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OLIVEIRA, J. Arimatés.

Administração de Recursos Humanos x Administração de Pessoal x


Relações Industriais: confusão semântica. Revista Tendência do Trabalho. Rio de Janeiro, n.287,
p.16 - 17, 1998.

Administração de Recursos Humanos x Administração de Pessoal x


Relações Industriais: confusão semântica.
José Arimatés de Oliveira (1)

Embora para uns poucos possa parecer que Administração de Recursos Humanos,
Administração de Pessoal e Relações Industriais sejam a mesma coisa, a realidade é que elas
guardam entre si uma certa distância. Os dois primeiros termos só se confundem na
nomenclatura de disciplinas nos cursos médios e superiores de Administração e ciências afins,
que sob o título Administração de Pessoal, incluem conteúdo de Administração de Recursos
Humanos ou vice-versa. Outra hipótese de superposição dos termos e funções, é em empresas
públicas e até mesmo em empresas privadas que teimam em manter em suas estruturas órgãos
denominados de Administração de Recursos Humanos que englobam atividades de
Administração de Pessoal, ou órgãos de Administração de Pessoal abrangendo atividades de
Recursos Humanos, o que é mais sério, pois pode até indicar que não há Administração de
Recursos Humanos nessas organizações.
Mas, o que quer dizer toda a confusão semântica entre estes vocábulos? Inicialmente,
que existem significados especiais para cada uma deles, diferentes entre si, mas que na
realidade só demonstram a complexidade deste ramo da Ciência da Administração. Por outro
lado, mesmo com significados especiais, há a certeza de que todos contribuem para
demonstrar a dificuldade referente ao trato com os recursos humanos das organizações, o
terceiro fator de produção.
A Administração de Pessoal trata da parte dita cartorial, que são principalmente os
registros dos membros da organização. Em suma, encarrega-se das rotinas trabalhistas e de
pessoal, tendo sob sua responsabilidade a administração dos eventos burocráticos decorrentes
do contrato de trabalho. Sem dúvida, não se pode admitir que não sejam importantes essas
funções, já que é imprescindível o controle da vida funcional dos empregados, com vistas à
avaliação de desempenho, treinamento, remuneração, controles de freqüência, entre outras
tarefas específicas.
Relações Industriais é outra área relacionada a Pessoal, que cuida das relações
trabalhistas externas da empresa com os sindicatos, com o Governo e com outros órgãos
públicos. Em muitas empresas há um setor específico com esta denominação, além do de
Pessoal ou de Recursos Humanos, para os relacionamentos explicitados.
A Administração de Recursos Humanos, por seu lado, cuida da parte referente ao
desenvolvimento das pessoas que pertencem à organização. Isto quer dizer que ela não cuida
somente da remuneração, da avaliação ou do treinamento das pessoas, mas do seu
desenvolvimento como um todo. Encarrega-se, especificamente de promover a integração do
trabalhador à organização, por meio da coordenação de interesses entre a empresa e a mão de
obra disponível.
Por isto, preocupações com a qualidade de vida no trabalho, melhoria do clima,
formação de uma cultura organizacional salutar, relacionamento interpessoal, são exemplos
de atividades da Administração de Recursos Humanos nas organizações. De igual forma,
assuntos como planejamento de recursos humanos, tratamento dos conflitos organizacionais,
análise sócio-técnica, sociologia das organizações, psicologia social das organizações e
qualidade total entre outros, também são estudados quando se deseja analisar profundamente

1
- Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Administração, UFRN.
a administração de Recursos Humanos. É isto que permite a consecução do objetivo de se
promover a integração do homem à organização
Observe-se que, entre estas duas últimas denominações, a diferença não é tão grande.
Chegam a ser complementares e têm como objetivo proporcionar à organização uma mão-de-
obra motivada, integrada e produtiva. O importante é que a Administração de Recursos
Humanos, quer como significado ou como denominação departamental, tem predominância
gradativa, sendo cada vez mais utilizada pelas organizações.
No entanto, há mais um detalhe. Ao se analisar mais detidamente a própria expressão
Recursos Humanos, pode-se perceber que há um aspecto que merece atenção. Por exemplo,
muitos autores modernos, mais voltados ao humanismo e ao respeito pelos seres humanos,
abominam a idéia de se considerar as pessoas como recursos, incluindo-os juntamente aos
recursos físicos, aos recursos materiais e aos recursos financeiros. A superioridade do ser
humano sobre estes recursos, não permite que ele próprio seja considerado um mero recurso,
mesmo que seja humano.
Por isto, já há propostas para novas denominações desta área das ciências humanas.
Alguns sugerem que se chame Gestão de Pessoas, já que a expressão gestão é muito mais
nobre do que simplesmente administração, alegando que esta última dá uma idéia de trato
com coisas materiais e seria muito mais adaptado para, por exemplo, estoques, materiais,
finanças e outros tipos de bens físicos. Outros, observando a situação de uma forma mais
abstrata e filosófica, admitem que o que se deve ter na empresa, é um órgão de
Desenvolvimento Humano. Por esta sugestão, as pessoas, antes de sua entrada na empresa até
após sua aposentadoria, devem receber um tratamento adequado, que satisfaça suas
necessidades e estimulem o seu desenvolvimento como ser humano em todas as áreas de sua
vida.
Talvez a questão semântica não tenha sido resolvida neste texto. No entanto, o
emaranhado de termos e significados a respeito da relação com os participantes da
organização (ou colaboradores, como sugerem consultores da área de Qualidade) deverá
servir para que se reflita mais na importância do elemento humano na construção de
organizações saudáveis e eficazes para a sociedade.

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