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Um novo olhar: Performance por watt em ação

Marco de Melo Vidal

Índice
1. Introdução
2. A evolução da performance nos processadores e suas implicações
3. Aumentando a eficiência
3A. Evolução nos métodos de fabricação
3B. Evolução nos métodos de controle de consumo
4. Overclock e eficiência energética: É possível?
5. Conclusão

1. Introdução
Desde os primórdios da informática, quando computadores eram formados por gigantescas (e
problemáticas, diga-se de passagem) válvulas e que ocupavam edifícios inteiros até os atuais, sempre houve um
motor em potencial para fazer tudo aquilo se desenvolver e tomar forma até que se tornassem o que são hoje, a
união de milhares (quase bilhares) de transistores nanométricos. Esse motor se chama performance.

Entretanto, atualmente muito tem se falado sobre sustentabilidade. É viável a obtenção de mais
performance a qualquer custo? Com o agravamento da situação de nosso planeta, forçando a racionalização do
uso de recursos naturais, um novo pensamento nasce do qual até nós, entusiastas do mundo da tecnologia,
estamos envolvidos: A performance por watt.

E não somente as questões ambientais que fazem do conceito de performance por watt vantajoso. Com a
crescente expansão do mercado de computadores móveis (notebooks, tablet PCs, UMPCs, MIDs...), inclusive
mostrando uma tendência próxima de superarem os desktops em vendas, a autonomia das baterias tem sido um
assunto cada vez mais relevante, sendo que o consumo elétrico menor é o caminho para tornar esse tipo de
computador menos dependente de recargas e do uso de baterias extras, aumentando a mobilidade do mesmo,
ainda mais se propiciar um ganho de performance.

O conceito de performance por watt se dá balanceando as duas grandezas, performance e consumo


elétrico, para que o benefício gerado por ambas seja, de fato, benéfico aos dois lados, sem discrepâncias. O
resultado de tudo isso é a eficiência energética, propiciando um aproveitamento cada vez maior de cada watt
dissipado.

No decorrer deste artigo, estarei abordando a importância da performance por watt usando como exemplo
os processadores, explicando a mudança da mentalidade dos engenheiros com o foco do projeto, os
aprimoramentos que vêm sendo feitos nos processos de fabricação dos processadores, técnicas de uso
inteligente de energia, bem como aliar a eficiência energética ao overclock.

2. A evolução da performance nos processadores e suas implicações


Antes de apresentar o uso de performance por watt nos processadores, é importante recapitularmos a
trajetória que os mesmos traçaram para que tal pensamento tivesse necessidade de ser abordado para, assim,
obtermos um olhar mais abrangente das mudanças que foram feitas.

Desde o Pentium Clássico, passando pelo AMD-K5, Pentium MMX, AMD-K6, Pentium II, AMD-K6-2,
AMD-K6-III, Pentium III, Athlon, Athlon XP e, finalmente, Pentium 4, a evolução dos processadores se deu,
além de inúmeros aprimoramentos na arquitetura dos mesmos, focando o aumento da freqüência de operação.
Foi em virtude disso que chegamos a marcas impressionantes, esbarrando nos 4,0 GHz em um espaço de tempo
relativamente pequeno, sobretudo se compararmos o tempo que levamos para atingir a marca dos 100 MHz.
Essa evolução teve seu ápice e foi efetiva por bastante tempo, mas chegou a um ponto insustentável, do qual os
fabricantes tiveram que mudar esse foco para que a evolução continuasse de maneira sustentável. A fuga de
corrente (leakage), o aquecimento demasiado e consumo elétrico descontrolado foram os maiores inimigos e
estão intimamente ligados.
A fuga de corrente ocasiona um “efeito dominó” com o superaquecimento e o consumo elétrico elevado.
Seria comparável a um buraco em uma mangueira de bombeiro. A maior pressão d’água (no caso dos
processadores, uma voltagem maior) faz o buraco ficar maior, fazendo mais água vazar para o chão. No caso da
mangueira ser mais fina (no caso dos processadores, transistores usando processos de litografia menores) faz
com que os buracos ficarem maiores mais rapidamente, perdendo cada vez mais água. Por sua vez, as bombas
precisam trabalhar mais para prover a mesma quantia de água para conter o fogo. Se as bombas superaquecem,
a solução é diminuir o trabalho das mesmas para que não apresentem avarias (atividade de throttle em
condições críticas, no caso dos processadores).

Com processadores operando a freqüências de operação elevadas, ocorre algo similar. Como a
eletricidade passa muito rapidamente (já que as freqüências de operação estão muito elevadas), tende a “vazar”,
necessitando que mais eletricidade seja provida para que os transistores sejam plenamente satisfeitos e,
conseqüentemente, fazendo com que o consumo elétrico cresça assustadoramente. A eletricidade “vazada” se
converte em energia térmica, fazendo com que o processador dissipe muito mais calor. É o que podemos
chamar de ineficiência energética.

Como podemos notar, o problema em questão é crônico (conforme aumenta a freqüência de operação,
tende a se agravar) e se trata de uma limitação da física. O estopim desse tipo de problema pode ser definido
pelos processadores baseados no núcleo Prescott (Pentium 4 construído sob processo de litografia de 90nm),
bem como seus derivados, como o Nocona (Xeon DP), Smithfield (Pentium D e Pentium Extreme Edition) e o
Paxville (Xeon DP Dual-Core). Dada a arquitetura destes processadores citados, que privilegiava altas
freqüências de operação (o longo pipeline de 31 estágios ressalta esta afirmação), enquanto o consumo elétrico
continuava a crescer descontroladamente, a performance proporcionada não era proporcional a esse acréscimo,
portanto, tornando a relação de performance por watt altamente discrepante, sem falar em situações onde a
dissipação de calor era crítica, forçando a ativação dos estados de throtling (TM1 e TM2, por exemplo) que
reduziam as freqüências de operação para que as temperaturas abaixassem, automaticamente penalizando a
performance.

Tendo essas limitações em vista, os fabricantes decidiram procurar uma alternativa para contornar o
problema: Arquiteturas que realizem mais trabalho por ciclo de clock.

3. Aumentando a eficiência
Tendo em vista que a escalada desenfreada nas freqüências de operação não era mais rentável, tanto da
parte do fabricante quanto do consumidor, para que a performance continuasse a subir, algo precisava ser feito,
tanto para que a evolução continuasse, quanto por questões mercadológicas.

A solução para se deu em torno do aumento do IPC. IPC significa “Instructions per Clock”, que
traduzindo para o nosso idioma significa “Instruções por Clock”. Aumentar o IPC significa que cada
MegaHertz passa a ser melhor aproveitado, mesmo que as freqüências de operação não cheguem à níveis
estratosféricos, garantido um bom desempenho sem levar o consumo elétrico e ao dissipação de calor à níveis
insustentáveis.

As primeiras evidências de que este modelo de evolução seria bem sucedido se deram pelas arquiteturas
K8 e Banias (que posteriormente, aliada a aprimoramentos importantes aprimoramentos, deu origem à
arquitetura Core). Ambas garantiam excelente performance sem depender de altas freqüências de operação para
tal. Com isso, juntamente com uma estrutura mais simples (uma contagem menor de estágio de pipelines é um
bom exemplo para tal), foi possível começar a desenvolver processadores mais velozes sem temer que as leis da
física impusessem seus limites.

Para impulsionar a venda de seus processadores mais econômicos, já que tal atitude agora era possível,
AMD e Intel designaram siglas para ressaltar o consumo elétrico de seus processadores, automaticamente
fazendo com que processadores mais econômicos também fossem desejados pelos entusiastas da informática.
Bons exemplos para tal são os processadores das séries Energy Efficient e BE no caso dos Athlon 64 X2, que
são chips que suportam operar com estabilidade a uma tensão mais baixa que os demais, consumindo menos
por derivação, bem como steppings mais econômicos, com o G0 e M0, no caso dos Core 2, Pentium Dual-Core
e Celeron Dual-Core.
Para averiguar tais informações, o Tom’s Hardware fez dois testes interessantíssimos, com
processadores da AMD e da Intel, para averiguar se houve, deveras, um ganho na quantidade de instruções
processadas por ciclo de clock. Os testes estão disponíveis por intermédio dos links abaixo:

- From Pentium 4 to Core 2: Power Consumption Analyzed:


http://www.tomshardware.com/2007/12/28/intel_cpu_power_consumption/
- AMD CPU Efficiency Compared:
http://www.tomshardware.com/2008/01/30/processor_efficiency_compared/

É interessante tomarmos o caso da Intel como referência em virtude da mesma ter sido mais ousada em
relação ao avanço das freqüências de operação de seus processadores, enquanto que a AMD obteve um
crescimento mais equilibrado neste âmbito no mesmo período.

Para analisar o ganho de IPC dos processadores da Intel da arquitetura NetBurst até os Quad-Core da
arquitetura Core, todos os processadores – Pentium 4 HT 660 (Single-Core, Prescott - 90nm), Pentium D 840
(Dual-Core, Smithfield - 90nm), Core 2 Duo E6850 (Dual-Core, Conroe - 65nm) e Core 2 Extreme QX6850
(Quad-Core, Kentsfield - 65nm) – foram testados operando a 3,0 GHz. Infelizmente, foram usados apenas
benchmarks sintéticos que nos dão uma noção pouca exata sobre a performance em cenários, mas que ainda
assim, apresentam proporções plausíveis (com exceção da gestão de Quad-Core não ser ideal). Infelizmente,
não foram incluídos o Pentium 4 HT 631 (Single-Core, Cedar Mill - 65nm), Pentium D 930 (Dual-Core, Presler
- 65nm) nem o Core 2 Extreme QX9650 (Quad-Core, Yorkfield - 45nm).

http://img.tomshardware.com/us/2007/12/28/intel_cpu_power_consumption/image019.png
Comparativo de consumo elétrico entre processadores Intel das arquiteturas NetBurst e Core (Fonte: Tom’s
Hardware).

Primeiramente, é de suma importância mencionar o consumo elétrico. Em relação ao antecessor


Pentium D 830, o Core 2 Duo E6850 é cerca de 53% mais econômico em estados de atividade intensa e 34%
em estados de ociosidade, sendo que mesmo o Core 2 Extreme QX6850 tendo o dobro de núcleos que o
Pentium D 830, ainda assim consome menos – Cerca de 4% sob atividade intensa e 10% em ocisidade.

Comparando diretamente a performance com o consumo elétrico, em uma média à todos os benchmarks
feitos, a fim de obter a eficiência energética, embasado no SysMark 2007, o Pentium D 830 seria apenas 4%
mais eficiente que o Pentium 4 HT 630, enquanto que Core 2 Duo E6850 e Core 2 Extreme QX6850 seriam,
respectivamente, 362% e 420% mais eficientes. É certo que a gestão de mais de dois núcleos do SysMark 2007
não é tão eficaz mas, ainda assim, nos dá uma boa idéia de que a mudança de mentalidade dos projetistas de
processadores propiciou um enorme ganho de IPC. Não só a performance cresceu, como o consumo elétrico
diminuiu. Mesmo que o Core 2 Duo E6850 operasse a uma freqüência de operação menor, ainda assim estaria
apto a superar o Pentium D 830, consumindo menos.

http://img.tomshardware.com/us/2007/12/28/intel_cpu_power_consumption/image018.png
Comparativo de eficiência entre os processadores Intel em relação ao Pentium 4 HT 630 (Fonte: Tom’s
Hardware).

Aliada à mudança de arquitetura, para melhorar a eficiência energética dos processadores, conforme o
processo de litografia fica mais avançado, melhoras no âmbito da fabricação dos processadores foram feitas,
bem como otimizações para evitar desperdícios de energia em estados de ociosidade. (h3)

3A. Evolução nos métodos de fabricação


Além da mudança de conceito da construção novas arquiteturas, para que os processadores consumam
menos, mudanças nos métodos de fabricação são necessárias, tanto pela rápida transição de processos de
litografia, exigindo que o problema da fuga de corrente seja contornado, quanto pela otimização do
funcionamento dos transistores, fazendo com que os mesmos sejam mais eficientes.
Do lado da AMD, a melhora mais significativa de seus processos de fabricação se deu pelo uso da
tecnologia SOI (Silicon on Insulator) na fabricação de seus processadores à partir da arquitetura K8, sendo
usada primeiramente nos processadores de codinome SledgeHammer (Opteron) e ClawHammer (Athlon 64),
ambos fabricados sob processo de litografia de 130nm. Até hoje, a AMD usa o SOI na fabricação de seus
processadores.

A empresa por trás da tecnologia em questão é nada menos que a IBM, que concedeu a AMD o direto
do uso em seus processadores. Infelizmente, as informações sobre o SOI são escassas, o que nos impede de ter
um aprofundamento sobre o assunto. Então, vou lidar com a parte mais bruta, que faz a diferença em relação ao
processo convencional.

http://www.hothardware.com/articleimages/Item970/wattload.PNG
Do que o SOI é capaz? Os Athlon X2 série BE, para desktop, mostram do que são capazes, diminuindo
significativamente o consumo elétrico sem interferir negativamente na performance (Fonte: HotHardware).

SOI se refere ao fato de usar um substrato isolador de silício com camadas no lugar dos convencionais
substratos de silício usados na fabricação de semicondutores, como os processadores. O material usado no
isolador varia de acordo com a proposta do dispositivo, variando de algum composto baseado no SiO2 até
(menos comumente) safira, que por sua vez é usada em aplicações sensíveis à radiação, enquanto que baseados
no silício são usados em dispositivos mais ortodoxos, como é o caso dos processadores. A primeira
implementação do SOI foi feita pela IBM em 1998.

A implementação do SOI é uma das manobras da indústria para prosseguir com a Lei de Moore. Como
benefícios do SOI em relação à tradicional integração de silício, poderíamos citar a menor fuga de corrente, a
relativa compatibilidade com a maioria dos maquinários que usam o processo convencional e até uma redução
do preço do substrato, algo em torno de 10% e 15%.

http://www.hothardware.com/articleimages/Item970/tempload.PNG
Mais um exemplo do resultado da maturidade do processo SOI nos processadores da AMD. Operando à todo
vapor, o Athlon X2 BE-2350 dissipa meros 31º C, temperatura de operação mínima de muitos processadores
do passado (Fonte: HotHardware).

A AMD vem fazendo um aproveitamento cada vez mais exaustivo com o SOI, aproveitando as boas
características dessa tecnologia, sobretudo a dissipação de calor bastante controlada, escolhendo chips mais
nobres, capazes de operar a tensões mais baixas para que o consumo elétrico e a dissipação de calor sejam
menores. Para desktops, os Athlon X2 série BE, além dos futuros Athlon série 4000E, com TDP de 45 W, são
bons exemplos do que o SOI aliado à uma arquitetura eletricamente eficiente pode fazer.

Além do SOI, os processadores da Intel também experimentaram um avanço no método de fabricação


apelidado de “High-K”. O nome pode, em si, não dizer muita coisa, então vamos primeiramente, explicar o
funcionamento de um transistor comum para depois aplicar os benefícios do High-K nos conceitos.

O transistor é formado por três contatos: Source (Fonte), Gate (Porta) e Drain (Dreno). Até o momento, o
Gate era feito com o composto químico SiO2 (dióxido de silício), que age como dielétrico, que serve para
impedir a passagem da corrente elétrica e quando recebe uma tensão, conduz eletricidade. Aliás, é por ter essa
capacidade de impedir e conduzir a passagem da eletricidade que o SiO2 é classificado como semicondutor. É
imprescindível que a camada de SiO2 seja bastante fina, fazendo necessária uma tensão menor sobre o Gate e a
corrente de eletricidade que vai do Source ao Drain é maior com o transistor em pleno funcionamento. Para
espanto geral, no processo P1264 da Intel (65nm), o Gate tem ínfimos 1,2nm.

http://www.realworldtech.com/includes/images/articles/IEDM-Day2-fig6.gif
Inclusão de novos conceitos aos transistores no processo de litografia de 45nm, como o High-K e o Metal Gate
para diminuir a fuga de corrente, diminuindo o desperdício de energia (Fonte: RealWorldTech).
Como uma camada dielétrica tão fina, é plausível que fugas de corrente ocorram e, explicado no item
dois, quanto maior a freqüência de operação, maiores são essas fugas. A fuga de corrente é maléfica, tanto por
desperdiçar energia, quanto por que, quando a fuga ocorre, a eletricidade se converte em energia térmica,
aumentando a dissipação de calor do processador. Já que, conforme o processo de litografia avança, a mesma
fica ainda menor, aumentando as fugas. É aqui que entra o High-K.

A solução encontrada pela Intel consiste em substituir o SiO2 por um composto químico apelidado de
High-K, baseado no háfnio (o restante da composição é secreto), medindo 3nm. O nome High-K simboliza uma
constante dielétrica (K) alta, que do háfnio é de 25, muito maior que a do SiO2, que é de humildes 3,9.
Entretanto, o uso do High-K nos leva a outro problema: O material é questão não é compatível com o silício do
eletrodo, que faz a ligação de um transistor a outro. A solução foi implementar um material metálico no Gate
(Metal Gate), de composição química secreta.

O processo P1266 (45nm) da Intel já faz proveito do High-K e do Metal Gate. De acordo com a Intel, a
capacitância seria 60% maior, a energia consumida para o transistor mudar de estado ficou 30% mais rápida,
além de uma queda dramática da fuga de corrente pelo Gate de mais de 10 vezes.

Na prática, esses resultados também foram bastante animadores, como um teste recente do MatBe bem
mostrou. Comparado com o antecessor de 65nm, o Core 2 Extreme QX6850, o Core 2 Extreme QX9650
(ambos operando a 3GHz com FSB de 1.333 MHz em modo QDR) foi cerca de 71,5% mais econômico em
estado de ociosidade (Idle) e cerca de 40,4% em carga total, comprovando a eficiência do High-K e do Metal
Gate na redução das fugas de corrente, controlando o consumo elétrico eficientemente.

http://wd.ch-img.com/109211-consommation-qx9650.png
http://wd.ch-img.com/109241-article-n-521-intel-qx9650-45nm-12-mo-de-cache-etghz-conso-100-.png
Comparativos de consumo elétrico dos processadores atuais, sendo o primeiro em estado de ociosidade e o
segundo em carga total, mostra um avanço considerável na economia energética do Core 2 Extreme QX9650
de 45nm em relação ao Core 2 Extreme QX6850 de 65nm (Fonte: MatBe).

3B. Evolução nos métodos de controle de consumo


Além de aperfeiçoamentos ao que toca a arquitetura e aos métodos fabris, para aumentar a eficiência
energética, tanto a AMD quanto a Intel inventaram mecanismos de gestão de recursos para diferentes
porcentagens de atividade de seus processadores.

O mecanismo criado pela AMD se chama Cool’n Quiet para Desktop e PowerNow! para Notebooks e
está presente na grande maioria dos processadores da AMD atuais (K8 e K10). A técnica usada por ambos é a
mesma, diferenciando apenas no fato do PowerNow! ser mais agressivo quanto às voltagens e as freqüências,
que no Cool’n Quiet não interferem no desempenho.

Primeiramente, vamos falar de tensões de voltagens. O Cool’n Quiet balanceia essas tensões de acordo
com o uso do processador proporcionalmente com a freqüência de operação, da qual o mesmo também
gerencia. A tensão mínima pode chegar a até 1.1v, contra aproximadamente 1.4v operando à freqüência de
operação padrão em períodos de grande atividade. A freqüência de operação muda bastante (segundo a AMD,
mais de vinte vezes em um segundo) e muito rapidamente, podendo atingir até 800 MHz, variando em valores
intermediários a este até a freqüência de operação original do modelo. Com o menor aquecimento, o cooler do
processador pode operar a uma velocidade menor, reduzindo o ruído emitido pelo computador. A perda de
performance muito raramente é sentida, já que, dada a rapidez do ajustes das freqüências, o processador atinge
a freqüência de operação necessária para realizar trabalhos pesados rapidamente. Para que o Cool’n Quiet entre
em ação é necessário, além de ativar da opção no Setup do BIOS, instalar um software disponível no website da
AMD.

http://bp0.blogger.com/_wgrFgVMK6FQ/Ru5K_HDAznI/AAAAAAAAACc/PsYxco46-C4/s1600-
h/amd_power.jpg
Tecnologia AMD Dynamic Core gere as freqüências de operação de forma dedicada, propiciando uma grande
energia energética, sobretudo em ambientes multiprocessados (Fonte: MyPrecious).
Com a introdução dos processadores da arquitetura K10, o Cool’n Quiet foi aprimorado, chegando a sua
segunda versão, pensando justamente no aumento exponencial dos núcleos (até agora, há a perspectiva de oito
núcleos com o processador de codinome “Montreal” de 45nm) que a indústria de processadores vem fazendo. O
Cool’n Quiet 2.0 (Enhanced PowerNow! para Notebooks), somado às características de seu antecessor, ainda
desponta por oferecer um controle dedicado de freqüências de operação e voltagens dedicadamente para cada
núcleo, proporcionando uma economia ainda maior de energia e mais ajustada à demanda do uso de recursos.
Todo o controle de freqüências e voltagens é feito por hardware.

Para os processadores Intel, existe o EIST, acrônimo de Enhanced SpeedStep Technology. Assim, como
o Cool’n Quiet, o EIST, além de ajustar dinamicamente a freqüência de operação (o chamado C1E, manejando
os multiplicadores) e as voltagens do processador de acordo com a demanda, também funciona com “estágios
de ociosidade”, determinados de acordo com a atividade do processador e denominados “C-States”, do C1 ao
novíssimo C6, presente nos novos processadores móveis de 45nm da Intel, de codinome como “Penryn” e nome
comercial Core 2 Duo séries T8000 e T9000.

http://techgage.com/articles/intel/penryn_nehalem_032807/intel_032807_03_thumb.jpg
Introdução do estado C6 de ociosidade, chamado de Deep Down Technology (Fonte: TechGage).

Os C-States funcionam de forma similar ao sono humano (para âmbito de comparação, o sono humano
tem quatro estágios), economizando mais energia em estágios e demorando mais a despertar em estágios mais
profundos. O estágio C0 é a operação normal do processador, com todos os recursos funcionando e consumindo
energia em totalidade. O C1 derruba pela metade a voltagem do processador e desliga o Core Clock, mas ainda
assim mantendo o PLL (FSB) e os nível de Cache em funcionamento, sendo que o tempo para processador
“acordar” é bastante curto. Já no C1 se observa uma economia de 50% em relação ao C0.

No C3, o PLL também é desligado, enquanto que o Cache L1 entra em estágio de dormência. O C4 deixa
o Cache L2 parcialmente dormente, enquanto que o C6 pode ser comparado ao estágio “REM” do sono
humano, do qual todos os níveis de Cache são desligados, juntamente com o Core Clock e o PLL. O consumo
elétrico cai, em relação ao C0, em cerca de 300%, de acordo com a Intel.

Além dos estágios para ociosidade de processamento, ainda há os estágios de atividade de throttling
(bastante temidos na época dos Pentium 4 de núcleo Prescott), chamados de “P-States”, que são ativados em
condições críticas de superaquecimento. Quanto o termo-sensor interno do processador detecta que a
temperatura está alta, o TM1 (Thermal Monitor 1) entra em ação, literalmente “pulando” alguns ciclos de clock
para manter a temperatura do processador, já sendo possível observar perda de performance.

Uma vez que a ação do TM1 não é suficiente para manter a temperatura do processador sustentável, é a
vez do TM2 tentar resolver a situação. O controle termal do TM2 é mais agressivo, reduzindo a voltagem e a
freqüência de operação para tentar conter o superaquecimento.

Felizmente, com a introdução da arquitetura Core, a ativação dos estados TM1 e TM2 tem sido bem mais
rara em função da baixa dependência de altas freqüências de operação para atingir níveis de performance
convincentes, bem como a estrutura da arquitetura que, em virtude da menor quantidade de pipelines, é mais
simples.

A ativação do EIST pode ser feita pelo Setup do BIOS, assim como com o Cool’n Quiet. Sobre o TM1 e
TM2, a ativação é permanente e independe do usuário, mas sua atividade pode ser monitorada através do
software RightMark Clock Utility, que é FreeWare e pode ser baixado pelo seguinte endereço:
http://cpu.rightmark.org/download/rmma372bin.rar .

4. Overclock e eficiência energética: É possível?


Aos overclockers, o AnandTech também divulgou um comparativo muito oportuno sobre o consumo
elétrico do Core 2 Extreme QX9650, esse já construído sob o novo processo de litografia de 45nm com High-K
e Metal Gate da Intel, em regime de overclock, mostrando até onde o overclock pode ser proveitoso. Leitura
recomendada:
- Overclocking Intel's New 45nm QX9650: The Rules Have Changed:
http://www.anandtech.com/showdoc.aspx?i=3184&p=11

Embasados no review em questão, podemos discutir sobre alguns pontos. Primeira, do âmbito da
voltagem necessária para que o processador opere de forma estável. Até 3,8 GHz, o aumento das tensões é
mantém uma proporção em cerca de 0.60v para cada 200 MHz na casa dos 3,0 GHz. Entretanto, ao adentrar à
casa dos 4,0 GHz, quase o dobro desse ajuste é necessário para que a estabilidade do processador fosse
alcançada.

http://images.anandtech.com/graphs/penrynoc_12040751228/16137.png
Voltagem necessária para alcançar as respectivas freqüências de operação com estabilidade. Repare a maior
voracidade conforme a barreira dos 4 GHz é alcançada (Fonte: AnandTech).

Em relação às temperaturas, a barreira dos 4,0 GHz também impõe intimidação (o aumento extra das
tensões de núcleo é um dos agravantes da situação). Munido de WaterCooler, em estados de ociosidade, o
aumento da dissipação térmica foi sutil, mas sentido - Cerca de acréscimo de 5º C de 3,0 GHz até 3,8 GHz, com
aumento de cerca de 1º C a cada 200 MHz. Na casa dos 4,0 GHz, há um acréscimo berrante de 7º C com uma
variação de apenas 400 MHz até 4,4 GHz. Em atividade intensa, os acréscimo foram bem mais evidentes,
oscilando em até 15º C de 3,0 GHz para 3,8 GHz. A partir dos 4,0 GHz até 4,4 GHz, o acréscimo de
temperatura foi de 25º C.

http://images.anandtech.com/graphs/penrynoc_12040751228/16136.png
Temperatura do processador conforme a freqüência de operação aumenta, com o uso de WaterCooler (Fonte:
AnandTech).

É interessante analisar também o consumo elétrico predito e o consumo real. Até os 3,6 GHz, ambos
coincidiram, sendo que, a partir da barreira de 4,0 GHz, a diferença entre os oscilou de 28 W operando a 4,0
GHz a incríveis 63 W operando a 4,0 GHz.

http://images.anandtech.com/graphs/penrynoc_12040751228/16151.png
Comparação do consumo predito e o real nos testes com o Core 2 Extreme QX9650 em virtude da fuga de
corrente (Fonte: AnandTech).

E qual a valia desses dados? Descobrirmos quando ocorre a fuga de corrente e a viabilidade de acréscimo
de freqüência de operação a níveis elevados! No caso do Core 2 Extreme QX9650, o aumento de performance é
proporcional ao aumento da freqüência de operação até os 3,6 GHz. A partir disso, o consumo elétrico e a
dissipação de calor crescem desproporcionalmente, sobretudo quando a barreira dos 4,0 GHz, sendo que o
desempenho não cresce na mesma proporção.

Isso ocorre por que, em virtude da fuga de corrente que fica mais acentuada ao atingir a barreira dos 4,0
GHz, mais eletricidade é necessária (o aumento de tensão mais agressivo justifica isso) e com isso, o consumo
também cresce. A eletricidade perdida na fuga de corrente se converte em energia térmica, como já explicado,
aumentando consideravelmente a dissipação de calor.

Utilizar-se do overclock é interessante, mesmo partindo do conceito de performance por watt, apenas
sendo necessário achar uma freqüência de operação que balanceie bem essas duas grandezas. No caso do Core
2 Extreme QX9650, uma marca equilibrada estaria entre 3,6 GHz e 3,8 GHz, pois a dissipação térmica, a
voltagem necessária, a dissipação de calor e a performance estão equilibradas.

Em outros processadores, as limitações são diferentes em virtude da arquitetura e do processo de


litografia serem diferentes, mas as tendências são parecidas. Sempre há uma faixa de freqüências de operação
onde a dissipação, tanto de calor quanto elétrica, cresce de forma equilibrada e sustentável, juntamente com a
performance. Passada essa faixa, o aumento das três grandezas fica descontrolado, inviabilizando um aumento
mais agressivo para uso geral.
Enfim, o overclock pode ser muito benéfico para o aumento da relação de performance por watt,
bastando haver uma análise mais minuciosa sobre a performance adquirida em relação ao aumento de consumo
elétrico, bem como o teste em multiplicas situações, sobretudo em relação às voltagens, de forma que o
desperdício energético seja o menor possível.

5. Conclusão
Por fim, gostaria de sugerir aos leitores deste artigo para que se conscientizassem da importância da
performance por watt na escolha de um equipamento. É importante se iterar de comparativos sobre o ganho de
desempenho de um modelo de processador, equilibrando com os acréscimos de consumo de consumo elétrico.
Os benefícios para o usuário, como já fiz menção, são muitos, indo desde a economia de recursos financeiros na
compra dos componentes, por não exigirem projetos eletrônicos muito complexos até a conta de energia no fim
do mês, sobretudo aos que usam o computador em tempo integral. Em um ano, por exemplo, a economia obtida
pode vir até mesmo a possibilitar um upgrade, por exemplo.

Ao meio ambiente, os benefícios são enormes, pois com a implementação de computadores


energeticamente eficientes, menos energia é consumida e, por conseqüência, recursos naturais são poupados.
Poupar recursos naturais é uma preocupação de suma importância para todos, sobretudo com nosso planeta
estando nas condições que se encontra, toda a ajuda que puder ser dada é crucial para que, não apenas nós, mas
todas as espécies, tenham um futuro sustentável.

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