Na contemplação da aparição de Jesus às margens do lago Tiberíades, considero porque os discípulos não o reconheceram à primeira vista. Vejo seus rostos ao reconhecê-lo quando abençoa os alimentos. Vejo com regozijo como lhes inunda uma nova vida. Considero como esta nova biologia deixa entrever um vislumbre do enorme salto evolutivo que toda forma de vida espera. Considero com que cuidado Jesus se revela para que saibam que sua presença é física, que não é um fantasma. Maravilho-me com eles da revelação desta nova biologia que é a base do universo material. 1. Oferecimento de si mesmo Rogo às Três Pessoas Divinas a graça para que durante esta oração, todas as minhas intenções, ações, operações e sentimentos se dirijam unicamente a seu serviço e louvor. 2. Preâmbulo ao mistério Aparição de Jesus a seus discípulos, às margens do lago Tiberíades. 3. Disposição de todo o meu ser para o mistério Leio Jo. 21,1-25 e com a imaginação me ponho na situação sugerida pela leitura. Tomo consciência do que S. Paulo escreveu sobre a gloriosa nova biologia da evolução (1Cor. 15,35-53; Col. 1,15-18; Tes. 4,13-18; Rom. 8,18-25). John Haught interpreta esta nova biologia para explicar que a morte é a passagem de uma associação superficial com o mundo e as criaturas a uma intimidade eternamente profunda com o cosmos inteiro, não uma despedida dele. 4. Desejo de meu coração Peço alcançar a graça de ser feliz e regozijar-me com todas as criaturas que desfrutam da glória e júbilo de Jesus Ressuscitado. 5. Pontos de reflexão e consideração Primeiro ponto: Contemplo Jesus orientando os seus amigos para conseguir pesca em abundância. Vejo-o às margens do lago, fazendo fogo para preparar uma refeição. Maravilha-me de que o que vejo nesta hora da manhã é apenas um vislumbre do cumprimento da grande promessa da Trindade. A promessa de que toda a matéria, todas as criaturas do cosmos serão partícipes da ressurreição. A promessa de que é a este cosmos formado de hidrogêni- o, carbono, ADN, poesia e música ao qual se fará partícipe da informação glorificada. Segundo ponto: Considero a presença física do Cristo ressuscitado diante de seus discípulos e diante da co- munidade de vida: árvores, pássaros, solo, ar, oceanos, animais... Vejo o prazer nos olhos de Jesus. Terceiro ponto: Saboreio o mistério do assombroso amor da Trindade, oculto durante bilhões de anos den- tro de toda a natureza em evolução. Sinto a fragrância das árvores, da erva e das flores na promessa de pleno cumprimento da nova biologia. Na oração: Jesus auxiliou e consolou constantemente a quem estava só; mais ainda, suas parábolas, de por- tentoso significado, se referiam com frequencia a pássaros, sementes, colheitas, figueiras, ervas daninhas, vinhas, fermento, lírios,... Ele acalmou as águas turbulentas; converteu a água em vinho; multiplicou os pães e os peixes. Ordenou aos olhos que recobrassem a vista, aos nervos que se reanimassem, à vida que vivificasse a um cadáver. Ele foi o autor absoluto e a fonte suprema desta nova biologia. Assim, ao pensar que se a morte é um salto na evolução para uma maior intimidade com a criação, então para preparar-me para a morte deveria, como Jesus, aprofundar e estender minha amizade com as pessoas e com toda a criação. Considero a lógica assombrosa desta força vital que prescreve que a forma correta de viver é preparar-se para morrer. 6. Colóquio Falo com a Trindade de meu assombro e meu regozijo. Dou graças à Trindade porque meu desespero se transformou em esperança.