1
A CRISE URBANA BRASILEIRA
2
1950/60, coincidentemente com a implementação dos parques industriais, do confisco
cambial, da redução do desempenho da economia agrária, da liberação da força de
trabalho rural e do conseqüente fluxo migratório no sentido rural-urbano que,
provocando a inflação populacional nas cidades, também causam elevadas pressões
antrópicas sobre os escassos equipamentos e instrumentos da estrutura urbana, em
especial sobre os setores da habitação, sistema viário, saneamento básico, transporte,
energia elétrica, iluminação pública, assistência médico-hospitalar, educação,
segurança pública, mercado de trabalho, áreas de esporte e lazer, mercados,
telecomunicações, alimentação e nutrição, assim configurando a existência de elevados
passivos urbanos em cidades inadequadamente planejadas e insuficientemente
estruturadas.
***
3
A essa contradição demográfico-espacial, acresce a circunstância que dos 8,51
milhões de km2 do território nacional, aproximadamente 15%, são ocupados por águas
interiores, parques indígenas, parques nacionais e cadeias de montanhas, não
utilizáveis em atividades econômicas convencionais. Restam, então, 7,23 milhões de
km2, dos quais 6,8 milhões (723 milhões de hectares) vocacionados a diferentes
tipologias de explotação, dos quais 360 milhões (49,8%) ocupados por atividades
diversas, inclusive mineração, florestas cultivadas, pastagens e extrativismo, e apenas
112 milhões por lavouras com produção de 126 milhões de toneladas de grãos (2005),
cuja produtividade, estimada em 205 toneladas por hectare equivale às mais baixas do
terceiro mundo.
Nesse resumido cotejo de indicadores da economia urbano-rural brasileira
infere-se flagrante dicotomia de desempenho entre espaços cultiváveis, áreas
cultiváveis, habitantes e funções produtivas, à medida que o setor urbano, com 82%
da população ocupando apenas 4,4% do território nacional, elabora 90% do Produto
Interno Bruto, enquanto o setor rural, com 17,8% da população, dispersa em 95,6%
da área geográfica brasileira elabora apenas 10% do mesmo PIB.
Nesse contexto situa-se o impasse social que transforma o Brasil em país
demográfica, econômica e socialmente inviável, visto que a atual crise brasileira
resulta do processo de disfunções e descompassos na dinâmica da correlação de forças
território-população-economia-meio ambiente, na qual a prevalência do setor urbano,
com apenas 4,4% do território mas 82% da população induz, comanda, atrai e
progressivamente destrói segmentos da economia rural e inibe o desempenho da
economia geral, considera-se que no pequeno espaço que lhe é reservado (4,4% do
território nacional), são escassos os recursos naturais disponíveis, e muito baixo o
nível de escolaridade da força de trabalho, razão pelas quais torna-se impossível fazer
o PIB Nacional crescer com elevado grau de sustentabilidade.
4
• Abundante oferta de força de trabalho nativa.
• Recursos financeiros captados no setor primário da economia, mediante operações
de confisco cambial e outras modalidades de apropriação.
• Maciças importações de capitais externos que proporcionaram ingressos de
máquinas, recursos financeiros e tecnologias exógenas.
• Intensiva apropriação de recursos naturais por monopólios e oligopólios
prevalentemente multinacionais.
• Maximização do mercado exportador e minimização do mercado interno, a custos
sociais muito elevados para o conjunto da população.
• Exarcebação do endividamento interno e externo, em 2.005 estimado em US$ 1,8
trilhões.
5
• Por que num país geograficamente grande e rico em recursos naturais, como o
Brasil, a sua população só encontra lugar para sobreviver em periferias urbanas,
gerando megalópoles carregadas de mazelas sociais?
• Por que a população brasileira ainda não tem acesso aos recursos naturais do seu
imenso país, onde 96% das áreas de solos favoráveis para agricultura pertencem a
apenas 5,1% da população e por que 98% dos recursos minerais conhecidos
pertencem a apenas 1,2% dos nacionais?
6
produtividade. Adiantaria numericamente aumentar esses indicadores e continuar o
setor primário a produzir em descompasso com o setor urbano, sabendo-se que nos
últimos anos aumentou o número de titulações rurais, mas não significativo acréscimo
no volume de produção de alimentos direcionados ao mercado interno e de matérias
primas que possam ensejar mais emprego da força de trabalho, ganhos
socioeconômicos e melhoria dos padrões de vida das populações envolvidas, em sua
maioria ainda desempregadas e subnutridas.
Neste enfoque, há de se entender que tais disfunções constituem, a um só
tempo, origem, causa e efeito da exclusão espacial da população rural e sua
conseqüente estratificação social urbana, impostas pelo modelo econômico que desde
a segunda metade do Século XVI se instalou no Brasil, prevalentemente centrado no
modelo produtor-coletor- exportador, sem maiores considerações sobre quem lhe dá
sustentabilidade, como por exemplos a da força de trabalho nativa, os recursos
naturais explotáveis e as tecnologias apropriadas e a dinâmica demográfica interna
que exige, a cada an0, 1,3 milhões de novos postos de trabalho.
7
UM PROJETO MAIOR PARA O BRASIL
8
DIMENSÃO GEOGRÁFICA E ORDENAMENTO SOCIOECONÔMICO REGIONAL
9
O País dispõe de tecnologias apropriadas para explotação e utilização racional dos
recursos naturais em seu espaço geográfico.
10
setores produtivos – reconhecem que ainda é profissionalmente frustrante,
economicamente injustificável e socialmente indesejável que o produto final de suas
intervenções, gerando mais de 70% do PIB nacional, não seja politicamente
direcionado à estruturação de uma ordem socioeconômica mais justa, distributiva e
envolvente da população brasileira, cuja exclusão social alcança mais de 40% dos
nacionais, prevalentemente aqueles residentes em periferias urbanas e em áreas física
e socialmente degradadas que, por vias de conseqüências, aceleram as
contraproducentes processos de desorganização espacial, econômica, social e
ambiental ao imporem condições infra-humanas de moradia, transporte, trabalho,
produção educacional, sanitária, alimentação e nutrição, que reduzem a sobrevivência
biológica de significativos segmentos urbanos e rurais da população.
As causas e os efeitos desses fatos, que confluem para o ponto crucial do
inaceitável impasse social brasileiro, merecem dos profissionais vinculados ao Sistema
CONFEA/CREAs uma análise crítica maior e mais profunda e, por via de conseqüências,
a formulação de propostas concretas para construção de uma nova ordem espacial e
socioeconômica na qual estejam envolvidos todos os agentes propulsores do progresso
nacional, de tal modo que o Estado possa assumir a sua condição política de indutor,
coordenador, provedor, acelerador e interventor no processo de desenvolvimento
econômico e progresso social, à medida que:
• Exerça soberania plena sobre o espaço geográfico nacional, inclusive sobre os recursos
naturais nele existentes.
• Utilize os recursos naturais e a força do trabalho do Brasil, preferencialmente na
edificação de uma nova ordem espacial e socioeconômica na qual a população seja,
ao mesmo tempo, protagonista, verbo, sujeito, predicado, agente gerador e
beneficiário final desse processo.
• Reduza a poluição social nos espaços urbanos e rurais, mediante formulação e
implementação de Planos Regionais de Desenvolvimento Sustentável, envolvendo o
território, a população, a economia e o meio ambiente em um só contexto
geoespacial, geopolítico, geoeconômico e antropológico.
11
Tais sugestões são justificáveis, visto que, historicamente, a crise urbana brasileira
tem suas raízes na velha, arsênica e perversa estrutura fundiária, reconhecidamente
indutora do progressivo aumento das populações urbanas que continuadamente
reduzem os espaços vitais demandados, fatos que, a sua vez, provocaram sucessivas
rupturas na capacidade de suporte dos respectivos territórios e seqüentes rupturas no
tecido social das populações urbanizadas, cujos desdobramentos socioeconômicos,
demográficos, culturais e antropológicos se agravam à medida que o complexo de
necessidades humanas cria, desenvolve e dinamiza o continuado processo de
demandas biológicas, econômicas, sociais, culturais e ambientais que, não satisfeitas,
encadeiam ações, reações e interações de imprevisíveis efeitos psicosociais,
demográficos e geopolíticos locais e regionais que exacerbam a violência urbana a
níveis socialmente intoleráveis e politicamente insuportáveis.
Isto posto, entende-se que a crise urbana brasileira é o efeito retardado de uma
grave crise de posse jurídica mas não econômica do espaço nacional brasileiro, que
urge enfrentar e superar, mediante implementação de programas e projetos de
desconcentração e dispersão da população nos espaços territoriais, ainda praticamente
vazio e economicamente ociosos, utilizando-se a reforma urbana e a reforma agrária
como instrumentos de ação geopolítica, observando-se os padrões de sustentabilidade
recomendados no Estatuto da Terra, no Estatuto da Cidade no Tema 3 da Agenda 21
Brasileira, cuja consolidação foi aprovada na Reunião Rio + 10, realizada em
Johannesburgo, em 2004.
12
URBANÍSTICA
13
ORDENAMENTO REGIONAL INTEGRADO
14
Superestrutura socioeconômica – Conjunto de natureza política, jurídica,
social, cultural, monetária, financeira, comercial e de prestação de serviços
historicamente vinculado ao sistema econômico, à força de trabalho e às demais peças
do aparato produtivo de bens e serviços regionais destinados ao atendimento às
necessidades e demandas da população.
ZEE
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO REGIONAL
15
represamento, geração de energia, navegação, abastecimento público, balneabilidade,
turismo e lazer; os sítios arqueológicos e as paisagens monumentais; as populações
urbanas e rurais; a dinâmica demográfica, a força de trabalho e seu respectivo
potencial produtivo; enfim, tudo o que possa ser utilizado para identificar a Matriz
Ecológica, avaliar as potencialidades e as limitações da Matriz Energética, para
melhor dimensionar e construir a Matriz Socioeconômica compatível com a
capacidade de suporte físico e ecológico do território, consoante as dimensões e porte
dos respectivos equipamentos, instrumentos, meios e modos de atendimento às
necessidades e demandas da população.
METODOLOGIA BÁSICA
16
potencialidades naturais, econômicas e sociais sintetizadas na Matriz Ecológica,
capazes de, em seu conjunto ensejarem as condições favoráveis ao dimensionamento
da Matriz Socioeconômica do território, contendo, entre outros, os seguintes
elementos básicos:
17
• Solos e Aptidões Agrícolas – Mapeamento pedológico e classificação dos solos
segundo suas características morfológicas, físicas, químicas e estruturais para
avaliação de aptidões agrícolas, agropecuária, reflorestamento e usos correlatos.
• Uso do Solo e da Cobertura Vegetal – Levantamento e mapeamento da
vegetação primária e secundária, sua espacialização em florestas, pastagens
naturais e artificiais, agricultura, mineração e assentamento urbanos; áreas de
parques, reservas florestais, unidades de conservação da biodiversidade,
preservação do meio ambiente e de proteção de mananciais; áreas de
reflorestamento, áreas degradadas, barragens, canais e áreas urbanas ou em
processo de urbanização; represamento e formação de corpos d’água naturais e
artificiais, inclusive áreas favoráveis ou impróprias para aterros sanitários,
cemitérios e assentamentos urbanos, rurais, industriais e portuários.
• Geoquímica Ambiental – Mapeamento e identificação da qualidade química das
rochas e dos solos, tendo por objetivo conhecer seus efeitos sobre o meio ambiente
e a saúde pública, mediante análises de sedimentos para determinação dos níveis
de contaminação dos corpos d’água e sua correlação com projetos de irrigação,
navegação, uso público e balneabilidade; mapas de anomalias geoquímicas e
indicadores do estágio de degradação de corpos d’água superficiais e subterrâneos,
condições de potabilidade, salinidade e aproveitamento na economia urbana e
regional, proteção à saúde humana, animal e vegetal.
• Clima – Identificação do macroclima do mesoclima e de suas variáveis climáticas
sazonais, (pluviometria, evaporação, temperatura, radiação solar, insolação,
umidade relativa, freqüências direcionais de ventos), tendo por objetivo conhecer
suas influências sobre a biodiversidade, a hidrografia, as atividades produtivas
sazonais e as disponibilidades hídricas, detalhadas em mapas, gráficos e relatórios
que identifiquem a geografia das águas regionais e locais suas potencialidades e
fragilidade.
• Biodiversidade – Inventário e mapeamento das principais espécies da flora e da
fauna terrestre e aquática, enfatizando as espécies ameaçadas de extinção;
identificação das áreas com potencial para desenvolvimento da pesca e da
piscicultura; recursos da fauna nativa e seu potencial de aproveitamento
econômico; caracterização dos biomas, biotas e ecossistemas naturais, com vistas
a delimitar áreas para desenvolvimento econômico, conservação e proteção
ecológica, ambiental, hídrica, turística e da natureza, florestamento,
reflorestamento, conservacionismo, formação de bancos genéticos e de áreas
favoráveis a assentamentos urbanos e rurais.
18
Mapas da Vulnerabilidade Natural – Nos quais devem ser espacializadas as
potencialidades, fragilidade e suceptibilidades naturais do meio físico hídrico e biótico,
mediante cruzamento de dados geológicos, geomorfológicos, climatológicos,
hidrológicos, pedológicos, florestais e da biodiversidade; determinação da
vulnerabilidade do território a perda de solos por eventos naturais e antrópicos -
desmatamento, explotação florestal, atividades agrícolas, pressões de natureza hídrica,
biológica, eólica e antrópica.
19
Aspectos Jurídico-Institucionais – Definição das principais necessidades,
interesses e prioridades dos grupos humanos localizados no território regional e os
dispositivos legais de apoio às seguintes realizações:
20
Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT - mediante implementação de
programas e projetos de incentivo às atividades econômicas compatíveis com a
capacidade de suporte da matriz ecológica; formular e criar quadros de articulação
político-institucional para gestão pública integrada envolvendo o território, a
população, a economia e o meio ambiente, expressos em bases cartográficas e
relatórios indicativos dos recursos naturais, geologia, geomorfologia, disponibilidades
hídricas superficiais e subterrâneas, geoquímica, uso do solo e da cobertura vegetal,
aptidão agrícola, clima e variáveis climáticas regionais; biodiversidade, vulnerabilidade
natural do território e suas potencialidades econômicas e sociais, para ocupação
urbana e rural, inclusive solos para engenharia, solos para assentamentos urbanos,
solos para agronomia e outras atividades antrópicas; subsídios à gestão regional
sustentável, mediante cenários prospectivos para formulação do processo de
desenvolvimento socioeconômico, observando-se, em cada caso, as necessidades e
demandas da população.
III IV
II
MATRIZ ENERGÉTICA
21
I
MATRIZ ECOLÓGICA
22
PLANO DIRETOR DE ORDENAMENTO REGIONAL - PDOR
Diretrizes Básicas
23
implementação de políticas públicas que, envolvendo suas componentes básicas,
(território, população, economia, meio ambiente), deve, por via de conseqüências,
assegurar o máximo de sustentabilidade e perenidade ao crescimento econômico, ao
progresso social, ao aperfeiçoamento institucional, à proteção ambiental e ao exercício
da cidadania, razão pela qual deve ser elaborado e implementado consoante um
roteiro básico, envolvendoo território e todas as suas áreas, setores e atividades
socioeconômicas, demográficas e biológicas, assim resumidamente esboçado:
Roteiro Básico
2. Do Processo de Planejamento
3. Do Ordenamento Espacial
24
4.1 - Das Ações Governamentais
* * *
25
- Ordenamento Territorial
- Ordenamento Econômico
- Ordenamento Social
- Ordenamento Institucional
- Ordenamento Ecológico e Ambiental
26
ORDENAMENTO REGIONAL INTEGRADO
• ZEE – ZONEAMENTO
ECOLÓGICO
ECONÔMICO • ESPACIALIZAÇÃO • ESPACIALIZAÇÃO • PROTEÇÃO AO MEIO
• Plano Diretor de DEMOGRÁFICA – ZEE ECONÔMICA – ZEE AMBIENTE – ZEE
Ordenamento Territorial; • DESENVOLVIMENTO • D⇒f (Rn, Rh, Rt.Ri.) • Território – População –
• Macro-zoneamento Urbano HUMANO – IDH • Recursos Naturais; Economia – Meio Ambiente.
e Rural; • Força de Trabalho, Mobilidade • Recursos Humanos; • Sustentabilidade aos
• INVENTÁRIO DOS Demográfica, Demandas • Recursos de Capital; processos de crescimento
RECURSOS NATURAIS; Biológicas, Econômicas, • Recursos Tecnológicos; econômico e progresso
• Minerais, Vegetais, Sociais, Espaciais. • Recursos Institucionais; social;
Pedológicos, Biodiversidade, • PROFISSIONALIZAÇÃO DA • INFRA-ESTRUTURA • Melhoria da qualidade de
Ecossistemas, Áreas FORÇA DE TRABALHO ECONÔMICA vida;
Degradadas, • NICHOS ECONÔMICOS; • Energia, Transporte, • Proteção à biodiversidade;
• NICHOS ECOLOGICOS. • NICHOS CULTURAIS. Comunicações, Saneamento • Equilíbrio dinâmico solo –
• Urbanos e Rurais • Urbanos e Rurais Básico, Habitação, Educação, água – clima – flora – fauna
Saúde, Alimentação, Nutrição – Homem – Meio Ambiente;
• Saneamento Básico • Saneamento Básico
27
Esse esquema, embora tenha forte aparência didática, facilita a compreensão da
importância do processo de ordenamento regional e dos objetivos a alcançar, à medida que
enfoca apenas dois parâmetros complementares e interdependentes: Diagnose, e Prognóse,
desdobráveis em cinco enfoques simplificados: ordenamento territorial, ordenamento econômico,
ordenamento social, ordenamento institucional e ordenamento ecológico - ambiental, sintetizados
no seguinte resumo:
Conhecimento da realidade regional, mediante realização de estudos,
pesquisas, investigações e interpretação das condições estruturais e
conjunturais da região envolvendo suas diferentes componentes
Diagnose geográficas, biológicas, socioeconômicas, institucionais e ambientais para
identificação, mensuração e avaliação da espacial e temporal do estágio
atual da conjuntura regional, ao longo de uma série de, pelo menos vinte
anos pretéritos, que enseja a compreensão histórica de recentes
momentos conjunturais e de suas possíveis alterações, consoante
previsto em consistente prognóstico.
28
Transformação das diretrizes políticas previstas no PDOR em programas
e projetos setoriais de ordenamento econômico, progresso social e
proteção ao meio ambiente a cargo do poder público e da iniciativa
privada, nos diferentes setores da economia e do espaço regional.
29
DIAGNOSE
30
PROGNOSE
31
• Ordenamento Econômico - visando o crescimento da economia regional como suporte ao
ordenamento social, consoante a capacidade de suporte da Matriz Ecológica.
ORDENAMENTO TERRITORIAL
PDOT
Abrangência Funcional
32
• Delimitar as áreas de preservação ambiental e de interesse científico e paisagístico.
Para alcançar essa abrangência, o processo de ordenamento regional deve observar três
condições básicas, ambas indispensáveis ao processo de ordenamento espacial, socioeconômico,
demográfico e ambiental, como pressupostos básicos aos processos de atendimento às demandas
populacionais, observadas as potencialidades, fragilidade e restrições constantes do respectivo
ZEE.
33
telecomunicações, represamento hídrico, açudagem, armazenagem e transporte da produção,
habitação, abastecimento alimentar e demais aportes socioeconômicos. Nesse caso, a
organização espacial do território regional deve contemplar, em especial, a criação de espaços
adequados à estruturação de atividades produtivas e conservacionistas, indicados na matriz
ecológica, visando, entre outros objetivos:
• Criar espaços agrários, minerários e energéticos hierarquizados por funções prevalentes, de
modo a ensejar organicidade e sustentabilidade ao desempenho às suas respectivas funções
produtivas nos setores de atividades agrícolas, agropecuárias, extrativismo, mineração,
produção e transporte de energia elétrica e hidráulica, beneficiamento de matérias primas
indispensáveis ao atendimento do complexo de demandas das populações urbanas e rurais.
• Criar e demarcar áreas de apoio às atividades rurais estruturadas em núcleos rurais, colônias
agrícolas, agrovilas e rurópolis, as duas primeiras prevalentemente rurais e as últimas, com
estrutura urbana definida, desenvolvendo atividades agroindustriais, habitacionais e serviços
de apoio às atividades produtivas rurais.
• Criar e delimitar áreas de proteção, conservação e preservação de monumentos geológicos,
paisagísticos, paleológicos, arqueológicos, hidrológicos, áreas de proteção a mananciais e áreas
de proteção aos recursos naturais e à biodiversidade e outras unidades de conservação
indispensáveis à preservação da vida no planeta.
• Criar e delimitar áreas destinadas a assentamentos urbanos e agro-industriais ecologicamente
adequados.
• Criar e demarcar áreas favoráveis à organização do sistema viário regional e de seus terminais
de cargas e passageiros.
34
PDOT
Abrangência Econômica
Nessa visão multidisciplinar, o ordenamento econômico do espaço regional deve ser visto
e entendido como instrumento de geração do ordenamento do espaço social organizado, desde
que centrado em atividades vinculados ao mercado de trabalho, e à produção, comércio,
indústria, serviços e renda, expressos em produto interno bruto, renda per-cápita, índices de
35
desenvolvimento econômico, progresso social e desenvolvimento humano, principais indicadores
do complexo de sustentabilidade espacial, biológica, econômica, social, política, cultural das
populações envolvidas, sempre perseptiveis à medida que aumentam as componentes e as
pressões demográficas que continuadamente diversificam e aperfeiçoam os instrumentos de
atendimento às suas próprias necessidades e demandas.
PDOT
Abrangência Social
Para alcançar tais objetivos, o planejamento social deve conter, entre outras, as seguintes
propostas, programas e projetos, espacializados no Território, consoante as potencialidades e
fragilidades da respectiva Matriz Ecológica, e da Matriz Energética para suporte da Matriz
Econômica, no contexto do ordenamento regional:
36
áreas de núcleos urbanos, assentamentos rurais, minerários, energéticos e urbano-rurais,
definidos no ZEE e incluídos nos programas e projetos de ordenamento socioeconômico
regional.
• Capacitação da força de trabalho para dominar e aplicar tecnologias apropriadas à geração,
deflagração e propagação dos processos produtivos nos três setores da economia regional.
• Profissionalização da população adulta em centros de capacitação da força de trabalho, para
atuar nas diferentes atividades da economia regional.
• Promover, em consonância com as diretrizes federais e estaduais, a elaboração e a
implementação de planos diretores de desenvolvimento urbano, nos termos do Estatuto da
Cidade, e de desenvolvimento rural, nos termos do Estatuto da Terra, mediante convênios
com agências governamentais.
• Promover, em consonância com agências públicas federais, estaduais e municipais a
implementação de programas e projetos de habitação, saneamento básico, assistência médico
hospitalar, mercado de trabalho e promoção social, tomando-se como meta a alcançar os
indicadores sociais adotados pela Organização das Nações Unidas.
Nesse ponto deve-se fazer referencia ao que em 1960 disse o mestre Celso Fundado:
37