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Unidade: Normas de Formatação do Conteúdo
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
a) Coordenação X Subordinação:
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Como se sabe, o Direito Interno é composto por normas hierarquizadas
(Constituição – leis – decretos – atos infralegais, etc.). Isto não se passa com
“o DIP, no qual não há esta noção de subordinação, mas sim de coordenação
normativa”[1].
b) Descentralização X Centralização:
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2.1 Dualistas X monistas
a) Teoria Dualista
b) Teoria Monista
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Tendo como premissa a soberania estatal, pode-se dizer que cada
Estado tem liberdade para aderir à concepção que melhor lhe convier (monista
ou dualista).
Boa parte dos Estados modernos contam com previsões constitucionais
a respeito. Países como Alemanha e França conferem primazia ao Direito
Internacional.
No caso brasileiro, a Carta Fundamental não se filiou a nenhuma
corrente. A exceção fica por conta dos tratados internacionais de direitos
humanos, que por força do recente parágrafo 3º do art. 5º podem ingressar no
ordenamento brasileiro com envergadura constitucional.
Em recente julgamento (RE 466.343) o STF firmou raciocínio, conduzido
pelo voto do Min. Gilmar Mendes, de que os tratados versando sobre direitos
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6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir
um litígio ex aequo et bono, se convier às partes.
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3.2 Princípios Gerais de Direito
“Os princípios gerais de direito são cânones que não foram ditados,
explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma
imanente ao ordenamento jurídico. São reconhecidos pelas nações civilizadas
como um substrato comum a todos os povos, indistintamente”[3]
Dentre os princípios que devem sempre ser observados, sendo, pois,
considerados princípios básicos do Direito Internacional, podemos citar:
Princípio de Respeito Pela Integridade Territorial e Pela
Soberania dos Estados.
Princípio da Não Agressão
Princípio da Não Ingerência em Assuntos Internos
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3.3 ATOS UNILATERAIS
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- Renúncia
- Denúncia
- Reconhecimento
- Promessa
3.5 JURISPRUDÊNCIA
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intergovernamentais. Possuem diferentes objetivos e alcances. Suas decisões
têm caráter de fonte material, não formal para o Direito Internacional Público.
Dita fonte material não restou citada no art. 38 do Estatuto da CIJ. Muito
provavelmente porque o aventado Estatuto foi forjado em época ainda
embrionária para as Organizações Internacionais. Em que pese a controvérsia
quanto à sua natureza de fonte normativa, é frequentemente mencionada pela
doutrina[6].
3.7 DOUTRINA
A doutrina como fonte do DIP é aquela notoriamente reconhecida em
âmbito internacional, além de desenvolvida pelos publicistas, ou seja, a opinião
dos juristas mais qualificados das diferentes nações.
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sobrevinda da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados e
Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais de 1986.
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 é
denominada, aliás, como lei dos tratados, código dos tratados e tratado dos
tratados. Tal alcunha remete à relevância deste Tratado, como autêntico código
normativo que disciplina o Direito dos Tratados.
A Convenção de Viena de 1969 é classificada como "declaratória de
Direito Internacional geral", vale dizer, proclama práticas reiteradas e
consagradas no meio internacional (costumes), de índole imperativa (jus
cogens). Nesta qualidade vincula não só os Estados signatários como toda a
sociedade internacional[7].
Como antecipado alhures, não existe hierarquia entre as fontes de
3.8.3 Classificação
• Quanto ao número de partes: bilaterais e multilaterais
• Quanto ao processo de formação: tratados fechados (restrita aos
Estados que participaram da assinatura do tratado, não admitindo
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adesões posteriores); e tratados abertos (com possibilidade de adesão
de Estados que não assinaram originalmente o texto).
• Quanto à natureza das normas (matéria regulada): tratados de paz
(regulam o fim de uma guerra ou conflito armado e estabelecem as
consequências para os vencidos), tratados de comércio e navegação,
tratados de amizade e consultas (estabelecem obrigações de consultas
recíprocas entre os Estados signatários), tratados de extradição, entre
outros.
• Quanto à execução no tempo e no espaço (modo de entrada em
vigor): tratados em devida forma – necessitam da troca de instrumentos
de ratificação ou da prática de outro ato solene posterior a sua
assinatura, pelos Estados signatários – e tratados em forma simplificada
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Ocorre nesta fase o credenciamento das delegações, normalmente com
o depósito da Carta de Plenos Poderes (os plenipotenciários são os
agentes estatais que contam com plenos poderes para participar das
tratativas de um tratado, bem como assinar tratados), quando
multilaterial, e troca dos plenos poderes, quando bilateral. São
dispensados da apresentação da Carta de Plenos Poderes as seguintes
autoridades: chefes de Estado ou Governo, chanceleres (Min. Relações
Exteriores) e chefes de missões diplomáticas junto aos Estados em que
se encontram acreditados.
2) Assinatura: a assinatura do tratado encerra a etapa negociadora e
expressa o consentimento de cada parte. A assinatura é, via de regra,
feita ad referendum do Congresso Nacional, salvo nos casos em que o
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sob pena de inviabilizar a ratificação. Pode apenas emitir reservas,
desde que admitidas nas disposições do tratado. A aprovação pelo
Congresso Nacional é editada mediante Decreto Legislativo, promulgado
pelo Presidente do Senado e publicado no Diário Oficial.
4) Ratificação: Uma vez publicado o Decreto Legislativo que aprova o
tratado, encerra-se a etapa de apreciação e aprovação deste e se
iniciam os procedimentos para sua confirmação no plano internacional
(ratificação) e entrada em vigor. A ratificação é ato privativo e
discricionário do Poder Executivo. Consiste num ato internacional
mediante o qual um Estado confirma seu consentimento em obrigar-se
por um tratado de direito internacional, por meio de troca de
instrumentos de ratificação ou seu depósito junto a um Estado ou
3.8.5 Reservas
Durante as negociações de um tratado o Estado pode divergir de
determinado dispositivo, formulando uma reserva. Esta reserva tem por escopo
modificar ou excluir determinada(s) cláusula(s) do tratado e precisa coadunar-
se com a natureza e regulamentos do tratado em apreço. Quanto às reservas
os tratados podem impor: a) proibição expressa à formulação de reservas em
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geral; b) proibição de formular determinadas reservas; c) indicação de que a
reserva é incompatível com a finalidade do Ato. Destarte, o limite ao direito de
emendar um tratado dependerá da vontade das partes.
O Parlamento pode apor reservas à aprovação de dada cláusula do
tratado sujeito a referendo, desde que respeitados os limites neste declinados.
Frise-se que o Congresso pode manifestar reservas (discordar de algum
ponto), não emendar o texto ou sentido do tratado.
3. SUJEITOS DE DIP
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controvérsias. Autores de escol como Rezek rejeitam a tese do indivíduo como
sujeito de DIP. Outros, como Sydney César Silva Guerra, advogam que a
pessoa humana passou a ser considerada um ator internacional a partir do
advento da Organização das Nações Unidas, mais precisamente com a
consagração dos direitos humanos.
Os sujeitos de Direito Internacional Público são aqueles entes
dotados de personalidade jurídica internacional, isto é, são titulares de
direitos e deveres internacionais, e possuem capacidade de exercê-los.
Os Estados gozam de personalidade jurídica originária e ilimitada, em
razão de sua realidade física territorial e populacional, ao passo que as
Organizações Internacionais desfrutam de personalidade jurídica derivada,
resultante da vontade conjugada de um certo número de Estados.
4.1 Estados
Segundo Rezek, o Estado ostenta três elementos conjugados: uma base
territorial, uma comunidade humana estabelecida sobre essa área e uma forma
de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior. Tratam-se dos
elementos comumente denominados de território, povo e soberania (ou
governo)[13].
4.1.1 Território
O território consiste na área sobre a qual o Estado exerce sua jurisdição
de maneira geral e exclusiva. Abrange a área terrestre do Estado, os espaços
hídricos internos, o mar territorial e o espaço aéreo acima dessas áreas. A
definição do território de um país é relevante, na medida em que define o raio
de seus domínios, jurisdição ou soberania. Não há limites territoriais para
constituição de Estados. Tanto assim, que há micro-Estados, com menos de
100 quilômetros quadrados de área.
4.1.2 População
A população se apresenta como a expressão demográfica, a dimensão
pessoal do Estado soberano. Engloba a massa de habitantes, nacionais e
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estrangeiros, fixados no território nacional com ânimo permanente. Tendo em
vista que o Estado detém jurisdição sobre todo seu território, suas
competências terminam por alcançar os não-nacionais que estejam em solo
pátrio. O tema da nacionalidade será abordado em ponto sucessivo.
4.1.3 Soberania
A soberania é a qualidade do Estado, que o faz titular de jurisdição
ilimitada dentro de seu território. Somente Estados soberanos podem manter
relações diplomáticas com outros sujeitos de DIP.
São exemplos de direitos decorrentes da soberania (segundo a Carta da
OEA): direito de defender a sua integridade e independência; de promover sua
conservação e prosperidade; de auto-organização; de legislar.
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6. Sucessão e extinção de Estados
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Referências
[1] Apesar de não haver uma escala hierarquizada entre as normas de Direito
Internacional, há doutrinadores que defendem a existência de algumas normas
com maior envergadura no contexto internacional, tais como as de direito
comunitário e de jus cogens. A Carta da ONU, por exemplo, estaria num
patamar superior aos demais tratados, não sendo possível sua reforma por
acordos posteriores.
[2] O inteiro teor do Estatuto da CIJ encontra-se disponível em vários sítios
eletrônicos, por exemplo:
http://www.trf4.jus.br/trf4/upload/arquivos/ji_cortes_internacionais/cij-
estat._corte_intern._just.pdf.
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Internacional Público. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 63.
[13] REZEK, José Francisco. Direito internacional público: curso elementar.
9. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 161.
[14] ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G. E. do Nascimento. Manual de Direito
Internacional Público. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 88.
[15] MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. Curso de direito internacional
público. 13. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, vol. 1, p. 408
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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Rodrigo Albuquerque de Victor
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