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Resenha “Computing Machinery and Intelligence”

by A. M. Turing

Gustavo Costa de Freitas 004200600084


Professor: Prof. Ms. Márcio Henrique Zuchini
USF – Universidade São Francisco – Campinas - SP

Campinas – São Paulo – Brasil


Setembro de 2010
Resumo
Este trabalho apresenta uma resenha do artigo “Computing Machinery and
Intelligence” por Alan M. Turing em 1950, matemático que definiu a teoria
das máquinas capazes de executar procedimentos formais, desempenhando
um papel de apoio importante para a criação do computador moderno.
1. O Jogo do Fingimento
Depois da definição do que seriam as máquinas de Turing, diversos
computadores digitais surgiram . A partir disto, a seguinte pergunta foi
feita: “As máquinas podem pensar?”. Se a pergunta for considerada
isoladamente como “máquinas” e “pensar”, é difícil achar um significado.
Dado a dificuldade de encontrar uma resposta, Turing propôs uma nova
forma de pergunta baseada em um jogo: O jogo do fingimento.
O jogo do fingimento consiste basicamente em um jogo onde duas pessoas
(A e B) e um interrogador (C) participam. O interrogador deve permanecer
em uma sala distinta dos outros dois jogadores e o objetivo do jogo, para o
interrogador é distinguir quais dos jogadores é homem e qual é mulher. Os
jogadores são conhecidos por X e Y e ao final do jogo o interrogador deve
ser capaz de dizer, por exemplo: “X é A e Y é B”. São permitidas perguntas
do tipo: “X, qual é o comprimento dos seus cabelos?”
O objetivo do jogador A é tentar fazer com que C faça uma identificação
errada e o objetivo de B é auxiliar o interrogador (C). Agora imagine se
uma máquina tomar o lugar de A no jogo. Ocorrerá erros na identificação?
Será que as máquinas podem pensar?
Baseado na análise feita por Turing é possível observar que afirmações ou
objeções podem ser perigosas. É sensato quando Turing busca definir o
que é “máquina” e o que é um ser “inteligente”, justamente por tentar
evitar conclusões precipitadas. Foi preciso especificar previamente as
capacidades de uma máquina e suas respectivas características. Após
definir a máquina Turing se preocupou em definir inteligência, utilizando o
jogo da imitação. Posteriormente surgiu uma variante do jogo da imitação,
mais conhecido como o “Teste de Turing”, onde ao invés de o interrogador
tentar descobrir quem é homem ou quem é mulher, o interrogador deve
descobrir quem é humano e quem é máquina. Caso a máquina consiga se
aproximar de um humano, então é considerada inteligente.
Ao longo da leitura é possível perceber que esta análise isolada não basta
para considerar se algo é inteligente ou não, pois durante um jogo como
este é possível que haja interações humanas podendo buscar respostas e
base para conhecimento em fontes distintas. O foco de Turing é responder
à pergunta se uma máquina pode se comunicar em linguagem natural de
maneira indistinguível daquela de um ser humano?
2. Crítica do Novo Problema
As máquinas se diferem em diversos aspectos dos seres humanos e é de
certa forma coerente pensar que não há vantagens em tentar fazer uma
“máquina pensante” mais humana, vestindo-a com pele artificial, embora
daqui algum tempo possa ser possível. É preferível assumir, embora as
fortes objeções de que uma máquina pudesse praticar uma imitação
humana, que a melhor estratégia é a de dar respostas que seriam
normalmente dadas por uma pessoa.
Turing como um grande pensadro e crítico previu que ao lançar seu artigo,
suas ideias pudessem ser contestadas, assim então respondendo às
objeções que imaginou que pudessem ser levantadas. É possível perceber
que questões de cunho altamente teórico e que envolvem questões
religiosas, foram descartadas pois não eram relevantes para o artigo.
3. As Máquinas Envolvidas no Jogo
Antes de responder a questão 1 é necessário que se defina de maneira
concreta, o que se entende por “máquina”. É admitido apenas o uso de
computadores digitais, para tomarem parte no jogo. Dadas as restrições de
que não é possível definir uma máquina, como qualquer pessoa nascida de
forma usual ou uma máquina construída por engenheiros, estas restrições
podem parecer drásticas, mas na realidade não são. Os computadores e o
“pensar” só deixarão de serem considerados se não apresentarem um bom
desempenho no jogo do fingimento. Você pode se perguntar, dado o grande
número de computadores disponíveis o porquê de não executar tal
experiência. A resposta para esta pergunta é: não gostaríamos de saber se
todos os computadores digitais apresentam um bom desempenho no jogo,
nem se computadores disponíveis se saíriam bem. A pergunta é se existem
computadores imagináveis que apresentariam um bom desempenho. O
problema será analisado sob a luz de diferentes argumentos.
Ao longo do desenvolvimento do artigo fica claro a tentativa de identificar
a possibilidade de existirem computadores digitais capazes de apresentar
um bom desempenho no jogo do fingimento.
4. Computadores Digitais
A ideia fundamentada por trás do computador digital é de que possa
executar quaisquer operações executadas por um computador humano.
Supõe-se que um computador humano segue um conjunto de regras pré-
estabelecidas e que não se pode desviar delas. Essas regras são fornecidas
em um livro e é alterado sempre que uma nova regra tarefa é solicitada ao
computador. Um computador digital consiste em três partes:

- Memória
- Unidade Operacional
- Controlador

A memória tem por característica armazenar as informações.


A unidade operacional é responsável por executar as operações, sendo que
a natureza dessas operações pode variar de máquina para máquina.
O controlador é responsável por garantir que as instruções estão sendo
obedecidas e na ordem correta.

O leitor precisa acreditar que baseado nas ações descritas acima, um


computador digital possa imitar um computador humano.
Para os computadores humanos, as instruções já estão na memória e é
utilizado apenas como uma convenção. Usualmente a tabela de instruções é
construída utilizando programação e programar uma máquina para executar
uma operação “A” significa introduzir uma tabela de instruções apropriada,
de forma que ela possa executar a operação desejada.
A maioria dos computadores digitais possuí apenas uma memória finita,
mas devido o propósito teórico, serão utilizados computadores com
capacidade memória infinita.
A ideia de computador digital é antiga. Charles Babbage, projetou um
exemplo de máquina, chamada de máquina analítica por volta de 1800,
porém extremamente limitada por utilizar engrenagens e cartões, sendo
puramente mecânica.
Para que pudesse representar suas objeções, Turing especificou um
computador digital, muito parecido com os computadores atuais.
A formulação teórica do computador digital é de grande importância, pois
permite que o leitor entenda a teoria por trás das máquinas e o seu
funcionamento básico de seus componentes.
5. Universalidade dos Computadores Digitais
Computadores digitais como os citados anteriormente são considerados
máquinas de estado discreto. Este tipo de máquina varia de um salto bem
definido para outro, por exemplo, de ligado para desligado. Neste tipo de
máquina, dado que se sabe sua tabela corresponde é possível predizer o que
fará.
Esta propriedade especial dos computadores em imitar qualquer máquina
de estados discretos, é definida dizendo-se que são máquinas de estados
universais.
Será que modificando o computador para que seja dotado de uma memória
e velocidade adequada e programando-o adequadamente, ele seria capaz de
satisfazer satisfatoriamente o papel de A no jogo do fingimento, sendo o
papel de B feito por uma pessoa?
Após uma melhor compreensão do funcionamento e da aproximação entre
máquina e humano para um estudo teórico, fica claro que as máquinas
digitais são equivalentes.
Mesmo sendo um estudo teórico de pouco mais de 50 anos, nos dias de
hoje, com o poder computacional aumentado exponencialmente fica ainda
mais evidente de que é possível uma máquina desempenhar um papel
satisfatório no jogo do fingimento.
6. Objeções Contra a Pergunta Principal
Depois de esclarecer as bases é possível perguntar novamente: “As
máquinas podem pensar?” É um tipo de pergunta que não faz muito
sentido, porém é algo que seja factível daqui alguns anos. É possível que a
opinião geral das pessoas mude em algum tempo e que entendam a
pergunta sem esperar contestação.
Mesmo após passado mais de 50 anos dos argumentos de Turing, ainda
vemos diversas contestações. É fato que máquinas e principalmente robôs
tenham tomado tal comportamento, inclusive utilizando recursos previstos
na época, como aprendizado. Uma das questões que Turing prefere não
enfatizar em seu artigo são as questões religiosas e da alma, mas que é um
dos pontos de grandes discussões quando se trata de máquinas assumindo
comportamentos “humanóides”.
7. A Objeção Teológica
Pensar é uma função da alma imortal do homem. Deus deu a alma imortal
a cada homem e mulher, mas não a qualquer outro animal ou máquina.
Poderia ser mais convincente categorizar homens e animais em uma
mesma categoria e acreditar que há uma diferença bem maior entre o ser
animado típico e um ser inanimado. Este é um argumento não muito
convincente e que implica sérias restrições à onipotência divina. Ele tem a
capacidade de conferir uma alma à um elefante se for da sua vontade, por
que não pensar para o caso das máquinas? As máquinas são um fator mais
crítico a ser pensado, pois causam grande refutação.
Dado as inúmeras implicações existentes ao imaginarmos máquinas com
dada capacidade, fica claro o argumento teológico e a refutação do ser
humano em aceitar a ideia de máquinas inteligentes. Embora Turing prefira
não considerar este argumento, é de grande discussão.
Os seres humanos, por vários aspectos, preferem-se considerar
intelectualmente superiores a outros seres, algo que é até certo ponto é
incoerente dado o conhecimento que temos do universo como um todo.
Por muitas vezes nos engamos e esquecemos de que nosso cérebro passa
por aprendizado praticamente durante toda a vida e que pensar em um
conhecimento tão amplo como o do universo, pode ser uma falha tentativa.
O maior equívoco aqui, está em tentar criar uma equivalência entre o
pensar humano com o “pensar da máquina”.
8. A Objeção do Avestruz
Está objeção está diretamente ligada ao argumento teológico. É
extremamente complicado e desafiador para o ser humano, imaginar uma
máquina pensante e que o coloque em perigo de perder sua posição de
comando. É um argumento não substancial e por isso não merecedor de
refutação.
Como o próprio nome diz “A Objeção do Avestruz”, faz-se uma analogia
ao ato de quanto o avestruz está com medo e esconde a cabeça na areia. O
ser humano em geral prefere acreditar que não há superioridade,
principalmente intelectual e isto o leva a crer na impossibilidade de uma
máquina pensante e inteligente. É uma das objeções, assim como a
teológica, que Turing prefere não levar em consideração.
9. A Objeção Matemática
Alguns resultados da lógica matemática podem ser utilizados para
demonstrar de alguma forma que máquina de estados discretos são
limitadas. Este tipo de demonstração pode ser feito utilizando diversos
teoremas, dentre eles o Teorema de Godel (1931). Godel afirma que em
qualquer sistema lógico e que tenha consistência suficiente, pode-se
formular enunciados impossíveis de serem provados.
O Teorema de Godel pode ser ainda mais complicado, pois não é aplicado
diretamente às máquinas, sendo necessária uma representação lógica para
a máquina e vice-versa. Para a representação lógica do problema, Turing
enunciou seu próprio teorema, onde uma máquina é um elemento de
capacidade infinita. A afirmação maior do teorema é de que existem certas
coisas que uma máquina não pode fazer. Se uma máquina for preparada
para responder as perguntas do jogo do fingimento, poderá responder
erradamente, ou falhará totalmente em responder, uma incapacidade a qual
o intelecto humano não é sujeito.
Não há muito de que nos orgulharmos em sermos mais inteligentes que
uma determinada máquina, dado que também cometemos erros. Resume-
se que haja homen mais inteligente que determinada máquina, mas que
possa haver máquinas mais inteligentes que ele e assim por diante.
A objeção matemática é imaginável para os que acreditam que o jogo do
fingimento possa existir, mas que nada garante aos que deram por
satisfeitos com os dois argumentos anteriores.
O teorema da incompletude (Godel) afirma que qualquer sistema
axiomático suficiente para incluir a aritmética dos inteiros não pode ser ao
mesmo tempo completo e consistente. Isto significa que se o sistema é
auto-consistente, então existirão proposições que não poderão ser
comprovadas nem negadas por este sistema.
É de certa forma coerente pensar no teorema de Godel, baseado na
complexidade de problemas e sistemas do mundo real. Garantir que uma
máquina não cometa erros pode ser bastante complicado, dado o número
de variáveis existentes. Pense por exemplo em uma máquina que consiga
circular de forma autônoma pelo deserto e não cometer erros, seja de
posição GPS ou alvo, por exemplo. Isto é praticamente impossível
considerando condições adversas de um deserto e mudança no terreno
dentre outras variáveis.
Uma das formas viável para garantir a minimização de erros nas máquinas
será com a utilização de algoritmos evolutivos, que baseado em fatos
ocorridos, poderá consultar um conhecimento previamente armazenado
antes da tomada de uma decisão. Mesmo com este tipo de algoritmo é
praticamente impossível abranger todos os cenários possíveis.
10. A Objeção da Consciência
Na aula inaugural de 1.949 do Professor Jefferson, onde o seguinte ponto
havera sido abordado: “Enquanto uma máquina não puder escrever um
soneto ou compor um concerto, ao sabor de pensamentos e emoções
sentidas e não pela escolha casual de símbolos, não podemos concordar
que ela seja igualada ao cérebro...”
Este argumento parece ser uma negação da validade do nosso teste. A
única forma de saber o que uma máquina pensa seria se transformar na
própria máquina. E o mesmo para um homem, somente se transformando
neste homem para se saber o que pensa. De fato este é um ponto de vista
do solipsismo. Parece ser o caminho mais lógico, mas torna muito
complicado a comunicação das ideias. Imagine pensar que 'A' e somente
'A' tenha uma opinião correta e de que todas as outras estejam erradas.
É conveniente e polido acreditar que todos pensam, ao invés de continuar
discutindo.
Não adotando o extremismo, o professor Jefferson aceitaria muito bem o
jogo do fingimento como uma proposta.
O jogo com o jogador B é omitido, normalmente usado na prática sob o
nome de exame oral, para descobrir se alguém realmente entende de algum
assunto ou se o conhece apenas de cor.
Dependendo das respostas da máquina em um jogo como este, acho que
nem mesmo o professor Jefferson o descreveria como de “fácil”
concepção.
Em resumo eu acho que a maioria daqueles que defendem o argumento da
consciência, poderão ser persuadidos a abandoná-los, ao invés caírem no
solipsismo.
Talvez uma das objeções mais importantes por se tratar de algo um tanto
quanto filósofico e abstrato com a consciência, mas que pode levar à
algumas conclusões interessantes.
A ideia do solipsismo é algo bastante intrigante pelo fato de muitos
acreditarem que para uma máquina tenha um comportamento próximo ao
humano, esta precise além de reproduzir bem um comportamento, saber o
porquê de seu comportamento.
Outro ponto importante que Turing trata é com respeito a consciência.
Quando fala que a consciência não é uma questão trivial ou meramente
simples, mas que no momento é algo que não necessita ser descoberto. É
de extrema importância tomar este tipo de cuidado para que a pergunta
“Can Machines Think” continue a fazer sentido.
11. As Objeções por Incapacidades Diversas
Os argumentos podem ser resumidos da seguinte forma: “Concordo que se
possa fazer máquinas capazes de fazer tudo o que foi mencionado, mas
ninguém jamais será capaz de fazer uma que satisfaça X”. São várias as
características atribuidas a X, a seguir algumas delas: ser gentil, generoso,
iniciativa, senso de humor e apresentar tanta diversidade de
comportamento como um homem.
Durante a sua vida um indivíduo vê milhares de máquinas e a partir disto
tira várias conclusões como: uma máquina é criada para um propósito e
quando lhe é pedido uma funcionalidade ligeiramente diferente, percebe-se
que está máquina torna-se inútil.
Todas as incapacidades atribuídas a uma máquina devem-se à limitação de
memória, mas que aqui não devem ser consideradas (assume-se que a
capacidade de memória seja estendida de alguma forma).
Um dos principais argumentos para tentar provar que uma máquina não é
capaz de ter um bom desempenho no jogo do fingimento, é a limitação de
memória, o que aqui realmente não deve ser considerado. Nos dias de hoje
é possível que um determinado programa de uma máquina possa sofrer
ajustes e alterações durante sua execução. Este tipo de comportamento
programático pode ser usado como uma contraprova ao argumento de que
ao criar uma máquina, se necessário uma funcionalidade ligeiramente
diferente, torna-se inútil. Pode se pensar em máquina que aprenda com
suas próprias experiências.
12. A Objeção de Lady Lovelace
Uma informação detalhada sobre a Máquina Analítica de Babbage provém
de um relatório escrito de Lady Lovelace (1842). No artigo ela diz que “A
Máquina Analítica não tem nenhuma pretensão de criar nada. Sabe fazer
qualquer coisa que possamos ordená-la.” Afirmação contrariada por
Hartree (1949), onde afirma que uma máquina é capaz de “pensar de por si
própria” ou que pudesse ao menos criar uma base de aprendizado.
Um dos pontos mais curiosos da discussão de Turing é a sobre a Objeção
de Lady Lovelace. Possivelmente a afirmação feita por ela poderia
perdurar até os dias de hoje, não fosse o contra-argumento de Hartree. O
contra-argumento de Hartree pode ter sido um marco nos estudos que
referem-se as áreas relacionadas à Inteligência Artificial e que talvez tenha
permitido estudos teóricos relacionados às “máquinas que podem pensar”.
Uma ideia bastante curiosa que Lady Lovelace tinha sobre as máquinas,
era de que estas não pudessem causar surpresas, argumento discordado por
Turing. É fato que ao programarmos uma máquina, estamos sujeitos a
cometer diversos erros, seja por distração, fatores externos, ou mesmo por
não conhecermos determinada regra ou rotina, e isto causando alguma
surpresa inúmeras vezes.
13. A Objeção da Continuidade do Sistema Nervoso
Como o próprio nome sugere, a ideia é de que é impossível modelar o
comportamento do sistema nervoso em uma máquina de estados discretos,
dado que o sistema nervoso é contínuo.
É fato que uma máquina discreta difere-se de uma máquina de estado
contínuo, mas nada que o interrogador possa tirar alguma vantagem no
jogo do fingimento.
A proposta é utilizar um analisador diferencial, um tipo bem mais simples
de máquina e que responde em forma digitada, assim então sendo
adequada para participar do jogo. A grande diferença neste tipo de
máquina é que pode fornecer respostas não tão exatas, como por exemplo
o valor de pi (3,12; 3,13...), sendo muito difícil para o interrogador
diferenciar o analisador diferencial do computador digital.
Se pensarmos no jogo do fingimento, ao receber uma resposta tão exata de
uma máquina, o interrogador poderia desconfiar que uma máquina estaria
lhe respondendo. Por exemplo, responder 235.500 x 7,35 em questões de
miléssimos de segundo.
Esta afirmação pode ser o início do que chamamos de “Learning
Machine”, ou máquinas que aprendem. Baseado em comportamentos
neurais e redes de aprendizado, uma máquina conseguiria aprender
conforme fosse vivendo suas “experiências”.
14. A Objeção da Informalidade de Comportamento
É impossível conseguir estabelecer um conjunto de regras de conduta que
cubra todas as eventualidades possíveis. Concordo com isto.
A partir deste fato conclui-se que não podemos ser máquinas.
Entretanto, para complicar este assunto, pode haver certa confusão entre
“regras de conduta” e “regras de comportamento”.
Por “regras de conduta” entendo que seja preceitos pelos quais alguém
pode agir e dos quais pode ser consciente: “Parar ao sinal vermelho”. Para
as “leis de comportamento”, entendo como as leis da natureza, aquelas
aplicadas ao corpo de um homem: “Se você beliscá-lo, ele gritará”.
Dado que tivéssemos o entendimento completo dessas leis, certamente
seria possível descrever o comportamento futuro de uma máquina.
Usando apenas 1.000 unidades de memória, instalei no computador
Manchester um pequeno programa, que recebe um número de 16 digitos e
ele responde com outro em 2 segundos. Desafio qualquer pessoa a
aprender por esta resposta o suficiente sobre o programa, a ponto de ser
capaz de predizer quaisquer respostas a valores não experimentados.
A afirmação de Turing, de que se um ser humano tiver um conjunto pré-
definido de regras para praticar determinadas ações, não seria nada mais
do que uma máquina.
É extremamente complicado conseguirmos predizer o comportamento de
uma máquina de estados discretos baseado apenas na observação.
15. A Objeção da Percepção Extrasensorial (PES)
Uma máquina não pode possuir telepatia, vidência, previsão e
psicomotricidade . O jogo do fingimento de maneira alguma poderia ser
realizado utilizando os recursos acima citados.
Turing prefere não atribuir as características citadas à uma máquina, pois
poderia causar grande interferência no jogo do fingimento. A análise feita
por uma máquina ao possuir características de psicomotricidade por
exemplo, poderia influenciar de forma que a máquina acertasse
frequentemente no jogo do fingimento.
18. Máquinas que Aprendem
A construção de uma máquina capaz de aprender necessita de vários
avanços, mas basicamente se trata de um problema de programação. A
ideia é que uma máquina possa aprender, assim como uma criança que
nasce com pouca inteligência e ao passar da vida, vá adquirindo
inteligência através da experiência.
O processo de desenvolvimento desta máquina pode ser baseado no
processo de evolução humana.
O princípio de castigos e recompensas que usamos na educação de seres
humanos pode ser usado no processo de educação da máquina para alterar
a probabilidade de repetição de ações específicas. Poderíamos então criar
um canal de comunicação específico com uso de, por exemplo, uma
linguagem simbólica para otimizá-lo, ao invés de encher o canal de
comunicação principal, já que a máquina não possui tantos meios de
comunicação simbólicos quanto nós humanos.
A discussão que leva à possibilidade de que máquinas possam aprender é
um dos pontos mais intrigantes e interessantes de discutir. Desde a
publicação do artigo de Turing até os dias de hoje, diversos avanços foram
feitos, porém ainda há muito por se fazer. Diferentemente da época em que
Turing elaborara o artigo, hoje temos computadores com alto poder
computacioanal e que possuem uma grande capacidade de memória. Fica
então a pergunta: “É realmente um problema de programação?”.
Possivelmente sim, devido à complexidade em se criar e simular estruturas
computacionais capazes de aprender de forma parecida aos humanos.
É fato que nos dias de hoje existem diversos algoritmos de aprendizagem
em contextos até certo ponto restritos, mas que dentro de alguns anos
deverão sofrir uma forte evolução, assim então possibilitando a criação de
máquinas inteligentes com capacidade de aprendizado ainda melhores.
Referências Bibliográficas

Turing, A.M. (1950). Computing machinery and intelligence. Mind, 59,


433-560.

Turing Test: 50 Years Later, Department of Computer Engineering and


Information Science Bilkent University. Bilkent, Ankara, Turkey.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_Turing
http://en.wikipedia.org/wiki/Turing_test
http://www.din.uem.br/~ia/a_correl/pensar/iafortevsiafraca.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Kurt_Godel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solipsismo
http://www.inf.ufrgs.br/gppd/disc/cmp135/trabs/992/Learning/LEARNI~1.
HTM
http://es.wikipedia.org/wiki/Máquina_analítica
http://en.wikipedia.org/wiki/Douglas_Hartree

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