Conceito
Estuda os fungos patogênicos.
Divisão
- Micoses superficiais;
- Micoses cutâneas;
- Micoses subcutâneas;
- Micoses profundas ou sistêmicas;
- Micoses oportunistas.
Terminologia
1. Quanto à localização:
Citomicose, dermatomicose, onicomicose (unhas), oftlamomicose, tricomicose (pêlos),
micose pulmonar, etc.
2. Quanto ao fungo:
Aspergilose, tricofitose, microsporose, candidíase, histoplasmose.
3. Quanto ao nome popular:
Favo, tokelau, chimberê, sapinho, pé-de-atleta, unheiro.
Fatores que influenciam no surgimento de micoses
1. Externos: dieta alimentar, indumetária, profissão, esportes, idade, hábitos higiênicos.
2. Internos: lesões pré-existentes, alterações metabólicas como diabetes, uso de
antibióticos (causam imunodepressão), uso de hormônios, uso de corticóides, AIDS, etc.
Micoses de importância médica
1. Superficiais: ptiríase versicolor, piedra branca, piedra negra, tinha negra (do latim
verme, traça que faz caminho sinuoso).
2. Cutâneas: dermatofícias e candidíases.
3. Subcutâneas: esporotricose, cormomicose, micetomicoses, rinosporodiose,
zigomicoses (Entomophthoramicose).
4. Sistêmicas: paracoccidioidomicose, blastomicose, histoplasmose, criptococose,
coccidioidomicose
5. Oportunistas: zigomicose, hipomicose, tiohifomicose, candidíase sistêmica
Micoses superficiais da pele
O que são?
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de "tineas", são infecções
causadas por fungos que atingem apenas as camadas superficiais da capa córnea da
pele ou a haste livre dos pêlos. Os fungos estão em toda parte podendo ser encontrados
no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo
"pacificamente" conosco, sem causar doença. As lesões se manifestam como manchas
pigmentarna pele ou nódulos nos pêlos.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o "alimento"
para estes fungos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como:
calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo
(alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a
doença.
Micoses Superficiais
São divididas em:Ceratofitoses e Dermatofitoses
Ceratofitoses
As ceratofitoses ou micoses saprofitárias são causadas por fungos, que vivem sobre a
pele ou ao redor dos pêlos e utiizam restos epiteliais ou produtos de excreção. Não
determinam reações de hipersensibilidade. Neste grupo estão:
Pitiríase versicolor
Tinea negra
Piedras
Dermatofitoses
São causadas por fungos denominados dermatófitos, que utilizam a queratina como fonte
de sobrevivência. As lesões decorrem da ação do próprio fungo ou de reações de
sensibilidade ao agente. Estão incluídos os fungos dos gêneros Microsporum,
Trychophyton e Epidermophyton. Podem ser antropofílicos, zoofílicos ou geofílicos.
Pitiríase versicolor ("Micose de Praia")
Fungo: Malassezia furfur
O que é?
Também vulgarmente conhecida como "micose de praia" ou "pano branco", a Pitiriase
versicolor é uma micose mas, ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou
piscina. O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e, em algumas
delas, é capaz de se desenvolver causando a doença. As áreas de pele mais oleosa,
como a face e a porção superior do tronco são as mais frequentemente atingidas.
Manifestações clínicas
Quando uma pessoa com a micose se expõe ao sol, a pele contaminada não se bronzeia.
A doença então aparece na forma de manchas claras, pois a pele ao redor fica
bronzeada, e a pessoa acha que pegou a doença na praia ou piscina. Entretanto, o sol
apenas mostrou aonde estava a micose. Em alguns casos, as manchas podem ser
castanhas ou avermelhadas. As lesões são recobertas por fina descamação.
Pitiríase versicolor:
Forma manchas claras recobertas por fina descamação, facilmente demonstrável pelo
esticamento da pele. Atinge principalmente áreas de maior produção de oleosidade como
o tronco, a face, pescoço e couro cabeludo
A clínica apresentada corresponde a máculas descamativas de cor variável, múltiplas,
coalescentes, às vezes com nítido padrão folicular, atingindo pescoço, tórax e raízes de
membros superiores, raramente podendo ocorrer na face, abdome, nádegas e membros
inferiores. O fator predisponente ao desenvolvimento dessa doença é a sudorese (calor).
Não há prurido, sendo geralmente assintomáticas. Os sinais dermatológicos que podem
ser pesquisados são o sinal da unha (descamação) e o sinal de Zileri (estiramento da pele
causa descamação furfurácea).
O diagnóstico é puramente clínico (presença de lesões esbranquiçadas e descamativas).
Sinais de Besnier e de Zileri
Sinal de Besnier ou sinal da unhada:
É caracterizado por uma descamação furfurácea da lesão quando é raspado com a unha
Sinal de Zileri:
É um sinal clínico observado ao ser feito um leve estiramento com os dedos da região
sugestiva da pitiríase, sendo observado nessa região um discreto esfacelamento da
queratina.
Outras manifestações clínicas da doença são:
Foliculite pitirospórica : Forma severa da doença, atinge a glândula sebácea e o folículo
piloso.
É comum em pacientes IMUNODEPRIMIDOS
Especialmente com AIDS
Dacriocistite obstrutiva : Colonização e obstrução do canal lacrimal que pode cegar.
Inflamação do saco lacrimal
DOR intensa e INCHAÇO do canto interno do olho, estendendo-se até o nariz
Dermatite seborréica
Ocorre comumente em crianças e jovens na puberdade. Manifesta-se como lesões
oleosas eritomatoescamosas distribuídas pelo couro cabeludo, pálpebras, pregas
nasolabiais, axilas e região inguinal. Comumente acompanha-se de prurido.
Tratamento
A Pitiriase versicolor é uma micose que responde bem ao tratamento, que pode ser feito
com medicamentos de uso via oral ou local, dependendo do grau de comprometimento da
pele. Entretanto, devido a ser causada por um fungo que habita normalmente a pele, há
uma grande chance da micose voltar a aparecer, mesmo após um tratamento bem
sucedido.
O tratamento é tópico com sulfeto de selênio a 2,5% ou hipossulfito de sódio a 30% duas
vezes ao dia antes do banho. Pode-se utilizar o tratamento sistêmico em casos de
recidivas freqüentes, com cetoconazol 200mg/dia 10 a 15 dias ou itraconazol 100mg/dia
durante duas semanas.
Sabonetes com anti-fúngicos
Xampus com anti-fúngicos
Tinea nigra
Pode ser causada por dois fungos:
Hortaea werneckii, de distribuição cosmopolita, e a Stenella araguata isolada de cinco
casos venezuelanos. Os dois fungos são sapróbios na natureza
A enfermidade se localiza nas palmas das mãos e na planta dos pés e se caracteriza pela
presença de máculas pigmentadas, marrons ou pretas. A micose é muito frequente nas
regiões tropical e subtropical do continente.
No Brasil têm-se registrado casos nos seguintes Estados: Bahia, Espírito Santo, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Manifestaçãoes Clínicas
Assintomática
Manchas de tonalidade marrom ou negra
Acomete as palmas das mãos e raramete planta dos pés (excepcionalmente podem
ocorrer em outras partes do corpo)
Aspecto arredondado
Não descamativa
Bordas das lesões bem delimitadas
Lesões são poucas ou únicas
TRatamento
Tópico com agentes queratolíticos ou produtos à base de ácido undecilênico ou derivados
imidazólicos, por duas a 4 semanas.
Agente etiológico
Fungo cresce em temperaturas elevadas
Encontra-se em restos de vegetais, esgoto e no próprio solo.
No Brasil a única espécie encontrada é Phaeoanneleomyces werneckii
PIEDRAS
São infecções fúngicas que se caracterizam pela presença de nódulos irregulares,
aderentes ao pêlo e, geralmente, visíveis a olho nu.
São reconhecidos dois tipos de piedra
Piedra branca Piedra negra
As Piedras são infecçõess benignas, mas muito contagiosas e de fácil propagação. São
distintas, não só pelos agentes etiológicos, mas também pela sua distribuição e
epidemiologia. Clinicamente essas micoses podem ser confundidas com pediculose
(lêndias). Atacam a região folicular dos pêlos.
Piedra negra
A onicomicose branca superficial e comumente observada nas unhas dos pés, evoluindo
para uma onicodistrofia total.
Mais comum nas unhas dos pés;
- Manchas brancas na superfície da unha (Leuconíquia);
- Com a evolução as manchas ficam amareladas e pode destruir toda a unha;
Onicodistrofia Total
Lesão possivelmente originária da evolução das lesões anteriormente descritas, que se
caracteriza pela fragilização e queda de todas as lâminas ungueais, persistindo apenas
alguns restos de queratina aderida ao leito ungueal. Esses casos são observados em
pacientes nos quais o descaso com a doença e a utilização terapêutica erradas
favorecem a evolução da lesão. Esses quadros são observados geralmente em adultos e
idosos, não verificando uma predileção por sexo ou raça
Destruição e deformidades: a unha fica frágil, quebradiça e quebra-se nas porções
anteriores ficando deformada ou restando alguns restos de queratina aderida ao leito
ungueal.
TRATAMENTO
Existe uma dificuldade generalizada em se tratar onicomicoses, pois esta revela-se como
um grande desafio. Os fungos são difíceis de erradicar, em virtude da queratina, muito
densa, que participa da estrutura da unha. Há, ainda pouca vascularização, explicando,
assim, a pouca penetração dos medicamentos por via sistêmica, bem como o crescimento
lento das unhas (5 a 6 meses para as unhas das mãos e 12 a 18 meses para unhas dos
pés). Ressalta-se que as unhas dos pés são mais difíceis de tratar que as unhas das
mãos.
A griseofulfina, o primeiro agente antifúngico promissor para o tratamento das
onicomicoses, tem baixa afinidade pela queratina ungueal, com a concentração da droga
declinando mais rápido do que no plasma.
Devido ao crescimento lento da unha, a griseofulvina deve ser administrada por cerca de
12 a 18 meses, na dose de 500mg 2 vezes ao dia
Uma análise mostrou taxa de cura micológica de 25,5%, com taxa de recaída de 40% 3 a
12 meses após o final da terapia. Atualmente a griseofulvina vem sendo substituída pelos
antifúngicos mais modernos, como, por exemplo, itraconazol, fluconazol, e terbinafina.
Introduzido na prática clínicaem 1980, o cetoconazol foi o primeira azólico para o
tratamento das onicomicoses, na dose de 200mg/dia, por 4 meses. Esse antifúngico
apresenta maior afinidade pela queratina ungueal, sendo detectado na porção distal da
unha 11 dias após o início do tratamento. Como maior problema, citam-se os efeitos
colaterais.
A nova geração de antifúngicos indicados no tratamento das onicomicoses são
itraconazol, fluconazol e terbinafina. O itraconazol foi aprovado para uso contínuo
(200mg/dia, por 3 a 4 meses). O Fluconazol, por sua vez, é usado na dose de 150 a
400mg. A terbinafina tem se mostrado como a droga de escolha, 250mg/dia durante 6 a
dose semanas. Os níveis da droga persistem na unha 3 a 6 meses após o final do
tratamento.
O tratamento tópico para as unhas mostra-se pouco eficaz. Os tratamentos associados,
tópico e oral proporcionam melhores resultados. Dentre os antifúngicos tópicos destacam-
se o ciclopirox a 8% sob a forma de esmalte fungicida para uso diário aprovado nos
Estados Unidos. No Brasil sendo proposto para uso para dias alternados ou três vezes
por semana no primeiro mês, duas vezes por semana no segundo mês e uma vez por
semana nos próximos quatro meses.
Fonte:
http://www.webartigos.com/articles/54728/1/MICROBIOLOGIA/pagina1.html#ixzz0eJdJ4A
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