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ARTIGO
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Evolução do esporte, treinamento e performance: um universo em


ciências do esporte

Alessandro Custódio Marques1,3, Joel Moreira Prates1,3, Fernando Ruiz


P P P P

Fermino1,3, Daniela Dias Mota Mobiolli2 , Maria Fernanda Lattes3, Fabrício


P P P P P P

Cavalcante de Andrade3, Marcelo Belém Silveira Lopes4, Orival Andries


P P TP PT

Júnior4 TP PT

1. Mestrando em Ciências do Desporto


2. Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
3. Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas
4. Docente da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.

Resumo
Diferentes pesquisadores, em suas respectivas linhas teóricas e práticas de
pesquisa têm observado em seus experimentos, a investigação e explicação
dos processos de desenvolvimento do sujeito a médio e longo prazo
relacionando, sendo estes, relacionados diretamente com a preparação física
e o rendimento desportivo e, levando em consideração que muitas dessas
práticas se processavam de forma inconsciente em séculos passados onde um
dos principais aspectos da sistematização deste treinamento era a preparação
para o período das guerras, especificamente nas regiões européias, onde
surgiram os primeiros métodos de treinamento até a utilização do
treinamento desportivo com um determinado senso e buscando além da
estética corpórea, mas também, a preparação para a performance final e o
espetáculo nas mais diversas competições desportivas como os Jogos
Olímpicos e Campeonatos Mundiais. Sendo o treinamento mais complexo e
com uma série de fatores que podem ser intervenientes deste processo, o
presente estudo tem como objetivo a investigação da literatura com relação
aos aspectos responsáveis pela evolução do esporte até a performance, que
visa o esporte como espetáculo.

Palavras Chave: Treinamento desportivo, aspectos multifatoriais, evolução

Abstract
Different researchers in their respective lines of theoretical and practical
research have observed in their experiments, research and explanation of the
development processes of the subject in the medium and long term listing,
which are, directly related to the physical preparation and performance and
sporty, taking into account that many of these practices were made in order
unconscious in centuries past where one of the main aspects of
systematization of this training was to prepare for the period of war,
particularly in European regions where there were the first methods of
training to use the sports training with a certain sense and looking beyond the
aesthetic body, but also in preparation for the final performance and spectacle
in several sports competitions like the Olympics and World Championships. As
the training more complex and with a number of factors that may be involved
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in this process, this study has the objective of the research literature with
regard to aspects responsible for the development of the sport before the
performance, which aims to show how the sport.

Palavras Chave: Sports training, multifactorial aspects, evolution

Introdução

Desde décadas anteriores, diferentes pesquisadores têm buscado em seus


experimentos, investigar e explicar os processos de desenvolvimento do sujeito a
médio e longo prazo relacionando estes com a preparação e rendimento desportivo.
Podendo se considerar que muitas dessas práticas se processavam de forma
inconsciente, posteriormente, com a evolução dos métodos de treinamento
desportivo, estas práticas apesar de diferirem das linhas gerais seguidas no
treinamento desportivo no período das guerras, especificamente nas regiões
européias, passaram a obedecer a um senso lógico, buscando além da estética
corpórea, assim como, a preparação para a performance final e o espetáculo nas mais
diversas competições desportivas como os Jogos Olímpicos (ALMEIDA; ALMEIDA;
GOMES, 2000a). Constatando-se, no entanto, que a sistematização do treinamento
desportivo mesmo quando analisada dentro de um contexto multifatorial, ou seja,
considerando existência de uma série de variáveis intrínsecas e extrínsecas
interferindo direta ou indiretamente no rendimento esportivo, não prevê que a
probabilidade de obtenção da forma desportiva pode ser determinada não somente
pelo controle destes multi-fatores, mas também pela forma com que os mesmos são
interrelacionados e organizados em função do sujeito, durante todo o período de
treinamento (ALMEIDA; ALMEIDA; GOMES, 2000b).
Segundo de LA ROSA (2006) a planificação do treinamento desportivo é um
mecanismo de controle dos multi-fatores responsáveis pelo controle da sessão de
treino, assim como, o resultado do pensamento do treinador, este pensamento deve
estar o mais distanciado possível de toda improvisação, integrar os conhecimentos em
um sistema estrutural e organizado e mais perto da ciência e tecnologia
compreendendo seus fatores. O mesmo autor também considera que a planificação do
treinamento desportivo é a organização de tudo o que acontece nas etapas de
preparação do atleta, sendo então o sistema que interrelaciona os momentos de
preparação e competição. Deixando nesta definição o caminho aberto para o problema
atual da planificação para o rendimento competitivo.
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Nos dias atuais, treinadores que trabalham na área de rendimento esportivo


ainda aplicam seus conhecimentos de forma fundamentalmente artesanal e individual
(TUBINO, 1985), cabendo a todo treinador, colocar em prática seus conhecimentos de
forma acertada com a finalidade de programar o treinamento dos atletas, recolherem
o máximo de informações possíveis alem do processo de treinamento e integrar todo
estes conceitos ele para tirar conclusões que permitam melhorar o rendimento de
seus atletas. Sendo o principal objetivo do treinamento, que é fazer com que o atleta
atinja um alto nível de desempenho em dada circunstância, especialmente durante a
principal competição do ano com uma boa forma atlética (BOMPA, 2001).
Com isso o objetivo do presente estudo é investigar na literatura a relação dos
aspectos responsáveis pela evolução do esporte até a performance durante os
tempos.

Aspectos do esporte

O esporte sistematizado, da forma como é conhecido hoje, teve sua origem


entre os séculos XVIII e XIX na Europa, advindo das grandes transformações
produzidas pela revolução industrial. Nessa época, devido aos incentivos gerados pela
ideologia capitalista, os jogos passaram de simples momentos de lazer para jogos que
visavam os resultados, com suas estruturas definidas. Assim também, foi legitimada a
prática esportiva que passou dos simples campeonatos para as confederações
esportivas (BETTI, 1997).
A partir do século XX com a expansão do capitalismo e sua imposição aos países
economicamente dependentes, cria-se um processo de supremacia cultural e o que
era antes restrito ao mundo europeu, ganha espaço em outros continentes. Assim, o
esporte moderno tomou o lugar dos jogos populares de diversas culturas, o que
resultou em grandes transformações das práticas e dos consumos esportivos, se
tornando um fenômeno de expansão cultural (GEBARA, 2002).
Atualmente, o esporte pode ser considerado como uma das manifestações
culturais que mais tem apresentado transformações, tanto de ordem técnica quanto
referentes à forma de exposição e absorção pela sociedade. Então, a partir destas
considerações, subtende-se que o esporte é um fenômeno social em constituição,
cujas práticas esportivas refletem continuidades e rupturas que caracterizam a
expansão de suas fronteiras e o afirmam como objeto passível de interpretações à luz
de diferentes teorias e propostas metodológicas (MARCHI Jr, 2002).

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O termo esporte em seu significado primitivo, utilizado no século XIII na França


como “desport” e na Itália como “disporto” e, posteriormente na Inglaterra sob a
denominação de “Sport” era empregado para atividades que tinham como
característica um sentido de entretenimento, prazer e divertimento (Bernett, 1965).
Segundo Pilatti (2002), na tentativa de analisar o esporte, principalmente o
moderno, o autor Allen Guttmann, criou uma tabela na qual estabelece sete
características que se inter-relacionam.

Tabela 1. Evolução dos aspectos relacionados ao esporte ao longo da história chegando ao esporte moderno.
Esportes Esportes Esportes Esportes Esportes

Primitivos Gregos Romanos Medievais Modernos

Secularidade Sim e Não Sim e Não Sim e Não Sim e Não Sim
Igualdade Não Sim e Não Sim e Não Não Sim
Especialização Não Sim Sim Não Sim
Racionalização Não Sim Sim Não Sim
Burocracia Não Sim e Não Sim Não Sim
Quantificação Não Não Sim e Não Não Sim
Recordes Não Não Não Não Sim
GUTTMANN (apud PILATTI, 2002)

Esse modelo de análise do esporte em diferentes épocas, é amplamente aceito


nos grandes centros acadêmicos nacionais e internacionais, porém ele apresenta
algumas limitações como: inadequação ao esporte espetáculo, inadequação as
diferentes manifestações do esporte, inadequação aos esportes praticados atualmente
em escolas, universidades, clubes, inadequação proporcionada pelo modelo de caráter
dual. No entanto, essa abordagem de Guttmann tem sido considerada como uma das
mais importantes interpretações do esporte moderno (PILATTI, 2002).
Tubino (2001) define as dimensões sociais do esporte na atualidade em três
segmentos: esporte-participação, esporte-performance e esporte-educação. O
esporte-participação objetiva a integração de povos, a inclusão de diversos grupos na
prática esportiva visando a interação e o lúdico, já o esporte-performance, busca-se
resultados, passando a ser seletivo, selecionando apenas os mais aptos, este esporte
tem como principal característica o rendimento e as conquistas de competições. O
esporte educacional é aquele que deve ser praticado nos sistemas de ensino e em
formas assistemáticas de educação, evitando a seletividade e hipercompetividade.
De acordo com Paes (2006) o esporte enquanto fenômeno social, tem grande
abrangência e profundidade e por isso poder ter um tratamento pedagógico
direcionado aos aspectos educacionais. Com o objetivo de possibitar vivências

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esportivas educacionais através do esporte, é necessário uma maior compreensão


deste fenômeno.
Gáspari e Schwartz (2001) destacam que o esporte pode vir a ser um
coadjuvante importante no processo de formação de atitudes, tanto positivas quanto
negativas, conforme valores e simbologias empregnados em sua prática. Estes
destacam a importância do estímulo das atividades esportivas que enfocam a
cooperação, pois a mesma gera possibilidades de formação de seres íntegros,
equilibrados, alegres, solidários, criativos, críticos cientes de suas qualidades e
dificuldades, respeitadores dos menos habilidosos, sensíveis ao coletivo.
Entretanto, muito se fala em esporte, sobre suas práticas, tendências, mas,
pouco se fala sobre o que realmente é o esporte. Para Betti (1997) esporte é uma
ação social institucionalizada, convencionalmente regrada, que se desenvolve, com
base lúdica, em forma de competição entre duas ou mais partes oponentes ou contra
a natureza. Seu objetivo é, por uma comparação de desempenhos, designar o
vencedor ou registrar o recorde, sendo seu resultado determinado pela habilidade e
pela estratégia do participante, e é para este gratificante tanto intrínseca como
extrinsecamente.
Segundo Wagner (1975) considera o esporte como uma disputa, sob o emprego
de forças até o extremo, mesmo com risco da vida e da saúde (alpinismo e boxe).
Diem (1965) define o esporte como um jogo de tipo especial: livremente
escolhido, valorizado tomado a sério precisamente regulamentado e antes de tudo
visando à performance. De acordo com Molina Neto (1996), o esporte compreende um
amplo universo, que envolve: o espetáculo, a profissão, a ciência, a arte, a política, o
lazer, a prática, a técnica, a educação e a investigação, o que o torna ainda mais
fascinante. Dessa forma, esse universo tem despertado interesses em professores,
pesquisadores, de diversas áreas, a estudarem e questionarem, também, a real
relação existente entre o esporte moderno e as suas manifestações em diferentes
áreas da sociedade, como, por exemplo, na saúde, na escola e na mídia (BARRETO,
2003; BETTI, 1997; BRACH, 1992; GEBARA, 2002). E isso, é bastante compreensível,
afinal, no Brasil há uma carência de obras científicas sobre as relações existentes
entre esporte, história e sociedade, pois a maioria dos estudos enfoca a história do
esporte apenas de modo linear. No entanto, o mais correto seria problematizar as
explicações que são oferecidas para a espantosa transformação do mundo esportivo
no século XIX e no século XX. Dessa forma, se torna de fundamental importância
direcionar o ensino sobre o esporte além da memorização de datas e nomes,
estimulando a reflexão em torno das questões atuais, colocadas pela conexão entre o
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passado e o presente, desse universo tão rico e, ainda, tão pouco compreendido
(PRONI e LUCENA, 2002).

Aspectos do Treinamento Desportivo

Na literatura especializada a evolução do treinamento desportivo está


relacionada aos Jogos Olímpicos, pois é onde o sucesso e fracasso dos métodos de
treinamento são expostos. No entanto antes da instituição dos Jogos Olímpicos, já
havia práticas empíricas principalmente na Grécia e Roma antiga buscando o
rendimento físico, que posteriormente com a evolução humana passaram a obedecer
um senso lógico buscando a beleza, preparação para guerra e outras competições de
menor expressão (ALMEIDA; ALMEIDA; GOMES, 2000 )
Graças aos esforços realizados por muitos especialistas, a teoria e prática
desportiva estão avançando pelo caminho do conhecimento aprofundado e pelo uso
apropriado das regras, com base nas quais se assegura o progresso desportivo. Porém
ainda não são conhecidas com plenitude e a exatidão necessária. Devemos concentrar
a atenção as principais regras de preparação do desportista, as quais representam,
unem e condicionam, mutuamente, os fatores da preparação que exercem sua
influência no organismo do atleta, em razão do resultado do treinamento e do grau de
preparação. No complexo geral das regras de preparação desportiva, as do
treinamento desportivo são as mais estudadas (GOMES, 2002).
O treinamento desportivo constitui o elemento essencial por meio do qual se
pode interpretar e entender parte do avanço e desenvolvimento do desporto. No
entanto, convém diferenciar dois âmbitos importantes que embora próximos,
constituem magnitudes diferentes de um mesmo problema: preparação desportiva e
treinamento desportivo propriamente dito. A preparação desportiva caracteriza-se por
um processo multifacetado de utilização racional de todos os fatores que permitam
influir de maneira dirigida o crescimento desportivo e assegurar o grau necessário de
sua disposição para alcançar elevadas marcas competitivas. Por outro lado, o
treinamento desportivo tem em sua forma fundamental aplicação de exercícios
sistemáticos, representando um processo didaticamente organizado que tem sua base
constituída por um sistema metodológico para aplicação para aplicação destes, com o
objetivo de atingir o maior efeito possível de desenvolvimento desportivo (GRANELL e
CERVERA, 2003).
O meio mais importante que para melhorar o desenvolvimento desportivo são
os exercícios físicos, os quais têm a particularidade de serem o principal meio, e

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simultaneamente um elemento da estrutura do treinamento. Este caráter universal se


deve ao fato de que, salvo algumas exceções, um sistema de treinamento desportivo
só é possível com a utilização de exercícios físicos, que se diferenciam pela estrutura,
pelo esforço e por sua função, impondo ao desportista diversas demandas e
influenciando consequentemente em diversos graus no desenvolvimento desportivo
(BERGER e HAEPTMAN, 1987).
Segundo os mesmos autores, considerando-se a variedade de exercícios e os
limites de tempo existente no treinamento desportivo, convêm selecionar e programar
os exercícios físicos mais eficazes para o desenvolvimento imediato do rendimento.
Pois sendo considerados como elementos da estrutura do treinamento desportivo,
devem constituir uma estrutura bem definida, tendo a função de formar o rendimento
previsto. Portanto a classificação dos exercícios, ou seja, sua divisão em grupos
segundo alguns critérios, representa uma premissa fundamental.
Exercício preparatório geral – servem para o desenvolvimento funcional do
organismo do desportista, podendo ou não corresponder às particularidades de uma
modalidade desportiva. Tendo importância na preparação de muitos anos, cria a base
funcional para posterior preparação especializada, portanto é importante levar isto em
consideração principalmente nas idades iniciantes do treinamento, pois a
especialização desportiva bem sucedida, é condicionada em grande medida, pelo
desenvolvimento físico multilateral. (GOMES, 2002; PLATONOV e BULATOVA 2003).
Exercícios preparatório especial – ocupam um lugar primordial no sistema de
preparação física de atletas de alto nível, abrangendo um conjunto de meios que inclui
elementos da atividade competitiva, com ações muito similares a esta atividade, seja
em sua forma, estrutura, caráter das qualidades intervenientes e/ou das atividades
dos sistemas funcionais do organismo (PLATONOV e BULATOVA, 2003).
Segundo Matveev (apud GOMES, 2002) a especialização um princípio
importante para o aperfeiçoamento em qualquer tipo de atuação, portanto os
exercícios de preparação especial representam o principal meio que condiciona as
melhoras dos resultados desportivos. Vale destacar que estes exercícios não são
idênticos ao competitivo, no entanto, são utilizados para assegurar a influência
seletiva e mais considerável correspondente aos parâmetros determinados pelo
exercício competitivo integral.
Exercícios de competição – pressupõem a execução de um conjunto de ações
motoras que constituam o objetivo da especialização desportiva, sempre seguindo as
regras existentes na competição e garantindo as características cinemáticas e
dinâmicas do gesto desportivo (PLATONOV e BULATOVA, 2003; ZAKHAROV, 2003)
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Para Gomes (2002) apesar da utilização do exercício competitivo coincidente


com as principais características cinemáticas e dinâmicas do movimento desportivo,
este é dirigido para a solução das tarefas do treino. Sendo importante distinguir os
exercícios propriamente competitivos realizados em condições reais, envolvendo todos
os aspectos de uma competição.
A base metodológica da preparação desportiva é constituída por exercícios
físicos, que integrado ao processo de preparação pode ser definido como “a ação
motora inclusa no sistema geral das possíveis influências pedagógicas e orientadas
para a solução de tarefas da preparação do atleta”, que na linguagem desportiva
também conhecido por meio de treinamento. (ZAKHAROV, 2003)
A seleção dos meios de treinamento baseados nos elementos biomotores
específicos é relatada por (VERKHOSHANSKY, 2000) como uma das tarefas mais
importantes na preparação desportiva, pois está evidenciado na ciência a progressão
do treinamento com o estabelecimento de um programa de preparação física especial.
Uma das condições determinantes do rendimento desportivo no processo de
preparação é a elevação constante e gradual das influências do treino, onde se deve
prever a elevação contínua dos níveis de treinamento. O sistema de preparação
desportiva deve exercer influencias morfofuncionais positivas aos desportistas levando
em consideração as características de formação da modalidade referida por Gomes
(2002).
Para Verkhoshansky (2001) as investigações relacionadas às tentativas de
intensificação do processo de treinamento desportivo têm sugerido que nas condições
de treinamento a atividade competitiva deva ser reproduzida, indicando a utilização
dos meios de preparação física especial, os quais exercem estímulos semelhantes aos
competitivos contribuindo paralelamente com as tarefas ligadas aos aspectos técnicos,
táticos, físicos e psicológicos.

Aspectos relacionados a performance no esporte

Performance e ou desempenho é a execução ótima de uma tarefa de


movimento, sendo um componente integral do esporte, em todos os seus níveis, ou
seja, desde de atletas de alto rendimento até esportistas portadores de necessidades
especiais, sendo esses componentes estudados de acordo com uma visão sistêmica de
processo e de produto em diferentes grupos etários (KISS, 2003).
O processo do desempenho é analisado em relação as condições pessoais e as
limitantes, sendo as condições pessoais pressupostos individuais do desempenho
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esportivo, expressas através da condição e aptidão e influencias do meio ambiente. As


condições pessoais diretamente observáveis são as condições físicas, técnica e tática
do atleta, as condições pessoais indiretamente observáveis são os sistemas corporais
e as condições psicológicas e as condições não-pessoais são subdivididas em
condições sociais, como família, escola e condições materiais como local da pratica e
instalações. Quanto as condições limitantes essa mesma autora relata as condições
limitantes pessoais, nas quais são escola, estudo, profissão, amigo, lazer, e família, já
as condições limitante sociais são as atitudes da sociedade para o desempenho, o
valor da modalidade na atualidade, meios financeiros disponíveis, treinador disponível,
sistemas de formação do treinador e nível de conhecimento na Ciência do Esporte.
Segundo Kiss e Bohme (1999) o desempenho é discutido através de três
tópicos sendo a caracterização, perspectivas e atuação. Com relação a caracterização
o conceito de desempenho é bem próximo ao relatado por Kiss (2003) onde a autora
relaciona as condições pessoais internas e externas e também as condições pessoais
limitantes, ou seja, isso reforça a tese de que o desempenho não depende somente do
treino e competição, existem outros fatores que determinam a qualidade do
desempenho. Já para o tópico perspectiva as autoras fazem uma análise, primeiro
uma análise micro do produto, muitas são as questões que se colocam: desde a
adequação de instrumentos para estudos em campo (quadra, pista), bem como a
determinação de erros de várias metodologias morfológicas e funcionais em
laboratório. Questões importantes encontram-se relacionadas a sobrecargas
anaeróbias, analisadas mediante estímulos únicos ou repetidos, caracterização de
testes intermitentes com cargas cuja intensidade seja supra segundo limiar de lactato
e supra consumo máximo de oxigênio; nestas últimas, o componente aeróbio tem
sido pouco estudado. Houve renovado interesse no estudo de variáveis que pudessem
diagnosticar fadiga crônica subclínica (evidenciando aumento de atividade simpática),
tais como tempo de reação e comportamento de variabilidade de freqüência cardíaca.
Também tem sido dada grande importância ao aspecto da quantificação objetiva das
sobrecargas de treinamento, imprescindível para análise do processo, relacionadas a
componentes aeróbios e anaeróbios. Estão sendo revistas tanto as metodologias para
estudos morfológicos e de composição corporal, quanto as análises segmentares e de
proporções. As medidas antropométricas, de densimetria, pletismografia corporal e de
rádio-diagnóstico estão sendo confrontadas para o estabelecimento de um novo
“padrão ouro”.
Para uma análise macroscópica, Kiss e Bohme (1999) relatam a interrelação de
fatores bio-psico-sócio-culturais por meio de análises multivariadas utilizadas em
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trabalhos interdisciplinares. As “pesquisas temáticas” em modalidades específicas


tornam-se importantes em que se analisam desde aspectos morfológicos e funcionais
até psicológicos (incluindo controle motor) e sociais, relacionando-os ao desempenho.
Outros aspectos importantes são estudados no treinamento a longo prazo, inclui-se
nesse tópico o estudo dos valores prognósticos considerando-se a estabilidade
(“tracking”) de diferentes variáveis, em função de crescimento, desenvolvimento e
treinamento.
Existe vários conceitos relacionados a performance esportiva, Friedrichi et all
(1988) defende a definição com processo e resultado, já para Martin et all (1991)
refere-se ao desempenho somente o resultado final da ação esportiva, seja qual o
conceito adotado a performance pode ser avaliada laboratorialmente como teste de
VO2máx, limiar de lactato, teste resistência muscular, potência e força muscular
máxima ou testes mais subjetivos como de campo dentro da especificidade de cada
esporte. Outra possibilidade é através da evolução competitiva e posicionamento no
ranking. O fator cultural tem influencias significativa sobre a performance esportiva,
pois além de determinarem o valor de cada modalidade, descarrega uma certa
expectativa sobre o atleta moldando assim o comportamento perante os valores de
seus resultados através de uma auto crítica nem sempre verdadeira (SAMULSKI
2002). Outro aspecto que de vê se levar em consideração são os meios financeiros
disponíveis para prática ideal da modalidade em questão. Por essa razão é importante
que o atleta tenha sua base psicológica sólida, com alto nível de motivação, controle
emocional, concepções e visões reais de sua performance e uma postura mais positiva
e confiante possível, que se não forem natas do atleta podem ser adquiridas com
auxilio de psicólogos, ou através de técnicas de concentração, visualização,
verbalização e relaxamento.
Para Weineck (2003), o físico é um grande determinante da performance,
incluindo desde características hereditária coma altura, biotipo, tipagem de fibra
muscular, flexibilidade, tipo de coordenação motora que podem ser ideais para a
pratica de determinada modalidade, até características adquiridas com o treinamento
como condições cardiorespiratórias e musculares.
O atleta mesmo beneficiado com as características propicia para seu esporte
praticado necessita do desenvolvimento melhor possível de todo o sistema de
obtenção e economia de energia que incluem desde uma dieta balanceada até uma
boa técnica e tática esportiva. Uma alimentação adequada é aquela que supre o
balaço calórico, de minerais, hídrico e vitamínico para não só manter a fonte de

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energia como possibilitar a reparação tecidual o sistema antioxidante e a respostas


imunológicas (WEINECK 2003).
A técnica é entendida como aquele movimento que tem grande eficiência com
menor gasto energético possível obtido com biomecânica adequada onde os
movimentos devem ser realizados nos melhores ângulos articulares possíveis dentro
de determinado gesto esportivo (HALL 2003). A tática escolhida pelo atleta pode ser
decisiva para uma ótima performance principalmente num momento competitivo,
onde treinamento bem planejado, um auto conhecimento, uma avaliação de entrada
(identificar e avaliar projetos de processos alternativos) e sua capacidade de resolver
problemas serão necessários. O atleta também pode ter seu rendimento alterado
pelos fatores ambientais que incluem tipo de solo, presença de barulho, condições
climáticas extremas e diferenças de altitudes, às vezes é necessário uma
aclimatização a esse novo cenário (McARDLE et. al. 2000)
Se todos esses aspectos citados a cima, que estão intimamente relacionados
forem bem estudados de forma que possibilite o desenvolver da melhor maneira
possível todo esse complexo atleta/esporte o resultado será uma ótima performance
que o objetivo de todos os envolvidos no meio esportivo.

Considerações Finais

As transformações do esporte durante milhares de anos e ultimas décadas


estão cada vez mais especializadas procurando sempre visar a questão do esporte­
espetaculo não somente no âmbito competitivo, mas também, sendo fator
interveniente também nos esportes educacionais devido a grande divulgação nos
veículos de comunicação. Por esse motivo, a evolução sempre será constante e
passará sempre por transformações.

Agradecimentos

Este projeto é apoiado e financiado pelo CNPq sob o processo nº 13047/ 2008­
2. Os autores também agradecem ao CNPq pelo apoio financeiro e bolsas outorgadas.

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Endereço

Prof. Msdo. Alessandro Custódio Marques


Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação Física
Avenida Professor Érico Veríssimo nº 701, Campinas - São Paulo, CEP 13083-851
edfisicaalessandro@yahoo.com.br

Data de recebimento: 11 /1/09


Data de aceite: 27/02/09

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