Resumo
ABSTRACT
The source of the data used are audio tape transcriptions of three
focal groups with men who participated of reflection groups of the
Project Men, Health and Daily Life (ENSP -FIOCRUZ and Gender and
Health Laboratory, NESC/UFRJ).
Ficha Catalográfica
Dedicatória
AGRADECIMENTOS
À Vera Joana, Maria das Graças, Anália Lara, Ana Maria Brás, Ana
Cristina Vieira, João Paulo Bezerra, Rogério, Lícia Nara, Paulo Duarte,
Wilson Correa, Clotilde Tavares, Sebastião Juarez, Heloisa Castro Berro, C.
Alberto Soffredini (in memorian), Maria Helena Belalian, Abadia, Gracinha,
Marco Antonio, Elisabete Cataldi, Diva, todas as Donas Marias, Nêga
Simone, e tantos outros que, próximos ou distantes, deram muito estímulo
para que eu prosseguisse até o fim.
Pierre Bourdieu
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SUMÁRIO
1. Apresentação ..................................................................................10
1.1. Introdução.....................................................................................14
1.2. Contextualização ...........................................................................19
1.2.1. Histórico do PHSVC.............................................................20
1.2.2. O Enfoque Conceitual e Metodológico do PHSVC.....................22
1.2.3. Os Grupos de Reflexão de Gênero do PHSVC..........................25
1.2.4. Os temas Geradores...................................................... 26
2. Objetivos........................................................................................ 28
3. Referenciais Teóricos/Conceituais....................................................... 29
3.1. Ideologia.: um conceito reformulado........................................... 29
3.2. Referencial de Gênero............................................................... 32
3.2.1. O Gênero Masculino em foco............................................... 41
3.2.2. A Saúde do homem............................................................50
3.2.3. Masculinidade: Temas emergentes...................................... 57
4. Metodologia......................................................................................67
4.1. Discussão metodológica: Uma Questão de Qualidade..................... 67
4.2. Tratamento dos Dados: Explicando o Vir-a-Ser............................. 70
5. Os Informantes: Participantes dos Grupos Focais................................ 78
5.1. Resultados encontrado: Os informes............................................83
5.3. Bloco 1 - Modelo Hegemônico de Masculinidade.............................85
5.4. Bloco 2 – Modelos Contra-hegemônicos.....................................101
5.5. Bloco 3 – A relação do homem com a Saúde..............................120
6. Conclusões.....................................................................................145
7. Considerações finais........................................................................155
8. Bibliografia.....................................................................................160
1. Apresentação
1.1. Introdução
1
O Projeto “Homens, Saúde e Vida Cotidiana – Uma Proposta de Pesquisa- ação” foi
desenvolvido pelo NESC/UFRJ em parceira com a ENSP/FIOCRUZ no período de 1998 a
2001, no Rio de Janeiro- RJ e em Duque de Caxias- RJ.
15
1.2. Contextualização
3
As fontes principais das informações aqui apresentadas foram: o texto original
do projeto “Homens, Saúde e Vida cotidiana – Uma Proposta de Pesquisa-Ação” -
mimeo; o Relatório Final do PHSVC, 2001 - mimeo, e os seguintes textos: Giffin &
Cavalcanti. Homens e Reprodução: o gênero masculino -objeto e sujeito
emergente. Estudos Feministas, ano 7, no. 54, Rio de Janeiro, 1999; Giffin et all.
Homens, Saúde e Vida Cotidiana: Uma proposta de pesquisa-ação. VI
congresso/ABRASCO, Salvador, ago/set, 2000.
21
Para a maioria dos homens, falar de si, ser ouvido, ouvir o outro,
são fatos novos e desafiadores, porque destoam do padrão de
28
2 .Objetivos:
Geral:
Específicos:
3. Referenciais Teóricos/Conceituais
atual das mulheres ainda expressa queixas que são legítimas, no que diz
respeito à perspectiva de equidade de gêneros. (Giffin, 2002; Simões
Barbosa, 2001-A; Besse, 1999).
Essa fala, elaborada há quase duas décadas atrás, nos sinaliza que
vem sendo processada uma espécie de reavaliação em torno da
masculinidade tradicional. Chama a atenção, já num primeiro momento,
que o autor tenha feito o uso de uma palavra tão contundente como
'couraça' para descrever a condição em que os homens se encontram. A
palavra dá noção da dificuldade implícita na tarefa de desempenhar o
papel que lhes tem sido historicamente atribuído, face à crise de valores
que atinge as sociedades como um todo.
2
Utilizaremos, neste trabalho, o conceito de hegemonia conforme proposto por Antonio
Gramsci. Para ele, o conceito de hegemonia caracteriza a liderança cultural- ideológica de uma
classe sobre as outras. As formas históricas da hegemonia nem sempre são as mesmas e variam
conform e a natureza das forças sociais que a exercem. (Coutinho, 1981).
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somente a partir de suas falas será possível acessar quais são suas reais
preocupações e necessidades, especialmente no que diz respeito à
saúde. (Gomes, 2003; Giffin & Cavalcanti, 1999).
Rio de Janeiro. O resultado disso é a presença cada vez maior dos pais
nos hospitais, não como visitas apenas, mas como participantes do
processo. Também nos ambulatórios e consultórios, começa-se a
observar a presença masculina acompanhando os filhos. Esses dados
sinalizam o surgimento de uma nova consciência do papel do pai na
formação da personalidades das crianças. (Giffin & Cavalcanti, 1999;
Carvalho, 2004).
4. Metodologia
valia para as discussões sobre método nas Ciências Sociais, já que teve
como proposta ser uma metodologia de abordagem da comunicação.
Além disso, não se trata de uma simples teoria de tratamento dos
dados, porque isso seria uma redução da proposta. O objetivo é o
encontro da teoria com a prática transformadora. (Minayo, 1998)
a) Análise sócio-histórica
c) Interpretação / Re -interpretação
• Padrão patriarcal-hegemônico
• Sexo-afetividade
• Paternidade
• Trabalho
• Violência
• Reflexão / grupalização / mudança
• Modelo de criação patriarcal x cuidado c/ saúde
• Novos modelos de Cuidado com a saúde
• Relação com os Serviços de Saúde
que ser forte e que consegue o que quer através da utilização da força
bruta.
“O homem conhece a solução pela força e pela
autoridade” (01/36)
a) Sexo-Afetividade
b) Paternidade
homem. Ser pai poderia garantir isso. A recusa da mulher em ter filhos
pode caracterizar uma ameaça à concretização de sua identidade social.
c) Trabalho
97
d) Violência
a) Sexo-afetividade
“Ato sexual não vai ser tão gostoso como aquele papo
que você bateu, aquela troca de idéia e isso é muito
legal.” (01/27)
b) Paternidade
“Ele é tudo pra mim, adoro ele, acho que ele tem boa
parte em todo esse tentar mudar, esse tentar crescer.”
(01/27)
106
“Eu acho que nós temos que expandir mais pra outros
pais essa preocupação da sexualidade precoce nos
meninos.” (01/51)
109
d) Violência
112
e) Reflexões transformadoras
“Vai ficar mais tolerante. Mas isso falta essa coisa né;
do... né, primeiro ele vai ter que vir né, e ouvir, e
aceitar e se posicionar...” (01/58)
a) Modelo Hegemônico
“Aí, tive que correr atrás lá, pra ela tomar uns
remédios lá [abortivos]....Tomou até Coca-Cola
fervida!” (02/16)
“É. Hoje, nêgo tem que botar camisinha. ... Pra não ter
filho. E hoje, não. Hoje o cara tem que botar
camisinha. É a mesma coisa você comer um arroz sem
sal.” (02/20)
a) Modelos Contra-hegemônicos
6. Conclusões
Homens em Movimento
que a mulher pode gerar filhos, e, por conta disso, acaba se envolvendo
com toda uma estrutura de saúde muito antes do nascimento da
criança, prosseguindo em seguida no acompanhamento da saúde do
filho. Observa-se aqui naturalização dos papéis de gênero socialmente
atribuídos, em que prevalece a visão estereotipada da mulher como
procriadora, padrão este que é reproduzido pelos serviços de saúde.
7. Considerações Finais
8. Bibliografia:
Bibliografia:
.
• AMAR, P. Masculinidades e Curiosidades: Novos olhares interseccionais e
internacionais. Crítica da Masculinidade / n. 01 / UCAM , Rio de Janeiro, ago.
2003.
• CHAUÍ, M & KEHL, M.R. & WEREBE, M.J. Educação Sexual: instrumento de
democratização ou de mais repressão?. Temas em Debate. Cad. de Pesquisa.
(36) fev. 1981.
Março/2005.
• HARDY, E. & JIMÉNEZ, A.L. Masculinidad y Gênero. In: Briceño -León, Minayo,
M.C.S. & Coimbra Jr, C.E.A. (Org.) Salud y Equidad: Una Mirada desde las
Ciencias Sociales. pp. 261-269. Rio de Janeiro: Ed. Revinter. 1998.
• KRUG EG et al., eds. World report on violence and health. Geneva, Word
Health Organization, 2002.
• MACEDO, O.R. A Vaidade de Todos Nós. In: CALDAS, D. (org.) Homens. São
Paulo: Ed. SENAC. 1997.
• SCOTT, Joan. Gênero: Uma Categoria Útil para a Análise Histórica. Rio de
Janeiro: Educação e Realidade, Vol. 20 (2), jul.dez. 1995.