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Realidade e sua complexidade

Será que realidade é simplesmente “tudo o que existe”? Será que conseguimos
conhecer a realidade no seu todo? Que processo estará por detrás do seu
conhecimento? À primeira vista, estas perguntas têm uma resposta simples. Mas se
perdermos algum tempo a pensar nelas, depressa nos aperceberemos de como
pode ser realmente difícil responder a estas questões.
A conexão de qualquer indivíduo com a realidade é feita através da mente.
Esta, apesar de não existir fisicamente, é um “acessório” do cérebro que nos dá
consciência, qualidade humana que António Damásio definiu como a capacidade
que temos de “saber que existimos e de saber que existe um mundo à nossa volta”.
Quanto mais soubermos desse mundo, mais consciência teremos.
Todas as sensações que temos de um objecto são enviadas ao cérebro através
do sistema nervoso. Depois deste processo estar completo, teremos a sua
representação mental. Mas para o conhecer, temos de recorrer à mente para
raciocinar e procurar explicações para justificar aquilo que captámos. Nestas
circunstâncias, a mente constrói e desenvolve a consciência que é diferente de
sujeito para sujeito (sendo por isso o conhecimento da realidade diferente para
cada sujeito).
Uma das dificuldades que poderemos ter em conhecer a realidade é a de
eventualmente ficarmos com consciência de factos falsos, devido a raciocínios
errados. Consequentemente, o nosso conhecimento da realidade será incorrecto.
Como Desidério Murcho afirma no seu ensaio “Filosofia em Directo”: “Não somos
Deuses infalíveis, somos animais falíveis!”. Penso que estes erros resultam
habitualmente de uma percepção falsa da realidade (não captamos correctamente
o objecto com os nossos sentidos). Para evitarmos estes erros temos de ser
extremamente rigorosos quanto àquilo que captamos com os sentidos. Só esse
rigor poderá levar à aquisição do verdadeiro Conhecimento e ao desenvolvimento
da Consciência.
Tudo isto, porém, apenas no que se refere ao mundo físico. É, afinal, a parte da
realidade com a qual temos mais contacto, pois controlamos (aparentemente)
aquilo que dele conhecemos. Todavia, existe na mente um local que não logramos
controlar: o subconsciente. Este só se manifesta quando nos encontramos num
reduzido grau de consciência, mormente, enquanto dormimos (e, claro, sonhamos).
Apesar de não atribuirmos, amiúde, a devida importância aos sonhos, estes
também pertencem à realidade. Não obstante as técnicas que os permitem
analisar, o certo é que o sujeito não o consegue controlar. No filme “Inception” (“A
Origem”), Dom Cobb, entra no subconsciente de um indivíduo para lhe implantar
uma ideia, o que seria impossível de fazer com o indivíduo num estado consciente.
Ao acordar, o indivíduo recordará o sonho e mudará a sua forma de pensar,
sobretudo porque o meio usado para a introdução da ideia, o espaço por onde se
movimentava, a sucessão dos acontecimentos, tudo, no seu sonho, era
verdadeiramente “real”!
Concluindo, a “realidade” é, de facto, um conceito muito mais complexo do que
aquilo que aparentemente possa parecer. Mesmo com elevado esforço da nossa
parte, o nosso conhecimento acerca dela continua a ser assaz limitado. No mundo
físico, os objectos com que nos deparamos quotidianamente não o são no seu
estado puro, mas sim num permanente devir, consoante o espaço e o tempo em
que se inserem. Os avanços científicos podem a qualquer momento “romper” com
conhecimentos falaciosos que críamos possuir sobre os objectos da realidade.
Podemos ter recordação dos nossos sonhos mas, não conseguindo interferir no
subconsciente, não podemos conhecer esta face da realidade. Resta-nos então
substituir as representações mentais por conhecimento verdadeiro (minimizando os
erros na percepção e no raciocínio) de alguns objectos do mundo físico, para que
possamos ser cada vez mais conscientes do Mundo que existe à nossa volta.

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