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conta, sob inspiração do Espírito Santo, os primeiros trinta anos da evangelização do

mundo por parte da Igreja.


- O livro de Atos dos Apóstolos é, na verdade, o segundo volume da obra de Lucas que
,
depois de ter ordenado as informações que obteve a respeito do ministério terreno de J
esus
Cristo (Lc.1:1-4), a fim de dar conhecimento mais profundo das informações que tinha
Teófilo a respeito, decidiu, também, registrar os fatos concernentes à história dos cris
tãos
até aquele instante, a fim de mostrar a continuidade entre a obra de Jesus e o tra
balho que
era levado a efeito pelos Seus apóstolos, em especial, de Paulo, com quem Lucas es
tava a
trabalhar na obra de Deus.
OBS: Muito se especula sobre a identidade de Teófilo, mas, ante as poucas informações
constantes das Escrituras, tudo
o que se diz não pode ser visto senão como conjectura. Não resta dúvida, porém, de que os
escritos de Lucas buscava dar
respaldo a uma pessoa importante a respeito da doutrina cristã, o que é relevante di
ante da circunstância de que Paulo
estava sendo julgado e com sua vida em risco precisamente em razão da sua fé. A eluc
idação destes pontos, pois, poderia
contribuir para um correto julgamento de sua causa pelas autoridades.
- O introito de Atos (At.1:1) já nos mostra, claramente, que o seu autor é o mesmo L
ucas,
aquele que redigiu o Evangelho que levou o seu nome, um Evangelho voltado para o
s
gregos, um Evangelho que tinha, por objetivo, demonstrar que Jesus era o Filho d
o
Homem, o Homem perfeito.
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- Como um cientista que era (Cl.4:14), Lucas, além de trazer as informações
pormenorizadas e ordenadas, também deixa claro que este volume de sua obra tinha u
m
objetivo bem definido, qual seja, o de mostrar o aprendizado dos discípulos junto
ao Senhor
Jesus e como eles se tornaram Suas testemunhas desde Jerusalém até os confins da Ter
ra
(At.1:8).
- Por isso, desde cedo, o livro acabou sendo denominado pela Igreja de Atos dos
Apóstolos , ou seja, das atitudes, da prática do ensino do Senhor Jesus por parte dos
apóstolos, aqueles que haviam sido enviados por Ele para pregar o Evangelho em tod
as as
nações, começando por Jerusalém (Lc.24:47).
- Na verdade, a denominação primeira do livro, nos documentos mais antigos, era a de
Atos de todos os apóstolos , visto que o livro passou a ser muito utilizado a partir
da
metade do século II, como uma reação à heresia liderada por Marcião de Sinope (110-160),
que, entre outras ideias, passou a rejeitar o Antigo Testamento e a aceitar some
nte o
Evangelho de Lucas e algumas epístolas de Paulo. O livro de Atos, ao mostrar a per
feita
harmonia entre o trabalho dos primitivos apóstolos e o ministério posterior de Paulo
era um
vigoroso contra-argumento a esta heresia, ainda mais por ser da autoria do mesmo
Lucas, o
único evangelista reconhecido por Marcião. Por isso, era denominado de atos de todos
os
apóstolos , para contrariar a falsa doutrina de que só Paulo havia transmitido a corre
ta
doutrina de Cristo.
OBS: A expressão Atos de todos os apóstolos aparece, pela vez primeira, no chamado cânon
muratoriano , lista dos
livros considerados inspirados pela igreja em Roma, redigido por volta de 200. R
eferida lista foi descoberta em uma
biblioteca pelo erudito italiano Ludovico Muratori, razão de ser do nome que lhe f
oi dado.
- Este seu papel de ponte entre os Evangelhos e as epístolas fez com que, cedo, desd
e as
primeiras listas surgidas, o livro de Atos figurasse no chamado cânon do Novo
Testamento , ou seja, na relação dos escritos que foram considerados como tendo sido
inspirados pelo Espírito Santo e que, ao lado do Antigo Testamento, deveriam compo
r a
Bíblia Sagrada. Também é a razão pela qual, no arranjo dos livros, foi posto imediatamen
te
após os Evangelhos e antes das epístolas.
OBS: Eusébio de Cesareia, historiador da Igreja no século IV, mostra como, em sua époc
a, dúvida alguma sobre a
inspiração de Atos: Este também parece o devido lugar de apresentar uma declaração sumári
livros do Novo
Testamento já mencionados. E aqui, entre os primeiros, deve ser colocada a santa tét
rade dos Evangelhos; esses são
seguidos pelo Livro de Atos dos Apóstolos (História eclesiástica: os primeiros quatro séc
los da história da Igreja
Cristã. Trad. de Lucy Iamakami, p.103).
- O livro de Atos apresenta a descrição de como se iniciou o cumprimento da palavra
do
Cristo ressurreto aos Seus discípulos pouco antes de ascender aos céus. Em Atos 1.8, o
Cristo ressurreto declara o propósito do batismo com o Espírito Santo: mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra . Por localização e
ênfase, este versículo parece designar claramente o propósito deste livro de Atos dos
Apóstolos. Trata-se de uma história especial sobre o estabelecimento e a extensão da I
greja
entre judeus e gentios pela localização gradual de centros de influência em pontos sal
ientes
do império romano, desde Jerusalém até Roma. (BÍBLIA SHEDD, p.1526).
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- Lucas, após ter mostrado a Teófilo, no primeiro tratado , o que Jesus havia feito e
ensinado, agora, neste segundo volume, mostra a prática deste ensinamento, prática e
sta
que somente foi bem sucedida porque contou, desde o seu início, com a atuação do Espírit
o
Santo. Já no seu introito, pois, o médico amado nos mostra que a Igreja é a cumpridora
dos ensinos e ações de Jesus, cumprimento que só se torna possível mediante a atuação do
Espírito Santo.
- Se Lucas, que é o único gentio a redigir um texto das Escrituras, considerado um c
ristão
da Igreja de Antioquia (sua origem antioquita é afirmada em um dos mais antigos pr
efácios
de seu Evangelho e tem sua razão de ser, já que os primeiros gentios convertidos o f
oram
em Antioquia e isto explica o fato de Lucas ter sido companheiro de Paulo), vale
u-se de
provas precisas e idôneas para redigir o Evangelho, com relação a Atos, então, não só de
provas precisas e idôneas, mas ele próprio testemunhou fatos que relata, o que aumen
ta,
ainda mais, a credibilidade de sua narrativa.
- A propósito, cabe aqui reproduzir o que diz sobre a credibilidade de Atos o prof
essor de
Crítica e Exegese Bíblica da Universidade de Manchester (Inglaterra), F.F. Bruce: O
valor histórico do relato de Lucas tem sido amplamente confirmado pelas descoberta
s
arqueológicas. Apesar de seus interesses apologéticos e teológicos, isso não diminui sua
minuciosa exatidão, ainda que aqueles controlem sua seleção e apresentação dos fatos. Ele
coloca sua narrativa dentro da moldura da história contemporânea; suas páginas estão
repletas de referências aos magistrados das cidades, aos governadores provinciais,
aos reis
visitantes, e outros semelhantes, e essas referências provam vez após vez, que estão c
orretas
quanto ao lugar e ao tempo em questão. Com um mínimo de palavras, ele transmite a
autêntica cor local das cidades extremamente diversas mencionadas em sua história. E
sua
descrição sobre a viagem de Paulo a Roma (27) até os nossos dias permanece como um dos
mais importantes documentos sobre a antiga arte da navegação (Atos, Livro de. In:
DOUGLAS, J.D. (org,).O novo dicionário da Bíblia. Trad. de João Bentes. v.1, p.169).
- Se dúvidas não há quanto à autoria de Atos, maiores controvérsias surgem com relação à
data de sua redação. Como o livro termina com a descrição da prisão domiciliar por dois
anos em Roma, quando pregava o Evangelho em toda liberdade, tem-se como um fator
indicativo de que o texto é anterior a 64, ano em que se deu a primeira grande per
seguição
romana contra os cristãos, no tempo do imperador Nero. O livro, pois, é tido como es
crito
por volta do ano 60, quando Paulo estaria sob a prisão domiciliar mencionada no térm
ino
da obra.
- Surgiram alguns críticos bíblicos , que, como já temos dito ao longo destes estudos da
EBD, devem ser analisados com muita cautela, desconfiança até, visto que, no fundo,
são
pessoas, no mais das vezes, querendo muito mais desafiar e desacreditar as Escri
turas do
que estudá-las, procuram pôr a data de Atos por volta do ano 90, o que deve ser cont
estado,
já que, como diz Russell Shedd, há o silêncio, em a narrativa, a respeito da morte de
Paulo
e a completa ausência de referências a outros escritos paulinos que nesse tempo estava
m
largamente difundidos (BÍBLIA SHEDD, p.1526).
- Ademais, a teoria que procura datar o livro de Atos por volta do ano 90, basei
a-se em dois
fatores que são altamente improváveis. O primeiro é de que o texto de Atos dependeria,
em
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sua redação, das Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo, e de que teria sido um docum
ento
redigido para distinguir-se os judeus dos cristãos. Não há, porém, qualquer elemento mai
s
firme que permita relacionar ambos os textos. Muito pelo contrário, o texto mostra
uma
sensação de relativa confiança entre autoridades romanas e judaicas quando do episódio d
o
aprisionamento de Paulo que vai contra tudo o que se tem na obra de Josefo.
- A segunda é de que o texto teria sido redigido para impedir-se ou amenizar-se a
perseguição contra os cristãos nos tempos do imperador romano Domiciano (81-96), a
segunda grande perseguição romana contra a Igreja. Tal circunstância, também, não faz
sentido, diante da omissão da morte de Paulo no texto, ele, o protagonista da última
parte
do livro, ainda mais quando se sabe o trágico fim de Nero, o que seria mais do que
natural
constar de um texto que retratou o fim trágico de Herodes Agripa em decorrência do
martírio de Tiago. O tom otimista com que termina o livro de Atos é totalmente adver
so a
uma circunstância como a aventada pelos defensores desta teoria.
II ATOS DOS APÓSTOLOS É, TEOLOGICAMENTE, ATOS DO ESPÍRITO
SANTO
- Já vimos que o título adotado para este livro, Atos dos apóstolos , tem sua razão de ser
histórica, mas não seria demasiado dizer que, na verdade, o livro de Atos bem poderi
a ser
chamado de Atos do Espírito Santo , visto que Lucas, em toda a sua narrativa, faz
questão de mostrar que a Igreja age sob a direção do Espírito Santo. O Espírito
Santo é mencionado mais de cinquenta vezes neste livro, particularmente em relação ao
batismo com o Espírito Santo, a ser cheio do Espírito Santo e a ser guiado pelo Espíri
to
Santo. (BÍBLIA DE ESTUDO SCOFIELD, p.992). Quanto ao lado teológico, o
tema dominante do livro de Atos é a atividade do Espírito Santo (BRUCE, F.F. op.cit.)
- Lucas começa o seu livro mostrando que, sem o Pentecoste, não poderia a Igreja cum
prir
a sua missão sobre a face da Terra. Era indispensável o revestimento de poder para q
ue os
discípulos pudessem ser testemunhas de Cristo em todos os cantos da Terra. A igrej
a, neste
sentido, tem de ser pentecostal . Não é possível, é inimaginável que a Igreja atue a
contento sem que o Espírito Santo a revista de poder e, por consequência, dirija a s
ua ação.
- Nos dias em que vivemos, esta condição sine qua non apresentada por Lucas logo no
início de seu livro histórico sobre a Igreja tem sido perigosamente desprezada, incl
usive
pelos que se dizem pentecostais . Já não se considera necessário o batismo com o Espírito
Santo, o revestimento de poder como um pré-requisito para a evangelização, muito menos
para o exercício do ministério. Já há Assembleias de Deus que separam ministros e oficia
is
sem que se preencha este requisito, contrariando a própria determinação do Senhor Jesu
s,
pois foi quem disse que era necessário ficar em Jerusalém até do que alto houvesse o
revestimento de poder (At.1:4,5).
- Também, com muita clareza, Lucas nos mostra, já no limiar de seu livro, que esta
experiência era distinta da conversão, pois Jesus estava a falar com os apóstolos, ou
seja,
com aqueles que havia escolhido para fazer a Sua obra e, como sabemos, sobre os
quais já
repousara o Espírito Santo, neles soprado pelo próprio Senhor em uma de Suas aparições
(Jo.20:22). Sem o poder do Espírito Santo, não se poderia partir de Jerusalém e se ati
ngir os
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confins da Terra. Esta mesma realidade persiste ainda hoje e não podemos nos desvi
ar
daquilo que nos diz a Palavra de Deus.
- Somente o Espírito Santo poderia conduzir a Igreja depois da partida do Senhor
Jesus e, por isso, não poderiam eles sair e iniciar a pregação do Evangelho sem que
fossem devidamente revestidos de poder, sem que o Espírito Santo viesse para inici
ar o
Seu ministério sobre a face da Terra. Por que, então, nos dias hodiernos, muitos não
esperam pela direção, orientação e chegada do Espírito Santo para executar a obra de Deus?
Por que, em nossos dias, os homens dominam e não dão lugar à ação do Espírito Santo?
Pensemos nisto!
- Durante todo o livro de Atos, o Espírito Santo é apresentado como sendo o diretor,
o
orientador, Aquele que dava as condições de tempo, espaço e modo para a pregação e
expansão do Evangelho. Jesus foi claríssimo ao dizer que sem Ele nada pode ser feito
(Jo.15:5 in fine ) e que Ele voltaria para nós, não nos deixando órfãos, enviando o Espíri
Santo (Jo.14: 16,18,26). O Vigário de Cristo não é o Papa, como afirmam os romanistas,
mas, sim, o Espírito Santo. Deste modo, como se pode pretender ter uma Igreja sem
que o
Espírito Santo assuma o Seu devido lugar?
- Quando Lucas nos fala, por cinquenta vezes, a respeito do Espírito Santo em seu
livro, não podemos deixar de observar que Atos é o segundo volume de sua obra. No
primeiro volume, que é o Evangelho, o Espírito Santo aparece por dezesseis vezes, a
saber:
Lc.1:15, 35, 41, 67; 2:25-27; 3:16,22; 4:1,14,18; 10:21; 11:13; 12:10,12.
- As primeiras menções ao Espírito Santo dizem respeito às pessoas que foram cheias pelo
Espírito para profetizar, a saber, João Batista e seus pais (Isabel e Zacarias), com
o também
Simeão (Lc.1:15,41,67; 2:25-27). Em tais profecias e manifestações, tem-se a confirmação
de que tanto os ministérios de João quanto de Jesus seriam diretamente orientados pe
lo
Espírito Santo.
- Também foi dito que o Espírito Santo é quem haveria de gerar Jesus no ventre de Mari
a,
a indicar que a própria encarnação do Cristo seria obra do Espírito Santo, como, de rest
o,
toda a continuidade de Seu ministério (Lc.1:35).
- Lucas faz questão, também, no Evangelho, de ressaltar que João Batista havia profeti
zado
a respeito do batismo com o Espírito Santo (Lc.3:16), profecia que o Cristo ressur
reto
relembra antes de subir aos céus no livro de Atos (At.1:4,5), como também faz questão
de
mostrar que Jesus, também, antes do início de Seu ministério, foi ungido pelo Espírito
Santo (Lc.3:22), tendo tanto ido ao deserto por direção do Espírito como, após a tentação,
iniciado a sua pregação na Galileia (Lc.4:1,14).
- Durante a narrativa do ministério terreno de Cristo, por fim, Lucas volta a menc
ionar o
Espírito Santo por cinco vezes. Quando retornou a Nazaré, Ele próprio, na sinagoga do
lugar onde fora criado, afirmou que havia sido ungido pelo Espírito Santo (Lc.4:18
).
Registra uma alegria de Jesus, no Espírito Santo, após o retorno dos setenta discípulo
s
(Lc.10:21), como também, três ensinos de Jesus mostrando que o Espírito Santo seria da
do
pelo Pai aos que lh O pedissem (Lc.11:13), que a blasfêmia contra o Espírito Santo não
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teria perdão (Lc.12:10) e, por fim, que, no momento em que os discípulos fossem leva
dos à
presença de autoridades, o Espírito Santo lhes ministraria o que haveriam de falar
(Lc.12:12).
- Já no Evangelho, portanto, Lucas mostrava que o Espírito Santo era indispensável
para a realização da obra de Deus, muito particularmente para a execução de tudo quanto
Cristo haveria de fazer e ensinar. Desta forma, Lucas como que mostra, em Atos,
o
cumprimento de tudo quanto fora anunciado e mostrado quanto ao papel do Espírito S
anto
no ministério terreno de Jesus.
- Ao longo do livro de Atos, também, Lucas mostra atitudes e ações de pessoas que
não eram dirigidas pelo Espírito Santo e de como, apesar de serem até ações e atitudes
dignas de nota, somente se tornaram relevantes diante de Deus depois que passara
m a
se fazer debaixo da ação do Espírito Santo.
- Logo no limiar do livro, vemos a escolha do décimo segundo apóstolo no cenáculo
(At.1:15-26). Nesta narrativa, o grande ausente é o Espírito Santo, que somente viri
a dias
depois deste episódio. Lucas faz questão de registrar que Matias foi o escolhido e q
ue
passou, desde então, a ser, por voto comum, contado com os onze apóstolos, mas, a pa
rtir
daí, Lucas nunca mais faz qualquer menção dele, a revelar a inocuidade de uma atitude
despida da presença do Espírito Santo, nem mesmo o considerando como apóstolo.
- É o que sucede, também, no que concerne a Cornélio, que, apesar de suas orações e
esmolas, não conseguia ser salvo, algo que somente ocorreu quando, após ter trazido
Pedro
para ouvir o Evangelho, recebe, então, o Espírito Santo da mesma maneira que ocorreu
em
Pentecoste, o que confirmaria a sua salvação (At.10:44-48; 11:15-18).
- Foi, também, a situação encontrada por Paulo em Éfeso, ao encontrar discípulos que nem
sequer sabiam que havia Espírito Santo. Somente depois de saberem da existência do
Espírito Santo e de se batizarem nas águas e, posteriormente, serem revestidos de po
der, é
que passaram a ser tidos como autênticos e genuínos cristãos (At.19:1-7).
- Lucas, pois, não descuida de dar notícia de grupos e movimentos que agradavam a De
us e
que, mesmo, criam na chegada do Cristo, mas deixa claro que, sem a operação do Espírit
o
Santo, a direção desta Pessoa divina, independentemente de serem, ou não, revestidos d
e
poder, não se teria uma genuína comunidade cristã. Atos mostra, de forma sobressalente
,
que a Igreja somente existe sob a direção e orientação do Espírito Santo. Lembremos disto!
- Esta continuidade entre Lucas e Atos é, assim, mais um indicativo de que os text
os são de
um mesmo autor, afastando especulações com relação à autoria do livro. Além disto, há
textos no próprio livro de Atos em que Lucas se inclui como um dos companheiros de
Paulo, as chamadas seções nós (Lc.16:10-17; 20:5-15; 21:1-18 e 27:1-28:16). Por isso,
até, muitos eruditos preferem denominar os dois livros de Lucas como um só, chamando
-o
de Lucas-Atos .
III UM ESBOÇO DO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
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- Se, como disse Russell Shedd, o versículo-chave da narrativa de Atos é At.1:8, vem
os
que o livro procura mostrar, de forma esquemática e cronológica, como sói ocorrer nos
escritos de Lucas, como o Evangelho, por meio dos apóstolos, partiu de Jerusalém, do
cenáculo onde os discípulos se reuniram após a ascensão do Senhor, até chegada de Paulo,
o apóstolo dos gentios, a Roma, num período de aproximadamente trinta anos.
- A narrativa de Atos, pois, leva em conta esta expansão geográfica da evangelização, de
Jerusalém a Roma, motivo por que o subtítulo deste trimestre é, precisamente, até os
confins da Terra .
- Lucas trata de mostrar, portanto, como que, sob direção do Espírito Santo, os apóstolo
s
partiram do cenáculo em Jerusalém e chegaram até Roma, através da pessoa de Paulo, o
apóstolo dos gentios .
OBS: A propósito, o fato de Paulo ser o apóstolo descrito por Lucas como sendo aquel
e que chegou a Roma é um fator
importante para que se recuse a ideia de que Pedro foi, algum dia, bispo de Roma
.
- Após uma introdução do livro, que relata as últimas instruções do Senhor e Sua
ascensão aos céus (At.1:1-9), temos a primeira parte do livro, que nos fala da Igrej
a em
Jerusalém, que vai desde a reunião dos discípulos no cenáculo, no aguardo da descida do
Espírito Santo até a perseguição que se seguiu à morte de Estevão, quando se inicia a
dispersão dos crentes (At.1:10-8:1).
- Nesta primeira parte do livro de Atos, temos a proeminência da figura do apóstolo
Pedro que, por ser uma das colunas (juntamente com Tiago e João), assume uma posição
destacada entre os apóstolos, sendo, aliás, o pregador do dia de Pentecostes. Nada p
orém
autoriza imaginar que se esteja aqui diante do primado de Pedro , que dá sustentáculo à
falsa doutrina do Papado, pedra de toque da Igreja Católica Apostólica Romana. Em
momento algum, durante este período da história da Igreja, vemos Pedro assumindo a
chefia da Igreja, mas, bem ao contrário, notamos a atuação colegiada de todos os apóstol
os,
sob a direção do verdadeiro Vigário de Cristo: o Espírito Santo
(At.4:13,23,24,37;5:18,29,40;6:2). A posição de Pedro, Tiago e João decorria já da
intimidade que eles já usufruíam com o Senhor Jesus durante Seu ministério terreno.
- A segunda parte do livro narra a história da Igreja da Judeia e Samaria . A
perseguição impiedosa de Saulo à igreja em Jerusalém levou os crentes a se dispersarem
pela Judeia e Filipe, um dos diáconos, acabou indo até Samaria, onde formou uma igre
ja
vigorosa que, com a visita dos apóstolos Pedro e João, acabou também recebendo o
revestimento de poder. Ainda dentro desta expansão junto aos judeus e samaritanos,
vemos
Filipe sendo levado até Gaza, para evangelizar o tesoureiro etíope.
- Tem-se, então, ainda nesta segunda parte do livro, a importante inflexão da história
da Igreja primitiva, quando ela se desprende do judaísmo. Saulo, o perseguidor,
converte-se ao Evangelho e Pedro é levado a pregar o Evangelho a Cornélio e aos seus
,
abrindo a porta do Evangelho a gentios totalmente desvinculados do judaísmo. A ida
de Pedro a Cesareia e a conversão de Cornélio, que também é batizado com o Espírito
Santo, faz a igreja em Jerusalém admitir que o Evangelho também era para os gentios
(At.11:18). O resultado disto é que o Evangelho é pregado por anônimos em Antioquia, a
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capital da província romana da Síria e se instala a primeira igreja gentílica naquela
cidade,
que é organizada por Barnabé, para lá enviada pelos apóstolos. Barnabé, inclusive, leva
Saulo para lá. É com esta expansão que os discípulos passam a ser chamados de cristãos
(At.11:26).
- Ao mesmo tempo em que se instala a primeira igreja gentílica, tem-se que se inte
nsifica a
perseguição à igreja em Jerusalém. Tiago é preso e morto por Herodes Agripa e Pedro,
depois de ser preso, obrigado a sair de Jerusalém. Herodes Agripa, porém, acaba morr
endo
comido de bichos, recebendo a justa retribuição pela sua atitude contrária à Igreja. Ass
im
termina a segunda parte deste livro (At.8:2-12:20).
- Nesta segunda parte de Atos, três figuras se destacam: Pedro, Filipe e Saulo (Pa
ulo).
Saulo surge como o pior dos perseguidores até então, instante em que Filipe, em Sama
ria,
alcança apogeu em seu ministério evangelístico. Saulo, então, converte-se e começa
paulatinamente a tomar a proeminência do livro, não antes de Pedro, que vai diminuin
do
sua importância no relato, abrir a porta do Evangelho também aos gentios em Cesareia
. A
saída de Pedro de Jerusalém e a ascensão da igreja de Antioquia como núcleo de
propagação do Evangelho, por meio de Saulo e Barnabé, completa a mudança do
protagonismo do livro que, de Pedro, passa para Paulo.
- A terceira parte do livro retrata-nos a igreja entre os gentios, ou seja, a ig
reja nos
confins da Terra, o último estágio registrado em At.1:8. Inicia-se pela chamada do
próprio Espírito Santo a Saulo e Barnabé na igreja em Antioquia, passando, então, a narr
ar
as três viagens missionárias de Paulo: a primeira, na Ásia, na companhia de Barnabé; a
segunda, na Europa, na companhia de Silas; a terceira, na Ásia e na Europa, confir
mando
os irmãos. Depois destas três viagens missionárias, Paulo, certo de que o Espírito Santo
o
queria em Roma, volta a Jerusalém, onde é preso e mandado para Cesareia, quando
queriam matá-lo. Depois de algum tempo em Cesareia, tendo apelado para César, é
mandado para Roma, submetendo-se a um naufrágio e indo pregar em Malta. Depois, é
mandado para Roma, onde fica em prisão domiciliar, com plena liberdade para pregar
o
Evangelho, durante dois anos (At.13:1-28:31).
- Nesta terceira parte do livro de Atos, a figura proeminente é a do apóstolo Paulo,
o
apóstolo dos gentios. Através de suas viagens missionárias, o Evangelho alcança os
gentios e os apóstolos, representados por Paulo, chegam até Roma. Esta expansão do
Evangelho não deixa de criar tensões e controvérsias entre os discípulos e, por isso, ho
uve
o concílio de Jerusalém (At.15), realizado entre a primeira e a segunda viagem missi
onária
do apóstolo Paulo, quando, então, admite-se que não há mais qualquer relação entre a lei e
a graça. A Igreja dissocia-se, então, do judaísmo, deixando de ser a seita dos nazareno
s
(At.24:5) para ser reconhecida como uma nova doutrina, uma doutrina que mudaria
por
completo a história da humanidade.
- A narrativa de Lucas, assim, não só traz a perspectiva de continuidade entre o Ant
igo e o
Novo Testamento, o que seria crucial para que Atos servisse de principal instrum
ento
apologético contra as heresias de Marcião, mas também dá o devido lastro para o
entendimento das epístolas, onde esta doutrina é explicitada e traz o necessário
complemento aos ensinos diretamente dados pelo Senhor Jesus.
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- Como faz questão de ressaltar em seus escritos o pastor Severino Pedro da Silva,
da
Assembleia de Deus Ministério do Belém São Paulo/SP, o livro de Atos dos Apóstolos
não termina em At.28:31. Não há o amém finalizador daquela obra, como ocorre no
final do evangelho de Lucas (Lc.24:53). Esta ausência é um silêncio eloquente: não há o
amém porque o Espírito Santo continua atuando através da Igreja, Igreja que persiste
perseverando na doutrina dos apóstolos (At.2:42).
- O amém que porá fim à história da Igreja somente se dará por Aquele que é o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus (Ap.3:14), o
mesmo, aliás, que pediu ao Pai que o Espírito Santo fosse enviado para ficar com a I
greja e
dar início ao trabalho de evangelização (Lc.24:49).
- Jesus, no exato instante em que guardar da hora da tentação que há de vir sobre o mu
ndo a
igreja que guardou a palavra da Sua paciência (Ap.3:10), vomitará da Sua boca a igre
ja
morna, misturada com o mundo (Ap.3:15), e, por conseguinte, finalizará o trabalho
do
Espírito Santo através da Igreja sobre a face da Terra. Ter-se-á, então, o arrebatamento
da
Igreja e o fim da dispensação da graça.
- O livro de Atos continua a ser escrito diariamente em páginas celestiais, páginas
estas
que serão reveladas no Tribunal de Cristo, quando se manifestarão as obras de cada u
m (I
Co.3:13), tudo o que tivermos feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (II Co.5:1
0).

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