Introdução
Infração Penal
Muitas vezes nos referimos aos termos crimes, delitos e contravenções como
sinônimos. Alias, muitas vezes em jornais, revistas e até na vida profissional,
escutamos essas expressões. Afinal, o que elas realmente querem dizer?
a) Critério Bipartido: entende que infração penal seria gênero, sendo que
crimes ou delitos como uma espécie e a segunda espécie seria
contravenção. Portanto, neste critério, crimes é sinônimo de delitos. Ex:
Itália, Alemanha.
b) Critério Tripartido: entende que a infração penal é gênero, sendo que
as suas espécies seriam crime, delito e contravenção. Logo, nenhum
seria sinônimo da outra, ambas seriam consideradas de maneira
individual. Ex: França e Espanha.
Obs: Prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia: Essa prisão tem
natureza civil, sendo que a sua única finalidade, é a coerção no pagamento de
pensão alimentícia do devedor. Após o pagamento, o devedor é liberado, leia-
se, após a reparação do dano (pagamento de prestações alimentícias
atrasadas), houve a liberação do devedor.
CONCEITO DE CRIME
Introdução
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
O conceito de crime não é trazido pelo nosso Código Penal, ademais,
nenhuma outra lei faz menção sobre o conceito de crime.
A falta do conceito de crime está sendo suprimida pela doutrina, que atribui ao
crime, um conceito eminentemente jurídico.
a) Conceito formal: sob o aspecto formal, crime seria toda conduta que
atentasse, que colidisse frontalmente contra a lei penal editada pelo
Estado. Havendo um texto expresso na lei, bastaria a conduta do agente
contraria essa lei, para se tornar crime.
b) Conceito material: o aspecto material, o crime seria toda conduta que
colidisse com a lei, porém, essa conduta teria que violar bens jurídicos
considerados importantes para o direito.
Crítica aos conceitos: os dois conceitos não traduzem com precisão o que
seja crime. Pois ambos não analisa realmente as características do crime,
mas o seu resultado.
CONCEITO ANALÍTICO
c.1) imputabilidade
c.2) potencial consciência sobre a ilicitude do fato
c.3) exigibilidade de conduta diversa.
CONDUTA
Obs: Conduta humana: somente o ser humano pode ser autor de crime. Não
podendo aceitar a idéia de animais ou seres inanimados sejam autores de
crime. Pois somente o ser humano é dotado de capacidade e consciência, logo
o mesmo tem capacidade de auto-determinação.
a.1) Teoria natural ( Franz Von Liszt) – ação é pois o fato que repousa
sobre a vontade humana, a mudança do mundo exterior referível à vontade do
homem. Sem ato de vontade não há ação, não há injusto, não há crime.
Critica: é um conceito puramente natural, pois não soluciona o problema da
omissão.
a.2) Teoria neoclássica: deixa de ser absolutamente natural para estar
inspirada de um certo sentido normativo que permita a compreensão tanto da
ação em sentido estrito (positivo) como a omissão. Agora a ação se define
como o comportamento humano voluntário manifestado no mundo exterior.
Para que o agente possa alcançar sua finalidade, sua ação deve passar por duas
fases: interna e externa.
CONDUTA DOLOSA
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
Um dos elementos da conduta é o dolo, isto é, o agente ao praticar uma ação
dirigida a um resultado, é necessário verificar a intenção do mesmo.
Dispositivo legal
Conceito de Dolo
Obs: Coação – O agente pode ter consciência da pratica do crime, porém, sua
vontade pode estar viciada, como por ex., no caso da coação irresistível. Ex: A
filha do gerente de um banco é seqüestrada e como condição para libertação
da filha, os seqüestradores exigem que o gerente lhes facilite a entrada no
banco e o acesso ao cofre. O gerente teve consciência do ato de facilitar e
entregar a chave configura crime, porém, sua vontade estava cerceada, haja
vista, sua filha estava seqüestrada e sendo ameaçada de morte.
Obs: Não se pode confundir desejo com vontade: O desejo é uma atitude
emotiva carente de toda eficácia no mundo exterior. Quem deseja é diferente
de praticar. Ex: Um filho desejando a morte do pai, recomenda ao seu pai
uma viagem para África para seu pai caçar em uma região cheia de leões. Um
filho deseja que com a viagem, que seu pai seja comido pelos leões. O simples
desejo, sem conduta que influência no resultado.
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
TEORIAS DO DOLO
Espécie de Dolo:
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
b.1) dolo alternativo: é o dolo “tanto faz”, o agente pratica a conduta dolosa
sem um fim especifico, ele apenas quer “genericamente” praticar uma conduta
dolosa, pouco importando o resultado final. Ex: Um estudante de medicina
entra no cinema e começa atirar em todos os presentes naquele local. Como
pode se perceber, o agente quis atirar contra todos, pouco importando se ia
matar as pessoas ou feri-las.
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
CONDUTA CULPOSA
Elementos da Culpa:
IMPRUDÊNCIA
Seria a conduta positiva praticada pelo agente que, por não observar o seu
dever de cuidado, causasse o resultado lesivo que lhe era previsível. Ex:
Motorista que imprime uma velocidade excessiva.
Negligência
É um deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha. Ex: Deixar uma
arma em local aberto de fácil alcance dos filhos.
Imperícia
Os crimes culposos, são considerados tipos abertos, pois não existe uma
definição típica e completa e precisa para que se possa, adequar a conduta
como delito culposo.
CULPA IMPRÓPRIA
Art. 20, §1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legitima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo.
Ex: Celso, estava sozinho em sua mansão, quando escutou barulhos no andar
inferior de sua residência. Sem hesitar, ele pega o revolver 38 e vai em direção
do barulho. Ao ver um vulto, Celso atira, supondo que tivesse acertado o
ladrão. Ao acender a luz, ele havia acertado sua namorada, que estava ali para
lhe fazer uma surpresa.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Para que possa se aplicar a teoria dos antecedentes causais, é necessário que se
faça uma regressão, em busca de apontar todas as causas que contribuíram
para o resultado.
O ponto necessário é estabelecer aonde realmente passa é ser considerado
causa para o crime.
Para isso, foi criada a teoria do processo hipotético de eliminação de
Thyrén.
Logo, a causa seria todo antecedente que não pode ser suprimido in mente,
sem afetar o resultado.
Espécies de Causas:
É aquela causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo que
se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente. Elas podem ser:
Surgiu para conter os excessos da teoria conditio sine qua nom, o nexo de
causalidade não pode ser estabelecido, exclusivamente, de acordo com a
relação causa e efeito, pois o Direito Penal não pode ser regido por uma lei da
física.
Assim, além do elo naturalístico de causa e efeito, são necessários os
seguintes requisitos:
a) criação de um risco proibido – um simples desejo, não ocorrendo a ação
ou omissão do agente não se enquadra. Ex: Jantar romântico japonês.
b) que resultado esteja na mesma linha de desdobramento causal da
conduta, ou seja, dentro do seu âmbito de risco – a conduta do agente deve
estar dentro de uma seqüência dentro de seu âmbito de criação. Ex. Traficante
que vende drogas e o usuário morre por overdose.
c) que o agente atue fora do sentido de proteção da norma – conduta seja
ilícita.
Direito Penal I
Professor: Pedro Sillas
Email –pedrosillas@hotmail.com
CRIMES OMISSIVOS
Obs: Nos crimes omissivos próprios, basta um não fazer para que ocorra
o resultado, pouco importando se ocorreu o resultado ou não (crime
formal).
CONSUMAÇÃO
ITER CRIMINIS
CONSUMAÇÃO
TENTATIVA-
Espécies de Tentativa:
O delito complexo é aquele que há a fusão entre dois ou mais tipos penais.
O caso mais discutido na doutrina é o crime de roubo seguido de morte
(latrocínio):
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Características:
Efeitos da Desistência