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À imagem e semelhança

De Evana Ribeiro

Capítulo 76
CENA 1 – CASA DA FAMÍLIA PRADO/QUARTO DE VALENTINA – INT – DIA
Continuação da cena final do capítulo anterior.

VALENTINA – O que aconteceu, Milena? De repente você ficou esquisita.

MILENA – Não foi nada, esquece... É que de repente eu pensei em uma besteira
aqui, mas foi uma besteira mesmo, liga não.

VALENTINA – Ah, tá...

Milena vira a página do álbum. Elas continuam conversando (fora de áudio).

CORTA PARA

CENA 2
Tomada aérea de São Paulo, indicando a passagem de algumas horas.

CORTA PARA

CENA 3 – HOSPITAL/SALA DE ESPERA – INT – TARDE


Luigi e Meire estão sentados, conversando. Giulia e Daniel entram. Ao vê-
los chegar, Luigi levanta-se imediatamente e vai ao encontro do casal, sendo
seguido por Meire.

GIULIA – Oi, pai.

LUIGI – Já tava na hora, né, mocinha?

GIULIA – Desculpa... É que eu não... Eu não tava com o celular por perto, só fui
receber a ligação um tempão depois.
LUIGI – E esse aí do seu lado, quem é?

DANIEL – Eu sou Daniel, professor da Giulia lá na universidade e...

GIULIA (interrompe) – E pai da filha da Lila.

DANIEL – Sim. Como elas estão?

MEIRE – Lila e Laura estão muito bem, obrigada. (t) Giulia, acho melhor você ir
vê-la no quarto. Ela já perguntou por você um monte de vezes.

GIULIA – Ok. Me leva lá.

Giulia e Meire saem. Luigi olha para Daniel, desconfiado. Este evita olhar nos
olhos de Luigi.

CORTA PARA

CENA 4 – HOSPITAL/QUARTO DE LILA – INT – TARDE


Lila amamenta Laura. Uma enfermeira está ao lado dela, observando. Meire
entra sozinha no quarto.

MEIRE – E como está nossa mocinha?

LILA – Com muita fome!

MEIRE – Que bom...

LILA – E Giulia, já chegou?

MEIRE – Agorinha a pouco. Tá aqui fora, doida pra ver você e a Laurinha.
LILA – Então diz pra ela entrar logo!

MEIRE – Certo.

Meire sai. Lila termina de amamentar a filha. Giulia entra sozinha.

GIULIA – Oi...

LILA – Mui amiga você, não é?

GIULIA – Eu vim o mais rápido que pude.

LILA – E eu pensando que ia ter minha melhor amiga aqui na hora mais
importante da minha vida!

GIULIA – Eu também queria estar aqui na hora que ela nascesse. Mas acho que
ela quis se adiantar um pouquinho...

LILA – Isso é verdade.

GIULIA – É Laura, né?

LILA – É. Decidi na hora. Olhei pro rostinho dela e pensei “nossa, vai ser Laura!”

Giulia ri.

LILA – Seu pai deu a idéia de chamar de Daniela, mas eu não quis. Você sabe por
que.

GIULIA – Sei... Aliás, se não for te encher muito, posso falar uma coisa do Daniel?
LILA – Logo agora?

GIULIA – Só se não for te aborrecer. Se for, deixa pra lá.

LILA – Não, pode falar.

GIULIA – Certo. (t) São três coisas. A primeira é que ele resolveu assumir a
paternidade da Laura.

LILA – Era o mínimo que eu esperava dele...

GIULIA – A segunda é que ele veio comigo.

Segue-se um instante em silêncio.

LILA – E a terceira?

GIULIA – Bem... A terceira pode esperar um pouquinho. Você quer conversar com
ele?

LILA – Agora não.

GIULIA – Tá certo. (t) Agora deixa eu ver mais de perto a minha afilhada!

Giulia se aproxima de Lila, que dá o bebê para que ela segure.

GIULIA – Nossa, dá um medo... Ela é tão pequenininha! (t) Oi, Laura! Eu sou a
sua dinda Giulia.

Fecha no rosto de Giulia, sorrindo enternecida.


CORTA PARA

CENA 5 – HOSPITAL/SALA DE ESPERA – INT – TARDE


Daniel e Luigi estão sentados lado a lado, sem se olharem. Meire chega.

MEIRE – Pronto, elas já estão lá, conversando e rindo.

DANIEL – Quando vou poder ver a menina?

MEIRE – Assim que ela for para o berçário.

DANIEL – Bem... Enquanto isso, poderia falar com o senhor, seu Luigi?

LUIGI – Sobre o quê?

DANIEL – Sobre sua filha.

LUIGI – E o que tem a Giulia? Qual é o problema?

DANIEL – Calma, não é problema nenhum. Quer dizer, eu não vejo isso como um
problema, e ela também não.

LUIGI – O que é, homem? Fala logo!

MEIRE – Acho que eu já sei o que é...

DANIEL – Senhor Luigi, eu estou completamente apaixonado pela sua filha. E ela
também gosta de mim.

LUIGI – É o quê?
MEIRE – Sabia que se não fosse isso, era quase...

LUIGI – Você sabia disso, Meire?

MEIRE – Saber eu não sabia! Mas suspeitava.

DANIEL – Eu tô falando isso porque as minhas intenções com ela são muito
sérias. (t) Eu quero me casar com ela, caso o senhor não tenha nada contra.

LUIGI – Casar com ela? Mas... Ela tá sabendo disso?

DANIEL – Na verdade eu ainda não falei em casamento com ela. Quer dizer, falei,
mas nada oficial. Queria saber se o senhor aprovava, porque quero fazer tudo
direitinho. Assim que sair o meu divórcio, quero casar com ela no civil e no
religioso.

Giulia entra, sorrindo.

LUIGI – Filha, vem cá.

GIULIA – Tô aqui.

LUIGI – O... O Daniel aqui me falou um negócio, quero que você me confirme.

GIULIA – Tá... Tá bom.

LUIGI – Vocês dois tão namorando?

GIULIA (espantada) – Ele... Disse isso?

LUIGI – Mais ou menos. Mas disse que queria casar com você. (t) Você quer?
DANIEL – Já expliquei tudo pra ele. Agora que seu pai já tá sabendo, você
acredita na seriedade das minhas intenções?

GIULIA – Eu... Bem...

DANIEL – Não me diga que eu preciso fazer mais alguma coisa pra provar que eu
te amo mais que a minha vida!

LUIGI – Ah... Quer dizer que a senhorita anda testando o moço, é?

GIULIA – Eu não chamo isso de teste.

DANIEL – Pois pra mim foi teste sim. E eu passei em tudo, com louvor.

LUIGI – Questa è mia bambina!

MEIRE – Tá orgulhoso da filhinha, é?

LUIGI – Só estou! Minha filha é mais espertinha do que eu pensei.

DANIEL – Mas o senhor dá sua bênção pro casamento?

LUIGI – Se ela quiser casar...

Giulia olha para o teto por uns instantes.

DANIEL – Você quer?

GIULIA (olhando para cima) – Peraí, tô pensando.


DANIEL – Não aceito um não como resposta.

GIULIA (olha para Daniel, bem séria) – Ok, você venceu, seu insistente.

DANIEL – Eu sabia que você ia aceitar. Eu sempre soube. Só que você insiste em
bancar a difícil...

GIULIA – Olha que eu posso mudar de opinião!

DANIEL – Não, isso não!

Giulia ri.

CORTA PARA

CENA 6
Tomada aérea de Londres.

CORTA PARA

CENA 7 – CASA DE LAYLA/QUARTO DE AMANDA E ISAAC – INT – TARDE


Isaac se arruma para sair, diante do espelho. Amanda, sentada na cama, o
observa.

AMANDA – Ike... Pra onde você tá indo a essa hora?

ISAAC – Vou resolver umas coisas de trabalho.

AMANDA – Sobre o caso da Angela?

ISAAC – É.
AMANDA – Você só tem pensado nisso ultimamente...

ISAAC – Mas é porque estou pensando em você e no bebê.

AMANDA – Seria tão bom se estivéssemos morando na nossa casinha... Só assim


eu me sentiria casada de verdade.

ISAAC – Quer dizer que você ainda não se sente casada?

AMANDA – Não é bem assim. Mas morar com os pais depois do casamento...

ISAAC – É por pouco tempo, te garanto. É só eu conseguir solucionar o caso da


Angela que eu vou ganhar um salário maior, aí podemos comprar nosso
apartamento.

AMANDA – A gente podia juntar o seu dinheiro e o meu. Dava pra comprar um
apartamento legal.

ISAAC – Não, eu não quero que você gaste seu dinheiro com isso. Gaste com
você e com nosso filho.

AMANDA – Como queira. (t) Você acha que falta pouco pra solucionar a questão?

ISAAC – Acho que sim. Hoje vou a um orfanato lá em Liverpool, acho que lá
podemos obter alguma informação.

AMANDA – Minha mãe foi lá e não conseguiu nada.


ISAAC – Claro, meu amor. Ela não é da polícia, não tem por que se envolver
nessa história. Nesse ponto eu concordo com o seu pai. Ela pode até acabar
atrapalhando.

AMANDA – Acho que mamãe nunca faria isso.

ISAAC – Voluntariamente não, é claro. Mas ela pode acabar fazendo algo errado
sem querer, entende?

AMANDA – Sei...

ISAAC – Mas não se preocupe com isso... Pense no nosso filho.

Amanda concorda com um aceno de cabeça. Isaac a beija e acaricia sua


barriga, saindo em seguida.

CORTA PARA

CENA 8 – APARTAMENTO DE MICHAEL E MONIKA/SALA – INT – TARDE


Monika entra na sala pisando duro, muito aborrecida, e cai no sofá. Fecha
na expressão de raiva de Monika, que morde o lábio inferior.

MONIKA – Que droga, que droga! Maldita menstruação, tinha que chegar agora!
Logo agora que eu quero tanto ter um filho do Michael...

Liv entra na sala, tímida.

LIV – Monika...

MONIKA – O que foi, Liv?


LIV – Você pode me ajudar com...

MONIKA (interrompe, tentando conter a irritação na voz) – Não, queridinha, não


posso ajudar. Tô com dor de cabeça.

LIV – É que o papai não tá em casa.

MONIKA (brava) – Eu sei que o seu pai não tá em casa! Ele saiu pra trabalhar!
Espere ele voltar, tá bom?

LIV – Tá...

Liv fica calada, num canto da sala, olhando fixamente para Monika.
Instantes depois Monika levanta e vai para perto dela.

MONIKA – O que você está olhando, hein, menina?

LIV – Nada.

MONIKA – Então vai pro seu quarto! Não quero ver você na minha frente. Vai, vai
logo, garota!

LIV – Por que você não gosta de mim?

MONIKA (respira fundo) – Liv, eu gosto de você. (t) Mas eu estou muito nervosa e
quero ficar sozinha.

LIV – Por quê?

MONIKA – Porque eu achei que ia te dar um irmãozinho, mas foi alarme falso.
LIV – Mas eu não quero um irmãozinho.

MONIKA – Você não tem que querer nada, Liv. Eu quero, seu pai quer, e nós
vamos ter outro filho! Mais cedo ou mais tarde, vai ter um irmãozinho ou irmãzinha
em casa.

LIV – Não quero!

MONIKA – Sai daqui, menina... Senão eu vou acabar fazendo uma coisa que eu
não quero!

A campainha toca. Liv sai correndo. Monika, tremendo, atende. Laurie entra
com Marianne.

LAURIE – Oi, Monika. O que houve com você?

MONIKA – Nada, eu só... Descobri que não estou grávida.

LAURIE – Isso não é motivo pra ficar tão nervosa. Você casou há pouco tempo,
vai ter tempo de sobra para ter quantos filhos quiser.

MONIKA – É, você tem razão. Mas eu tinha muita fé que seria dessa vez,
entende?

LAURIE – Entendo sim. (t) Bem hoje eu trouxe Marianne para ficar mais com
vocês.

MONIKA – Vai sair de novo hoje?

LAURIE – Não, hoje vou receber Ian para jantar.


MONIKA – Hm... Me responde uma coisa. (t) Você está interessada nele?

LAURIE (sorrindo) – Sim, estou. Muito interessada.

MONIKA – Imaginei. Seus olhares pra ele diziam isso.

LAURIE – Pois é. O chamei para jantar... Tomara que seja uma noite muito
agradável.

MONIKA – Por isso que está trazendo a Marianne, não é?

LAURIE – Sim. Não me sentiria muito à vontade se tivesse mais alguém na casa.

MONIKA – Sei como se sente. (t) Também tenho muita vontade de mandar minha
enteada para a casa da avó.

LAURIE – Nossa, quanta raiva dessa menina!

MONIKA – Não é raiva. Ela é até fofinha. (t) Mas é muito mimada e eu quero
mudar isso.

LAURIE – Claro que é mimada. Filha única...

MONIKA – Por isso faço tanta questão de engravidar logo, entendeu? Ela precisa
entender que não pode ser sempre o centro das atenções.

LAURIE – Sim... Agora preciso ir, tenho que arrumar as coisas para o jantar.
Beijos!

Laurie sai. Monika suspira e entra pelo corredor, com Marianne.


CORTA PARA

CENA 9 – CASA DE LAYLA/CORREDOR – INT – TARDE


Amanda sai do quarto apressada. Darren a interpela no meio do corredor.

DARREN – Ei, Amanda. Não corre assim... Você pode bater em algo por aí.

AMANDA – Mas eu não tô correndo. Tô andando como sempre.

DARREN – Sei lá... Agora que você tá grávida acho que tem que andar bem
devagarinho...

AMANDA – Bobagem.

DARREN – Vai pra onde?

AMANDA – Lá na cozinha... Tô com um desejo louco de comer sanduíche de


pasta de amendoim.

DARREN – Não quer que eu vá fazer pra você?

AMANDA – Não precisa, irmãzinha. Eu mesma vou lá e faço num minuto.

DARREN – Acho melhor você ficar no quarto...

AMANDA – Ai, Darren! Eu sou apenas uma grávida, não uma doente em
quarentena. Não se preocupe tanto.

DARREN – Tá bom, já que insiste...

Amanda dá um beijo na testa de Darren e sai.


CORTA PARA

CENA 10 – CASA DE LAYLA/ESCADA – INT - TARDE


Travelling do começo da descida de Amanda. Ela não presta muita atenção
aos degraus. De repente ela perde o equilíbrio e desce rolando a escada. Ao
chegar ao chão, ela começa a gritar. Darren aparece no alto da escada e desce
correndo para perto da irmã.

DARREN – Amanda!!

AMANDA – Chama a mamãe, chama o papai, chama o Ike!

DARREN – Eu... Eu vou chamar uma ambulância! Não se mexe.

AMANDA – Eu não consigo me mexer! Dói demais... A minha barriga.

DARREN (se afastando) – Calma, mantém a calma.

AMANDA – Será que eu vou perder o bebê?

DARREN – Não! Você não vai perder, não pensa nisso.

Darren pega o telefone sem fio e, tremendo, começa a discar.

CORTA PARA

CENA 11 – APARTAMENTO DE MICHAEL E MONIKA/QUARTO DE MONIKA –


INT – TARDE
A porta do quarto está aberta e Marianne está sozinha. Liv passa na frente
do quarto e ao vê-la, entra devagar, demonstrando um pouco de medo. Ela senta-
se na cama, de frente para a cadeira de rodas, e fica olhando para Marianne por
alguns instantes, sem falar nada.

LIV – Oi... Lembra de mim? Meu nome é Liv. (t) E você é Marianne, não é? (t)
Você é tão bonita...

Marianne esboça um sorriso. Liv sorri de volta.

LIV – Você é mais bonita que a Monika. (t) Ela não gosta de mim... Ela é má.

MARIANNE (baixinho) – Não... Não...

LIV – Ei... Você fala! Fala de novo, fala de novo!

Close no rosto de Marianne.

CORTA PARA

CENA 12 – LONDRES/HOSPITAL/SALA DE ESPERA – INT – TARDE


Johann, Layla e Darren estão sentados, muito nervosos e apreensivos.
Darren e Layla choram. Isaac chega correndo.

ISAAC – Onde é que ela tá?

LAYLA – Foi levada para a sala de cirurgia.

ISAAC – Mas o que aconteceu?

LAYLA – Vão ter que fazer o parto agora...

ISAAC – Mas ainda não é hora!


LAYLA – Sim, não é! Mas a queda da escada acabou apressando tudo e...

ISAAC – Ela corre algum risco?

DARREN – Não sabemos! Já faz mais de uma hora que ela foi pra lá e até agora
ninguém dá notícia nenhuma...

JOHANN – Um minuto. Acho que o médico que atendeu Amanda acabou de sair.

LAYLA – Eu vou falar com ele!

JOHANN – Não, Layla. Deixe que eu vou.

Johann levanta e vai em direção ao médico. Eles conversam brevemente,


fora de áudio. Instantes depois, ele volta, com uma expressão grave no rosto.

ISAAC – O que foi que ele disse?

JOHANN – A cirurgia acabou agora a pouco. Amanda foi levada para o quarto e
menino para a UTI neonatal.

LAYLA – Isso quer dizer que ele corre algum risco?

JOHANN – Infelizmente, sim. (t) Ele nasceu muito antes do tempo previsto, as
chances dele não são muito grandes.

ISAAC – Ai, meu Deus...

DARREN – A gente precisa acreditar em um milagre. (t) Se Deus quiser, o bebê


vai sobreviver e vai ter uma grande história pra contar quando for maior!
CORTA PARA

CENA 13
Tomada aérea de Recife no começo da noite.

CORTA PARA

CENA 14 – CASA DE JAIRO/QUARTO DE LUCIANA – INT – NOITE


Luciana está deitada, olhando para a parede. Jairo entra.

JAIRO – Tá dormindo ou acordada?

LUCIANA – Acordada... Pode falar.

JAIRO – Levanta, o assunto é sério.

Luciana senta na cama.

LUCIANA – Pronto.

JAIRO – Primeiro quero que você me explique que contas absurdas são essas.
(mostra a ela os envelopes de contas)

LUCIANA – As coisas que eu comprei enquanto estive em Recife. Tava


precisando.

JAIRO – De roupas, sapatos, maquiagem? Desde quando isso virou item de


primeira necessidade?

LUCIANA – Pro meu trabalho era importante sim!


JAIRO – Mas que raio de trabalho é esse que te vez gastar essa dinheirama toda?

LUCIANA (baixando os olhos) – Eventos.

JAIRO – Luciana...

LUCIANA – É verdade, pôxa!

JAIRO – Tudo bem, eu acredito em você. (t) Agora me explica por que sumiu todo
esse tempo sem dar uma noticiazinha sequer.

LUCIANA – Eu sumi por duas razões. (t) Primeiro porque estava muito ocupada
no trabalho e... Segundo porque eu sofri aquele acidente.

JAIRO – Disseram no hospital que você tinha sido espancada.

LUCIANA – Eles só me acharam, não sabem de nada!

JAIRO – Luciana, seja o que for, é melhor você falar a verdade... Esses
hematomas aí no seu rosto e no seu braço só confirmam o que o pessoal do
hospital disse. (t) Pode falar sem medo.

LUCIANA – Tenho medo que Talles saiba e se envergonhe de mim, mas eu fiz
tudo pensando em dar um futuro melhor pra ele!

JAIRO – O que você andou fazendo, Luciana?

Luciana fica de cabeça baixa por alguns instantes. Depois, olha para Jairo.
LUCIANA – Tá bom, eu vou falar tudo. Mas por favor, não conta pra ninguém...
Muito menos pro Talles!

JAIRO – Tá, eu prometo! Agora começa a falar.

LUCIANA – Bem, quando eu deixei Talles aqui na sua casa, eu tava indo pra
Recife a convite de um amigo, um ex-namorado que disse que tinha um serviço
bom pra mim lá. Tava precisando de grana mesmo, o salário no meu trabalho lá
em Caruaru tava pouco pro que eu queria dar pro menino e eu fui. (t) Quando eu
cheguei lá... Só quando eu cheguei lá é que descobri de que se tratava a coisa. Eu
ia ter que trabalhar como prostituta.

JAIRO – E você aceitou isso assim, sem problema nenhum?

LUCIANA – Eu não queria, mas ia fazer o quê? Já tinha pego caras piores antes,
você deve se lembrar... Aí eu comecei a usar o nome de guerra de Milena e fui em
frente. Meus clientes até que não eram os monstros do armário; e pagavam bem,
o que me interessava mais. (t) Só que aí um dia eu dei azar. (t) Um cliente doido
começou a me procurar, e toda vez que a gente saía ele me batia. Um dia eu me
abusei, disse que não aceitava mais que fosse daquele jeito, e foi pior. (t) Ele e o
cara que me arrumou o trampo, e que eu achei que fosse meu amigo, me
pegaram, bateram até cansar e o resto você já sabe.

JAIRO – Espera... Só uma coisa. (t) Qual foi o nome que você disse que usava
como nome de guerra?

LUCIANA – Milena. Por quê?

JAIRO – Caramba! Agora tá tudo explicado...

LUCIANA – O que tá explicado, pelo amor de Deus?


Jairo sai correndo do quarto e volta instantes depois com um papel na mão.

JAIRO – Leia isso. (entrega o papel para ela)

LUCIANA (depois de ler em silêncio) – Eu não acredito que eles tiveram a


capacidade de fazer isso!

JAIRO – Pois é. Nós pensamos que fosse a Milena do Manoel aqui do lado,
porque ela tinha ido pro Recife pouco tempo antes, com a Ana Paula. (t) Mas era
você... E as meninas estavam sãs e salvas o tempo todo!

LUCIANA – A verdade é essa. E fica só entre nós, tá legal?

JAIRO – Se depender de mim, levo esse segredo pro túmulo.

CORTA PARA

CENA 15 – CASA DE JAIRO/SALA – INT – NOITE


Não há ninguém na sala. O telefone começa a tocar. Talles entra correndo
e atende.

TALLES – Alô. (t) Cela!

CORTA PARA

CENA 16 – CASA DE MEIRE/SALA – INT – NOITE


Marcela conversa ao telefone com Talles. Flora está ao lado dela.

MARCELA – Oi, Talles, tudo bem? (t) Aqui tá tudo certinho. A gente só teve tempo
de ligar agora porque aconteceu um monte de coisa por aqui. (t) Que legal! Ela tá
bem? (t) Legal. Olha, eu esqueci de um negócio... Aquela carta doida ficou
comigo. Aí eu pensei que a mamãe podia tentar ler aquele negócio. Quer? (t) Tá
certo, assim que ela chegar do hospital eu peço pra ela ler. Agora fica falando com
a Flora aqui um pouquinho.

Marcela dá o telefone para Flora.

FLORA – Oi, Talles! (t) Não, a mamãe não tá doente. É que a Lila, amiga dela que
mora aqui, acabou de ter uma filha. O nome dela é Laura.

A campainha toca. Marcela abre a porta e dá de cara com Ana Paula.

ANA PAULA – Eu não acredito!

MARCELA – Aninha!

Elas se abraçam.

MARCELA – Mamãe disse que você tava muito ocupada com uma peça aí...

ANA PAULA – É verdade. Mas tirei uma horinha pra vir falar um negócio sério com
ela. Ela tá aí?

MARCELA – Não, tá no hospital com a Lila. A filha dela nasceu.

ANA PAULA – Será que ela demora?

MARCELA – Acho que não. Enquanto isso a gente fica conversando...

Ana Paula e Marcela continuam conversando fora de áudio.


CORTA PARA

CENA 17 – CASA DA FAMÍLIA PRADO/SALA – INT – NOITE


Alice está sozinha, assistindo a um DVD. O telefone toca. Ela dá ‘pause’ no
vídeo e atende a ligação.

ALICE – Alô. (t) Como? (t) Não, é que eu não esperava... Estou bem, sim. (t)
Valentina está razoavelmente bem... Muito triste, mas não está doente. E as
investigações? Algum progresso? (t) Bom. Direi a ela. (t) Não sei, acho que ela
está dormindo, mas vou passar o recado. (t) Eu é que agradeço. Até breve.

Alice desliga o telefone, impressionada.

ALICE – Meu Deus... Herman vem pra cá!

CORTA PARA

CENA 18 – CASA DA FAMÍLIA PRADO/QUARTO DE VALENTINA – INT – NOITE


Valentina está deitada na cama, apática, cercada por álbuns de fotos. Ouve
batidas na porta.

VALENTINA – Tá aberta!

ALICE (entrando) – Oi, Tininha. Posso falar com você?

VALENTINA – Pode, mãe. Você sempre pode...

ALICE – Adivinha quem ligou?

VALENTINA – Não faço a menor idéia...


ALICE – Herman!

VALENTINA (levantando bruscamente) – Ele disse alguma novidade sobre as


buscas?

ALICE – Não encontraram nada da Angie fora do país. Quer dizer, não nos países
onde estavam procurando. (t) Mas não foi isso que ele pediu para dizer a você.

VALENTINA – O que foi, então?

ALICE – Ele está vindo pra cá.

VALENTINA – Quando?

ALICE – Em uma semana.

Em Valentina,

CORTA PARA

CENA 19
Tomada do bar Sacripantas.

CORTA PARA

CENA 20 – BAR SACRIPANTAS – INT – NOITE


Não há muita gente no bar. Giulia e Daniel namoram em uma das mesas.
Ana Paula conversa com Meire no balcão.

ANA PAULA – É, mãe, já vi que não tem mais jeito. Vou deixar o Raul.
MEIRE – E vem morar comigo, Lila, Laurinha e suas irmãs, não é?

ANA PAULA – Ainda tem um espacinho pra mim?

MEIRE – Ah, minha filha, que pergunta boba! É claro que você pode vir pra cá e
ficar quanto tempo quiser.

ANA PAULA – Então virei amanhã mesmo.

MEIRE – E como fica o trabalho?

ANA PAULA – Não preciso dele pra mais nada. Alguns conhecidos lá do teatro me
deram uns toques pra testes, e eu tô fazendo. Amanhã mesmo tenho teste pra
participar de um comercial.

MEIRE – Mas ele não pode te prejudicar em alguma coisa?

ANA PAULA – Se ele tentar, me ferrar, pode crer: levo ele junto.

Corta para a entrada do bar, por onde entram Milena, Leon e Jerri. Milena
vai na frente, olhando para os lados.

LEON – O que foi, Mi?

MILENA – Tô procurando o Vinícius.

LEON – E o que você quer com ele?

MILENA – Eu só preciso falar um negócio rapidinho. É sobre a Valentina.


Vinícius aparece do lado oposto, mas não vê Milena. Ela corre atrás dele,
deixando os rapazes para trás.

JERRI – Enquanto isso a gente procura uma mesa legal e pede umas brejas.

Jerri e Leon escolhem uma mesa do lado direito, que está mais vazio. Corta
para Milena e Vinícius, que estão perto do palco, no lado esquedo.

VINÍCIUS – O que aconteceu, Milena?

MILENA – É que eu precisava falar uma coisa sobre a sua filha.

VINÍCIUS – O que tem ela? Acharam? Ela tá bem?

MILENA – Não é isso. É que... Você lembra da filha da Karen e do Julian, que a
gente conheceu?

VINÍCIUS – Mais ou menos. Não sou muito bom fisionomista. Mas o que tem a ver
essa menina com a minha filha?

MILENA – Você lembra que ela também se chama Angela?

VINÍCIUS – Tá, mas e daí?

MILENA – E daí que se elas são impressionantemente iguais! Tenho até medo
disso, mas quando vi a foto de Angela com Valentina a primeira coisa que passou
pela minha cabeça foi que não existem duas Angelas, e sim uma, que é a filha da
Tininha e está com Julian e Karen.

VINÍCIUS – Isso é muito louco!


MILENA – Mas faz sentido, oras!

VINÍCIUS – E Valentina sabe disso?

MILENA – Ninguém sabe, fiquei com um pouco de receio de contar. Como você
conhece a menina...

VINÍCIUS – Só que você deve lembrar que eu nunca vi a minha filha.

MILENA – Eu vou dar um jeito de tirar uma foto do álbum e trazer pra você. Ou
então você pede pra ela te mostrar.

VINÍCIUS – E se for ela mesma, o que a gente faz?

MILENA – A gente fala com eles, ué. Explica toda a situação e pronto, tá resolvido
o problema. Quer dizer, pelo menos parte dele.

Corta para a mesa de Leon e Jerri. Eles estão bebendo, quando Jerri olha
na direção do balcão e vê Ana Paula conversando com Meire. Jerri levanta.

LEON – O que foi?

JERRI – Olha pra frente.

LEON – Sim, o que tem?

JERRI – Tu não tá vendo, cara? Aquela ali é a Ana Paula!

LEON – Ana Paula? Aqui?

JERRI – Eu vou lá falar com ela.


Jerri vai até o balcão. Ana Paula não o vê se aproximar. Ele pára perto dela
e toca seu ombro. Ana Paula olha para trás e não reage ao ver Jerri.

JERRI – Oi, Aninha. Há quanto tempo, né?

ANA PAULA – O que... O que você está fazendo aqui?

MEIRE – Vocês se conhecem?

JERRI – Eu fui casado com ela. Meu nome é Jerri.

MEIRE – Eu sou Meire, mãe da Ana Paula.

JERRI – Prazer em conhecê-la.

ANA PAULA – Mas como você veio parar aqui?

JERRI – Vim com Leon e Milena, porque ela tinha passado em uma seleção para
novos cantores. Infelizmente não foi pra terceira fase, mas está tudo dando certo
pra ela, acho que em breve vai gravar um CD.

MEIRE – Ah, agora eu tô te reconhecendo! Você é aquele rapaz que subiu na


mesa pra anunciar uma menina, não foi?

JERRI – Isso mesmo.

MEIRE – Que é Milena, amiga da Aninha?

ANA PAULA – Nossa, que mundo pequeno!


Leon e Milena se aproximam do grupo.

LEON – É você mesma, Aninha?

Ana Paula olha para Milena e Leon, e abraça Milena.

ANA PAULA – Menina!

MILENA – Tu quase matou a gente de susto, criatura!

ANA PAULA – Mas foi por uma boa causa. Pelo menos em parte...

MILENA – O que você tá fazendo?

ANA PAULA – Ah, agora eu tô estrelando uma peça...

A conversa continua, fora de áudio.

CORTA PARA

CENA 21
Tomada de Londres.

CORTA PARA

CENA 22 – APARTAMENTO DE LAURIE/SALA DE JANTAR – INT – NOITE


Ian e Laurie terminam o jantar e conversam. Laurie está um pouco inquieta,
demonstrando ligeira insatisfação.

IAN – Sabe, Laurie... Acho que muito em breve teremos uma bela surpresa.
LAURIE – É? Do que se trata?

IAN – De Marianne.

LAURIE – Ah, sim... Sua preocupação com ela é notável! (bebe um pouco de
vinho)

IAN – Foi de longe o caso mais interessante que eu já vi. Não que os outros não
sejam, mas...

LAURIE – Você é tão ocupado... Não tem tempo para ter vida pessoal, uma
namorada, talvez?

IAN – Já fui casado. Mas não deu muito certo...

LAURIE – E tem filhos?

IAN – Não. Não tive tempo, o casamento durou muito pouco.

LAURIE – Não gostaria de ter?

IAN – Para falar a verdade, eu não sei. Tenho dúvidas sobre minha capacidade de
ser um bom pai.

LAURIE – Pois eu acho que você seria um excelente pai. (t) Qualquer mulher
ficaria muito feliz em ser mãe dos seus filhos.

IAN – Mas por enquanto meus ‘filhos’ são meus pacientes.

LAURIE – Sei...
Laurie bebe mais um pouco de vinho e olha para o lado, entediada.

CORTA PARA

CENA 23
Tomada de São Paulo.

CORTA PARA

CENA 24 – BAR SACRIPANTAS – INT – NOITE


Ana Paula e Jerri estão sozinhos na mesa, bebendo.

ANA PAULA – E como é que tá a sua vida?

JERRI – Tô trabalhando na gráfica do pai do Leon. É legal, tô gostando.

ANA PAULA – Tá namorando?

JERRI – Saindo com umas garotas aí. Nada sério. (bebe um pouco de cerveja)
Agora eu quero liberdade.

ANA PAULA – Eu tava querendo me amarrar, mas me amarrei no cara errado...

JERRI – Não tá feliz lá com o Raul?

ANA PAULA – Tô me mudando da casa dele. Já tenho algum conhecimento por


aqui, tenho família, não sou bobinha e não vou ficar dependendo de homem pra
conseguir o que quero, não.

JERRI – Tá certa.
ANA PAULA – Aí eu tô deixando o Raul por isso e... Porque no fim das contas eu
percebi que não gostava dele tanto assim.

JERRI – É?

ANA PAULA – Acabei descobrindo que o cara certo tava na minha frente e eu não
soube valorizar.

Jerri não responde e olha bem para Ana Paula. Ela baixa os olhos.

CORTA PARA

CENA 25
Tomada de São Paulo de manhã.

CORTA PARA

CENA 26 – CASA DA FAMÍLIA PRADO/SALA DE JANTAR – INT – DIA


Toda a família está reunida, tomando café da manhã. Milena está tomando
um copo de leite achocolatado quando a empregada se aproxima dela.

EMPREGADA – Tem um senhor querendo falar com você.

MILENA – Um senhor?

EMPREGADA – Disse que era seu pai.

Milena levanta-se imediatamente.

LEON – Tem certeza que ele disse isso?


EMPREGADA – Foi isso, sim.

MILENA – Eu vou lá ver.

Milena sai correndo. Leon atrás dela.

CORTA PARA

CENA 27 – CASA DA FAMÍLIA PRADO/SALA – INT – DIA


Manoel, em pé com sua mala ao lado, olha em volta, um pouco
desconfiado.

MANOEL – Ainda tô achando que dona Meire me mandou pro endereço errado...

Milena e Leon chegam. Ela começa a chorar ao ver Manoel.

MILENA – Pai!

MANOEL – Milena... É você mesma?

MILENA – Sou eu, paizinho!

Milena corre até ele, e eles se abraçam. Alice, Marcelo e Valentina chegam
e param ao lado de Leon.

MANOEL – Que susto você me deu, menina... Que susto!

MILENA – Aconteceu tanta coisa nesse tempo que eu passei fora... Tinha hora
que eu pensava em voltar correndo pra casa. Tanta saudade!
MANOEL – Fiquei sabendo que a senhorita se casou... Vai me explicar essa
história agorinha mesmo!

LEON – Seu Manoel, eu posso explicar. (t) Nós ainda não estamos oficialmente
casados, mas pretendemos fazer tudo direitinho em breve. Só faltava a sua
presença. Ah, meu nome é Leon, e estes são meus pais, Alice e Marcelo; e minha
irmã, Valentina.

MANOEL – Prazer em conhecê-los.

MARCELO – O prazer é nosso.

MILENA – Bem, a gente tem muita coisa pra conversar...

Todos vão para o sofá, e começam a conversar, fora de áudio.

CORTA PARA

CENA 28
Tomada de Londres.

CORTA PARA

CENA 29 – APARTAMENTO DE MICHAEL E MONIKA/SALA – INT – DIA


Laurie e Monika conversam.

MONIKA – E como foi o jantar?

LAURIE – Uma chatice! Ele não parava de falar do trabalho, e da Marianne. Que
raiva...
MONIKA – Paciência, Laurie, paciência! É compreensível que ele esteja muito
animado com Marianne. Ela está dando sinais de que está perto da cura.

LAURIE – Sim, mas acho que ele fala um pouco demais sobre ela.

MONIKA – Não me diga que você está com ciúmes dela!

LAURIE – Claro que não!

MONIKA – Mas parece. (t) Mas, falando nisso, você não sabe o que Liv falou
ontem a noite.

LAURIE – O que foi? Vocês discutiram de novo, é isso?

MONIKA – Não... Ela disse que Marianne falou com ela!

LAURIE – E você acredita?

MONIKA – Não sei. Ela disse isso de uma forma tão incisiva que tava quase me
convencendo...

LAURIE – Mas é uma menina de cinco anos... Crianças têm muita imaginação,
não acha?

MONIKA – Não sei, não sei...

LAURIE – Ela disse qual foi a palavra que Marianne teria dito?

MONIKA – Ela disse ‘não’.

LAURIE – Mais alguma coisa?


MONIKA – Mais nada. (levanta-se) Vou buscá-la.

Monika sai. Laurie se ajeita melhor no sofá, pensativa.

LAURIE – Ele prefere Marianne... Ele prefere ela! O que eu posso fazer contra
isso?

Laurie suspira, aborrecida.

CORTA PARA

CENA 30
Montagem de cenas de Londres e São Paulo, indicando passagem de uma
semana.

CORTA PARA

CENA 31 – SÃO PAULO/AEROPORTO/HALL DE DESEMBARQUE – INT –


TARDE
Valentina e Alice estão juntas, em pé, olhando para os lados.

ALICE – Acho que o vôo dele atrasou.

VALENTINA – Espero que não demore muito... Quero voltar logo pra casa.

Corta para um grupo de passageiros que acaba de desembarcar. Entre


eles, Herman. Alice e Valentina dão um passo a frente ao vê-lo. Herman as
reconhece, sorri e apressa os passos.

HERMAN – Aqui estou!


ALICE – Herman... Há quanto tempo!

********** FIM DO CAPÍTULO 76 **********

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