Anda di halaman 1dari 57

Código : JUR 3211

Período : 5º
Turma : C02
Professor : Leonardo Batista

DIREITO ADMINISTRATIVO I

Resumo aula

6. LICITAÇÃO

6.1. Conceito

O professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua


licitação como o procedimento administrativo vinculado por meio do qual
os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados
selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários
interessados, com dois objetivos a celebração de contrato, ou a obtenção
do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

O professor Hely Lopes Meirelles ensina que licitação é o


procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.
Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de
atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia
igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência
e moralidade nos negócios administrativos.

6.2- Objeto

O professor José dos Santos Carvalho Filho ensina que o


objeto da licitação apresenta duas facetas.

A primeira consiste como objeto imediato que é a seleção


de determinada proposta que melhor atenda aos interesses da
Administração. A segunda é o objeto mediato que consiste na obtenção de
certa obra, serviço, compra, alienação, locação ou prestação de serviço
público, a serem produzidos por particular por intermédio de contratação
formal.
Importante ressaltar que o objeto da licitação deve estar bem
delineado no instrumento convocatório (edital).

O professor Hely Lopes leciona que o objeto da licitação


confunde-se sempre com o objeto do contrato, que pode ser uma obra, um
serviço, uma compra ou uma concessão como, também, uma alienação ou
uma locação.

6.3- Princípios

São básicos os princípios da legalidade, da impessoalidade,


da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao edital e do julgamento objetivo.

Vejamos cada um deles.

6.3.1.Princípio da legalidade

Significa que a vontade do Administrador não pode


prevalecer sobre o que a lei impõe, ou seja, ele só pode fazer o que a lei
determina ou dispõe.

Acerca das licitações, este princípio impõe que o


administrador respeite as regras que a lei dispõe sobre o procedimento
licitatório, sendo a própria aplicação do devido processo legal, que segundo
o professor José dos Santos Carvalho Filho exige que a Administração
escolha a modalidade certa; que seja bem clara quanto aos critérios
seletivos; que só deixe de realizar a licitação nos casos permitidos na lei;
que verifique, com cuidado, os requisitos de habilitação dos candidatos, e,
enfim, que se disponha a alcançar os objetivos colimados, seguindo os
passos dos mandamentos legais.

6.3.2. Princípio da moralidade e da impessoalidade

O princípio da moralidade exige que o administrador


respeite os conceitos éticos, já o da impessoalidade indica que a
Administração deve dispensar o mesmo tratamento a todos os
administrados que estejam na mesma situação jurídica.
A moralidade está associada à legalidade na ideia de que se
uma conduta é imoral, esta deve ser invalidada.
6.3.3. Princípio da igualdade

Chamado também de princípio da isonomia, previsto no


artigo 5º, da CF/88, indicando que a Administração deve dispensar
tratamento idêntico a todos os administrados que se encontrem na mesma
situação jurídica.

A Constituição Federal, em seu artigo 37, XXI, dispõe que o


procedimento licitatório deve assegurar igualdade de condições a todos os
concorrentes , significa dizer que todos os interessados em contratar com a
Administração devem competir em igualdade de condições, sem que a
nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro. Na verdade, este
princípio está intimamente ligado ao princípio da impessoalidade.

Desta forma, não poderá haver vedação de se estabelecerem


diferenças em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes, ou
a proibição de tratamento diverso de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária entre empresas brasileiras e estrangeiras, conforme dispõe o
artigo 3º, §1º, I e II, da Lei n. 8666/93.

6.3.4. Princípio da publicidade

Significa que a licitação deve ser amplamente divulgada, de


modo a possibilitar o conhecimento de suas regras a um maior número
possível de pessoas. Exemplo: exigência de publicação dos avisos contendo
o resumo dos editais na imprensa (artigo 21, do Estatuto); audiência
pública no caso de licitações que envolvam valores vultosos (artigo 39, do
Estatuto).

6.3.5. Princípio da probidade administrativa

A probidade tem o significado de honestidade e boa-fé dos


administradores. Assim, este princípio exige que o administrador atue com
honestidade para os com licitantes, e sobretudo para com a própria
Administração, fazendo com que sua atividade esteja voltada para a
promoção da seleção mais acertada possível.

Caso o administrador pratique o ato de improbidade,


este será responsável pelas suas ações e sofrerá aplicação das sanções civis,
penais e administrativas cabíveis ao caso.
6.3.6. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório

A vinculação ao instrumento convocatório é garantia do


administrador e dos interessados, significando que as regras traçadas
devem ser observadas.

Este princípio é de suma importância, pois ele evita que


sejam alterados critérios de julgamento, além de dar a certeza aos
interessados do que pretende a Administração.

Caso o instrumento de convocação tiver falha, pode ser


corrigido, desde que oportuno, no entanto os licitantes deverão ter
conhecimento da alteração e a possibilidade de se amoldarem a ela.

6.3.7. Princípio do julgamento objetivo

Este princípio é corolário (ligado) do princípio da vinculação ao


instrumento convocatório.

Consiste em que os critérios e fatores seletivos previstos no


edital devem ser adotados inafastavelmente para o julgamento, evitando-se,
assim, qualquer surpresa para os participantes da competição. Tal princípio
está previsto no artigo 45, da Lei n. 8666/93.

O legislador pretendeu descartar subjetivismos, não apenas


no julgamento final, mas em todas as fases onde exista julgamento, de
escolha. Exemplo: se no edital foi previsto o critério de menor preço, não
pode ser escolhida a proposta de melhor técnica, não se pode selecionar
simplesmente a de menor preço, e assim sucessivamente.

6.3.8. Princípio correlatos

O professor José dos Santos Carvalho Filho fala em


princípio correlatos, também chamados de princípios licitatórios implícitos
específicos, tais como: competitividade, procedimento formal, sigilo das
propostas e adjudicação compulsória.

A competitividade seria, conforme destaca o Prof. Bandeira


de Mello e Carvalho Filho, a obrigatoriedade de observância do caráter
competitivo do procedimento licitatório, não se permitindo artimanhas ou
mecanismos para frustrar tal propósito.
O procedimento formal, conforme ressaltei quando da
abordagem do princípio da legalidade, é a configuração de que a licitação
caracteriza se como ato administrativo formal, ou seja, tem seu rito e
fórmulas legalmente estabelecidas, além de ser obrigatório o registro de
seus atos documentadamente.

O princípio do sigilo das propostas estabelece que as


propostas serão realizadas de forma sigilosa, evitando se o conluio ou a
fraude, mantendo se o caráter competitivo, sendo inacessível até o
momento de abertura, que será realizado em sessão pública.

Finalmente, o princípio da adjudicação compulsória


representa o dever da Administração em atribuir ao vencedor do certame o
objeto da licitação, de modo a vedar eventual contratação com outrem.

É de se observar que a adjudicação somente é garantia de


que a Administração não poderá contratar com outrem senão com o próprio
vencedor do certame. Trata se, portanto, de ato declaratório e que põe
termo ao procedimento licitatório possibilitando a assinatura do contrato.

Todavia, não é direito subjetivo do vencedor ser contratado,


eis que poderá haver o retardo na contratação, a revogação da licitação pela
Administração ante o interesse público superveniente ou mesmo a anulação
do certame por vícios existentes.

6.4- Legislação pertinente

6.4.1. Disciplina Constitucional

A Constituição Federal, no artigo 22, inc. XXVII, se refere


expressamente à licitação, em que dispõe ser da competência privativa da
União Federal legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, §1º,
III .

Além desse mandamento, a Constituição também enunciou


o princípio da obrigatoriedade de licitação, nos termos do artigo 37, XXI,
exceto em alguns casos previstos em lei.
6.4.2. Disciplina legal

Como dito em linhas volvidas, o artigo 22, XXVII, da CF,


dispõe que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais, e
aos Estados, Distrito Federal e Municípios legislar sobre normas
específicas.

A lei que regula as licitações é a de nº 8.666/93, que,


inclusive, disciplina os contratos administrativos.

6.5- Obrigatoriedade. Dispensa. Inexigibilidade

6.5.1. Obrigatoriedade

O professor Hely Lopes Meirelles ensina que a licitação de


obras, serviços, compras e alienações passou a ser uma exigência
constitucional para toda a Administração Pública, ressalvados os casos
especificados na lei. É admitido que as sociedades de economia mista e as
empresas públicas possam ter lei própria, porém sujeitas às normas gerais
da Lei 8666/93.

O citado professor explica que A expressão


obrigatoriedade de licitação tem duplo sentido, significa não só a
compulsoriedade da licitação em geral como, também, a da modalidade
prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios de
moralidade e eficiência da Administração o uso da modalidade mais
singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta,
normalmente mais onerosa, quando o objeto do procedimento licitatório
não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer
autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a
substituição de uma modalidade por outra.

6.5.2. Dispensa de licitação

A lei diversificou os casos em que a Administração pode ou deve


deixar de realizar a licitação, podendo ser dispensada, dispensável e
inexigível.

Licitação DISPENSADA é aquela que a própria lei declarou-a


como tal, nos termos do artigo 17, I e II, da Lei n. 8666/93.
Com relação aos imóveis:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou
entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
ressalvado o disposto nas alíneas f , h e i ;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos


constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura; ( entende se por investidura: I a alienação


aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante
de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por
preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50%
(cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23
desta lei; II a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta
destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em
núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
categoria de bens reversíveis ao final da concessão).

e) venda a outro órgão ou entidade da administração


pública, de qualquer esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de


direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens
imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração
pública;

g) procedimentos de regularização fundiária de que trata o


art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de


direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso
comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta
metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou


onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
incidam ocupações até o limite de quinze módulos fiscais ou mil e
quinhentos hectares, para fins de regularização fundiária, atendidos os
requisitos legais;
E, quando se tratar de bens móveis, a alienação dependerá
de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de


interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou


entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,


observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos


ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou


entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem
deles dispõe.

Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou


globalmente, em quantia não superior ao limite de R$ 650.000 (valor da
tomada de preço no caso de compras e outros serviço), a Administração
poderá permitir o leilão.

Licitação DISPENSÁVEL é aquela que a Administração


pode dispensar se assim lhe convier. A lei, em seu artigo 24, enumerou os
casos, vejamos:

Art. 24. É dispensável a licitação:


I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10%
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo
anterior (Obs.: até R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente; Critério de valor
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior
(obs.: R$ 8.000,00) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde
que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública,
quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados
da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio
econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor
não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades
de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida
a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do
dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de
acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando
as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder
Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem
como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito
público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração
Pública, criados para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante
o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para
a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus
meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das
operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a"
do incico II do art. 23 desta Lei:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo,
quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
parecer de comissão instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por
órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de
serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado.
XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES,
FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas
pelo CNPq para esse fim específico.
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a
aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato
de gestão.
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de
criação protegida.
XXVI na celebração de contrato de programa com ente da
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação
de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em
contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.
XXVII - na contratação da coleta, processamento e
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis,
em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações
ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
técnicas, ambientais e de saúde pública.
XXVIII para o fornecimento de bens e serviços,
produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
XXIX na aquisição de bens e contratação de serviços para
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo
Comandante da Força.
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública
ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
Reforma Agrária, instituído por lei federal.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de
2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e
serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista,
empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
como Agências Executivas.

6.5.3. Inexigibilidade de licitação

A diferença entre dispensa e inexigibilidade é que na


primeira a licitação é materialmente possível, mas em regra inconveniente,
na inexigibilidade, a licitação é inviável a própria competição (artigo 25, do
Estatuto: É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição .

A Lei n. 8666/93, em seu artigo 25, enumera situações


especiais para a inexigibilidade, mas é importante esclarecer que são de
caráter meramente exemplificativo, ou seja, poderá haver outras situações
que se enquadrem no conceito básico.

Aplica-se, conforme leciona o professor José dos Santos


Carvalho Filho, a mesma exigência fixada para os casos de dispensa: deve
a hipótese ser cumpridamente justificada e comunicada em três dias à
autoridade superior, a esta cabendo ratificar e publicar a justificativa no
prazo de cinco dias, a fim de que o ato tenha eficácia.

Vejamos os casos expressos de inexigibilidade:

1. Fornecedor exclusivo

É inexigível a licitação quando a aquisição de materiais,


equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, sendo, porém, vedada a
preferência de marca, nos termos do artigo 25, I, da Lei n. 8.666/96.

Temos a exclusividade absoluta e a relativa. Na absoluta


só há um produtor ou representante comercial exclusivo no país, sendo a
inexigibilidade a única alternativa para a contratação. Na relativa a
exclusividade se dá apenas na praça em relação à qual vai haver a aquisição
do bem, sendo que havendo fora da praça mais de um fornecedor ou
representante comercial, poderá ser realizada a licitação, se a
Administração tiver interesse em comparar várias propostas.

Se a licitação for do tipo convite, considerar-se-á a


exclusividade na localidade da futura contratação, se for tomada de preços,
levar-se-á em consideração a exclusividade no registro cadastral, e se for
concorrência, exclusivo é o que for único no país.

A exclusividade precisa ser comprovada, dando-se através


de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que
se realizará a licitação, a obra ou o serviço, pelo sindicato, federação ou
confederação patronal, ou, ainda, por entidades equivalentes.
Sobre a vedação da preferência de marca, sua proibição não
é absoluta, pois pode ocorrer que outras marcas sejam de produtos
inadequados à Administração, e, nesse caso, a preferência etária justificada
pelo princípio da necessidade administrativa.

Assim, a escolha de determinada marca só pode dar-se em


três hipóteses:
1) continuidade da utilização de marca já adotada no órgão;
2) para a utilização de nova marca mais conveniente;
3) para o fim de padronização de marca no serviço público,
todas evidentemente padronizadas pela necessidade da Administração.

2. Atividades artísticas

Uma das situações de inexigibilidade é a contratação de


profissionais do setor artístico, quando consagrados pela crítica
especializada ou pela opinião pública, nos termos do artigo 25, III, da Lei
n. 8666/93. Nesse caso, a arte é personalíssima, não se podendo sujeitar a
fatores objetivos de avaliação. Nessa hipótese, a Administração pode firmar
diretamente o contrato.

Sobre a consagração do artista, esse é um fator relativo, pois


pode um artista ser reconhecido, por exemplo, apenas em certos locais ou
por determinado público especializado, e nem por isso deverá ser excluído
de eventual contratação.

É importante dizer que se o profissional tiver vários


empresários e por qualquer um deles puder ser contratado, é possível se
estabelecer uma competição entre tais empresários, de modo que não seria
caso de inexigibilidade, ou seja, a contratação tem que ser diretamente com
o artista ou por meio de empresário exclusivo.

3. Serviços Técnicos Especializados

Outra hipótese é a necessidade de contratar serviços


técnicos especializados, de natureza singular, executados por profissionais
de notória especialização, nos termos do artigo 25, II, do Estatuto.

Importante observar que não são quaisquer serviços que


podem ser contratados diretamente, mas sim os serviços técnicos e
especializados. Serviço técnico é quando sua execução depende de
habilitação específica, como os de pareceres, auditorias, fiscalização,
supervisão, treinamento de pessoal, estudos técnicos ou projetos, patrocínio
de causas, etc.

A notória especialização são aqueles profissionais ou


empresas que desfrutam de prestígio e reconhecimento no campo de sua
atividade. Tal conceito abrange aspectos como estudos, experiências,
publicações, desempenho anterior, aparelhamento, organização, equipe
técnica, etc. Importante destacar que não é obrigatório que apenas uma
empresa seja de notória especialização.

Sobre os serviços de natureza singular, Eros Roberto Grau1


ensina que são os serviços porque apenas podem ser prestados, de certa
maneira e com determinado grau de confiabilidade, por um determinando
profissional ou empresa. Por isso mesmo é que a singularidade do serviço
está contida no bojo da notória especialização.
1 EROS ROBERTO GRAU, Inexigibilidade de Licitação Serviços Técnico-Profissionais Especial
izados Notória
Especialização , in RDP 99, PP. 70 e seguintes.

Conclusão: Diferenças entre licitação dispensável, dispensada e


inexigibilidade.

Assim, a dispensa de licitação ocorre quando há viabilidade


de se deflagrar o procedimento licitatório, todavia, a lei autoriza o
afastamento (licitação dispensável) ou a lei determina o afastamento
(licitação dispensada).

Na dispensa, portanto, há possibilidade jurídica de


competição, no entanto, em razão de circunstâncias descritas legalmente na
lei (hipóteses previstas taxativamente) se dispensa o procedimento
licitatório e realiza a contratação direta.

Por outro lado, quando se fala em inexigilidade é que há


inviabilidade de competição, conforme previsto no art. 25, Lei nº
8.666/93, ou seja, quando não for possível estabelecer procedimento
competitivo, destacando a Lei algumas situações, de forma exemplificativa,
pois em qualquer situação, ainda que não descrita na norma, que seja
inviável a competição, possibilita a contratação direta por inexigibilidade
de licitação.

A Lei de Licitações, conforme art. 26, parágrafo único,


exige que os casos de dispensa ou de inexigibilidade sejam devidamente
justificados, devendo o processo ser instruído com: I caracterização da
situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando
for o caso; II razão da escolha do fornecedor ou executante; III
justificativa do preço. IV documento de aprovação dos projetos de
pesquisa aos quais os bens serão alocados.

Tais situações deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)


dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa
oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos
atos.

6.6- Modalidades

Verificamos inicialmente a existência de seis modalidades


de licitação: a) concorrência; b) tomada de preço; c) convite; d) leilão; e)
concurso; f) pregão.

Somente as três primeiras, ou seja, a concorrência, a tomada


de preço e o convite, é que são definidas pelo valor.

CONCORRÊNCIA

A CONCORRÊNCIA, conforme dispõe o art. 22, §1º, da


Lei de Licitações é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto .

Com efeito, a concorrência será utilizada para contratações


de grande vulto, ou seja, para obras e serviços de engenharia cujo valor seja
superior a 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil) e para outros bens e
serviços cujos valores sejam superiores a 650.000,00 (seiscentos e
cinqüenta mil).

No entanto, para alguns casos, independentemente do


valor, será obrigatória a utilização da concorrência, tal como:

a) Concessão de serviço público;


b) Concessões de obras ou serviços (Parcerias Público
Privadas);
c) Concessões de direito real de uso;
d) Alienação bens imóveis (exceção: art. 19);
e) Licitações internacionais (temos exceções);
f) Contratos de empreitada integral (art. 6º);
Assim, por ser procedimento mais complexo, em que,
inclusive, se pode verificar claramente todas as fases, não tem limite
máximo de valor e, ainda, poderá substituir a tomada de preço ou o convite.

Significa dizer que nos casos em que couber o convite,


poderá ser utilizada a tomada de preço e, em qualquer caso, a
concorrência. (art. 23, §4º).

O prazo previsto na lei, denominado intervalo mínimo, ou


seja, da abertura do certame até a apresentação das propostas, é de 45
(quarenta e cinco) dias, no caso de licitação do tipo técnica e preço,
melhor técnica, ou ainda, quando for por empreitada integral, e de 30
dias para licitações tipo menor preço.

TOMADA DE PREÇO

A TOMADA DE PREÇO é a modalidade de licitação


entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação . (art. 22,
§2º, Lei nº 8.666/93)

É modalidade utilizada para contratações de valores


intermediários, ou seja, para contratação de obras e serviços de
engenharia de valores entre 150.000,00 (cento e cinqüenta mil) até
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil), e para outros bens e
serviços de valores entre 80.000 (oitenta mil) até 650.000 (seiscentos e
cinqüenta mil).

Além do valor, o que caracteriza a tomada de preço é a


habilitação prévia, em razão do cadastramento, ou a possibilidade de
cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das
propostas.

É admitida nas licitações internacionais, como exceção à


obrigatoriedade de utilizar a concorrência, desde que a entidade ou órgão
licitante disponha de cadastro internacional de fornecedores e o contrato
esteja dentro do limite de valor fixado para essa modalidade.

O prazo de intervalo mínimo é de 30 dias (critérios de


melhor técnica ou técnica e preço) e 15 dias (menor preço).
CONVITE

O CONVITE é, nos termos do art. 22, §3º, da Lei de


Licitações, a modalidade utilizada entre interessados do ramo pertinente
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas .

Os interessados serão convidados ou escolhidos pela


Administração Pública (carta convite), em número mínimo de 3 (três), mas
qualquer cadastrado poderá participar desde que manifeste se até 24 horas
da apresentação das propostas.

Entretanto, é possível que a carta convite seja,


excepcionalmente, enviada para menos de três cadastrados ou interessados,
quando houver limitação no mercado ou manifesto desinteresse, e, assim,
seja impossível a obtenção do número mínimo, caso que deverá estar
devidamente justificado no processo, sob pena de repetição do convite.

A propósito, quando houver mais de três interessados na


praça, a cada novo convite para objeto idêntico ou assemelhado, deverá
obrigatoriamente a Administração estender o convite a, no mínimo, mais
um interessado, enquanto existirem cadastrados que não participaram das
licitações anteriores.

É utilizada para valores menores, nos limites do art. 23, ou


seja, até 150.000 (cento e cinqüenta mil) no caso de obras e serviços de
engenharia e até 80.000 (oitenta mil) para outros bens e serviços.

O prazo de intervalo mínimo será, sempre, de 5 dias úteis,


conforme prescreve o art. 21, § 2º, IV, da Lei de Licitações.

Como dito anteriormente, o instrumento convocatório,


nesta modalidade, é a carta convite que deve ser encaminhada aos
licitantes convidados e fixada em local acessível ao público no prédio da
Administração, não se exigindo, no entanto, publicação no diário oficial
ou em jornal de grande circulação.

Ademais, consoante estabelece o art. 23, §3º, Lei nº


8.666/93, é possível a utilização do convite em licitações internacionais
(mais uma exceção à concorrência), respeitados os valores para essa
modalidade, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

Resumo:
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
Concorrência (acima de 1,5 milhões)
Tomada de Preço (de 150 mil até 1,5 milhões)
Convite (até 150mil)
COMPRAS E OUTROS SERVIÇOS
Concorrência (acima de 650 mil)
Tomada de Preço (de 80 mil até 650 mil)
Convite (até 80mil)

Tais valores, no entanto, quando se referirem a consórcios


públicos formados por até três entes federativos, será o dobro e, quando
formado por mais, será triplicado. (§8º, art. 23)

Por isso, não só no caso de consórcios públicos, mas em


qualquer caso de aplicação de tais modalidades (concorrência, tomada de
preço e convite), a distinção se fará pelo valor fixado para o contrato.

CONCURSO

CONCURSO é modalidade de licitação em que se


estabelece uma disputa entre quaisquer interessados que possuam a
qualificação exigida, para a escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, com a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

Os trabalhos considerados como técnicos profissionais estão


elencados no artigo 13 da Lei nº 8.666/93, sendo:

I estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou


executivos;
II pareceres, perícias e avaliações em geral;
III assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
financeiras ou tributárias;
IV fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
serviços;
V patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
administrativas;
VI treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
Tais trabalhos, ressalvados os casos de inexigibilidade de
licitação, deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização
de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração a vencedor,
sendo o trabalho cedido à Administração.

LEILÃO

O LEILÃO é a modalidade de licitação na qual podem


participar quaisquer interessados e deverá ser utilizada predominantemente
para a venda de bens móveis inservíveis, salientando-se que esses não são,
necessariamente, bens deteriorados, cabendo também para os casos de bens
que não têm mais utilidade para a Administração Pública. Caberá, ainda,
para a venda de bens semoventes (cavalos, bois, etc.)

Produtos legalmente apreendidos, em virtude de


fiscalização, por exemplo, ou penhorados, quando necessária a sua venda,
também deverão ter sua venda processada por leilão. Nessa aplicação, cabe
uma ressalva com relação ao termo "penhorado", disposto no art. 22, § 5º
da Lei n°. 8.666/93. Na realidade, a expressão mais adequada deveria ser
"empenhado", já que a "penhora" é uma prerrogativa do Poder Judiciário, e
não do Poder Executivo.

É importante salientar que quando a Administração for


vender bens móveis, ainda que tenham sido apreendidos ou empenhados,
conforme disposto no art. 17, § 6o., da Lei nº. 8.666/93, deverá respeitar o
limite previsto no art. 23, II, "b" do mesmo diploma legal (atualmente R$
650.000,00) para utilizar a modalidade leilão, montante esse apurado pelo
órgão promotor da licitação, mediante avaliações prévias de mercado.
Acima desse valor, deverá ser utilizada a concorrência.

Quanto aos bens imóveis, aqueles cuja aquisição tenha


derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, podem ser
alienados por leilão, por força do art. 19, sendo também cabível a
concorrência, conforme já explicitado em artigo anterior. E com relação às
concorrências para a venda de bens imóveis, de acordo com o art. 18 de Lei
nº. 8.666/93, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do
recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da
avaliação, dispensando-se qualquer outra exigência.

O processamento do leilão dar-se-á pelo comparecimento


dos interessados em local e hora determinados em edital, para apresentarem
seus lances ou ofertas, os quais nunca poderão ser inferiores ao valor de
referência estipulado pelo órgão, fruto de uma avaliação prévia.
A publicidade para o leilão é de 15 (quinze) dias corridos,
devendo seu resumo contar com veiculação em órgão de imprensa oficial,
em jornal de grande circulação e afixação em mural do órgão, a exemplo
das concorrências e das tomadas de preços.

O leilão, por sua simplicidade, poderá dispensar, inclusive,


as exigências de habilitação. No entanto, o órgão poderá exigir que o
arrematante efetue o pagamento do total arrematado à vista, ou de apenas
uma parte no ato do leilão, condicionando a entrega dos bens ao pagamento
do restante, em prazo a ser estipulado. Caso o arrematante não efetue o
pagamento, perderá o direito dos lotes e estará sujeito às penas do edital. E
na hipótese de não complementar o pagamento, o arrematante também
perderá o direito aos lotes e ao valor parcial já recolhido. Mas o importante
é que todas essas condições estejam previamente estipuladas no edital.

Também é imprescindível que conste do edital do leilão a


descrição minuciosa dos bens a serem vendidos, seus quantitativos, o local
para exame e, principalmente, o estado em que se encontram, a fim de não
ocorrer problemas futuros com um arrematante que alegue não haver
conhecido o produto de sua aquisição. E, com mais razão ainda, o leilão
deverá ocorrer, preferencialmente, no local onde os bens se encontrem,
como mais uma forma de se evitar essas futuras alegações.

Qualquer servidor efetivo e estável da Administração poderá


ser designado para realizar um leilão. No entanto, esse procedimento
também poderá ser conduzido por um leiloeiro oficial, devidamente
investido nessa função.

O leilão também tem sido a modalidade de licitação


utilizada no Programa Nacional de Desestatização, criado por força da Lei
Federal n°. 9.491/97, popularmente conhecido como "privatização", com
algumas particularidades. Esse programa tem por finalidade promover uma
reformulação nas atividades do Estado, transferindo-as para a iniciativa
privada.

PREGÃO

O PREGÃO foi instituído pela Medida Provisória nº


2.026/00, que estabelecia sua aplicação somente para a União e seus
órgãos, muito embora, já houvesse previsão na Lei nº 9.472/97 (lei das
agências reguladoras) dessa modalidade de licitação, aplicável somente às
agências. A Lei nº 10.520 dispõe sobre esta modalidade.
Nascida assim, a lei sobre o Pregão, em ambas as hipóteses,
foi severamente criticada, na medida em que modalidade de licitação é
disposição que deva estar contida em norma de alcance geral.

Por isso, a Lei nº 10.520/02 estendeu o alcance da nova


modalidade a todos os entes políticos, tencionando afastar a pecha de
inconstitucionalidade. Está regulamentado, no âmbito federal, pelo Decreto
3.555/00, dentre outros decretos.

O pregão é modalidade utilizada para contratação de bens e


serviços comuns, cujos padrões de desempenho e qualidade sejam
objetivamente definidos no edital. O intervalo mínimo é de 8 dias úteis.

É importante destacar que essa modalidade não adota limite


de valor, ou seja, poderá ser utilizada para quaisquer valores, desde que
estejamos diante de bens e serviços comuns.

É, no entanto, vedada a utilização de pregão para a


contratação de obras e serviços de engenharia, alienações em geral,
locações imobiliárias, compras e contratações de bens e serviços de
informática e automação.

Observação: na prática a Administração Pública, tem


utilizado o pregão para compra de computadores, monitores etc, o que vem
sendo criticado por alguns. Todavia, em tais casos o objeto é simples, o que
estaria compreendido em bens comuns.

Podemos dizer que há duas espécies de pregão, o presencial


e o eletrônico. O pregão eletrônico ocorre por meio de sistema de
processamento de dados, em que todos os licitantes são cadastrados e
conferido acesso por meio de senha pessoal e intransferível.

A característica mais marcante do pregão é a inversão das


fases de classificação e habilitação. No pregão primeiro se aprecia a
proposta.

Nessa fase, há dois momentos, o da abertura, listando os


valores de todos os participantes, com a seleção da de melhor valor e
aquelas que estiverem até o limite de 10% desta.

Depois disso, passa se a fase dos lances verbais em que os


selecionados poderão disputar o objeto dando os lances que entenderem, o
que der o menor preço será o vencedor.
A fase externa do pregão será iniciada com a convocação
dos interessados e observará o seguinte:

Convocação dos interessados por meio de publicação de


aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em
jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e
conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação;

Do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a


indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a
íntegra do edital;

Do edital constarão todos os elementos necessários ao


certame, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do
contrato, meios e a quando for o caso;

Cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à


disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei
nº 9.755/98;

O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado


a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

No dia, hora e local designados, será realizada sessão


pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu
representante, identificar se e, se for o caso, comprovar a existência dos
necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos
os demais atos inerentes ao certame;

Aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,


apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os
requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do
objeto e do preço oferecidos, procedendo se à sua imediata abertura e à
verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos
no instrumento convocatório;

No curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e


os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do
vencedor;
Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições
definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até
o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer
que sejam os preços oferecidos;

Para julgamento e classificação das propostas, será


adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para
fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
desempenho e qualidade definidos no edital;

Examinada a proposta classificada em primeiro lugar,


quanto ao meios e a objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir
motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o


pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de
habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação
do atendimento das condições fixadas no edital;

A habilitação far se á com a verificação de que o licitante


está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS, e as Fazendas
Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que
atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações
técnica e econômico financeira;

Os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos


de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso
aos dados nele constantes;

Verificado o atendimento das exigências fixadas no edital,


o licitante será declarado vencedor;

Se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às


exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a
qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim
sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o
respectivo licitante declarado vencedor;

Na apreciação das propostas, o pregoeiro poderá negociar


diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar
imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será
concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso,
ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra
razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do
prazo do recorrente, sendo lhes assegurada meios e a vista imediata dos
autos;

O acolhimento de recurso importará a invalidação apenas


dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

A falta de manifestação imediata e motivada do licitante


importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da
licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

Decididos os recursos, a autoridade competente fará a


adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

Homologada a licitação pela autoridade competente, o


adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em
edital; e

Se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de


validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar se á as sanções
legais, passando se às ofertas subsequentes.

6.7- Procedimentos

As licitações, em regra, possuem duas fases, uma denomina


interna, onde normalmente se realiza todos os trabalhos e estudos de
viabilidade e especificação do objeto a ser licitado, e outra externa, que é a
deflagração do certame, ou seja, da publicação de edital até a adjudicação,
de modo a viabilizar a contratação.

Na fase interna, o procedimento da licitação será iniciado


com a abertura do processo administrativo, devidamente autuado,
protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, indicação
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, ao qual serão
juntados oportunamente todos os atos da administração e dos licitantes,
conforme art. 38, Lei nº 8.666/93.
Nessa fase é elaborada a minuta do contrato, bem como
do edital, os quais são submetidos a exame e aprovação por assessoria
jurídica da Administração, bem como os seguintes atos: Delimitação do
objeto, elaboração de projeto básico (quando necessário), realização
estimativa de valor (orçamento), previsão de recursos orçamentários,
apresentação de análise da viabilidade de competição (juntando se coleta
de preços e identificando se há empresas no ramo), escolha do tipo e
modalidade de licitação, definição do cronograma, instauração e
constituição de comissão (se não houver comissão permanente) e, por fim,
determinação de divulgação do instrumento convocatório.

Dessa forma, quando publicado o edital ou o instrumento


convocatório (convite carta convite) encerra se a fase interna, e dá
se início a fase externa.

A fase externa é a fase que se inicia com a divulgação do


instrumento convocatório (edital, em regra, ou a carta convite). Seguindo
se à publicação do edital, ou seja, abertura da licitação, teremos as
seguintes fases: a) habilitação; b) julgamento e classificação; c)
homologação; d) adjudicação.

Obs.: De acordo com o art. 41, §1º, Lei nº 8.666/93,


qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por
irregularidade na aplicação da Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em
até 3 (três) dias úteis. Tal faculdade de impugnar o edital, não causa
prejuízo à faculdade de também representar ao Tribunal de Contas ou órgão
de controle interno, conforme dispõe o art. 113, §1º, do Estatuto.

A fase externa é a fase que se inicia com a divulgação do


instrumento convocatório (edital, em regra, ou a carta convite).
Seguindo se à publicação do edital, ou seja, abertura da
licitação, teremos as seguintes fases: a) habilitação; b) julgamento e
classificação; c) homologação; d) adjudicação.

Habilitação é a segunda etapa da fase externa, conforme


expresso no art. 27 e ss. da Lei de Licitações. Trata se de fase em que se
exige a comprovação da qualificação do licitante, exigindo se as
documentações relativas à habilitação jurídica, qualificação técnica,
qualificação econômica financeira, regularidade fiscal e cumprimento
do disposto no art. 7º, inc, XXXIII da CF/88, conforme o seguinte:
a) habilitação jurídica

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica,


conforme o caso, consistirá em:
I cédula de identidade;
II registro comercial, no caso de empresa individual;
III ato constitutivo, estatuto ou contrato social em
vigor,devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,
no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição
de seus administradores;
IV inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V decreto de autorização, em se tratando de empresa ou
sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a
atividade assim o exigir.

b) qualificação técnica

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica


limitar se á a:

I registro ou inscrição na entidade profissional


competente;

II comprovação de aptidão para desempenho de atividade


pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o
objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do
pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da
licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que


recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de
todas as informações e das condições locais para o cumprimento das
obrigações objeto da licitação;

IV prova de atendimento de requisitos previstos em lei


especial, quando for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
"caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços,
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público
ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais
competentes, limitadas as exigências a:

I capacitação técnico profissional: comprovação do


licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para
entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente
reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características
semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior
relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as
exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

§ 2º As parcelas de maior relevância técnica ou de valor


significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão meios e a prévia e
objetivamente definidas no instrumento convocatório.

§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através


de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade
tecnológica e operacional equivalente ou superior.

§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a


comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados
fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.

§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou


de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a
participação na licitação.

§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de


canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado,
considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão
atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração
formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências
de propriedade e de localização prévia.
7º - vetado.

§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,


de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes
a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou
não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente
por critérios objetivos.
§ 9º Entende se por licitação de alta complexidade técnica
aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância
para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa
comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de


comprovação da capacitação técnico profissional de que trata o inciso I do
§ 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação,
admitindo se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou
superior, desde que aprovada pela administração.

c) qualificação econômica financeira

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico


financeira limitar se á a:

I balanço patrimonial e demonstrações contábeis do


último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição
por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices
oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de
apresentação da proposta;

II certidão negativa de falência ou concordata expedida


pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial,
expedida no domicílio da pessoa física;

III garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos


no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.

§ 1º A exigência de índices limitar se á à demonstração da


capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá
que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2º A
Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e
serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as
garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico financeira dos licitantes e para
efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente
celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a
que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita
relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida
a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos


assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa
ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do
patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa


será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis
previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo
da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência
de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de
situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes
da licitação.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) regularidade fiscal

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal,


conforme o caso, consistirá em:

I prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)


ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual


ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante,
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

III prova de regularidade para com a Fazenda Federal,


Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra
equivalente, na forma da lei;

IV prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao


Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação
regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

É bom enfatizar que o Certificado de Registro Cadastral


(CRC) substitui os documentos elencados na fase de habilitação,
permitindo agilidade do procedimento e uma consulta mais rápida pela
Administração da regularidade do licitante.

A entrega de documentação fora do prazo estipulado não


deverá ser recebida pela Comissão. Em caso de inobservância dessas
exigências o eventual licitante será considerado inabilitado.

Outra coisa, não devemos confundir inabilitação com


desclassificação. A inabilitação ocorre por irregularidade na documentação.
A desclassificação ocorre em razão da proposta não está de acordo com o
edital ou o valor ser inexeqüível ou excessivo.

Em caso de pedido de desistência, este somente será


admitido até o julgamento das habilitações, após, no entanto, só é possível
a desistência por motivo justificado e se aceito pela Comissão (art. 43, §6º)

Assim, se todos os licitantes forem inabilitados (licitação


frustrada) a Comissão poderá conceder o prazo de oito dias úteis para
que promovam a regularização, a fim de se salvar o procedimento ou
três, no caso do convite. (art. 48, §3º).

A fase de julgamento e classificação ocorre quando se


encerra a habilitação. Assim, aqueles que foram habilitados terão abertas
suas respectivas propostas, devendo, todos os licitantes e membros da
Comissão rubricar tais envelopes, assim como se procede com os envelopes
da habilitação.

Serão desclassificadas as propostas que não observarem as


exigências estabelecidas no instrumento convocatório, assim como as
consideradas exorbitantes e/ou irrisórias (inexeqüíveis), nos termos do art.
48.

Nesta etapa devem ser utilizados os critérios objetivos


definidos no edital, sendo vedada a utilização de qualquer elemento que
não esteja nele previsto e que possa violar a igualdade entre os licitantes.

Os critérios para julgamento são: menor preço, melhor


técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta (art. 46 da Lei de
Licitações). Trata se, na verdade, de tipos de licitação.

As propostas serão avaliadas e aquelas consideradas


incompatíveis serão desclassificadas (art. 44, § 3º e art. 48). Assim, se
todas forem desclassificadas (licitação frustrada) será concedido prazo de
oito dias úteis, que poderá ser reduzido para três no caso do convite, para
que regularizem suas propostas e reapresentem.

A homologação ocorre após a classificação dos licitantes na


ordem de suas propostas, sendo declarado vencedor aquele que apresentar a
proposta mais vantajosa, devendo a autoridade competente homologar o
certame e declará lo vencedor.

Finalmente, a adjudicação compulsória é a etapa que


finaliza o procedimento, momento em que se atribui ao vencedor do
certame licitatório o objeto perseguido, conferindo ao vencedor o direito
de preferência em relação a qualquer outro em hipótese de contratação do
objeto, vinculando se ao proposto (art. 64, § 3º).

É importante dizer que a adjudicação não assegura direito


líquido e certo à contratação. Significa apenas que o adjudicado é o
vencedor daquele objeto licitado, é que acaso venha a Administração
contratar deverá fazê lo com o adjudicado.

6.8- Anulação e revogação

A Administração PODE revogar a licitação por razões de


interesse público decorrente de fato superveniente, devidamente justificada,
com a menção dos motivos que levaram a tal desfecho (art. 49). Assim,
revogada a licitação por motivos válidos, aferidos por critérios
administrativos efetivos, não é devida qualquer indenização aos licitantes,
nem particularmente ao vencedor.

A Administração DEVE anular o certame quando há algum


vício de legalidade no procedimento, caso em que não haverá obrigação de
indenizar, salvo se o contratado já houver executado parte do objeto até o
momento da invalidação (art. 49). Exemplo: quando algum princípio não é
observado ou alguma das normas pertinentes à licitação; quando se escolhe
proposta desclassificável; não se concede direito de defesa aos
participantes, etc.

A anulação é decretada pela própria Administração ou pelo


Poder Judiciário, produzindo efeitos ex tunc.

Em todo caso, assegura se o contraditório e a ampla defesa.


6.9- Recursos

A lei n. 8666/93 classifica os recursos em três tipos: o


recurso hierárquico, a representação e o pedido de reconsideração (artigo
109).

No que se refere à licitação, cabe recurso hierárquico, no


prazo de cinco dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da
ata, contra:

a) a habilitação ou inabilitação do licitante (tem efeito


suspensivo, ou seja, só depois de decidido pode
prosseguir o certame);
b) o julgamento das propostas (tem efeito suspensivo, ou
seja, só depois de decidido pode prosseguir o certame);
c) a anulação ou revogação da licitação (poderá ter efeito
suspensivo, mas é uma faculdade da Administração); e
d) o indeferimento do pedido de inscrição em registro
cadastral, sua alteração ou cancelamento (poderá ter
efeito suspensivo, mas é uma faculdade da
Administração).

A representação é prevista no mesmo prazo, como recurso


contra decisão relacionada com o objeto da licitação, da qual não caiba
recurso hierárquico (artigo 109, II).

O pedido de reconsideração é dirigido ao Ministro de


Estado ou Secretário Estadual ou Municipal, no prazo de dez dias úteis,
quando o administrado houver sido punido com a penalidade de declaração
de idoneidade para licitar ou contratar com a Administração.

No caso da modalidade convite, reduz-se para dois dias


úteis o prazo para recurso contra habilitação ou inabilitação e contra o
julgamento das propostas (artigo 109, §6º).

Anda mungkin juga menyukai