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Luta

Dezembro-2006/Janeiro-2007 Boletim da Associação


Social de Classe Interprofissional nº22/23
www.acinterpro.org acinterpro@gmail.com http://luta-social.blogspot.com

CRÓNICA DA A NEGAÇÃO DA LIBERDADE DE EDUCAÇÃO


GUERRA DE
CLASSES
E A LUTA GERAL DA JUVENTUDE
Sexta-feira, Dezembro 29,
Governo promulga
regime de precariedade INTRODUÇÃO
docente Sentimos como necessária uma discussão generalizada em torno de um dos vectores da nossa
actividade enquanto AC-INTERPRO.
As nossas campanhas contra a privatização do ensino e contra o processo de Bolonha, iniciadas no
Quinta-f., Dezembro 28, âmbito da FESAL-E (Federação Europeia de Sindicalismo Alternativo – Educação) desde 2004, têm de
Petição contra o ser aprofundadas. Temos sobre estes temas a nossa perspectiva de classe, anti capitalista e anti
encerramento da autoritária, em contraste com a generalidade dos discursos dos «amigos» dos trabalhadores e dos
Escola Secundária D. estudantes que, nos sindicatos burocráticos do sector e em muitas associações de estudantes vêm, há
João de Castro longos anos, iludindo e encobrindo a verdade.
discutida no dia 5 de Nosso papel enquanto sindicalistas revolucionários no sector da educação, é o de desmascarar e
Janeiro de 2007 (sexta- preparar as condições para o contra ataque; iniciemos esta caminhada, diagnosticando o que realmente
f.) na A.R. vem acontecendo e o seu significado geral, para melhor traçarmos as estratégias.

Quarta-f., Dezembro 27
Greve Geral e Greves COMO SE PROCESSA A PRIVATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO?
Parciais nos Correios Quanto à privatização da educação, ela tem ocorrido neste país, como em todos os países da área do
chamado 1º Mundo e muito para além deste, como uma das facetas fundamentais da globalização
capitalista.
Segunda-f., Dezembro 25, Os estados-maiores que comandam a política mundial não se enganaram ao proclamar que o ensino
Mineiros de Aljustrel deveria ser considerado como um serviço e sujeito às «leis do mercado» (ver acordo do GATS, Acordo
lutam por dignidade Geral sobre Tarifas e Serviços, da OMC). Eles estavam a franquear as portas para oportunidades de
negócios, por um lado, mas por outro, é questão estratégica saber-se quem ensina, a quem, como, em
que condições.
Terça-feira, Dezembro 19, O «desenvolvimento económico» é sempre tributário de uma determinada visão política da economia,
Trabalhadores do Metro que tenta passar sob silêncio a sua opção de classe, através da imposição do saber «conveniente», do
(100% em greve) «pensamento único», da ideologia do «consenso social». Estas seriam razões suficientes para
recusam destruição do repudiarmos essa política. Porém, além disto, o mercantilismo traz como consequência a acentuação
acordo de empresa das desigualdades no acesso à educação.
A educação de qualidade está hoje cada vez mais reservada a uma fina camada das classes médias-
altas e altas, num mundo onde os postos de trabalho interessantes, bem remunerados e com prestígio
Segunda-f., Dezembro 18,
Pilotos ameaçam fazer
social, escasseiam. Infelizmente, esta tendência de elitismo vai acentuar-se brutalmente nos próximos
greve de zelo anos, as políticas seguidas pelos governos apontam para aí, por mais que a propaganda serôdia dos
seus defensores o tente esconder.
Para a grande massa, está reservada uma pseudo educação, na realidade, a aculturação ao capitalismo
de hoje; uma pseudo formação, na realidade, um processo de aceitação da precariedade.
Domingo, Dezembro 17,
Privatização do parque
escolar: Seis escolas
passam a empresa
pública

O investimento público no ensino é calculado em função de critérios de


Sábado, Dezembro 16, «rentabilidade» económica, por mais aberrante que isso seja, se pensarmos um pouco sobre o assunto.
Para agradar à Assim, as consideradas escolas «modelo», são as que estão a rebentar pelas costuras, por serem as
SONAECOM, «escolhidas» pelos pais, que «preferem» que os seus filhos façam longos quilómetros diários para
administração da PT frequentar tais escolas de «elite». Se as escolas fossem todas mantidas ao mesmo nível de
decide cortar no plano equipamento, de investimento, etc., esta distinção não teria lugar. Acontece que algumas escolas são
de saúde dos deixadas ao abandono (as de menor «sucesso»)como uma absurda punição às respectivas
trabalhadores comunidades educativas, mas para as referidas «escolas modelo», há uma chuva de verbas, de
contratos programa, de parcerias empresas/escolas, etc.
(Cont. p. 2 )
Sábado, Dezembro 16,
CNT Francesa consegue (cont. de pag. 1) Os docentes também são fortemente coagidos a ficar nessas escolas «modelo»,
uma vitória numa mesmo quando não se identificam com a pedagogia que aí se pratica, pois assim terão uma vida
greve! profissional tranquila, sem risco de «horário zero» por redução do número de turmas (o que pode
transformar-se em deslocação forçada para longe), sem grandes problemas disciplinares.
As escolas têm vindo a ser transformadas em palco das políticas autárquicas, com uma influência muito
Sábado, Dezembro 16, directa do município (e dos seus políticos) na gestão e mesmo nos assuntos pedagógicos dos
Mobilização por Oaxaca
estabelecimentos. Recentemente, o ministério da educação procedeu ao encerramento de mais de 1 500
escolas do 1º ciclo, sob pretexto de redução do número de alunos, apenas no ano lectivo anterior. Se
estes tiveram uma forte contestação popular em muitos casos, noutros decorreram sem qualquer
Sexta-feira, Dezembro 15,
Laicidade - Celebrações contestação, porque os poderes central e autárquico negociaram, nas costas das populações, as
natalícias nas escolas contrapartidas. O estado central pretende livrar-se da responsabilidade da maior parte do ensino.
públicas De facto, as escolas secundárias ainda não foram municipalizadas, mas isso também vai mudar. Quanto
aos docentes, a sua colocação ainda é por concurso nacional, mas isso vai deixar de ser assim. Com
efeito, segundo decreto recente do governo, haverá possibilidade da própria direcção da escola
Domingo, Dezembro 03, escolher os seus docentes, por critérios dúbios. Chamam a isto «autonomia».
«Aulas de substituição Neste momento, assiste-se à intrusão directa da empresa no interior da escola pública: o «sponsoring»
no estrangeiro, como está a invadir todos os domínios, desde campanhas publicitárias a produtos alimentares e bebidas no
as portuguesas?» interior da escola, até a pseudo cursos de informática «oferecidos» generosamente, sob condição da
Tretas!!!! continuidade ser paga, em determinada escola privada de informática...
As autarquias não têm vocação (ou vontade) de gerir escolas, tendo portanto tendência de privatizar
todos os serviços de apoio, desde o fornecimento de refeições à limpeza. As empresas privadas, muitas
Domingo, Dezembro 03, vezes, obtêm esses contratos contra favores políticos e pessoais, não pela qualidade dos seus serviços.
Perfil do jovem Face a uma boa parte da população, capaz de grandes sacrifícios para assistir ao jogo da sua equipa
português: Sai mais preferida, mas que não compra livros, não vai ao teatro e raramente vai ao cinema, a opção de muitos
tarde de casa dos pais, autarcas tem sido a de fomentar o desporto/futebol na sua autarquia, em prejuízo de financiamentos
adia casamento e filhos destinados a melhorar a qualidade do ensino e dos complementos educativos e culturais, que poderiam
e tem emprego precário
gravitar em torno da escola. O objectivo da municipalização é, na realidade, uma privatização diluída no
tempo, encapotada.
Quinta-f., Novembro 30,
Associação de Classe
Interprofissional é um
sindicato legal desde
ontem! As próprias escolas são vistas como empresas, que devem ser geridas como
empresas, onde o produto é o «sucesso dos alunos». A escola que fabrica maior «sucesso» (não
importa por que meios, mesmo à custa da qualidade!) é a «melhor».
Quarta-f., Novembro 29, Não admira que se note, neste último decénio, um recuo sensível da qualidade do ensino: retiraram-se
GESTÃO DANOSA NO as aulas experimentais em ciências naturais e físico-química, diminuíram-se as oportunidades de
METRO DO PORTO estruturação do pensamento, com a limitação do ensino da filosofia a somente alguns anos do
secundário (só os 10º e 11º anos). A ignorância cada vez mais chocante dos alunos do secundário, em
relação à «cultura geral» vai progredindo. A ciência é tida como prioridade somente ao nível do
Domingo, Novembro 26, discurso; na prática, nota-se uma ausência de nexo lógico entre matérias, entre diversos ramos do
CONTRARIAMENTE AO saber científico, além do constante desprezo da sua essencial componente experimental.
PROPALADO PELO
As «reestruturações curriculares» servem sobretudo para um embaratecimento do custo da educação
GOVERNO,
pública, quer forçando um acréscimo de carga lectiva nos docentes, quer diminuindo a componente
DESEMPREGO TEM
realmente educativa dos alunos, sobretudo nos 3 ciclos do ensino básico. Por exemplo, as
AUMENTADO
componentes horárias de língua materna e de matemática são mais baixas que em quaisquer outros
países da Europa. Isto traduz-se num enorme deficit nestas áreas fundamentais, como seria de esperar.
Sábado, Novembro 25, Porém, os poderes insistem em «aulas» de «estudo acompanhado», de «educação cívica», ou de «área
DECLARAÇÃO POLÍTICA projecto», em detrimento do português e da matemática (no ensino básico, apenas com 3 horas
DA ASSEMBLEIA semanais cada, em 2 aulas de 1h.30min).
POPULAR DOS POVOS Estas aberrações são sentidas pelas pessoas que trabalham dentro do sistema, mas difíceis de detectar
DE OAXACA até pelos encarregados de educação dos alunos; é necessário desmascarar a enorme hipocrisia do
poder. Sob um belo discurso, realiza exactamente o inverso do que proclama.
Quarta-f., Novembro 22, O cozinhado das reformas tem de ser decifrado para pessoas que não estão mergulhadas no sistema de
GREVES E ensino. Este cozinhado vem apresentado com discursos pedagógicos cheios de citações, evocando
MANIFESTAÇÕES NO ideais de pedagogia não directiva e libertária. Basta ler os preâmbulos dos textos legais, dos programas
SECUNDÁRIO; BELAS- didácticos e outros materiais, para nos apercebermos disso.
ARTES FECHADA O recurso sistemático a termos da pedagogia libertária e não directiva no discurso teórico é perversa e
constantemente acompanhado pela negação de toda a hipótese de sua realização prática nas escolas do
O desenvolvimento destas Estado. Eis mais uma demonstração da esquizofrenia do poder: o discurso é tanto mais libertário,
e doutras notícias pode quanto mais autoritária for a prática que pretende encobrir.
ser lido no blog do Só se compreende a lógica subjacente às políticas de educação, tendo em conta que elas se centram
Boletim «Luta Social» em: num objectivo estratégico: criar mercado para as escolas privadas.
Nestas, a disciplina é rígida e os alunos são ensinados por métodos geralmente mais autoritários, mas
http://luta- com um certo «aproveitamento» global. São preferidas por encarregados de educação, pela facilidade
social.blogspot.com em seus filhos aí obterem melhores notas. Aqueles que podem pagar o colégio (as classes médias) e
cujos filhos ainda se encontram no ensino público são os grandes alvos desta operação. (Cont. p. 3)
(cont. de p. 2) A degradação da escola pública irá acentuar-se. Além disto, a imagem mediática será
cada vez mais negativa, equiparando escolas públicas a espaços onde reina a insegurança, o
vandalismo e generalizando as situações, como é típico do sensacionalismo jornalístico.
Professores, alunos, encarregados de educação e cidadania em geral, devem ser despertados para as
reais políticas que se tenta encobrir com propaganda. Uma vez cientes dos embustes, podem mais
facilmente detectar no seu entorno os sinais da privatização encapotada da escola pública, tornando
assim possível o surgir de propostas de luta.

VIDA DA
ASSOCIAÇÃO
No dia 29 de Novembro
de 2006, foram
publicados os Estatutos
da AC-Interpro no
Boletim do Trabalho e
Emprego nº44, sendo A VERDADE SOBRE BOLONHA
assim completado o
processo de legalização Desde há uns anos, o «processo de Bolonha» tem sido apresentado por governantes e políticos como
do nosso sindicato. um marco decisivo para o «progresso» do ensino superior europeu. Mas não dizem que foi inteiramente
concebido dentro dos parâmetros de uma satisfação plena da competitividade capitalista.
No dia 8 de Dezembro, O raciocínio dos que lançam tal processo de reforma do ensino superior na Europa é o seguinte: «os
realizou-se a primeira europeus devem copiar os anglo-saxónicos, se quiserem ser a primeira potência mundial no saber, na
Assembleia do Núcleo de investigação científica e logo em tudo o resto, pois são estes os motores que dinamizam a economia».
Base de Educação da AC- Segundo os apologistas de Bolonha, os sucessos dos anglo-saxónicos devem-se a uma determinada
Interpro, cuja organização do ensino, nomeadamente do superior, com uma estrutura de cursos que conduz à
canalização dos melhores alunos para uns poucos lugares altamente qualificados, onde irão usufruir
convocatória foi estendida
das melhores condições para a investigação.
aos membros do Colectivo Estas instituições são universidades privadas, muitas vezes, tendo o ensino sido baseado, desde há
Português da FESAL-E. longos anos, no investimento privado directo com parcerias universidade/indústria, fundações, bolsas
Entre as principais de estudo e de investigação fornecidas por grandes grupos, financiamentos privados preferenciais em
resoluções da referida certas áreas de investigação, etc.
Assembleia, contam-se a Em face do processo de Bolonha, qual vai ser o estatuto de Portugal, pais atrasado, com uma enorme
prioridade à organização falta de abertura ao exterior, sem desenvolvimento próprio, sem linhas próprias de investigação (as que
do Núcleo de base da existem são meros apêndices e encomendas feitas por grandes unidades de investigação doutros
educação, a manutenção países)? - Pois, vai continuar a ser o que é. Vai continuar a ser periférico, embora geograficamente
das relações fraternas com europeu.
Porém, vai haver mudanças, com a introdução da licenciatura em 3 anos e mestrado em 2 anos. Vai
a FESAL-E e a proposta
haver um acréscimo sensível nas propinas, sobretudo no curso de mestrado.
de realização no Porto, a Vão acentuar-se as dificuldades num grupo maioritário de estudantes, muitos dos quais ficarão com a
10 de Fevereiro de 2007 formação incompleta, incapazes de estudar a tempo pleno por razões económicas. Eles terão de
(sábado), da AGS trabalhar para subsistir e pagar os estudos simultaneamente, por não terem bolsa e por os seus pais
ordinária. Nesta, além do não poderem ajudá-los: ficarão com uma licenciatura de apenas três anos, que antes se chamava
relatório e contas de 2006 bacharelato. Não poderão ter a pretensão de alcançar postos de trabalho mais ou menos prestigiados.
e do plano e orçamento Serão condenados à precariedade para a vida inteira.
para 2007, vai Os poucos que acederão aos mestrados pagarão propinas muito elevadas para conseguir um diploma
desencadear-se o processo de mestrado que lhes dará (por quanto tempo ainda?) alguma hipótese de obter um posto de trabalho
decente nesta economia. Uma elite muito restrita irá fazer o doutoramento, sendo frequentemente
para as eleições, com a
atraída para outras paragens.
proposta de regulamento Vai perpetuar-se o padrão do brilhante cientista que vai para fora adquirir renome e dá o melhor de si
eleitoral e de calendário próprio em pesquisas com interesse, sobretudo, para o país de acolhimento. Continuará a fuga dos
eleitoral. cérebros.
As promessas de Bolonha enganam, sobretudo, devido à ausência de discurso crítico. As pessoas
sabem que este país não lhes oferece condições, sobretudo se forem jovens. Então, vendem-lhes
«Bolonha» como uma espécie de salvação, jogando com as suas esperanças. Custa, às vezes, as
pessoas despertarem para a realidade, mas isso vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, pois «Bolonha»
é mesmo uma miragem.
Vão os portugueses ter maior dificuldade em competir no mercado de trabalho globalizado? Sem dúvida
que sim! A ideia de que os estudantes podem ir para qualquer país, pois haverá um sistema integrado
de reconhecimento automático de graus académicos é realmente uma falácia: Primeiro, não haverá um
sistema de bolsas generalizado, que permita fazer face aos custos acrescidos no estrangeiro. Depois,
apenas por ingenuidade se pode pensar que um português será bem acolhido e fará brilhantes
(cont. p. 4)
Agradecimento
(cont. da p. 3) mestrados ou doutoramentos no estrangeiro, mormente quando isso tira emprego aos
Pelo apoio recebido ao nacionais desse país! Além disso, quantos estudantes portugueses dominam outras línguas de forma a
longo deste ano que poderem frequentar o ensino no mais elevado grau, nesses países? Só alguns raros indivíduos
acabou, desejamos bilingues.
Será bem mais fácil, pelo contrário, aos técnicos e investigadores doutros países da UE virem para
agradecer a todas as Portugal ocupar postos em empresas ou departamentos de investigação, onde se valoriza mais a
organizações sindicais e competência adquirida do que a língua e onde todos falam inglês, a língua universal dos negócios e da
outras entidades, assim ciência.
como a todos/as restantes A mudança do modelo é importante. De um modelo onde a Educação é da responsabilidade dos poderes
Companheiros/as, a sua públicos, e o seu acesso – a qualquer nível - é um direito de cidadania, portanto não dependente de
factores como a capacidade de auto financiamento do estudante, passa-se a um modelo (de acordo com
colaboração fraterna e os princípios do GATS) em que a educação é um serviço, como outro qualquer, seguindo a «lei da oferta
solidária: e da procura».
- C.G.T. de Espanha Neste contexto, o Estado deixa de ser o garante do acesso. Pelo contrário, deve apagar-se e apenas ter
- C.N.T. de Espanha um papel supletivo. O Estado poderá ser fornecedor de educação para aqueles segmentos da população
- S.A.C. da Suécia
que, de outro modo, seriam incapazes de lhe aceder, mas não se poderá colocar como «concorrente» de
negócios privados, não poderá «falsear» o jogo do mercado. É a lógica do liberalismo aplicada ao
- CNT-F de França ensino e à cultura.
- E.S.E. da Grécia Além do aspecto da justiça no acesso ao ensino, existe outro aspecto - muitas vezes esquecido - da
- UNICOBAS de Itália importância decisiva que as grandes corporações passarão a ter na definição da estrutura dos cursos,
- FdCA de Itália dos «perfis» dos formandos, sobre quais devem ser as áreas prioritárias na investigação, etc. Note-se
que este acentuar da influência directa já começou a fazer-se sentir: as universidades são fortemente
- FESAL-E ( Fed. Eur. Sind.
pressionadas pelo governo a obterem parte significativa do seu financiamento através de parcerias com
Alternativo - Educação) empresas. Isto traz como consequência que estudos sobre questões sensíveis, incómodos, por serem
- A-Infos / www.ainfos.ca fonte potencial de crítica, tais como estudos sociais, políticos, ambientais ou simplesmente
- Anarkismo.net considerados com «fraco interesse» para o tal perfil de tecnocratas que se pretende formar, serão
- pt.indymedia.org marginalizados, sub financiados e - por fim - retirados dos currículos.
Temos de denunciar. Mas não basta denunciar, é necessário mostrar que outro tipo de educação e de
(Indymedia Português)
organização nos estudos superiores se pode contrapor a este modelo.
- Jornal «A Batalha» / Sabemos que o saber é poder. É evidente que os poderes, económico e estatal, sempre querem
Centro de Estudos monopolizar o saber para melhor controlar os diversos aspectos da sociedade, incluindo a própria
Libertários (Lisboa) gestão do estado e das empresas.
- Biblioteca-Museu da Tudo o que seja no sentido de uma abertura, de arrancar o monopólio ao pensamento único, tudo o que
seja pensamento crítico, toda a crítica ao modelo capitalista imperante, é visto (com razão) como
República e Resistência
perigoso para a gestão de classe desta sociedade.
(C.M.L) Os modelos concorrentes, o livre pensamento, a livre crítica, sempre foram apanágio dos melhores
- Biblioteca dos Operários centros universitários, produtores de novos saberes e ideias, de novas correntes e estéticas.
(BOESG) (Lisboa) Esta diversidade vai decrescer exponencialmente com este modelo, onde as regras são ditadas
- Centro de Cultura directamente pela grande indústria, pelos grandes grupos económicos. A médio prazo, irá haver
empobrecimento, perda de competitividade das universidades europeias face às dos EUA. Lembremos
Libertária (Almada)
que a este país têm afluído os melhores cientistas do Terceiro Mundo, aliciados pelas boas condições
- Musas Atlético Clube de investigação, os bons ordenados e um ambiente aberto, não xenófobo; os meios académicos nos
(Porto) EUA, formam um microcosmo diverso da restante sociedade.
- e todos os indivíduos e Assim, a Europa arrisca-se a empobrecer, desprezando a sua diversidade cultural, sob a batuta dos
grupos anti-autoritários e tecnocratas das grandes multinacionais, dos burocratas e políticos da UE.
Pior que tudo, os jovens serão os grandes sacrificados, ser-lhes-ão negados o acesso ao estudo e à
anti-capitalistas, que formação técnico-científica, voltando a prevalecer um nítido critério de selecção económica, depois de
partilham as nossas alguns decénios de relativa «democratização».
aspirações e as nossas
lutas.

Para tod@s, um ano


de 2007 com muita Só uma revolta generalizada poderá mudar o estado de coisas presente, mas
não como em Maio de 1968. Os estudantes de 68 acreditaram que estavam a fazer a revolução, quando
saúde, alegria e apenas foram capazes de fazer tremer o poder. Este soube neutralizar a revolta, esvaziando e reciclando
solidariedade! os seus símbolos e palavras de ordem, pois, nessa altura, a economia ainda estava num ciclo de
expansão.
Hoje, as condições são diferentes, sendo possível que uma revolta europeia da juventude assuma uma
www.acinterpro.org amplitude e profundidade muito maiores e talvez conduza à revolução social.

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