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Governo Banco-Mundial/Lula anuncia corte de R$1 bi

na Educação:
Dom, 13 de Junho de 2010 02:10 Educação

Em plena euforia pela realização da Copa do Mundo de


2014 no Brasil, e em meio a mais uma bilionária campanha eleitoral, o governo do
oportunista-mor Luis Inácio anunciou mais um fato que desmascara bem a que serve
exatamente o gerenciamento do velho Estado pela “esquerda oportunista”: o corte de
mais 1,2 bilhão no orçamento do Ministério da Educação para 2010, tornado público em
31 de maio último.

Diga-se de passagem, inclusive, que este já é o segundo corte na pasta desde o início do
ano: logo após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso Nacional o governo
já havia anunciado redução em relação ao estabelecido –o tradicional
contingenciamento. No total, o orçamento do Ministério da Educação será R$2,34
bilhões menor que o valor aprovado pelo Congresso. O ministro demagógico Fernando
Haddad, um dos mais escolados demagogos deste gerenciamento oportunista, logo
correu a dizer que isso em nada compromete seus “projetos”...De fato, se a intenção é
radicalizar ainda mais a proliferação do ensino privado e o processo de sucateamento
das instituições públicas de ensino, pode-se dizer que não há nada de novo no front.

Não é desnecessário dizer que enquanto o MEC foi atingido com um segundo corte de
verbas outros Ministérios, digamos assim, “estratégicos” (do ponto de vista dos
monopólios que governam o país, claro), viram ocorrer o inverso: um incremento em
seus recursos. Foi esse o caso dos Ministérios do Turismo, da Agricultura e dos
Esportes. É evidente que um mínimo de raciocínio lógico nos permite compreender o
porquê: o Ministério do Turismo e o dos Esportes estão em profunda relação um com o
outro, visto que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são as meninas dos olhos dos
empreiteiros, especuladores e governantes de plantão, oportunidade singular que
representam tanto de lucros fabulosos quanto de que se cometam as mais bárbaras
atrocidades contra a população pobre das grandes cidades. E o Ministério da Agricultura
que, todos sabem, é a casa-grande dos escravocratas de nosso tempo, aonde se
conjugam os interesses da claque latifundiária de velho e de novo tipo que, aliás, segue
representando o principal setor da pauta de exportação do capitalismo burocrático
brasileiro.
O que é ainda mais criminoso é que,
quase ao mesmo tempo em que anuncia com uma mão o corte de mais de R$ 2 bilhões
na educação em menos de seis meses, o sr.Luis Inácio assinou com a outra a doação, na
prática, de R$1 bilhão para os tubarões do ensino privado. O que ocorre é que no
ano passado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (cuja função
inicial seria financiar a indústria nacional e que se transformou no maior capitalizador
dos principais monopólios imperialistas instalados no País) liberou uma linha de
financiamento, no valor de R$1 bilhão, para as universidades privadas. Tal linha de
financiamento, oferecida com juros bem abaixo daqueles estipulados pelo Banco
Central (que são os mais altos do mundo), terá duração de cinco anos e, segundo
matéria divulgada pela Folha de São Paulo em agosto de 2009, teria como objetivo
“ajudar as instituições para diminuir os efeitos da crise econômica”. Tal linha de
financiamento, pode-se dizer, é verdadeira doação, visto que o dinheiro poderá ser
usado pelos tubarões do ensino privado da maneira como quiserem, inclusive para
pagamento de dívidas anteriores.

Trocando em miúdos: o corte anunciado em maio último equivale exatamente à doação


ao ensino privado anunciada em agosto de 2009. Pode algo ser mais escandaloso do que
isso?

Sim, pode. É a traição da UNE e da quadrilha que a dirige, que é verdadeira tropa de
choque das medidas adotadas pelo imperialismo contra o ensino público brasileiro, em
todos os seus níveis. Ora, não estão eles abocanhando um belo quinhão das migalhas
que caem das mesas daqueles a quem servem? E, diga-se de passagem, do próprio
orçamento de que dispõe efetivamente o MEC grande parte não chega a ser utilizado no
ensino público, perdendo-se na imensa máquina de licitações e corrupção que
caracteriza o velho Estado brasileiro, ou sendo aplicada abertamente no ensino privado,
como no caso do PROUNI.

É necessário entender que a tarefa urgente dos estudantes brasileiros é seguir em


permanente mobilização, uma vez que é claro que o desmonte do ensino público é uma
política de Estado, teleguiada desde a metrópole ianque. Sem uma permanente luta,
contra o gerente de plantão e, ao mesmo tempo, contra o oportunismo de todo tipo, não
será possível liberar as imensas energias da juventude brasileira, no sentido de
empreender maiores e mais radicalizadas jornadas de luta. E sem luta, muita luta, afinal
de contas, não será possível alterar os sombrios rumos projetados para as escolas e
universidades públicas nos próximos anos.
ABAIXO A CONTRA-REFORMA DO BANCO-MUNDIAL!

PREPARAR A GREVE GERAL!

REBELAR-SE É JUSTO!

Carta do MOCLATE aos estudantes das universidades


públicas, principalmente aos estudantes dos cursos
de Licenciaturas e Pedagogia
Qua, 14 de Abril de 2010 23:25 Educação

É com muita satisfação e solidariedade


classista que nós do MEPR lemos a Carta redigida pelo Movimento Classista dos
Trabalhadores em Educação dirigida aos estudantes dos cursos de Licenciaturas e
Pedagogia. Na realidade essa luta com unhas e dentes em defesa da educação pública
e gratuita é a mesma que temos travado há uma série de anos e que expressa-se,
atualmente, na luta para derrotar a contra-reforma na Universidade e em defesa da
Escola Pública, com um ensino verdadeiramente estimulante, científico e à serviço do
nosso povo.

E isso se torna ainda mais verdadeiro quando somos obrigados a assistir toda uma
verdadeira campanha movida pelos terroristas monopólios dos meios de comunicação
e os oportunistas ora instalados no gerenciamento do velho Estado no sentido de
estipular um piso salarial nacional das polícias civil e militares em três mil reais
enquanto que, não obstante, em cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, o salário
inicial de um professor de ensino fundamental (por 40 horas de trabalho semanal) é
estipulado em R$874,22 reais. É realmente infame, mas é isso a que assistimos!

Por isso mantemos nosso princípio, o qual temos praticado nos últimos anos, de manter
as páginas de nosso sítio e de nossos jornais abertas a todos os setores democráticos e
combativos que têm se levantado na luta em defesa da educação pública e gratuita e
contra a sanha furiosa que a ela tem erguido os setores mais descarados da reação
(como a apoiadora do regime militar e porca revista Veja, que em recente matéria
colocou a culpa da “crise” da educação brasileira exatamente sobre...os professores!).
E, no caso dessa Carta do MOCLATE, não é desnecessário frisar, nosso grau de
acordo político é ainda maior pois, assim como nós temos sustentado, encaram a luta
em defesa da educação de forma inseparável da luta contra esse velho Estado
reacionário brasileiro e pela construção de uma nova sociedade.
Carta do MOCLATE aos estudantes das universidades públicas,
principalmente aos estudantes dos cursos de Licenciaturas e
Pedagogia:

O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação foi criado


em novembro de 2008, em um encontro nacional. Após analisar a relação entre a
educação, as políticas educacionais, a realidade das condições de trabalho nas escolas e
o tipo de capitalismo no país, o encontro decidiu pela criação do movimento. Em 2009,
no segundo encontro nacional houve uma maior densidade das afirmações da linha
classista, inclusive contando com a participação do movimentos estudantil, operário e
camponês.

O MOCLATE continua levando a discussão classista, sem separar teoria e prática, para
dentro das escolas públicas brasileiras e organizando escolas populares junto com os
movimentos de massas em luta. O MOCLATE conclama os estudantes brasileiros em
geral, e em especial os estudantes dos Cursos de Licenciatura, Formação de Professores
e Pedagogos a se mobilizarem e a se organizarem em defesa da educação pública
brasileira e da melhoria nas suas condições de trabalho, contra o seu acentuado grau de
ruína e sucateamento decorrentes das “reformas educacionais” do Banco Mundial
executadas pelo gerenciamento de Luiz Inácio (FMI-PT). O sucateamento e a
precarização das instituições públicas de ensino, desde as universidades com os cursos
de graduação e de pós-graduação que oferecem, até a educação básica dos ensinos
fundamental, médio, profissionalizante, da educação infantil e das creches, é parte da
essência do que são as políticas deste velho estado e o seu sistema de poder, das classes
parasitárias do povo e o seu sistema de governo sob o gerenciamento do oportunismo.
As “reformas educacionais” ditadas pelo Banco Mundial, tais como “PCNs” e
“Diretrizes Curriculares“ (gerência FHC), “PROUNI” e “REUNI” (gerência Luiz
Inácio), só servem para impor uma educação domesticadora, servindo aos interesses do
capital monopolista, da dominação do nosso país sob a forma de semicolônia e da
exploração de nosso povo.

Capitalismo burocrático e a realidade da educação no Brasil

O capitalismo brasileiro é um capitalismo burocrático. E o que isso significa? E o que


tem a ver com o modelo de educação vigente no país? O capitalismo burocrático é o
capitalismo implantado pelos países imperialistas nos países colonizados e semi-
colonizados. É esse o tipo de capitalismo presente no Brasil e em todos os países
dominados pelo imperialismo que não lograram realizar suas revoluções burguesas. Na
era do imperialismo, que é a era dos monopólios, a era do capitalismo agonizante, a era
da partilha do mundo por um pequeno número de países imperialistas, o modelo
burocrático de capitalismo nos países dominados determina os tipos de relações sociais
de produção em todos os níveis: na agricultura, na indústria, na ciência e tecnologia, na
cultura e na ideologia; gera os modelos pedagógicos de todas as instituições de ensino.
A crescente desnacionalização e privatização da
economia brasileira, a entrega das riquezas das reservas naturais e da produção
brasileira aos monopólios e ao sistema financeiro, com o mais acentuado grau de
rapinagem do país pelo imperialismo em curso, são as características básicas do tipo de
capitalismo burocrático e do seu estado. Um estado que representa um sistema de poder
da burguesia e dos latifundiários serviçais do imperialismo, cujo sistema de governo
está há oito anos sob o gerenciamento do oportunismo FMI-PT. O que é verificado no
campo da economia é reproduzido no processo de adoção dos modelos pedagógicos,
dos currículos, da organização do ensino e do controle das ciências a partir de sua
legitimação pelos mesmos monopólios sediados nos países imperialistas. Um processo
determina o outro. Um país dominado em termos da produção e da economia é um país
que tem o seu sistema educacional também sob dominação. É assim que é exercido o
controle pelo Banco Mundial sobre os planos, os programas, os custos e a epistemologia
da formação dos sistemas educacionais brasileiros, transmitidos pelo MEC e pelas
secretarias estaduais e municipais de educação.

O movimento classista dos trabalhadores intelectuais e cientistas precisa se por na


contra-corrente dessa dominação e dessa determinação. Como afirma Marx, em A
Guerra Civil na França, sobre a necessidade de “fazer da ciência um instrumento não de
dominação de classe, mas sim uma força popular; fazer dos próprios cientistas não
alcoviteiros dos prejuízos de classe parasitas do estado à espera de bons lugares e
aliados do capital, mas sim agentes livres do espírito.” Para Marx, “a ciência só pode
jogar seu verdadeiro papel na República do Trabalho”. Assim na república do capital
onde as ciências foram convertidas em forças produtivas capitalistas, os cientistas só
podem ser verdadeiramente reconhecidos como tais se assumirem o papel de esclarecer
as leis que entravam o próprio desenvolvimento da ciência e todo o seu potencial
libertador.
As instituições científicas e escolares com os tipos
de cursos e os seus respectivos currículos, desde a educação infantil até o mais alto grau
da pós-graduação, sofrem a determinação da estrutura das classes sociais em luta. Para
exemplificarmos as condições de trabalho nas escolas públicas brasileiras tomemos a
realidade concreta da educação de um dos seus estados, o Paraná: A educação básica
neste Estado que tem como gerente de turno o senhor Roberto Requião que assume, por
sua vez, a posição de um velho caudatário do gerenciamento de Luiz Inácio, sofre das
mesmas ruínas em suas escolas: 1) uma escola com salas de aula superlotadas; 2)
professores sobrecarregados de trabalho e sem carga-horária suficiente para preparar
aulas, pesquisar, estudar e desenvolver planejamentos e avaliações do seu trabalho de
modo interdisciplinar com os seus colegas (hora-atividade); 4) equipe pedagógica em
número insuficiente de profissionais para o desenvolvimento da organização do trabalho
pedagógico e permanentemente solicitada para atender demandas burocráticas da
SEED; 5) estruturas físicas sucateadas das escolas sem condições de permanência e de
trabalho do corpo docente e dos funcionários fora das salas de aula; 6) falta de
laboratórios e defasagem de equipamentos atualizados para desenvolvimento de aulas
práticas em todas as áreas; 7) falta de pessoal de apoio técnico como bibliotecários,
nutricionistas, técnicos de laboratórios, merendeiros, psicólogos, especialistas em
educação especial (DV, DA, DF, DM, entre outros); 8) falta de mais profissionais
concursados e um grande número de professores com contratos temporários, precários e
sem direitos trabalhistas; 9) baixos salários em todas as faixas da carreira dos servidores
– a começar pelos professores cujo salário inicial após concluir a graduação e ser
aprovado em concurso receberá a bagatela de R$ 737,95 por 20 horas de trabalho.

Todo esse quadro torna a escola um ambiente por vezes doentio. Trata-se de uma
enfermidade social gerada pelas próprias políticas educacionais. Um grande número de
professores tem sido afastado do trabalho para tratamento de doenças adquiridas em
face dessas condições nas escolas. O que se observa em termos das condições de
trabalho nas escolas do Paraná é parte do que ocorre no resto do país.

Esse quadro contrasta com a enganosa propaganda governamental. Os senhores Luiz


Inácio, no gerenciamento nacional, e Roberto Requião, no gerenciamento da política
provincial, gastam milhões em propaganda para tentar convencer as mentes do povo que
fazem o que podem para a educação, e que ela está melhorando. É esse o tipo de
melhora. Cumprindo o papel de serviçais de turno da burguesia, os oportunistas na
direção estadual da APP-SINDICATO, dos trabalhadores em educação pública do
Paraná, se limitam a organizar atos em conjunto com a SEED e com o MEC como a
“CONAE” e a propor a criação de “comissões e grupos de trabalho” para encaminhar as
decisões como a de “avaliação de desempenho” de funcionários. É para isso que serve o
oportunismo na direção desses sindicatos.
Educação Científica e Escola em Período Integral

Erguendo a bandeira da educação científica e em defesa de uma escola pública de


qualidade socialmente referenciada e articulada com os interesses da classe
trabalhadora, o MOCLATE defende a escola em período integral e a melhoria das
condições de trabalho na educação em todos os níveis. Defende que algumas garantias
já conquistadas pelos professores das universidades públicas, como os contratos de
Dedicação Exclusiva e a distribuição da carga-horária de 40 horas entre ensino,
pesquisa e extensão, e atendimento a alunos, preparação de aulas e avaliação, sejam
também estendidas aos professores e pedagogos da educação básica. Essas conquistas
dos professores universitários estão seriamente ameaçadas pela “reforma universitária”
FMI-Lula-Banco Mundial.

A escola em período integral interessa aos trabalhadores brasileiros, em geral, e o


MOCLATE assume essa luta. Para a sua implantação é necessário abrir novos
concursos que pelo menos dobrem o número de professores e funcionários das escolas.
É necessário construir novas escolas e reformar as atuais, dotando-lhes de todas as
estruturas capazes de atender alunos e funcionários, restaurantes, cozinhas, bibliotecas,
enfermarias, espaço de lazer e recreação, boas salas de aula, laboratórios de ensino e
aprendizagem de todas as disciplinas, salas de permanência e estudos para os
professores, pedagogos e demais funcionários, hortas escolares, auditório para a
realização de eventos culturais, científicos e de interesse da comunidade.

A Escola Popular

A organização das Escolas Populares é a forma mais efetiva dos trabalhadores em


educação e dos estudantes para apoiar o desenvolvimento da luta classista em nosso
país. A realidade dessa luta demanda mais e mais estudantes e professores no apoio e no
desenvolvimento desse tipo de escolas no campo, principalmente onde o movimento
classista camponês vem se organizando para tomar terra, tomando-as e distribuindo-as a
quem delas precisam para plantar, colher e viver. A escola popular assume o classismo
como linha mestra do seu desenvolvimento pedagógico, centrando na disciplina e na
coletividade dos seus membros para a formação intelectual, científica, política e
produtiva.

A Luta de Classes no Campo

O sistema latifundiário brasileiro assassina, grila e manda matar há séculos. Para isso
conta com o apoio dos “governantes” e do “judiciário”. Enquanto isso a “reforma
agrária” anunciada pelos gerentes de turno do estado burocrático-latifundiário não sai
do papel. Cresce a organização e a temperatura de luta de classes no campo que
demanda por uma revolução agrária. O movimento camponês classista e combativo
segue avançando tomando terras e distribuindo-as a quem nelas trabalha. De acordo
com o Editorial do Jornal A Nova Democracia, no gerenciamento de Luiz Inácio “se
promove a mais intensa perseguição aos camponeses em luta pela terra”. Se no
gerenciamento de FHC foram assassinados 204 camponeses (contados a partir de 1997),
sendo 77 na região Amazônica, no gerenciamento de Luiz Inácio já foram 222
camponeses assassinados até agosto de 2009, sendo 121 só na região amazônica
(www.anovademocracia.com.br). Esses assassinatos de camponeses retratam a luta de
classes no campo; são também a comprovação de que há uma região onde essa luta
assume principalidade: a Região Amazônica. Eles também são a prova inconteste da
ação criminosa dos latifundiários e do seu estado. O MOCLATE entende que não é
possível mudar nosso país sem revolucionar sua estrutura agrária, por isso apóia a
revolução agrária e conclama os estudantes a organizarem comitês de apoio aos
camponeses na sua luta e organização pela destruição de todos os latifúndios e
distribuição de terras a quem nela trabalha, denunciando os crimes do latifúndio e do
seu velho estado.

O MOCLATE conclama ainda os estudantes a erguerem a bandeira do classismo e a


organizarem em torno dela o seu verdadeiro movimento estudantil combativo, apoiando
o movimento operário e camponês na luta pelas grandes e vitoriosas batalhas em curso
para destruir parte por parte o sistema de poder das classes exploradoras e o seu velho
estado. Um estado burocrático, burguês e latifundiário a serviço do imperialismo. A
destruição desse velho poder e a edificação do novo poder, das massas e para as massas,
que tem como primeiro conteúdo a destruição do sistema latifundiário sob a bandeira da
revolução agrária e distribuição de terra a quem nela trabalha, é tarefa não só dos
operários e camponeses, mas também de todos os estudantes filhos do povo brasileiro e
de todos os intelectuais sérios. Sem a destruição de todos os latifúndios não há
desenvolvimento. Destruir o latifúndio é parte da revolução de nova democracia para a
edificação de uma nova economia, uma nova política e uma nova cultura, sob a
hegemonia do proletariado organizado a partir da aliança operário-camponesa.

Viva o classismo nos Movimentos Populares!

Viva a nova intelectualidade formada por estudantes, professores e demais


trabalhadores em educação comprometidos com o desenvolvimento
das ciências, do pensamento livre que sirva ao povo brasileiro!

IDEB revela retrato do ensino no Brasil, ao mesmo


tempo que o esconde
Ter, 13 de Julho de 2010 19:51 Educação

No dia 1º de julho último, o Ministério da


Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP) divulgaram o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB) 2009. O resultado, festejado pelo governo federal, veio a público logo em
seguida o anúncio de corte de 1,2 bilhão de reais do orçamento do Ministério da
Educação para o ano de 2010 o que, somado ao primeiro contingenciamento já efetuado
no princípio do ano, já significa uma subtração de R$ 2,34 bilhões dos já parcos
recursos disponibilizados para o MEC no ano corrente.

Fernando Haddad, o ministro mentiroso, já correu aos monopólios de imprensa para


dizer que isso “em nada afetará” o quadro –já crônico- do ensino público no Brasil. O
que torna tudo isso ainda mais monstruoso é o fato, apontado pelo MEPR em recente
artigo, de no final do ano passado o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) ter liberado uma linha de crédito (com juros inferiores ao do mercado)
para as universidades privadas no valor de R$ 1 bilhão, ou seja, concedeu ao ensino
superior privado o equivalente do que subtraiu, pouco meses depois, do orçamento da
pasta da Educação. O argumento do governo Banco Mundial/Lula, endossado pelo
BNDES, foi o mesmo que o utilizado por esse banco estatal para doar dinheiro público
aos gigantes do capital monopolista internacional para que possam sem riscos dilapidar
as riquezas do nosso país: o combate à “crise econômica”.

IDEB: A estatística como instrumento de falsificação da realidade:

O IDEB foi criado pelo INEP (órgão vinculado


ao MEC) em 2007, como um indicador que pudesse medir a qualidade do ensino
público e privado. Segundo disponibilizado na página do INEP, “o indicador é
calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e
médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil”. O índice, que
vai de uma escala de 0 a 10, passou a ser contabilizado em 2005. O objetivo do MEC é
que, em 2022, o ensino brasileiro alcance a meta seis. No ano de 2009 o índice
registrado foi de 4,6; 4 e finais, respectivamente. Este foi, acreditem, o resultado
comemorado!

Não obstante, a divulgação de números quantitativos absolutos, tão ao gosto dos


economistas vulgares e gerentes de plantão, tanto na educação quanto em qualquer
campo de análise que se queira, é quase sempre uma fuga ao método científico, uma
maneira de falsear a realidade simplesmente porque joga fora aquilo que há de
essencial, isto é, a qualidade de um dado fenômeno que se queira analisar. Vejamos.

Em primeiro lugar, o índice compara e iguala, para efeitos numéricos, a educação


pública com a privada. Isto, sabemos, somente pode ser digno de um absurdo.
Equivale, na realidade, a distorcer a realidade uma vez que toda criança sabe muito bem
o abismo que separa uma da outra. Outra questão, esta referente ao método, é o fato de
se tomar como ponto de apoio para o cálculo os resultados do Sistema de Avaliação da
Educação Básica e a Prova Brasil acrescidos aos dados de aprovação escolar
fornecidos pelo Censo Escolar, EDUCENSO.

Quanto às referidas provas, além do nível exigido ser bastante questionável, limitam-se
às disciplinas de português e matemática, passando longe de abranger o conjunto de
conhecimentos aos quais as crianças e jovens possuem direito a ter acesso; quanto a
tomar por referência os índices de aprovação escolar, aferidos pelo EDUCACENSO, é
algo ainda mais grave: sabemos que em não poucos municípios brasileiros rege a
famigerada aprovação automática, muitas vezes maquiada com chamados “ciclos de
aprendizagem”. Tomar tais índices genéricos de aprendizagem, per si, não só legitima
tais práticas como inclusive seduz a que as secretarias de educação os tomem como
regra, a fim de mascarar os números a favor dos interesses locais, tanto de verbas como
eleitorais. E não é só isso.

Para qualquer pesquisador rigoroso, a


qualidade do ensino só pode ser medida, em primeiro lugar, pelas relações de
trabalho/ensino vigentes nas escolas, fruto de uma correlação entre infra-estrutura e
apoio às atividades docentes-discentes. E é precisamente isso que fica de fora do cálculo
governamental. Como bem pondera o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito
à Educação, Daniel Cara, "O Ideb é um termômetro que revela se o aluno está ou não
assimilando informações fornecidas pelo sistema educacional, mas não considera
aspectos que têm impacto sobre a qualidade, como a valorização dos profissionais e a
infra-estrutura". (1)

Tal critério levou ao grotesco fato, por exemplo, de que uma escola aonde os alunos têm
aulas em containeres, chamada por professores e alunos “escola de lata”, obtivesse um
dos melhores índices do Rio Grande do Sul. Trata-se da Escola Estadual Ismael Chaves
Barcellos, localizada no bairro Galópolis, em Caixas do Sul. (2)

E é, não há dúvida, através da comparação dos índices globais com a realidade local e
regional que a falsidade dos índices oficiais salta à vista. O absurdo estatístico
é evidente, ao observarmos que o todo não é absolutamente retrato do que são cada uma
das suas partes.

Como pode elevar-se o índice nacional quando a maioria dos Estados está
abaixo dele?

Essa é uma pergunta que impõe-se por si. Em todas as três fases avaliadas pelo índice
(4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano do fundamental e 3º ano do ensino médio), pelo menos
16 dos 27 Estados brasileiros estão fora da média nacional de desempenho. No ensino
médio apenas 11 estados estão dentro da média nacional. (3). O que significa isso,
além da constatação da imensa desigualdade regional que assola como uma chaga nosso
país, senão a mentira dos índices comemorados pelo governo e o erro que é toma-los
como critério científico, tal como ocorre com a renda per capita para aferir a realidade
de um dado país?

Enquanto São Paulo e Santa Catarina ostentam média nacional de 4,5 Alagoas registra
média de 2,9, ou seja, menos da metade do índice 6 tido como padrão internacional de
boa qualidade. Aliás, somente 0,09% dos municípios brasileiros (cinco entre 5.498)
atingiram a nota 6 nos anos finais do ensino fundamental em escolas públicas!

O Censo Agropecuário de 2006, divulgado recentemente pelo IBGE, aponta a existência


de 4,6 milhões de analfabetos no campo brasileiro, ou seja, 35, 7% do total de
trabalhadores considerados “ocupados”, mesmo considerando a profunda deturpação
desse índice pelos órgãos oficiais. Como publicamos em matéria no Jornal Estudantes
do Povo nº 12, segundo o Instituto Nacional do Analfabetismo Funcional (INAF) o
analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população brasileira o que, somado aos
7% que são considerados totalmente analfabetos, resulta em 75% da população de nosso
país.

Mas não é apenas a desigualdade regional o que salta à vista. É também a disparidade
entre o ensino público e privado. As provas do SAEB, um dos componentes do IDEB,
possuem escala e grau de dificuldade comum a todas as séries, o que permite a
comparação de alunos de diferentes anos. Comparação feita constatou-se que, ao
concluir o ensino médio, os alunos da rede pública de ensino possuem índice de
rendimento inferior aos que concluem o ensino fundamental na rede privada, ou seja, na
comparação genérica entre rede pública e privada aponta-se para uma defasagem
de três anos daquela em relação a esta! (4)

Não obstante esses números, que jogam luz sobre os métodos nada científicos dos
estatísticos do governo, há quem diga que o simples fato do MEC possibilitar a
publicação de índices comparativos, que sirvam como parâmetro nacional, já é um
importante passo. Mas aí nos perguntamos: para que, afinal de contas, têm servido tais
índices, deturpados em suas nove décimas partes?

Índices de desenvolvimento ou ranking’s para investimento?

Na realidade, a disseminação de ranking’s em todas as esferas do ensino do País, e não


só do ensino aliás, têm como principal objetivo o rankeamento para fins de comparação
de mercado, por um lado, e a obtenção de melhor colocação junto às estatísticas
internacionais, melhor qualificando a “mão-de-obra” brasileira com o objetivo de atrair
os monopólios estrangeiros e seduzi-los com o miserável salário pago aos trabalhadores
de nosso país, por outro.

Ora, é comum vermos universidades particulares quase que obrigando seus alunos a
fazerem cursinhos especiais para o ENADE, e vinculando a nota obtida no mesmo em
campanhas publicitárias.

E mesmo se tomarmos os ranking’s internacionais como parâmetro, a posição do Brasil


nos mesmos é vexatória: quase ao mesmo tempo que louvava o resultado geral do
IDEB 2009, o governo teve de amargar a perda de 12 posições no Índice de
Desenvolvimento Educacional da Unesco, aonde o Brasil ocupa, dentre 128 países,
o 88º lugar. Com isso, o IDE (Índice de Desenvolvimento Educacional) do Brasil, caiu
de 0,901 para 0,883 em uma escala de 0 a 1, o menor entre todos os países do Mercosul.
(5)

A diferença mais gritante aqui, que se impõe a quem queira ver, está na publicidade que
acompanhou a divulgação de uma e de outra estatística.

O ensino de um país semicolonial:

Na realidade as estatísticas oficiais, seja no


campo do ensino mas também no da economia, da demografia e todos os demais, pecam
porque se pautam no particular, nos números absolutos, não podendo admitir o sentido
da realidade, para onde ela aponta, quais são os seus atores, em suma, não podem ver o
processo no seu conjunto porque daí implicam soluções de conjunto, ou seja, a
refutação da miserável ordem vigente. Por isso, por trás de cada estatística divulgada
pelo velho Estado, repousa uma tentativa de falsear a realidade, e devemos nos exercitar
no intento de desnudar essas tentativas.

O que estatística oficial nenhuma pode dizer ou admitir é que somos um país dominado
pelo imperialismo, portanto semicolonial, com fortes traços semifeudais na nossa
economia. Ora, como seria possível entender o caráter do ensino no nosso país senão
que em relação com a realidade que o condiciona?

Temos visto a campanha pelo enxugamento das matérias chamadas vulgarmente


“humanidades” nos currículos dos ensinos médio e básico e a proliferação do ensino
técnico que forma meros “apertadores de parafusos”. Tem sido grande a gritaria,
também, de muitos “economistas” (na verdade, meros repetidores da apologética
imperialista) no sentido de que o Brasil “forma poucos engenheiros”, e de que mais
cursos na área de “tecnologia” devem ser criados. Tudo isso, segundo dizem, como
alavanca do “crescimento econômico”, eufemismo utilizado para falar em rapinagem do
nosso país pelos monopólios estrangeiros. Na realidade, a lógica é uma só:
disponibilizar mão-de-obra relativamente especializada farta e barata ao “mercado”.
Dizemos relativamente porque, uma vez que as transnacionais que aqui se instalam não
agregam conhecimento científico ao País, aos brasileiros formados no ensino superior
bastam conhecimentos rudimentares na aplicação destas tecnologias vindas desde fora.

Essa condição de país semicolonial, e conseqüentemente de um ensino voltado não


à produção de autêntico conhecimento científico, fica clara ao comparar o investimento
estatal médio, por estudante de pós-graduação, do Estado brasileiro com o efetivado por
outros países: enquanto a média dos países-membros da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de US$ 3.765, o gasto em
P&D por aluno no Brasil é de US$227! (6) A Suíça, por exemplo, gasta US$ 9.447
por aluno em pós-graduação. Ora, o que é isso, senão que a economia brasileira calca-se
na completa desnacionalização e está inteiramente dominada pelos monopólios
estrangeiros, que aqui vêm sugar nossos recursos naturais e nossos trabalhadores, ao
passo que a tecnologia empregada na produção vem pronta desde as metrópoles, para
onde também é remetido todo o lucro obtido no País?

Eludir essas questões, não responde-las, significa a não responder coisa alguma.
Devemos dizer que é pura demagogia falar em “revolução pela educação”, uma
demagogia sem limites. Na realidade transformar o ensino em nosso país, de modo
radical, coloca-lo à serviço do povo e do desenvolvimento nacional, é parte da demanda
democrático-nacional nunca completada em nosso país, pelo simples fato de que nunca
houve um processo revolucionário de fato no Brasil, que rompesse com o imperialismo
e as bases podres do sistema latifundiário. A mobilização contra a crise crônica do
ensino em nosso país, em todos os níveis, somente pode ser entendida como parte da
mobilização por transformações mais amplas e radicais em toda a estrutura de classes de
nossa sociedade, na derrocada desse capitalismo burocrático atrelado ao imperialismo e
seu sistema de poder.

Isso, é evidente, nem os burocratas do MEC e nem muitos "críticos à esquerda" do


governo podem entender. E se entendem, não poderão jamais reconhecer.

Notas:
(1) http://revistaeducacao.uol.com.br
(2) sítio G1.globo.com, "Vestibular e Educação", 12/07/2010.
(3) http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao
(4) Folha de São Paulo, reproduzida no sítio da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares.
(5) Sítio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, ANDIFES, 21 de janeiro de 2010.
(6) Sítio do órgão "Inovação", vinculado à UNICAMP.

A Farsa do IDEB

No dia 1º de julho último, o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) divulgaram o resultado do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2009. O resultado, festejado pelo
governo federal, veio a público logo em seguida o anúncio de corte de 1,2 bilhão de
reais do orçamento do Ministério da Educação para o ano de 2010 o que, somado ao
primeiro contingenciamento já efetuado no princípio do ano, já significa uma subtração
de R$ 2,34 bilhões dos já parcos recursos disponibilizados para o MEC no ano corrente.

Fernando Haddad, o ministro mentiroso, já correu aos monopólios de imprensa para


dizer que isso “em nada afetará” o quadro –já crônico- do ensino público no Brasil. O
que torna tudo isso ainda mais monstruoso é o fato, apontado pelo MEPR em recente
artigo, de no final do ano passado o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) ter liberado uma linha de crédito (com juros inferiores ao do mercado)
para as universidades privadas no valor de R$ 1 bilhão, ou seja, concedeu ao ensino
superior privado o equivalente do que subtraiu, pouco meses depois, do orçamento da
pasta da Educação. O argumento do governo Banco Mundial/Lula, endossado pelo
BNDES, foi o mesmo que o utilizado por esse banco estatal para doar dinheiro público
aos gigantes do capital monopolista internacional para que possam sem riscos dilapidar
as riquezas do nosso país: o combate à “crise econômica”.
IDEB: A estatística como instrumento de falsificação da realidade:

No_ndice_de_Desenvolvimento_da_Educao_divulgado_pelaUNESCO_em_2009_Brasi
l_esta_atras_de_todos_seus_vizinhos_sul-americanos O IDEB foi criado pelo INEP
(órgão vinculado ao MEC) em 2007, como um indicador que pudesse medir a qualidade
do ensino público e privado. Segundo disponibilizado na página do INEP, “o indicador
é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e
médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil”. O índice, que
vai de uma escala de 0 a 10, passou a ser contabilizado em 2005. O objetivo do MEC é
que, em 2022, o ensino brasileiro alcance a meta seis. No ano de 2009 o índice
registrado foi de 4,6; 4 e finais, respectivamente. Este foi, acreditem, o resultado
comemorado!

Não obstante, a divulgação de números quantitativos absolutos, tão ao gosto dos


economistas vulgares e gerentes de plantão, tanto na educação quanto em qualquer
campo de análise que se queira, é quase sempre uma fuga ao método científico, uma
maneira de falsear a realidade simplesmente porque joga fora aquilo que há de
essencial, isto é, a qualidade de um dado fenômeno que se queira analisar. Vejamos.

Em primeiro lugar, o índice compara e iguala, para efeitos numéricos, a educação


pública com a privada. Isto, sabemos, somente pode ser digno de um absurdo. Equivale,
na realidade, a distorcer a realidade uma vez que toda criança sabe muito bem o abismo
que separa uma da outra. Outra questão, esta referente ao método, é o fato de se tomar
como ponto de apoio para o cálculo os resultados do Sistema de Avaliação da Educação
Básica e a Prova Brasil acrescidos aos dados de aprovação escolar fornecidos pelo
Censo Escolar, EDUCENSO.

Quanto às referidas provas, além do nível exigido ser bastante questionável, limitam-se
às disciplinas de português e matemática, passando longe de abranger o conjunto de
conhecimentos aos quais as crianças e jovens possuem direito a ter acesso; quanto a
tomar por referência os índices de aprovação escolar, aferidos pelo EDUCACENSO, é
algo ainda mais grave: sabemos que em não poucos municípios brasileiros rege a
famigerada aprovação automática, muitas vezes maquiada com chamados “ciclos de
aprendizagem”. Tomar tais índices genéricos de aprendizagem, per si, não só legitima
tais práticas como inclusive seduz a que as secretarias de educação os tomem como
regra, a fim de mascarar os números a favor dos interesses locais, tanto de verbas como
eleitorais. E não é só isso.

Infra_estrutura_no__considerada_como_critrio_pelo_IDEB Para qualquer pesquisador


rigoroso, a qualidade do ensino só pode ser medida, em primeiro lugar, pelas relações
de trabalho/ensino vigentes nas escolas, fruto de uma correlação entre infra-estrutura e
apoio às atividades docentes-discentes. E é precisamente isso que fica de fora do cálculo
governamental. Como bem pondera o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito
à Educação, Daniel Cara, "O Ideb é um termômetro que revela se o aluno está ou não
assimilando informações fornecidas pelo sistema educacional, mas não considera
aspectos que têm impacto sobre a qualidade, como a valorização dos profissionais e a
infra-estrutura". (1)
Tal critério levou ao grotesco fato, por exemplo, de que uma escola aonde os alunos têm
aulas em containeres, chamada por professores e alunos “escola de lata”, obtivesse um
dos melhores índices do Rio Grande do Sul. Trata-se da Escola Estadual Ismael Chaves
Barcellos, localizada no bairro Galópolis, em Caixas do Sul. (2)

E é, não há dúvida, através da comparação dos índices globais com a realidade local e
regional que a falsidade dos índices oficiais salta à vista. O absurdo estatístico é
evidente, ao observarmos que o todo não é absolutamente retrato do que são cada uma
das suas partes.
Como pode elevar-se o índice nacional quando a maioria dos Estados está abaixo dele?

Essa é uma pergunta que impõe-se por si. Em todas as três fases avaliadas pelo índice
(4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano do fundamental e 3º ano do ensino médio), pelo menos
16 dos 27 Estados brasileiros estão fora da média nacional de desempenho. No ensino
médio apenas 11 estados estão dentro da média nacional. (3). O que significa isso, além
da constatação da imensa desigualdade regional que assola como uma chaga nosso país,
senão a mentira dos índices comemorados pelo governo e o erro que é toma-los como
critério científico, tal como ocorre com a renda per capita para aferir a realidade de um
dado país?

Enquanto São Paulo e Santa Catarina ostentam média nacional de 4,5 Alagoas registra
média de 2,9, ou seja, menos da metade do índice 6 tido como padrão internacional de
boa qualidade. Aliás, somente 0,09% dos municípios brasileiros (cinco entre 5.498)
atingiram a nota 6 nos anos finais do ensino fundamental em escolas públicas!

O Censo Agropecuário de 2006, divulgado recentemente pelo IBGE, aponta a existência


de 4,6 milhões de analfabetos no campo brasileiro, ou seja, 35, 7% do total de
trabalhadores considerados “ocupados”, mesmo considerando a profunda deturpação
desse índice pelos órgãos oficiais. Como publicamos em matéria no Jornal Estudantes
do Povo nº 12, segundo o Instituto Nacional do Analfabetismo Funcional (INAF) o
analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população brasileira o que, somado aos
7% que são considerados totalmente analfabetos, resulta em 75% da população de nosso
país.

Mas não é apenas a desigualdade regional o que salta à vista. É também a disparidade
entre o ensino público e privado. As provas do SAEB, um dos componentes do IDEB,
possuem escala e grau de dificuldade comum a todas as séries, o que permite a
comparação de alunos de diferentes anos. Comparação feita constatou-se que, ao
concluir o ensino médio, os alunos da rede pública de ensino possuem índice de
rendimento inferior aos que concluem o ensino fundamental na rede privada, ou seja, na
comparação genérica entre rede pública e privada aponta-se para uma defasagem de três
anos daquela em relação a esta! (4)

Não obstante esses números, que jogam luz sobre os métodos nada científicos dos
estatísticos do governo, há quem diga que o simples fato do MEC possibilitar a
publicação de índices comparativos, que sirvam como parâmetro nacional, já é um
importante passo. Mas aí nos perguntamos: para que, afinal de contas, têm servido tais
índices, deturpados em suas nove décimas partes?
Índices de desenvolvimento ou ranking’s para investimento?
Na realidade, a disseminação de ranking’s em todas as esferas do ensino do País, e não
só do ensino aliás, têm como principal objetivo o rankeamento para fins de comparação
de mercado, por um lado, e a obtenção de melhor colocação junto às estatísticas
internacionais, melhor qualificando a “mão-de-obra” brasileira com o objetivo de atrair
os monopólios estrangeiros e seduzi-los com o miserável salário pago aos trabalhadores
de nosso país, por outro.

Ora, é comum vermos universidades particulares quase que obrigando seus alunos a
fazerem cursinhos especiais para o ENADE, e vinculando a nota obtida no mesmo em
campanhas publicitárias.

E mesmo se tomarmos os ranking’s internacionais como parâmetro, a posição do Brasil


nos mesmos é vexatória: quase ao mesmo tempo que louvava o resultado geral do IDEB
2009, o governo teve de amargar a perda de 12 posições no Índice de Desenvolvimento
Educacional da Unesco, aonde o Brasil ocupa, dentre 128 países, o 88º lugar. Com isso,
o IDE (Índice de Desenvolvimento Educacional) do Brasil, caiu de 0,901 para 0,883 em
uma escala de 0 a 1, o menor entre todos os países do Mercosul. (5)

A diferença mais gritante aqui, que se impõe a quem queira ver, está na publicidade que
acompanhou a divulgação de uma e de outra estatística.
O ensino de um país semicolonial:

No_Rio_que_teve_baixo_ndice_no_IDEB_a_polcia_militar_aopnta_arma_para_profess
ores_durante_manifestao_por_melhores_condies_de_trabalho Na realidade as
estatísticas oficiais, seja no campo do ensino mas também no da economia, da
demografia e todos os demais, pecam porque se pautam no particular, nos números
absolutos, não podendo admitir o sentido da realidade, para onde ela aponta, quais são
os seus atores, em suma, não podem ver o processo no seu conjunto porque daí
implicam soluções de conjunto, ou seja, a refutação da miserável ordem vigente. Por
isso, por trás de cada estatística divulgada pelo velho Estado, repousa uma tentativa de
falsear a realidade, e devemos nos exercitar no intento de desnudar essas tentativas.

O que estatística oficial nenhuma pode dizer ou admitir é que somos um país dominado
pelo imperialismo, portanto semicolonial, com fortes traços semifeudais na nossa
economia. Ora, como seria possível entender o caráter do ensino no nosso país senão
que em relação com a realidade que o condiciona?

Temos visto a campanha pelo enxugamento das matérias chamadas vulgarmente


“humanidades” nos currículos dos ensinos médio e básico e a proliferação do ensino
técnico que forma meros “apertadores de parafusos”. Tem sido grande a gritaria,
também, de muitos “economistas” (na verdade, meros repetidores da apologética
imperialista) no sentido de que o Brasil “forma poucos engenheiros”, e de que mais
cursos na área de “tecnologia” devem ser criados. Tudo isso, segundo dizem, como
alavanca do “crescimento econômico”, eufemismo utilizado para falar em rapinagem do
nosso país pelos monopólios estrangeiros. Na realidade, a lógica é uma só:
disponibilizar mão-de-obra relativamente especializada farta e barata ao “mercado”.
Dizemos relativamente porque, uma vez que as transnacionais que aqui se instalam não
agregam conhecimento científico ao País, aos brasileiros formados no ensino superior
bastam conhecimentos rudimentares na aplicação destas tecnologias vindas desde fora.
Essa condição de país semicolonial, e conseqüentemente de um ensino voltado não à
produção de autêntico conhecimento científico, fica clara ao comparar o investimento
estatal médio, por estudante de pós-graduação, do Estado brasileiro com o efetivado por
outros países: enquanto a média dos países-membros da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de US$ 3.765, o gasto em P&D por aluno no
Brasil é de US$227! (6) A Suíça, por exemplo, gasta US$ 9.447 por aluno em pós-
graduação. Ora, o que é isso, senão que a economia brasileira calca-se na completa
desnacionalização e está inteiramente dominada pelos monopólios estrangeiros, que
aqui vêm sugar nossos recursos naturais e nossos trabalhadores, ao passo que a
tecnologia empregada na produção vem pronta desde as metrópoles, para onde também
é remetido todo o lucro obtido no País?

Eludir essas questões, não responde-las, significa a não responder coisa alguma.
Devemos dizer que é pura demagogia falar em “revolução pela educação”, uma
demagogia sem limites. Na realidade transformar o ensino em nosso país, de modo
radical, coloca-lo à serviço do povo e do desenvolvimento nacional, é parte da demanda
democrático-nacional nunca completada em nosso país, pelo simples fato de que nunca
houve um processo revolucionário de fato no Brasil, que rompesse com o imperialismo
e as bases podres do sistema latifundiário. A mobilização contra a crise crônica do
ensino em nosso país, em todos os níveis, somente pode ser entendida como parte da
mobilização por transformações mais amplas e radicais em toda a estrutura de classes de
nossa sociedade, na derrocada desse capitalismo burocrático atrelado ao imperialismo e
seu sistema de poder.

Isso, é evidente, nem os burocratas do MEC e nem muitos "críticos à esquerda" do


governo podem entender. E se entendem, não poderão jamais reconhecer.

sábado, 12 de junho de 2010


Reproduzimos documento do MEPR sobre cortes nas verbas da educação
pública

Governo Banco-Mundial/Lula anuncia corte de R$1 bi na Educação:

Magnatas_do_ensino_privado_de_nada_podem_reclamar Em plena euforia pela


realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e em meio a mais uma bilionária
campanha eleitoral, o governo do oportunista-mor Luis Inácio anunciou mais um fato
que desmascara bem a que serve exatamente o gerenciamento do velho Estado pela
“esquerda oportunista”: o corte de mais 1,2 bilhão no orçamento do Ministério da
Educação para 2010, tornado público em 31 de maio último.

Diga-se de passagem, inclusive, que este já é o segundo corte na pasta desde o início do
ano: logo após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso Nacional o governo
já havia anunciado redução em relação ao estabelecido –o tradicional
contingenciamento. No total, o orçamento do Ministério da Educação será R$2,34
bilhões menor que o valor aprovado pelo Congresso. O ministro demagógico Fernando
Haddad, um dos mais escolados demagogos deste gerenciamento oportunista, logo
correu a dizer que isso em nada compromete seus “projetos”...De fato, se a intenção é
radicalizar ainda mais a proliferação do ensino privado e o processo de sucateamento
das instituições públicas de ensino, pode-se dizer que não há nada de novo no front.

Não é desnecessário dizer que enquanto o MEC foi atingido com um segundo corte de
verbas outros Ministérios, digamos assim, “estratégicos” (do ponto de vista dos
monopólios que governam o país, claro), viram ocorrer o inverso: um incremento em
seus recursos. Foi esse o caso dos Ministérios do Turismo, da Agricultura e dos
Esportes. É evidente que um mínimo de raciocínio lógico nos permite compreender o
porquê: o Ministério do Turismo e o dos Esportes estão em profunda relação um com o
outro, visto que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são as meninas dos olhos dos
empreiteiros, especuladores e governantes de plantão, oportunidade singular que
representam tanto de lucros fabulosos quanto de que se cometam as mais bárbaras
atrocidades contra a população pobre das grandes cidades. E o Ministério da Agricultura
que, todos sabem, é a casa-grande dos escravocratas de nosso tempo, aonde se
conjugam os interesses da claque latifundiária de velho e de novo tipo que, aliás, segue
representando o principal setor da pauta de exportação do capitalismo burocrático
brasileiro.

O que é ainda mais criminoso é que, quase ao mesmo tempo em que anuncia com uma
mão o corte de mais de R$ 2 bilhões na educação em menos de seis meses, o sr.Luis
Inácio assinou com a outra a doação, na prática, de R$1 bilhão para os tubarões do
ensino privado. O que ocorre é que no ano passado o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (cuja função inicial seria financiar a indústria
nacional e que se transformou no maior capitalizador dos principais monopólios
imperialistas instalados no País) liberou uma linha de financiamento, no valor de R$1
bilhão, para as universidades privadas. Tal linha de financiamento, oferecida com juros
bem abaixo daqueles estipulados pelo Banco Central (que são os mais altos do mundo),
terá duração de cinco anos e, segundo matéria divulgada pela Folha de São Paulo em
agosto de 2009, teria como objetivo “ajudar as instituições para diminuir os efeitos da
crise econômica”. Tal linha de financiamento, pode-se dizer, é verdadeira doação, visto
que o dinheiro poderá ser usado pelos tubarões do ensino privado da maneira como
quiserem, inclusive para pagamento de dívidas anteriores.

Trocando em miúdos: o corte anunciado em maio último equivale exatamente à doação


ao ensino privado anunciada em agosto de 2009. Pode algo ser mais escandaloso do que
isso?

Sim, pode. É a traição da UNE e da quadrilha que a dirige, que é verdadeira tropa de
choque das medidas adotadas pelo imperialismo contra o ensino público brasileiro, em
todos os seus níveis. Ora, não estão eles abocanhando um belo quinhão das migalhas
que caem das mesas daqueles a quem servem? E, diga-se de passagem, do próprio
orçamento de que dispõe efetivamente o MEC grande parte não chega a ser utilizado no
ensino público, perdendo-se na imensa máquina de licitações e corrupção que
caracteriza o velho Estado brasileiro, ou sendo aplicada abertamente no ensino privado,
como no caso do PROUNI.

É necessário entender que a tarefa urgente dos estudantes brasileiros é seguir em


permanente mobilização, uma vez que é claro que o desmonte do ensino público é uma
política de Estado, teleguiada desde a metrópole ianque. Sem uma permanente luta,
contra o gerente de plantão e, ao mesmo tempo, contra o oportunismo de todo tipo, não
será possível liberar as imensas energias da juventude brasileira, no sentido de
empreender maiores e mais radicalizadas jornadas de luta. E sem luta, muita luta, afinal
de contas, não será possível alterar os sombrios rumos projetados para as escolas e
universidades públicas nos próximos anos.

ABAIXO A CONTRA-REFORMA DO BANCO-MUNDIAL!


PREPARAR A GREVE GERAL!
REBELAR-SE É JUSTO!
Postado por MOCLATE às 15:55 0 comentários

CARTA DO MOCLATE AOS ESTUDANTES DAS UNIVERSIDADES


PÚBLICAS, PRINCIPALMENTE AOS ESTUDANTES DOS
CURSOS DE LICENCIATURAS E DE PEDAGOGIA

O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação foi criado em


novembro de 2008, em um encontro nacional. Após analisar a relação entre a educação,
as políticas educacionais, a realidade das condições de trabalho nas escolas e o tipo de
capitalismo no país, o encontro decidiu pela criação do movimento. Em 2009, no
segundo encontro nacional houve uma maior densidade das afirmações da linha
classista, inclusive contando com a participação do movimentos estudantil, operário e
camponês. O MOCLATE continua levando a discussão classista, sem separar teoria e
prática, para dentro das escolas públicas brasileiras e organizando escolas populares
junto com os movimentos de massas em luta. (Conheça a carta de princípios da
organização do MOCLATE e outras informações no blog: moclatel.blogspot.com)
O MOCLATE conclama os estudantes brasileiros em geral, e em especial os estudantes
dos Cursos de Licenciatura, Formação de Professores e Pedagogos a se mobilizarem e a
se organizarem em defesa da educação pública brasileira e da melhoria nas suas
condições de trabalho, contra o seu acentuado grau de ruína e sucateamento decorrentes
das “reformas educacionais” do Banco Mundial executadas pelo gerenciamento de Luiz
Inácio (FMI-PT). O sucateamento e a precarização das instituições públicas de ensino,
desde as universidades com os cursos de graduação e de pós-graduação que oferecem,
até a educação básica dos ensinos fundamental, médio, profissionalizante, da educação
infantil e das creches, é parte da essência do que são as políticas deste velho estado e o
seu sistema de poder, das classes parasitárias do povo e o seu sistema de governo sob o
gerenciamento do oportunismo. As “reformas educacionais” ditadas pelo Banco
Mundial, tais como “PCNs” e “Diretrizes Curriculares“ (gerência FHC), “PROUNI” e
“REUNI” (gerência Luiz Inácio), só servem para impor uma educação domesticadora,
servindo aos interesses do capital monopolista, da dominação do nosso país sob a forma
de semicolônia e da exploração de nosso povo.

Capitalismo burocrático e a realidade da educação no Brasil


O capitalismo brasileiro é um capitalismo burocrático. E o que isso significa? E o que
tem a ver com o modelo de educação vigente no país? O capitalismo burocrático é o
capitalismo implantado pelos países imperialistas nos países colonizados e semi-
colonizados. É esse o tipo de capitalismo presente no Brasil e em todos os países
dominados pelo imperialismo que não lograram realizar suas revoluções burguesas. Na
era do imperialismo, que é a era dos monopólios, a era do capitalismo agonizante, a era
da partilha do mundo por um pequeno número de países imperialistas, o modelo
burocrático de capitalismo nos países dominados determina os tipos de relações sociais
de produção em todos os níveis: na agricultura, na indústria, na ciência e tecnologia, na
cultura e na ideologia; gera os modelos pedagógicos de todas as instituições de ensino.
A crescente desnacionalização e privatização da economia brasileira, a entrega das
riquezas das reservas naturais e da produção brasileira aos monopólios e ao sistema
financeiro, com o mais acentuado grau de rapinagem do país pelo imperialismo em
curso, são as características básicas do tipo de capitalismo burocrático e do seu estado.
Um estado que representa um sistema de poder da burguesia e dos latifundiários
serviçais do imperialismo, cujo sistema de governo está há oito anos sob o
gerenciamento do oportunismo FMI-PT. O que é verificado no campo da economia é
reproduzido no processo de adoção dos modelos pedagógicos, dos currículos, da
organização do ensino e do controle das ciências a partir de sua legitimação pelos
mesmos monopólios sediados nos países imperialistas. Um processo determina o outro.
Um país dominado em termos da produção e da economia é um país que tem o seu
sistema educacional também sob dominação. É assim que é exercido o controle pelo
Banco Mundial sobre os planos, os programas, os custos e a epistemologia da formação
dos sistemas educacionais brasileiros, transmitidos pelo MEC e pelas secretarias
estaduais e municipais de educação.
O movimento classista dos trabalhadores intelectuais e cientistas precisa se por na
contra-corrente dessa dominação e dessa determinação. Como afirma Marx, em A
Guerra Civil na França, sobre a necessidade de “fazer da ciência um instrumento não de
dominação de classe, mas sim uma força popular; fazer dos próprios cientistas não
alcoviteiros dos prejuízos de classe parasitas do estado à espera de bons lugares e
aliados do capital, mas sim agentes livres do espírito.” Para Marx, “a ciência só pode
jogar seu verdadeiro papel na República do Trabalho”. Assim na república do capital
onde as ciências foram convertidas em forças produtivas capitalistas, os cientistas só
podem ser verdadeiramente reconhecidos como tais se assumirem o papel de esclarecer
as leis que entravam o próprio desenvolvimento da ciência e todo o seu potencial
libertador.
As instituições científicas e escolares com os tipos de cursos e os seus respectivos
currículos, desde a educação infantil até o mais alto grau da pós-graduação, sofrem a
determinação da estrutura das classes sociais em luta. Para exemplificarmos as
condições de trabalho nas escolas públicas brasileiras tomemos a realidade concreta da
educação de um dos seus estados, o Paraná:
A educação básica neste Estado que tem como gerente de turno o senhor Roberto
Requião que assume, por sua vez, a posição de um velho caudatário do gerenciamento
de Luiz Inácio, sofre das mesmas ruínas em suas escolas: 1) uma escola com salas de
aula superlotadas; 2) professores sobrecarregados de trabalho e sem carga-horária
suficiente para preparar aulas, pesquisar, estudar e desenvolver planejamentos e
avaliações do seu trabalho de modo interdisciplinar com os seus colegas (hora-
atividade); 4) equipe pedagógica em número insuficiente de profissionais para o
desenvolvimento da organização do trabalho pedagógico e permanentemente solicitada
para atender demandas burocráticas da SEED; 5) estruturas físicas sucateadas das
escolas sem condições de permanência e de trabalho do corpo docente e dos
funcionários fora das salas de aula; 6) falta de laboratórios e defasagem de
equipamentos atualizados para desenvolvimento de aulas práticas em todas as áreas; 7)
falta de pessoal de apoio técnico como bibliotecários, nutricionistas, técnicos de
laboratórios, merendeiros, psicólogos, especialistas em educação especial (DV, DA, DF,
DM, entre outros); 8) falta de mais profissionais concursados e um grande número de
professores com contratos temporários, precários e sem direitos trabalhistas; 9) baixos
salários em todas as faixas da carreira dos servidores – a começar pelos professores cujo
salário inicial após concluir a graduação e ser aprovado em concurso receberá a bagatela
de R$ 737,95 por 20 horas de trabalho.
Todo esse quadro torna a escola um ambiente por vezes doentio. Trata-se de uma
enfermidade social gerada pelas próprias políticas educacionais. Um grande número de
professores tem sido afastado do trabalho para tratamento de doenças adquiridas em
face dessas condições nas escolas. O que se observa em termos das condições de
trabalho nas escolas do Paraná é parte do que ocorre no resto do país.
Esse quadro contrasta com a enganosa propaganda governamental. Os senhores Luiz
Inácio, no gerenciamento nacional, e Roberto Requião, no gerenciamento da política
provincial, gastam milhões em propaganda para tentar convencer as mentes do povo que
fazem o que podem para a educação, e que ela está melhorando. É esse o tipo de
melhora. Cumprindo o papel de serviçais de turno da burguesia, os oportunistas na
direção estadual da APP-SINDICATO, dos trabalhadores em educação pública do
Paraná, se limitam a organizar atos em conjunto com a SEED e com o MEC como a
“CONAE” e a propor a criação de “comissões e grupos de trabalho” para encaminhar as
decisões como a de “avaliação de desempenho” de funcionários. É para isso que serve o
oportunismo na direção desses sindicatos.

Educação Científica e Escola em Período Integral


Erguendo a bandeira da educação científica e em defesa de uma escola pública de
qualidade socialmente referenciada e articulada com os interesses da classe
trabalhadora, o MOCLATE defende a escola em período integral e a melhoria das
condições de trabalho na educação em todos os níveis. Defende que algumas garantias
já conquistadas pelos professores das universidades públicas, como os contratos de
Dedicação Exclusiva e a distribuição da carga-horária de 40 horas entre ensino,
pesquisa e extensão, e atendimento a alunos, preparação de aulas e avaliação, sejam
também estendidas aos professores e pedagogos da educação básica. Essas conquistas
dos professores universitários estão seriamente ameaçadas pela “reforma universitária”
FMI-Lula-Banco Mundial.
A escola em período integral interessa aos trabalhadores brasileiros, em geral, e o
MOCLATE assume essa luta. Para a sua implantação é necessário abrir novos
concursos que pelo menos dobrem o número de professores e funcionários das escolas.
É necessário construir novas escolas e reformar as atuais, dotando-lhes de todas as
estruturas capazes de atender alunos e funcionários, restaurantes, cozinhas, bibliotecas,
enfermarias, espaço de lazer e recreação, boas salas de aula, laboratórios de ensino e
aprendizagem de todas as disciplinas, salas de permanência e estudos para os
professores, pedagogos e demais funcionários, hortas escolares, auditório para a
realização de eventos culturais, científicos e de interesse da comunidade.

A Escola Popular
A organização das Escolas Populares é a forma mais efetiva dos trabalhadores em
educação e dos estudantes para apoiar o desenvolvimento da luta classista em nosso
país. A realidade dessa luta demanda mais e mais estudantes e professores no apoio e no
desenvolvimento desse tipo de escolas no campo, principalmente onde o movimento
classista camponês vem se organizando para tomar terra, tomando-as e distribuindo-as a
quem delas precisam para plantar, colher e viver. A escola popular assume o classismo
como linha mestra do seu desenvolvimento pedagógico, centrando na disciplina e na
coletividade dos seus membros para a formação intelectual, científica, política e
produtiva.
A Luta de Classes no Campo
O sistema latifundiário brasileiro assassina, grila e manda matar há séculos. Para isso
conta com o apoio dos “governantes” e do “judiciário”. Enquanto isso a “reforma
agrária” anunciada pelos gerentes de turno do estado burocrático-latifundiário não sai
do papel. Cresce a organização e a temperatura de luta de classes no campo que
demanda por uma revolução agrária. O movimento camponês classista e combativo
segue avançando tomando terras e distribuindo-as a quem nelas trabalha. De acordo
com o Editorial do Jornal A Nova Democracia, no gerenciamento de Luiz Inácio “se
promove a mais intensa perseguição aos camponeses em luta pela terra”. Se no
gerenciamento de FHC foram assassinados 204 camponeses (contados a partir de 1997),
sendo 77 na região Amazônica, no gerenciamento de Luiz Inácio já foram 222
camponeses assassinados até agosto de 2009, sendo 121 só na região amazônica
(www.anovademocracia.com.br). Esses assassinatos de camponeses retratam a luta de
classes no campo; são também a comprovação de que há uma região onde essa luta
assume principalidade: a Região Amazônica. Eles também são a prova inconteste da
ação criminosa dos latifundiários e do seu estado. O MOCLATE entende que não é
possível mudar nosso país sem revolucionar sua estrutura agrária, por isso apóia a
revolução agrária e conclama os estudantes a organizarem comitês de apoio aos
camponeses na sua luta e organização pela destruição de todos os latifúndios e
distribuição de terras a quem nela trabalha, denunciando os crimes do latifúndio e do
seu velho estado.
O MOCLATE conclama ainda os estudantes a erguerem a bandeira do classismo e a
organizarem em torno dela o seu verdadeiro movimento estudantil combativo, apoiando
o movimento operário e camponês na luta pelas grandes e vitoriosas batalhas em curso
para destruir parte por parte o sistema de poder das classes exploradoras e o seu velho
estado. Um estado burocrático, burguês e latifundiário a serviço do imperialismo. A
destruição desse velho poder e a edificação do novo poder, das massas e para as massas,
que tem como primeiro conteúdo a destruição do sistema latifundiário sob a bandeira da
revolução agrária e distribuição de terra a quem nela trabalha, é tarefa não só dos
operários e camponeses, mas também de todos os estudantes filhos do povo brasileiro e
de todos os intelectuais sérios. Sem a destruição de todos os latifúndios não há
desenvolvimento. Destruir o latifúndio é parte da revolução de nova democracia para a
edificação de uma nova economia, uma nova política e uma nova cultura, sob a
hegemonia do proletariado organizado a partir da aliança operário-camponesa.

Viva o classismo nos Movimentos Populares!

Viva a nova intelectualidade formada por estudantes, professores e demais


trabalhadores em educação comprometidos com o desenvolvimento das ciências, do
pensamento livre que sirva ao povo brasileiro!

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