3 Redes Multimédia 9
3.1 Redes de conteúdos digitais multimédia . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 QoS Mechanisms in streaming architectures . . . . . . . . . . 11
3.3 Wireless Broadband and quality of service . . . . . . . . . . . 12
3.4 Melhorias de QoS ao 802.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.5 Diferenciação de QoS no 802.16 d . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.6 Interoperabilidade entre redes 802.16 e 802.11 . . . . . . . . . 15
5 conclusões 23
1
1 Introdução e Motivação
1.1 Convergência das redes móveis
O crescimento explosivo da Internet nas últimas duas décadas, tornou-a o
principal veı́culo de transporte de informação. Simultâneamente, os grandes
avanços na micro-electrónica e telecomunicações em redes sem fios, vieram
aumentar significativamente a sua popularidade. Por outro lado, verifica-se
uma convergência para o protocolo de Internet (IP) como principal infraestru-
tura de transporte de informação, permitindo que utilizadores estacionários
ou móveis acedam a conteúdos multimédia em qualquer lugar, a qualquer
momento.
As redes de acesso sem fios podem ser classificadas em estruturadas (do
inglês infrastructure-based ), tais como as redes celulares, WiMAX, WMAN,
WLAN e WPAN, ou sem-estrutura (do inglês infrastructureless), onde se
incluem as redes ad-hoc e as mesh.
Apesar da convergência para a plataforma IP, a Internet baseada em IP e
as redes sem fios não partilham as mesmas estruturas de funcionamento nem
a mesmas práticas de gestão de recursos. Isto deve-se ao facto de o espectro de
frequências ser limitado e como tal, é necessário adquirir licenças, o que torna
este tipo de estrutura financeiramente dispendiosa. Para manter qualidade de
serviço (QoS) torna-se necessário centralizar os recursos e recorrer a esquemas
de alocação dos mesmos.
Com os mais recentes avanços nas comunicações ópticas e sem fios, a
Internet torna-se num meio cada vez mais heterogéneo, onde o débito das
ligações pode variar desde os vários Kbps até aos Gbps , abarcando até seis
graus de magnitude ; da mesma forma variam os erros e o atraso end-to-end.
Surge então a necessidade de assegurar a eficiência e estabilidade das redes de
Internet sem fios, oferecendo uma QoS satisfatória para os diferentes tráfegos
multimédia, independentemente da natureza da ligação à rede.
2
nomeadamente o desvanecimento (time-varying and location-dependent fad-
ing), shadowing, interferências e ruı́do ambiente, estando assim sujeito a uma
maior taxa de erros na transmissão.
Outro dos desafios relativos ao suporte de aplicações multimédia em redes
sem fios é o facto de o protocolo dominante da camada de transporte na In-
ternet, TCP, ter sido originalmente concebido para transferência de grandes
blocos de dados em redes cabladas. Em primeiro lugar o TCP contempla a
retransmissão de segmentos perdidos ou corrompidos, contudo, estas retrans-
missões podem resultar num atraso inaceitável para aplicações multimédia
sensı́veis ao atraso. Em segundo lugar, em redes sem fios, a perda de pacotes
pode resultar de erros de transmissão, bem como de colisões na camada de
ligação, podendo a perda de pacotes ser,erroneamente , interpretada como
resultante de congestão da rede. Algumas das aplicações multimédia emer-
gentes recorrem ao protocolo UDP, não dispondo assim de controlo de fluxo
nem de congestão. uma vez que grandes volumes de tráfego UDP em redes IP
pode levar a colapso da rede por congestão. Apesar de ser possı́vel associar
controlo de congestão ao UDP na camada de aplicação ou mesmo modificar
outros protocolos da camada de transporte (SCTP,RTP), estas soluções têm
os seus inconvenientes e limitações : o controlo de congestão na camada de
ligação tem dificuldades em lidar com notificações explı́cı́tas de congestão
(ECN) ; modificar o SCTP ou RTP pode não ser uma opção viável para
aplicações que exijam um overhead mı́nimo.
Em suma, para desenvolver aplicações multimédia em redes Internet sem
fios, devem ser desenvolvidos novos protocolos da camada de transporte,
com um overhead mı́nimo, transmissão não fiável baseada em datagramas e
controlo de fluxo e de congestão.
3
2 Redes Sem Fios
As comunicações móveis têm predominantemente adoptado uma arquitec-
tura centralizada e como tal requerem uma infraestrutura pre-existente. Por
outro lado, as redes que se baseiam na comunicação directa entre disposi-
tivos móveis só recentemente começou a despertar a atenção da indústria e
dos investigadores. Neste caso é possı́vel criar redes móveis com ou sem o
auxı́lio das redes celulares, tirando partindo das tecnologias de Bluetooth e
WiFi(IEEE 802.11) .
Existem várias tecnologias de comunicação sem fios, caracterizando-se
cada uma pelos seus débitos em função do raio de cobertura (fig.1). Den-
tro das tecnologias de curto-alcance é possı́vel encontrar o Bluetooth, pre-
sente actualmente em praticamente qualquer dispositivo móvel e o WiFi
(IEEE802.11), que cada vez se encontra presente num maior número de dis-
positivos, sobretudo nos smartphones. As redes celulares, por outro lado, têm
como objectivo cobrir vastas áreas através de várias estações base. Cada
dispositivo móvel apenas se encontra ligado a uma base a cada momento,
existindo a possibilidade de ocorrer um handover se o dispositivo se movi-
mentar. A partir do momento em que se conecta a uma estação de base,
o dispositivo móvel pode ligar-se a outros dispositivos móveis ou fixos, uti-
lizando a estação base como intermediário.
2.1 Bluetooth
Bluetooth é uma tecnologia baseada em ondas de rádio, operando na frequência
dos 2.4 GHz. O seu raio de alcance varia em função da potência de emissão
utilizada, sendo estas designadas por classes de potência (power classes),
4
nomeadamente classe 1, classe 2 e classe 3. As caracterı́sticas de cada classe
podem encontrar-se na tabela 1.
5
conhecido por independent BSS, IBSS) e infrastructure BSS. Enquanto que
um ad hoc BSS não contém acess points (APs), pelo que não se consegue ligar
a nenhum outro BSS, permite, no entanto, que as estações móveis se liguem
entre si directamente (peer-to-peer). Por outro lado, num infrastructure BSS
as estações que o constituem conseguem comunicar com outras estações,quer
se encontrem ou não no mesmo BSS, através de APs (fig.2).
6
Figure 3: Standarts IEEE 802.11 e as suas caracterı́sticas [2] (IEEE 2003)
7
Com os débitos crescentes e suporte à mobilidade (do inglês mobility
support), o WiMAX expande assim a sua área de aplicações, nomeadamente,
servir de backhaul para redes 802.11. Os pontos de acesso às redes 802.11
podem agora ser móveis ou, em alternativa o utilizador pode conectar-se
directamente a uma estação base de WiMAX.
8
3 Redes Multimédia
3.1 Redes de conteúdos digitais multimédia
O rápido crescimento das redes sem fios veio popularizar o acesso a conteúdos
multimédia (audio e video) sobretudo em dispositivos móveis. Contudo,
a transmissão de conteúdos multimédia em redes sem fios enfrenta diver-
sos desafios tais como as elevadas taxas de erro de transmissão, variações
e limitações de largura de banda e a capacidade das baterias dos disposi-
tivos. As redes sem fios não foram originalmente concebidas para lidar com
aplicações multimédia em tempo real, contudo, a sua popularidade devido
ao baixo custo e disseminação introduziram a necessidade de desenvolver as
redes já existentes, ou mesmo criar outras novas, que permitam garantias de
QoS ao mesmo tempo que suporte à mobilidade (ex: IEEE 802.11e , IEEE
802.16e ). Os avanços nas técnicas de codificação de multimédia em redes
sem fios regem-se por duas regras dominantes [1]. A primeira, a lei de Moore
e a segunda, a grande diferença de largura de banda entre redes com e redes
sem fios. O controlo do dispêndio energético do hardware permanece até hoje
um desafio.
o protocolo de transporte UDP, por intermédio dos protocolos RTP e
RTCP, é o mais utilizado para transmitir conteúdos multimédia em tempo
real, contudo, recorrer apenas à informação sobre a taxa de perdas pode
levar a um controlo ineficiente da transmissão. Torna-se assim impossı́vel
distinguir as perdas de pacotes derivadas a erros de transmissão, das perdas
devidas à congestão da rede. Numa rede sem fios , a perda de pacotes pode
ser erroneamente despoletar mecanismos de controlo de congestão, levando
a uma dramática degradação da eficiência da transmissão.
Vários estudos visaram melhorar os protocolos TCP e UDP adaptando-
os às redes sem fios, Snoop Protocol, Westwood TCP, Lee et al., Elaarag.
Outra abordagem consiste na classificação das perdas (do inglês, Packet-
loss classification(PLC)) através de algoritmos(Biaz and Vaidya, spike-train,
Cen), permitindo ao remetente dos pacotes uma resposta adequada aos erros
de transmissão.
Os grandes avanços nas técnicas de compressão digital de dados permiti-
ram que a difusão digital esteja actualmente a substituir a difusão analógica
- fornecendo assim um sinal com melhor definição, qualidade e imunidade ao
ruı́do. Além disso, a difusão digital permite ainda integrar diferentes serviços
interactivos (mudança de content push para content pull - ou seja - aumento
da procura de on-demand information request). A rápida disseminação de
acesso de banda larga de última milha (last-mile broadband acess), nomeada-
mente a ADSL/Cabo e mais recentemente a fibra óptica, vieram aumentar o
9
já popular modelo de internet-IP, que tem vindo progressivamente a substi-
tuir a tradicional rede PSTN (Public Switched telephone network ), e.g. VoIP.
Outro fenómeno bastante actual é a mudança do paradigma da internet fixa
para internet móvel - onde existe uma procura crescente por ligações sem fios
dentro e fora de casa ou do local de trabalho.
Redes/serviços Débitos
POTS 28.8-56 kbps
ISDN 64-128 kbps
ADSL 1.5-8.4 Mbps(downlink) 16-640 kbps(uplink)
VDSL 12.5-55 Mbps
CATV 20-40 Mbps
Fast Ethernet 100 Mbps
Gigabit Ethernet 1000 Mbps
Fiber 100 Mbps
802.11b 11 Mbps
802.11a/g 54 Mbps
802.11 draft N 200 Mbps
10
Além do mais, as redes sem fios têm vindo a crescer, assumindo-se como
a tecnologia de acesso à Internet,”Last-Mile”, mais popular - onde coabitam
diversos dispositivos, tais como os smartphones e os netbooks. Por forma a
garantir uma transferência eficaz de dados multimédia comprimidos através
de uma rede IP sem fios,de banda larga, o desafio surge aquando da inte-
gração das redes sem fios e redes cabladas, numa rede heterogénea. É de
salientar que as redes sem fios apresentam sérios desafios ao desenvolvimento
de mecanismos de QoS, em virtude dos fenómenos de ”fading” ou ”shadow-
ing” e ”link adaptation”. Deve-se ainda ter em conta o aumento da taxa de
erros de transmissão em comparação com as redes cabladas. Para colmatar
estas contrapartidas inexistentes nas redes cabladas , vários mecanismos adi-
cionais de QoS são incorporados nas diversas camadas (fı́sica, MAC, rede e
aplicação).
O quarto componente consiste em garantir a completa interoperabilidade
de uma rede de conteúdos multimédia, assegurando a facilidade da sua gestão
e a ”standartização” dos conteúdos multimédia.
11
a perda,atraso ou entrega fora de ordem dos pacotes de dados. Para aten-
uar este problema, diversos mecanismos de controlo foram introduzidos (e.g
, automatic repeat-request [ARQ] ).
12
O WiMAX apreseta-se como um forte concorrente à tecnologia 3.5G e é
considerado um sistema sem fios de quarta geração devido aos seus elevados
débitos, fiabilidade e suporte a IP. Espera-se, inclusive que o WiMAX tenha
um crescimento comparável ao do Wi-Fi devido aos esforços da indústria dos
circuitos integrados que desde 2008 começou a fabricar circuitos de WiMAX
para computadores portáteis e equipamentos móveis[8]. A grande distinção
entre o WiMAX,3G e Wi-Fi é que as duas primeiras usam espectro licenciado
ao qual estão associados custos de funcionamento (do inglês cost of service ,
CoS) , garantias de qualidade de serviço (QoS) e controlo de congestão.
13
Num meio sem fios, as suas caracterı́sticas não são constantes, variando no
tempo e no espaço. Duas funções de coordenação de acesso ao meio foram
definidas no MAC 802.11 original : distributed coordination function (DFC)
e point coordination function (PCF) . Ambos os mecanismos de acesso ao
meio sofrem limitações de QoS. No DFC não existe nenhum mecanismo de
diferenciação de tráfego, apenas best-effort service, o que não é adequado
para aplicações multimédia sensı́veis a atrasos (VoIP, live-streaming) , que
possuem algumas exigências a nı́vel de largura de banda, atrasos e jitter. A
aplicação de DFC leva a que várias estações disputem, com os mesmos nı́veis
de prioridade, o acesso ao canal - levando ao bem conhecido problema de
”saturation throughput” do 802.11 [14].
Mesmo a utilização do PCF, como alternativa ao DFC, não é adequado
para suportar aplicações multimédia, devido a aspectos da sua arquitectura
(e.g. incapacidade de lidar com vários perfis de QoS, associados a diferentes
tipos de tráfego) que levam a baixos nı́veis de QoS [15].
É neste contexto que surge o standart IEEE 802.11e [16], introduzindo
um conjunto de melhorias de QoS para as aplicações em WLAN, através de
modificações aplicadas à camada MAC. Estas alterações são de crı́tica im-
portância para aplicações sensı́veis a atrasos, tais como VoIP sobre redes sem
fios ou multimedia streaming. O standart IEEE 802.11e assegura QoS através
de um mecanismo hı́brido de coordenação (HCF), que define dois mecanismos
de acesso ao meio : enhanced distributed channel acess (EDCA) e HFC con-
trolled channel access (HCCA) [17]. Várias filas de prioridade são utilizadas
para separar o tráfego segundo categorias que correspondem aos requisitos de
QoS das aplicações alvo : AC VO(voz),AC VI(Vı́deo),AC BE(Best-Effort) e
AC BK(background ).
14
• active service flow : com todos os dados alocados - os pacotes de dados
são agora transmitidos através da ligação associada ao fluxo de serviço
activo.
• best-effort (BE)
Figure 5: WiMax
15
ou mesmo impossibilitando o funcionamento de aplicações como o VoIP ou
a transmissão de vı́deo. Assim, uma possı́vel solução seria combinar IEEE
802.16 com IEEE 802.11 para formar uma rede capaz de servir tanto espaços
interiores como exteriores, uma vez que pode não ser económicamente viável
utilizar WiMAX para fornecer uma cobertura eficiente de todos os ambientes
interiores - os obstáculo, nomeadamene os materiais de construção, podem
atenuar fortemente os sinais vindos do exterior. Para garantir uma eficiente
cobertura de espaços interiores e exteriores, bem como conjugar mobilidade
a transmissão de tráfego multimédia, a melhor combinação corresponde a
conjugar IEEE 802.16e com 802.11e [8].
16
4 P2P Streaming em redes sem fios
4.1 Streaming em P2P
As redes p2p baseiam-se numa topologia de overlay, a rede virtual construı́da
pela aplicação, distribuı́da em que cada nó/utilizador, o qual neste contexto é
designado peer, actua não só como cliente mas também como servidor. Desta
forma é construı́da uma rede a nı́vel aplicacional em que cada peer tem vários
peers vizinhos interagindo de igual forma como clientes e servidores, é assim
criada uma rede robusta e auto-organizada.
Este tipo de redes consegue desta forma fazer uso dos utilizadores para dis-
tribuir o conteúdo da rede, reduzindo significativamente os custos de in-
fraestruturas associados a soluções de CDN (Content Delivery Network), em
que a distribuição de conteúdo é levada a cabo por servidores dedicados se-
gundo a topologia cliente-servidor habitual. O carácter distribuı́do destas
redes, com cada peer a contribuir com largura de banda resolver também a
situação de ”denial of service” caracterı́stica aos servidores.
17
do conteúdo fornecido mas não perde o stream por completo.
Por outro lado, as arquitecturas mesh não apresentam uma hierarquia rı́gida
como as arquitecturas baseadas em árvore, uma vez que cada peer encontra-
se ligado a vários outros nós e pode enviar ou receber vários stream. Desta
forma cada nó pode ter vários nós pai ou filho, alterando o papel desempen-
hado ao longo do tempo, o que resulta numa topologia de rede dinâmica.
Vários estudos [19][20], demonstraram que os sistemas baseados numa topolo-
gia mesh têm uma performance superior aos sistemas baseados em árvore,
fazendo um uso mais eficiente da largura de banda disponı́vel, são menos
afectados pelo tamanho e heterogeneidade da rede e lidam melhor com a
partida de peers. Por outro lado os sistemas em árvore apresentam menores
atrasos de playback, o atraso inicial desde que dado stream é pedido até
que é reproduzido, bem como gerando menor redundância um vez que a sua
estrutura rı́gida acarreta menos overhead protocolar.
18
CDN Tree Multi-Tree Mesh
Custos - +
Escalabilidade - + ++ +++
Resistência a ”peer churn” n.a. – - +
Overhead + - - –
Atraso de Playback - ++ ++ +
Uso da largura de Banda + – - +-
19
este tipo de tráfego possa ter sobre a infraestrutura da rede. Isto porque
se do ponto de vista da aplicação, é perfeitamente legı́timo estabelecer uma
troca de conteúdos com um peer fora do território nacional, do ponto de
vista da rede subjacente, seria mais eficiente que os uploads/downloads se
efectuassem entre peers com alguma proximidade geográfica.
*Segundo [22], as aplicações TVAnts e PPLive apresentam alguma pre-
ferência pelas ligações entre peers no mesmo sistema autónomo (e.g. LAN) a
que eles próprios pertencem, enquanto que no SopCast esta preferência chega
a ser quase desprezável. Contudo, nenhum deles exibe alguma preferência
relativamente ao paı́s (i.e , proximidade geográfica dos peers), subrede ou
hop count. As aplicações de P2P-TV deveriam assim privilegiar as ligações
entre peers locais,bem como ter em maior consideração o estado da rede.
Pode-se assim concluir que as aplicações de P2P live streaming precisam
de melhorar as suas capacidades de percepção da rede, para assim melhor
localizarem a origem do tráfego que pretendem, diminuindo assim as hostil-
idades à rede.
20
dination Function(DCF)[25], obriga as estações a partilharem a largura de
banda disponı́vel, quer para upload ou download. O tráfego adicional in-
troduzido pelas redes P2P vem assim agravar profundamente o acesso ao
meio.
Em terceiro lugar, as transmissões numa WLAN estão muito susceptı́veis
a atrasos, perdas, retransmissões por congestão da rede [26] e degradação do
sinal[27]. O tráfego extra associado ao upload pode aumentar exponencial-
mente os custos associados aos mecanismos de recuo-exponencial (contention
window back-off ). O streaming em redes P2P sem fios, não só apresenta
inúmeros desafios por forma a garantir a qualidade do seu próprio serviço,
como ainda degrada a performance de outras aplicações que utilizem a mesma
WLAN. Existem fenómenos associados à transmissão de vı́deo em directo,
com consequências tremendas nestes comportamentos das WLAN. Não é in-
comum ter milhares de utilizadores a participar numa sessão nos primeiros
minutos aquando o inı́cio da transmissão, dificultando a tarefa de transmitir
o vı́deo com alguma qualidade, bem como reduzir o atraso inicial de visual-
ização [28]. Este fenómeno que dá pelo nome de flash crowd, representa um
enorme desafio ao desenvolvimento do sistema [29][30].
Para lidar com estes desafios alguns estudos estudos sugerem que a uti-
lização de mecanismos de caching permite reduzir significativamente o tráfego
de upload [31], uma vez que cerca de 80% dos pacotes de dados, em sistemas
de streaming P2P, encontram-se duplicados em fluxos sucessivos de upload e
download .
21
bonding”, permitiria distribuir a carga pelas várias redes, reduzindo o risco
de falha global do sistema.
22
duziram consideravelmente os custos energéticos comparativamente a usar
apenas a rede celular. Assentando nestes pressupostos é assim possı́vel de-
senvolver aplicações p2p visando fornecer serviços de streaming energetica-
mente eficientes para smartphones.
5 conclusões
Com a crescente popularidade das aplicações de streaming p2p e das WLANs
torna-se fundamental assegurar a qualidade de serviço nas redes sem fios. Os
dois principais desafios relacionam-se com os requisitos de QoS (atraso,jitter,overhead )
das aplicações de streaming, bem como com as limitações das redes sem fios
(e.g. fading, shadowin, medium access). Neste panorama, as aplicações p2p
apresentam diversas vantagens face às tradicionais estruturas de difusão de
23
conteúdos multimédia (CDN, stream servers, etc), destacando-se a escala-
bilidade da rede e os baixos custos associados à formação e manutenção da
mesma. Contudo, o overhead introduzido pelas aplicações p2p e a hetero-
geneidade das redes p2p , dinâmicas e fortemente assimétricas, vêm agravar
os problemas associados às redes sem fios, pelo que novas técnicas já foram
estudadas por forma a melhorar o desempenho destas redes (e.g. caching,
geographic awareness, melhor coordenação entre os utilizadores e o AP).
• channel bonding - outros sugerem que parte da solução passa pela in-
teroperabilidade entre as diversas redes sem fios, que devido à sua het-
erogeneidade revela enormes desafios à concretização desse mesmo ob-
jectivo. Contudo, a conjugação de diversas redes de acesso sem fios,
em simultâneo, ”channel bonding”, permitiria distribuir a carga pelas
várias redes, reduzindo o risco de falha global do sistema.
Sendo o principal objectivo das redes sem fios oferecer mobilidade, é vital
garantir uma eficiente cobertura de espaços interiores e exteriores, bem como
conjugar mobilidade a transmissão de tráfego multimédia. Actualmente, uma
das mais promissoras combinações corresponde a conjugar IEEE 802.16e com
802.11e [8]. Contudo, o facto as arquitecturas de protocolos e os mecanis-
mos de QoS das duas plataformas terem diferentes naturezas, levanta sérias
dificuldades em oferecer garantias de QoS end-to-end [8].
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