PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIVISÃO DE ENSINO
PROGRAMA DE DISCIPLINA
EMENTA:
O funcionamento de uma economia de mercado; noções de microeconomia e de
macroeconomia; oferta e demanda de moeda; sistema financeiro; comércio
internacional e padrões de especialização; mercado de câmbio e formação das taxas
cambiais; a contabilidade das transações internacionais; as diferentes fases da
economia brasileira, ajustamento e estabilização. Tópicos do
desenvolvimentoeconômico paranaense e da região dos Campos Gerais. Perspectivas
futuras. Tópicos avançados na área.
OBJETIVOS :
Objetivo geral:
Propiciar visão geral de uma economia de mercado, permitindo análise no âmbito da
empresa e do contexto local, nacional e internacional.
Objetivos específicos:
• Entender o contexto econômico da empresa;
• Permitir a análise crítica dos problemas econômicos atuais;
• Conhecer a teoria econômica, tendo em sua vista sua aplicação nas
organizações
Universidade Estadual de Ponta Grossa
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DA DISCIPLINA:
METODOLOGIA
AULAS EXPOSITIVAS; EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO.
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
bens econômicos
A contradição leva à seguinte proposição: por mais rica que a sociedade seja (por
mais recursos produtivos de que disponha), os fatores de produção serão sempre
escassos para efetivar a fabricação de todos os b/s que essa mesma sociedade
deseja. Ou seja, ela terá que efetuar escolhas sobre quais os bens e serviços
deverão ser produzidos.
Por este fato, a Economia muitas vezes também é definida como a ciência que
estuda a escassez ou a ciência que estuda o uso de recursos escassos na produção
de bens alternativos.
LEIS ECONÔMICAS
Economia Î Ciência Social. As leis, fórmulas, princípios, teorias, não são
rígidas nem inflexíveis Î indicam tendências.
SISTEMA ECONÔMICO
Conjunto de regulamentos econômicos, sociais, trabalhistas, ...que regem as relações
econômicas de um país.
Entende-se por sistema econômico o conjunto de relações básicas, técnicas e institucionais
que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Essas relações condicionam o
sentido geral das decisões fundamentais tomadas em toda a sociedade e os ramos
predominantes de sua atividade.
Exportações
Arrecadação
Os Agentes Econômicos
Os agentes econômicos fundamentais são: as unidades familiares, as empresas e o setor
público.
As funções das unidades familiares consistem, por um lado, em consumir bens e serviços e,
por outro vender seus recursos (trabalho e capital) nos mercados de fatores.
As empresas realizam duas funções básicas: elaboram bens e os vendem; e empregam
recursos no mercado de fatores. Realizam essas ações tentando maximizar seus lucros.
Marketing: Mudar o conceito de vender o que se produz, para produzir o que se vende.
Preço: define quantidade produzida, qualidade, canal de distribuição, serviço pós-venda, ...
localização, estacionamento, serviços complementares, ...
Produto
Preço
Promoção: (ou PRAÇA) Produ
Publicidade: to
Promo Publici
ção dade
(praça)
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09 a 15 de maio de 2004
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O MERCADO DE
Estudo feito rado no Brasil. Não vem o Rio de Janei- 562% da população
por 15 pesquisado- se trata de fazer ro com mais de 76 de Lisboa e 30,3%
res da USP, PUC- aqui um juízo de mil famílias. A 50a. da população de
SP, UNICAMP e valor se deveríamos cidade citada no es- Portugal;
UNIP e publicado ou não ter esses tudo é Caxias do
como o Atlas da Ri- ricos num país com Sul, RS, com mais 234% da população
queza no Brasil - todos os problemas de 2.400 famílias de Montevidéu e
Editora Cortez, SP, sociais e econômi- ricas. 91,8% do Uruguai;
2004, mostra que cos como o nosso. Nesta sema- 96,7% da população
apenas nas 50 ci- Trata-se de uma na, gostaria que vo- de Madri e 7,5% da
dades mais ricas do constatação de pes- cê pensasse nesse Espanha;
Br a s i l , te mos quisa. Esse merca- mercado de ricos.
926.742 famílias do existe. Ele gera 128% da população
Como sua empresa
com renda superior emprego e renda e de Roma e 5,61%
poderá aproveitar
a R$10.982,00. está aí para ser da Itália;
essa realidade des-
Como a mé- usado pelas empre- conhecida do mer- 21% da população
dia da família bra- sas. cado brasileiro? de Buenos Aires e
sileira é de 3,4 pes- Só para se ter O que pode- 8,35% da Argenti-
soas, temos uma uma idéia do tama- mos fazer em ter- na;
p op ul a ç ã o d e nho desse mercado, mos de produtos e 42% da população
3.150.000 pessoas ele equivale a 92% serviços para servir da Suíça;
nas famílias ricas. de toda a popula- a esse mercado
O Brasil tem ção do Uruguai; a exigente e com re- 30,5% da população
5.561 municípios. 42% da Suíça, 30% cursos para gerar da Bélgica;
Os dados, portanto, de Portugal; 30% emprego e renda? 15,5% da população
referem-se a ape- da Bélgica; 15% da Pense nisso. da Austrália.
nas 0,9% dos mu- Austrália e 8% da
nicípios brasileiros. Argentina.
Esse r ico São Paulo Boa Semana. Assim, pense em
mercado dos ricos tem mais de 400 Sucesso! como aproveitar esse
precisa ser conheci- mil famílias ricas. mercado!
do e melhor explo- Em segundo lugar
ESCOLAS E DOUTRINAS ECONÔMICAS
Antiguidade
(.../496 d.C. – queda do Império romano). Pensamento econômico disperso, sem unidade.
Fragmentárias apreciações sobre fatos econômicos, sem visão de conjunto.
Fatos econômicos adstritos a outras ciências (Política, filosofia, Moral, Direito, ...)
Era dos filósofos-políticos universais: Platão, Aristóteles e Xenofonte na Grécia; Catão, Varrão,
Columela e Paládio no Império Romano.
Trabalho considerado desprezível; escravidão vigorava com pleno assentimento dos mais
brilhantes pensadores.
Na Grécia, Platão dedicou-se à planificação de um Estado Ideal, no qual seriam evitadas as
instituições decadentes e as injustiças sociais então existentes.
Aristóteles desenvolveu diversas idéias sobre o Estado, discutiu a usura e os salários, o
intercâmbio e a aquisição, o valor e a formação da riqueza.
Xenofonte escreveu diversos ensaios sobre a agricultura e o sistema tributário.
Predominava a idéia da preponderância do geral sobre o particular (o sacrifício do indivíduo à
cidade, subordinando-se seus interesses individuais à segurança e prosperidade gerais), a
igualdade (domina todas as manifestações teóricas e práticas do espírito grego) e o desprezo à
riqueza (num país onde os meios de subsistência são limitados, é impossível alguém
enriquecer senão à custa das perdas de outrem). Esse espírito trouxe a conseqüência de
impedir o desenvolvimento da riqueza: nesse sentido, é essencialmente antieconômico.
Em Roma os pensadores dedicaram-se mais ao Direito, e suas contribuições ao terreno da
economia prendem-se à observação das atividades agrícolas.
Catão condenou as grandes propriedades e propôs novos sistemas para repartição de terras;
Varrão sugeriu o retorno aos campos, “como meio de evitar o empobrecimento das massas e
do Estado”.
Columela e Paládio preocuparam-se com o declínio da atividade agrícola e aconselharam a
diversificação da produção.
Idade Média
(496/1453) – Queda de Constantinopla. Obscurantismo. Igreja domina o pensamento
econômico. Desaparece a economia antiga e o feudalismo, então na sua plenitude, criando o
fracionamento político e a fragmentação econômica.
Substituição das relações políticas entre Estado e cidadãos pela vinculação pessoal entre
senhores e vassalos.
2 grandes períodos:
Séc. V a XI – Feudalismo: servos e senhores feudais. Produção quase exclusivamente rural.
Artesanato apenas para consumo local. Comércio – papel secundário. Moedas – circulação
restrita. Meios jurídicos de troca: rudimentares. Vias de comunicação precárias, quase
inexistentes. Trabalho visava apenas o sustento. Sentimento religioso: freio ao ganho
excedente.
Séc. XI a XV – Igreja imprime moderação ao lucro; reconhece dignidade do trabalho; condena
ociosidade. Estabelece princípio de equilíbrio: Justo lucro, justo salário, justa troca.
Servos passam a arrendatários. O comércio se estende, tornando-se inter-regional com o
surgimento das feiras (Flandres, Champagne e Beaucaire) que exigem meios jurídicos de troca
mais estáveis e em maior número: a moeda e o crédito tornam-se necessários. Origem do
capitalismo comercial moderno.
Incremento ao artesanato; diversificação das profissões. Início das corporações de ofício
(“sindicatos”). Desenvolvimento da burguesia; incremento das trocas. Surgimento do sistema
bancário.
Autores: Orèsme (Breve Tratado da Primeira Função das Moedas e das suas Causas e
Espécies (1336) é a primeira obra escrita sobre questões puramente monetárias); São Tomás
de Aquino (comércio, usura e salário); Antonino de Florença (salário).
Mercantilismo
Época das grandes navegações. Renascimento – conhecimento leigo. Absolutismo.
Interferência da Igreja decai. Renovação dos conceitos de lucro e riqueza.
Nacionalismo econômico: subordinação dos interesses do Indivíduo aos da coletividade;
intervenção do Estado em todos os domínios, principalmente na regulamentação das
transações comerciais internacionais: balança comercial deveria ser sempre positiva - estimulo
à exportação e restrição às importações.
Metalismo econômico: pensamento de que quanto maior a quantidade de ouro e prata que um
país possuísse, mais rico e poderoso ele seria.
Concepção de que o ouro e a prata eram essenciais para a realização da riqueza dos Estados.
Artesanato urbano, regimes corporativos e organizações feudais deram lugar a supremacia do
Estado.
Agricultura relegada a segundo plano.
Principal erro do Mercantilismo: prosperidade do Estado, em detrimento dos indivíduos.
Início do Sé. 18: política econômica começa a ser desmistificada (fome).
Pensadores: Olivares (Portugal), Thomas Munn (Inglaterra), Jean Bodin e Jean Baptiste
Colbert (França).
Liberalismo
Crença em mecanismos auto-regulamentadores da Economia.
2 correntes de pensamento:
Escola Fisiocrata
Grupo de economistas franceses do século XVIII que combateu as idéias mercantilistas e
formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica, uma teoria do liberalismo
econômico. A primeira escola científica de Economia formou-se na França em meados do
século XVIII, como resultado de condições políticas e econômicas intoleráveis, ocasionadas
por muitos anos de guerra e extravagância.
Transferindo o centro da análise do âmbito do comércio para a produção, os fisiocratas criaram
a noção de produto líquido: sustentaram que somente a terra ou a Natureza é capaz de
realmente produzir algo novo (só a terra multiplica, por exemplo, um grão de trigo em muitos
outros grãos de trigo). As demais atividades, como a indústria e o comércio, embora
necessárias, não fazem mais que transformar ou transportar os produtos da terra (daí a
condenação ao mercantilismo que estimulava essas atividades em detrimento da agricultura).
Dividiam a sociedade em 03 classes: os produtores (agricultores), os proprietários de terra (a
nobreza e o clero) e as classes estéreis (os demais cidadãos).
Descobriram que existe uma circulação da renda entre essas três classes: os agricultores e
proprietários compram produtos e serviços dos demais grupos, que depois fazem retornar essa
renda comprando produtos agrícolas (o que é exposto no Tableau Économique de Quesnay).
Achavam que isso corresponde a uma ordem natural regida por leis imutáveis como as leis
físicas: toda intervenção do estado é condenável quando não se limita a garantir essa ordem.
Defenderam a mais ampla liberdade econômica (contra as barreiras feudais, ainda imperantes
na época, e o intervencionismo mercantilista) e lançaram a célebre máxima do liberalismo:
laissez-faire, laissez-passer (deixar fazer, deixar passar). Propuseram a supressão de todas as
taxas, com sua substituição por um imposto único incidindo sobre a propriedade, já que esta
seria a única fonte de riqueza e os proprietários apenas se apropriariam da renda sem
contribuir para o aumento do produto líquido, enquanto os agricultores, os comerciantes e os
artesãos deveriam facilitar a circulação da renda. Para manter essa ordem natural, o estado
deveria assumir o papel exclusivo de guardião da propriedade e garantidor da liberdade
econômica.
Como a tributação era na realidade o “flagelo” da economia francesa, os fisiocratas se
preocupavam com a sua reforma. Desejaram simplificar a tributação, cobrando de todas as
classes sem exceção, inclusive da classe isenta.
Os fisiocratas chegaram à conclusão de que o produto líquido devia e podia fornecer as rendas
necessárias; portanto, propuseram o impôt unique ou imposto único sobre o verdadeiro produto
líquido.
O imposto único lhes pareceu adequado para atender a todas as necessidades fiscais; era
simples, direto, de fácil arrecadação, e acima de tudo, leve. Estavam certos de que, com o seu
plano esclarecido, a economia prosperaria, o produto líquido aumentaria, e a renda obtida com
o imposto cresceria proporcionalmente. Esperaram que as extravagâncias do Estado
diminuíssem e que as suas necessidades se ajustassem às rendas, e não o contrário.
Os fisiocratas estavam objetivamente empenhados em promover reformas não apenas
econômicas, mas também políticas e sociais.
Principal erro da Fisiocracia: Falsa noção de produção: Capitalismo industrial emergente e a
revolução econômica que daí adviria não poderiam ser chamadas de “estéril”.
Pensadores: François Quesnay, Turgot, Mirabeau e Du Pont de Nemours, entre outros.
Escola Clássica
Oposição ao mercantilismo. Preocupação em elevar o nível de vida da população (Humanismo
Renascentista)
Base para o moderno capitalismo.
Prega a liberdade de empresa (preços, produção, mercados, ...)
A escola clássica propriamente dita consiste de uma corrente científico-econômica iniciada com
Adam Smith, continuada particularmente com Malthus e Ricardo e completada, em 1848, por
Stuart Mill e seus “Princípios de Economia Política”.
Adam Smith publica em 1776 a “Riqueza das Nações”, que constitui um marco na história da
economia política: a preposição segundo a qual o produto do trabalho se reparte por entre um
número maior ou menor de consumidores é que torna uma nação mais ou menos rica, e a
eficácia do trabalho nas nações provém da divisão do trabalho.
O liberalismo econômico acredita que o interesse individual coincide com o interesse geral. Na
prática, deixa a plena liberdade de ação aos interesses privados. Para se produzir em
abundância, é indispensável ter mercados suficientes á disposição: a produção de uma nação
depende da extensão de seus mercados. A política mais favorável à ampliação dos mercados
é a da liberdade do comércio.
A teoria da população de Malthus - diferença existente entre a taxa de crescimento da
população e a dos meios de subsistência. Malthus afirma que a população aumenta numa
progressão geométrica enquanto os meios de subsistência crescem numa progressão
aritmética. O desenvolvimento processado de acordo com essas progressões conduzirá
inevitavelmente à catástrofe. E a limitação voluntária da natalidade seria o meio mais eficaz de
combater essa catástrofe. Mas na realidade, graças a uma população numerosa, a
concentração da produção pode ser levada ao máximo, com redução do preço de custo:
cresce, assim, o consumo e, em conseqüência, também a produção.
Ricardo publica “Principles of political Economy and taxation”, discutindo o conflito entre os
interesses das indústrias e os da agricultura. Para poder competir nos mercados exteriores
seria necessário às indústrias britânicas reduzir o preço de venda e, portanto, o custo de
produção. E o preço dos produtos agrícolas não deixaria de subir devido a impiedosa
necessidade de, sob a pressão demográfica, se cultivarem terras cuja fertilidade é cada vez
menor e de se lhes incorporar mais trabalho e capital.
Em face do problema do antagonismo existente entre a agricultura e a indústria, com o qual se
defronta a política de seu tempo ia em auxílio da tese industrialista, com prejuízo daquela
defendida pelos proprietários territoriais. Com base nessa teoria, propunha Ricardo a adoção
de uma política econômica tendente, nesse campo, à supressão das taxas sobre a importação
de cereais. Porém a teoria da renda, de Ricardo apresenta uma deficiência no plano
puramente científico, ele desconsiderou o fator procura, para considerar somente a oferta, isto
é, o custo de produção.
Stuart Mill evitará esse erro, mostrando ser perfeitamente possível produzir uma renda da terra,
afora a hipótese de diferença de fertilidade. Sobre muitos pontos ele se aproxima do
socialismo. Opina pelo confisco da renda de monopólio nas cidades, mediante a imposição de
um tributo, onerando as sobrevalias imobiliárias. O conceito de renda passa a abranger o vasto
quadro da produção, aplicando-se a todos os seus fatores.
Stuart Mill elucidou e aperfeiçoou as doutrina e teorias da Escola Clássica inglesa. Ele
introduziu uma nova ordem de preocupações, qual seja a busca da justiça social. Sua obra
representa, assim, a transição da Escola Clássica ao socialismo e ao intervencionismo. “A
sociedade – escreve ele – pode submeter a distribuição da riqueza a regras que lhe parecem
melhores.”
A obra de Stuart Mill apresenta um duplo característico que interessa à história das doutrinas:
surge e se situa no ponto divisório de duas grandes correntes do pensamento econômico; a um
tempo, constitui a expressão última da ciência clássica e contém em si o germe das idéias que
se lhe oporão doravante; situa-se no momento exato em que duas correntes vão chocar-se
violentamente nos fatos e na doutrina: 1848 – ano da publicação de sua obra “Princípios” - é o
ano das revoluções européias e do “manifesto Comunista”, de Marx e Engels.
Socialismo
Segunda metade do Séc. 19. Publicação do “Manifesto Comunista” de Marx e Engels.
Reação contra as doutrinas liberais e individualistas.
Supressão da liberdade individual e propriedade privada.
Controle dos meios de produção e propriedades pelo Estado.
Condena classes sociais: sociedades igualitárias.
Nivelamento de trabalhadores: salários, saúde, assistência social, escolas, ...
Na prática: arbitrário.
Pensadores: Karl Marx, Friderich Engels, Charles Fourier, Robert Owen, Henry George.
Modalidades:
Socialismo de Cátedra
Socialismo Científico (Marx e Engels)
Socialismo Utópico (Charles Fourier e Robert Owen)
Socialismo de Estado
Socialismo Agrário (Henry George)
Socialismo Industrial
Socialismo Evolutivo (Jean Jaures)
Socialismo Corporativo
Socialismo Sindical ou Sindicalismo
Socialismo Guildista (variação do Corporativo)
Doutrina Social
Leitura complementar
A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE MARX
Armando Avena
Keynesianismo
Conjunto de doutrinas econômicas que derivam da obra de Keynes, que estabeleceu os
princípios da macroeconomia e da presença do estado como agente econômico.
Descrença no mecanismo auto-regulador da Economia (Mão invisível do mercado).
Prega intervenção econômica estatal na condução da economia.
Recomendação de uso de políticas fiscais ativas e maior grau de intervenção do governo.
Meio termo entre o liberalismo absoluto e o total controle do Estado.
Na esfera da adoção de políticas econômica, os keynesianos são adeptos do controle ativo,
por parte do governo, da demanda agregadas, através de medidas monetárias e fiscais. Em
ambos os aspectos, o keynesianismo se opõe às diversas versões do monetarismo.
Neoliberalismo
O liberalismo – ideologia da burguesia - foi responsável por reformas e revoluções que tiraram
a economia do controle do Estado, pondo fim ao que ainda existia de mercantilismo. Em seu
lugar passou a existir a liberdade de comprar e vender (livre concorrência de mercado) e o
respeito ao direito do indivíduo de investir onde e como quiser.
Diretrizes e política econômica na fase de recessão:
• redução das despesas e do déficit público;
• congelamento dos salários;
• liberação de preços;
• restrições no crédito e elevação nas taxas de juro;
• desvalorização da moeda e liberalização do comércio exterior;
Essas medidas costumam aparecer em contextos de inflação muito alta e crise na balança de
pagamentos e geralmente integram o pacote de recomendações que o FMI exige aos países
como condição a concessão de crédito.
Ideologia ou filosofia econômica
Consiste em uma nova visão do mercado. No ponto de vista ideológico defende-se que o
mercado assegura um aproveitamento pleno e eficiente dos recursos econômicos e também
garante o crescimento mais acelerado da produção acrescentado num mercado livre de
interferências grande estabilidade econômica e uma justa distribuição de renda.
O neoliberalismo nasceu logo depois da II Guerra Mundial na região da Europa e da América
do Norte onde imperava o capitalismo. Foi uma reação teórica e política veemente contra o
Estado Intervencionista e de bem-estar. Seu texto de origem é O Caminho da Servidão , de
Friedrich Hayek escrito já em 1944. Trata-se de um ataque contra qualquer limitação dos
mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma ameaça letal à
liberdade, não somente econômica, mas também política.
Em 1947, Hayek e outros assistentes, adversários do europeu Estado de bem-estar e também
inimigos do New Deal americano, que compartilhavam de sua ideologia formaram, na Suíça, a
Sociedade de Mont Pélerin, uma espécie de franco-maçonaria neoliberal, altamente dedicada e
organizada com reuniões internacionais a cada dois anos.
Seu propósito era combater o keynesianismo e o solidarismo reinantes e preparar as bases de
um outro tipo de capitalismo, duro e livre de regras para o futuro. Hayek e seus companheiros
afirmavam que o novo igualitarismo, promovido pelo Estado de bem-estar destruía a liberdade
dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual dependia a prosperidade de todos.
Argumentavam também que a desigualdade era um valor positivo, pois disso precisavam as
sociedades ocidentais.
Com a chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra , em 1973, quando o
capitalismo avançado caiu em recessão, as idéias neoliberais passaram a ganhar terreno.
Segundo Hayek as raízes da crise estavam localizadas no poder excessivo e nefasto dos
sindicatos e do movimento operário, que haviam corroído as bases de acumulação capitalista
com suas pressões reivindicativas sobre os salários e com sua pressão parasitária para que o
Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais. Esses dois processos destruíram os
níveis necessários de lucros das empresas e desencadearam processos inflacionários que não
podiam deixar de terminar numa crise generalizada das economias de mercado.
O remédio então era: manter um Estado forte, em sua capacidade de romper o poder dos
sindicatos e no controle do dinheiro, mas econômico em todos os gastos sociais e nas
intervenções econômicas;
A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo; Contenção de
gastos com bem-estar
Restauração da taxa “natural” de desemprego, ou seja, a criação de um exército de reserva de
trabalho para quebrar os sindicatos; Reformas fiscais para incentivar os agentes econômicos,
isto significava reduções de impostos sobre os rendimentos mais altos e sobre as rendas.
Assim uma nova e saudável desigualdade iria voltar a dinamizar as economias avançadas e o
crescimento voltaria quando a estabilidade monetária e os incentivos essenciais houvessem
sido restituídos.
Em 1979, com Thatcher, a Inglaterra torna-se o primeiro país a implantar o regime neoliberal.
Contraiu a emissão monetária, elevou as taxas de juros, baixou drasticamente
os impostos sobre os rendimentos altos, aboliu controles sobre os fluxos financeiros, criou
níveis de desemprego passivos, aplastou greves, impôs nova legislação anti-sindical e cortou
gastos sociais. Este pacote de medidas é o mais sistemático e ambicioso de todas as
experiências neoliberais em países de capitalismo avançado.
O NEOLIBERALISMO NO BRASIL:
O neoliberalismo traz uma nova realidade para o Brasil. A globalização, definida como
crescimento do fluxo de comércio de bens e serviços e como o aumento do investimento
internacional em níveis superiores aos do crescimento da produção teria levado ao aumento do
grau de abertura das principais economias do mundo.
Sendo assim o Brasil deveria ajustar-se a essa nova realidade, implementando políticas que
aumentem o seu grau de abertura, para poder aproveitar os benefícios da globalização. O
Brasil deve seu atraso para embarcar no “trem da história” ao viés protecionista de suas
políticas.
O Brasil só conseguirá inserir-se adequadamente ao novo contexto, se o programa neoliberal
que ele propõe for implementado e mantido; ou ainda, desde que o Plano Real seja
completado pelas tais reformas.
A explicação do fato de o Brasil ter ficado à margem do processo de globalização por causa da
instabilidade macroeconômica a da degeneração de suas políticas pode ser resumida em um
ponto: o esgotamento do processo de substituição de importações.
Como pobreza e concentração de renda são sinônimos de baixa produtividade, o processo de
substituição de importações, que caracterizou o desenvolvimento industrial de grande parte de
nossa história econômica, levou à concentração de renda, uma vez que levou necessariamente
à estagnação da taxa de crescimento da produtividade. Isto é evidente: uma economia que não
é exposta à concorrência internacional não pode ter produtividade nem competitividade e,
portanto, leva à concentração de renda e à pobreza.
Uma proposta simples liga-se à concepção de desenvolvimento: deve-se superar a fase de
substituição de importações, promovendo a abertura comercial, o que aumenta a concorrência
e com ela a competitividade. Reduzem-se a pobreza e a concentração de renda.
Terceira Via
Um dos acontecimentos que se destacaram no séc. XX foi a divisão do planeta em dois blocos:
o comunista e o capitalista.
Com a queda de Berlim e da União Soviética o modelo comunista acabou, o que não significa
que a fórmula capitalista adotada tenha sido excelente, ao contrário, os problemas econômicos
atuais demonstram o contrário: os países que adotaram o modelo do capitalismo globalizado
estão encontrando dificuldades cada vez maiores para solucionar seus problemas.
O fracasso de ambos os modelos sugere algo novo, nem capitalismo, nem comunismo: uma
nova via – a terceira – uma idéia onde os aspectos positivos de um e outro modelo fossem
aproveitados.
A Terceira Via é uma esquerda disfarçada de centro, com objetivo último da esquerda: uma
sociedade igualitária.
Em alguns países da Europa como a Itália e a Suécia, a Terceira Via era entendida como um
sistema misto, combinando planejamento central e instituições do mercado. Só que isso,
segundo estudos, resultaria em desemprego, estagnação, caos financeiro.
A Terceira Via defendida por seus propugnadores é a social-democracia modernizada,
chamada de “centro radical”. Radical porque não abandonou a política de solidariedade que foi
defendida pela esquerda. Do Centro porque reconhece a necessidade de trabalhar alianças
que proporcionem uma base para ações práticas. E de Direita, por que continua respeitando a
propriedade privada.
Seus principais objetivos são: a reforma do Estado, a revitalização da sociedade civil, a criação
de fórmulas paro o desenvolvimento sustentado e a preocupação com uma nova política
internacional.
Quanto a ser radical porque não abandonou a política de solidariedade, cabe perguntar: a
política tradicional da esquerda foi a socialização dos meios de produção, a coletivização dos
campos, a perseguição dos que discordavam dela, o envio de centenas de milhares de
pessoas aos paredões. E isto é ser solidário?
O Primeiro-ministro Tony Blair afirmou: “A Terceira Via... não é simplesmente um acordo entre
esquerda e a direita. Ela busca pegar os valores essenciais do centro e do centro-esquerda e
aplicá-los a um mundo de mudanças sociais e econômicas fundamentais e fazer isso livre de
ideologias ultrapassadas.
A terceira Via... extrai vitalidade da união das duas grandes correntes de pensamento –
socialismo democrático e liberalismo.”
O liberalismo da Terceira Via, ao mesmo tempo que parece abrir campo a uma certa iniciativa
privada,espera contê-la dentro dos limites de um igualitarismo social-econômico.
Em qualquer caso, porém, olhando a realidade e não a utopia, fica-se a um passo da
realização da meta última do marxismo, ou seja, a abolição do Estado em favor de um mundo
sem governo nem desigualdade.
Os governos precisam aprender novas habilidades: trabalhar em parceria com os setores
privados e voluntários; dividir a responsabilidade e responder a um público mais exigente.
É certo que há um esforço incomum propalando as virtudes dessa via. Porém, não é possível
saber se diante das inúmeras crises que se acumulam no horizonte, ela se desenvolverá
inteiramente, no sentido de tentar alcançar de pronto aquele estado de coisa utópica,
propugnado pelos mais avançados revolucionários comunistas.
Regimes Políticos
SOCIALISMO – Você tem duas vacas e dá uma para o seu vizinho
COMUNISMO – Você tem duas vacas, o governo toma as duas e lhe dá o leite
FASCISMO – Você tem duas vacas, o governo toma as duas e lhe vende o leite
NAZISMO – Você tem duas vacas, governo toma as duas e mata você
BUROCRACIA – Você tem duas vacas, o governo toma as duas, mata uma e joga o leite da
outra no ralo
CAPITALISMO – Você tem duas vacas, vende uma e compra um touro
Onde: Dx = Demanda;
f = "função de "
Px = Preço do bem X
Y= Renda do Consumidor
Pz = Preço dos substitutos
H = Hábitos e gostos dos consumidores
Preço do bem X
10
8
Quantidades demandadas
Para estudar o efeito na Demanda de uma mudança no valor de uma variável considerada
isoladamente, recorre-se à hipótese de que tudo mais permanece constante.
É uma curva descendente da esquerda para a direita, logo: A QUANTIDADE PROCURADA
DO BEM X VARIA INVERSAMENTE AO COMPORTAMENTO DE SEU PREÇO, ou seja, se o
preço do bem X aumentar, a sua quantidade demandada diminuirá e se o preço de X diminuir,
a quantidade do bem aumentará ( Lei da Procura).
10
8
Quantidades ofertadas
Quanto maior o Preço, maior será a quantidade que os produtores desejarão oferecer no
mercado.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
A intersecção das curvas de Oferta e Demanda determinam o Preço de Equilíbrio, no mercado
de concorrência perfeita. Este é definido como o Preço que iguala as quantidades demandadas
pelos compradores e as quantidades ofertadas pelos vendedores, de tal modo que ambos os
grupos fiquem satisfeitos.
Preço do bem X
E>1 Procura Elástica - Variação na quantidade demandada é maior que a variação dos
preços. Ex. Produtos com substitutos, produtos supérfluos,...
E<1 Procura Inelástica - Variação na quantidade demandada é menor que a variação dos
preços. Ex. Produtos baratos, com pouca significância no orçamento doméstico, ...
E⇒ 0 Procura perfeitamente inelástica. Produtos em que a alteração nos preços quase não
alteram a quantidade demandada. Ex. Produtos sem substitutos, produtos essenciais, ...
E⇒ ∝ Procura perfeitamente elástica . Produtos em que a alteração nos preços alteram muito
a quantidade demandada. Ex. Produtos com grande número de substitutos, ...
E<1 Oferta Inelástica - Variação na quantidade ofertada é menor que a variação dos preços.
Ex. Produtos de difícil produção, serviços qualificados, (demandam maior tempo para
equilibrar) ...
E=1 Oferta de Elasticidade Unitária - Variação na quantidade ofertada é igual à a variação dos
preços.
E⇒ 0 Oferta perfeitamente inelástica. Produtos em que a alteração nos preços quase não
alteram a quantidade ofertada. Ex. B/S raros, de difícil obtenção, …
E⇒ ∝ Oferta perfeitamente elástica . Produtos em que a alteração nos preços alteram muito a
quantidade demandada. Ex. Produtos de fácil obtenção, ...
EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR:
ESTRUTURAS DE MERCADO
1) MONOPÓLIO: Caracteriza-se pela existência de um único vendedor. O monopólio pode
ser legal ou técnico (de direito ou de fato).
Condições:
2) OLIGOPÓLIOS:
É o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em que, apesar de existir
um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do
mercado
Ex: indústria automobilística, indústria química de base, siderúrgica, de papel e celulose;
Serviços bancários, indústria de eletrodomésticos.
3) POLIPÓLIOS:
4) MONOPSÔNIO:
É o mercado em que há apenas um único comprador.
Ex. Região em que há diversos produtores de leite e uma Cooperativa que compra seus
produtos, que tem condições de impor o preço;
5) OLIGOPSÔNIO:
Existência de um pequeno número de compradores ou ainda em que, embora haja um grande
número de compradores, uma pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante
expressiva das compras ocorridas no mercado.
Ex: Indústria automobilística, constituída por um pequeno número de empresas, tem um
poder oligopsolista em relação à indústria de auto-peças.
6) POLIPSÔNIO:
7) CONCORRÊNCIA
8) CONCORRÊNCIA PERFEITA:
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTCA:
CUSTOS
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS:
QUANTO À SUA INCIDÊNCIA NA PRODUÇÃO:
A. Custos diretos: valores gastos na fabricação e comercialização do produto. Elementos que
atuan diretamente na produção. Podem ser imediatamente apropriados a um só produto ou
serviço. Ex.: Matéria prima.
B. Custos indiretos: Remuneração dos elementos indispensáveis à produção, mas que não
colaboraram diretamente no processo. Dependem de rateio para sua apropriação no Preço de
Venda do produto ou serviço. Ex.: Salário do pessoal administrativo.
Q
B. Custos variáveis: Variam proporcionalmente à produção. Tem seu crescimento
ou decréscimo condicionado ao volume produzido.
$
Q
CUSTOS TOTAIS
Somatória de todos os custos (fixos e variáveis) necessários à produção de um bem ou
serviço.
$
ct
CUSTO MÉDIO
Custo total dividido pela quantidade produzida. Também chamado CUSTO UNITÁRIO.
• Estabelecimento de metas.
R
$ CT
pe
PREÇO DE VENDA
Contabilmente, o estabelecimento do preço de venda de um bem ou serviço se dá através da
somatória do custo médio, acrescido da margem de lucro desejada e dos impostos incidentes
sobre a produção e comercialização.
Economicamente, sabe-se que é necessário analisar a quantidade que se deseja produzir e
vender, o preço que a concorrência está praticando, ...
SISTEMA MONETÁRIO
ESCAMBO
MOEDA
Algo geralmente aceito em troca de B/S.
Imperfeição do sistema de trocas.
TIPOS DE MOEDA:
Moeda metálica: ouro e prata (mercadoria)
divisionária (troco)
Moeda fiduciária: Papel moeda (inconversível, curso forçado)
Moeda papel (conversível)
Moeda escritural (bancária)
QUASE-MOEDA
Haveres não monetários, de alto índice de liquidez, negociabilidade, rentabilidade, segurança.
Substitutos muito próximos da moeda.
Depósitos em caderneta de poupança
Depósitos em CBB, RDB, ...
Letras de câmbio
Letras Financeiras do Tesouro, ...
POLÍTICA MONETÁRIA
É um conjunto de medidas adotadas pelo governo visando a adequar os meios de
pagamento disponíveis às necessidades da economia do país.
Na maior parte dos países, o principal órgão executor da política monetária é o Banco
Central, encarregado da emissão de moeda, da regulação do crédito, da manutenção do
padrão monetário e do controle de câmbio.
A Política Monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, controlando a taxa de
juros por meio da fixação das taxas de redesconto cobradas dos títulos apresentados pelos
bancos, regulando as operações de open market ou impondo aos bancos o sistema de
reservas obrigatórias para garantir a liquidez do sistema bancário.
Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou práticas seletivas.
• As restritivas ocorrem em períodos de elevada inflação ou crise no balanço de
pagamentos. Consiste na fixação dos limites de crédito bancário e na redução dos prazos de
pagamento dos empréstimos.
• As seletivas visam direcionar o crédito para as atividades mais rentáveis e produtivas da
economia.
CRÉDITO
(credere - confiar)
Antecipação do poder aquisitivo.
CRÉDITO
É a troca de uma quantia presente por uma quantia futura: é um empréstimo de moedas ou
mercadorias.
O crédito que alguém ou uma instituição outorga a uma pessoa, permite adiar o
cumprimento de uma obrigação ou transação para oportunidade posterior.
Há diversos tipos de créditos, de diferentes pontos de vista.
• Crédito Público: proporcionado pelo Estado e empresas públicas.
• Crédito Privado: originado nas pessoas e nas instituições privadas.
Quando o Estado apela para o crédito, aumenta a dívida pública – que pode ser interna ou
externa.
Conforme o prazo concedido para o cumprimento da obrigação, o crédito pode ser a curto,
médio ou longo prazo. No Brasil, considera-se curto prazo o que não passa de um ano (30, 60
ou 90 dias são os mais usuais) e longo o que se excede 5 anos.
IMPORTÂNCIA DO CRÉDITO
Em toda economia de trocas, o crédito ocupa um lugar proeminente no desenvolvimento
econômico.
Este mecanismo permite, desenvolver e ampliar diferentes atividades.
BANCOS
São as mais importantes instituições creditícias, e podem ser: estatais, particulares ou
mistos, organizando-se como sociedades anônimas, salvo os estatais e particulares.
O Estado concede a um deles a faculdade de emitir papel-moeda, o qual passa a chamar-se
“privilegiado”.
No Brasil o banco privilegiado é o Banco Central, de tipo estatal.
As operações mais comuns de um banco são os depósitos, que podem ser em conta
corrente, que podem ser retirados mediante cheques de uma só vez ou parcelas. Os depósitos
podem ser a prazo, quando é determinada uma data para o dinheiro ser retirado, e em
custódia, que são feitos para guardar dinheiro.
POLÍTICA CAMBIAL
Representa uma série de medidas no sentido de resguardar o valor externo da moeda de
um país.
Quando um país enfrenta crônicos déficits em sua balança de pagamentos, ocorre sensível
deterioração no valor de sua moeda o mercado externo, obrigando-o a adotar severos
controles cambiais.
A economia brasileira, por decênios vem adotando permanente política de controle dos
meios de pagamento e do câmbio, procurando um relativo grau de estabilidade da moeda no
mercado internacional.
O câmbio representa a troca de moedas entre países. Essa troca de dinheiro de um país por
quantia equivalente em dinheiro de outro país tem por objetivo liquidar as dívidas de um país
com outro, sem interferência da moeda.
Pelas operações de câmbio evita-se a circulação da moeda metálica, substituída pela
cambial, também conhecida por letra de câmbio. Exemplificando, se determinado comerciante
ou industrial brasileiro necessita adquirir uma máquina em Londres, Nova Iorque, Roma ou
Paris, para evitar a remessa de reais correspondentes ao preço do produto, o interessado na
compra adquire, em banco, uma cambial, mediante o depósito equivalente em reais, ao valor
em libras, dólares, libras ou francos. A cambial, correspondendo a uma ordem de pagamento a
favor do vendedor da máquina, concretiza a transação, sem necessidade de utilização da
moeda metálica.
O valor da moeda interna de um país frente ao valor de moeda externa é altamente sensível
em razão de causas econômicas e financeiras de natureza endógena ou exógena, isto é,
determinadas dentro do país ou originadas externamente.
A balança comercial brasileira, até 1995, se mantinha habitualmente positiva. A partir de
1996, porém, se tornou negativa, somando seu débito aos volumes também negativos e
crescentes de balança de pagamentos, obrigando maior vigilância na política cambial do país.
Sem dúvida, a política cambial é afetada pelos desequilíbrios nas balanças de pagamentos e
comercial, a consumirem reservas eventuais de divisas, onerando o valor das cambiais e
obrigando o país em déficit a contrair empréstimos compensatórios ou a limitar suas
importações.
Nos últimos 60 anos a política cambial brasileira sofreu constantes alterações, ante uma
conjuntura internacional adversa, com conflitos como as guerras do Vietnã e Coréia, após a
segunda guerra mundial, as normas protecionistas ressurgindo no mercado mundial, os
subsídios à agricultura nos países europeus e inúmeras outras causas a somarem-se, em
prejuízo à economias emergentes, como no caso do aumento do petróleo dos Emirados
Árabes.
O sistema bancário brasileiro é o da centralização que se processa por intermédio das
diretivas do banco central. O banco oficial é o Banco do Brasil. A emissão é procedida pelo
tesouro nacional, por intermédio da casa da moeda.
POLÍTICA FISCAL
O governo, para alcançar os objetivos a que se propõe, utiliza a política econômica. Esta
geralmente é feita mediante os instrumentos que a política fiscal e monetária oferecem. A
política monetária ocupa-se principalmente em controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de
juros.
A política fiscal: integram a política fiscal os programas de governo relacionados com a
compra de bens e serviço, o gasto de transferências e a quantidade e o tipo de impostos.
As decisões do governo que se referem ao gasto público e aos impostos constituem a
política fiscal.
As receitas públicas são as receitas do Estado obtidas basicamente por meio dos impostos.
Os impostos são as receitas públicas criadas por lei e de cumprimento obrigatório para os
sujeitos contemplados por ela.
O mesmo ocorre com o gasto público, o governo pode atuar sobre a economia utilizando os
impostos. Se o imóvel de atividade econômica é relativamente baixo e existe um volume
considerável de desemprego, o governo pode reduzir os impostos com o objetivo de
impulsionar a demanda de consumo. Inversamente, se a demanda agregada está superior à
capacidade produtiva do país, uma estratégia possível é elevar os impostos.
O orçamento do setor público é uma descrição de seus planos de gasto e financiamento.
As atitudes do setor público em relação aos gastos públicos e aos impostos estão
espalhadas no orçamento. O orçamento do setor público pode ser definido da forma
esquemática que se segue:
AUTORIDADES MONETÁRIAS
INFLAÇÃO
Inflação: excesso de procura de bens e serviços sobre a oferta, aos preços correntes. É
fenômeno da alta constante do nível geral de preços.
TIPOS DE INFLAÇÃO
•Inflação de custos
•decorrente do aumento dos custos relacionados com a oferta de bens e serviços:
•aumento do preço da matéria-prima
•aumento do custo da mão-de-obra
•aumento da margem de lucro
•inflação de demanda
• provocada por um aumento de demanda, sem o consequente aumento da oferta
• aumento de oferta monetária (Teoria monetarista)
• por redução da oferta de bens e serviços, a uma demanda constante
ABORDAGENS
•inercialista
• inflação presente resulta da inflação passada
• mecanismos de controle acabam retroalimentando o processo
• vincula-se a causas circunstanciais
•estruturalista
•raízes estruturais
•inelasticidade da oferta de produtos agrícolas
•desequilíbrio crônico das contas externas
•má distribuição da riqueza e da renda
•rigidez dos orçamentos públicos
• descontrole da política econômica.
Deflação
Conjunto de medidas objetivando a normalidade do nível geral de preços. São medidas
corretivas que devem ser aplicadas com muita cautela.
Com a adoção de processos deflacionários, procura-se um retorno à estabilidade econômica e
financeira rompida com a inflação, porém a política deflacionária pode gerar ciclos recessivos
mais prejudiciais do que os inflacionários.
Inflação no Brasil: não deve ser analisada apenas do aspecto monetário, pois ela também
nasce, evolui e persiste por causas e efeitos de natureza social, política e econômica.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Auto-suficiência: não existe (economias fechadas).
Mercantilismo: Produção essencialmente voltada à exportação, não ao Comércio Internacional.
Fisiocratas: “Lassez faire, lassez passer.”
Conseqüência da diferentes dotação dos fatores de produção pelo planeta. Ex.: Maior produtor
mundial de petróleo: Arábia Saudita. 100% das exportações da A.S. são petróleo.
Tendência atual e futura: Formação de blocos comerciais entre países pares (com situação
econômico-produtiva semelhante), com tratados de preferência comercial, livre câmbio
(comércio internacional sem entraves legais ou aduaneiros) e LIVRE CIRCULAÇÃO DE FATORES.
Ex.: C.E.E., Mercosul.
DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTO
CRESCIMENTO ECONÔMICO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Processo de mudança (melhoria) social de uma região, gerado por mecanismo endógeno
(sustentável) de crescimento econômico.
causas: maior industrialização / primário
mudanças nos setores de renda | secundário
Aumento da renda per capita \ terciário
SUBDESENVOLVIMENTO
Não é um processo, mas um estágio.
Atividade predominante: primária
industrialização escassa
latifúndios – aristocracia rural
baixa renda per capita / má distribuição da renda
baixo consumo de Kw.
insuficiência alimentar
alta taxa de natalidade
alta taxa de mortalidade infantil
analfabetismo
dependência econômica ao estrangeiro
RENDA: Valor de todos os pagamentos feitos aos fatores de produção para a obtenção do
PRODUTO.
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL : R.P. - impostos diretos = Renda a disposição para consumo
e poupança.
PRODUTO INTERNO BRUTO: Valor monetário dos bens e serviços realizados dentro das
fronteiras geográficas de um pais, num determinado período
TRABALHO
fator ativo da produção.
Atividade humana, física ou intelectual, voluntária, consciente, remunerada,
encaminhada a produção de bens e serviços ou troca.
Pode ser: qualificado
Não qualificado
Especializado
Quando há excedente de mão de obra, as pessoas buscam se qualificar e
depois especializar para conseguir uma melhor remuneração.
TAXA DE OCUPAÇÃO
- população economicamente mobilizável – número de pessoas que
podem trabalhar em determinado país. No Brasil, entre 16 e 65 anos.
- população economicamente ativa – toda pessoa, dentro da faixa
etária produtiva, que não esteja impedida de trabalhar. (estudante integral,
dona de casa, réu cumprindo pena, etc).
- população ocupada – os que estão empregados, indivíduos que
exercem algum tipo de atividade remunerada. No Brasil, 66 milhões.
- Taxa de ocupação = p.o / n
No Brasil = 66.000.000 / 160.000.000 = 43%
DESEMPREGO
Parcela da PEA que quer trabalhar e não encontra emprego.
Subemprego
Panorama da Economia Brasileira Contemporânea
João Sayad (2002)
O Brasil tem mais de 8,5 milhões de km2 de área e população de 169 milhões de
habitantes, sendo de 70 milhões a sua população economicamente ativa. Em 2000, a renda
per capita do país foi de US$ 3,5 mil anuais e sua produção, no conceito de produto nacional
bruto, foi de US$ 700 bilhões, o que o caracteriza como a maior economia da América Latina e
a oitava do mundo.
A história da economia brasileira durante o período colonial foi marcada pela
especialização em diversos produtos que interessavam à metrópole portuguesa. No início da
colonização, concentrou-se na produção de pau-brasil; mais tarde, entre os séculos XVI e XVII,
na produção de cana-de-açúcar; e, entre os séculos XVII e XIX, na extração do ouro. A partir
da segunda metade do século XIX, o país passou a ser um dos maiores produtores de café do
mundo.
A grande depressão de 1929 marcou um período importante para a economia brasileira.
Diminuiu sensivelmente a importância do café, e o processo de industrialização, que já se
iniciara anteriormente, passou a ser mais significativo devido à desvalorização cambial e ao
estabelecimento de uma política de câmbio diferenciada.
O período do pós-guerra foi marcado por um rápido processo de substituição de
importações que começou no setor de produção de bens de consumo e foi avançando
verticalmente para trás, chegando à produção de bens de capital e de insumos básicos,
particularmente nos anos finais da ditadura militar imposta pelo golpe de 1964, quando foi
implementado o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento, na gestão do então presidente
Ernesto Geisel (1974-79).
Hoje, a indústria brasileira representa 20% da produção nacional, a agricultura outros
20%, e o setor de serviços, 60%. A maior parte da população brasileira se concentra nas áreas
urbanas, particularmente nas grandes cidades. O índice de urbanização do país é de 75%,
chegando a 93% em algumas regiões, como acontece no estado de São Paulo.
A inflação foi a marca distintiva da economia brasileira, assim como de quase todas as
economias latino-americanas. Desde 1948, quando a Fundação Getúlio Vargas começou a
computar os índices gerais de preços, a inflação brasileira sempre foi muito elevada, sempre
crescente e na maior parte do tempo atingindo valores superiores aos dois dígitos anuais. A
inflação se acelerou rapidamente nos anos 60, a partir do final do governo de João Goulart,
sucessor do presidente Jânio Quadros, que renunciou ao cargo após a implementação de um
plano de reformas econômicas que acabava com o subsídio às importações e desvalorizava o
câmbio em 100%. Em 1964, o governo foi deposto por um golpe militar e uma série de novas
reformas foi implementada. Entre as mais importantes está a autonomia às empresas estatais,
que passaram a se organizar por setores: elétrico, com a Eletrobrás; siderúrgico, com a
Siderbrás; do petróleo e petroquímica, com a Petrobrás, e de comunicações, com a Telebrás.
O governo militar estabeleceu uma rígida política salarial, que derrubou a taxa de
inflação, e criou uma legislação que permite a correção monetária dos impostos e dos ativos
financeiros e, finalmente, a partir de 1967, as minidesvalorizações cambiais. A economia
brasileira passou a ser uma economia altamente indexada e com taxas decrescentes de
inflação graças ao controle dos salários e à repressão do movimento sindical.Em 1974, com a
crise do petróleo, a inflação voltou a subir e o governo militar anunciou o início do processo de
abertura política. O segundo choque do petróleo, em 1979, e a crise da dívida externa, em
1982, marcaram o início de um período bastante difícil para a economia brasileira, com a
interrupção dos empréstimos externos e com a elevação da taxa de inflação a níveis inéditos
mesmo para o Brasil.
Em 1985, com o final do governo militar e o fim da lei salarial, os trabalhadores
começaram a demandar correções cada vez mais freqüentes nos salários, com repercussão
imediata sobre a taxa de inflação. A partir de 1986 o Brasil passou por diversos planos de
estabilização econômica. O primeiro deles, o Plano Cruzado (1986), acabou com a correção
monetária e com a indexação, estabelecendo um congelamento geral de preços. O plano
fracassou e outras tentativas foram feitaó: Plano Bresser, em 1987; Plano Verão, em 1988; e
Plano Collor, em 1990. Este último se diferenciou dos demais pelo confisco de 80% dos ativos
financeiros, inclusive depósitos à vista, jogando a economia num processo recessivo, ao
mesmo tempo em que dava início ao processo de redução das tarifas de importação.
Em março de 1994 foi renegociada a dívida externa brasileira nos moldes da
renegociação de outros países da América Latina. Em julho desse mesmo ano foi lançado o
Plano Real, que, com preços livres, derrubou a taxa de inflação e reduziu ainda mais as tarifas
comerciais. O câmbio foi fixado a valores nominais constantes e a inflação caiu sensivelmente.
Depois de muitos anos de superávits comerciais expressivos, a economia brasileira passou a
apresentar déficits.
Em termos de inflação, a economia brasileira passou por modificação radical após o
Plano Real. Em termos de crescimento, a estratégia adotada pelo Plano Real e o próprio ritmo
de crescimento das economias mundiais são menos alvissareiros.
A administração que assumiu o governo federal em 1995, com o presidente Fernando
Henrique Cardoso, teve como objetivo principal aprovar no Congresso Nacional um grande
conjunto de reformas da Constituição Federal de 1988. O objetivo é repreparar e adaptar a
Constituição brasileira para as características atuais da economia mundial: grande mobilidade
de capital, rápido crescimento dos investimentos estrangeiros, a desregulamentação de
mercados e, particularmente, flexibilização das regras de contratação de mão-de-obra. Entre as
reformas destaca-se o fim do monopólio em áreas como a do petróleo e a de
telecomunicações.
O governo FHC foi rápido e eficaz na estratégia de privatização. Todo o setor
siderúrgico nacional passou para as mãos da iniciativa privada, assim como o setor
petroquímico e o de fertilizantes. O setor de energia elétrica, na área de distribuição e geração
regional, foi privatizado completamente, restando agora a privatização das grandes produtoras
de energia, como Furnas, as usinas da CESP, estadual, e as Centrais Hidroelétricas de São
Francisco, entre os nomes mais representativos. A crise de energia de 2001 e a concordata da
Enron nos Estados Unidos reduziram o entusiasmo pela privatização no setor. Todo o setor de
telecomunicações - a Telebrás e as várias empresas telefônicas estaduais, tanto as fixas como
as de telefonia móvel - foi privatizado na segunda metade de 1998. Assim, a privatização deixa
de ser um objeto prioritário da estratégia do governo, por ter sido implementada quase
completamente.
A população brasileira cresce mais lentamente desde meados dos anos 70 e começa a
apresentar idade média maior. O sistema previdenciário brasileiro é organizado na base do
sistema de repartição, no qual as contribuições dos trabalhadores ativos financiam as
aposentadorias dos inativos. Tal sistema se torna inviável financeiramente quando a idade
média da população se eleva. O problema é agravado no Brasil pelo fato de a aposentadoria
ser concedida por tempo de serviço (30 anos para a mulher e 35 para o homem) e incluir vários
privilégios para categorias especiais - professores e juízes, por exemplo. Além disso, a
Previdência Social é um sistema muito grande e centralizado, o que permite falhas
administrativas graves, corrupção e elevada sonegação fiscal. O déficit financeiro das
aposentadorias é reduzido no momento atual, mas estima-se que seja potencialmente grande
no futuro. Esta área também passou por processo de reestruturação. Hoje a aposentadoria
depende do número de anos de contribuição.
A economia brasileira apresenta grande potencial de crescimento e conta com um
significativo mercado consumidor, mesmo considerando-se a distribuição de renda, que,
segundo dados de 1995 e considerando apenas seis das nove regiões metropolitanas
brasileiras, fazia com que os 20% mais ricos destas regiões recebessem 63% da renda,
enquanto os 50% mais pobres ficassem com apenas 12%. De acordo com outros indicadores e
com a pesquisa sobre as condições de vida no mundo, realizada pela ONU em 1996, a renda
média dos 10% mais ricos da população é cerca de 30 vezes superior à renda média dos 40%
mais pobres. Em outros países, onde a distribuição de renda é mais equilibrada, os mais ricos
ganham em média dez vezes mais do que os mais pobres.
Os investimentos na produção de automóveis, televisões e outros eletrônicos, TV a
cabo, TV por assinatura, cerveja e refrigerantes, cimento e outros produtos que atendem ao
mercado interno têm crescido rapidamente desde 1994 - o que demonstra a expectativa do
setor privado no bom desempenho da economia e particularmente no crescimento do mercado
interno, que foi tão duramente afetado pela instabilidade que vigorou no País desde meados
dos anos 80.
Em janeiro de 1999, após perder grande volume de reservas cambiais desde a crise da
Rússia de outubro de 1998, o Banco Central abandonou o sistema de taxas cambiais fixas que
podiam oscilar dentro de bandas, que representava grande ameaça à estabilidade do país. O
câmbio se desvalorizou nos primeiros dois meses em quase 60% e depois recuou para
desvalorização da ordem de 30% com relação à taxa fixa final de 1998. Os resultados foram
surpreendentemente positivos - a taxa de inflação se elevou, mas menos do que todos
esperavam. Os fluxos financeiros internacionais se recompuseram também muito rapidamente.
E a recessão projetada em decorrência da desvalorização é menor do que todos temiam. A
economia brasileira ficou livre de um obstáculo que impedia as exportações e os investimentos
na produção de exportáveis e de importáveis, e que preocupava a todos os analistas, sem
comprometer a estabilidade do valor da moeda e a saúde do sistema financeiro. As taxas de
juros se mantiveram com níveis elevados em termos reais, exigindo que o governo mantivesse
elevados superávits primários (de ordem de 3,5% do PIB).
Para o longo prazo, o crescimento da economia depende, a partir de agora, do
desempenho dos diversos setores da economia. O País possui um dos parques industriais
mais diversificados e completos da América Latina e mesmo de todo o Hemisfério Sul, e,
portanto, tem um grande potencial de crescimento quando se considera a experiência, a cultura
empresarial e o tamanho do mercado.
Em relação à agricultura, o mesmo tipo de observação é possível. Esta conseguiu
ocupar áreas de solo consideradas improdutivas no passado - os cerrados - pelo
aprimoramento de variedades desenvolvidas em laboratórios nacionais, especialmente
adaptadas à região. E ainda, mostrou dinamismo e iniciativa ao introduzir novos produtos,
como soja, açúcar, laranja e outras frutas, além de novas variedades de café, o produto
tradicional do país. A agricultura brasileira, no que toca a produtividade e flexibilidade, é de
elevada qualidade, sendo liderada por agricultores e empresários muito diferentes do
estereótipo do velho coronel que caracterizava a agricultura brasileira na primeira metade do
século XX.
Entretanto, a reforma agrária continua a ser um problema importante quando se
considera a distribuição de renda, a concentrada distribuição da propriedade da terra e o
crescimento exagerado das grandes cidades brasileiras. O Movimento dos Sem Terra agrega
grande contingente de trabalhadores rurais e desempregados que ameaça a propriedade rural
e parece não se contentar com a desapropriação e distribuição, catalisando o
descontentamento de importante parcela da população brasileira em relação ao estilo de
crescimento.
A questão mais relevante no longo prazo se refere aos resultados esperados do novo
modelo mundial de crescimento. A se aplicarem no Brasil, os resultados observados na
economia mundial desde o início dos anos 80 indicam que o novo modelo tem gerado
economias com baixa taxa de inflação por um lado, mas, por outro, com baixo ritmo de
crescimento e elevado nível de desemprego.
Para países como o Brasil, que, de partida, tem elevado nível de desemprego estrutural,
distribuição de renda concentrada, baixo nível de escolarização e renda média baixa, a
expectativa de repetição deste padrão de desempenho (inflação baixa e desemprego elevado)
representa uma ameaça séria. Mais do que isso, é alternativa inviável, quer econômica ou
politicamente.
Este é o verdadeiro desafio a ser enfrentado no Brasil - e se agrava quando lembramos
que o país continuará, fortemente inserido nos mercados financeiros internacionais. Não
existem alternativas de políticas disponíveis, a não ser grandes investimentos na área social e
investimentos públicos em infra-estrutura e tecnologia.
O forte desequilíbrio financeiro do setor público brasileiro, decorrente da estratégia de
política de câmbio fixo e juros altos, impede que estes investimentos sejam realizados em
volume e tempo necessários para que o longo prazo possa ser apresentado como alvissareiro.
Por outro lado, diferentemente de outros países, a nova vida e organização política do país,
com ampla liberdade de expressão e representação política, anulam o risco da existência de
bolsões de insatisfação ou revolta que a difícil situação social do país poderia sugerir.
Talvez esta seja a característica mais positiva e promissora do Brasil. Um país de
herança ibérica e cultura autoritária, com passado de grande instabilidade política, que
apresenta como aspirações mais importantes a prosperidade e a liberdade. Estas
características permitem concluir que a sociedade brasileira, assim como sua economia, passa
por um período de grandes transformações, que são ao mesmo tempo promissoras e difíceis
de serem realizadas.
Informações complementares podem ser obtidas em sites como os seguintes:
http://www.fazenda.gov.br/
http://www.mdic.gov.br/
http://www.bndes.gov.br/
http://www1.bcb.gov.br/
http://www.ipea.gov.br/
http://www.mpo.gov.br/
As três vias de constituição do capitalismo
A teoria econômica afirma que os ciclos são flutuações nas atividades econômicas da era
industrial, ou seja, alternância de períodos de expansão e de contração da economia.
Tendencialmente, as crises cíclicas ocorrem em intervalos periódicos relativamente constantes.
Há diversas explicações para o fenômeno e inúmeras propostas para o enfrentamento da questão.
A Produção Açucareira
O processo de mudança da mão-de-obra nativa para a negra correu durante a era colonial. Foi
mais rápido na região Nordeste, principalmente na Bahia e em Pernambuco, dois grandes
núcleos iniciais da produção açucareira, que demandavam a força de trabalho proveniente da
África.
No resto do país, a implantação do sistema foi mais lenta. Seu custo fora das zonas
nobres do eixo econômico era alto, pois as condições de viagem e os maus-tratos impostos
aos escravos reduziam seus quadros pela metade, aumentando seu valor. Resolvido o fator
trabalho, a monocultura pôde iniciar-se; eram extensas unidades com grande número de
braços locando a produção, sob o olhar ameaçador de um feitor, homem de confiança do
proprietário. O engenho, cuja função era produzir açúcar, constituía o centro dessas fazendas.
Lá, manipulava-se a cana e criava-se o produto final. Com o passar do tempo, o conceito de
engenho se estendeu a todas as terras e culturas, tornando-se equivalente a propriedade
canavieira. As extensas terras eram ocupadas principalmente com as grandes plantações, mas
também com a agricultura de subsistência e pastagem dos animais.
Desde a sua implantação, no século XVI, até quase o final do século XVIII, a produção
açucareira foi o eixo da economia colonial. O açúcar constituía um produto nobre de
exportação, por seu destaque no plano internacional. Até o século XVII, a produção cabocla
era líder no mercado mundial, só vindo a perder esse lugar quando entraram no cenário
americano as produções concorrentes, realizadas na América Central e nas Antilhas.
Assim, os produtores locais tiveram de começar a investir em outros produtos. O tabaco
não só teve boa receptividade na Europa como cumpria papel similar à aguardente no
escambo feito na costa africana. Sintomaticamente, sua decadência se deu à época da
proibição do tráfico negreiro, no século XIX.
Ainda durante o ciclo açucareiro, Lisboa enfrentava dificuldades advindas das invasões holandesas na
região Nordeste. Com o domínio castelhano sobre a Coroa lusa, durante o século XVII, unindo a
Península Ibérica sob um único governo, os neerlandeses tornaram-se inimigos de Portugal e,
consequentemente, do Brasil. A manutenção dos interesses portugueses ma região Nordeste tornou-se
mais difícil, sendo garantida na ponta das baionetas.
Outro dado que aponta a relevância do período em pauta é o aumento territorial brasileiro. A
defesa do monopólio açucareiro levou ao alargamento das nossas fronteiras sob o domínio
ibérico, com o estímulo ao povoamento de outras faixas de terras, atingindo a região
Amazônia.
“ Outro produto que merece destaque é a aguardente de cana, peça-chave no escambo de
escravos.”.
A grande propriedade monocultura é um complexo produtivo com aparelhos mecânicos como a
moenda, a caldeira e a casa de purgar açúcar e aguardente. Necessita, além da casa-grande
do senhoria e da senzala para os escravos, de instalações acessórias, oficinas, estrebarias e
um santuário, elemento ideológico de dominação colonial”.
O Ciclo do Ouro
No passado, somente os grandes proprietários gozavam do status advindo de sua posição dominante na
estratificação social vigente. Em Minas, porém, as possibilidades eram outras e vários empreendedores de
menor porte logravam sucesso na nova atividade.
É dessa época a determinação da quinta parte – o quinto – como taxação sobre o ouro
extraído.
A Fazenda Real enfrentava muitos contratempos para a fiscalização da cobrança desse imposto. Tratava-
se de um tributo alto para os mineradores, que não pouparam criatividade para burlar o fisco e maquiar o
montante da produção obtida. As conseqüências para os infratores eram severas. Todas essas medidas
foram somadas a outra, mais drástica para os envolvidos no atraente negócio das minas de ouro: a
decretação da quota mínima, por volta de 100 arrobas ou 1.500 quilos. Espontaneamente ou de forma
compulsória, por meio do derrame, a quantia tinha que ser entregue à fiscalização. Tamanho abuso de
Lisboa determinou um clima de revolta, culminando com a Inconfidência Mineira, que, apesar de todos os
percalços, conseguiu pôr um fim nesses atos predatórios parta a colônia.
O século XVIII chegou ao seu final conhecendo a decadência da mineração
brasileira. O ouro que ainda era encontrado, geralmente nos leitos e nas margens
dos rios, na forma de aluvião, diferentemente daquele extraído de rochas matrizes,
era pouco abundante, o que explica seu precoce esgotamento. Somava-se, sem
pesquisa ou aprofundamento de seus conhecimentos. A administração colonial,
devido a seu caráter exploratório, nunca investira em educação nem na
reacionalização de processos produtivos, comportamento que teve reflexos na
economia local e acelerou a decadência da mineração.
Em comparação com o ouro, a produção brasileira de diamantes foi pequena, mas conheceu a mesma
lógica exploratória. Nesse caso, a Corte acabou por assumir totalmente a questão, com controle direto
sobre o Distrito de Diamantina e demais áreas.
O Renascimento Agrícola
Outra produção que floresceu nesse ciclo foi o arroz., as principais lavouras
estavam localizadas no Maranhão, depois no Pará e Rio de Janeiro. O anil foi uma
esperança frustada. Os americanos se tornaram no século XVIII, os maiores
produtores mundiais, superando a produção da Índia. Ainda no século apareceu o
cacau no cenário baiano e na região paraense. O café, proveniente da Abissínia,
passou pela Europa antes de atingir a América e chegou ao Brasil na primeira
metade do século XVIII.
O renascimento agrícola colonial marcou a superação da era da mineração.
Definitivamente, a agricultura retomou sua importância e foi reconhecida como a
base da economia local.
Esse novo surto não teve uma longa vida no Nordeste, pois, já na segunda metade
do séc. XIX, o Centro-Sul tomaria a liderança, enquanto se assistia ao declínio das
regiões Norte e Nordeste e à ascensão do Sul e do Sudeste, na época do Brasil
politicamente independente.
As bandeiras eram expedições armadas que partiam em geral da Capitania de São Vicente,
em direção ao interior, a fim de escravizar índios e descobrir riquezas minerais. A tentação
do ouro era maior do que os perigos e inúmeras incursões foram organizadas e chegaram a
descobrir muito do precioso metal. Houve quem dissesse que o ouro era tanto que, em
muitos riachos, bastava-se mergulhar a bateia e ficar rico.
A chamada corrida do ouro atraiu diversos aventureiros à região, mais tarde
conhecida como Minas Gerais, fazendo surgir os primeiros arraiais, com suas capelinhas em
agradecimento aos santos de devoção, iniciando o povoamento das áreas conquistadas.
Atrás dos mineradores apareceram os mercadores que vendiam roupas, comidas e escravos
conformando uma sociedade essencialmente urbana.
O desenvolvimento da economia colonial, após a descoberta do ouro e a
conseqüente queda da produção do metal, prosseguiu. Em diferentes regiões, outras
riquezas naturais foram cultivadas: o fumo, na Bahia; o algodão, no Maranhão e no Pará; e
a pecuária, que do norte e litoral avançou para o interior. Algumas investidas na indústria
têxtil no Pará e em Minas Gerais se fizeram presentes ainda que de pequeno porte. A
siderurgia passou a ser uma alternativa na região de Aroiçaba da Serra, em São Paulo, na
segunda metade do século XVIII.
Com a morte de Dom José, em 1777, o trono passa às mãos de Dona Maria que
enfrenta uma grande crise econômica. Em 1785, um alvará régio proibiu qualquer tipo de
indústria no Brasil. Enquanto isso, a Europa enfrenta a crise mercantilista que viria a
propiciar grandes revoltas políticas, cujo exemplo máximo foi a Revolução Francesa.
Anteriormente, em 1776, os Estados Unidos já haviam se tornado independentes da
Inglaterra.
Veremos hoje uma das maiores fraudes de nossos livros de história, um exemplo claro de informação "chutada" e de
como instituições com rigor científico e apreço pela pesquisa, como o IBGE, podem se deixar enrolar.
Certamente você aprendeu na escola sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil, fugindo do exército de
Napoleão que invadiu Portugal. Os livros dizem que foram 15 mil pessoas, número que aparece até no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Mas será que foi mesmo isso tudo? Ora, 15 mil pessoas, em 1808, correspondiam a 25 porcento da população
urbana do Rio de Janeiro e a 8 porcento da de Lisboa. Onde esse pessoal todo foi acomodado, repentinamente, na
cidade? E quantas embarcações foram necessárias para trazer tanta gente? Alguém pensou nisso?
Teve um que parou para pensar, sim. Foi o pesquisador e professor Nireu Cavalcanti, autor do livro "O Rio de
Janeiro Setecentista", que esclareceu esta história. Lógico que ele não foi ao IBGE, mas recorreu aos arquivos do
movimento do Porto do Rio de Janeiro e às listas de passageiros dos navios que chegaram naquela época.
* Como a capacidade dos navios mercantis e de passageiros, na época, era de 80 pessoas em média, seria
necessária uma gigantesca frota de 1.875 embarcações (que obviamente não existiu) para trazer os 15 mil
portugueses;
* Nos anos de 1808 e 1809, aportaram no Rio apenas 30 embarcações trazendo a família real e seus
acompanhantes;
* Somando as listas de passageiros dessas embarcações, tem-se o total de 444 pessoas, sendo 60 delas da família
real;
Um erro de quase 14.500 pessoas ou 97,5 porcento - deve ser um recorde no IBGE. O mais grave é que embora os
números corretos tenham sido divulgados pelo prof. Nireu Cavalcanti há mais de um ano, em 2004, ainda não se
modificou nenhuma linha dos livros e nem do site do governo brasileiro.
Como a maior parte das revisões de nossa história, esta também tende a ser sepultada pela versão errada. Mudar
livros e cabeças dá muito trabalho e despesa, quase tanto quanto pesquisar e pensar. E 15.000, afinal, é muito mais
glamouroso que 444.
Esse novo surto não teve uma longa vida no Nordeste, pois, já na segunda metade do séc. XIX, o Centro-Sul
tomaria a liderança, enquanto se assistia ao declínio das regiões Norte e Nordeste e à ascensão do Sul e do
Sudeste, na época do Brasil politicamente independente.
Os investimentos estrangeiros, cujo afluxo aumentou consideravelmente a partir
de meados do século XIX foram encaminhados, sobretudo, para a infra-estrutura. No
período de 1860 a 1889, foram concedidas licenças para abertura de 137 companhias
estrangeiras, 111 das quais eram inglesas
Entre essas empresas primitivas, havia também certas exceções como o estaleiro na
cidade de Niterói, inaugurado em 1850. Construído de acordo com modelos ingleses e sob a
direção de engenheiros também ingleses, nele trabalhavam mais de mil pessoas. Entre
1850 e 1861, essa empresa, do Visconde de Mauá, construiu 72 navios.
Contudo, a maior parte das empresas criadas depois da reforma de tarifas de 1844
não conseguiu sobreviver, devido à falta de mão-de-obra qualificada, à concorrência por
parte de esferas mais lucrativas de aplicação do capital e, especialmente, ao
enfraquecimento do protecionismo alfandegário a partir de 1857. Em particular, em 1858
foram fechadas muitas fábricas têxtil da capital, mesmo as que recebiam ajuda do governo.
Depois da diminuição dos impostos sobre a importação de navios a vapor, de alguns tipo de
veleiros e de máquinas a vapor, o estaleiro de Mauá viu-se forçado a se dedicar ao conserto
de navios pequenos para finalmente, ser fechado em 1861
A nova tarifa alfandegária posta em vigor em 1887 estabeleceu elevados impostos,
sobretudo para os produtos agrícolas, que podiam concorrer no mercado interno com os
produtos locais, e impostos moderados para produtos em cuja importação estava
interessado o setor filiado de lã e de algodão importado por fabricantes locais de tecidos.
Em outras palavras, o protecionismo alfandegário tinha como objetivo atender basicamente
os interessados da classe dominante tradicional.
Medidas mais enérgicas em defesa da indústria foram tomadas pelo primeiro
governo republicano, especialmente em época da gestão do Marechal Floriano Peixoto
( 1891-1894). O Ministro da Fazenda Ruy Barbosa estabeleceu impostos protecionistas
para os produtos manufaturados nacionais, tendo diminuído consideravelmente as
taxas cobradas sobre a importação de equipamentos e de matérias-primas. Nessa
mesma época, foi promulgada a lei da proteção à indústria, que estabeleceu privilégios
adicionais. Essas decisões foram anuladas depois da tomada do poder pelo governo
de Prudente de Morais ( 1894-1898), o primeiro presidente a representar, na época da
República Velha ( 1889-1930), os interesses da oligarquia do café de São Paulo. A
política do estado foi especialmente pró-oligárquica e antiindustrial na época dos
presidentes Campos Salles ( 1898-1902) e Rodrigues Alves ( 1902-1906). Em
particular, a tarifa alfandegária de 1900, que continuou em vigor até 1934, levara em
considerações, sobretudo, os interesses dos ramos da agricultura que se orientavam
para a exportação e dos grupos sociais ligados a esses ramos.
O modelo primário-exportador
Os principais acontecimentos que marcaram este período foram: a sustentação da economia centrada
no café; a reurbanização e o saneamento do Rio de Janeiro; os surtos econômicos regionais da
borracha e do cacau; as novas imigrações de europeus, italianos e japoneses; as revoltas sertanejas de
Canudos e do Contestado; a revolta da chibata; a construção de estradas de ferro, usinas hidrelétricas e
redes telegráficas; a retomada dos contatos com as populações indígenas; o crescimento industrial: a
consolidação do modo de vida urbano; as primeiras greves operárias; as revoltas dos tenentes e a
coluna Prestes; a Semana de Arte Moderna; a quebra da bolsa de Nova Iorque e o fim do ciclo do café.
O governo do mineiro Afonso Pena se destacou entre todos dessa época por ter sido o mais
progressista, incentivando a indústria e a imigração estrangeira. A implantação da rede telegráfica deu
ao Brasil seu maior sertanista, o Marechal Rondon, fundador do Serviço de Proteção ao Índio.
A revolta de Canudos descobriu Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, o mais impressionante relato
sobre a vida do sertão, o sertanejo e a Guerra de Canudos. A Revolta da Armada revelou o líder negro
João Cândido, que mostrou ao país, 20 anos depois de extinta a escravidão, que ainda se usava castigo
físico nos navios da Marinha; uma atrocidade que foi extinta a custa de atrocidades maiores feitas pelo
governo aos que se insubordinaram contra ela.
A Semana de Arte Moderna colocou o brasileiro definitivamente voltado para a sua invenção e seu
futuro. Com a quebra do café, o poder político se deslocou do campo para as cidades, da agricultura
para a indústria e a modernização econômica e social teve início.
O direito a votar estava condicionado à pessoa ter determinada renda, e saber ler e escrever. Isso
significava que pessoas pobres e analfabetas não podiam votar. Como era muito baixo o grau de
instrução do povo, só uma minoria do povo podia registrar-se como eleitor.
Depois das votações, cabia às juntas apuradoras fazer a contagem dos votos e emitir os diplomas de
eleição. A diplomação acabava sempre dando muita confusão, pois as listas eram na maioria das vezes
falsificadas e os resultados manipulados. O reconhecimento final dos eleitos era feito pela Comissão de
Verificação dos Poderes da Câmara, que confirmava os eleitos, conforme os interesses da presidência
da república.
A política era toda amarrada em torno dos interesses dos governantes e das classes dominantes, era
quase impossível aos governistas perderem eleição. Os coronéis eram donos dos chamados “currais
eleitorais”, que reuniam eleitores. Eles usavam seus votos em troca de favores. Da mesma forma
trocavam seu apoio ao governador por nomeações e verbas. O governador, por sua vez, transacionava
seu apoio nas duas direções, dos coronéis e do presidente, cadeia de trocas de favores políticos que
ganhou o nome de clientelismo.
A política “café com leite” era de cartas marcadas. A eleição dos representantes do povo e dos
governantes era precedida de intensas consultas e negociações que selavam as alianças. O esquema
era dominado pelos governadores de Minas e de S. Paulo e, como no império, garantiu por quase
quarenta anos a estabilidade e o imobilismo político, que favoreceu o setor agrícola e cafeeiro e boicotou
os interesses das indústrias e das cidades.
Desde a década de 20, as greves operárias, as revoltas dos tenentes e os “escândalos” programados
pela Semana de 1922 diziam com todas as letras que o país precisava mudar. A revolução de 1930
acabou com a dobradinha do “café com leite”, instituindo o voto secreto, a legislação trabalhista,
anistiando os tenentes e fazendo profissão de fé na indústria e na modernização do país. A partir de
então, a república “café com leite” passou a ser chamada de “república velha”.
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
1500-1808: restrição portuguesa ao desenvolvimento de atividades industriais no Brasil.
Apenas uma pequena indústria para consumo interno era permitida, devido às
distâncias entre a metrópole e a colônia. Eram, principalmente, de fiação, calçados,
vasilhames.
2a. metade do século XVIII - algumas indústrias começaram a crescer, como a
do ferro e a têxtil. Isso não agradava Portugal porque já faziam concorrência ao
comércio da corte e poderiam tornar a colônia independente financeiramente e gerar
independência política. Em janeiro de 1785, D. Maria I assinou um alvará, extinguindo
todas as manufaturas têxteis da colônia, exceto a dos panos grossos para uso dos
escravos, e criando restrições à indústria do ferro.
1808-1850
1808 - chegada ao Brasil da família real. D. João VI revogou o alvará e abriu os portos ao
comércio exterior, fixando taxa de 24% para produtos importados, exceto para os
portugueses que foram taxados em 16%. Em 1810, através de um contrato comercial
com a Inglaterra, foi fixada em 15% a taxa para as mercadorias inglesas por um
período de 15 anos. O desenvolvimento industrial brasileiro foi pequeno devido a
concorrência dos produtos ingleses.
1828 - renovado o protecionismo econômico cobrando-se uma taxa de 15%
sobre os produtos estrangeiros, agora igual para todos os países.
1844 - Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, criou uma lei , Lei Alves
Branco, que ampliava as taxas para 30% e 60%.
1850-1930
1850 – proibição do tráfico de escravos; duas consequências importantes para o
desenvolvimento industrial:
- capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram disponíveis aplicação
no setor industrial.
- cafeicultura que estava em pleno desenvolvimento necessitava de mão-de-obra,
estimulando a entrada de um número considerável de imigrantes, que trouxeram
novas técnicas de produção de manufaturados e foi a primeira mão-de-obra
assalariada no Brasil. Constituíram um mercado consumidor indispensável ao
desenvolvimento industrial, bem como força de trabalho especializada.
O setor que mais cresceu foi o têxtil, favorecido em parte pelo crescimento da
cultura do algodão em razão da Guerra de Secessão dos EUA, entre 1861 e 1865.
Na década de 1880 ocorreu o primeiro surto industrial quando a quantidade de
estabelecimentos passou de 200, em 1881, para 600, em 1889.
Esse primeiro momento de crescimento industrial inaugurou o processo de
Substituição de Importações.
Entre 1914 e 1918 - Primeira Guerra Mundial: a partir dai, constata-se que os
períodos de crise mundiais foram favoráveis ao crescimento industrial brasileiro. Isso
ocorreu também em 1929 com a Crise Econômica Mundial e, mais tarde, em 1939 com
a 2ª Guerra Mundial, até 1945.
Nesses períodos a exportação do café era prejudicada e havia dificuldade em se
importar os bens industrializados, estimulando dessa forma os investimentos e a
produção interna, basicamente indústria de bens de consumo.
Em 1907 - 1° censo industrial do Brasil: existência de pouco mais de 3.000
empresas. O 2° censo, em 1920, mostrava a existência de mais de 13.000 empresas,
caracterizando um novo grande crescimento industrial nesse período, principalmente
durante a 1ª Guerra Mundial quando surgiram quase 6.000 empresas.
Predominava a indústria de bens de consumo que já abastecia boa parte do
mercado interno. O setor alimentício cresceu bastante, principalmente exportação de
carne, ultrapassando o setor têxtil. A economia do país continuava, no entanto,
dependente do setor agroexportador, especialmente o café, que respondia por
aproximadamente 70% das exportações brasileiras.
Segundo período - O início desse período foi marcado pela crise econômica de 1929,
decorrente da grande depressão norte-americana e a quebra da Bolsa de NY.
Outro marco foi a Revolução de 1930, com Getúlio Vargas, que operou uma
mudança decisiva no plano da política interna, afastando do poder do estado oligarquias
tradicionais que representavam os interesses agrários-comerciais. Adotou uma política
industrializante, regulamentando o mercado de trabalho urbano, limitando algumas
importações e, mais tarde, dirigindo investimentos estatais para a indústria de base.
Vargas investiu forte na criação da infra-estrutura industrial: indústria de base e
energia. Destacando-se a criação de:Conselho Nacional do Petróleo (1938), Companhia
Siderúrgica Nacional (1941), Companhia Vale do Rio Doce (1943); Companhia Hidrelétrica
do São Francisco (1945).
Também contribuíram para o desenvolvimento industrial a partir de 1930, o
grande êxodo rural, devido a crise do café, com o aumento da população urbana que foi
constituir um mercado consumidor;a redução das importações em função da crise
mundial e da 2ª Guerra Mundial, que favoreceu o desenvolvimento industrial, livre de
concorrência estrangeira.
Esse desenvolvimento ocorreu principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul, definindo a grande concentração espacial da
indústria, que permanece até hoje.
Uma característica das indústrias que foram criadas desde a 1ª Guerra Mundial é
que muitas delas fazem apenas a montagem de peças produzidas e importadas do
exterior. São subsidiárias das matrizes estrangeiras.
No início da 2ª Guerra Mundial o crescimento diminuiu porque o Brasil não
conseguia importar os equipamentos e máquinas que precisava. Isso ressalta a
importância de possuir uma Indústria de Bens de Capital.
Apesar disso as nossas exportações continuaram a se manter acarretando um
acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional substituiu a importada. Ao final da guerra
já existiam indústrias com capital e tecnologia nacionais, como a indústria de
autopeças.
Fonte: www.mre.gov.br
http://www.culturabrasil.org/vinte.htm
Multinacional é diferente de Transnacional. A primeira se caracteriza por uma industria que transfere sua produção para o país, mas
mantém sua administração e padrões de produção no país da matriz. Já transnacionais transferem a parte produtiva e sua
administração para o país, adequando sua produção os valores locais.
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES
O mercado interno ganha espaço
A demanda reprimida por bens importados se converteu em demanda por produtos
locais, agora mais baratos.
Nos anos 30, as atividades agrícolas e fabris, ligadas ao mercado interno, puderam
manter ou mesmo aumentar os seus lucros. Por outro lado, a lucratividade do setor
agrícola exportador estava em baixa.
A indústria precisa importar máquinas e equipamentos.
A desvalorização cambial dificultou a importação de bens de capital e de insumos
básicos.
Naquela fase da industrialização, a compra de máquinas e equipamentos para a
montagem de fábricas era essencial.
A crescente demanda por produtos locais foi inicialmente suprida pela produção com
máquinas e equipamentos, já instalados, que se encontravam subutilizados.
Restringindo as importações
Desvalorizar a taxa de câmbio encareceria todas a importações indistintamente,
inclusive as dos bens de capital necessários para a montagem de novas fábricas.
Além disso, a diminuição dos preços dos produtos brasileiros poderia resultar em
aumento das exportações, uma vez que os Estados Unidos, o maior parceiro comercial
do Brasil, estavam dirigindo os seus capitais para a reconstrução da Europa, destruída
pela guerra. O governo avaliou que a desvalorização cambial, além de piorar a situação
das importações, não iria necessariamente contribuir para o aumento das exportações.
A alternativa escolhida foi manter a taxa de câmbio sobrevalorizada e restringir as
importações.
Protecionismo cambial
A taxa de câmbio permaneceu fixa e valorizada de 1947 a 1953.
Para não prejudicar as exportações, o governo permitiu que elas fossem negociadas no
câmbio paralelo.
As importações foram selecionadas para facilitar a compra de bens de capital e
insumos básicos utilizados pela indústria em expansão. As importações de produtos
similares aos nacionais foram dificultadas e até mesmo impedidas.
Dessa forma a indústria brasileira cresceu sob o protecionismo cambial, livre de
concorrência externa e sem competitividade.
Gastos em infra-estrutura
Nos anos de 1953 e 1954, o governo Vargas aumentou os gastos em infra-estrutura e
os financiou com a expansão da base monetária.
Em 1954 e 1955, o governo procurou facilitar a entrada do capital estrangeiro,
fornecendo financiamento interno para os investimentos em infra-estrutura, que se
tornaram urgentes após o crescimento da indústria entre 1951 e 1955.
Plano Cruzado
Plano Collor
Plano de Estabilização Econômica Brasil Novo (Plano Collor) 16 de março de
1990 ( visava destruir o processo hiperinflacionário (ciranda financeira do
mecanismo de financiamento da dívida pública.
Cruzado novo substituído pelo Cruzeiro.
Reforma fiscal (eliminar o déficit de 8% do PIB)
Suspensão de subsídios, incentivos e isenções; aumento do IPI; ampliação da
base de tributação;
Tributação das grandes fortunas;
Criação de taxas extraordinárias de IOF sobre os ativos financeiros;
Fim do anonimato fiscal.
Venda de empresas estatais (Programa Nacional de Desestatização) (redefinir
o papel do Estado na economia.
Proposta de reforma administrativa.
Recessão moderada encarada como uma conseqüência necessária.
Instrumento utilizado: redução radical da oferta de moeda(desorganizou a
produção ( recessão profunda da economia ( descontrole da inflação.
Preços congelados por 30 dias + salários reajustados IPC fevereiro maio o
governo liberou preços e salários (preços reescalados - salários continuavam aos
níveis vigentes).
Taxa de câmbio – livre- evoluiu conforme esperado: súbita escassez de moeda
doméstica ( excesso de venda de moeda estrangeira ( valorização do cruzeiro em
relação ou dólar (queda das exportações.
Medidas de liberalização do comércio exterior
Reformulação do sistema financeiro: extinguiu as aplicações de overnight
;desindexação da economia (eliminação do BTN e BTNf).
Maior crítica: apertou o setor industrial, reduziu a oferta, incentivou o consumo (
provocou inflação.
Plano Real
DESAFIOS:
• Sustentar e consolidar definitivamente a estabilidade econômica, como moeda forte,
substituindo progressivamente a âncora cambial e monetária (dinheiro curto, juros
altos) pelo ajuste fiscal (equilíbrio das contas públicas).
• Reduzir o déficit das contas públicas externas e conter a dívida pública interna.
• Retomar o crescimento econômico, de forma sustentada e contínua, com aumento
de produtividade, justiça social, geração de empregos, distribuição de renda e
preservação do meio ambiente.
• Ampliar e diversificar a participação do Brasil no mercado mundial. Sem
competitividade externa e forte participação no mercado mundial, dificilmente o Brasil
alcançará uma taxa de crescimento econômica elevada.
Paraná
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paranaense#Hist.C3.B3ria
Capital Curitiba
Área (km²) 199.314,850
Número de Municípios 399
População Estimada 2005 10.261.856
Estatísticas
A população do Paraná é de 9.563.458 habitantes, segundo o censo demográfico de
2000, com dados recentemente coletados pelo IBGE. O Paraná é o sexto Estado mais
populoso do Brasil e concentra 5,63% da população brasileira. Do total da população
do Estado, 4.826.038 habitantes são pessoas do sexo feminino e 4.737.420 habitantes
são pessoas do sexo masculino.
Grupos étnicos
A população do Paraná é composta basicamente de brancos, negros e indígenas. No
Brasil colonial, os colonizadores espanhóis foram os primeiros a iniciar o povoamento
no território paranaense. Os portugueses e seus descendentes são a maioria da
população do Estado. Existe também uma grande e diversificada população de
imigrantes, tais como italianos, alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e árabes.
Há também minorias de imigrantes holandeses, coreanos, chineses e búlgaros.
História
Criado em 29 de agosto de 1853 pelo desmembramento da porção mais meridional da
então província de São Paulo, até a década de 1930 o Paraná era um estado quase
desabitado, embora alguns grupos de imigrantes ucranianos e poloneses tivessem se
estabelecido principalmente na região centro-sul. Com o crescimento das migrações
internas em função do cultivo do café e da abertura das novas fronteiras agrícolas
especialmente no noroeste, leste e sudoeste, milhares de agricultores do Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Estados da Região Nordeste se deslocaram para
o Paraná. Assim surgiram novas cidades e centenas de comunidades rurais, que aos
poucos foram crescendo para, mais tarde, se transformarem em municípios. Esse
movimento migratório tornou o Paraná uma terra de todas as gentes, grande produtor
de produtos primários, que seria a base da futura agroindústria.
O Paraná tinha, no começo do século XX, pouco mais de 330.000 habitantes, que
passou de 2.000.000 na década de 1950, indicando o crescimento significativo com o
início das migrações. No entanto, nos anos seguintes as migrações se aceleram,
tornando o Paraná um Estado populoso.
Rede urbana
A população das pequenas cidades vivia sob a influência de grandes centros regionais,
além da capital Curitiba: Ponta Grossa, Toledo, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do
Iguaçu, Guarapuava, Paranaguá, Umuarama, Apucarana e Campo Mourão.
A facilidade dos transportes, a localização de estabelecimentos de ensino modernos,
hospitais e a industrialização são fatores de atração. Nas últimas décadas do século
XX foi grande o número de estudantes catarinenses e gaúchos que estudaram em
Curitiba e, depois, buscaram no Estado sua colocação profissional. Essa influência é
menor atualmente em função da industrialização das maiores aglomerações urbanas,
mas algumas cidades continuam sendo referência a outros Estados brasileiros quanto
à qualidade de vida de sua população.
Economia
A economia do Estado se baseia na agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo,
café, mandioca), na indústria (agroindústria, indústria automobilística, papel e celulose)
e no extrativismo vegetal (madeira e erva-mate).
PIB
O Paraná possui o 5º maior PIB do Brasil.
Agricultura
Os principais produtos agrícolas de valor econômico do Paraná são o trigo, o milho e a
soja, onde o Estado é um dos maiores produtores brasileiros. A soja é a mais recente
das três culturas e se expandiu por quase todo o Estado, sendo exportada para outros
países in natura e na forma de farelo de soja e óleo degomado. O trigo é, por sua vez,
a principal cultura de inverno, sendo a produção industrializada pelos moinhos das
cooperativas localizados nas zonas de produção e pelos grandes grupos situados nos
centros urbanos do Paraná, São Paulo e Região Nordeste. O Paraná produz mais de
50% de todo o trigo produzido no Brasil. O algodão também foi um produto de grande
importância econômica, mas perdeu espaço para outras culturas, sendo ainda cultivado
por pequenos produtores. O café, que foi a principal riqueza do Paraná, perdeu espaço
para a soja e para as fazendas devido às geadas que dizimaram muitas lavouras.
Mesmo assim, é produzido em pequena quantidade por produtores que adotaram a
tecnologia do adensamento, o que facilita os tratos culturais e aumenta a produtividade
por hectare de terra. Ainda se encontra café abundante nas regiões noroeste e norte,
sendo incentivado pelas cooperativas que recebem a produção dos agricultores para
comercialização ou industrialização. O café é produzido com maior densidade na
região oeste de Apucarana e também nos municípios de Bandeirantes, Santa Amélia e
Jacarezinho.
Pecuária
A criação de bovinos é uma das riquezas do Paraná, que tem um expressivo rebanho.
Tradicionalmente o Paraná é um grande produtor de suínos, especialmente nas regiões
oeste e sudoeste do Estado, onde estão localizados os grandes frigoríficos voltados
para a comercialização interna e para as exportações. A expansão acompanhou a
implantação de novas indústrias voltadas para a exportação e consumo interno. A
suinocultura e a pecuária de leite acompanharam os agricultores paranaenses,
especialmente nas regiões oeste, sudoeste e centro-sul. É no centro-sul que estão os
melhores rebanhos brasileiros de gado leiteiro, onde se encontram animais que
produzem mais de 50 litros de leite por dia. São ainda significativos, no Paraná a
produção de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha. Mas é na
avicultura que o Estado vem se destacando nos últimos dez anos, graças à
implantação de frigoríficos pela iniciativa privada e pelas cooperativas. A avicultura é
produzida em praticamente todas as regiões acompanhando as áreas onde se produz
milho, que é a matéria-prima para a ração das aves. As aves são exportadas para mais
de uma dezena de países, embora sujeitas à gripe aviária.
Mineração
É abundante a riqueza de minérios no subsolo paranaense. Embora tradicionalmente
se valorize os minérios nobres, como ouro, cobre e outros metais, o Paraná tem
grandes reservas de minerais essenciais ao desenvolvimento da economia, como a
areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco, granitos e mármores. A bacia carbonífera
do Paraná, sediada na região central, é a terceira do país. A do xisto, de onde se extrai
o óleo, é a segunda do Brasil em importância. As indústrias de cimento do Paraná
dinamizaram a economia de municípios localizados na microrregião de Curitiba, como
Balsa Nova, Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul. Quanto aos minerais
metálicos, foram exploradas jazidas de chumbo em Adrianópolis, e constatadas minas
de cobre e ferro.
Extrativismo vegetal
O pinheiro paranaense, cujo nome científico é Araucaria angustifolia, foi por milhares
de anos, a principal atividade do extrativismo vegetal, embora outras espécies tenham
sido exploradas. É uma riqueza muito presente no Paraná e em outros Estados. Mas
em função do seu valor econômico e da expansão agrícola, foi considerada uma
espécie ameaçada de extinção e agora está protegido sob legislação ambiental, sendo
proibido o seu desmatamento. De acordo com os dados do Instituto de Terras e
Cartografia do Paraná, em 1984, se calculou que as reservas dessa madeira nobre
estavam reduzidas em cerca de 11,9% em relação ao que havia 50 anos antes. Com a
rigidez das leis ambientais, imagina-se que os pinheirais remanescentes deverão
sobreviver. E se as autoridades forem capazes de editar uma lei autorizando o abate
de espécies adultas em troca do plantio orientado e em maior quantidade que as que
forem trocadas, haverá uma oportunidade dos pinheirais voltarem a ocupar áreas
significativas. As leis mais recentes permitem o corte de 15 m³ de madeira por
proprietário, a cada 5 anos, para uso em construções rurais ou para a habitação.
Indústria
O crescimento mais significativo da indústria paranaense aconteceu depois da segunda
metade do século XX, graças ao significado montante de recursos destinados ao setor
secundário. Enquanto se implantava, em Curitiba, a Cidade Industrial, com indústrias
de montagem de máquinas, tecidos e frigorífico, as cidades do interior foram
beneficiadas com indústrias de transformação dos produtos primários, soja, trigo e
milho, suínos e madeira, principalmente. Foram beneficiadas notadamente as cidades
de Ponta Grossa, Cascavel, Maringá e Londrina, embora dezenas de outras pequenas
agroindústrias tenham sido instaladas nas zonas produtoras. Com isso, essas regiões
criaram muitos empregos, favorecendo a evasão das populações das cidades do
interior, promovendo a urbanização das cidades, muitas vezes com a criação de
favelas.
Curitiba e a Região Metropolitana foram amplamente beneficiadas com a
industrialização muito diversificada e voltada para a exportação de máquinas,
equipamentos e caminhões. As indústrias madeireiras tiveram um bom
desenvolvimento nesse período, quando começaram a trazer madeiras da Amazônia
para industrializar na região. Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa são as
cidades que concentram as indústrias alimentícias, pois estão localizadas nas
principais regiões produtoras do Estado. Mas o Paraná ganhou importantíssimas
indústrias de papel, como as Indústrias Klabin, do grupo Klabin, instalada na fazenda
Monte Alegre, no município de Telêmaco Borba.
Energia
História do Paraná
No século 17, descobriu-se na região do Paraná uma área aurífera, anterior
ao descobrimento das Minas Gerais, que provocou o povoamento tanto no
litoral quanto no interior. Com o descobrimento das Minas Gerais, o ouro de
Paranaguá perdeu a importância. As famílias ricas, que possuíam grandes
extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de gado, que logo
abasteceria a população das Minas Gerais. Mas apenas no século 19 as
terras do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos
fazendeiros.
Municípios
.
A distribuição dos grandes municípios do Paraná é de certa forma bem
homogênea. No leste a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) engloba
diversos municípios, contando com cerca de 3 milhões de habitantes. No
norte Londrina e Maringá polarizam outra região fortemente povoada. No
oeste a cidade de Cascavel com quase 280 mil habitantes e Toledo com
pouco mais de 100 mil criam outra zona fortemente povoada, além de Foz
do Iguaçu, que juntamente com Ciudad del Este no Paraguay e Puerto
Iguazu na Argentina formam uma aglomeração de quase 700 mil habitantes.
A região central do Paraná a despeito da baixa densidade populacional ainda
sim conta com Guarapuava com cerca de 160 mil habitantes e Ponta Grossa,
um pouco mais ao leste, com cerca de 300 mil.
Os primeiros habitantes
.
As terras que hoje pertencem ao Estado do Paraná eram habitadas, durante
a época do descobrimento do Brasil, pelos carijós, do grupo tupi e pelos
caingangues do grupo jê.
As primeiras expedições exploradoras
Durante o século XVI, a região do atual Estado do Paraná ficou abandonada
por Portugal. Aproveitando-se disto, inúmeras expedições de outros países
visitaram-na. Muitas delas vinham em busca de madeiras de lei. As mais
importantes foram as espanholas, que chegaram a criar núcleos de
povoamento no oeste paranaense.
A colonização espanhola
Entradas e bandeiras
Em 1631, os vicentinos destruíram Ciudad Real del Guairá e Villa Rica del
Espiritu Santo, que foram abandonadas pelos habitantes. Sem condições de
resistir aos ataques dos bandeirantes vicentinos, os jesuítas espanhóis
resolveram abandonar o Guairá, e migraram para regiões mais distantes
com os indígenas que restaram. A destruição das missões, contudo, não foi
seguida de imediato povoamento da região pelos luso-brasileiros. Em
meados do século XVII, com o desenvolvimento da mineração, o alemão
Heliodoro Eobanos, guia de vários bandeirantes, fundou a povoação de
Paranaguá. Com a chegada de muitos moradores, Paranaguá, em 1648 foi
elevada à categoria de vila. No mesmo período e também devido à
mineração surgiu outra povoação: Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos
Pinhais, atual Curitiba, elevada a vila em 1693.
Exploração do ouro
Por alguns anos, os exploradores conseguiram retirar alguma quantidade de
ouro, com muito trabalho e pouco rendimento. A partir do descobrimento do
ouro das Minas Gerais pelos paulistas, no final do século XVII, a reduzida
mineração do Paraná perdeu a importância. A população de Paranaguá
passou a viver somente da agricultura, e nos campos de Curitiba,
permaneceu a criação de gado.