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Há aproximadamente três anos, em abril de 2008, era criada a Empresa


Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela gestão e construção da TV
Brasil e, por conseguinte, de uma forte emissora pública para dar vazão aos
ideiais lançados por Roquete Pinto que sonhava com a radiodifusão voltada
aos interesses e compromissos públicos. Ao longo de mais de 50 anos, a
constituição de um campo das TVs públicas, formado por TVs educativas e
universitárias foi responsável pela manutenção da ideia de uma emissora não
comercial e não estatal, ou seja uma emissora pública de alcance nacional.
A criação da TV Brasil gerou ampla expectativa acerca de mudanças
paradigmáticas na programação televisiva brasileira. Bourdieu em seu texto
sobre a televisão, diz que há a necessidade de uma ³revolução simbólica´
(BOURDIEU, 1997) no modo atual de fazer televisão, notadamente uma crítica
às TVs comerciais e aos conteúdos por elas exibidos que primam pelos
interesses do mercado em primeiro plano. A EBC passou a gerir três canais de
televisão: a TV Brasil, a NBR, canal do governo federal, um serviço prestado
pela empresa e a TV Brasil Canal Integración.
A TV Brasil é a junção da antiga TVE Brasil, do Rio de Janeiro e do
Maranhão e da TV Nacional de Brasília. Ainda há um complexo composto por
oito estações.
Ao ingressarmos no ano de 2011, que coincide com o fim do mandato da
atual presidente da EBC, Teresa Cruvinel, qual o balanço podemos fazer das
ações da TV Brasil nestes quase três anos?
Poderíamos dividir a avaliação em três partes: 1) sobre a programação;
2) sobre a tecnologia e a constituição da Rede Pública; 3) e o alcance da
emissora no Brasil.
Em relação à programação, as premissas que balizaram os debates
foram inspiradas na necessidade de uma programação de qualidade que
pudesse apoiar-se em outros paradigmas para a produção dos seus
conteúdos, que não fossem os referenciais do mercado, ou da indústria cultural
e sua ideologia. Um dos desafios apontados pelo I Fórum das TVs públicas foi
o da constituição de uma Rede Pública de TVs capaz de produzir conteúdos.
Um dos objetivos era o de possibilitar a concentração dos recursos existentes
na produção de conteúdos diversificados evitando a repetição na produção de
gêneros e programas nas emissoras que compõem a Rede Pública. Os
debates apontaram para a necessidade de se produzir conteúdos regionais em
equilíbrio com os conteúdos gerais produzidos a partir de um centro, como
ocorre na Rede Globo, por exemplo .
Ao observarmos a grade da prog ramação, percebemos que a
programação infantil, de qualidade quase indiscutível, permanece sendo o
carro-chefe da emissora, ocupando a grade matinal e do meio da tarde. Esta
programação já existia antes da configuração da TV Brasil.
Alguns interprogramas e o fortalecimento do jornalismo, como o
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foram introduzidos na grade no decorrer dos últimos três anos.
No entanto, o jornalismo apoia -se na repetição das pautas geradas pelos
grandes jornais e repercutidas no jornalismo das emissoras come rciais.
A TV Brasil ao entrar no clima da Copa do Mundo da África do Sul, em
2010, apresentou uma programação especial dedicada ao evento. Entre as
principais novidades inseridas na grade, apareceu o ³Repórter África, Copa
2010Ǝ, uma revista eletrônica na qual os convidados falaram sobre suas visões
diferenciadas acerca do futebol. Também foram exibidos documentários, como
1958, o ano em que o mundo descobriu o Brasil, do jornalista José Carlos
Asbeg, exibido nos cinemas em 2008, ano que o Brasil comemorou os 50 anos
da conquista da Copa do Mundo de 1958, na Suécia.
Do ponto de vista da tecnologia utilizada na produção e transmissão dos
conteúdos e programas televisivos, a conversão digital pode abrir
grandes possibilidades para que a rede pública de televisão brasileira,
centralizada pela TV Brasil, possa efetivamente tirar proveito da tecnologia em
favor de um projeto de televisão pública para o Brasil. A conversão digital cria
várias possibilidades de ampliação da programação a partir da
multiprogramação e a da interatividade que pode ser considerada no seu
alcance a partir das experiências no uso da internet por parte das pessoas e
dos produtores de conteúdos.
Os sinais de TV chegam às casas de três maneiras: 1) por uma antena
comum; 2) por cabo ou antena de microondas; e 3) por uma parabólica
apontada para um satélite. As duas últimas formas de transmissão são pagas.
A primeira, gratuita - daí seu nome: TV aberta. Na TV paga, o número de
canais foi multiplicado em dez anos com o crescimento do setor. Enquanto a
TV aberta comercial obtém 100% de suas receitas com anúncios, na TV paga
mais de 80% vêm das assinaturas. Enquanto os Estados Unidos possuem
quase 100 milhões de assinantes, a TV paga no Brasil só conseguiu chegar a 5
milhões de residências (Telaviva, 2008) contra 43 milhões alcançadas pela
aberta. A migração do sistema analógico para o digital, no Brasil, tem prazo
para ocorrer até 2016, prevê o decreto 5.820/ 2006, que trata da implantação
do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre - SBTVD-T. Ele ainda
estabelece as diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógica
para o digital, sendo que o período de migração de uma tecnologia para outra é
de dez anos, com fim previsto para 2016. Mas, determina que, a partir de 1º d e
julho de 2013, o Ministério das Comunicações somente outorgará a exploração
do serviço de radiodifusão de sons e imagens para a transmissão em
tecnologia digital. Além disso, obriga as emissoras, no período de transição, a
veicularem simultaneamente as programações nas duas tecnologias. Diz ainda
que os canais utilizados para transmissão analógica serão devolvidos à União
após o prazo de transição.
A multiprogramação é o recurso mais interessante desse processo de
migração de uma tecnologia para outra e é possível porque o sinal digital é
mais compacto, o que permite transmitir até quatro programas em um só canal,
quando não são transmitidos em alta definição (HD), mas em definição
standard (SD). Essa potencialidade da TV digital é interessante para a
multiplicação de conteúdo e para sua democratização.
Outro ponto interessante foi a proibição às redes comerciais e às TVs
educativas explorarem a multiprogramação, sendo que o Ministério das
Comunicações delegou à TV Brasil a operação da rede pública digital,
cumprindo a prerrogativa do poder público em regulamentar a exploração dos
serviços digitais de radiodifusão.
Jacson Segundo, do Observatório do Direito à Comunicação, faz
apontamentos interessantes sobre a atual situação da TV Brasil. Ele aponta
que, ao mesmo tempo em que a EBC é responsável pelo processo de
conversão e utilização da tecnologia digital, ela tem se ocupado nesse começo
de vida com muitos problemas técnicos e administrativos. A qualidade do sinal
das transmissões de suas rádios e de seu car ro-chefe, a TV Brasil, por
exemplo, ainda é motivo de muitas reclamações dos usuários. E, pior que isso,
muitos sequer têm acesso aos canais, constata Segundo.
São as contradições de uma emissora que ainda não conseguiu sequer
estar disponível em sinal aberto na maior cidade do País, São Paulo. O sinal
digital é praticamente impossível de ser sintonizado e o sinal analógico situa -se
em um canal muito alto, canal 62. Se pensarmos que ela é uma emissora
aberta como é a Globo, no canal 5; o SBT, no canal 4; a Record, no canal 7;
RedeTV, canal 9;Band, canal 13 e a TV Cultura, canal 2, por que uma emissora
pública com é a TV Brasil tem que estar em um canal tão alto como o canal
62?
Ela poderia e deveria estar acessível em um canal baixo e de boa
qualidade de transmissão.

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