E REABILITAÇÃO VOCAL
Science and Art - Theory and Musical Experience as an Assistance to Vocal Ability and
Rehabilitation
na disciplina
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Especialista em Voz
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E REABILITAÇÃO VOCAL
Science and Art - Theory and Musical Experience as an Assistance to Vocal Ability and
Rehabilitation
RESUMO
musical para compreender melhor o seu ofício na área da habilitação e reabilitarão vocal.
O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto de um curso sobre noções de
INTRODUÇÃO
Como primatas falantes, somos conduzidos a preceituar que a principal função não-
biológica da laringe é produzir sons. Independente do papel destinado à laringe, seja ele
O homem é o único ser vivo que tem a capacidade de se expressar através do canto,
podendo se utilizar de palavras musicalizadas e realizar sons variados com sua voz, além
de imitações diversas. Dinville (2), em sua obra A Técnica da voz cantada, relata que a
voz humana é um instrumento único, desde que o cantor saiba torná-la ágil, dócil e
expressiva. No prefácio de seu livro menciona que não há dúvida que o talento do cantor
(...) depende de sua personalidade, estilo, poder de expressão, gosto e ritmo. Todas estas
sistematicamente.
formação, o fonoaudiólogo tem pouco contato acadêmico com tais conceitos e práticas,
ajuda externa o qual muitas vezes encontra dificuldades na obtenção de noções básicas
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de teoria musical, por exemplo. Promover conhecimentos musicais contribui para uma
REVISÃO DE LITERATURA
apresentar algum hábito adquirido por mau uso do aparelho fonador ou mesmo buscar um
compreenda a terminologia usada pelo sujeito a ser trabalhado, visto cada profissão ter
interessante que o fonoaudiólogo venha a adquirir certo conhecimento musical, pois pode
O interesse pela música por parte dos fonoaudiólogos muitas vezes é decorrente de
uma formação universitária anterior, como música ou arte dramática. Tal formação
prezar pela qualidade vocal e sensibilidade e fineza auditiva suficientes para que estes
fonoaudiólogo que queira se dedicar à voz cantada deverá recorrer a várias áreas como
vezes é necessário que se submeta, além das aulas de canto, a solfejo, piano ou grupos
noções de teoria musical vai possibilitar ao terapeuta conhecer um pouco acerca do vasto
mundo musical dentro do qual vive o músico. Essa falta de conhecimento específico
Na área da voz cantada, observa-se que os cantores líricos têm uma preparação mais
teoria musical, solfejo, bem como estudar minuciosamente as partituras para estar
preparado musicalmente. Atualmente há uma tendência para que o músico popular siga a
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mesma linha de conhecimento do cantor lírico no campo do conhecimento musical (14). O
meio musical passou a exigir maior conhecimento por parte do cantor e em conseqüência,
comunicação com o paciente bem como no entendimento dos exercícios utilizados na sua
terça, quinta, oitavas e nonas, seguidos do ataque, trinado, staccato, mezza voce e
demais vocalizes similares aos vocalizes do canto lírico (15,16). Alguns são adaptados,
musical para interpretar os exercícios (10). É preciso também que ele o faça da maneira
certa, entoando os sons na altura correta, de forma afinada. A afinação vocal está
fonoaudiólogo. Behlau et al. (18) destacam que a avaliação fonoaudiológica analisa todas
e que esta, embora seja considerada subjetiva, pode ser conscientemente desenvolvida,
um público diferenciado. Portanto, quanto mais musical for o ouvido, mais fácil será o
professor de canto é o estudo da estética vocal cantada em toda a sua totalidade, o que é
reforçado por Oliveira (14), quando relata que essa interdisciplinaridade leva à
necessidade dos profissionais terem pelo menos conhecimentos básicos das áreas em
desses dois profissionais são ainda assuntos de trabalhos e pesquisas que não serão
esgotados tão cedo. Em um levantamento realizado pela autora até 2004, foram
música.
funcional útil e suas alterações podem estar associadas a déficits de linguagem, memória
e atenção entre outros (20,21). Bellis e Ferre (22) citam que é importante detectar sua
alteração para uma boa intervenção. A apropriada percepção dos padrões sonoros não-
da fala (23,24).
conhecimento mínimo suficiente em teoria musical para atuar junto a pacientes disfônicos
âmbito musical, bem como facilitar seu entendimento e aplicação dos exercícios
propostos aos sujeitos que os procuram com queixas na qualidade vocal. Montero (25),
Nebot-Cegarra (26) e Palés (27) referem que as estratégias de formação mais eficazes
são aquelas que têm maior vinculação com a prática e as que possuem o professor como
aluno a busca por uma nova informação. A descoberta pelo próprio aluno da aplicação
Procurou-se assim, identificar o grau de conhecimento dos alunos sobre teoria musical
MATERIAL E MÉTODOS
por ser esta uma disciplina envolvendo a prática nas áreas de linguagem, motricidade oral
pertinente para que os alunos pudessem realizar as atividades propostas pela apostila e
colocar em prática algumas das tarefas durante suas práticas na disciplina. No intervalo
entre os dois dias do curso os alunos estavam em semana de provas, fato este que
contribuiu para que a maioria não realizasse os exercícios solicitados durante o período.
Entretanto este não foi fator de atraso do programa, pois, na data seguinte, foi realizada
Fortaleza; que desejassem participar da pesquisa e que tivessem tempo disponível para
apresentado foi baseado em Med (28) e Lacerda (29) e estava disposto em forma de
(ANEXO B).
Seguidamente, os dados obtidos foram analisados através dos programas Excel e Word
literatura pesquisada.
Saúde de No. 196/96 e foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade de
Fortaleza (Parecer n°415/2006) que a considerou sem risco, sendo assinado um termo de
RESULTADOS
que realizam trabalho de reabilitação vocal. Do grupo, 83,3% considerou ruim o seu
conhecimento sobre de música e após o curso o conhecimento passou a ser regular para
encontrado que 83,3% dos alunos não souberam responder e 16,7% responderam tratar-
se de oitavas consecutivas (Tabela 3). Acredita-se que tal fato devia-se a falta de
conhecimento acerca da posição das notas na pauta musical. Após sua participação no
em boca chiusa de uma seqüência de notas distribuídas em graus conjuntos até a terça
suficiente para aplicá-lo. A diferença após a realização do curso é considerável, pois 50%
dos alunos avaliaram em bom seu conhecimento para realização do exercício e 33,3%
seqüências sonoras em compassos simples. A tabela 5 mostrou que 66,6% dos alunos
analisaram ruim sua capacidade para interpretar essa informação. Após o curso foi
acuidade motora e auditiva do sujeito. A prática reporta que trabalhar com compassos
informação, sendo este valor alterado para 66,7% com conhecimento bom após o curso
(Tabela 6).
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No decorrer do curso não foi percebido junto ao grupo, alterações rítmicas que
acordes, o campo harmônico no qual se situa a música, podendo assim ajudar o paciente
a manter sua afinação, 66,6% dos sujeitos consideram-se ruim nesta execução. Após o
curso este percentual foi modificado para regular em 83,3% mostrando que o treino
fonoaudiólogo (Tabela 7). Pode-se verificar que apesar dos resultados, foram detectados
02 alunos com alterações de afinação, com dificuldade de entoar a altura correta das
paciente.
paciente emite faz parte de uma escala ou se ele varia o campo harmônico durante uma
avaliação, as opiniões ficaram divididas igualmente entre regular e ruim (Tabela 8). Após
o curso, 100% dos alunos se consideraram regular na observância desta variação. Apesar
notas entre os sons que o paciente produz. Procura-se desta forma um relaxamento
durante a emissão vocal. Observou-se que 66,6% dos alunos consideram ter
conhecimento ruim para interpretar este questionamento sendo alterado para regular em
atingido. A Tabela 10 mostra que 66,6% dos alunos responderam ter conhecimento ruim
13
para interpretar e executar este questionamento, enquanto que 66,7% consideram-se
Após a análise dos resultados 66,6% dos alunos avaliaram como excelente a
vivência realizada pelos participantes dentro de sala de aula, pode ser observada com
noções básicas em teoria musical durante a graduação necessário para facilitar a prática
DISCUSSÃO
Apesar de o grupo ter sentido certa dificuldade na aquisição das novas informações
graduação em Fonoaudiologia, mesmo aqueles que não puderam realizar o curso. Todos
realização do curso, sendo em sua maioria ruim quanto à interpretação e execução. Após
o curso observou-se um rendimento dos alunos quanto a sua percepção, capacidade para
bom. Os próprios alunos consideraram este nível de bom a regular, levando em conta o
terapia tanto em voz quanto ao processamento auditivo e a linguagem. Montero (25) diz
14
que as estratégias de formação que se tem mostrado mais eficazes são aquelas que têm
uma maior vinculação com a prática. Nebot-Cegarra (26) refere que os alunos que obtém
mais do que aqueles que são apenas ouvintes. Palés (27) cita que o papel do professor é
forma a busca do aluno por respostas em áreas diferentes para gerar um diferencial no
resultado efetivo por parte do paciente faz jus a aquisição diversificada de conhecimentos.
Não foi observado durante o curso problemas relacionados ao ritmo, sendo este
quando somados a sua execução, dinâmicas como forte e fraco. Fato importante quando
estímulo para o paciente. Ramos (21) cita que o distúrbio do processamento auditivo pode
acústicas da fala. Musiek (23) relata que a adequada recepção dos aspectos acústicos da
padrões sonoros são sensíveis para identificar desordens do processamento auditivo (24).
Sobreira (17) relata que a afinação vocal está relacionada com a capacidade de
reproduzir as alturas das notas isoladas e compreender a estrutura musical em que estas
se encontram. Foi observado que no grupo havia 02 sujeitos com problemas de afinação,
exercícios a serem aplicados visando beneficiar ou melhorar a atuação dos alunos que a
sujeitos, os exercícios propostos foram executados pelos alunos, porém não foi possível
tempo limitado do curso. Tais alunos deveriam ser encaminhados para realizar, por um
alunos conseguiram realizar os exercícios sem alterações e com proveito para aplicação
na disciplina em curso.
Também foi de bom proveito uso de músicas com o objetivo de sedimentar e fixar as
Os alunos relataram que o curso poderia ter uma maior duração para que
CONCLUSÃO
ou aperfeiçoamento vocal.
alunos na área da música, para uma maior clareza acerca da percepção auditiva em
fonoaudiólogos.
A visão dos alunos em relação à música após a aplicação do curso mudou, pois se
fonoaudiólogo vislumbrar horizontes acerca deste novo mundo e perceber este diferencial
singing to develop plenty of its educative and therapeutic activities. Realizing bibliografical
survey, it's noticeable that the therapist needs increased skills in the musical field in order
to understand better his task concerning vocal ability and rehabilitation. The present study
applied questionnaire (before and after the course) and the efectivity of the acquired
knowledge was identified. It was concluded that the experience and fundamental notions
of musical theory assist in comprehending and executing certain vocal exercises, the
students considered themselves behind the musical knowledge and the visible importance
of the course in reference to the opening of new horizons and to the promotion of a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Benfi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de Fonoaudiologia. 1ª ed., São Paulo: Roca;
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2004; p.148-170.
Hermínio da Silveira. [online]; 2007 Abr 24, Rio de Janeiro: Disponível em: URL:
10. Dinville C. Os Distúrbios da voz e sua reeducação. 2ª ed., Rio de Janeiro: Enelivros
11. Silva MAA, Campiotto AR. Atendimento fonoaudiólogico a cantores populares. Org:
Ferreira LP. Voz profissional: o profissional da voz. 2ª ed., São Paulo: Pró-Fono; 1998.
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12. Radionoff SL. Preparing the singing voice specialist revisited. Journal of voice, The
13. Silva MAA, Duprat AC. Voz cantada. In: Ferreira LP, Benfi-Lopes DM, Limongi SC. O.
14. Oliveira IB. A Educação vocal nos meios de comunicação e arte: A voz cantada. Org:
Ferreira LP. Voz profissional: o profissional da voz. 2ª ed., São Paulo: Pró-Fono; 1998.
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15. Pinho SMR. Terapia vocal. In: Pinho SMR. Tópicos em voz. Rio de Janeiro:
16. Costa E. Voz e Arte Lírica: Técnica vocal ao alcance de todos. São Paulo: Lovise;
2001. p.15-23.
17. Sobreira SG. Desafinação Vocal. Rio de Janeiro: Musimed; 2003; 1:15-54.
18. Behlau M, Madazio G, Feijó D, Ponter P. Avaliação da voz. In: Behlau, M. Voz: O Livro
19. Morani S da S. O Professor de técnica vocal e canto. Org: Ferreira LP. Voz
Escrita. In: Frota S, Goldfeld, M. Enfoques em audiologia e surdez. São Paulo: AM3
21. Ramos CS, Pereira LD. Processamento auditivo e audiometria de altas freqüências em
2005, 17(2):153-164.
22. Bellis TJ, Ferre JM. Multidimensional approach to the differential diagnosis of central
23. Musiek FE. Habilitation and management of auditory processing disorders: overview of
24. Musiek FE, Baran JA, Pinheiro ML. Duration pattern recognition in normal subjects and
25. Montero SA, Martin MAC, Gallego CP et al. Sesiones basadas en escenarios clínicos:
27. Pales J, Gual A. Recursos educativos en Ciencias de la Salud. Educ. méd., jan.-mar.
29. Lacerda O. Teoria elementar da música. 5ª ed. São Paulo: Ricordi, s/d.
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GLOSSÁRIO
Escala ascendente – grupo de notas que segue a ordem natural dos sons indo do som
Escala descendente – grupo de notas que segue a ordem natural dos sons indo do som
Semitom – menor intervalo ou distância entre duas notas na música ocidental (sistema
temperado).
Intervalo – distância entre dois sons. O intervalo tira seu nome do número de graus que
incluindo-as.
Trinado – série de notas articuladas rápida e alternadamente por voz aguda, ágil
Staccato – Indica que, numa seqüência de notas rápidas, cada uma delas deve
a batida da música.
Oitava – conjunto de notas existente entre uma nota e sua primeira repetição no grave ou
no agudo.
musical.
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TABELAS
ANEXO A
Formulário
NOME: ______________________________________ DATA: ____/____/____
7.Ao tocar um acorde, consigo perceber o campo harmônico em que se situa a música
podendo assim ajudar meu paciente. Meu conhecimento para interpretar essa informação
é:
( ) excelente ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
9.Na terapia de voz, a salmodia é usada quando não há variação de notas entre os sons
que o paciente produz. Meu conhecimento para interpretar essa informação é:
( ) excelente ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
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10.No aperfeiçoamento vocal, o legato pode ser usado para trabalhar a voz do cliente
tanto em intervalos quanto em graus conjuntos dependendo do objetivo a ser atingido.
Meu conhecimento para interpretar essa informação é:
( ) excelente ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
ANEXO B
Plano de Ensino
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Horário: 8 horas teóricas
07:30 às 11:30 hs (Sábado)
Público Alvo: graduandos em Fonoaudiologia, alunos da disciplina de Terapias II
Professora: Maria Cláudia M Caminha Muniz
Local: Sala de aula C09
2. OBJETIVO GERAL:
Promover conhecimentos musicais (teóricos e práticos) contribuindo para uma
melhor eficácia na execução de técnicas que envolvem melodia, ritmo e percepção
auditiva propostas pela clínica fonoaudiológica.
3. CRONOGRAMA:
4. METODOLOGIA:
Aulas expositivas.
5. AVALIAÇÃO:
6. BIBLIOGRAFIA: