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A ORAÇÃO NUM “MUNDO APRESSADO”

“Meu Deus, se vós estais em todo lugar, como pode acontecer que eu
esteja tantas vezes longe de Vós” (Madalena Delbrel)

Uma das características de nossa cultura é a aceleração da vida. O fax, o


telefone, o correio eletrônico... nos fazem entrar em comunicação com todo o
universo num instante, e exige de nós respostas urgentes.
Este estilo de vida vai criando em nós “entranhas impacientes”.
É claro que não se trata de fugir da realidade, senão de perceber a dimensão e o
sentido últimos da mesma realidade, a mais profunda e dinâmica, ali onde o
Espírito de Deus e o nosso se fundem numa experiência que nos faz criadores da
novidade de Deus neste mundo.
O desafio que se nos apresenta é o de sermos fiéis à realidade para poder descobrir nela a novidade de
Deus, uma experiência “mística” que nos faça tocar o mais profundo de tudo, e como consequência
denunciar o que obstrui e mata este dom novo de Deus.
Também através dos “chips”, “bytes” e “satélites” de nosso universo eletrônico o Espírito se infiltra.
Através dos circuitos eletrônicos nos aproximamos da solidariedade universal, da busca da
transcendência, da defesa do meio ambiente, da luta em favor da vida...

No entanto, a rapidez do mundo traz como consequência uma vida apressada;


com isso caímos na superficialidade e vamos respondendo às urgências sem que
necessariamente estejamos respondendo ao mais importante, nem sintonizando
com o “tempo” de Deus.
A urgência nos pode fazer tensos e duros como a pedra.
O ritmo da contemplação é diferente. Não só temos necessidade de encontrar o
tempo necessário para orar, preservando-o de outros acontecimentos mais
impactantes que querem deslocá-lo, senão que necessitamos entrar em outro
ritmo interior, em outro tempo.
A experiência contemplativa nos alcança e chega às dimensões mais profundas de nossa pessoa não
com a rapidez instantânea da intuição, mas com a calma e a paz da chuva fina que encharca a terra.
Além disso, a “espera” vai nos despojando de toda cobiça para poder receber com as mãos estendidas
o dom de Deus, quando a Ele lhe parecer oportuno.

Às vezes quando dizemos “não tenho tempo...” para orar, para descansar,
para a partilha comunitária...
talvez estejamos presos ao ritmo cobiçoso da modernidade, para quem
“tempo é dinheiro”.
Às vezes quando dizemos “não tenho tempo para estes encontros”,
queremos dizer, “não sou capaz
de entrar em outro tempo”, o da gratuidade.
Se isto acontece no encontro com Deus, o mesmo acontece no encontro com as
demais pessoas. Os problemas humanos devem ser escutados com calma e com
uma atenção despojada de pressas, e nossas urgências não podem prejudicar o
ritmo do crescimento humano.
Também não somos os donos do ritmo do Reino de Deus, para quem “mil anos
são como um dia”.
Os tempos da oração nos ensinam a entrar nos tempos e ritmos de Deus e
seu Reino.
Esta aprendizagem supõe um trabalho permanente para não sermos
arrastados por uma cultura que se acelera ou se estanca segundo seus
próprios interesses.
Diante das ruas invadidas pelas imagens, ruídos, ritmos... e diante dos atropelos
de uma vida acelerada, devemos buscar, com regularidade, espaços não
contaminados, ecologicamente sãos, para desintoxicar-mos e entrarmos no ritmo
da contemplação.
Ao contemplar Jesus de Nazaré na solidão, “num lugar humilde, formoso e gracioso” (EE. 144),
nos será mais fácil descobrir depois seus traços na vida cotidiana, nas ocupações habituais, nas pessoas
onde Ele está hoje “novamente encarnado” entre nós.
Estes espaços nos re-criam do desgaste de uma vida apressada.

Quando nadamos contra a corrente da urgência ansiosa da eficácia e do curto


prazo que movem nossa sociedade, buscamos entrar no tempo de Deus,
mergulhamos nas grandes calmarias, adentramos no mistério da vida, até que
ressuscitem “ao 3º dia” as situações e as pessoas.
No meio da confusão produzida pelas mudanças vertiginosas é necessário
descobrir um outro ritmo para poder dialogar com nossa realidade e com as
diferentes maneiras de interpretá-la, para ver melhor os sinais de Deus que nos
movem para a plenitude e os sinais de morte que nos destroem.
Textos bíblicos: Mc. 1,32-39 Mc. 6,30-44

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