RESUMO
INTRODUÇÃO
CONCEITO:
O fenômeno Bullying acontece há muito tempo nas escolas, porem ainda não
era conceitualmente identificado.
Os estudos em torno do Bullying começaram na década de 1970 através de
pesquisas realizadas por Dan Olweus (Pereira, 2002) na universidade de Bergen. Essas
pesquisas começaram a ganhar notoriedade em 1983 quando o Governo Norueguês manifestou
apoio a esses estudos devido a constatação de suicídio que envolvia adolescentes vitimizados
dentro das escolas.
No Reino Unido (Pereira, 2002) foi feito um projeto contra o Bullying. Com
base na Campanha Norueguesa, este foi desenvolvido por Smith em Sheffield, utilizando o
modelo de questionário produzido por Olweus, mas com possíveis (modificações) adaptações.
No Reino Unido (Fante, 2005) outro Programa de grande repercussão foi o
“The Role of Peer Support Against School Bullying”, desenvolvido pela pesquisadora Cowie,
com o objetivo de resgatar os valores éticos, solidários e cooperativos no interior das escolas, de
forma a prevenir o Bullying.
Também podemos destacar a implementação do “Childline” em Sheffield como
referência do atendimento oferecido ás vitima de Bullying.
A Irlanda adotou um serviço através do “Programa Childline de denúncia e
apoio à criança e adolescente vitima de Bullying”. Neste país (Pereira, 2002) a intervenção é
marcada pela mobilização social que está acontecendo desde o inicio da década de 1990, com
Conferencias Nacionais e Internacionais, alem de Campanhas Educativas com o apoio do
Governo Central e financiamento de Instituições de Pesquisas (Fante, 2005) sendo o principal
foco conscientizar e prevenir o Bullying.
A Universidade de Sevilha na Espanha (Fante, 2005) desenvolveu um Programa
junto com o Ministério da Educação na década de 1990 que ficou conhecida como “Sevilha
Contra a Violência Escolar”, organizado por Ortega e baseado no questionário de Dan Olweus,
com a intenção de prevenir o Bullying nas escolas através de uma educação voltada a tolerância
e a valores importantes para a convivência pacifica entre alunos.
Em Portugal (Fante, 2005) os estudos sobre Bullying estão ocorrendo de forma
a alcançar a prevenção do fenômeno. Um dos Programas que vem sendo desenvolvido é o
“Scan bullying”, onde os próprios alunos analisam desenhos animados e detectam situações de
exclusão, isolamento, discriminação, agressão física e verbal, assim, os alunos compreendem as
possíveis causas do Bullying e suas múltiplas conseqüências.
Na Finlândia (Fante, 2005) o Bullying é abordado com o apoio do Ministério da
Educação, cuja preocupação inicial é o bem estar dos alunos, utilizando recursos didáticos que
identificam vitimas e agressores e detectam as diferentes formas de Bullying entre meninos e
meninas.
No Japão, Hirano (Pereira, 2002), no inicio da década de 1990, desenvolveu
uma pesquisa para identificar as possíveis vitimas de Bullying, baseado num questionário
análogo ao de Olweus. Ele revelou que os índices ainda são muito inferiores a media mundial.
Nos Estados Unidos (Pereira, 2002) o Bullying é marcado pela intolerância
étnica associada à imigração e a diversidade cultural. Ocorrendo inúmeros casos de Bullying em
escolas americanas relacionadas a estereótipos e ao ódio étnico.
Na Alemanha (Pereira, 2002) em meados da década de 1990 em estudos
realizados por Schafer, foram constatadas algumas diferenças na perspectiva do Bullying.
Esse estudo foi feito baseado no questionário de Dan Olweus a alunos e
professores para compreender diferentes definições do fenômeno nas escolas e identificar o que
determina que um aluno seja vitima de Bullying. Os resultados obtidos indicam que
normalmente a vitima é mais fraca com uma aparência que foge ao padrão e pode ser portador
de necessidades especiais.
No Brasil, podemos destacar os estudos realizados pela pesquisadora Cléo Fante
que pode ser considerada a pioneira a respeito da problemática Bullying no âmbito educacional.
Autora do livro "Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz". Iniciou no ano de 2000 na região de São José do Rio Preto em São Paulo o Programa
Educar para Paz que durou até 2003com a participação de dois mil alunos. Esta pesquisadora
dirige o CEMEOBES (Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre Bullying Escolar)
em Brasília e promoveu em 2006 “1º Fórum Brasileiro sobre bullying Escolar” que ocorreu em
Brasília, iniciando e consolidando os debates em torno da problemática Bullying no Brasil.
Além disso, podemos ressaltar a iniciativa da Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência (ABRAPIA) que surgiu em 1990 com
objetivo de defender e promover os direitos das crianças e adolescentes.
A ABRAPIA, em 2002, desenvolveu o “Programa de Redução do
Comportamento Agressivo entre Estudantes” em escolas do rio de Janeiro com o objetivo de
comunicar a toda sociedade a existência de comportamentos agressivos nas escolas e buscar
contribuir para a diminuição destes, através de medidas e estratégias que podem e devem ser
implementadas de acordo com a necessidade da escola.
A ABRAPIA constatou que o fenômeno Bullying está presente nas escolas
brasileiras e apresenta índices preocupantes.
CARACTERISTICAS:
Na perspectiva de Bertão (2004), os alunos que se isolam e evitam interagir
com os outros deveriam merecer igual preocupação por parte dos docentes, algo que nem
sempre parece ocorrer. Estes alunos não parecem ter força suficiente para exteriorizar a sua
revolta, conduzindo a uma baixa de auto-estima e a comportamentos compensatórios como a
toxicodependência e o alcoolismo, ou, se associado a outros fatores, podem gerar-se
sentimentos de desvinculação e levar ao suicídio.
Alguns indicadores de quando a criança ou adolescente está sendo alvo de
Bullying são quando demonstram falta de vontade de ir à escola; sentem-se mal perto da hora de
sair de casa; pedem para trocar de escola; revelam medo de ir ou voltar da escola e pedem
sempre para ser levado/a; muda freqüentemente o trajeto entre a casa e a escola; apresentam
baixo rendimento escolar; voltam da escola, repetidamente, com roupas ou livros rasgados;
chegam muitas vezes em casa com machucados inexplicáveis; tornam-se pessoas fechadas e
arredias; parecem angustiadas; ansiosas, deprimidas; apresentam manifestações de baixa auto-
estima; têm pesadelos freqüentes, chegando a gritar “socorro” ou “me deixa” durante o sono;
“perdem” repetidas vezes, seus pertences, seu dinheiro; pedem sempre mais dinheiro ou
começam a tirar dinheiro da família; evitam falar sobre o que está acontecendo, ou dão
desculpas pouco convincentes para tudo; passam a apresentar sinais de somatizações (diarréia,
vômito, dores abdominais, asma, insônia e pesadelos) e problemas emocionais (como tristeza,
depressão) ou sociais (como isolamento e não participação em atividades de grupo); tentam ou
cometem suicídio.
Tímidas, com alguma característica física ou comportamental marcante (como
obesidade e baixa estatura), elas têm, em media, 11 anos. São meninos e meninas com poucos
amigos, que não reagem contra o que lhes desagrada. Já os agressores têm entre 13 e 14 anos e
gostam de mostrar poder. Por isso costumam ser lideres de seus colegas e, em muitos casos
foram mimados pelos pais. A maioria é formada por meninos (60%). “Mas as meninas são mais
cruéis. Tramam fofocas e intrigas para excluir colegas”, diz Cléo.
CAUSAS:
CONSEQÜÊNCIAS:
METODOLOGIA
VIOLÊNCIA FISICA
Pode-se perceber neste gráfico que a violência psicológica se torna mais fluente nos meninos, já
nas meninas esse mesmo tipo de comportamento é visto com mais discrição.
Segundo a nossa pesquisa a violência psicológica masculina apresenta-se em maior
escala devido ao comportamento que o próprio gênero apresenta.
Na publicação do site da Nova Escola on-line, segundo Cavalcante (2005), é
comentado no artigo o seguinte:
Dentro das violências físicas e psicológicas, temos outras questões que envolvem o
cotidiano escolar, como:
Dessas acepções, podemos ressaltar que o gênero feminino demonstra não gostar
dos agressores que podem ter já sofrido agressões físicas e emocionais e que o lado emocional é
o maior prejudicado em tais situações. Enquanto os meninos colocam que não pesam nada;
demonstrando ser natural ou não é comigo e então não me interessa. A segunda colocação é que
são indivíduos com poucos amigos e pertence a famílias desestruturadas, o que vem de encontro
ao autor.
Segundo Lopes Neto (2005), os motivos que levam a esse tipo de violência são
extremamente variados e estão relacionados com as experiências que cada aluno tem
em sua família e/ ou comunidade e se dá perante o uso do poder para intimidar o
outro.
Com base no relato dos alunos podemos ver que sentem a necessidade de um maior
acompanhamento dos pais, dos professores, direção junto à instituição educacional. “Escolas
que mantém elos com suas comunidades tem mais chances de êxito” (Pioneiro, 2008).
Também podemos salientar o interesse por parte dos alunos por projetos e
trabalhos que tratem desse tema.
CONCLUSÃO
Nossa sociedade é marcada por índices de violência cada vez mais altos, não
podemos andar na rua despreocupada, vivemos constantemente sobre tensão e quando falamos
de violência, primeiramente pensamos nesta associada a roubos, nunca a um conjunto de
atividades que causam sofrimento e dor como acontece com as vitimas do bullying.
O bullying ocorre em qualquer escola, independente das condições sociais e
econômicas dos alunos. Às vezes seu maior problema é reconhecer e aceitar que ele existe, pois
somente assim, acontecerá o ponto de partida na interrupção desse ciclo de violência que se
instalou. Este é um fenômeno preocupante tanto pelas seqüelas que diretamente infringe aos
participantes como pelo que contribui para rupturas com a idéia da escola como lugar de
conhecimento, de formação do ser e da educação, como veículo por excelência do exercício e
aprendizagem, da ética e da comunicação por diálogo e, portanto contraria a violência
(ABRAMOVAY,2004)
Verificou-se também haver mais agressores que vítimas e, sobretudo do sexo
masculino. Percebendo mais uma vez que a questão de gênero interfere nesta questão.
Mesmo admitindo que os atos agressivos derivem de influências sociais e afetivas,
construídas historicamente e justificadas por questões familiares e/ou comunitárias, sabemos
que toda a criança e adolescente têm, individual e coletivamente, uma prerrogativa humana de
mudança, de transformação e reconstrução, ainda que em situações muito adversas, podendo vir
a protagonizar uma vida apoiada na paz, na segurança possível e na felicidade. Mas esse desafio
não é simples e em geral, depende de uma intervenção interdisciplinar firme e competente,
principalmente pelos profissionais das áreas de educação e saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS