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PASSOS, João Décio.

Teologia e outros
saberes. Uma introdução ao pensamento
teológico. São Paulo: Paulinas, 2010. 208 p.
(Coleção Teologia na universidade.)

O professor João Décio Passos assumiu a árdua tarefa de articular o diálogo da


teologia com os jovens universitários e o pensar uma teologia que supere o hiato entre fé e
razão nascido na Modernidade tardia. Este livro nasceu da experiência didática de inúmeros
professores ao longo de vários anos na condução da disciplina que, na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, é denominada Introdução ao pensamento teológico.
Assim, o professor João Décio trata das questões de fundo da relação entre teologia e
ciência, tais como a problemática do conhecimento na sociedade atual, os dramas do ser
humano e o futuro sustentável da vida planetária.
Depois de considerações iniciais sobre o lugar da teologia na universidade, a obra é
organizada em quatro partes: a primeira é chamada de rupturas e desafios; a segunda, de
razões e sedimentações; a terceira, de especificidades e relações; e a última, de
necessidades e proposições. Há, ainda, breve conclusão que apresenta alguns desafios
concretos e programáticos. O autor percorre as rupturas históricas entre o conhecimento
teológico e os saberes científicos e filosófico, apontando os desafios para um novo diálogo;
explica as razões e sedimentações que distinguem o conhecimento religioso do
conhecimento teológico; desdobra as especificidades e relações entre a teologia e as várias
formas de pensamento, compreendendo a realidade como valor; e indica as proposições em
torno da justa medida do ser humano, tendo a vida como valor fundamental.
João Décio Passos segue o caminho da interlocução qualificada com o mundo
universitário, pleno de pluralidades e de jovens inseridos em uma cultura do consumo, do
efêmero, e fortemente marcados pelo agnosticismo. Diz bem o autor: “Pensar previamente

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no interlocutor constitui não somente uma postura pedagogicamente correta, mas também
um conteúdo e uma forma do que se pretende estudar, no caso uma teologia universitária”
(p. 11).
Por não se tratar de um estudo clássico de teologia para seminaristas e clérigos, esta
teologia tem como matéria-prima a tensão entre o crer e o duvidar. Os textos de suporte
bibliográfico percorrem importantes teóricos contemporâneos – tais como Adolphe Gesché,
Gilles Lipovetsky, Karen Armstrong, Peter Berger, Severino Croatto, Hilton Japiassu –,
sem olvidar os clássicos da pedagogia, da sociologia religiosa e da teologia – tais como
Paulo Freire, Edgar Morin, Max Weber, Emile Durkheim, Paul Tillich, Tomás de Aquino,
Santo Agostinho – e críticos como Jacques Monod, Augusto Comte e Hans Küng. O autor
vale-se deste mundo conceitual com desenvoltura e leveza, apresentando texto que flui e
que mantém a pertinência e profundidade sem perder a didática.
O objetivo do livro é o de contribuir para que se eduque um sujeito autônomo para
ser, pensar e agir, transformando o mundo e cultivando valores fundamentais de
humanidade e transcendência, sem os quais ficaremos diminuídos em nossos sonhos e
potencialidades. A teologia sustenta e fundamenta valores essenciais à vida humana. A
teologia contribui na busca do significado profundo do ser humano na história, sem impor
uma visão de fé, mas propondo uma interpretação que, a partir das referências da fé,
ofereça elementos que ajudem a compor a visão mais ampla do profissional universitário
depois do percurso da Academia.
Este livro abre uma promissora coleção denominada Teologia na universidade, livros
escritos por inúmeros catedráticos e teólogos de várias universidades confessionais do
Brasil. Podemos esperar para os próximos meses textos abrangendo Teologia e Arte,
Teologia e Comunicação, Teologia e Mercado, Teologia e Educação, e muitos outros, que
serão o prenúncio de futuros textos de teologias de áreas científicas e epistemológicas
distintas. Uma introdução ao pensamento teológico abre caminho para inúmeros livros de
diálogo chamados Teologia e. No futuro, esta promissora produção intelectual poderá fazer
surgir livro de plurais e promissoras Teologias de.
Está posta a tarefa intelectual, pois, como diz o livre-docente em Teologia João Décio
Passos: “No âmbito da universidade, a teologia pode ensinar a crer e a duvidar” (p. 194).
Os alunos que puderem ler este texto inspirado na prática docente poderão, com certeza, e

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depois de rigorosa pesquisa cientifica e hermenêutica, fazer a crítica necessária dos
fundamentalismos, das cosmovisões fragmentárias, do cientificismo, e abrir uma senda
promissora de um conhecimento universitário que seja “capaz de articular mediação
científico-tecnológica com finalidades éticas, investigação com valor, prática profissional
com ética” (p. 30). Esta imensa tarefa passa, certamente, pelas salas de aula das
universidades confessionais, mas as ultrapassa, haja vista ser uma tarefa diária de qualquer
pessoa de fé, pois quem com ela anda sabe e pode cantarolar: “[...] andá com fé eu vou que
a fé não costuma faiá [...] Mesmo a quem não tem fé, a fé costuma acompanhar, Oh! Oh!
Pelo sim, pelo não [...]” (letra da música Andar com fé, de Gilberto Gil).
Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior1

1
Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP.

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