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MEDIAÇÃO PENAL

(LEI Nº2172007, de 12 de Junho)

Rui do Carmo
Procurados da República
Director Adjunto do Centro de Estudos Judiciários

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Recomendação nº R (99) 19 do Conselho da Europa

Mediação em Matéria Penal

I. DEFINIÇÃO
... todo o processo que permite à vítima e ao
delinquente a participação activa, mediante o seu
livre consentimento, na solução das dificuldades
resultantes do delito, com a ajuda dum terceiro
independente (mediador).

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Recomendação nº R (99) 19 do Conselho da
Europa

Mediação em Matéria Penal

A mediação em matéria penal deve ser possível em


todas as fases do processo da justiça penal (II. 4.).

A decisão de enviar um caso penal para os serviços de


mediação, bem como a avaliação do resultado do
processo de mediação, deverão ser da competência
exclusiva das autoridades judiciárias (IV. 9.).

Só haverá lugar a mediação se as partes para ele derem


livre consentimento, podendo revogá-lo a todo o
momento no decurso do processo de mediação (II. 1.); e
o ponto de partida deverá ser o reconhecimento pelas
partes dos principais factos do litígio (IV. 14.).

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Recomendação nº R (99) 19 do Conselho da Europa

Mediação em Matéria Penal

O conteúdo das sessões de mediação é confidencial e


não pode ser posteriormente utilizado, salvo com acordo
das partes (II. 2.); nem a participação na mediação pode
ser utilizada como prova da admissão da culpabilidade
no posterior processo judiciário (IV. 14); mas o mediador
deve dar conhecimento às autoridades competentes
e/ou às pessoas visadas das informações respeitantes à
iminência duma infracção grave, de que tenham
conhecimento no decurso da mediação (V.3. 30.).

Os arquivamentos resultantes dos acordos de mediação


deverão ter o mesmo estatuto das decisões judiciárias e
deverão impedir o procedimento penal pelos mesmos
factos (ne bis in idem) (IV. 17).

Quando não for obtido acordo no processo de mediação,


a decisão sobre o prosseguimento do processo deve ser
tomada sem demora (IV. 18).
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
Decisão-Quadro do Conselho de 15 de Março de 2001

Estatuto da vítima em processo penal

“Mediação em processos penais”: a tentativa de encontrar, antes


ou durante o processo penal, uma solução negociada entre a
vítima e o autor da infracção, mediada por uma pessoa
competente. (artº1º. e) ).

Cada Estado-Membro esforça-se por promover a mediação nos


processos penais relativos a infracções que considere
adequadas para este tipo de medida (nº1). Cada Estado-
Membro assegura que possam ser tidos em conta quaisquer
acordos entre a vítima e o autor da infracção, obtidos através da
mediaçao em processos penais (nº2 ) – artº 10º.

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Lei nº 21/2007, de 13 de Junho

Regime de Mediação Penal

A Mediação é um processo informal


e flexível, conduzido por um terceiro
imparcial, o mediador, que promove a
aproximação entre o arguido e o ofendido
e os apoia na tentativa de encontrar
activamente um acordo que permita a
reparação dos danos causados pelo facto
ilícito e contribua para a restauração da
paz social (artº 4º. nº1).
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
CRIMES CONTRA AS PESSOAS
Ofenda à integridade física simples (artigo 143º)

Ofensa à integridade física por negligência (artigo 148º)

Ameaça (artigo 153º)

Coacção, quando tem lugar entre cônjuges, ascendentes e descendentes, adoptantes e adoptados, ou entre
pessoas, de outro ou do mesmo sexo, que vivam em situação análoga à dos cônjuges (artigo 154º mºs 1 e 4)

Intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos arbitrários (artigo 156º)

Difamação e Injúria (artigos 180º a 183º)

Ofensa à memória de pessoa falecida (artigo 185º)

Ofensa a organismo, serviço ou pessoa colectiva (artigo 187º)

Violação de domicílio ou perturbação da vida privada (artigo 190º)

Introdução em lugar vedado ao público (artigo 191º)

Devassa da vida privada (artigo 192º)

Violação da correspondência ou de telecomunicações (artigo 190º)

Violação de segredo (artigo 195º)

Aproveitamento indevido de segredo (artigo 196º)

Gravações e fotografias ilícitas


(artigo 199º)

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


CRIMES CONTRA O PATRIMÓNIO
Furto (artigo 203º)

Abuso de confiança
(artigo 205º nº1)

Furto de uso de veículo (artigo 208º)

Apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada (artigo 209º)

Dano (artigo 212º)

Usurpação de coisa imóvel (artigo 215º)

Alteração de marcos (artigo 216º)

Burla (artigo 217º)

Burla relativa a seguros


(artigo 219º nº1)

Burla para obtenção de alimentos, bebidas ou serviços (artigo 220º)

Burla informática e nas comunicações (artigo 221º nºs 1 e 2)

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Objectivos, Prioridades e Orientações de Política Criminal 2009-2011
Lei nº38/2001, de 20 de Julho

Arguido com idade inferior a 21 anos

Arguido sem antecedentes criminais

Confissão dos factos

Ter sido o dano reparado ou o arguido ter


demonstrado vontade de o reparar

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Separação de Processos
decorrente do recurso à Mediação Penal

Concurso de crimes a que é aplicável e a


que não é aplicável a mediação penal

Pluralidade de arguidos e/ou de ofendidos,


havendo lugar a mediação penal apenas
relativamente a algum ou alguns deles

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Mediação Penal = Fase de Inquérito

Violência Doméstica = Encontro Restaurativo

Execução da Pena de Prisão = Mediação com o


Ofendido

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


CRIMES SEMI-PÚBLICOS E PARTICULARES

MEDIAÇÃO PEAL

CRIMES SEMI-PÚBLICOS, PARTICULARES E PÚBLICOS

SUSPENSÃO PROVISÓRIA DO PROCESSO

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


SUSPENSÃO PROVISÓRIA DO PROCESSO
PRESSUPOSTOS
- Concordância do arguido e do assistente;
-Ausência de anterior condenação ou
aplicação de suspensão provisória do processo
por crime da mesma natureza;
- Não haver lugar a medida de segurança de
internamento;
- Ausência de um grau de culpa elevado;
- Ser de prever que o cumprimento das injunções
e regras de conduta responda suficientemente às
exigências de prevenção que no caso se façam
sentir.
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
SUSPENSÃO PROVISÓRIA DO PROCESSO
Crime contra a Liberdade e Autodeterminação Sexual de menor
não agravado pelo resultado

Iniciativa: Do Ministério Público.

Pressupostos
- O interesse superior da criança ou do jovem
- Ausência de anterior condenação ou aplicação de
suspensão provisória do processo por crime da mesma
natureza.

Duração: Até 5 anos


Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
INICIATIVA
# Indícios (suficientes) de se ter verificado
o crime e de que o arguido foi o seu agente
# Considerar a mediação viável
MINISTÉRIO PÚBLICO # Entendimento de que a mediação pode
responder adequadamente às exigências de
prevenção do caso

OFENDIDO E ARGUIDO (CONJUNTAMENTE)

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


- O requerimento conjunto de arguido e ofendido
obriga sempre o Ministério Público a remeter o inquérito
para a mediação?

- No caso dos crimes de natureza particular, é


condição da remessa dos autos para mediação a
constituição do ofendido como assistente?

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


Homologação = Desist. queixa
MEDIAÇÃO
Forte Acordo
30
probabl. Devolução
dias
Prazo Regra Ministério
acordo
Não homologação
3 MESES 2 MESES Público
Não Prosseguimento do
acordo processo

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


ACORDO

Ministério Público
- Homologação da desistência da queixa
- Devolução ao mediador (se o acordo incluir sanções
privativas da liberdade, deveres que ofendam a dignidade do
arguido ou cujo cumprimento se deva prolongar por mais de
6 meses).

30 dias para sanar a ilegalidade

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


ACORDO

Ministério Público
- Homologação da desistência da queixa

Incumprimento Acordo

Renovação da Queixa (prazo de 1 mês)

Decisão do Ministério Público


Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011
- Req. Abertura de Instrução
Arquivamento
- Reclamação Hierárquica

Decisão
do
Ministério Público E se , no caso de mediação
Reabertura requerida pelo arguido e
pelo ofendido, os factos
do Inquérito não tiverem sido
averiguados em inquérito?

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


A mediação penal não pode ter lugar

NOS CASOS EM QUE SEJA APLICÁVEL


PROCESSO SUMÁRIO OU SUMARÍSSIMO

Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011


M
Arquivamento por dispensa da pena M
E
A N
Suspensão provisória do processo
I O
O R
Processo sumaríssimo R
I
R N

Processo sumário A T
P E
? Mediação Penal ? I R
Processo abreviado
D V
E E
Processo comum Z N
Ç
Ã
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011 O
Bibliografia:
- “Diversão (Desjudiciarização) e Mediaçao. Que rumos?”, José de Faria
Costa, Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, vol. LXI,
1985, p. 153.
- A Introdução da mediação vítima-agressor no ordenamento jurídico
português, AAVV, Ministério da Justiça, Almedina, 2005.
- “Mediação Penal: o debate; a prática”, Anabela Miranda Rodrigues, Teresa
Morais, Josefina Castro, Revista do Ministério Público nº 105, Jan-Marc 2006, p.
127-154.
- “A mediação penal, a justiça restaurativa e o sistema criminal – Algumas
reflexões suscitadas pelo anteprojecto que introduz a mediação penal “de adultos” em
Portugal”, Cláudia Santos, Revista Portuguesa de Ciência Criminal, Ano 16, nº1,
Janeiro-Março 2006, p. 85.
- “Mediação em Processo Penal. Comentário à Proposta de lei”, Diogo Pinto
da Costa, Maia Jurídica, Ano IV, Nº 1, Janeiro-Junho 2006, p. 79.
- “A Mediação Penal de Adultos. Análise crítica da Lei nº 21/2007, de 12 de
Junho”, André Damas Leite, Maia Jurídica, Ano IV, Nº 2, Julho-Dezembro 2006, p. 107
- “O papel do Ministério Público no regime legal da mediação penal”, João
Conde Correia, Revista do Ministério Público nº 112, Out/Dez 2007.
- “Mediação Penal e seu regime jurídico”, Rui do Carmo, in Vitimologia: das
novas abordagens teóricas às novas práticas de intervenção, 2010, Psiquilíbrios
Edíções, pp197-221.
Rui do Carmo - 14 Janeiro 2011

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