Anda di halaman 1dari 59

Scribd

Upload a Document

Search Books, Presentations, Business, Academics...

Explore

Documents
• Books - Fiction
• Books - Non-fiction
• Health & Medicine
• Brochures/Catalogs
• Government Docs
• How-To Guides/Manuals
• Magazines/Newspapers
• Recipes/Menus
• School Work
• + all categories
• Featured
• Recent

People
• Authors
• Students
• Researchers
• Publishers
• Government & Nonprofits
• Businesses
• Musicians
• Artists & Designers
• Teachers
• + all categories
• Most Followed
• Popular
• Sign Up
• |
• Log In
                                  

First Page

Previous Page

Next Page
  /  34

Zoom Out

Zoom In

Fullscreen

Exit Fullscreen

Select View Mode

View Mode
BookSlideshowScroll

Readcast

Add a Comment

Embed & Share

Reading should be social! Post a message on your social networks to let others know what you're
reading. Select the sites below and start sharing.
Readcast this Document

Login to Add a Comment

SUBMIT

Share & Embed

Add to Collections
Download

Auto-hide: on
var analytics = new Analytics();
var seo_query = null, seo_keywords = null;
if (analytics.isSearchEngineVisitor()) {
seo_query = analytics.getSearchEngineQuery();
seo_keywords = analytics.getSearchEngineKeywords();
}
if (seo_query && $('disable_highlighting')) {
$('query_highlighting').innerHTML = seo_query.replace(/</g, '&lt;').replace(/>/g, '&gt;');
$('disable_highlighting').show();
$('ipaper_highlighting_box').show();
}

GA_googleFillSlot("DocPage_ATF_728x90");
var pubId=25028;
var siteId=25621;
var kadId=20425;
var kadwidth=728;
var kadheight=90;
var kadtype=1;

if (typeof Scribd == "undefined" || !Scribd.showAggressiveAds()) {


document.write('<script src="http://ads.pubmatic.com/AdServer/js/showad.js"
type="text/javascript"><\/script>');
} Object 1 Object 2

Object 3

GA_googleFillSlot("DocPage_ATF_336x280");

docManager.setupTestElements();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


CRIANÇAS ABANDONADAS:
NEGLIGÊNCIA, MAUS TRATOS E PROBLEMÁTICAS NO
DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO1
Docente:
Prof. Doutora???????
Discentes:
Dezembro 2008
1 Atenção! Trata-se de um primeiroEs bo ço de trabalho – pelo que tem uma grande parte de citação
directa,
não assinalada do autor Fonte, 2oo4 – cuja Leitura de tese se recomenda (ver Bibliografia), tal como o
ponto sobre “A criança e o seu Desenvolvimento na perspectiva de Piaget” não contém qualquer
referência, neste caso é parte de uma síntese elaborada por mim com base na obra de Piaget,
referenciada na bibliografia.
Chama-se igualmente a atenção para o facto de, por lapso, não se referir o nº de página de onde se
retirou a citação e de a Bibliografia conter algumas referências que ainda não foram utilizadas, mas que
são meros indicativos de estudos importantes a consultar no futuro... Obrigada!
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 14, 2, 4, 5], "pageNum": 1};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_1");
pageParams.innerPageElem = document.getElementById("page1");
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();
GA_googleFillSlot("DocPage_BTF_468x60");

aster_cloud_id = '2437661';
aster_cloud_format = '600x90'; document.write(unescape("%3Cscript
src='http://web.asterpix.com/media/js/searchlight.js' type='text/javascript'%3E%3C/script%3E"));

Object 4

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN OToda riqueza provém do trabalho, asseguram os

economistas. E assim o é na realidade: a natureza proporciona os materiais que o trabalho transforma


em riqueza. Mas o trabalho é muito mais do que isso: é o fundamento da vida humana. Podemos até
afirmar que, sob determinado aspecto, o trabalho criou o próprio homem. (Engels,1990).
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 14, 5], "pageNum": 2};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_2");
pageParams.innerPageElem = document.getElementById("page2");
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


ÍNDICE

I – Introdução.......................................................................................................................1 1. Contexto
histórico do abandono e Negligência.................................................................2 2. Fundação das
Misericórdias, em Portugal.........................................................................2 3. Alterações jurídico-
administrativas...................................................................................6 4. A declaração dos “Direitos da
Criança”..........................................................................10 5. A criança e o seu desenvolvimento
segundo Jean Piaget.................................................11
5.1. Estádio Sensório-
motor..............................................................................................................................12
a) Permanência do objecto.................................................................................................................13
5.2. Estádio Pré-
operatório...............................................................................................................................13
5.3. Estádio das Operações
concretas..............................................................................................................14
5.4. Estádio das Operações
formais.................................................................................................................15
6. Crianças abandonadas: uma realidade actual...................................................................16
6.1. Importância da
família...............................................................................................................................19 6.2. Para
onde vão as crianças depois do abandono?......................................................................................19 6.3.
Adopção......................................................................................................................................................
20
7. Risco, vulnerabilidade, protecção e resiliência................................................................22 IV –
Conclusão..................................................................................................................25 V –
Referências..................................................................................................................26 Anexo
I.................................................................................................................................i
1. Refúgio Aboim Ascensão, no
Algarve........................................................................................................... i
1.1. Missão e
Objectivos................................................................................................................................i
1.2. Como nasceu a emergência infantil?.....................................................................................................
i
1.3. Unidade de Habilitação Madalena
Perdigão........................................................................................ii
1.3.1. Terapia Ocupacional..................................................................................................................ii
1.3.2. Terapia da Fala..........................................................................................................................iii
1.3.3. Fisioterapia................................................................................................................................iii
2. Ajuda de
berço................................................................................................................................................iv 2.1.
Missão e objectivos...............................................................................................................................iv
2.2. Como funciona a Ajuda de
Berço?......................................................................................................iv
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 14, 5], "pageNum": 3};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_3");
pageParams.innerPageElem = document.getElementById("page3");
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 5

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


1
I – INTRODUÇÃO

Vive-se numa época em que a criança ocupa um espaço privilegiado no universo das famílias e das
sociedades do mundo ocidental, com os seus direitos a serem internacionalmente reconhecidos – o que
lhe confere o privilégio de beneficiar dum programa específico de protecção e de segurança social –
qualquer situação de abandono, exploração ou maus tratos é considerada como um comportamento
repugnante, socialmente reprovado e juridicamente condenado.
Inseridos num espaço europeu, onde as crianças são tão valorizadas e a adopção constitui um objectivo
de muitos casais, não admira que quaisquer comportamentos lesivos da sua integridade física e mental
sejam profusamente debatidos e socialmente condenados, à luz dos valores da sociedade
contemporânea (Fonte, 2004).
Paradoxalmente, mesmo após terem sido reconhecidos e oficialmente aprovados os seus direitos,
primeiro pela Declaração de Genebra, em 1924, mais tarde pelas Nações Unidas, em 1959, a realidade
tem-nos mostrado que os problemas das crianças não são um exclusivo do passado, se pensarmos que
muitas delas ainda hoje são vítimas de abandono, maus tratos e perversas formas de exploração.
Apesar do fenómeno do abandono de crianças estar associado a comportamentos e práticas das
populações do passado, a sua dimensão e o contexto em que o mesmo se gerou e desenvolveu
assegurou-lhe um espaço próprio na nossa memória colectiva. Transmitido de geração em geração,
quantas vezes de forma deturpada, qualquer caso de infanticídio ou de abandono de crianças, nos dias
de hoje, acaba por desencadear uma profunda reflexão e suscitar novos problemas, aos quais os
especialistas de várias áreas procuram dar resposta (Fonte, 2004).
Temos como i mpru d en t e aquele que, através de uma conduta, afasta-se do mínimo que a apropriada
execução exige. O exemplo clássico de excesso de velocidade por motorista em noite chuvosa é
extremamente ilustrativo. Em contra-partida conceitua-se prudência como uma relutância de tomar
riscos, que consiste em uma virtude de respeito aos riscos desnecessários. Ou seja,imprudente é aquele
que faz quando não deveria fazer. Configura- se aimp erícia a partir do despreparo do agente em
exercer determinada função onde conhecimentos técnicos são indispensáveis para o sucesso da
atividade ou profissão. O leigo que exerce artes medicinais, culminando este proceder em prejuízo ou
dano para alguém, demonstra-se como imperito. Ou seja, imperito é aquele que não sabe
fazer.Negligente demonstra-se o agente ao na prática de proceder, que revele e caracterize omissão, em
prejuízo de uma atitude que deveria ser originalmente positiva. A negligência sintetiza, portanto, um
proceder negativo, uma abstenção de procedimentos seguros fixados em
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 9, 14, 2, 4, 5], "pageNum":
4};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_4");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/4-
d52b0d1156.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


2
norma ou regulamento. Ou seja, negligente é aquele quenão faz quandot em que fazer
(Guimaro Junior, 1999).

Por tudo isto consideramos fundamental abordar o tema do abandono infantil e tentar perceber, a partir
daí, como este se relaciona com a negligência, maus tratos e problemáticas do desenvolvimento do
sujeito. Gostaríamos ainda de aflorar a temática da adopção, já que esta é a solução considerada ideal
para muitos dos casos de abandono Começamos por recuar no tempo e tentar perceber como era vivida
esta realidade no passado para depois virmos até aos nossos dias e tentar compreender a verdadeira
dimensão do problema.
1. CONTEXTO HISTÓRICO DO ABANDONO E NEGLIGÊNCIA
De uma forma muito resumida o contexto histórico desta problemática, perde-se nas brumas
dos tempos, chegaram no entanto, indicações que:

Criação de hospitais e orfanatos para crianças abandonadas e órfãos no séc. II d.C.;

Nos sécs. V, VI e VII existiam em várias regiões da Europa orfanatos para crianças
abandonadas;

Em Portugal: intervenção social com crianças maltratadas teve início no séc. XVI. No séc.
XVIII foi criada a “Roda” (Radbill, 1987; Zigler e Hall, 1989; Fonte, 2001, 2004);

O 1º artigo científico sobre mau trato surge em 1962:
Kempe, C. H., Silverman, F. N., Steele, B. F., Droegemueller, W., & Silver, H. K.(1962).
The battered-child syndrome. JAMA, 181(Jul 7), 17–24.
Recuemos então ao passado, em Portugal, levados pela mão Teodoro Afonso da Fonte (2004) que,
aquando da sua investigação de doutoramento se deparou com a seguinte situação: “num estudo
comparativo que efectuámos a partir dos registos paroquiais e
municipais dos expostos de Ponte de Lima, pudemos comprovar que, no período de 1792 a 1874, o
número de expostos das fontes paroquiais é inferior ao que nos é fornecido pelas fontes municipais.
Esse diferencial resulta do facto dos registos municipais conterem o registo do total de expostos que
entraram na Rodas/Hospícios do concelho, enquanto as fontes paroquiais apenas integram os registos
dos expostos que aí foram baptizados, excluindo aqueles que, comprovadamente, já vinham
baptizados”.
2. FUNDAÇÃO DAS MISERICÓRDIAS,EM PORTUGAL
Foi sobretudo durante o século XVI, que se fundaram algumas das principais Misericórdias da região
norte, como a Misericórdia de Viana (Figura 1), com as quais se pretendia dar cumprimento às catorze
obras de misericórdia (sete espirituais e sete corporais). Estas instituições são bem o exemplo vivo de
uma extraordinária longevidade, estando bem enraizadas entre as comunidades locais e continuando a
assegurar algumas das suas mais importantes valências religiosas e sociais.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 10, 11, 9, 14, 2, 5],
"pageNum": 5};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_5");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/5-
897b4be325.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 6

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


3
Figura 1. A Misericórdia de Viana, na 2ª metade do século XIX (cit. Fonte, 2004)

Com o Estado a não resolver os inúmeros problemas sociais que afectavam alguns sectores da
população do país, uma situação agravada pelo facto dos concelhos não conseguirem dar cobertura às
obrigações que lhes haviam sido imputadas pelo poder central, foram as redes de solidariedade,
espontâneas ou institucionais, que acabaram por evitar o agravamento das situações de marginalização
e exclusão social dos mais desprotegidos.
De facto, “Quando confrontámos os dados estatísticos dos concelhos de Viana e Ponte de
Lima, relativos ao período de 1842 a 1867, obtidos através da exploração das fontes municipais
(utilizando uma metodologia microanalítica) e das fontes distritais, é possível comprovar a falta de
correspondência na evolução da admissão de expostos nesses dois concelhos (Figura 1). Nesse período,
a fonte distrital contabilizava mais 1124 expostos do que os dados obtidos através das fontes
municipais dos referidos concelhos, ou seja, quase mais 20% de registos. É um problema que resulta do
facto das fontes distritais não diferenciarem as crianças expostas das subsidiadas, uma percentagem que
só não é superior porque o sistema de atribuição de subsídios ainda era bastante restritivo.”
Figura 2. Evolução global do registo de expostos nos concelhos de Viana e P. de Lima (1842-1867)
(cit. Fonte, 2004)
Esta posição poderá ser explicada pelo facto das Rodas terem emergido como instituições que salvar a
vida de muitas crianças, na linha do pensamento iluminista de Pina Manique que, através duma ordem-
circular de 1783 (um tema a tratar num próximo capítulo),
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
6};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_6");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/6-
0923270a07.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


4

mandou criar estas instituições, por todo o território nacional, para salvar a vida de tantos vassalos que
tão úteis poderiam ser à pátria (Fonte, 2004). Refira-se o facto do corregedor de Viana ter indicado a
existência nesta comarca de 759 confrarias, para um total de 274 freguesias. Muitas delas ainda hoje
continuam a existir, mantendo viva a herança dos antepassados, a religiosidade popular e o carácter
solidário das suas gentes. Em 1865, o distrito de Viana contabilizava 783 irmandades e confrarias
(Fonte, 2001).
A dieta alimentar das populações rurais, descrita por Custódio Vilas-Boas (1800; 1970),
seria basicamente constituída por “pão de milho e centeyo; hum pobre caldo de feijão ou
couves; vinho verde; algumas vezes carne de porco, bacalhao ou sardinhas, cujo
mantimento os faz robustos, e saudáveis”. Porém, não se poderá esquecer a importância do
leite, sobretudo de vaca, o qual, juntamente com a broa de milho, constituía a base da alimentação das
populações rurais. Uma alimentação melhorada estaria reservada para os dias mais festivos. A penúria e
as situações de extrema miséria estariam reservadas a uma parte mais reduzida da sua população,
sobretudo às pessoas ou famílias sem possibilidade de angariar o seu próprio sustento, por incapacidade
física ou por ociosidade.
O sentimento de pertença a uma comunidade estava profundamente enraizado entre as populações do
Alto Minho, crescendo em torno da Igreja, para onde confluíam os paroquianos e onde se
desenrolavam os “ritos de passagem”. Perante a dura realidade quotidiana, os habitantes desta região
procuravam amenizar as agruras da vida e ultrapassar as inúmeras dificuldades. A solução poderia
passar pelo desenvolvimento de um conjunto de estratégias que lhes permitissem contornar os
problemas de sobrevivência e que assentavam, essencialmente, na consolidação dos vínculos familiares
e na valorização das relações e laços de vizinhança, assentes em solidariedades verticais ou horizontais.
Há estatísticas demonstrativas da separação que se faz entre as crianças legítimas e as ilegítimas.
Quadro 1
Nascimentos, legítimos e ilegítimos, no distrito de Viana (1864) )(cit. Fonte, 2004)
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
7};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_7");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/7-
6646256256.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 7

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


5

Depois da identificação de alguns comportamentos que não se afastavam muito dos padrões europeus,
o estudo demográfico de Guimarães, realizado pela investigadora Norberta Amorim (1987), acabou por
demonstrar que as taxas de ilegitimidade registadas, tanto na zona urbana como nas freguesias
limítrofes rurais, não se enquadravam nas indicadas para o já referido modelo europeu dos países do
Sul da Europa. Eram indicadores seguros que apontavam para a possibilidade de se estar perante um
comportamento demográfico específico, com a ilegitimidade a atingir proporções muito superiores às
de outros países europeus (Quadro 2) (Fonte, 2004).
Quadro 2
Actualidade da percentagem de ilegítima na Europa no Antigo Regime(cit. Fonte, 2004)
O Baixo Minho é considerado por Neves, em 1998, como um núcleo demográfico que
poderia ser classificado como o “epicentro do fenómeno da ilegitimidade no território
português”. Se considerarmos que estes dados permanecem elevados, para a actual
realidade, vejamos o que sucede globalmente nos dias de hoje .
Quadro 3
Nados vivos anos de 1960 a 2003: alguns indicadores (Carrilho, 2006)
A percentagem de nados-vivos fora do casamento tem vindo a aumentar substancialmente nos últimos
anos, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde em 2003 atingiu 39,3% dos registos. Nos
Açores, estes nascimentos representaram, nesse mesmo ano, 16,9%
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
8};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_8");
pageParams.contentUrl = "http://html1.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/8-
70873c4c9b.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


6
dos registados. Comparando com a Europa dos 15, Lisboa (39,3%) ultrapassava, em muito,
a média europeia (31,4%) em 2003 (Carrilho, 2006).
A solidariedade humana, alicerçada num espírito de benemerência social e inspirada nos princípios da
doutrina cristã, acabou por impedir que a miséria e a indigência alastrassem e se generalizassem,
sobretudo em períodos de conjuntura mais desfavorável. Este altruísmo solidário ajudará a explicar um
certo particularismo nas relações humanas e sociais entre as comunidades de uma região
profundamente rural, a contrastar com aquilo que se verificaria nos grandes espaços urbanos do nosso
país, em particular no período da sua industrialização, bem mais propícios a situações de exclusão
social (Carrilho, 2006).
As Ordenações do Reino constituem o suporte jurídico em que se estruturou a assistência às crianças
órfãs no nosso país, às quais apareciam associadas as crianças que haviam sido enjeitadas pelos seus
familiares ou cujos progenitores eram desconhecidos. O estudo da comunidade é um dos meios
privilegiados e indicados para se avaliarem determinados comportamentos individuais, nomeadamente
como definiram os seus “arranjos familiares”, como organizaram os seus agregados domésticos, como
se relacionaram com os parentes e vizinhos, como herdaram a autoridade e o património, como
sobreviveram e como se reproduziram (Scott, 2004).
Como vemos apesar das desigualdades entre ricos e pobres, ambientes industriais e rurais a verdade é
que se vivia numa época em que ainda havia valores que sustentavam toda a comunidade/sociedade,
religião, família, estes alteram-se profundamente com o advento da industrialização e o êxodo das
populações das aldeias para os meios altamente industrializados – as cidades.
3. ALTERAÇÕES JURÍDICO-ADMINISTRATIVAS
E a Roda do Hospital Real,
rodando dia e noite, ia
recebendo crianças sobre
crianças, a boquita sequiosa,
os cabelos numa névoa de
oiro, sorrindo para a sua
própria desgraça!
(Júlio Dantas, 1915)
As grandes alterações jurídico-administrativas apenas apareceram no período liberal, altura em que
foram publicados novos diplomas legislativos e os Códigos Administrativo, Penal e Civil, como reflexo
duma nova concepção da assistência e duma nova visão da sociedade em relação às populações vítimas
de exclusão familiar e social. Na prática, a nova legislação liberal mais não pretendia do que
reorganizar o serviço de beneficência e assistência pública às crianças expostas, abandonadas e
indigentes, mantendo inalterados os seus princípios e objectivos fundamentais. O caminho da
modernidade pressupunha que o Estado
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 14, 2, 5], "pageNum":
9};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_9");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/9-
0d1d36b22b.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();
Object 8

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


7
complementasse ou viesse a substituir progressivamente a caridade particular, à medida que
esta se revelava incapaz de dar resposta às crescentes solicitações das sociedades modernas.
Gouveia Pinto (1928) chegou a afirmar que “não seremos excessivos se calcularmos a

entrada anual dos expostos em todas as casas da roda e Hospitais do Reino de Portugal, e Algarve, em
10:000, e o número de existentes até aos 7 anos de idade em 30:000. Este último número deveria incluir
as crianças que entravam em cada ano e, muito provavelmente, não apenas as expostas, mas também as
subsidiadas.”
Foi em pleno século XIX, quando se procuravam encontrar os mecanismos adequados para atenuar o
problema do aumento significativo do número de crianças expostas, que se considerou não ser possível
resolver esse problema, sem se conhecerem previamente as causas que estariam na origem de tal
comportamento social e demográfico. Logo no primeiro quartel desse século, o jurista português,
Gouveia Pinto (1820, p. 3), considerou que o enjeitamento dos filhos, pelos seus progenitores, estaria
relacionado com alguma das seguintes razões:
1º. Pelo perigo que corrião, se fossem conhecidos, como acontece nas uniões clandestinas, em
que há todo o interesse em ocultar os factos;
2º. Pela summa pobreza dos pais;
3º.3.º-Pela sua perversidade, que suffoca em seus corações os sentimentos de amor paterno e
lhes faz considerar a criação dos filhos como hum pezo, de que procurão alliviar-se (...).
A designação de “exposto” só foi juridicamente abolida após a publicação do Código do Registo Civil,
em 1958. Em seu lugar, as crianças que estivessem nessas circunstâncias foram integradas no grupo dos
“menores abandonados”. Estes passaram a ser considerados como estando em perigo moral, desde o
início do período republicano (dec. de 27 de Maio de 1911. Fariam parte deste grupo de crianças todos
os recém-nascidos, filhos de pais incógnitos, que fossem encontrados ao abandono em qualquer lugar
(vide art.ºs 126.º e seguintes do Código Civil de 1958).
Quando as apelidavam de “postiças”, os escrivães assumiam um provincianismo que se começou a
generalizar entre as populações desta região, como forma de designar as crianças que estavam a ser
criadas por famílias não biológicas. Nalguns casos, estas crianças acabaram por dar continuidade à
Casa – unidade de produção e consumo – que as havia acolhido e adoptado. Em S. Lourenço da
Montaria, uma freguesia rural do concelho de Viana do Castelo, ainda hoje persiste a tradição ancestral
de associar as pessoas à Casa, cujo nome foi passando de geração em geração. Uma delas ainda hoje é
conhecida por “Casa da Postiça”, uma designação que terá resultado da presença de uma “postiça”, a
qual terá herdado a casa da presumível ama de acolhimento.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
10};
pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_10");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/10-
5f055be03e.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


8

O poder central deu prioridade às crianças abandonadas, com as medidas legislativas a definirem o
verdadeiro estatuto jurídico dos expostos. Assim, enquanto que Carlos III procurou impedir que os
expostos pudessem ser adoptados por pessoas sem escrúpulos, mais preocupadas em usá-los em
benefício próprio do que em educá-los convenientemente, Carlos IV legislou no sentido de acabar com
o estigma da marginalidade e com os problemas de inserção social dos expostos. Empenhado na
dignificação da criança abandonada, este monarca, por decreto de 5 de Janeiro de 1794, determinou a
legitimação, para efeitos civis, de todos os expostos de pais desconhecidos, assimilando-os, em termos
laborais e judiciais, à classe dos homens bons. Ao considerar que os expostos não poderiam ser objecto
de qualquer discriminação social, a legislação passou a condenar as pessoas que injuriassem estas
crianças, chamando-lhes ilegítimos, bastardos, espúrios, incestuosos ou adulterinos (Pérez Moreda,
1980).
Como reflexo da mentalidade populacionista, então reinante, Diogo Inácio de Pina Manique enviou a
todos os provedores das comarcas uma ordem-circular, datada de 10 de Maio de 1783, cujo principal
objectivo era alargar a rede assistencial de acolhimento das crianças expostas e regulamentar a sua
criação.
A finalidade da intervenção do Estado seria a de salvar a vida de muitas crianças que
continuavam a ser sacrificadas “como inocentes victimas da indolensia com que os Povos
vem perecer tantos cidadoens que poderião ser uteis ao Estado e glória para a Nação”. De
acordo com o que estava determinado na citada ordem-circular, cada provedor “hirá
pessoalmente a todas as terras da sua Comarca e em cada hua das villas della estabelecerá hua casa em
q’ haja hum lugar onde se possão expor as crianças sem que se conheça quem as leva” (...). Era a
legalização e a generalização das Rodas como instituições de assistência
à infância abandonada, dotadas de um instrumento que garantisse todo o sigilo à exposição
de crianças (Pina Manique, 1783).
Em 1806, o príncipe regente, depois de relembrar que as Misericórdias e os Hospitais do reino e seus
domínios se encontravam sob a sua “real e imediata protecção”, determinou que todas as Misericórdias
se regulassem pelo compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cujos bens deveriam ser
destinados ao exercício da sua função assistencial. Com uma larga abrangência social, uma das
prioridades destas instituições seria a de procurar melhorar a assistência às crianças abandonadas,
eleitas pelo príncipe regente como “hum
dos objectos mais dignos da Minha Real Consideração, e dos mais recomendáveis á
caridade christã, e proprios do Instituto das Misericórdias”.
Publicado no D.L., n.º 71, de 28 de Março de 1868. Este decreto da Direcção Geral da
Administração Civil determinava o seguinte: “Tendo o decreto de 21 de Novembro de 1867,
regulado por um modo uniforme em rodo o reino o serviço dos expostos, substituindo o
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
11};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_11");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/11-
19db6b73ca.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 9

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


9

systema das rodas pelo de hospícios de admissão restricta, fundando-se as disposições d’aquelle
decreto nas faculdades que ao governo conferia a lei de 26 de Junho do mesmo anno; e havendo sido
declarada sem effeito esta lei pelo decreto de 14 de Janeiro último, não podendo por isso subsistir
aquelle regulamanto, até porque estão as suas prescripções em desaccordo com a legislação
administrativa e penal vigente: hei por bem revogar o supradito decreto de 21 de Novembro de 1867. O
presidente do conselho de ministros e secretário d’estado interino dos negócios do reino, assim o tenha
entendido e faça executar. Paço, em 20 de Março de 1868”.
Numa tentativa ímpar de legislar, chegou-se à conclusão os expostos ficariam a cargo do Hospício, até
completarem os 7 anos de idade, exceptuando os casos de manifesta incapacidade física ou mental.
Previa-se, ainda, a concessão de subsídios de lactação às mulheres solteiras pobres que, por motivo de
gravidez notória, tivessem sido intimadas para darem conta dos partos ou que, não o tendo sido, se
tivessem apresentado voluntariamente para dar conta dos filhos. O subsídio poderia ter a duração de um
ano, prorrogável por mais seis meses, quando a criança corresse perigo de vida.
Figura 3. Subsídios de aleitação concedidos pela Câmara de Ponte de Lima (1868-1887) (cit. Fonte,
2004)
Fonte (2004) é de opinião que este projecto de regulamento, a ser aprovado, deveria começar a ser
executado a partir do início do ano de 1880. Porém, como o mesmo não mereceu o apoio e a
concordância das autoridades municipais, manteve-se a mesma estrutura assistencial, de acordo com o
regulamento distrital de 1866. Mesmo sem ter sido aprovado, este projecto acabou por originar uma
profunda reflexão sobre o estado da assistência à infância desvalida e abandonada no distrito de Viana,
o qual é bem o reflexo da continuidade do debate e da polémica nacional, que não se esgotou com a
abolição das Rodas. Todavia, foi preciso esperar pelo ano de 1888 para que fosse adoptado um
regulamento de âmbito nacional, harmonizando todos os procedimentos e normalizando as práticas
institucionais.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
12};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_12");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/12-
201878b6ad.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


10
Quadro 4
Despesas com os expostos na Roda de Caminha (1848/1849) (Fonte, 2004)
4. A DECLARAÇÃO DOS “DIREITOS DA CRIANÇA”

A organização “Save the Children”, fundada na Inglaterra, em 1914 pela pacifista Eglantyne Jebb, sob
o lema “Temos ao menos que Salvar as Crianças”, surgiu logo após a 1.ª Guerra Mundial. Olhada com
desconfiança por aqueles que a conotavam com determinadas motivações políticas, esta organização
foi-se espalhando por outros países e pretendia que as nações assegurassem um mundo de paz a todas
as crianças, através do reconhecimento dos seus direitos, sem qualquer discriminação política,
económica, social ou religiosa (Zigler & Hall, 1989).
Na sequência do trabalho desenvolvido, Eglantyne Jebb elaborou a “Carta dos Direitos das
Crianças”, a qual mereceu a aprovação da Assembleia Geral da União Internacional de
“Save the Children”, em 1923, tendo sido adoptada pela Sociedade das Nações, em 1924. Oficialmente
conhecida por “Declaração de Genebra”, onde estão consignados os princípios básicos de protecção à
infância, o seu conteúdo viria a ser substancialmente ampliado, após a 2.ª Guerra Mundial, com a
aprovação da “Declaração Universal dos Direitos da Criança” pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 1959.
Salvaguardando a integridade das famílias, a Declaração de Genebra passou a defender para todas as
crianças um desenvolvimento normal, a nível material, moral e espiritual. Assim, as crianças com fome
deveriam ser alimentadas, as doentes tratadas, as deficientes auxiliadas, as inadaptadas reeducadas e as
órfãs e abandonadas recolhidas. Esta última recomendação faz-nos lembrar a longa tradição do nosso
país na recolha e criação das crianças expostas e desvalidas, num programa assistencial a que estiveram
associadas as Rodas e os Hospícios, sem esquecer os Asilos da Infância Desvalida. Contudo, estas
medidas não se haviam revelado suficientemente eficazes para resolver os problemas de tantas crianças
inocentes, nascidas em ambientes familiares muito precários ou vítimas de abandono, como o pareciam
provar os elevados níveis de mortalidade registados, sem esquecer os problemas de inserção social dos
sobreviventes.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
13};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_13");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/13-
5fba54325c.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 10

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


11

Em 1980, são promulgadas, nos E.U.A. e no Reino Unido, duas leis que, incorporando a maior parte
das recomendações dos especialistas em protecção infantil e familiar, resultam da reflexão crítica sobre
os resultados da formalização do sistema de acolhimento familiar, cujas lacunas são claramente
identificadas (Capdevila, 1996). Também o acompanhamento de todas as fases deste processo é
essencial, salientando-se o apoio especializado de retaguarda às colocações familiares e a avaliação
final (Capdevila, 1996):
a) da consecução dos objectivos propostos e da modificação das causas desencadeantes;
b) do benefício obtido pela criança acolhida;
c) do benefício obtido pela família cujo menor precisou de acolhimento;
d) da experiência da família acolhedora.
Porque é a criança o âmago deste trabalho é importante perceber que todo o abandono, negligência e
maus tratos têm consequências mais ou menos irreversíveis sobre o sujeito alvo de... é necessário ter-se
presente o que teorizam alguns dos principais teóricos do desenvolvimento humano.
5. A CRIANÇA E O SEU DESENVOLVIMENTO SEGUNDO JEAN PIAGET
É portanto importante ter alguns teóricos de referência para perceber como se organiza o
desenvolvimento do ser humano. Assim e pegando na teoria de desenvolvimento por estádios de Jean
Piaget vemos que quando nasce o ser é designado por recém-nascido até completar um mês de idade,
bebé quando tem entre um e dezoito meses de idade, e por fim é considerada criança quando tem uma
idade compreendida entre dois e doze, catorze anos aproximadamente.
Segundo Piaget, trazemos em nossa genética o conhecimento, e junto com o meio, construímos nossas
aprendizagens. Segundo ele, existem quatro estádios de desenvolvimento intelectual. O seu trabalho
sobre a criança enquanto “sujeito epistémico” – não enquanto sujeito individual mas como parte do
desenvolvimento do pensamento humano – constitui aquilo que se designa por epistemologia genética.
Desenvolve uma teoria psicobiológica que se baseia na assimilação de elementos do meio numa
estrutura prévia do sujeito. Após esta, umaacomodação, onde os processos mentais se modificam em
prol das experiências. De seguida verifica-se umaadaptação, que consiste numa regulação interior entre
o organismo e o meio, e, por fim uma eq u i l i b ra çã o, que se expressa sendo um mecanismo auto-
regulador que permite uma nova destabilização.
Piaget subdivide o desenvolvimento intelectual em quatro estádios:
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
14};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_14");
pageParams.contentUrl = "http://html1.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/14-
233ce1c526.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


12

Estádio sensóriomotor (dos 0 aos 18/24 meses) – O sujeito usa os sentidos para interagir
com o meio;

Estádio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos) O pensamento sofre transformações qualitativa (determina a
qualidade), as crianças já não usam somente a suas sensibilidades, neste estádio cresce a capacidade de
armazenamento, ele começa a compreender e falar;

Estádio das operações concretas (dos 6/7 aos 11/12 anos) – É o estádio operacional, onde já
podem testar os problemas;

Estádio das operações formais (dos 11/12 anos aos 15/16 anos) – É nesta fase que a criança
desenvolve a sua própria identidade.
Como afirma Piaget o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado, o
conhecimento resulta das acções e interacções do sujeito no ambiente O adulto deve procurar interferir
menos, respeitar as fases da criança, e corresponder aos seus interesses. Quando as correcções não
acontecem, o adulto limita-se a ensinar/fazer entender a criança que os erros também fazem parte da
aprendizagem.
Por exemplo, o construtivismo propõe que o aluno/criança participe activamente do seu processo de
aprendizagem, com o auxilio dos colegas/adultos, com pesquisas, estimulando a busca de respostas
para suas dúvidas, desenvolvendo assim o raciocínio. Rejeita a apresentação dos ditos conhecimentos
prontos.
5.1. ESTÁDIO SENSÓRIO-MOTOR
Ocorre durante os 0-18meses de idade – Neste estádio, ocorre uma espécie de conquista
através da percepção e dos movimentos, daí a designação de sensóriomotor, de todo o universo prático
que rodeia a criança. Caracteriza-se portanto por uma inteligência prática, que se aplica à resolução de
problemas (procurar um guizo escondido, alcançar uma bola, entre outros...), e que se baseia na acção,
anterior à linguagem e ao pensamento.
A criança nasce com reflexos, que irão gradualmente pelo exercício transformando – se em esquemas
sensoriais – motores, por exemplo, a criança herda uma tendência instintiva de se nutrir, tendência esta
que será actualizada pela sucção, ao compararmos um recém-nascido no momento de nascimento e
alguns dias depois, podemos verificar que este reflexo sofreu algumas modificações, estando mais
complexo.
As capacidades sensoriais, como a audição, a visão, o olfacto e o tacto ainda não estão coordenadas
entre si. O mundo para o bebé é percepcionado como caótico, pois não é estruturado em função de um
tempo e espaço, não existe diferenciação entre ele e o meio envolvente. Uma das evoluções que ocorre
neste estádio, é a aquisição da construção do objecto permanente. Esta inicia-se por volta dos nove
meses, e permite à criança a concepção de um mundo estável, onde a existência dos objectos é
independente da sua
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [10, 6, 11, 9, 14, 2, 5],
"pageNum": 15};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_15");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/15-
3e71310e47.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 11

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


13

percepção imediata. No início deste estádio domina um certo egocentrismo, pois o bebé não
compreende que está inserido numa sociedade, encarando o mundo como se este girasse em torno de si
mesmo, até que os progressos da inteligência sensório – motora levam à construção de um universo
objectivo, onde o próprio corpo aparece como elemento entre os outros.
a) Permanência do objecto
A construção do objecto permanente ou permanência do objecto, surge também neste estádio por volta
dos nove meses de idade, e traduz a capacidade de o bebé saber que pelo facto de um determinado
objecto encontrar-se escondido ou oculto por determinados instante, não significa que este deixou de
existir, que desapareceu.
Até aos doze meses de idade, o bebé vai ter actos intencionais com coordenação de meios e de fins para
obter o que deseja. Pode ser considerado como exemplo, o facto de o bebé puxar o cobertor (meio) para
apanhar o brinquedo (fim). A partir dosdezoito meses, a criança de uma forma interiorizada, consegue
uma invenção rápida de novos meios para resolver problemas por combinação mental. É esta
interiorização que lhe permite uma súbita compreensão dos problemas, a criança começa a entender
que há um espaço geral, onde ela e vários objectos se incluem. Entre os dezoito meses e dois anos de
idade, faz-se uma transição de uma inteligência sensório – motora para uma inteligência representativa
e simbólica.
A criança torna-se portanto capaz de imitar sem a presença de objectos, acontecimentos que presenciou,
podem ser imitados posteriormente (imitação diferida). Além disso começa já a ter representações
mentais dos objectos e pessoas, ou seja ao ouvir falar de certos objectos ou pessoas, já tem as imagens
mentais correspondentes. No final deste estádio, embora a criança permaneça bastante egocêntrica,
auto centralizada na sua percepção da realidade, já terá sofrido uma boa evolução no sentido de
conhecimento e adaptação à realidade. Ter-se-á desenvolvido portanto, de modo a resolver uma série de
situações, através de uma inteligência sensório-motora.
5.2. ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Ocorre entre os 2-6 anos de idade – Neste estádio, o pensamento passa a assentar na
capacidade de simbolização, e não na acção imediata e directa como no estádio sensório-
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
16};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_16");
pageParams.contentUrl = "http://html1.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/16-
4a137d63cf.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


14

motor. A criança passa a poder representar objectos ou acções por símbolos (função simbólica). Um
exemplo representativo, pode ser, quando a criança brinca ao faz-de-conta, pois representa uma coisa
por outra.
Uma das principais características deste estádio ao nível do pensamento, é o egocentrismo, pois a
criança não compreende o ponto de vista do outro porque se centra no seu ponto de vista, ou seja está
auto centrada. A realidade é percepcionada e imaginada a partir do seu ponto de vista. Podem-se
distinguir dois sub-estádios: o do pensamento pré-conceptual ou do exercício da função simbólica
(cerca dos dois aos quatro anos) e o do pensamento intuitivo (cerca dos quatro aos sete anos).
No primeiro sub-estádio, domina um pensamento mágico, em que os desejos se tornam realidade, sem
preocupações lógicas, uma imaginação prodigiosa que tudo permite explicar. Neste tipo de pensamento
há a atribuição de emoções e pensamentos a objectos inanimados (animismo), a realidade é construída
pela criança (realismo), explicam-se os fenómenos naturais como se tivessem sido produzidos pelos
seres humanos para lhe servir como todos os outros objectos (artificialismo) e as acções interessam
pelos resultados práticos, ou seja as coisas têm como finalidade a própria criança, dado o seu
egocentrismo (finalismo)
O segundo sub-estádio caracteriza-se pelo pensamento intuitivo, que surge a partir dos quatro anos, e
consiste na classificação d objectos pela criança por aproximações sucessivas, embora sem uma lógica
de conjunto.
Relativamente à linguagem, nota-se um certo desenvolvimento, na medida em que passa a tornar-se
mais frequente a linguagem socializada, ou seja em que há um diálogo verdadeiro com intenção de
comunicação, passando a tornar-se menos comum a linguagem egocêntrica, ou seja que não necessita
necessariamente de um interlocutor, sem função de comunicação.
5.3. ESTÁDIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS
Ocorre entre os 6-12 anos de idade – A criança desenvolve o pensamento lógico, passa a ter
capacidade para realizar operações mentais, isto é, a criança organiza o pensamento em estruturas de
conjunto e os seus raciocínios lógicos são também reversíveis. É pela reversibilidade que a criança
pode entender que se pode somar, pode também subtrair, e que a duas operações estão relacionadas.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
17};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_17");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/17-
c8e0a56a8d.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 12

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


15

A criança neste estádio, passar a ter noções de conservação de peso (cerca dos nove anos), e da massa e
do volume (cerca dos doze anos). Com a possibilidade de realizar esquemas mentais operatórios, a
criança passa a compreender a relação parte/todo, a poder realizar operações de classificação e de
seriação, e a obter a conservação do número e adquirir a noção de tempo, de espaços globais e de
velocidade. Observamos aqui uma evolução de um estado de indiferenciação, de desorganização do
pensamento e de auto centralização, para uma compreensão lógica e adequada da realidade, que
permite consciencializar a criança, que é um indivíduo entre outros.
5.4. ESTÁDIO DAS OPERAÇÕES FORMAIS
Desenvolve-se cerca dos onze, doze anos de idade, indo até aos quinze, dezasseis anos de
idade, aproximadamente – Caracteriza-se por um pensamento abstracto, uma inteligência
formal e pelo exercício de raciocínios hipotético/dedutivos. Deste modo, o adolescente “desliga-se” do
real, sem necessitar de se apoiar em factos, tem a capacidade de pensar abstractamente e deduzir
mentalmente sobre várias hipóteses abstractas que se colocam. Torna-se portanto, capaz de resolver
problemas através de enunciados verbais.
O Adolescente torna-se apto a exercitar ideias no campo do possível, pensa sobre o pensamento e
formula hipóteses. São estas as capacidades que lhe vão permitir definir conceitos e valores, assim
como estudar determinados conteúdos escolares, como a geometria descritiva, filosofia, entre outros…
Adquire, deste modo, a capacidade para criticar os sistemas sociais, e propor novos códigos de conduta,
discutir os valores morais transmitidos pelos seus pais e construir os seus próprios valores, adquirindo
então uma certa autonomia, torna-se consciente do seu próprio pensamento, reflectindo sobre ele a fim
de oferecer justificações lógicas para os julgamentos que faz. Neste estádio, domina o egocentrismo
cognitivo, típico da adolescência, consiste na crença que o adolescente tem na sua capacidade de
resolver problemas que surgem, bem como o considerar que as suas concepções são as melhores, as
mais correctas. Estas e outras aquisições, são responsáveis em grande parte pelas mudanças que
ocorrem em todo o comportamento do adolescente, ajudando-o inclusivamente na considerada
problemática básica da adolescência, a busca de identidade e de autonomia pessoal.
Os estágios de desenvolvimento cognitivo forneceram indicadores para a definição da complexidade da
situação, ou seja, deve-se propor situações de aprendizagem compatíveis com o estágio actual de
desenvolvimento cognitivo do aluno/criança/adolescente. Para
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
18};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_18");
pageParams.contentUrl = "http://html1.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/18-
85102496db.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


16

Piaget aprender é actuar sobre o objecto da aprendizagem para compreendê-lo e modificá- lo. Daí surge
o outro conceito chave: a aprendizagem activa, como aprender é uma continua adaptação ao meio
externo, aprende-se quando se entra em conflito cognitivo, i.e., quando somos confrontados com uma
situação que não sabemos resolver.
O organismo desequilibra-se frente à nova situação, mas como todo organismo vivo procura o
reequilíbrio. Para encontrar o equilíbrio, lançamos mão de um complexo processo de adaptação.A
daptação é o processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre assimilação eacomodação. Aas
similação refere-se à introdução de conhecimentos sobre o meio e a incorporação ao conjunto de
conhecimentos já existentes. Através da incorporação, a estrutura de conhecimento existente se
modifica de modo a acomodar-se a novos elementos – tal modificação é denominada
acomodação.Equilíbrio é o processo de organização das estruturas cognitivas num sistema coerente,
interdependente, que possibilita ao indivíduo a adaptação à realidade. É a partir deste entendimento que
as situações de aprendizagem baseiam-se em jogos e desafios, nos quais o sujeito é defrontado com um
problema novo para resolver.
6. CRIANÇAS ABANDONADAS: UMA REALIDADE ACTUAL...
Esporadicamente, a comunicação social tem-nos confrontado com determinados factos que
representam a negação dos mais elementares direitos das crianças e da dignidade humana. Sem
dispormos de estimativas seguras, são periodicamente noticiados casos de infanticídio, abandono e
exploração de crianças, algumas deles a ferirem profundamente a sensibilidade humana e a
introduzirem na opinião pública um problema que, afinal, não era exclusivo das sociedades que nos
precederam2.
Nos finais do século XX, quando foi noticiada a “venda de crianças”, nos Açores, este problema foi
objecto de uma ampla abordagem na comunicação social, o que facilitou e promoveu o debate público,
ao pronunciar-se sobre o assunto, o Presidente da República considerou que tal situação não seria uma
característica específica de uma determinada região, antes o resultado de condicionantes económicas e
sociais de um país que chegou a dispor de “rodas” para nelas se exporem ou depositarem as crianças.
Na prática, estaríamos perante um problema que “faz parte da nossa História, do percurso da nossa
pobreza”3.
2 Os casos de abandono são bem mais frequentes do que os de infanticídio, apesar de se tratar de
situações
residuais, quando comparados com o que se verificou num passado relativamente recente, em que a
exposição de crianças se poderia fazer em instituições de assistência onde existia uma “roda” – um
mecanismo legal que permitia que as crianças lá pudessem ser depositadas, sem que se soubesse quem
as deixava.
3 Este problema da “venda de criança” emergiu a partir de factos reais registados nos Açores, em 1999,
o qual
acabou por despertar uma grande discussão pública, com a intervenção de alguns representantes de
órgãos de
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
19};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_19");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/19-
59b628367d.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 13

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


17

Sobre o caso registado no Açores, o Provedor de Justiça alertou para a necessidade de se distinguirem
os casos de pessoas que, por necessidade económica e sem contrapartidas, entregam os filhos a pessoas
que têm possibilidade de os adoptar e educar, daqueles que configuram o tráfico e venda de crianças.
Esta notícia, publicada no Jornal de Notícias, em 10 de Março de 2000, considerava que este projecto
não é inédito no Mundo. Segundo o jornal, alguns juristas dos Estados da Califórnia, Pensilvânia e da
Florida, nos Estados Unidos da América, decidiram seguir as pisadas dos seus compatriotas texanos e
permitir que as mães pudessem entregar os recém-nascidos antes de os abandonarem no lixo. A notícia
terminava com a informação de que, em Houston, a lei permitia que as mães que não quisessem os
filhos os pudessem entregar nas emergências dos hospitais, sem serem interrogadas (Fonte, 2004).
Um pouco mais tarde, o mesmo assunto voltou a ser lançado na comunicação social, através de um não
menos polémico artigo intitulado “O regresso da Roda dos Expostos”. Tratava-se de um extenso artigo
que foi publicado na revista “Nova Gente”, em 2002, ilustrado com imagens e com posições públicas
assumidas por alguns dos intervenientes neste novo sistema assistencial. Nele se noticiava o mesmo
programa de recolha de crianças abandonadas na Alemanha, o qual estaria a ser adoptado em vinte
cidades, sendo apresentado como uma recuperação do antigo método de salvar bebés abandonados, o
que levava a concluir que «a Roda dos Expostos dos tempos modernos parece ter vindo para ficar». O
mesmo artigo apresentava alguns dados estatísticos para fundamentar a criação desta “Roda dos
Expostos dos tempos modernos”, dando conta de que, em 1999, foram registados 46 casos de crianças
abandonadas na Alemanha, um número que baixou para 32 crianças, no ano seguinte.
Com um carácter excepcional, embora muito preocupante para a época em que vivemos, o abandono de
crianças nas maternidades, nas igrejas, à porta de particulares, nas ruas e, até, em lixeiras e caixotes de
lixo tem sido periodicamente noticiado e escalpelizado pelos principais meios de comunicação social4.
soberania nacional. Os dados citados baseiam-se numa notícia publicada no Diário de Notícias, em 6 de
Julho de 1999. Também o Provedor de Justiça se pronunciou sobre o mesmo caso, o que o levou a
defender uma alteração ao Código do Registo Civil que impeça registos de falsas identificações ou
paternidades, através da apresentação de um atestado médico, o que impediria ou dificultaria a “venda
de crianças”. Sobre o caso registado no Açores, o Provedor de Justiça alertou para a necessidade de se
distinguirem os casos de pessoas que, por necessidade económica e sem contrapartidas, entregam os
filhos a pessoas que têm possibilidade de os adoptar e educar, daqueles que configuram o tráfico e
venda de crianças.
4 Alguns casos foram notícia de primeira página, como o do bebé que foi abandonado no Algarve,
dentro de
um carrinho. Segundo testemunhas, «quem o abandonou deixou-o em local bem visível para ser
rapidamente encontrado, bem vestido e protegido do frio». A criança foi recolhida no Refúgio Aboim
Ascensão, em Faro, tendo-se descoberto, mais tarde, ser filho de um casal inglês (JN, 15 de Janeiro de
2002). Este caso continuou
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
20};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_20");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/20-
b4d99f3d21.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


18

Um jornal diário publicou, em 1992, um estudo sobre “Os bebés intrusos e malditos”, uma
problemática que mereceu honras de primeira página, subordinada ao tema “Dezenas de casos
registados anualmente – Bebés abandonados: Histórias Portuguesas”. Muitas dessas crianças seriam
abandonadas pelas mães, logo após o parto, por vezes com a cumplicidade dos pais.
Depois de abolidas, há mais de um século, e terem praticamente caído no esquecimento, o renovar do
interesse pelo conhecimento das “rodas”, como instituições de recepção de crianças “enjeitadas”, foi
despertado pela notícia de que, num país da União Europeia, se estava a desenvolver um programa que
alguma comunicação social considerou ser a “recriação da ‘roda’ que os portugueses já conheceram”
(JN, 10 Março de 2000).
Em 1991, terão sido deixadas 22 crianças nestas condições, com as mães a declararem que não queriam
ficar com os filhos. De acordo com os dados apurados, «a maioria das mulheres são solteiras, pertence
a um estrato social bastante baixo e não tem emprego». A primeira e principal razão para não ficarem
com os filhos era a falta de condições económicas.
Já nos finais de 2003, a comunicação social desvendou aquilo que considerou ser uma rede de tráfico e
venda de crianças, filhas de imigrantes. Segundo uma reportagem da TVI, emitida no dia 4 de
Dezembro, essas crianças, de poucos meses de idade, estariam à venda por 25 000 euros, com o
“negócio” a ser realizado em plena cidade de Lisboa. O jornal “Correio da Manhã”, de 6 de Dezembro,
analisou a legislação vigente e concluiu que a
a ser notícia, a partir do momento em que se deu início a um complexo processo de adopção, por se
tratar de
uma criança filha de pais estrangeiros.
Foram divulgados os casos de vários recém-nascidos. Entre eles o do bebé que foi encontrado debaixo
do altar de uma igreja, em Águeda, e o da menina, com cerca de uma semana de vida, que foi deixada à
porta do Centro Comunitário de Recardães, de madrugada, tendo sido notada a sua presença por um
vizinho que ouviu uns gemidos vindos do lado do Centro Comunitário. A criança estava dentro de uma
alcofa, bem limpa e agasalhada (in JN, de 23 de Junho de 2002).
Sob o título “Mulher abandona o filho horas após ter dado à luz em Braga”, o Jornal de Notícias, de 26
de Dezembro de 2002, noticiou que a parturiente desapareceu, sem deixar rasto, horas depois de ter
dado à luz no Hospital. A mãe, uma mulher de 28 anos, terá utilizado dados de identificação falsos, na
altura do internamento, para ocultar a sua identidade.
O mesmo jornal já havia publicado outras notícias sobre o problema do abandono de crianças (JN, de
26 de Setembro de 2002). Uma delas dava conta da simulação do abandono de uma criança por dois
jovens, recém- casados, ele com 16 e ela com 17 anos de idade. De acordo com a notícia, estes jovens,
“movidos pela
vergonha e medo dos familiares, realizaram o parto numa casa em construção e simularam a história do
abandono. A ideia era ganhar tempo e coragem para contar o caso à família”.
Também foi noticiado o abandono de uma criança, na Guarda, tendo-se descoberto ser filha de uma
adolescente, com apenas 15 anos de idade, a qual, depois de tratada no hospital, acabou por sair em
liberdade, por ser inimputável.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
21};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_21");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/21-
b014fb84bb.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();
Object 14

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


19

venda de crianças em Portugal não é punida por lei. O actual Código Penal é omisso nessa matéria,
penalizando apenas a sua venda quando as crianças se destinam a exploração sexual ou trabalho
forçado. No entanto, um novo projecto de lei prevê penas de prisão entre cinco e quinze anos para
quem venda ou compre crianças.
6.1. IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
A harmonia, a qualidade do relacionamento familiar e a qualidade do relacionamento conjugal são
aspectos importantes que exercem influência directa no desenvolvimento dos filhos, podendo
influenciar até mesmo no possível aparecimento dedéficits e transtornos psicoafectivos nos indivíduos
(Tállon, Ferro, Gómez, & Parra, 1999). No que respeita às relações estabelecidas dentro do âmbito
familiar, pode-se argumentar que, segundo Romanelli (1997; 2002), a família está estruturada por
relações de naturezas distintas. De um lado, relações de poder e autoridade estruturam a família,
cabendo a marido e esposa, a pais e filhos, posições hierárquicas definidas e direitos e deveres
específicos, porém desiguais. Por outro lado, a família é estruturada por relações afectivas criadas entre
seus componentes, com conteúdo diversificado conforme o vínculo entre eles e de acordo com o género
e a idade de cada um dos seus integrantes. Porém, a organização das relações estruturais é variável em
famílias de diferentes segmentos sociais.
6.2. PARA ONDE VÃO AS CRIANÇAS DEPOIS DO ABANDONO?
Um dos mais prováveis destinos destas crianças são instituições de acolhimento, nestas instituições as
crianças recebem os cuidados básicos necessários, alimentação, abrigo, vestuário, entre outros… Porém
falta-lhes um bem essencial, a relação afectiva com os seus progenitores, o que afecta o
desenvolvimento e bem-estar da criança.
Devido a carências a nível emocional as crianças de instituições podem desenvolver
diversos problemas a nível psicológico, há muito estudados, por autores como
Winnicott,???? como depressões, estados de tristeza e ansiedade permanente, dificuldades
cognitivas e de integração, dificuldade no reconhecimento da sua identidade, dificuldade em
desenvolver a linguagem, o que afecta a sua capacidade de comunicação, o que por conseguinte afecta
o seu relacionamento com outras pessoas, logo a formação de laços afectivos não ocorre facilmente.
Porque estamos a Norte e consideramos que um profissional da área da Psicologia deve conhecer um
pouco da realidade do seu País, apresenta-se em anexo algumas das instituições de acolhimento. Ao Sul
do País, no Algarve, Refúgio Aboim Ascensão, a escolha foi aleatória, no entanto, recordamos que é
um destino turístico onde são por vezes abandonadas crianças de outras nacionalidades; e a tão
conhecida Ajuda de Berço.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
22};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_22");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/22-
38cb0f6742.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


20
6.3. ADOPÇÃO

A adopção é um processo legal no qual uma criança passa a ser assumida como filho(a) de uma pessoa
ou de um casal, sem ser filho biológico deste. Decorrida a adopção, as responsabilidades e os direitos
dos pais biológicos em relação à criança adoptada, passam para a pessoa ou o casal que a adoptou.
As crianças adoptadas são maioritariamente crianças que foram abandonadas ou
precocemente retiradas às suas famílias.
Depois do abandono a maioria das crianças ficam com diversos problemas a nível psicológico, porém
nem todas as crianças vêem a sua vida psíquica afectada negativamente (Sá, 2005).
Ainda que tendo sido adoptadas precocemente, quando estas crianças têm conhecimento da verdade
acabam sempre por se questionar sobre a sua origem. Sabe-se que nesta fase as crianças têm tendência
a pensar que os pais foram forçados a abandoná-las, por vezes chegam mesmo a responsabilizar-se e
culpabilizar-se do seu abandono (Sá, 2005).
O processo de adopção é portanto um processo muito complexo que envolve muitos sentimentos,
emoções e necessidades tanto por parte dos pais adoptivos como por parte da criança adoptada.
Existem vários factores que podem influenciar o sucesso do processo de adopção, o modo como se
preparam os intervenientes é muito importante, pois esta é uma nova etapa na sua vida que não é fácil
(embora possa ter sido muito desejada), pois como já foi referido envolve muitos aspectos emocionais
inerentes ao ser humano. Este processo pode também ter que ultrapassar vários entraves burocráticos, o
que causa em ambas as partes um estado de elevada ansiedade (Sá, 2005).
Muitas vezes, existe por parte dos pais adoptivos um receio que se prende com as origens da criança,
pois é sobejamente conhecida a influência dos progenitores na formação do seu carácter, na sua
maneira de ser e estar. Porém quem deseja adoptar uma criança deve esquecer todos os mitos sobre
hereditariedade e genética, os pais adoptivos devem por de parte o passado da criança e ajudá-la a
começar uma nova vida. O abandono deixa na criança marcas que necessitam de tempo, paciência e
afecto para serem saradas (Sá, 2005).
Quando adoptada por pessoas compreensivas e com capacidade de acolher e tolerar algumas
frustrações iniciais, a criança pode perfeitamente superar os traumas vividos pela situação de abandono.
Ao ser adoptada criança ganha uma nova família, alguém que quer recebê-la como seu filho(a). E se,
por um lado, este era o maior desejo da criança, a sua experiência e medo de voltar a ser abandonada
conduzem-na à insegurança. A maneira como os pais adoptivos encaram a criança e o seu respectivo
comportamento é determinante no sucesso
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 14, 2, 5], "pageNum":
23};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_23");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/23-
05cbb9db01.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 15

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


21
do processo de adopção, o estabelecimento de um vínculo entre a criança e os novos pais é
essencial (Sá, 2005).

Só quando a criança criar um vínculo seguro com os pais adoptivos é que se irá sentir amada, e só
assim terá a capacidade de criar novos laços afectivos, novas amizades e terá novos interesses, desejo
de adquirir novos conhecimentos. Depois de ter vivido o abandono, só com esta nova relação a criança
compreenderá a segurança e a estabilidade dos afectos (Sá, 2005).
É frequente existir nos pais adoptivos o receio de não conseguirem estabelecer um vínculo afectivo de
qualidade, o tempo que esperaram pelo momento que vivem agora foi fazendo com que ficassem com
diversos receios e com uma enorme ansiedade. Outro dos medos mais frequentes por parte da família
adoptiva é o de adoptar crianças mais velhas, pois acreditam que por estas terem uma idade mais
elevada possam ter vivenciado mais intensamente a experiência do abandono e por consequência serem
mais revoltadas e terem mais dificuldade de se adaptar à nova família. A vida psíquica destas crianças
pode realmente ser muito dolorosa e complexa. A idade da criança influencia a adaptação à sua nova
vida, pois esta tem um passado que se prende com cuidados primários muito pouco adequados
(negligência, subnutrição, maus tratos) o que vai influenciar as suas acções, a sua maneira de ser e agir,
porém este factor não impede a criança adoptada de ser um bom filho(a) (Sá, 2005).
Há quem defenda que a criança deve ser adoptada o mais cedo possível, pois enquanto bebé usufruirá
desde cedo dos cuidados da mãe adoptiva, como já foi referido a relação mãe/bebé é essencial para um
desenvolvimento saudável da criança, tanto a nível físico como a nível psicológico. Por outro lado, há
também quem defenda que uma adopção muito precoce pode ter desvantagens tais como: a mãe
adoptiva tem que se decidir rapidamente, o bebé não será devidamente amamentado, não esquecendo
também o facto da família adoptiva não ter oportunidade de avaliar o provável desenvolvimento do
bebé. Ainda que se saiba que o futuro desenvolvimento da criança está intimamente ligado com a
relação que se vai estabelecer entre esta e a nova família adoptiva. Não adoptar uma criança por se
achar que esta se vai desenvolver de uma forma inadequada, é condenar essa criança a um futuro
infeliz, a não ter a oportunidade de ter uma nova família, de recomeçar de um novo ponto de partida
(Sá, 2005).
A adopção tem prós e contras mas quem adopta defende que o importante é amar a criança, fazer tudo
para que esta se sinta bem, acarinhada e querida. Apesar das dificuldades já referidas e das que se
prendem também com os entraves burocráticos, uma criança que foi abandonada pode ser novamente
feliz.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 14, 5], "pageNum": 24};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_24");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/24-
45cbb64139.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


22
7. RISCO,VULNERABIL IDADE, PROTECÇÃO E RESILIÊNCIA

A relevância do contexto no qual ocorre o desenvolvimento tem sido confirmada através de vários
estudos (Neiva-Silva & Koller; 2002; Silva & Hutz, 2002; Yunes, Miranda & Cuello, 2004).
Pesquisando adolescentes em risco social, Neiva-Silva e Koller verificam aspectos singulares da
dinâmica da rua como contexto de desenvolvimento. Riscos e oportunidades foram abordados por
Yunes et al. (2004), considerando as condições do contexto de institucionalização. Segundo as autoras,
as instituições podem “influenciar a trajectória de
vida das crianças e adolescentes, de maneira a inibir ou incentivar o desenvolvimento
psicológico sadio” (p. 198). De modo semelhante, Siqueira, e Dell'Aglio (2006) abordam
estudos que vislumbram os efeitos negativos da institucionalização, bem como outros nos quais as
instituições puderam prover apoio social a crianças e adolescentes, favorecendo o desenvolvimento de
aspectos saudáveis mesmo diante de adversidades.
As adversidades identificadas na vida dos adolescentes na contemporaneidade associam-se à
presença e co-ocorrência de riscos diversos. Por risco entende-se “todo tipo de eventos
negativos de vida que, quando presentes, aumentam a possibilidade do indivíduo
apresentar problemas físicos, sociais ou emocionais” (Yunes & Zsymanski, 2001, p. 24).
Partindo da compreensão dinâmica que o conceito de risco abriga, facilmente se percebe que o cometer
um acto considerado infracção ou delinquência não se pode explicar pela presença isolada de um factor
adverso, mas sim, através da complexa cadeia de eventos da trajectória do jovem (Cunha, 2000;
Garbarino, 1999; Shoemaker, 1996; Silva & Hutz, 2002). Face à necessidade de que o período da
medida judicial favoreça não apenas a desvinculação com o acto de infracção mas, também de outros
agravos, Vicente (1998) sugere adopção de práticas que estimulem o potencial para o desenvolvimento
dos jovens, auxiliando-os a contraporem-se às adversidades às quais estão expostos. Para a autora, um
modo possível de promover experiências renovadoras de sentido e aquisição de novas potencialidades
seria estimulando o potencial de resiliência no contexto socioeducativo.
Entendida enquanto potencial ou capacidade que o ser humano desenvolve no sentido de superar
adversidades e continuar sua trajectória de vida de forma mais favorável (Pesce, Assis, Santos &
Oliveira, 2004), a resiliência não tem por finalidade eliminar os riscos ou tornar o sujeito
“invulnerável”, mas encorajá-lo a lidar efectivamente com a situação e sair fortalecido da mesma.
Ainda que esse conceito careça de univocidade, corresponde a um processo que é simultaneamente
social e intrapsíquico, e que remete para a “capacidade de
encontrar forças para transformar intempéries em perspectivas” (Assis et al., 2006, p. 57).
Tal capacidade tem sido objecto de estudos importantes, sobretudo junto a segmentos populacionais em
risco social (Burt, 2002; Garbarino, 1999; Pesce et al., 2004; Shoemaker, 1996).
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 2, 5], "pageNum":
25};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_25");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/25-
eaea25103e.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 16

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


23

Richters e Weintraub (1990) alertam para a indefinição que perpassa a literatura sobre risco,
caracterizada por uma confusão promíscua entre noções como as de risco, vulnerabilidade e
inadaptação, entre factores redutores do risco e factores de protecção. Na opinião destes especialistas,
terá sido a formulação inadequada das próprias questões a contribuir para a falta de clareza das
respostas encontradas.
O estado actual da investigação sobre o risco traduz um domínio de pesquisa
consideravelmente disperso (Haggerty, Sherrod, Garmezy & Rutter, 1996):

pode contemplar uma variedade de factores de risco e compreender:
a) os precursores biológicos e comportamentais, os factores de predisposição genética
e ambiental e da personalidade, enfatizados pelos estudos etiológicos;
b) o estudo dos padrões de coping, das condições da sua génese e desenvolvimento;
c) o efeito actualizante das experiências de stress;
d) a avaliação dos resultados que, nos estudos longitudinais, são definidos em termos de critérios
múltiplos, incluindo a ausência de atrasos significativos do desenvolvimento, de problemas de
aprendizagem ou comportamento graves, e a consecução das tarefas desenvolvimentais ou estádios
psicossociais culturalmente apropriados para uma dada idade (Werner, 2000);
e) os sinais de défices graves sociais e biocomportamentais;
f) os padrões de resiliência e adaptação na adversidade;

pode abranger todo o ciclo vital ou apenas incidir na infância, para identificar as
criançasconsideradas em risco;
serve-se ainda de uma variedade de métodos, desde os estudos de caso, aos estudos
transversais, a curto-prazo e longitudinais.
Os factores protectores, devido à complexidade e dinâmica envolvidas, correspondem de facto a
mecanismos ou processos que ajudam o sujeito a apresentar respostas viáveis (Luthar, Cicchetti &
Becker, 2000; Yunes, 2003). À semelhança dos factores de risco, os de protecção não constituem
entidades absolutas capazes de produzir respostas iguais em todos os indivíduos. Estes interagem junto
de outras variáveis, de modo dinâmico e complexo, de tal forma que aquilo que para uns pode ser
entendido como protecção, para outrospode não lhe corresponder (Assis et al., 2006; Yunes, 2003).
Independentemente desta variabilidade, facto é que os adolescentes necessitam factores de protecção ao
longo de seu desenvolvimento.
A literatura tem sugerido pensar nos benefícios resultantes da promoção de factores de protecção a
adolescentes que infringiram de algum modo a Lei, como modo de promover a resiliência (Burt, 2002;
Celia & Souza, 2002; Haggerty, Sherrod, Garmezy & Rutter, 1996; Huebner, 1997; Munist et al., 1998;
Rutter, 1987). Ao estudar diferentes trajectórias de irmãos e primos no que se refere ao envolvimento
com a lei, Assis (1999) chama atenção para a presença de aspectos que funcionaram como protecção ao
longo da vida dos jovens; Shoemaker (1996) afirmou que o enfrentamento do quotidiano face aos
agravos diferencia-
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 3, 5], "pageNum":
26};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_26");
pageParams.contentUrl = "http://html1.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/26-
eaf219ba7b.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


24

se basicamente pelo potencial de resistir e não sucumbir às dificuldades, o qual está associado à
presença de factores ou mecanismos de protecção. Outras investigações referem que vivências
ocorridas no período da medida judicial foram vistas enquanto fundamentais para o desenvolvimento
de competências que ajudaram a superar dificuldades na vida de jovens que haviam cometido delitos
(Todis, Bullis, Waintrup, Shultz & D'Ambrosio, 2001). No Brasil, o programa CrerSendo e o
atendimento em privação de liberdade desenvolvido pelo Centro Educacional Marista Marcelino
Champagnat – CEMMAC, ambos em Belo Horizonte, mostraram resultados positivos a partir do
desenvolvimento de potencialidades que auxiliaram adolescentes a prosseguir modos de vida mais
favoráveis (UBEE, 2004).
Em um país com histórico de massacres em escolas protagonizados por adolescentes armados, cresce a
procura por métodos eficazes de reabilitação social e reintegração de delinquentes juvenis. O objectivo
é atingir jovens com problemas de conduta.
No estudo intitulado Tiere im Strafvollzug (Animais no regime penitenciário), feito pelo
criminologista Hans-Dieter Schwind, da Universidade de Osnabrück, é sustentada a ideia de
que a presença de animais na cadeia melhore o comportamento dos detidos.
Acredita-se que o contato com os animais ajude os infratores a adquirirem responsabilidade
e, sobretudo, os ensine a criar laços afetivos, muitas vezes esquecidos no cotidiano onde
estão ou estavam inseridos.
Figura 4. Animais Ajudam na ressocialização de delinquentes juvenis (in DW, 2009)
Ainda segundo esta notícia do Deutsche Welle, de 17-04-2009, por exemplo ao nível da empatia, os
animais, designados por “companheiros terapêuticos”, nomeadamente os cães, “reduziriam os
sentimentos negativos, como a monotonia e a depressão, incentivariam à
constituição da responsabilidade para com o outro, trabalhariam o fortalecimento do laço afectivo
através do diálogo não verbal e promoveriam as habilidades sociais, como a paciência e a tolerância à
frustração” (DW, 2009).
Estas duas realidades Brasil e Alemanha, vêm ao encontro do que muitos investigadores têm defendido
– dotar os adolescentes de factores de protecção – a metodologia empregue é a mais diversa, entre nós
há relatos de que a música (musicoterapia) e arte (artererapia) têm obtido bons resultados.
Promover a resiliência articula-se numa perspectiva do cuidado, conceito positivo de saúde (Ayres,
2004), à psicologia positiva (Yunes, 2003) e à convivência com factores de protecção (Rutter, 1987).
De um modo geral, todas estas perspectivas enfatizam os aspectos positivos e saudáveis dos indivíduos.
As medidas socioeducativas devem desempenhar, portanto, um papel de apoio social ao adolescente em
conflito com a lei, oferecendo um efeito de protecção que remeta para o desenvolvimento da
capacidade de enfrentamento de adversidades (Siqueira & Dell'Aglio, 2006; Rutter, 1987).
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 7, 11, 12, 9, 14, 5],
"pageNum": 27};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_27");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/27-
1eaff57095.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 17

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


25
IV – CONCLUSÃO
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [11, 14, 4, 5], "pageNum": 28};
pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_28");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/28-
c93b23fe6d.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


26
V – REFERÊNCIAS
Amorim, N. (1987). Guimarães 1580-1819: Estudo Demográfico. Lisboa: INIC.
AMVC (1866-1879). Projecto de Regulamento Geral do Serviço dos Expostos e Subsidiados no
Districto de Vianna do Castello. In Arquivo Municipal de Viana do Castelo, Pasta da
Correspondência de Expostos (1866-1879).
Ayres, J. R. (2004). Norma e formação. Horizontes Filosóficos para as práticas de avaliação no
contexto da promoção da saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 9(3), 583-592.
Burt, M. R. (2002). Reasons to invest in adolescents.Journal of adolescent Health, 31, 136-152.
Capdevila, C. (1996). Acogimiento familiar, um medio de protección infantil. In J. Ochotorena, &
M. Madariaga (Eds.), Manual de protección infantil (pp.359-392). Barcelona: Masson.
Carrilho, M. J. (2006).Revista de Estudos Demográficos, 38. Tema B: População e Sociedade.
Lisboa: INE (Instituto Nacional de Estatística).
Celia, S., & Souza, R. P. (2002). Risco e Resiliência. In M. C. Costa & R. P. Souza (Eds.),
Adolescência (pp. 333-339). Porto Alegre: Artmed.
Dantas, J. (1915). O amor em Portugal no século XVIII. São Paulo: Editora Portugal-Brasil

DW (2009). Animais ajudam na ressocialização de delinquentes juvenis. Deutsche Welle, 17-04- 2009.
Retrieved on November 17, fromh t t p : / / ww w.d w -wo rl d .d e/ d w/ art i cl e/ 0 ,,4 1 8 6 3 7 4 ,0
0 .h t ml , at 10:00.
Freitas, L. B. L. (2003). A moral na obra de Jean Piaget: um projecto inacabado. São Paulo:
Cortez.
Guimaro Júnior, O. (1999). Responsabilidade civil: noções basilares e evolução histórica.
Retrieved on Novembr 13, fromhttp://ww w.uf a c.br/ensino/cursos/curso_direito/artigos_
juridicos.htm, at 22:00.
Haggerty, R. J, Sherrod, L. R, Garmezy, N., & Rutter, M. (1996). Stress, Risk, and Resilience in
Chidren and Adolescentes. Processes, Mechanisms and Interventions. Cambridge University
Press.
Huebner, E. S. (1997). Best practices in assessent and intervention with children with low self- esteem.
In A. Thomas & J. Grimes (Eds.), Best practices in school psychology (pp. 831-839). Washington, DC:
Association of School Psychologists.
JN (2002). Venda de crianças nos Açores. Caderno “Notícias”.
Luthar, S. S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: a critical evaluation
and guidelines for future work. Child Development, 71(3), 543-562.
Neiva-Silva, L., & Koller, S. H. (2002) A rua como contexto de desenvolvimento. In E. R. Lordelo, A.
M. Carvalho & S. H. Koller (Eds.), Infância brasileira e contextos de desenvolvimento (pp. 205-230).
São Paulo: Casa do Psicólogo; Salvador: Ed. UFBA.
Neiva-Silva, L., & Koller, S.H. (2002). A rua como contexto de desenvolvimento. In E. R. Lordelo, A.
M. Carvalho & S. H. Koller (Eds.), Infância brasileira e contextos de desenvolvimento (pp. 205-230).
São Paulo: Casa do Psicólogo; Salvador: Ed. UFBA.
Paugam, S. (2001). O enfraquecimento e a ruptura dos vínculos sociais – uma dimensão essencial
do processo de desqualificação social. In B. Sawaia (Ed.),As artimanhas da exclusão. Análise
psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis, RJ: Vozes.
Pérez Moreda, V. (1980). Las crisis de mortalidad en la España Interior – siglos XVI-XIX, Madrid.
Piaget, J. (1982). O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar.
Piaget, J. (1994). O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus Editorial.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 9, 14, 4, 5], "pageNum":
29};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_29");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/29-
3f2737c6c9.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 18

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


27
Pinto, A. J. de G. (1828). Exame Crítico e Histórico sobre os direitos estabelecidos pela legislação
antiga e moderna, tanto patria como subsidiaria, e das nações mais vizinhas, e cultas,
relativamente aos expostos, ou engeitados (...). Lisboa: Tipografia Real das Ciências.

Pratta, E. M. M., & Santos, M. A. (2007). Família e adolescência: a influência do contexto familiar no
desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicol. estud. [online]. 2007, vol.12, n.2, pp. 247-256.
Romanelli, G. (1997). Famílias de classes populares: socialização e identidade masculina.Cadernos
de Pesquisa NEP, 1-2, 25-34.
Romanelli, G. (2002). Autoridade e poder na família. In M. C. B. Carvalho (Org.), A família
contemporânea em debate. (pp. 73-88). São Paulo: EDUC/Cortez.
Rutter, M. (1987). Psychosocial Resilience and Protective Mechanisms.American Orthopsychiatric
Association, 57(3), 316-331.
Sá, E. et al. (2005). Abandono e Adopção. Coimbra: Almedina.
Scott, A. S. V. (2004). A família como objecto de estudo para o historiador. In C. R. Althoff, I. Elsen &
R. G. Nitschke (Orgs.), Pesquisando a família: olhares contemporâneos (pp. 45-54). Florianópolis:
Papa-Livro.
Shoemaker, D. J. (1996). Theories of delinquency. An Examination of Explanations of Delinquent
behavior. New York: Oxford University Press.
Siqueira, A. C., & Dell'Aglio, D.D. (2006) O impacto da Institucionalização na infância e na
adolescência: uma revisão de literatura. Psicologia e Sociedade, 18(1), 71-80.
Site “Ajuda de Berço”,h t t p : / / ww w. aj u d ad eb er co .p t / i n d ex _ p t .h t ml
Site “Refúgio Aboim e Ascensão”,h t t p : / / ww w .re fu g i o . p t /
Tallón, M. A., Ferro, M. J., Gómez, R., & Parra, P. (1999).Evaluacion del clima familiar en una
muestra de adolescentes. Revista de Psicologia Geral y Aplicada, 451-462.
Todis, B., Bullis, M., Waintrup, M., Shultz, R., & D'Ambrosio, R. (2001). Overcoming the Odds:
Qualitative Examination of resilience Among Formerly Incarcerated Adolescents. Excepcional
Children. Excepcional Children, 68(1), 119-139.
UBEE – União Brasileira de Educação e Ensino/Província Marista do Brasil Centro-Norte (2004).
Medidas Socioeducativas: uma prática humanizada. Belo Horizonte: Editora Leitura
Vilas-Boas, (1970). Mappa da Provincia de Entre Douro e Minho, levantado em 1794 e 1795.
publicado A. Cruz, Geografia e Economia da província do Minho nos fins do século XVIII –
plano de descrição e subsídios de Custódio José Gomes de Vilas Boas. Colecção
“Amphitheatrum”. Porto: Centro de Estudos Humanísticos da Fac. de Letras da Univ. do Porto.
Yunes, M. A. M., & Szymanski, H. (2001). Resiliência: noção, conceitos afins e considerações
críticas. In J. Tavares (Ed.), Resiliência e Educação (pp. 13-42). São Paulo: Cortez. [ Links ]
Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia Positiva e Resiliência: o foco no indivíduo e na família.
Psicologia em Estudo, 8(Nº especial), 75-84.
Yunes, M. A., Miranda, A. T., & Cuello, S. S. (2004). Um olhar ecológico para os riscos e as
oportunidades de desenvolvimento de crianças e adolescentes institucionalizados. In S. H. Koller (Ed.),
Ecologia do desenvolvimento humano: Pesquisa e intervenções no Brasil (pp. 197-218). São Paulo:
Casa do Psicólogo.
Zigler, E., & Hall, N. W. (1989). Physical child abuse in America: Past, present, future. In D.
Cicchetti & V. Carlson (Eds.), Child maltreatment: Theory and research on the causes and
consequences of child abuse and neglect (pp. 38-75). New York: Cambridge University Press.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 5], "pageNum":
30};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_30");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/30-
81239a071d.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


i
ANEXO I
1. REFÚGIO ABOIM ASCENSÃO,NO ALGARVE

O Refúgio Aboim Ascensão é uma Instituição Particular Cristã de Solidariedade Social, considerada de
Superior Interesse Social e foi fundado em 1933, em Faro, por Manuel Aboim Ascensão de Sande
Lemos, dando cumprimento à vontade testamentada de seu tio e sogro Rodrigo Aboim Ascensão,
fundador em 1901, em Lisboa, da Associação Protectora da Primeira Infância.
Inicialmente como lactário e centro de apoio a mães solteiras, depois como serviço médico de recém-
nascidos e prematuros, a Instituição sofreu alterações ao longo dos anos, quer de ordem técnica, quer
de ordem metodológica, não abdicando, contudo, de cumprir o ideal benemérito do seu fundador:
“Apoio à Primeira Infância”.
1.1. Missão e Objectivos
Promove a educação, o suporte psicopedagógico, a reabilitação e a sociabilização da criança
em risco.
Proporciona o acolhimento, enquadramento jurídico, clínico, social e pedagógico e reinserção na
família biológica ou encaminhamento para a adopção da criança em parceria com a Segurança Social e
interacção com Tribunais.
1.2. Como nasceu a emergência infantil?
Desde 1985 o Refúgio Aboim Ascensão sofreu remodelações de base, no que diz respeito quer ao
equipamento quer ao enquadramento sócio – jurídico e clínico – pedagógico das crianças
temporariamente internadas, em emergência.
Apoiado em Acordos com os Ministérios da Segurança Social e do Trabalho, Justiça, Saúde, Educação
bem como com a Câmara Municipal de Faro, o Refúgio é hoje um grande Centro de Acolhimento
Temporário de Emergência, o primeiro a ser criado em Portugal, para crianças em Risco de ambos os
sexos, desde recém nascidos até aos 5 anos de idade.
Em 5 de Agosto de 1988, nasceu no Refúgio, o Projecto “Emergência Infantil”, como resposta concreta
à necessidade de acolhimento temporário e interdisciplinar de crianças em risco ou já vitimadas.
A partir de 1990, o Refúgio passa a orientar a sua intervenção pela Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos da Criança.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 14, 1, 2, 5], "pageNum":
31};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_31");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/31-
e032d5866b.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

Object 19

Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1ºAN O


ii

A Emergência Infantil é como que um grito “EI!” que traduz a ideia força de que qualquer cidadão tem
o dever de intervir em favor de uma criança em situação difícil, qualquer que seja o motivo que a faz
sofrer.
Luís Vilas-Boas (2004), fundador da Emergência Infantil e Director do Refúgio, tem
defendido publicamente que:
“Urge que nos ocupemos, em tempo útil, da Criança em Risco ou já vitimada, promovendo o seu
Acolhimento, Enquadramento técnico (jurídico, clínico, social e pedagógico) e o seu
Reencaminhamento posterior para a família natural.”
1.3. Unidade de Habilitação Madalena Perdigão
A U.H.M.P é uma estrutura do Refúgio Aboim Ascensão, tendo como principal objectivo acompanhar
exclusivamente as crianças da instituição de forma a potenciar as suas capacidades de
desenvolvimento, durante o seu período de internamento, a população atendida é constituída por
crianças com idades compreendidas entre os zero meses e os seis anos.
Esta população é essencialmente constituída por bebés de gravidez de risco, filhos de pais toxicómanos,
crianças vítimas de negligência e maus tratos, crianças com patologia instalada (deficiência auditiva,
perturbação da comunicação…), crianças com problemas no desenvolvimento (hiperactividade,
dispraxia, atraso no desenvolvimento global, problemas respiratórios, alteração postural, dificuldades
de aprendizagem, entre outras…)
Para prestar auxilio a estas crianças a unidade de habilitação Madalena Perdigão conta com
serviços de terapêutica ocupacional, terapêutica da fala e fisioterapia.
Por considerarmos de grande importância o apoio prestado a estas crianças para que estas superem os
seus problemas, que em grande parte advêm de situações de negligência e abandono, vai-se aprofundar
um pouco mais o modo como realmente ocorrem estes acompanhamentos.
1.3.1. Terapia Ocupacional
O principal objectivo da Terapia Ocupacional na Unidade de Habilitação Madalena Perdigão é proceder
à avaliação, tratamento e habilitação de crianças internadas nesta instituição, utilizando técnicas
terapêuticas (Integração Sensorial, Hidroterapia, Psicomotricidade, Maternage, Neurodesenvolvimento,
Relaxamento, entre outras…) integradas em actividades seleccionadas consoante o objectivo
pretendido, ou seja de acordo com a situação especifica de cada criança.
(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 11, 9, 14, 1, 2, 5],
"pageNum": 32};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_32");
pageParams.contentUrl = "http://html4.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/32-
3f1bc7cbb1.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 10, 11, 14, 2, 5],
"pageNum": 33};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_33");
pageParams.contentUrl = "http://html3.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/33-
bb7002255e.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();

(function() {
var pageParams = {"origHeight": 1276, "origWidth": 902, "fonts": [6, 10, 11, 14, 1, 2, 5],
"pageNum": 34};

pageParams.containerElem = document.getElementById("outer_page_34");
pageParams.contentUrl = "http://html2.scribdassets.com/ff1gb7v3o7mf5ds/pages/34-
834f6d913a.jsonp";
var page = docManager.addPage(pageParams);
})();
if (window.docManagerIEAdded != true) {
docManager.allPagesAdded();
}

GA_googleFillSlot("DocPage_ATF_250x250");

Crianças abandonadas: Negligência, adopção de


desenvolvimento global
DownloadPrintMobileCollectionsReport Document

Report this document?


Please tell us reason(s) for reporting this document
Spam or junk
Porn adult content
Hateful or offensive
If you are the copyright owner of this document and want to report it, please follow these directions to
submit a copyright infringement notice.

Report
Cancel

This is a private document.


Info and Rating
Reads:
3,142

Uploaded:
12/03/2009
Category:
School Work>Essays & Theses
Rated:

Este trabalho é apenas o esboço inicial, dedicado ao tema "Crianças abandonadas: Negligência,
adopção de desenvolvimento global", da autoria de Cel... (More) Este trabalho é apenas o esboço
inicial, dedicado ao tema "Crianças abandonadas: Negligência, adopção de desenvolvimento global",
da autoria de Celeste Duque, Novembro 2009.

Aconselha-se os interessados a que leiam atentamente a nota de rodapé da primeira página... (Less)

maia
instituto
desenvolvimento
violencia
adopção
negligência
crianças abandonadas
roda dos enjeitados
(more tags)
maia
instituto
desenvolvimento
violencia
adopção
negligência
crianças abandonadas
roda dos enjeitados
ajuda de berço
refúgio aboim e ascensão
passado
historia
causa
estudo
monografia
transmitido
forma deturpada
quantas vezes
imigrantes
texto resumido
(fewer)
Follow
CDuque

Object 20

GA_googleFillSlot("DocPage_ATF_300x250");

var googleData;
var googleNumAds = 5;
var googleSkip = 7;
var googleAdChannel = '2389352468';
function google_ad_request_done(google_ads) {
if (typeof trackEvent != "undefined") {
trackEvent('AdSenseAggressive', 'Sideboard', 'Requested', googleNumAds);
trackEvent('AdSenseAggressive', 'Sideboard', 'Received', google_ads.length);
}

if (google_ads.length == 0) {
return;
}
var placementHTML = "";
if (google_ads[0].type == 'flash') {
placementHTML += "<a href=\"" + google_info.feedback_url + "\" style=\"color: rgb(97, 97, 97);
font-weight:700; line-height: 14px; font-family: courier new,verdana; font-style: normal; font-variant:
normal; font-size: 10.5pt\">Ads by Google</a><br/>" +
"<object classid=\"clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000\"" +
"
codebase=\"http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,0,0\
"" +
" WIDTH=\"" + google_ad.image_width + "\" HEIGHT=\"" + google_ad.image_height + "\">" +
"<PARAM NAME=\"movie\" VALUE=\"" + google_ad.image_url + "\">" +
"<PARAM NAME=\"quality\" VALUE=\"high\">" +
"<PARAM NAME=\"AllowScriptAccess\" VALUE=\"never\">" +
"<EMBED src=\"" + google_ad.image_url +
"\" WIDTH=\"" + google_ad.image_width +
"\" HEIGHT=\"" + google_ad.image_height +
"\" TYPE=\"application/x-shockwave-flash\"" +
" AllowScriptAccess=\"never\" " +
" PLUGINSPAGE=\"http://www.macromedia.com/go/getflashplayer\"></EMBED></OBJECT>";
} else if (google_ads[0].type == 'image') {
placementHTML += "<a href=\"" + google_info.feedback_url + "\" style=\"color: rgb(97, 97, 97);
font-weight:700; line-height: 14px; font-family: courier new,verdana; font-style: normal; font-variant:
normal; font-size: 10.5pt\">Ads by Google</a><br/>" +
"<a href=\"" + google_ads[0].url + "\" target=\"_top\" title=\"go to " + google_ads[0].visible_url +
"\">" +
"<img border=\"0\" src=\"" + google_ads[0].image_url + "\" width=\"" +
google_ads[0].image_width + "\" height=\"" + google_ads[0].image_height + "\"></a>";
} else if (google_ads[0].type == 'html') {
placementHTML += "<a href=\"" + google_info.feedback_url + "\" style=\"color: rgb(97, 97, 97);
font-weight:700; line-height: 14px; font-family: courier new,verdana; font-style: normal; font-variant:
normal; font-size: 10.5pt\">Ads by Google</a><br/>" + google_ads[0].snippet;
} else {
var totalUnitAds, adsHTML;
var curAd = 0;
totalUnitAds = 0;
adsHTML = '';
for (var i=0; i < googleNumAds; i++) {
if (curAd >= google_ads.length) break;
if (!google_ads[curAd]) break;

line1 = google_ads[curAd].line1;
line2 = google_ads[curAd].line2;
line3 = google_ads[curAd].line3;
adsHTML += "<tr><td style=\"width: 99%;\"><p style=\"margin-top: 8px; margin-bottom:
8px\"><a style=\"font-size:12pt; font-weight: bold; cursor: pointer; line-height: 14px; text-
decoration:underline; color: #0000ff\" href=\"" + google_ads[curAd].url + "\">" + line1 + "</a><br
/><span style=\"font-weight:normal; font-size:10.5pt; width=290px\">" + (line2 || '') + "<br />";
if (line3) {
adsHTML += (line3 || '') + "<br />";
}
adsHTML += "</span><a href=\"" + google_ads[curAd].url + "\" style=\"text-
decoration:underline; color: #0000ff\">" + google_ads[curAd].visible_url + "</a></p></td></tr>";
totalUnitAds++;
curAd++;
}

if (totalUnitAds > 0) {
placementHTML += "<div style=\"border: 0px solid #eeeeee; text-align: left; padding: 2px; width:
295px; position: relative; line-height: 14px; font-family: courier new,verdana; font-style: normal; font-
variant: normal; font-size=10.5pt\">";
placementHTML += "<div style=\"text-align: left;position: absolute; top: 0; left: 0; padding:
2px\">";
placementHTML += "<a href=\"" + google_info.feedback_url + "\" style=\"margin: 0pt 0pt 4px;
padding: 0pt; color: rgb(97, 97, 97); font-weight:700;\">Ads by Google</a>";
placementHTML += "</div><br/>";
placementHTML += "<table style=\"width: 100%\">" + adsHTML + "</table></div>";
}
}

if (placementHTML != "") {
document.getElementById("div-google-sideboard-gam").innerHTML = placementHTML;
document.getElementById("div-google-sideboard-gam").visible = true;
}
}
google_ad_client = 'pub-7291399211842501';
google_ad_channel = googleAdChannel;
google_ad_output = 'js';
google_max_num_ads = googleNumAds + '';
google_ad_type = 'text,image,flash';
google_image_size = '300x250';
google_feedback = 'on';
google_skip = googleSkip + '';

if (typeof Scribd != "undefined" && Scribd.showAggressiveAds()) {


document.write('<script src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"
type="text/javascript"><\/script>');
} else {
google_ad_request_done = undefined;
google_ad_client = undefined;
google_ad_channel = undefined;
google_ad_output = undefined;
google_max_num_ads = undefined;
google_ad_type = undefined;
google_image_size = undefined;
google_feedback = undefined;
google_hints = undefined;
google_skip = undefined;
}yieldbuild_site = 1070;
yieldbuild_layout = "new_article_pages";
yieldbuild_loc = "first_300x250";
yieldbuild_options = {
google_channels: "3759925422+6594767900+1389358401"
};

if (typeof Scribd == "undefined" || !Scribd.showAggressiveAds()) {


document.write('<script src="http://hook.yieldbuild.com/s_ad.js" type="text/javascript"><\/script>');
}
/*<![CDATA[*/
microsoft_adunitid="4170";
microsoft_adunit_width="300";
microsoft_adunit_height="250";
microsoft_adunit_legacy="false";
microsoft_adunit_channelids="7009|";
microsoft_adunit_bkcolor="ffffff";
microsoft_adunit_bordercolor="ffffff";
microsoft_adunit_titlefontcolor="3f3f3f";
microsoft_adunit_bodyfontcolor="000000";
microsoft_adunit_urlfontcolor="3f3f3f";
/*]]>*/ Object 21

Sign Up for an Ad-Free Scribd


• Remove all ads.
Never see ads on Scribd again.
No Thanks

Share & Embed

Related Documents
PreviousNext

1. 197 p.

197 p.

47 p.

2. 344 p.

40 p.

135 p.

3. 135 p.

135 p.

135 p.
4. 135 p.

135 p.

85 p.

5. 925 p.

12 p.

13 p.

6. 99 p.

77 p.

221 p.

7. 175 p.

50 p.

30 p.

8. 1 p.

4 p.

1 p.

9. 1 p.

13 p.

42 p.

10. 2 p.

317 p.
7 p.

11. 2 p.

1 p.

1 p.

12. 5 p.

23 p.

24 p.

13. 66 p.

21 p.

1 p.

14. 2 p.

25 p.

16 p.

15. 1 p.

118 p.

10 p.

16. 1 p.

2 p.

17 p.

17. 10 p.
6 p.

More from this user


PreviousNext

1. 116 p.

31 p.

14 p.

2. 20 p.

10 p.

24 p.

3. 20 p.

10 p.

11 p.

4. 34 p.

23 p.

13 p.

5. 4 p.

125 p.

8 p.

6. 54 p.

27 p.
24 p.

7. 19 p.

25 p.

15 p.

8. 16 p.

74 p.

22 p.

9. 17 p.

Add a Comment

Submit

katia_psico left a comment


psicopatologia

02 / 06 / 2010
Reply

GA_googleFillSlot("DocPage_BTF_300x250");

Ads by Google

Faculdade de Psicologia
Curso de Psicologia, Psicanalise
Psiquiatria Mestrado Diploma 30 dia
FaculdadeUniversal.com/Psicologia

Tecnologia Educacional
Aprenda a projetar cursos online,
materiais didáticos e treinamentos.
www.livredocencia.com.br

Print this document

High Quality
Open the downloaded document, and select print from the file menu (PDF reader required).

GA_googleFillSlot("DocPage_BTF_638x90");if (Scribd.Ads) {
Scribd.Ads.betweenPageAd = [
{ url: 'http://i1.scribdassets.com/ads/DocPage_BetweenPage.html', height: '90' },
{ url: 'http://i1.scribdassets.com/ads/DocPage_BetweenPage.html', height: '90' },
{ url: 'http://i1.scribdassets.com/ads/DocPage_BetweenPage.html', height: '90' },
{ url: 'http://i1.scribdassets.com/ads/DocPage_BetweenPage.html', height: '90' },
{ url: 'http://i1.scribdassets.com/ads/DocPage_BetweenPage.html', height: '90' }
];
}
Scribd Archive > Charge to your Mobile Phone
Bill

Sign up
Use your Facebook login and see what your friends are reading and sharing.

Other login options

Login with Facebook


Object 22

Signup
I don't have a Facebook account

email address (required)

create username (required)

password (required)

Send me the Scribd Newsletter, and occasional account related communications.

Privacy policy
You will receive email notifications regarding your account activity. You can manage these
notifications in your account settings. We promise to respect your privacy.

Why Sign up?

Discover and connect with people of similar interests.

Publish your documents quickly and easily.

Share your reading interests on Scribd and social sites.

Already have a Scribd account?


email address or username
password
Log In
Trouble logging in?

Login Successful
Now bringing you back...

« Back to Login

Reset your password


Please enter your email address below to reset your password. We will send you an email with
instructions on how to continue.
Email address:

You need to provide a login for this account as well.

Login:

Submit

Upload a Document

• About
• Press
• Blog
• Partners
• Branded Reader
• Web Stuff
• Scribd Store
• Support
• FAQ
• Developers / API
• Jobs
• Terms - General
• Copyright
• Follow Us!
• scribd.com/scribd
• twitter.com/scribd
• facebook.com/scribd
scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd. scribd.
scribd.
if (typeof(_gaq) != 'undefined') {
_gaq.push(function() {
_gaq._createAsyncTracker('UA-443684-17', 'pageTrackerPerf');
});

_gaq.push(['pageTrackerPerf._trackPageview']);
} else {
console.warn('_gaq undefined');
}

document.observe('dom:loaded', function() {
if (typeof(perfStart) != 'undefined') {
trackPerfAnalytics(null, perfStart, new Date(), false);
}
});

Event.observe(window, 'load', function() {


if (typeof(perfStart) != 'undefined') {
trackPerfAnalytics(null, perfStart, new Date(), true);
}
});_qacct="p-13DPpb-yg8ofc";quantserve(); if (typeof(_gaq) != 'undefined') {
_gaq.push(function() {
_gaq._createAsyncTracker('UA-443684-17', 'pageTrackerPerf');
});

_gaq.push(['pageTrackerPerf._trackPageview']);
} else {
console.warn('_gaq undefined');
}

document.observe('dom:loaded', function() {
if (typeof(perfStart) != 'undefined') {
trackPerfAnalytics(null, perfStart, new Date(), false);
}
});

Event.observe(window, 'load', function() {


if (typeof(perfStart) != 'undefined') {
trackPerfAnalytics(null, perfStart, new Date(), true);
}
});_qacct="p-13DPpb-yg8ofc";quantserve(); Scribd.Facebook.scribdSessionActive = false;
Scribd.Facebook.serverEnableInstantConnect = Scribd.getOption("FBAutoLoginEnabled", false);
Scribd.Facebook.sessionEnableInstantConnect = true;
Scribd.Facebook.requestEnableInstantConnect = true;
Scribd.Facebook.beforeFacebookInitialize();

Scribd.Request = {
referrer: '',
controller: 'word',
action: 'show'
};

// This calls the initialization once Facebook libraries are loaded


window.fbAsyncInit = Scribd.Facebook.initializeConnect.bind(Scribd.Facebook);

Scribd.Scrubber.num_pages = 34;
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("page_control_top");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("page_control_up");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("page_control_down");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_zoom_out");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_zoom_in");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_enter_fullscreen");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_exit_fullscreen");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("viewmode_selector");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_readcast");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_comment");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("toolbar_embed");
});
})();
Scribd.Readcast = Scribd.Readcast || {};
Scribd.Readcast.Dialog = Scribd.Readcast.Dialog || {};
Scribd.Readcast.Dialog.animation = 'fourgen';
Scribd.comment = new Scribd.commentManager();
Event.observe('document_comment_form', 'submit',
Scribd.comment.submitCommentEvent.bindAsEventListener(Scribd.comment));
Scribd.scribbleComment($('comment_input'));

var closeButton = $('autogen_id_746627449').down('.close_button');


if(closeButton)
closeButton.observe('click', function(e) { Scribd.Toolbar.actions.comment(e) });

$('toolbar_exposed_share_panel').down('.more_share_options').down('.pseudoLink').observe('click',
function(e){
e.stop();
Scribd.Lightbox.remoteOpen('toolbar_share_lightbox', '/word/toolbar_share',
Scribd.Toolbar.toolbarParams());
$rat('sharebox.toolbar.more_share_options');
});

var closeButton = $('autogen_id_746624469').down('.close_button');


if(closeButton)
closeButton.observe('click', function(e) { Scribd.Toolbar.actions.embed(e) });
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("add_to_collections");
});
})();
(function() {
document.observe('dom:loaded', function() {
new Scribd.Toolbar.Tooltips.Tooltip("hide_switch");
});
})();
Scribd.HotSpot.initialize();

$('flag_document_link').observe('click', function(e) {
e.stop();
if (!$('flag_document_link').hasClassName('disabled')){
$('flag_document_container').toggle();
}
});

$$('#flag_document_container .close_button, #flag_document_container .cancel').each(function(el) {


el.observe('click', function(e) {
e.stop();
$('flag_document_container').hide();
});
});
document.observe('dom:loaded', function() {
function ratingLogin(event) {
Scribd.login.open({"next_url":"http://www.scribd.com/doc/23542490/Criancas-abandonadas-
Negligencia-adopcao-de-desenvolvimento-global","fallback_url":"/","context":"rate"});
}

function saveRating(event) {
new Ajax.Request(["h", "t", "t", "p", ":", "/", "/", "w", "w", "w", ".", "s", "c", "r", "i", "b", "d",
".", "c", "o", "m", "/", "r", "a", "t", "i", "n", "g", "s", "?", "w", "o", "r", "d", "_", "d", "o", "c", "u", "m",
"e", "n", "t", "_", "i", "d", "=", "2", "3", "5", "4", "2", "4", "9", "0"].join(''), {
parameters: event.memo
});
}

function enableRating() {
var rating = $('rating');
if(rating) {
var save = saveRating;
var login = ratingLogin;
$('rating').observe('starbox:rated', function(event){
Scribd.Facebook.isSessionTransitioned() ? save(event) : login(event);
});
}
}

try {
new Starbox("rating_23542490", 0, {
className: 'pointy',
locked: false,
effect: { mouseout: false }
});
} catch(e) {}

enableRating();

var tag_list = $('tag_list');


if(tag_list) {
var fullList = $('tags_all');
var truncatedList = $('tags_truncated');
tag_list.select('.control_btn').invoke('observe', 'click', function(e) { e.stop(); fullList.toggle();
truncatedList.toggle(); });
}

var term_list = $('related_term_list');


if(term_list) {
var fullTermList = $('related_terms_all');
var truncatedTermList = $('related_terms_truncated');
term_list.select('.terms_control_btn').invoke('observe', 'click', function(e) { e.stop();
fullTermList.toggle(); truncatedTermList.toggle(); });
}

});
new Scribd.LikeButtonManager(null, 'facebook_like_button',
"http://www.scribd.com/doc/23542490/Criancas-abandonadas-Negligencia-adopcao-de-
desenvolvimento-global", 300, "standard", "show_faces=\"true\"");

Scribd.PremiumReader.Promo2.init("autogen_id_746644446");

$('exposed_share_panel').down('.more_share_options').down('.pseudoLink').observe('click',
function(e){
e.stop();
Scribd.Lightbox.remoteOpen('toolbar_share_lightbox', '/word/toolbar_share',
Scribd.Toolbar.toolbarParams());
$rat('sharebox.viewbar.more_share_options');
});

var activate_scribble = function(){


var toggler = function(comments_selector) {
var top = $$(comments_selector);

if(top.length > 0 && top[0].down('.toggle')) {


var toggle = top[0].down('.toggle');
var panel = top[0].down('.events');

var open = panel.visible();


var animationScope = 'comments:' + comments_selector;
var switchFunc = function(e) {
if(e) e.stop();
if(open) {
animation = new Effect.BlindUp(panel, {
duration: 0.5,
beforeSetup: function() { toggle.removeClassName('open'); },
queue: { scope: animationScope, limit: 2 }
});
} else {
toggle.addClassName('open');
animation = new Effect.BlindDown(panel, {
duration: 0.5,
beforeSetup: function() { toggle.addClassName('open'); },
queue: { scope: animationScope, limit: 2 }
});
}
open ^= true;
};

toggle.observe('click', switchFunc);

return switchFunc;
} else {
return function(e) {
if(e) e.stop();
};
}
}
var toggleFriends = toggler('.comments.friends');
var toggleOther = toggler('.comments.other');

// Toggle comment form


document.observe('click', function(e) {
e.findElement('textarea');
var textElement = $('document_comment').down('textarea');
if (e.element() == textElement) {
e.element().up('.add_a_comment').addClassName('on');
return;
}
var formElement = e.element().up('#document_comment');
if (!formElement) {
if(textElement.getValue().blank()) {
textElement.up('.add_a_comment').removeClassName('on');
}
}
});

$('document_comment').observe('submit',
Scribd.comment.submitCommentEvent.bindAsEventListener(Scribd.comment));
$('document_comment').observe('submit', function(e) {
var other = e.element().up('#comments_section').down('.comments.other .events');
var friends = e.element().up('#comments_section').down('.comments.friends .events');
if(other && !other.visible())
toggleOther();
if(friends && friends.visible())
toggleFriends();
});

var revealer = $('document_activity').down('.revealer');


if(revealer)
revealer.observe('click', Scribd.getMoreComments.bindAsEventListener(revealer, "23542490",
2, { per_page: 5, context: 'r3' }));

};
document.observe('dom:loaded', activate_scribble);
document.observe(Scribd.Facebook.EVENTS.transition, activate_scribble);

document.observe("dom:loaded", function() {
Scribd.Pingback.run("http://www.scribd.com/documents/23542490/pingback");
});

Event.observe(window, "beforeunload", function () {


var img = new Image();
img.src = "http://www.scribd.com/documents/23542490/pingback_onbeforeunload" + '?' +
Math.round(Math.random() * 100000000.0);
});

new Scribd.printLightboxManager4Gen({
container: $('lightbox_print'),
logged_in: false,
document_id: 23542490,
autodown_base_url: 'http://www.scribd.com/doc/23542490/Criancas-abandonadas-Negligencia-
adopcao-de-desenvolvimento-global',
base_url: 'http://www.scribd.com/document_downloads/23542490',
page_count: 34});
document.observe('dom:loaded', function() {
$rat('fourgen.ads.layout.1472436212');
});
function google_rat(unit, idx) {
$rat('fourgen.ads.click.' + unit + '.' + idx);
}
Scribd.Facebook.setReadPageTransitionURL('http://www.scribd.com/session_transition/new_4gen_pa
ge_content/23542490');Scribd.Premium.ReadPage.initialize({logged_in:false, show_gate: true,
document_id: 23542490, secret_password:
""});document.observe('Scribd.Facebook.EVENTS.auto_logged_in',
Scribd.enableCollectionForm);Scribd.SharedLink.trackDocumentLink('23542490');document.observe('
dom:loaded', Scribd.processHash);

Scribd.Tracker.run(23542490, "html");

Scribd.Lightbox.initialize();

$('word_user_login_login_lb').observe('keypress', Scribd.restrictCharactersForUsername);

Event.observe(window, 'load', function(){


$(document.forms.lb_forgot_password_form).observe('submit', Scribd.login.sendForm);
});

Scribd.login = new Scribd.loginManager();

// Load the FB JS API Asychronously


document.observe('dom:loaded', function() {
var e = document.createElement('script');
e.async = true;
e.src = document.location.protocol + '//connect.facebook.net/en_US/all.js';
document.getElementById('fb-root').appendChild(e);
});

// Handle DOM updates to re-parse FBML tags


document.observe('Scribd:dom_updated', function(e){
var el = e.element();
if(window.FB && FB.XFBML)
FB.XFBML.parse(el);
});
document.observe(Scribd.Facebook.EVENTS.loaded, Scribd.blueBarUtil.onLoadHandler);

var facebookUser = false;

Event.observe(document, 'dom:loaded', function(event) {


(new
Scribd.Paid.Header({"button_class":"back_button","back_to_lightbox":"premium_download","widget_
dom_id":"autogen_id_746654783"})).onDomLoaded(event);
(new
Scribd.Shared.SecureIframeWidget({"iframe_container":"paymo_iframe_container","height":440,"ifra
me_properties":
{"border":0,"frameborder":0,"name":"easyxdm_iframe","scrolling":"no"},"intermediary_url":"http://w
ww.scribd.com/easyxdm/intermediary.html","widget_dom_id":"paymo_iframe","remote_helper_url":"
http://www.scribd.com/easyxdm/name.html","show_loading":false,"local_path":"/easyxdm/name.html"
})).onDomLoaded(event);
(new
Scribd.Facebook.LoginButton({"widget_dom_id":"autogen_id_746653173"})).onDomLoaded(event);

Event.fire(document, 'Scribd:widgets_loaded', event);


});

Object 23

Anda mungkin juga menyukai