR 2
Com relação á área, o corredor 2 possui o quarto maior incremento relativo, com 40%
de área adicionada no cenário alternativo e, com relação ao perímetro, possui o terceiro
maior incremento relativo, com 75% de área adicionada ao perímetro do polígono. Em
valores absolutos, a área do corredor aumenta 8,8 km² e o perímetro 32 km do cenário
atual para o cenário alternativo. Tais valores favorecem o aumento da relação
Perímetro/Área, que aumenta de 1,94 no cenário atual para 2,43 no cenário alternativo.
Consequentemente há um aumento no efeito de borda, que varia de 17% no cenário
atual para 22% no cenário alternativo e, há uma diminuição da área de floresta de
interior, que varia de 83% no cenário atual para 78% da área do cenário alternativo. Sua
amplitude altimétrica aumentou 40 metros de altitude, passando de 960 m no corredor
atual para 1000 m no corredor alternativo (Tabela 4.7.9).
118
TABELA 4.7.9 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 2
119
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2.3 – CORREDOR 3
O corredor 3, um dos menores polígonos de corredor, com uma área de 4,5 km²,
apresenta o segundo maior incremento relativo obtido em corredores, com 246% e um
incremento absoluto de 11 km². O perímetro do corredor 3 aumentou 68% do cenário
atual para o cenário alternativo, com aumento absoluto de 23,2 km. A relação
Perímetro/Área, que para o cenário atual era de 7,56, diminuiu para 3,68 no cenário
alternativo, isso permitiu a variação do efeito de borda de 64% para 35% e, a área de
interior aumentou de 36% para 65%. A amplitude altimétrica do corredor 3 aumentou
140 metros de altitude, passando de 574 m no corredor atual para 714 m no corredor
alternativo (Tabela 4.7.10).
120
TABELA 4.7.10 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 3
121
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2.4 – CORREDOR 4
122
TABELA 4.7.11- ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 4
123
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2.5 – CORREDOR 5
124
para 3,33, possibilitando o aumento do efeito de borda de 1,62 para 6,17 km, porém a
proporção da borda diminuiu de 57% para 32%, uma vez que a área aumentou 470%. A
área de interior aumentou de 1,5 km² para 13,14 km². A amplitude altimétrica desse
polígono foi a maior encontrada entre os polígonos de corredores, a qual aumentou 259
metros de altitude, passando de 840 m no corredor atual para 1099 m no corredor
alternativo.
125
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.2.6 – CORREDOR 6
126
TABELA 4.7.13 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 6
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
127
4.7.2.7 – CORREDOR 7
O corredor 7 possui a maior área dentre os polígono de corredores, com 53,9 km²,
porém obteve o segundo menor valor de incremento relativo, com 25% e um incremento
absoluto de 10,6 km² . O incremento relativo para perímetro também foi pequeno, com
apenas 2% e, a relação Perímetro/Área variou de 1,42 no cenário atual para 1,17 no
cenário alternativo. Com relação ao efeito de borda, não houve grandes variações,
embora a área de interior tenha aumentado de 37,10 para 47,13 km², a proporção em
relação a área de cada polígono aumentou apenas 1% do cenário atual para o cenário
alternativo. A amplitude altimétrica desse polígono apresentou o segundo maior
aumento, de 239 metros de altitude, passando de 1280 m no corredor atual para 1519 m
no corredor alternativo (Tabela 4.7.14).
128
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.3 – TRANSIÇÃO
A área de transição trata-se de um caso especial entre os polígonos analisados, pois foi
classificada dessa forma devido ao grande potencial para formar um fragmento e ao
mesmo tempo possuir uma grande perturbação antrópica em seu interior. Possui um
incremento relativo de 86% e um incremento absoluto de 27,3 km². O perímetro
apresenta um aumento de apenas 4%, com incremento absoluto de 4,9 km². A relação
Perímetro/Área variou de 4,04 no cenário atual para 2,26 no cenário alternativo e, dessa
forma o efeito de borda diminuiu com conseqüente aumento da área de interior. O efeito
de borda no cenário atual é de 37% diminuindo para 23% no cenário alternativo e a área
de interior aumentou de 19,90 para 45,66 km² no cenário alternativo (Tabela 4.7.15)
129
A área de transição demonstra de forma eficiente que as técnicas aplicadas no presente
trabalho, visando a criação de cenários alternativos, podem possibilitar a ampliação e
restauração de fragmentos de Mata Atlântica, em áreas que, no cenário atual,
encontram-se intensamente perturbadas.
130
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
4.7.4 – PECJ
131
A análise da Figura 4.7.16 e dos valores numéricos (Tabela 4.7.16) encontrados para o
fragmento do PECJ indicam que a região foi a que menos sofreu com o desmatamento
e, este fato pode ser um indicativo de que, neste caso, as áreas preservadas por lei na
forma de reservas e parques tendem a sofrer uma menor pressão antrópica, com uma
preservação efetiva da área.
132
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
Limite do PECJ
4.7.5 – PNI
133
TABELA 4.7.17 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O PNI
A análise da Figura 4.7.17 e dos valores numéricos (Tabela 4.7.17) encontrados para o
fragmento do PNI indicam que a região está sofrendo uma forte pressão antrópica, a
qual atinge os limites do parque na borda superior. O desmatamento, nesse caso, ocorre
mesmo se tratando de um Parque Nacional.
134
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
Limite do PNI
De posse dos resultados obtidos pela análise de todos os polígonos, dois cenários foram
simulados. No primeiro cenário foram feitas projeções de regeneração para um futuro
próximo, no qual todas as áreas de APP e AUR originalmente com cobertura de pasto
ou agricultura que pertencessem ao corredor da Crista da Serra da Mantiqueira são
consideradas como com cobertura de floresta secundária e, analisou-se o incremento
relativo que esta simulação resultaria para a classe de floresta secundária.
Na simulação do segundo cenário, com uma projeção a longo prazo, após a completa
recuperação da floresta, todas as áreas de APP e AUR originalmente com cobertura de
pasto, agricultura ou floresta secundária foram consideradas como floresta primária,
analisando o incremento resultante dessa simulação e a área total da classe floresta
primária, comparando-a com o cenário atual.
135
Serra da Mantiqueira, passou para 9% da área de estudo e 31% da Serra da Mantiqueira.
Em valores absolutos, a área de floresta secundária aumente de 194,3 para 510,1 km²,
representando um aumento de 163% de incremento relativo ou 315,8 km² de incremento
absoluto de Mata Atlântica em estágio de sucessão secundária.
136
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
Atualmente existem muitos modelos e metodologias que visam propor áreas para
conservação e instalação de corredores, como por exemplo a metodologia baseada em
Análise de Lacunas (e.g. Jennings, 1995; Strittholt e Boerner, 1995; Davis e Reiner,
1996). Tal metodologia visa a análise da representatividade de um sistema de unidades
de conservação, analisando a relação existente entre o sistema de unidades de
conservação e os padrões espaciais da diversidade biológica da região. A partir desta
análise este método propõe novas unidades de conservação de modo a otimizar a
proteção da diversidade biológica da região de forma abrangente e não apenas restrito a
certos grupos taxonômicos ou certas áreas geográficas.
137
A aplicação de técnicas de Sensoriamento Remoto e de Análise de Informação Espacial
à análise da paisagem considerando Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Áreas
de Uso Restrito (AUR), previstas no Código Florestal (CF) permite a detecção e
representação espacial de áreas em transgressão ao Código Florestal.
Com relação a análise das APP em função da declividade na área de estudo, realizada
através da geração de uma grade de declividade a partir do MNT e posteriormente
fatiada e comparada com o Mapa de Cobertura da Terra, possibilitou concluir que 88%
das áreas acima de 45º encontram-se preservadas e 12% em estado de transgressão.
A análise de APP em função das margens dos rios na área de estudo, obtida pelo
fatiamento de uma grade de distância gerada a partir da linha dos rios para a obtenção
de buffers de 30 metros e posterior comparação com o Mapa de Cobertura da Terra,
demonstra o caso mais grave de transgressão ao CF, pois indica que 68 % desta classe
de APP encontra-se em transgressão. Como esta classe de APP representa 21% da área
de estudo, tem-se um total de 14% da área de estudo em desacordo com o Código
Florestal devido a este tipo de transgressão.
A integração dos dados obtidos pela análise do Estado Normativo da Cobertura da Terra
possibilitou visualizar a transgressão regional da Crista de Serra da Mantiqueira e
permitiu concluir que a área encontra-se em estado crítico de preservação, onde 52%
das áreas que são protegidas por lei, encontram-se em transgressão ao CF.
138
A caracterização dos elementos da paisagem da região da Serra da Mantiqueira entre o
Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ) e o Parque Nacional de Itatiaia (PNI) na
sua constituição atual distinguiu sete fragmentos florestais, sete corredores e uma área
de transição.
Ao concluir que existe uma área responsável por uma interrupção na cobertura vegetal,
e que tal interrupção é eliminada ao simular um cenário alternativo, no qual a cobertura
vegetal encontra-se em acordo com o CF na sua totalidade, podemos utilizar os
resultados obtidos como justificativa para propor que essa área seja utilizada em estudos
pontuais visando a recuperação de sua vegetação.
139
140
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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analysis of the patch size effect. Ecology, v. 79, n. 2, p. 517-533, 1998.
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Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2000.
O’Neill, R. V.; Krumel, J. R.; Gardner, R. H.; Sugihara, G.; Jackson, B.; DeAngelis,
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restored stream corridor. Ecological Engineering, v. 15, supplement 1, p. S121-
S129, Sept. 2000.
147
APÊNDICE A
//Programa LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP acima de
1800 m de altitude
{
Tematico fat ("AltitudeFatiada");
Numerico alti ("Altimetria");
Tabela fatia (Fatiamento);
{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("AltitudeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");
uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="fatiamento1800");
diagnostico = Novo(Nome="Altitudes",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="altitude1800")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroAltitude":((apa.Classe=="altitude1800")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
149
//Programas LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP ao longo da e
dos rios.
{
Tematico fat ("DistanciaFatiada");
Numerico decli ("MapaDistancia");
Tabela fatia (Fatiamento);
{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DistanciaFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");
uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="BufferRios");
diagnostico = Novo(Nome="Rios",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="buffer30m")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroRios":((apa.Classe=="buffer30m")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
150
//Programas LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP e AUR em
função da declividade.
{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);
{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);
{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);
151
decli = Recupere (Nome = "GradeDeclividade");
fat = Novo(Nome= "FatiamentoDeclividade45", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);
{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");
uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade45");
diagnostico = Novo(Nome="Declividade45",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroDeclividadeAPP":((apa.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para realizar o cruzamento mapa de AUR em função da
declividade com o mapa de Cobertura da Terra para gerar o mapa do estado normativa
da cobertura da terra AUR em função da declividade.
{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");
uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade25-45");
diagnostico = Novo(Nome="Declividade25-45",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="25-45")&&
152
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroDeclividadeAUR":((apa.Classe=="25-45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado gerar o mapa temático de Efeito de Borda dos polígonos
da paisagem atual.
{
Tematico paisagem ("PaisagemAtual");
Tematico entrada ("PaisagemAtual");
Tematico saida ("PaisagemAtual");
paisagem = Recupere(Nome="*");
entrada = Recupere(Nome="EfeitoBorda*");
saida = Novo(Nome="EfeitoBorda*Recorte",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
saida = Atribua(CategoriaFim="PaisagemAtual")
{
"EfeitoBorda": ((paisagem=="*") && (entrada=="EfeitoBorda"))
};
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado gerar o mapa temático de Efeito de Borda dos polígonos
da paisagem alternativa.
{
Tematico paisagem ("PaisagemAlternativa");
Tematico entrada ("PaisagemAlternativa");
Tematico saida ("PaisagemAlternativa");
paisagem = Recupere(Nome="*");
entrada = Recupere(Nome="EfeitoBorda*");
saida = Novo(Nome="EfeitoBorda*Recorte",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
saida = Atribua(CategoriaFim="PaisagemAlternativa")
{
"EfeitoBorda": ((paisagem=="*") && (entrada=="EfeitoBorda"))
};
}
**********************************************************************
153
//Programa LEGAL executado para separar as áreas de dúvidas geradas pela
classificação, para interpretação visual das mesmas.
{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico alti ("AltitudeFatiada");
Numerico classe4, altitudes, resultado ("Altimetria");
Tabela TabelaUso, TabelaAltitude (Ponderacao);
Tabela Fat (Fatiamento);
}
**********************************************************************
154
//Programa LEGAL utilizado analisar as classes geradas pela classificação não-
supervisionada.
{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico altitude ("AltitudeFatiada");
{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico alti ("AltitudeFatiada");
Numerico classes1e4, altitudes, resultado ("Altimetria");
Tabela TabelaUso, TabelaAltitude (Ponderacao);
Tabela Fat (Fatiamento);
155
resultado = Novo (Nome="grades",ResX=30,ResY=30,Escala=50000, Min = 0, Max =
100);
uso1800 = Novo (Nome="CamposAltitude",ResX=30,ResY=30,Escala=50000);
{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa1("AltitudeFatiada");
Tematico apa2("DistanciaFatiada");
Tematico apa3("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");
uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa1 = Recupere(Nome="fatiamento1800");
apa2 = Recupere(Nome="BufferRios");
apa3 = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade");
diagnostico = Novo(Nome="CDIntegrado2",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );
diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa1.Classe=="altitude1800") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa2.Classe=="buffer30m") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa3.Classe=="maior45") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa3.Classe=="2545") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroAltitude":((apa1.Classe=="altitude1800") && (uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroRios":((apa2.Classe=="buffer30m")&& (uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroDeclividadeAPP":((apa3.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroDeclividadeAUR":((apa3.Classe=="2545")&& (uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
**********************************************************************
156
//Programas LEGAL utilizados para gerar a razão entre bandas para análise da
atenuação do efeito de iluminação
{
Imagem TM3CorAtm, TM4CorAtm ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB4B3 ("Landsat04_09_99");
TM3CorAtm = Recupere (Nome="TM3CorAtm");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
RazaoB4B3 = Novo (Nome = "RazaoB4B3", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB4B3 = (50 + 20 * (TM4CorAtm)/(TM3CorAtm));
}
{
Imagem TM4CorAtm, TM5mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB4B5 ("Landsat04_09_99");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
TM5mosaico = Recupere (Nome="TM5mosaico");
RazaoB4B5 = Novo (Nome = "RazaoB4B5", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB4B5 = (20 + 50 * (TM4CorAtm)/(TM5mosaico));
}
{
Imagem TM4CorAtm, TM5mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB5B4 ("Landsat04_09_99");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
TM5mosaico = Recupere (Nome="TM5mosaico");
RazaoB5B4 = Novo (Nome = "RazaoB5B4", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB5B4 = (20 + 50 * (TM5mosaico)/(TM4CorAtm));
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para reclassificar as áreas de vegetação em uma única
classe
{
Tematico uso, recl ("UsoTerra");
Tabela juntar (Reclassificacao);
157
"Reflorestamento": "Reflorestamento",
"Pasto/Agricultura" : "Pasto/Agricultura");
{
Tematico uso, recl ("UsoTerra");
Tabela juntar (Reclassificacao);
{
Tematico mascara ("PaisagemAtual");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");
158
//Programa LEGAL utilizado para extração dos parâmetros de altimetria mínima dos
polígonos do cenário alternativo
{
Tematico mascara ("PaisagemAlternativa");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");
{
Tematico mascara ("PaisagemAtual");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");
{
Tematico mascara ("PaisagemAlternativa");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");
159
//Programas LEGAL utilizado para realizar a Correção Atmosférica das Bandas TM3 e
TM4
{
Imagem TM3mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem TM3CorAtm ("Landsat04_09_99");
TM3mosaico = Recupere (Nome="TM3mosaico");
TM3CorAtm = Novo (Nome = "TM3CorAtm", ResX = 30, ResY = 30);
TM3CorAtm = (TM3mosaico - 9);
}
{
Imagem TM4mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem TM4CorAtm ("Landsat04_09_99");
TM4mosaico = Recupere (Nome="TM4mosaico");
TM4CorAtm = Novo (Nome = "TM4CorAtm", ResX = 30, ResY = 30);
TM4CorAtm = (TM4mosaico - 3);
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extrair os parâmetros relativos a proporção de cada
classe do mapa de cobertura da terra dentro de cada polígono do cenário atual.
{
Tematico mascara("PaisagemAtual");
Tematico entrada, saida ("UsoTerra");
{
Tematico mascara("PaisagemAlternativa");
Tematico entrada, saida ("UsoTerra");
160
161
162
163
APÊNDICE E
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174