PROJETO
GUIA PARA
ELABORAÇÃO
DE ESTÚDIOS
M ANUAL DE ACÚSTICA - PRO J ETO
G U I A PA R A E L A B O R A Ç Ã O D E
E S T Ú D I O S D E G R AVA Ç Ã O
Este manual é uma compilação feita por Rafael Macedo Palazzo, dos
artigos publicados nos sites da Audiolist, Projeto Acmus (USP), e
da Apostila de Acústica e Ruídos elaborada pelo Prof. Dr. João
Candido Fernandes, da Unesp.
A intenção inicial era reunir todas as informações que consegui na
audiolist e montar um manual que tenha todas as informações de
maneira rápida, sem ter que procurar algo em meio a uma
infinidade de páginas salvas em meu computador. Como achei que
ficou legal o resultado e acreditando ser de utilidade e interesse de
todos, resolvi compartilhar meu trabalho de reunir as informações.
Ressaltando que não são de minha autoria, no máximo fiz algumas
adaptações e textos introdutórios.
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Capítulo
Por isso, ainda hoje, são poucas as salas de gravação no Brasil que aliam
equipamentos com tecnologia de ponta a espaços acústica e
arquitetonicamente bem resolvidos. É muito comum encontrarmos
estúdios onde o investimento em equipamentos supera em mais de dez
vezes aquele despendido em sua adequação acústica e arquitetônica. Não
é raro depararmo-nos com locais onde os equipamentos de áudio igualam-
se aos melhores estúdios da Europa ou dos EUA, mas que tiveram seu
tratamento acústico e suas soluções espaciais relegadas a segundo plano,
resultando num conjunto grotesco.
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- O ambiente interno deve ser isolado dos ruídos externos e dos ruídos
produzidos no próprio interior (por exemplo, teatros, salas de aulas,
igrejas, bibliotecas, etc.);
- Deseja-se que o ruído interno não perturbe os moradores próximos (por
exemplo, boates, clubes, salões de festas, etc.).
Atenuaçã
Material o
(dB)
Parede de tijolo maciço com 45 cm de espessura 55 dB
Parede de meio tijolo de espessura com 12 cm e 45 dB
rebocado
Parede de concreto de 8cm de espessura 40 dB
Parede de tijolo vazado de 6cm de espessura e 35 dB
rebocado
Porta de madeira maciça dupla com 5cm cada folha 45 dB
Janela de vidro duplos de 3mm cada separados 20 45 dB
cm
Janela com placas de vidro de 6mm de espessura 30 dB
Porta de madeira maciça de 5cm de espessura 30 dB
Janela simples com placas de vidro de 3mm de 20 dB
espessura
Porta comum sem vedação no batente 15 dB
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Reverberação adequada
Quando uma onda sonora se propaga no ar, ao encontrar uma barreira
(uma parede dura, por exemplo), ela se reflete, como a luz em um
espelho, gerando uma onda sonora refletida. Num ambiente fechado
ocorrem muitas reflexões do som, fazendo com que os ouvintes escutem o
som direto da fonte e os vários sons refletidos. Isso causa um
prolongamento no tempo de duração do som, dificultando a
inteligibilidade da linguagem. A esse fenômeno, muito comum em grandes
igrejas, chama-se reverberação. Existem algumas soluções para se
diminuir a reverberação:
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Princípios do som
Princípio de Huygens-Fresnel
A propagação do som no ar se dá a partir da fonte geradora, em todas as
direções. Por ser uma vibração longitudinal das moléculas do ar, esse
movimento oscilatório é transmitido de molécula para molécula, até
chegar aos nossos ouvidos, gerando a audição.
Propagação livre
A propagação do som no ar se dá a partir da fonte geradora, com a
formação de ondas esféricas. Essas ondas terão um comprimento de onda
l.
P
V = 1,4.
D
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Reflexão
Se uma onda sonora que se propaga no ar encontra uma superfície sólida
como obstáculo a sua propagação, esta é refletida, segundo as leis da
Reflexão Ótica. A reflexão em uma superfície é diretamente proporcional à
dureza do material. Paredes de concreto, mármore, azulejos, vidro, etc.
refletem quase 100 % do som incidente.
Absorção
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Transmissão
Transmissão é a propriedade sonora que permite que o som passe de um
lado para outro de uma superfície, continuando sua propagação.
Fisicamente, o fenômeno tem as seguintes características: a onda sonora
ao atingir uma superfície faz com que ela vibre, transformando-a em uma
fonte sonora. Assim, a superfície vibrante passa a gerar som em sua outra
face. Portanto, quanto mais rígida e densa (pesada) for à superfície menor
será a energia transmitida.
Difração
Pelo princípio de Huygens-Fresnel, podemos entender que, o som é capaz
de rodear obstáculos ou propagar-se por todo um ambiente, através de
uma abertura. A essa propriedade é dado o nome de difração. Os sons
graves (baixa freqüência) atendem melhor esse princípio.
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Eco
O eco é uma conseqüência imediata da reflexão sonora. Define-se eco
como a repetição de um som que chega ao ouvido por reflexão 1/15 de
segundo ou mais depois do som direto. Considerando-se a velocidade do
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som em 345 m/s, o objeto que causa essa reflexão no som deve estar a
uma distância de 23 m ou mais.
Refração
Recebe o nome de refração a mudança de direção que sofre uma onda
sonora quando passa de um meio de propagação para outro. Essa
alteração de direção é causada pela variação da velocidade de
propagação que sofre a onda. O principal fator que causa a refração do
som é a mudança da temperatura do ar.
Mascaramento
Na audição simultânea de dois sons de freqüências distintas, pode ocorrer
que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível
ou não inteligível. Dizemos então que houve um mascaramento do som de
maior intensidade sobre o de menor intensidade. O efeito do
mascaramento se torna maior quando a os sons têm freqüências
próximas.
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Frequência=334/(distância x 2)
Na prática, não temos apenas três modos, mas uma grande quantidade
deles, todos múltiplos dos modos fundamentais (assim chamados por
serem os de frequência mais baixa). Exemplo: entre duas paredes
distantes 4,3 m uma da outra, teremos um modo fundamental em 40 Hz,
outro em 80 Hz, outro em 120 Hz, e assim por diante.
Efeito Doppler-Fizeau
Quando a fonte ou o observador se move (com velocidade menor que a do
som) é observada uma diferença entre a freqüência do som emitido e
recebido. Esta característica que é conhecida como Efeito Doppler-Fizeau,
torna o som mais agudo quando as fontes se aproximam, e mais grave no
caso de se afastarem.
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Por isso é desejável que a linha no gráfico da planilha de modos deve ter a
forma de uma curva suave, sem "zig-zag". Uma linha quebrada indica o
excesso de ressonâncias em uns pontos e escassez em outros, o que não
é bom.
Sua frequência básica depende do tempo que o som leva para percorrer a
distância entre as paredes. Quanto mais distante, menor a frequência.
Mas as ressonâncias não se limitam á essa frequência básica
(fundamental), existindo também seus múltiplos (chamados harmônicos).
Por exemplo, se entre duas paredes temos uma ressonância em 80Hz,
teremos também em 160Hz, 240Hz, 320Hz, 400Hz, etc...
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• A maior dimensão não pode ser igual ou maior que 3 vezes a menor.
Por exemplo, se uma sala tem 2,4m de altura (menor dimensão),
deve ter no máximo uns 7m de comprimento (maior dimensão). Sua
cabine também passa nesse item, pois a maior dimensão é 2,65
vezes a menor.
C L
>
A A
e
C ≤ L × 4,5 − 4
A A
Sempre que possível devem estar dentro de certas proporções, como:
1 x 1,88 x 2,5
1 x 1,67 x 2,67
1 x 1,6 x 2,5
1 x 1,62 x 2,62
1 x 1,5 x 2,5
1 x 1,60 x 2,33
1 x 1,17 x 1,47
1 x 1,45 x 2,1
1 x 1,28 x 1,54
1 x 1,26 x 1,59
1 x 1,25 x 1,60
1 x 1,14 x 1,39
1 x 1,14 x 1,41
1 x 1,26 x 1,41
1 x 1,4 x 1,9
1 x 1,3 x 1,9
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Recomendações
Exemplos de boas áreas para estúdios (pé direito com 2,7 a 3m):
Para uma sala para gravação ao vivo, antes, pense em como vai distribuir
o pessoal. Muitas vezes, apenas a bateria e baixo (em linha) ficam na sala
de gravação. A guitarra e seu amplificador (microfonado) podem em outra
sala, para não vazar nos microfones da bateria e vice-versa.
Se você não tiver outra sala, pode colocar o amplificador até num
corredor, por exemplo. Não precisa ser uma sala tratada, já gravei com a
caixa no banheiro, e ficou 10. E o guitarrista não precisa tocar lá, sentado
no vaso... Pode ficar na técnica ou na sala de gravação, acompanhando
seu instrumento com fones.
Uma sala para gravação da bateria deve ser grande, se quer "pegar" a
ambiência local. Uma sala pequena e viva tem som de banheiro! É
necessário pelo menos uns 40 ou 45m3 (dá uns 15m2) para que o
tratamento com difusão e bass traps possa surtir um bom efeito. Salas
menores são tão "coloridas" (má distribuição modal) que o tratamento
nunca é totalmente satisfatório.
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Uma sala construída com as proporções corretas tem uma boa distribuição
modal nas freqüências até uns 300Hz. Dai em diante, um correto
tratamento (difusão e absorção) resolve, sem necessidade de se quebrar o
paralelismo.
Salas quadradas
Vejo a quebra de paralelismo apenas como uma medida para casos "sem
esperança", como em salas quadradas. Não resolve tudo, mas é melhor
que deixar como está, quando não há possibilidade de derrubar paredes e
o ambiente é muito pequeno.
Dê uma olhada no desenho abaixo: você pode ver uma sala com paredes
não-paralelas, feitas "em cima" de um modelo retangular calculado com
as proporções 1:1, 25:1, 6. Como pode notar, a área final da sala, mesmo
com as paredes em ângulo, foi mantida. A distância média entre cada
parede é a mesma do modelo retangular (linha tracejada). O ângulo não é
muito grande (nem deve ser), mas apenas suficiente para reduzir a
ocorrência de flutter echo (entre 3 e 6 graus no total). Do resto, cuidam os
absorvedores e difusores.
FIGURA 1.6 Quebra do paralelismo sem alterar a média das dimensões da sala
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Capítulo
Mas nada é rígido, e você pode ter uma sala menor (uns 40 ou 50m3) e
bem tratada acusticamente, com boas qualidades para se gravar
instrumentos acústicos.
Abaixo disso, entretanto, torna-se cada vez mais difícil tratar uma sala, e
resta-nos a opção de "matar" o ambiente, absorvendo as ondas sonoras ali
produzidas. Assim ficamos livres das ressonâncias concentradas, mas a
ambiência vai embora junto. Precisamos acrescentar reverberação
artificial para que a gravação não fique demasiada "seca".
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Paredes duplas
Em alvenaria
A massa é para isolar o som. Quanto mais pesado o material, melhor a
isolação. Porém, duas paredes de 10cm bem afastadas uma da outra, é
muito melhor do que uma de 20cm, embora gastem o mesmo material (o
ar ainda é grátis).
Como? Uma parede de 10cm de certo material isola 40dB. Uma parede de
20cm desse mesmo material isola 46dB. Uma de 40cm isolaria 52dB, e
assim por diante.
.. ... .......
.. ... .......
Ruído .. Ruído Ruído ... Ruído Ruído ....... Ruído
100dB >>..>> 60dB 100dB >>...>> 54dB 100dB >>.......>> 48dB
.. ... .......
.. ... .......
.. ... .......
Uma parede pesada isola melhor que uma leve, mas a partir de certo
ponto (equivalente a uma parede de alvenaria comum), é preciso um
grande aumento na massa para que se obtenha uma pequena melhora no
STC. A partir daí, o espaço de ar existente entre duas paredes (ou parede
e revestimento) passa a ser mais importante.
......
.. ...
Ruído .. ... Ruído
100dB >>......>> 35dB
.. ...
.. ...
......
......
Ruído ...... Ruído
100dB >>......>> 50dB
......
......
Em gesso
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O gesso deve ser usado apenas quando não podemos, por algum motivo,
usar parede de alvenaria. Esta ultima, por ser mais pesada, apresentam
maior STC (coeficiente de transmissão de ruído), ou seja, isolam melhor o
ambiente dos ruídos externos.
Gesso também pode ser usado em forros (tetos falsos), mas nunca em
paredes externas nem lajes (a menos que você more numa casa de
boneca...).
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Use gesso apenas como divisórias (onde não for possível levantar uma
parede em alvenaria) ou revestimento sobre uma já existente em
alvenaria (para melhorar o isolamento).
Paredes em gesso são cerca de 4 vezes mais leves que em alvenaria, logo,
precisam ser muito bem construídas e com material absorvente no interior
para que seu STC (coeficiente de transmissão de som) seja alto o
bastante.
| |
| |
| |
| |
| |
Em madeira
A vantagem seria no caso de salas para gravação de instrumentos de
corda ou sopros. Esse material "aquece" o timbre desses instrumentos
(sutil ressonância nos médio-graves). Deve-se usar madeira na face
interna (dentro da sala) e gesso na externa.
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Mas atenção: Esse espaço precisa ser vedado com produtos específicos
para a função, pois qualquer fresta por onde possa passar ar porá a perder
o isolamento. Exija dos instaladores esse vedação, faz parte do serviço.
Veja na figura, que além da vedação inferior, as uniões (juntas) entre cada
placa recebe uma fita e massa adequada, para receber a tinta depois:
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É mais cara que uma parede comum (gesso), mas seu desempenho é
superior a duas dessas paredes lado a lado. Por exemplo, enquanto duas
paredes comuns (cada uma com duas placas de gesso e lã de vidro
interna) lado a lado (com uns 5cm entre elas) proporcionam uma redução
de ruido da ordem de 50dB, uma única parede com espessura total igual à
do arranjo anterior, e usando a mesma quantidade de material lhe dará
pelo menos 60dB. Ou seja:
Obs: é bom lembrar que não se deve levar muito a risca os STC (valores
relativos ao isolamento acústico) dos diversos materiais e arranjos
(divisórias, portas, janelas, etc). São valores médios, podendo variar muito
de acordo com a técnica de construção e origem do material. Também são
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Definições de nomenclatura
Revestimento
É uma placa de gesso (ou madeira) cobrindo uma parede já existente no
local (muitas vezes em alvenaria, mas não obrigatoriamente), com certa
distância entre elas (10 cm pelo menos, se desejarmos bom isolamento).
Nesse espaço, deve haver material absorvente (lã mineral), preenchendo-
o totalmente ou em parte. Serve para melhorar as características de
isolamento da parede já existente.
ALVENARIA | AR | LÃ | GESSO
// XXX|
// XXX|
// XXX|
// XXX|
// XXX|
GESSO | LÃ | GESSO
|XXX|
|XXX|
|XXX|
|XXX|
|XXX|
ou
GESSO | AR | LÃ | GESSO
| XXX|
| XXX|
| XXX|
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| XXX|
| XXX|
Parede dupla
São duas paredes , completas e independentes, geralmente em alvenaria,
com um espaço entre elas (vazio ou preenchido com material absorvente).
PAREDE | AR | PAREDE
//// ////
//// ////
//// ////
//// ////
//// ////
| XXX |
| []XX |
| XXX |
| XXX |
| XX[] |
| XXX |
Variações
Existem outros tipos de "parede acústica", mas baseados nessa idéia -
superfícies independentes, sem contato rígido entre elas.
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Em todos os casos acima, podemos usar duas placas de gesso uma sobre
a outra, em lugar de apenas uma, aumentando a massa do sistema e sua
capacidade de isolamento acústico.
// XXX||
// XXX||
// XXX||
// XXX||
// XXX||
// XXX| |
// XXX|#|
// XXX| |
// XXX| |
// XXX|#|
// XXX| |
| = GESSO X = LÃ
Duas paredes comuns em gesso, recheadas com lã e com espaço vazio
entre elas, proporcionam (por exemplo) 50dB de atenuação de ruído:
|XXX| |XXX|
|XXX| |XXX|
|XXX| |XXX| = 50dB
|XXX| |XXX|
|XXX| |XXX|
|XXX XXX|
|XXX XXX|
|XXX XXX| = 56dB
|XXX XXX|
|XXX XXX|
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||XXX XXX||
||XXX XXX||
||XXX XXX|| = 62dB
||XXX XXX||
||XXX XXX||
Portas isolantes
Métodos de construção
Para construir uma porta isolante sugiro usar duas placas de madeira,
compensado naval 20 ou 25mm ou MDF.
Veja essas fotos, da porta feita pelo colega de lista Edir Karsten:
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Para uma porta bem pesada, mas com o melhor desempenho possível,
siga o diagrama abaixo
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Tenha cuidado na escolha das dobradiças. Devem ser as mais fortes que
puder encontrar, e em numero suficiente. E é claro, atenção redobrada
com a vedação, como já vimos aqui, em outras mensagens.
Ela é melhor que uma porta apenas em madeira, mesmo com peso
idêntico, pois é feita de 2 materiais diferentes. A velocidade de
propagação do som é diferente na madeira e na areia. As ondas sonoras,
ao atravessar um "sanduíche" de diferentes materiais, mudam de
velocidade a cada transição, e com isso sofrem maior atenuação.
Quanto as diferenças entre uma porta recheada com areia e outra com lã
mineral: São coisas diferentes. A lã serve para absorver as ondas sonoras
que trafegam entre as duas placas de madeira. A areia adiciona massa à
porta, fazendo ficar mais pesada.
Cada uma das portas tem suas vantagens e desvantagens. Use a porta
com areia onde haja pouco espaço (ela é mais fina) e a parede que a
sustenta possa suportar seu peso (em alvenaria).
Não use essa porta pesada se as paredes são de gesso. Nesse caso, ponha
lã de vidro entre as placas, em vez de areia.
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Para quem pretende usar duas portas entre as salas seu estúdio (num
sound lock), é boa idéia usar os dois tipos (uma porta com areia, outra
com lã). Com isso, suas características tendem a se equilibrar.
Por exemplo: a porta com areia funciona muito bem nas freqüências mais
baixas, mas tende a ressoar nos médios, perdendo rendimento aí. A porta
com lã, tendo constituição diversa, atua melhor nas medias freqüências,
onde a outra é deficiente, e vice-versa.
Nas fotos você vê um modelo com bom acabamento, mas sem o visor. É
bastante pesada, por isso as dobradiças são especiais para grandes
cargas do tipo usado em portões de jardim.
Fotos
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A porta precisa ser muito bem feita e plana, sem nenhum empeno. Alem
disso (como recomendo na FAQ), a borracha e seu suporte devem ser
colocados depois de instaladas a porta e fechadura, para que o contato
seja perfeito.
Veja na foto, como deve ser feito: o batente é duplo, como o Ricardo disse.
As partes pretas são as borrachas de vedação, que podem ser compradas
prontas ou feitas cortando em tiras, placas maiores.
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Figura 2.13 Puxador reforçado
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3
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Capítulo
Sua eficiência depende da densidade do material (não pode ser muito alta
ou muito baixa) e distância da parede; a gama de freqüências em que
atua depende de sua espessura: por exemplo, uma placa de lã de vidro de
50mm (média densidade) colada na parede atinge sua melhor
performance a partir de 500Hz. O mesmo desempenho pode ser
alcançado por uma placa com metade da espessura (25mm) se a
distanciarmos 7 ou 8 cm da parede.
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Absorvedores de painel
São absorvedores modulares simples, feitos com madeira e lã de vidro ou
de rocha. Modulares porque são feitos como uma caixa, podendo ser
construídos fora do estúdio, e parafusados onde necessário, na quantidade
que se deseje. Podem também ser retirados e reutilizados em outro local,
algo importante para estúdios em crescimento.
Deve ser colocado próximo aos cantos da sala, em número de dois, rentes
à parede. Havendo necessidade de mais módulos, serão postos ao longo
das paredes, a meio caminho entre um canto e outro.
Funcionamento:
33
Os dois primeiros são absorvedores diafragmáticos. Seu painel frontal
vibra quando atingido por ondas sonoras, havendo perda de energia por
fricção. A faixa de freqüências em que atua pode ser calculada pela
seguinte fórmula:
Fr = 600 m.d
onde:
Hert 12 25 50 1k 2k 4k
z 5 0 0
Sem 0,3 0,3 0,2 0,1 0,1 0,0
lã 0 6 0 9 2 5
Com 0,4 0,5 0,4 0,2 0,1 0,0
lã 0 0 0 4 4 5
34
Tabela 2.1 Coeficiente de Absorção
35
36
37
38
Absorvedor de faixa ampla
A figura mostra outro tipo de absorvedor, feito apenas de material
absorvente, sem painel frontal em fundo. É um absorvedor de faixa ampla,
bem simples de ser construido, que pode ser pendurado no teto de salas
de gravação.
Distribua pelo teto, a espaços regulares. Não se deve ocupar todo espaço
livre, deixe um vão entre cada módulo para melhor absorção e até
aspecto visual.
39
se forem usados nas paredes. No teto, o inconveniente é menor. Mas se
houver espaço na sala para usar nas paredes, então ok.
Atua numa faixa bem mais larga que os módulos descritos acima e é
muito fácil de ser construído. Detalhes de acabamento e fixação ficam a
cargo de cada um, mas sugiro "enquadrar" cada módulo numa moldura de
madeira (compensado 10 mm) com 20 cm de profundidade e cobrir a face
visível (voltada para dentro da sala) com uma tela de tecido bem leve,
como uma caixa de som doméstico (a outra face, voltada para o teto, fica
nua). Os módulos devem ser pendurados na horizontal, deitados (para uso
no teto).
Com isso, pode não ser preciso mais nenhuma absorção, para não "matar"
a sala. Faça testes auditivos ("ouça" a sala) para determinar a real
necessidade.
40
De fato, é difícil de acreditar que umas simples placas de fibra, colocadas
nos lugares certos, possam ajudar tanto! E que as mesmas placas, se nos
lugares errados, podem estragar o som da sala...
Construção
Feito apenas em madeira e lã mineral de 25mm de espessura e alta
densidade (de vidro com 40 ou 45 kg/m3 ou rocha com 60kg/m3), podem
ser montados em qualquer oficina ou marcenaria e levados ao estúdio
para instalação posterior. Facilita assim, o reaproveitamento em caso de
reforma ou mudança de local.
41
Dentro da caixa, seis divisórias de compensado fino (ou até de papelão)
formando um engradado, colado no fundo da caixa. Serve para apoiar a lã
e ajuda um pouco na absorção dos graves.
Funcionamento
Trata-se de um absorvedor de painel perfurado, uma variante do
ressonador de Helmholtz, mas atuando numa faixa bastante ampla.
Fr = 508 × ( P d .e )
onde:
P = 78 ,5 × ( d D )
2
onde:
|--D--|
--O O
|
D
|
--O ->O<-d
42
2) - caixa de apenas 5cm de profundidade, tendo painel de 6mm de
espessura com 0,5% de perfuração e 50mm de lã de vidro ou rocha (alta
densidade) preenchendo todo o espaço interno.
Obs:
43
Tabela 2.3 Coeficientes de absorção entre os módulos
Os dados e fórmulas acima referem-se a módulos com furos circulares.
Fr =550 × P d .e
onde:
P =100 × ( f f +t)
onde:
f = largura da fenda
t = largura da tira
|| ||
|| ->| |<- f
|| ||
|| ||
44
|| ||
| |<--t-->| |
|| ||
Instalação:
Devem-se usar mais de um tipo, pode-se equilibrar a resposta de uma
sala. E serem espalhados por todo o ambiente (e não apenas numa só
parede), alternando entre sí e áreas descobertas (não os ponha "colados"
lado a lado). E não deixe nenhuma parede nua, sem tratamento.
Para maior eficiência, módulos para graves (0,5%) devem ser postos nos
cantos da sala, como os demais neste artigo.
45
Bass trap triangular
O desenho abaixo dá os detalhes para a construção de um
bass trap (armadilha de graves) triangular. Barato, é feito apenas em
compensado ou MDF de 10 mm e lã mineral (vidro ou rocha) com
densidade entre 40 (vidro) e 60 kg/m3 (rocha) e 50 mm de espessura.
46
Construção:
As dimensões são aproximadas, dependerão da forma como as peças
serão montadas e principalmente da marca da lã. O padrão é 60x120 cm,
mas pode variar um pouco, de acordo com o fabricante. É melhor comprar
a lã primeiro, depois medir e cortar a madeira.
Dentro da caixa vai uma peça de lã mineral (manta flexível) com 60x120
ou 80x120 (essa largura de 80 cm é mais freqüente em lã de rocha)
dobrada em "L" e colada com vedante de silicone. Pode usar duas peças
de placa resinada, se preferir.
Como painel frontal, fechando o conjunto, uma placa rígida (resinada) do
mesmo material, também com 50mm de espessura. Existem já revestidas
com tecido ou filme de PVC numa das faces, para melhor acabamento.
Notem que essa placa entra apertada, e provavelmente será preciso
aparar as bordas para um perfeito encaixe. É assim que deve ser, e ainda
precisa ser colada à caixa com silicone, evitando vazamentos de ar que
podem afetar a eficiência do absorvedor.
Instalação:
Devem ser postos nos cantos das salas, dois módulos em cada,
superpostos (altura total de 2,44m). Um total de oito deles, então,
bastariam para uma sala de tamanho pequeno ou médio, mesmo com
grandes problemas nas baixas freqüências. Para salas maiores, pode ser
necessário dispor mais alguns no teto (no ângulo com a parede do fundo,
pelo menos).
Os cantos são os pontos onde se concentram a maior parte das ondas
sonoras de baixa frequência, e é aí que devemos agir para controlá-las. Os
traps podem ser parafusados diretamente na parede ou simplesmente
encostados, de preferência apoiados no chão.
Apesar da semelhança, nada tem a ver com aqueles certos bass traps de
espuma fabricados no exterior. Esses módulos em fibra e madeira são
bem mais eficientes e baratos.
Efeito:
O efeito de um bom bass trap é fantástico, a sala parece crescer. O som
fica muito mais limpo e claro. Serve perfeitamente para salas de gravação,
ensaio, auditórios, home theater, etc. Para salas de mixagem e
masterização (técnica), devido a algumas particularidades destas, seria
necessário um trap mais largo e profundo. Na impossibilidade (seria pouco
prático), devemos usar um maior número deles.
Dois traps empilhados (ou um grande, fechando do chão ao teto)
absorvem excepcionalmente bem entre 80 e 100Hz - teoricamente acima
de 1 Sabine (100%), devido ao efeito da dispersão. Abaixo dessa
frequência, a eficiência também é alta (até cerca de uma oitava abaixo),
mas muito difícil de avaliar.
Em traps grandes como esse (do chão ao teto), o efeito da lã no fundo da
estrutura (peça em "L") é menor e pode ser até retirada, sem grandes
prejuízos. Melhor ainda, em traps grandes na técnica, seria então usar
esse lã colada na outra (e não no fundo), de forma a aumentar a
espessura total do material, que ficaria em 10cm.
47
Material:
Para o painel frontal, use uma placa rígida (resinada) com revestimento
em tecido ou véu de vidro, da linha de construção civil (mais barata). Os
produtos da linha arquitetônica (decorativos), são mais caros e
geralmente mais finos (entre 15 e 25 mm de espessura). Para usá-los (não
recomendo), é preciso acrescentar outra camada de lã (pode ser manta
flexível) por dentro, colada a ela, completando os 50 mm. Mas leve em
conta uma coisa: o filme de PVC que costuma revistir esse material
(decorativo) reflete os agudos, e parte da eficiência do absorvedor é
perdida. Placas revestidas em papel Kraft ou aluminizado não servem.
A lã do fundo pode ser do mesmo tipo (placa rígida) ou manta flexível de
mesma densidade ou menor. Essa lã extra é mais necessária quando você
tem poucos cantos livres em seu estúdio e não pode usar muitos traps.
Tendo espaço de sobra, pode-se dispensar a lã no fundo, permanecendo
apenas a da frente.
Não encontrando esses produtos, ou desejando maior absorção também
nas altas freqüências, pode usar placas simples sem revestimento
(espessura e densidades iguais), tipo Wallfelt WF-44, PSI-40, PSI-60
(Isover), PSE-64 (Rockfibras) ou PRR40 (Devidro). Outros produtos
semelhantes servirão.
Faça um quadro em madeira com tecido ortofônico leve na cor preferida e
ponha sobre o painel, como numa caixa de som. A manta interna (colada
no fundo), deve ser do tipo sem revestimento, ou com papel kraft (voltado
para o fundo).
Veja que apesar de ser chamado "bass trap" (armadilha de graves), ele
absorve uma ampla gama de freqüências.
48
Bass trap de painel frontal
Outro tipo de bass trap triangular pode ser visto na figura abaixo. Como
possui um painel frontal de madeira, tende a refletir a maior parte das
ondas que nele incidem, absorvendo apenas as baixas.
Seu painel frontal vibra quando atingido por ondas sonoras, havendo
perda de energia por fricção. Absoirve numa faixa de aproximadamente
duas oitavas em torno de 125Hz. Para o cálculo, usamos a seguinte
fórmula:
Fr = 600 m.d
onde:
49
m = densidade superficial do painel, em Kg/m2
d = distância entre o painel e o fundo, em cm
50
Bass trap cilíndrico
O material é simples:
51
Depois de armar a estrutura em madeira (eixo + discos), enrole a lã (sem
tirar dos sacos plásticos) de modo que cada rolo tenha pouco menos de 50
cm de diâmetro. Caso os rolos já tenham vindo no diâmetro ideal, basta
passar o eixo por dentro deles, antes da montagem do ultimo disco.
Seu uso segue as regras para o modelo triangular já descrito, devendo ser
posicionado nos cantos da sala.
Pode funcionar também como difusor, uma vez que o plástico que envolve
a manta reflete parte dos agudos em diversas direções. Não é bom
absorver muito dessas freqüências. A manta acrílica, se for usada,
aumenta a absorção nas altas, portanto deve ser usada com cautela (e
onde exista a necessidade dessa característica).
Vejam que não é um "tube trap", embora pareça. Esse vai ficar pra outra
ocasião...
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Bass trap - variação
Existem outras formas de montagem (sempre com material absorvente no
cantos da sala), e vou mostrar umas aqui. Por exemplo, essa:
53
muitas as alternativas, como flocos de lã de baixa densidade, fibra de
celulose, de poliéster ou PET, espuma de poliuretano em flocos, etc etc.
http://www.adespec.com.br/produtos/pregoliquido/pregoliquido.html
O acabamento pode ser em tecido leve da mesma cor das paredes, que se
integra muito bem à decoração. Também pode-se usar espuma fina,
manta acrílica ou de poliéster, etc, colado sobre a lã
54
Difusores
Difusor - objeto, material ou superfície capaz de realizar a difusão do
som.
Ondas Difusor
sonoras
55
No desenho abaixo, um exemplo, uma chapa de compensado de 4 mm
(160 x 220 cm) é curvada dentro de um quadro sem fundo feito de
sarrafos de madeira, medindo 155 x 220 cm (medidas internas). Terá
cerca de 20cm de flecha, ou seja, se sobreposto diretamente a uma
parede, sua parte mais proeminente estará a 20 cm dela. O quadro deve
ter reforços internos para evitar que se deforme com o tempo, graças à
tensão do compensado curvo.
Se usar placas mais grossas (10mm, por exemplo) vai ficar muito dificil
curvar. Precisará de ferramentas adequadas e um ajudante. A curvatura
forçada, mesmo com 4mm, é bastante rigida, como você descobrirá
depois de fazer o primeiro. Pode colocar uma peça auxiliar presa entre
cada reforço horizontal (no meio dele, fazendo um "T") e o painel curvo,
para maior resistência.
Você deve colar o painel no quadro com cola branca, depois de montado.
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Num difusor policilíndrico autêntico as proporções aproximadas entre a
medida do arco (a), a corda (c) e a flecha (f), são:
2
a= c+8f
3c
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Vista superior,
mostrando a
curvatura dos
difusores, que podem
ser cheios de material
absorvente.
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59
Fotos da construção de difusor
produzido em larga escala por
uma empresa.
Mesmo sem lã, há alguma absorção abaixo dos 500Hz, devido à ação
diafragmática do painel curvo. O acréscimo da lã mineral no interior do
difusor melhora sua característica de absorção nas freqüências mais
baixas. Pode ser usada manta flexível (média densidade, em torno de
30kg/m3) preenchendo todo o espaço, ou placas (50mm, média
densidade) no fundo.
60
Recebi estas fotos como sendo da
construção de um difusor, tô
achando a corda muito pequena.
Em todo caso serve como dica de
montagem.
Quanto ao fundo ser fechado, não faz muita diferença como difusor, pois
serão presos na parede, que fará esse papel. Mas facilita a montagem na
caso de serem construídos em módulos para instalação posterior (como
nas fotos). Se o funcionamento como absorvedor for muito importante,
recomendo fechar o fundo, pois se houver algum vazamento seu
desempenho será alterado. Vede tudo com silicone.
Disposição
Veja que ele difunde apenas em uma dimensão (1D), no caso, na
horizontal. Se deitado (com a curvatura iniciando em cima e terminando
embaixo), difunde as ondas incidentes no sentido vertical. Para o máximo
aproveitamento de suas propriedades, podemos usar de ambas as
maneiras: disponha de forma alternada, isto é, uns na vertical, outros na
horizontal. Para isso, será melhor (visualmente falando) que sejam
quadrados: 150x150cm, digamos.
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duas larguras diferentes, como 155cm (a original) e 100cm, por exemplo,
alternadamente.
Acabamento
Para dar um ar sóbrio e uniforme ao estúdio você pode cobrir os difusores
e absorvedores com uma cortina em volta de toda sala.
Faça como se fosse decorar uma residência: cortina móvel (sobre trilhos),
bandol (aquele treco que fica na parte de cima e esconde o trilho), largura
dupla, etc.
Frequência (Hz)
125 250 500 1K 2K 4K
Dobra em:
7/8 da área 0,03 0,12 0,15 0,27 0,37 0,42
3/4 da área 0,04 0,23 0,40 0,57 0,53 0,40
1/2 da área 0,07 0,37 0,49 0,81 0,66 0,54
obs: Dizer que uma cortina está dobrada em 1/2 área significa que ela tem
o dobro do comprimento necessário para cobrir a superfície. Exemplo: se a
parede a ser coberta tem 3m, a cortina deve medir 6m; para uma dobra
de 3/4 (na mesma parede), a cortina deve ter 4m; e para 7/8 deve ter
cerca de 3,4m.
Para fins decorativos, você deve usar um tecido bem fino, que tenha
pouca influência na acústica.
Quanto a estética, depende do gosto de cada um. Não fica feio, mas eu
pessoalmente, não acho lá muito bonito uma parede cheia de trecos
pendurados. Costumo cobrir tudo com telas de tecido ou cortinas. Veja por
exemplo, os grandes estúdios em revistas especializadas: em alguns
deles, você não vai ver muitas estruturas assim, as paredes parecem lisas.
Na verdade, são telas de tecido ortofônico, com os difusores e
absorvedores por trás... Além de dar um visual sóbrio, serve para
"esconder o jogo" das vistas dos concorrentes!
Difusores piramidais
62
4
Capítulo
Veja na figura abaixo uma idéia de como fazer uma pirâmide. Um pouco
diferente da descrita anteriormente, ela tem lados desiguais. Melhores
características de difusão, mas de construção mais trabalhosa. As medidas
estão em centímetros e deve ser feita em compensado e bem reforçada,
para evitar vibrações. Ajuda se você revestir internamente de um material
denso e viscoso, como massa anti-ruido (para automóveis) ou um vedante
para lajes.
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bons, e inclusive com licenças não acessíveis a maioria dos proprietários
de estúdios caseiros e até profissionais. Optei por este pois é fácil de usar,
bastante confiável, além de gratuito.
O programa Acmus não faz uma previsão de como será sua sala, mas sim
uma análise de como ela é. Por isso o primeiro capítulo fala sobre
proporções, e desmistifica alguns conceitos sobre acústica. Logo, de posse
de uma sala com dimensões que proporcionem qualidade sonora ao
ambiente de gravação e pós gravação, podemos partir para o segundo
passo: A obtenção de dados, o mais precisos possíveis, para com maior
segurança, partirmos para o tratamento acústico em si.
Por isso, caso não possua estes equipamentos, pule este capítulo, pois é
melhor utilizar conhecimentos teóricos que certamente propiciarão um
tratamento acústico muito satisfatório. Por exemplo, sem medição alguma
para confirmar, seu bass trap deve ocupar os cantos da sala!
Como disse, este capítulo é uma sugestão para quem quer uma
ferramenta extra. Além do mais é muito legal comparar a resposta em
freqüência da sua sala antes e depois do tratamento com absorvedores e
difusores, juntamente com a percepção de seu próprio ouvido.
64
A resposta impulsiva
Um sistema físico ideal é definido como um sistema fisicamente realizável,
que é estável, linear e possui parâmetros de valor constante. Tais
sistemas possuem propriedades importantes para uma análise linear.
Varreduras senoidais
As varreduras senoidais são senóides que têm sua freqüência instantânea
variando no tempo. As duas formas de variação mais utilizadas são a
linear e a logarítmica.
Parâmetros acústicos
A resposta impulsiva acústica é uma função temporal da pressão sonora
de um espaço acústico, que resulta da excitação desse espaço por uma
função que se aproxima da função delta de Dirac.
Média espacial
A medição da IR de uma sala deve ser realizada em um mínimo de dezoito
posições distintas [13], posteriormente obtendo-se a média energética
destes IR.
Direcionalidade
A medição da IR de uma sala deve ser realizada usando-se microfones e
alto-falantes omnidirecionais. (Auto-falantes omnidirecional é complicado
de encontrar, serve uma boa caixa acústica direcionada, com a distância
correta, para o microfone).
65
naturais da sala podem fazer com que certas bandas apresentem
decaimento com mais de uma taxa de inclinação.
Para garantir que o receptor esteja numa região de campo difuso, a ISO
3382, 1997 recomenda uma distancia mínima entre fonte-emissor.
d min = 2 V
cT60
V=volume da sala m³
c=velocidade do som 344m/s
T60 = como não sabemos ainda, sugiro que arbitremos um valor. Um bom
número seria o 0,45s, sugerido como ideal para salas para rock.
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Esta fórmula serve, somente para ter-se uma idéia da distância mínima
entre o receptor e emissor do som para a análise, de maneira que as
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Apesar de muito similares, o EDT está mais ligado à reverberação
percebida pelo ouvinte, enquanto que o tempo de reverberação está mais
ligado às propriedades físicas da sala.
Clareza (Ct)
Este parâmetro é uma razão logarítmica entre o nível de energia recebida
no princípio e no término do som. Ele deve ser calculado com limite de
50ms 80ms quando se trata de salas para palavra ou 80ms quando se
trata de salas para música.
Definição (Dt)
Este parâmetro é uma razão logarítmica entre o nível de energia recebida
no princípio do som e a energia total do som. Assim como a clareza, ele
pode ser medido com t=50ms ou 80ms, dependendo da finalidade da sala.
A definição é uma medida da perspicuidade da fala ou da música.
Compensação do ruído
É sabido que para a audição humana, a sensação de volume é dependente
da freqüência, ou seja, uma mesma pressão sonora gera sensação de
volume distinta para diferentes bandas de freqüência. Em geral, a audição
humana é muito mais sensível a sons na faixa de 1kHz a 4kHz.
68
Figura 2.3 Curvas de volume igual (Fletcher e Munson, 1993)
69
Figura 2.4 Deconvolução linear para a obtenção da resposta impulsiva por meio de varredura
logarítmica.
70
3. A IR possui ruído de fundo, o que limita o decaimento a um certo
patamar.
71
Figura 2.6 Comparação entre RT60 ideal e o obtido em medições feitas em um estúdio de
renome.
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Sistema de Medição
A arquitetura do sistema de medição acústica usado, apresentada na
figura abaixo, é constituída por dois módulos principais. O primeiro
módulo, responsável pela geração do sinal, obtenção da IR e cálculo dos
parâmetros acústicos, é implementado por um microcomputador. O
segundo módulo, responsável pela reprodução e aquisição de sinais
sonoros, é implementado por uma placa de áudio e um conjunto de
transdutores e possivelmente por uma mesa de mixagem. Nestas etapas,
pode-se dizer que o sinal pertence a um de três domínios distintos: o sinal
acústico analógico, o sinal elétrico analógico e o sinal elétrico digital.
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certeza é mais apropriado para medições que um Shure sm58, cujo valor é
maior.
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