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P2P Streaming em Redes Sem Fios

56751 - José Carvalho 56680 - Wilson José


56762 - Jorge Fonseca

Redes Móveis Sem Fios (RMSF),


MEEC,
Instituto Superior Técnico

Última revisão : June 30, 2010


Conteúdos
1 Introdução e Motivação 2
1.1 Convergência das redes móveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Suporte de Serviços Multimédia em redes sem fios . . . . . . . 2
1.3 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Redes Sem Fios 4


2.1 Bluetooth . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 IEEE 802.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Redes 2G/3G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Worldwide interoperability for microwave access (WiMAX) . . 7
2.5 Tendências futuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 Redes Multimédia 9
3.1 Redes de conteúdos digitais multimédia . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 QoS Mechanisms in streaming architectures . . . . . . . . . . 11
3.3 Wireless Broadband and quality of service . . . . . . . . . . . 12
3.4 Melhorias de QoS ao 802.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.5 Diferenciação de QoS no 802.16 d . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.6 Interoperabilidade entre redes 802.16 e 802.11 . . . . . . . . . 15

4 P2P Streaming em redes sem fios 17


4.1 Streaming em P2P . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.2 Sistemas de streaming . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.3 Wireless p2p Streaming Solutions . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3.1 Network awareness of P2P Live Streaming Applications 19
4.3.2 Smart Caching . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.3.3 A System for P2P video Streaming in Resource Con-
strained Mobile Enviroments . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3.4 p2p live streaming for Handheld devices . . . . . . . . 22

5 conclusões 23

1
1 Introdução e Motivação
1.1 Convergência das redes móveis
O crescimento explosivo da Internet nas últimas duas décadas, tornou-a o
principal veı́culo de transporte de informação. Simultâneamente, os grandes
avanços na micro-electrónica e telecomunicações em redes sem fios, vieram
aumentar significativamente a sua popularidade. Por outro lado, verifica-se
uma convergência para o protocolo de Internet (IP) como principal infraestru-
tura de transporte de informação, permitindo que utilizadores estacionários
ou móveis acedam a conteúdos multimédia em qualquer lugar, a qualquer
momento.
As redes de acesso sem fios podem ser classificadas em estruturadas (do
inglês infrastructure-based ), tais como as redes celulares, WiMAX, WMAN,
WLAN e WPAN, ou sem-estrutura (do inglês infrastructureless), onde se
incluem as redes ad-hoc e as mesh.
Apesar da convergência para a plataforma IP, a Internet baseada em IP e
as redes sem fios não partilham as mesmas estruturas de funcionamento nem
a mesmas práticas de gestão de recursos. Isto deve-se ao facto de o espectro de
frequências ser limitado e como tal, é necessário adquirir licenças, o que torna
este tipo de estrutura financeiramente dispendiosa. Para manter qualidade de
serviço (QoS) torna-se necessário centralizar os recursos e recorrer a esquemas
de alocação dos mesmos.
Com os mais recentes avanços nas comunicações ópticas e sem fios, a
Internet torna-se num meio cada vez mais heterogéneo, onde o débito das
ligações pode variar desde os vários Kbps até aos Gbps , abarcando até seis
graus de magnitude ; da mesma forma variam os erros e o atraso end-to-end.
Surge então a necessidade de assegurar a eficiência e estabilidade das redes de
Internet sem fios, oferecendo uma QoS satisfatória para os diferentes tráfegos
multimédia, independentemente da natureza da ligação à rede.

1.2 Suporte de Serviços Multimédia em redes sem fios


A força motriz do futuro crescimento da Internet encontra-se nas aplicações
multimédia emergentes, tais como o streaming de audio e de vı́deo, a IPTV
e os jogos online, o que se traduz numa mirı́ade de requerimentos de QoS.
As redes sem fios permitem um cómodo acesso a estes serviços, em qualquer
altura ou lugar, contudo, para que estas possam suportar eficientemente esta
heterogeneidade de serviços multimédia, com uma QoS aceitável, é preciso
superar vários obstáculos. Em primeiro lugar, a transmissão de dados por um
canal sem fios tem desvantagens inerentes ao facto de não ser um meio guiado,

2
nomeadamente o desvanecimento (time-varying and location-dependent fad-
ing), shadowing, interferências e ruı́do ambiente, estando assim sujeito a uma
maior taxa de erros na transmissão.
Outro dos desafios relativos ao suporte de aplicações multimédia em redes
sem fios é o facto de o protocolo dominante da camada de transporte na In-
ternet, TCP, ter sido originalmente concebido para transferência de grandes
blocos de dados em redes cabladas. Em primeiro lugar o TCP contempla a
retransmissão de segmentos perdidos ou corrompidos, contudo, estas retrans-
missões podem resultar num atraso inaceitável para aplicações multimédia
sensı́veis ao atraso. Em segundo lugar, em redes sem fios, a perda de pacotes
pode resultar de erros de transmissão, bem como de colisões na camada de
ligação, podendo a perda de pacotes ser,erroneamente , interpretada como
resultante de congestão da rede. Algumas das aplicações multimédia emer-
gentes recorrem ao protocolo UDP, não dispondo assim de controlo de fluxo
nem de congestão. uma vez que grandes volumes de tráfego UDP em redes IP
pode levar a colapso da rede por congestão. Apesar de ser possı́vel associar
controlo de congestão ao UDP na camada de aplicação ou mesmo modificar
outros protocolos da camada de transporte (SCTP,RTP), estas soluções têm
os seus inconvenientes e limitações : o controlo de congestão na camada de
ligação tem dificuldades em lidar com notificações explı́cı́tas de congestão
(ECN) ; modificar o SCTP ou RTP pode não ser uma opção viável para
aplicações que exijam um overhead mı́nimo.
Em suma, para desenvolver aplicações multimédia em redes Internet sem
fios, devem ser desenvolvidos novos protocolos da camada de transporte,
com um overhead mı́nimo, transmissão não fiável baseada em datagramas e
controlo de fluxo e de congestão.

1.3 Estrutura do trabalho


Este trabalho de pesquisa encontra-se organizado nas seguintes secções. Em
primeiro lugar são analisadas diversas tecnologias associadas a redes sem fios,
explorando as suas capacidades e limitações com vista no desenvolvimento
de sistemas de p2p video streaming. Na secção seguinte são estudados os
desafios associados à transmissão de conteúdos multimédia em redes sem fios,
assim como as soluções já desenvolvidas, ou propostas, para oferecer garantias
de qualidade de serviço nestas redes. Em seguida estuda-se a hipótese de
utilizar as redes p2p como estrutura de suporte ao streaming de video. São
confrontadas as vantagens desta topologia de distribuição face aos desafios
da sua aplicação em redes sem fios. Por fim, segue-se a secção da conclusão,
onde são apresentados argumentos que visam a melhoria do funcionamento
de um sistema de p2p streaming.

3
2 Redes Sem Fios
As comunicações móveis têm predominantemente adoptado uma arquitec-
tura centralizada e como tal requerem uma infraestrutura pre-existente. Por
outro lado, as redes que se baseiam na comunicação directa entre disposi-
tivos móveis só recentemente começou a despertar a atenção da indústria e
dos investigadores. Neste caso é possı́vel criar redes móveis com ou sem o
auxı́lio das redes celulares, tirando partindo das tecnologias de Bluetooth e
WiFi(IEEE 802.11) .
Existem várias tecnologias de comunicação sem fios, caracterizando-se
cada uma pelos seus débitos em função do raio de cobertura (fig.1). Den-
tro das tecnologias de curto-alcance é possı́vel encontrar o Bluetooth, pre-
sente actualmente em praticamente qualquer dispositivo móvel e o WiFi
(IEEE802.11), que cada vez se encontra presente num maior número de dis-
positivos, sobretudo nos smartphones. As redes celulares, por outro lado, têm
como objectivo cobrir vastas áreas através de várias estações base. Cada
dispositivo móvel apenas se encontra ligado a uma base a cada momento,
existindo a possibilidade de ocorrer um handover se o dispositivo se movi-
mentar. A partir do momento em que se conecta a uma estação de base,
o dispositivo móvel pode ligar-se a outros dispositivos móveis ou fixos, uti-
lizando a estação base como intermediário.

Figure 1: Redes Sem Fios ([1])

2.1 Bluetooth
Bluetooth é uma tecnologia baseada em ondas de rádio, operando na frequência
dos 2.4 GHz. O seu raio de alcance varia em função da potência de emissão
utilizada, sendo estas designadas por classes de potência (power classes),

4
nomeadamente classe 1, classe 2 e classe 3. As caracterı́sticas de cada classe
podem encontrar-se na tabela 1.

Classe Potência Máxima Raio de Operação


Classe 1 100mW (20dBm) 100 metros
Classe 2 2.5mW (4dBm) 10 metros
Classe 3 1mW (0dBm) 1 metro

Table 1: Classes Bluetooth

O Bluetooth oferece diferentes perfis de comunicação, de acordo com o


serviço a executar num dado momento, sendo que actualmente a grande
maioria dos equipamentos suporta multi-perfil. Para comunicar com headsets
de telemóvel - o mais adequado será um perfil orientado para transmissão
de voz , enquanto que para transferir dado com um Smartphone ou PDA se
recorre a um perfil de LAN . Em virtude de operar na banda dos 2.4GHz,
o Bluetooth aplica frequency hoping nas suas comunicações para reduzir a
taxa de erros de transmissão na presença de outras tecnologias utilizando
esta frequência livre ISM (industrial,scientific, and medical) e o acesso ao
meio é feito por TDMA. Enquanto que a taxa de transferência da versão
Bluetooth 1.2 permitia uma taxa de transferência real da ordem dos 700
kbps, a segunda versão 2, recorrendo à técnica de enhanced data rate(EDR)
permite atingir taxas de transferência até 3Mbit/s. O Bluetooh encontra-se
assim mais apto a explorar ligações com dispositivos locais, sendo, neste caso,
capaz de fornecer um serviço de qualidade aceitável. A tecnologia Bluetooth
dispõe das topologias Piconet e Scatternet e de dois perfis de comunicação
; um orientado a voz, synchronous Connetion Oriented (SCO), e outro a
dados, Asynchronous ConnectionLess (ACL).

2.2 IEEE 802.11


Devido ao baixo custo de instalação e facilidade de utilização, as WLANs
cresceram rápidamente e encontram-se hoje em diferentes ambientes, nomeada-
mente campus universitários, escritórios , redes domésticas e hotspots. Na
configuração de uma WLAN, o basic service set (BSS) corresponde a um con-
junto de estações que comunicam entre sı́ através de comunicações sem fios.
Existem duas configurações possı́veis para um BSS : ad hoc BSS (também

5
conhecido por independent BSS, IBSS) e infrastructure BSS. Enquanto que
um ad hoc BSS não contém acess points (APs), pelo que não se consegue ligar
a nenhum outro BSS, permite, no entanto, que as estações móveis se liguem
entre si directamente (peer-to-peer). Por outro lado, num infrastructure BSS
as estações que o constituem conseguem comunicar com outras estações,quer
se encontrem ou não no mesmo BSS, através de APs (fig.2).

Figure 2: Arquitecturas (a) Ad hoc e (b) WLAN estruturada (IEEE 2003)

Pode dizer-se que a popularidade do Wi-Fi acompanhou o crescimento da


banda-larga, permanecendo desde então popular devido à sua simplicidade na
partilha de uma ligação de banda larga a vários computadores numa casa ou
escritório. Existem vários standarts associados ao IEEE 802.11 Wi-Fi, como
se pode observar na tabela da figura 3 . Actualmente, as normas 802.11a/b/g
permitem corresponder às expectativas das aplicações onde ter acesso a uma
ligação sem fios é o mais importante. Contudo, as aplicações começam a exi-
gir maiores débitos e os utilizadores maior raio de cobertura. Para responder
a essas necessidades foi introduzido o IEEE 802.11n. Este opera nos 2.4 GHz
e é retro-compatı́vel com as normas b/g, oferecendo débitos superiores a 100
Mbps , com um limite teórico na ordem dos 600 Mbps e um raio de cobertura
de 50 m. Para garantir a segurança, recorre a tecnologias tais como o 802.11i.
As maiores preocupações associadas à utilização das WLAN relacionam-se
com a segurança das redes e o seu elevado consumo energético, colocando
em causa a duração das baterias dos equipamentos móveis, assim como o
sobreaquecimento dos mesmos.

2.3 Redes 2G/3G


A transmissão de dados em redes celulares foi introduzida na segunda geração
(2G) de sistemas de comunicação por células, através do GSM. Estes sis-
temas cobrem vastas áreas, sendo que no caso do 2G quase toda a Europa

6
Figure 3: Standarts IEEE 802.11 e as suas caracterı́sticas [2] (IEEE 2003)

se encontra coberta [3]. Várias velocidades de transferência foram sendo


alcançadas pelos diferentes modos de funcionamento, começando pelo cir-
cuit switch data(CSD) a 9.6kbits, passando pelo high-speed circuit switch
data(HSCSD), alcançando os 114kbitps com o GPRS. A 3G conseguiu por
sua vez alcançar débitos da ordem dos 380 Kbitps com o UMTS e ,mais
tarde, 1.5Mbitps com o HSDPA. Ao contrário da tecnologia 2G, baseada
unicamente em TDMA, a 3G baseia-se em WCDMA.

2.4 Worldwide interoperability for microwave access


(WiMAX)
O standart IEEE 802.16, habitualmente referenciado por WiMAX [4][5], é
uma das tecnologias de nova geração para acessos de banda-larga sem fios.
À data da sua primeira publicação, em 2001, o standart IEEE 802.16 especi-
ficava um funcionamento na gama de frequências dos 10-66 GHz com um
débito teórico máximo de 120 Mbps e um raio máximo de transmissão de
50 km. Contudo, esta primeira especificação apenas permitia comunicação
em linha de vista (do inglês line-of-sight - LOS), o que representava um
severo obstáculo à aplicação desta tecnologia em meios urbanos. Entretanto
surgiram novas variantes do IEEE 802.16 , nomeadamente :

• IEEE 802.16a (2003) : com suporte para transmissãonon-LOS (NLOS)

• IEEE 802.16d (2004) [4] : especificações técnicas para as camadas PHY


e MAC para acesso fixo sem fios (fixed wireless acces) para wireless
metropolitan area networks(WMANs).

• IEEE 802.16e (2005) [5] : mobile WiMAX ( mobility support ).Hy-


brid automatic repeat request (hARQ) para maior cobertura em NLOS.
MIMO e sistemas adaptativos de antenas para maiores raios de cober-
tura e penetração in-door.

7
Com os débitos crescentes e suporte à mobilidade (do inglês mobility
support), o WiMAX expande assim a sua área de aplicações, nomeadamente,
servir de backhaul para redes 802.11. Os pontos de acesso às redes 802.11
podem agora ser móveis ou, em alternativa o utilizador pode conectar-se
directamente a uma estação base de WiMAX.

2.5 Tendências futuras


A famı́lia das redes celulares será alargada através da inclusão do WiMAX
e do LTE, permitindo débitos na ordem dos 70 Mbit/s e dos 100Mbit/s por
célula, respectivamente. Nas tecnologias de curto-alcance temos o Bluetooth
que se irá desenvolver em duas vertentes distintas: a primeira, visando atingir
elevados débitos será alcançada através do Bluetooth ultra-wideband (UWB),
alcançado mais de 400Mbit/s entre dois dispositivos a muito curta distância
[6] . A outra vertente, orientada à conectividade, em detrimento do débito ,
o Bluetooth ultra-low-power (ULP) , destina-se à descoberta de serviços, que
de outra forma seria muito demorada quando vários dispositivos se encontram
presentes.

8
3 Redes Multimédia
3.1 Redes de conteúdos digitais multimédia
O rápido crescimento das redes sem fios veio popularizar o acesso a conteúdos
multimédia (audio e video) sobretudo em dispositivos móveis. Contudo,
a transmissão de conteúdos multimédia em redes sem fios enfrenta diver-
sos desafios tais como as elevadas taxas de erro de transmissão, variações
e limitações de largura de banda e a capacidade das baterias dos disposi-
tivos. As redes sem fios não foram originalmente concebidas para lidar com
aplicações multimédia em tempo real, contudo, a sua popularidade devido
ao baixo custo e disseminação introduziram a necessidade de desenvolver as
redes já existentes, ou mesmo criar outras novas, que permitam garantias de
QoS ao mesmo tempo que suporte à mobilidade (ex: IEEE 802.11e , IEEE
802.16e ). Os avanços nas técnicas de codificação de multimédia em redes
sem fios regem-se por duas regras dominantes [1]. A primeira, a lei de Moore
e a segunda, a grande diferença de largura de banda entre redes com e redes
sem fios. O controlo do dispêndio energético do hardware permanece até hoje
um desafio.
o protocolo de transporte UDP, por intermédio dos protocolos RTP e
RTCP, é o mais utilizado para transmitir conteúdos multimédia em tempo
real, contudo, recorrer apenas à informação sobre a taxa de perdas pode
levar a um controlo ineficiente da transmissão. Torna-se assim impossı́vel
distinguir as perdas de pacotes derivadas a erros de transmissão, das perdas
devidas à congestão da rede. Numa rede sem fios , a perda de pacotes pode
ser erroneamente despoletar mecanismos de controlo de congestão, levando
a uma dramática degradação da eficiência da transmissão.
Vários estudos visaram melhorar os protocolos TCP e UDP adaptando-
os às redes sem fios, Snoop Protocol, Westwood TCP, Lee et al., Elaarag.
Outra abordagem consiste na classificação das perdas (do inglês, Packet-
loss classification(PLC)) através de algoritmos(Biaz and Vaidya, spike-train,
Cen), permitindo ao remetente dos pacotes uma resposta adequada aos erros
de transmissão.
Os grandes avanços nas técnicas de compressão digital de dados permiti-
ram que a difusão digital esteja actualmente a substituir a difusão analógica
- fornecendo assim um sinal com melhor definição, qualidade e imunidade ao
ruı́do. Além disso, a difusão digital permite ainda integrar diferentes serviços
interactivos (mudança de content push para content pull - ou seja - aumento
da procura de on-demand information request). A rápida disseminação de
acesso de banda larga de última milha (last-mile broadband acess), nomeada-
mente a ADSL/Cabo e mais recentemente a fibra óptica, vieram aumentar o

9
já popular modelo de internet-IP, que tem vindo progressivamente a substi-
tuir a tradicional rede PSTN (Public Switched telephone network ), e.g. VoIP.
Outro fenómeno bastante actual é a mudança do paradigma da internet fixa
para internet móvel - onde existe uma procura crescente por ligações sem fios
dentro e fora de casa ou do local de trabalho.
Redes/serviços Débitos
POTS 28.8-56 kbps
ISDN 64-128 kbps
ADSL 1.5-8.4 Mbps(downlink) 16-640 kbps(uplink)
VDSL 12.5-55 Mbps
CATV 20-40 Mbps
Fast Ethernet 100 Mbps
Gigabit Ethernet 1000 Mbps
Fiber 100 Mbps
802.11b 11 Mbps
802.11a/g 54 Mbps
802.11 draft N 200 Mbps

Table 2: Débitos de várias redes

Quando se pretende criar uma rede de conteúdos multimédia é necessário


ter em conta 4 aspectos importantes, por forma a assegurar a correcta trans-
ferência de dados [7] :
O elevado volume de tráfego associado aos conteúdos multimédia, trans-
mitido através de redes IP, apenas pode ser suportado através da compressão
de dados - uma vez que nem as redes actuais conseguem acomodar os ele-
vados débitos requeridos por transmissões de dados sem compressão [8]. A
primeira grande componente das redes multimédia é assim, a compressão de
dados (source encoding) de voz,áudio,imagem e vı́deo, por exemplo. Para
que os destinatários possam descodificar o fluxo de dados comprimido, de-
vem ser respeitadas normas internacionais para compressão de dados. Os
dados, após sujeitos a compressão, são integrados em pacotes IP e enviados
pela Internet.
Surge então o segundo maior componente das redes multimédia, que cor-
responde à qualidade de serviço (QoS) [9][10], onde se inclui o atraso de
transmissão(packet delay), perdas de transmissão(packet loss) e o jitter. Es-
tas questões podem ser abordadas quer a nı́vel da infraestrutura da rede quer
a nı́vel aplicacional.

10
Além do mais, as redes sem fios têm vindo a crescer, assumindo-se como
a tecnologia de acesso à Internet,”Last-Mile”, mais popular - onde coabitam
diversos dispositivos, tais como os smartphones e os netbooks. Por forma a
garantir uma transferência eficaz de dados multimédia comprimidos através
de uma rede IP sem fios,de banda larga, o desafio surge aquando da inte-
gração das redes sem fios e redes cabladas, numa rede heterogénea. É de
salientar que as redes sem fios apresentam sérios desafios ao desenvolvimento
de mecanismos de QoS, em virtude dos fenómenos de ”fading” ou ”shadow-
ing” e ”link adaptation”. Deve-se ainda ter em conta o aumento da taxa de
erros de transmissão em comparação com as redes cabladas. Para colmatar
estas contrapartidas inexistentes nas redes cabladas , vários mecanismos adi-
cionais de QoS são incorporados nas diversas camadas (fı́sica, MAC, rede e
aplicação).
O quarto componente consiste em garantir a completa interoperabilidade
de uma rede de conteúdos multimédia, assegurando a facilidade da sua gestão
e a ”standartização” dos conteúdos multimédia.

3.2 QoS Mechanisms in streaming architectures


Com o elevado grau de maturação das técnicas de compressão, redes de
elevado débito e dispositivos de armazenamento, é hoje possı́vel fornecer di-
versos serviços multimédia em tempo real (real-time) através da Internet.
Contudo, a natureza best-effort da Internet apresenta diversos desafios na
concepção/desenho de sistemas de video-streaming, uma vez que não oferece
quaisquer garantias de qualidade de serviço (QoS). Devido à sua natureza
de (tempo-real), a transmissão de audio e vı́deo apresentam diversos requeri-
mentos/metas temporais - tipicamente associadas à largura de banda, atraso
e perda de pacotes. Uma vez que todas as transferências HTTP na arqui-
tectura cliente-servidor se baseiam no uso do protocolo de transporte TCP,
por forma a garantir a entrega dos pacotes de dados, estas arquitecturas não
são adequadas para real-time streaming. Note-se que a impossibilidade de
controlar o débito dos dados através da rede, entre o servidor e o cliente,
assim como a utilização do protocolo de transporte TCP, introduzem uma
variação significativa nos tempos de transmissão dos diversos fragmentos do
conteúdo multimédia.
Uma das alternativas encontradas corresponde a utilizar o protocolo uni-
direccional, de baixo overhead, UDP, para transmitir os pacotes de dados
comprimidos, mantendo a utilização do TCP para controlo de sessão. En-
quanto que o UDP permite uma melhor utilização da largura de banda
disponı́vel e permite uma maior fluidez no processo de transmissão(quando
comparado com o TCP), este introduz diversos contratempos, nomeadamente

11
a perda,atraso ou entrega fora de ordem dos pacotes de dados. Para aten-
uar este problema, diversos mecanismos de controlo foram introduzidos (e.g
, automatic repeat-request [ARQ] ).

3.3 Wireless Broadband and quality of service


As últimas décadas têm demonstrado uma tendência de mudança da trans-
missão analógica para digital, de difusão push-based para pull-based media
streaming e de uma rede completamente cablada (wired ) para a integração de
diversas redes sem fios. Pode-se assim afirmar que o acesso a redes sem fios
de banda larga, com garantias de qualidade de serviço (QoS) para aplicações
digitais multimédia, acessı́veis a utilizadores móveis em redes metropolitanas
, correspondem ao mais recente desafio da insdústria das telecomunicações[8].
Apesar de existirem várias tecnologias capazes de fornecer acessos de banda
larga à Internet, sem fios, as tecnologias que demonstram maior potencial são
o 3G, Wi-Fi e WiMAX. No caso das tecnologias WLAN IEEE 802.11a/b/g as-
sim como a nova geração de elevados débitos (200Mbps) IEEE802.11n , a sua
disseminação deve-se em grande parte ao seu reduzido custo de instalação.
Por sua vez, por forma a fornecer acesso móvel à Internet, as tecnologias
suportadas por redes celulares , tais como as redes 3G [11] estão a ser difun-
didas agressivamente com cada vez mais conteúdos multimédia. Contudo, o
WiMAX, fixo ou móvel ( IEEE 802.16d e 802.16e [5][4] ) apresenta-se como
um forte candidato a rede de acesso sem fios, sempre que as WLAN não se
encontrem disponı́veis, tais como áreas remotas, fora dos centros citadinos
ou em veı́culos em movimento. Tanto o WiMAX,3G e Wi-Fi representam
assim alternativas viáveis a redes de acesso de last-mile. Todas estas tecnolo-
gias suportam banda larga, com diferentes alcances e débitos , como se pode
observar na tabela 3.

Tecnologia Potência Máxima Raio de Operação


Wi-Fi 100 m 11/54 Mbps
3G vários km vários kbps
3.5G vários km vários kbps
WiMAX vários km vários Mbps dependendo da mobilidade

Table 3: Débitos de redes WiFi, 3G e WiMAX

12
O WiMAX apreseta-se como um forte concorrente à tecnologia 3.5G e é
considerado um sistema sem fios de quarta geração devido aos seus elevados
débitos, fiabilidade e suporte a IP. Espera-se, inclusive que o WiMAX tenha
um crescimento comparável ao do Wi-Fi devido aos esforços da indústria dos
circuitos integrados que desde 2008 começou a fabricar circuitos de WiMAX
para computadores portáteis e equipamentos móveis[8]. A grande distinção
entre o WiMAX,3G e Wi-Fi é que as duas primeiras usam espectro licenciado
ao qual estão associados custos de funcionamento (do inglês cost of service ,
CoS) , garantias de qualidade de serviço (QoS) e controlo de congestão.

Figure 4: Evolução tecnológica das tecnologias 3G,Wi-Fi e WiMAX [12] (


IEEE 2007)

Apesar da concorrência entre as diferentes tecnologias, estas na realidade


complementam-se em termos de serviços e aplicações. De facto, a presença de
duas ou mais redes sem fios na mesma área assume cada vez maior popular-
idade, uma vez que os sistemas de quarta geração terão que lidar com redes
heterogéneas e estratégias de handover , por forma a optimizar os débitos
em função do grau de mobilidade desejado[13].

3.4 Melhorias de QoS ao 802.11


As principais funções da camada MAC de uma rede sem fios incluem o con-
trolo de acesso ao meio, garantir a qualidade de serviço (QoS) e garantir a
segurança da rede. Contudo, as redes sem fios possuem caracterı́sticas que as
diferenciam bastante das redes cabladas, nomeadamente o elevado rácio de
perda de pacotes, reordenação de pacotes e variação dos atrasos de recepção.

13
Num meio sem fios, as suas caracterı́sticas não são constantes, variando no
tempo e no espaço. Duas funções de coordenação de acesso ao meio foram
definidas no MAC 802.11 original : distributed coordination function (DFC)
e point coordination function (PCF) . Ambos os mecanismos de acesso ao
meio sofrem limitações de QoS. No DFC não existe nenhum mecanismo de
diferenciação de tráfego, apenas best-effort service, o que não é adequado
para aplicações multimédia sensı́veis a atrasos (VoIP, live-streaming) , que
possuem algumas exigências a nı́vel de largura de banda, atrasos e jitter. A
aplicação de DFC leva a que várias estações disputem, com os mesmos nı́veis
de prioridade, o acesso ao canal - levando ao bem conhecido problema de
”saturation throughput” do 802.11 [14].
Mesmo a utilização do PCF, como alternativa ao DFC, não é adequado
para suportar aplicações multimédia, devido a aspectos da sua arquitectura
(e.g. incapacidade de lidar com vários perfis de QoS, associados a diferentes
tipos de tráfego) que levam a baixos nı́veis de QoS [15].
É neste contexto que surge o standart IEEE 802.11e [16], introduzindo
um conjunto de melhorias de QoS para as aplicações em WLAN, através de
modificações aplicadas à camada MAC. Estas alterações são de crı́tica im-
portância para aplicações sensı́veis a atrasos, tais como VoIP sobre redes sem
fios ou multimedia streaming. O standart IEEE 802.11e assegura QoS através
de um mecanismo hı́brido de coordenação (HCF), que define dois mecanismos
de acesso ao meio : enhanced distributed channel acess (EDCA) e HFC con-
trolled channel access (HCCA) [17]. Várias filas de prioridade são utilizadas
para separar o tráfego segundo categorias que correspondem aos requisitos de
QoS das aplicações alvo : AC VO(voz),AC VI(Vı́deo),AC BE(Best-Effort) e
AC BK(background ).

3.5 Diferenciação de QoS no 802.16 d


No IEEE 802.16d, a cada ligação encontra-se associado um determinado perfil
com parâmetros de QoS especı́ficos, tais como latência, jitter, e throughput.
Estes parâmetros de QoS são utilizados tanto para controlo da transmissão
como para escalonamento da mesma. Existem três tipos básicos de serviço :

• provisioned service flow : possı́vel ausência de transferência de dados


(pode estar à espera de ser activada)

• admitted service flow : aprovisionamento de recursos (podem não estar


disponı́veis) em função do QoS requerido - o pedido pode não ser satis-
feito se não existirem recursos suficientes. Os recursos associados a este
fluxo de serviço pode ainda assim ser utilizados por outros serviços.

14
• active service flow : com todos os dados alocados - os pacotes de dados
são agora transmitidos através da ligação associada ao fluxo de serviço
activo.

O uso de fluxos de serviço é o principal mecanismo que permite assegu-


rar um QoS satisfatório. Os pacotes ao atravessarem a camada MAC, são
associados a um fluxo de serviço quando se pretende garantias de QoS. Para
garantir uma adequada reserva de recursos(largura de banda), quatro tipos
de fluxos de dados são suportados :

• unsolicited grant service (UGS) : destinado a tráfego em tempo real


de débito constante ( constant bitrate (CBR)), nomeadamente VoIP
(transmissão de pacotes de dados de tamanho fixo, em intervalos regu-
lares de tempo, sem necessidade de requisitar acesso ao meio).

• real-time polling service (rtPS) : oferece suporte a tráfego de débito


variável (variable bitrate (VBR)), como é o caso do video MPEG. Neste
caso, a BS (Base station) atribui à SS ( subscriber station) transmissões
periódicas para que esta indique a largura de banda de que necessita.

• Non-real-time polling service (nrtPS)

• best-effort (BE)

Figure 5: WiMax

3.6 Interoperabilidade entre redes 802.16 e 802.11


Um possı́vel e interessante cenário corresponde a uma relação de cooperação
e interoperabilidade entre redes IEEE 802.11 e IEEE 802.16 . As limitações
do protocolo MAC do 802.11 levam a que um utilizador que se encontre
longe de um AP , sofra de uma elevada degradação da QoS, dificultando

15
ou mesmo impossibilitando o funcionamento de aplicações como o VoIP ou
a transmissão de vı́deo. Assim, uma possı́vel solução seria combinar IEEE
802.16 com IEEE 802.11 para formar uma rede capaz de servir tanto espaços
interiores como exteriores, uma vez que pode não ser económicamente viável
utilizar WiMAX para fornecer uma cobertura eficiente de todos os ambientes
interiores - os obstáculo, nomeadamene os materiais de construção, podem
atenuar fortemente os sinais vindos do exterior. Para garantir uma eficiente
cobertura de espaços interiores e exteriores, bem como conjugar mobilidade
a transmissão de tráfego multimédia, a melhor combinação corresponde a
conjugar IEEE 802.16e com 802.11e [8].

Figure 6: Cenário de cooperação entre WiMAX e WiFi [18](IEEE 2007)

Os utilizadores podem assim ligar-se, de forma transparente, à rede que


lhes oferecer maiores garantias de QoS, sem restrições de mobilidade. Con-
tudo, para tal é preciso assegurar um handover com o mı́nimo possı́vel de
disrupção de serviço. Neste cenário, surge então a necessidade de classificar
os requerimentos de QoS de cada aplicação em função da plataforma sem
fios utilizada, que neste caso correspondem ao IEEE 802.16e e IEEE 802.11e.
O desafio corresponde assim em registar os diferentes perfis de QoS, recor-
rendo a um conjunto limitado de parâmetros QoS, assim como garantir que
estes requisitos são satisfeitos sempre que existir comunicação entre as duas
redes. O facto as arquitecturas de protocolos e os mecanismos de QoS das
duas plataformas terem diferentes naturezas, levanta sérias dificuldades em
oferecer garantias de QoS end-to-end [8].

16
4 P2P Streaming em redes sem fios
4.1 Streaming em P2P
As redes p2p baseiam-se numa topologia de overlay, a rede virtual construı́da
pela aplicação, distribuı́da em que cada nó/utilizador, o qual neste contexto é
designado peer, actua não só como cliente mas também como servidor. Desta
forma é construı́da uma rede a nı́vel aplicacional em que cada peer tem vários
peers vizinhos interagindo de igual forma como clientes e servidores, é assim
criada uma rede robusta e auto-organizada.
Este tipo de redes consegue desta forma fazer uso dos utilizadores para dis-
tribuir o conteúdo da rede, reduzindo significativamente os custos de in-
fraestruturas associados a soluções de CDN (Content Delivery Network), em
que a distribuição de conteúdo é levada a cabo por servidores dedicados se-
gundo a topologia cliente-servidor habitual. O carácter distribuı́do destas
redes, com cada peer a contribuir com largura de banda resolver também a
situação de ”denial of service” caracterı́stica aos servidores.

Como referido anteriormente, nas redes p2p os utilizadores (peers) não


se limitam a receber as transmissões de vı́deo, como também contribuem
com a sua própria largura de banda para providenciar o serviço a outros
utilizadores. Estes sistemas além de potencialmente mais escaláveis, e como
tal, com um custo de infraestrutura mais baixo, apresentam-se como uma al-
ternativa viável às soluções tradicionais, nomeadamente o IP multicast e as
redes Content Delivery Network (CDN). Sendo usadas no âmbito de stream-
ing multimédia, em conjuntura com um servidor de stream de forma a aliviar
a carga deste último. As redes de streaming p2p, fazem uso de 2 arquitec-
turas principais, arquitecturas em árvore (Tree e Multi-Tree) e arquitecturas
”Mesh”.
Nas arquitecturas em árvore cada peer recebe o conteúdo através do nó pai
e encaminha-o para os nós filhos. As arquitecturas em árvore podem ser
constituı́das por uma única árvore(single-tree) ou por várias(multi-tree). No
primeiro caso, a sua topologia tem como raiz o servidor de stream. Este
tipo de arquitectura apresenta obviamente problemas com a saı́da de peers,
designado por ”peer churn”, uma vez que quando tal acontece, todos os nós
abaixo do peer que abandonou a árvore perderão o acesso ao stream, sendo
necessário reorganizar a árvore. Nas arquitecturas multi-árvore este prob-
lema é atenuado, uma vez que o servidor divide o stream, sendo cada um
distribuido por uma árvore diferente. Desta forma cada nó pertence ideal-
mente a todas as árvores mas em posições diferentes, logo ao perder um nó
pai, o filho deixa de ter acesso a um sub-stream o que reduzirá a qualidade

17
do conteúdo fornecido mas não perde o stream por completo.
Por outro lado, as arquitecturas mesh não apresentam uma hierarquia rı́gida
como as arquitecturas baseadas em árvore, uma vez que cada peer encontra-
se ligado a vários outros nós e pode enviar ou receber vários stream. Desta
forma cada nó pode ter vários nós pai ou filho, alterando o papel desempen-
hado ao longo do tempo, o que resulta numa topologia de rede dinâmica.
Vários estudos [19][20], demonstraram que os sistemas baseados numa topolo-
gia mesh têm uma performance superior aos sistemas baseados em árvore,
fazendo um uso mais eficiente da largura de banda disponı́vel, são menos
afectados pelo tamanho e heterogeneidade da rede e lidam melhor com a
partida de peers. Por outro lado os sistemas em árvore apresentam menores
atrasos de playback, o atraso inicial desde que dado stream é pedido até
que é reproduzido, bem como gerando menor redundância um vez que a sua
estrutura rı́gida acarreta menos overhead protocolar.

4.2 Sistemas de streaming


Existe uma enorme variedade de aplicações de streaming p2p disponı́veis
(fig.7), grande parte delas pagas o que demonstra que estas soluções são
viáveis do ponto de vista do mercado, revelando-se uma boa alternativa ou
complemento aos sistemas tradicionais. A tabela seguinte faz uma com-
paração qualitativa, entre as soluções de p2p e de CDN.

Figure 7: Aplicações de P2P Streaming

18
CDN Tree Multi-Tree Mesh
Custos - +
Escalabilidade - + ++ +++
Resistência a ”peer churn” n.a. – - +
Overhead + - - –
Atraso de Playback - ++ ++ +
Uso da largura de Banda + – - +-

As redes p2p não somente apresentam um reduzido custo de formação e


manutenção, como garantem menores atrasos de playback e menor perda de
pacotes, isto é conseguido devido à exploração da proximidade espacial que
estas redes levam a cabo ao construı́rem o overlay aplicacional[21].
As soluções em peer-to-peer provam assim ter várias vantagens competitivas
face às soluções tradicionais, contudo as restrições de QoS inerentes às re-
des wireless introduzem uma série de desafios. Será nestes novos desafios e
soluções que se focam a secções seguintes.

4.3 Wireless p2p Streaming Solutions


Com a evolução das tecnologias de WLAN, e o proliferação destas como
redes de acesso, e inclusive distribuição, torna-se necessário encontrar novas
soluções para adaptar os serviços existentes às caracterı́sticas e restrições
que caracterizam os ambientes sem fios. Este capı́tulo tratará as correntes
soluções/propostas para estes problemas.

4.3.1 Network awareness of P2P Live Streaming Applications


As aplicações de streaming P2P, e.g. P2P-TV, são actualmente bastante
populares, pelo que existem inclusivé aplicações comerciais, como é o caso do
PPLive, SopCast e TVAnts. Estas aplicações permitem ao utilizador aceder
a conteúdos televisivos através da rede de Internet, em qualquer momento
e lugar, reduzindo simultâneamente os custos da infraestrutura de difusão
destes conteúdos, através da participação de cada utilizador na partilha dos
conteúdos.
Contudo a natureza destas aplicações, devido ao seu design proprietário
não permite conhecer as suas especificações (i.e. os algoritmos e protocolos
utilizados por estas aplicações), sendo necessário efectuar experiências e re-
engeneering para compreender o seu modo de funcionamento.
Se por um lado os utilizadores só encontram vantagens na utilização deste
tipo de aplicações, os ISPs, por outro lado, preocupam-se com o impacto que

19
este tipo de tráfego possa ter sobre a infraestrutura da rede. Isto porque
se do ponto de vista da aplicação, é perfeitamente legı́timo estabelecer uma
troca de conteúdos com um peer fora do território nacional, do ponto de
vista da rede subjacente, seria mais eficiente que os uploads/downloads se
efectuassem entre peers com alguma proximidade geográfica.
*Segundo [22], as aplicações TVAnts e PPLive apresentam alguma pre-
ferência pelas ligações entre peers no mesmo sistema autónomo (e.g. LAN) a
que eles próprios pertencem, enquanto que no SopCast esta preferência chega
a ser quase desprezável. Contudo, nenhum deles exibe alguma preferência
relativamente ao paı́s (i.e , proximidade geográfica dos peers), subrede ou
hop count. As aplicações de P2P-TV deveriam assim privilegiar as ligações
entre peers locais,bem como ter em maior consideração o estado da rede.
Pode-se assim concluir que as aplicações de P2P live streaming precisam
de melhorar as suas capacidades de percepção da rede, para assim melhor
localizarem a origem do tráfego que pretendem, diminuindo assim as hostil-
idades à rede.

4.3.2 Smart Caching


A competição pelos recursos no acesso aos access points pelas estações móveis,
sobretudo por peers activos, pode reduzir severamente o throughput de down-
load dos restantes membros da WLAN. A redução do tráfego redundante de
p2p na WLAN, permite aumentar o throughput e reduzir os atrasos de trans-
missão.
À medida que a procura de media streaming aumenta na Internet [23], e o
número de utilizadores de aplicações como o PPLive[24] continua a crescer, as
técnicas de P2P começam a ser frequentemente aplicadas ao media streaming.
Contudo, a transmissão de conteúdos multimédia (do inglês media stream-
ing) através de redes sem fios , apresenta diversos desafios derivado das
exigências de elevadas larguras de banda e requisitos de metas temporais
( real-time delivery) associados a este tipo de serviços. Além do mais, as
redes sem fios são particularmente fustigadas por degradação imprevisı́vel da
qualidade do sinal, atenuação , fadding e interferência de outros sinais.
Estes desafios agravam-se particularmente nos sistemas de streaming basea-
dos numa arquitectura P2P. Devido à heterogeneidade das comunicações, as
redes P2P são fortemente assimétricas, uma vez que alguns peers funcionam
como servidores, fornecendo a outros peers muito mais conteúdos do que
aqueles que eles próprios consomem. Este comportamento pode facilmente
congestionar as WLANs. Ademais, ao contrário das redes cabladas, numa
WLAN as estações acedem à internet por intermédio de APs, pelo que o
acesso ao meio, em redes equipadas com o mecanismo deDistributed Coor-

20
dination Function(DCF)[25], obriga as estações a partilharem a largura de
banda disponı́vel, quer para upload ou download. O tráfego adicional in-
troduzido pelas redes P2P vem assim agravar profundamente o acesso ao
meio.
Em terceiro lugar, as transmissões numa WLAN estão muito susceptı́veis
a atrasos, perdas, retransmissões por congestão da rede [26] e degradação do
sinal[27]. O tráfego extra associado ao upload pode aumentar exponencial-
mente os custos associados aos mecanismos de recuo-exponencial (contention
window back-off ). O streaming em redes P2P sem fios, não só apresenta
inúmeros desafios por forma a garantir a qualidade do seu próprio serviço,
como ainda degrada a performance de outras aplicações que utilizem a mesma
WLAN. Existem fenómenos associados à transmissão de vı́deo em directo,
com consequências tremendas nestes comportamentos das WLAN. Não é in-
comum ter milhares de utilizadores a participar numa sessão nos primeiros
minutos aquando o inı́cio da transmissão, dificultando a tarefa de transmitir
o vı́deo com alguma qualidade, bem como reduzir o atraso inicial de visual-
ização [28]. Este fenómeno que dá pelo nome de flash crowd, representa um
enorme desafio ao desenvolvimento do sistema [29][30].
Para lidar com estes desafios alguns estudos estudos sugerem que a uti-
lização de mecanismos de caching permite reduzir significativamente o tráfego
de upload [31], uma vez que cerca de 80% dos pacotes de dados, em sistemas
de streaming P2P, encontram-se duplicados em fluxos sucessivos de upload e
download .

4.3.3 A System for P2P video Streaming in Resource Constrained


Mobile Enviroments
Apesar de os sistemas de p2p video streaming estarem já bastante desen-
volvidos para utilizadores com linhas fixas, os utilizadores de redes sem fios,
por outro lado, têm dificuldades em adquirir as garantias de QoS desejadas,
sendo os utilizadores de redes móveis celulares os mais afectados. Enquanto
que as tecnologias como o GPRS/UMTS não conseguem garantir débitos su-
ficientemente elevados (apesar de se acreditar que o LTE[22] venha a oferecer
débitos bastante superiores, o débito real pode ainda assim não ser suficiente
para suportar de forma eficiente streaming de video para vários clientes),
outras tecnologias sem fios, como as WiFi e o WiMAX, em contraste, apesar
de oferecerem débitos mais elevados abrangem áreas mais reduzidas.
Estudos sugerem a hipótese de incentivar os mecanismos de interoper-
abilidade entre as diversas redes sem fios, que devido à sua heterogeneidade
revela enormes desafios à concretização desse mesmo objectivo. Contudo,
a conjugação de diversas redes de acesso sem fios, em simultâneo, ”channel

21
bonding”, permitiria distribuir a carga pelas várias redes, reduzindo o risco
de falha global do sistema.

4.3.4 p2p live streaming for Handheld devices


As inovações registadas recentemente no campo dos dispositivos móveis de
acesso às redes sem fios ( smartphones, netbooks , consolas portáteis , ... ),
em particular o aumento da sua capacidade de processamento, permitiram
que as aplicações de p2p pudessem ser exploradas nos dispositivos móveis,
permitindo inclusive fornecer serviços de video streaming[28].

Existem dois componentes de crı́tica importância para os sistemas P2P


de video streaming, sendo que os serviços móveis não são excepção. Um dos
componentes consiste em garantir que os conteúdos (vı́deo) são entregues ao
destinatário. Como já foi visto nas secções anteriores, este é um problema que
requer especial atenção nas redes sem fios. O segundo componente encontra-
se associado à construção da topologia da rede, tipicamente em árvore , mesh,
ou com escolha aleatória dos vizinhos. É essencialmente a topologia da rede
que determina qual o grupo de peers com os quais o utilizador pode trocar
conteúdos. Certos estudos defendem que uma random peer partnership é a
mais adequada a dispositivos móveis [3] uma vez que o seu elevado grau de
mobilidade obriga a um elevado overhead adicional, por forma a preservar
a topologia construı́da. Além de que a duração da participação de um uti-
lizador é significativamente mais curta do que aquela associada a um acesso
fixo à Internet. Esta é também a estratégia adoptada pela aplicação Cool-
streaming [32][33].

Um ponto interessante relativo aos equipamentos móveis prende-se com


o facto de como referido no capı́tulo 2, este tipo de equipamentos começar
agora a ter interfaces WLAN conjuntamente com interfaces celulares. As
redes celulares que continuam a ser o meio utilizado para distribuir a maior
parte dos conteúdos inerentes aos equipamentos móveis, têm quando com-
parado com tecnologias como Bluetooth consumos energéticos superiores. A
autonomia é o principal ”bottleneck” que encarece e limita o crescimento
destes dispositivos, como representado na figura seguinte, assim uma opor-
tunidade para o uso de sistemas de p2p nestes equipamentos consiste em,
recorrendo a este tipo de redes, usar interfaces como bluetooth ULE para
distribuir localmente via redes p2p o conteúdo disponibilizado por 3G. Este
tipo de soluções foi estudado [34], onde os nós munidos de 2 tipos de in-
terfaces como anteriormente discutido, usando as interfaces celulares para
aceder aos streams e usando as interfaces de WLAN para as distribuir, re-

22
duziram consideravelmente os custos energéticos comparativamente a usar
apenas a rede celular. Assentando nestes pressupostos é assim possı́vel de-
senvolver aplicações p2p visando fornecer serviços de streaming energetica-
mente eficientes para smartphones.

Figure 8: Evoluçao dos Requisitos Energéticos em equipamentos móveis

Em suma, para fazer uso de redes p2p de distribuição multimédia em re-


des móveis, existem 2 principais aspectos a ter em conta, em primeiro lugar
a mobilidade e em segundo lugar a autonomia. De forma a lidar com estas
questões, as aplicações têm não só de lidar com o handover entre estações
celulares ou de WLAN, bem como entre estaçoes celulares e de WLAN, como
é o caso estudado em [34], mas também devem fazer o próprio handover entre
peers de forma a regenerar a rede devido às frequentes partidas dos termi-
nais móveis. Devido ao carácter dinâmico das redes em mesh, previamente
estudadas, estas parecem ser as mais indicadas para dar resposta à alta mo-
bilidade das redes móveis [35].

5 conclusões
Com a crescente popularidade das aplicações de streaming p2p e das WLANs
torna-se fundamental assegurar a qualidade de serviço nas redes sem fios. Os
dois principais desafios relacionam-se com os requisitos de QoS (atraso,jitter,overhead )
das aplicações de streaming, bem como com as limitações das redes sem fios
(e.g. fading, shadowin, medium access). Neste panorama, as aplicações p2p
apresentam diversas vantagens face às tradicionais estruturas de difusão de

23
conteúdos multimédia (CDN, stream servers, etc), destacando-se a escala-
bilidade da rede e os baixos custos associados à formação e manutenção da
mesma. Contudo, o overhead introduzido pelas aplicações p2p e a hetero-
geneidade das redes p2p , dinâmicas e fortemente assimétricas, vêm agravar
os problemas associados às redes sem fios, pelo que novas técnicas já foram
estudadas por forma a melhorar o desempenho destas redes (e.g. caching,
geographic awareness, melhor coordenação entre os utilizadores e o AP).

• ”network awareness” [22][30]- É fundamental imbuir as aplicações de


P2P-TV de uma maior percepção da rede(e.g. procura de caminhos
mais curtos, explorar a proximidade geográfica ), para melhor explorar
e optimizar os recursos do ISP .

• Flash Crowds[28] - Não é suficiente conhecer a dimensão do sistema ,


uma vez que a largura de banda de upload proveniente de peers recen-
temente chegados ao sistema, não pode ser alocada imediatamente.

• p2p live streaming for Handheld devices[3] - as inovações no campo dos


dispositivos móveis já originou vários estudos sobre a integração de
video streaming.

• SCAP:Smart Caching in Wireless Access Ponts to improve p2p stream-


ing[31] - A competição pelos recursos no acesso aos access points pelas
estações móveis, sobretudo por peers activos, pode reduzir severamente
o throughput de download dos restantes membros da WLAN. A redução
do tráfego redundante de p2p na WLAN, é possı́vel aumentar o through-
put e reduzir os atrasos de transmissão.

• channel bonding - outros sugerem que parte da solução passa pela in-
teroperabilidade entre as diversas redes sem fios, que devido à sua het-
erogeneidade revela enormes desafios à concretização desse mesmo ob-
jectivo. Contudo, a conjugação de diversas redes de acesso sem fios,
em simultâneo, ”channel bonding”, permitiria distribuir a carga pelas
várias redes, reduzindo o risco de falha global do sistema.

Sendo o principal objectivo das redes sem fios oferecer mobilidade, é vital
garantir uma eficiente cobertura de espaços interiores e exteriores, bem como
conjugar mobilidade a transmissão de tráfego multimédia. Actualmente, uma
das mais promissoras combinações corresponde a conjugar IEEE 802.16e com
802.11e [8]. Contudo, o facto as arquitecturas de protocolos e os mecanis-
mos de QoS das duas plataformas terem diferentes naturezas, levanta sérias
dificuldades em oferecer garantias de QoS end-to-end [8].

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