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UNA

COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

FREDERICO MARTINI

2011
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UNIDADE 1 – Introdução ao comércio exterior e ao comércio internacional

1) Comércio Exterior, Comércio Internacional e Negócios Internacionais

Comércio exterior: normas e regras que regem a política de comércio exterior de cada
país.

Comércio internacional: é a efetiva troca de mercadorias, serviços e transferências


monetárias entre países.

Negócios internacionais: conceito mais abrangente, engloba a produção de empresas


internacionais em outros países.

2) Estrutura normativa e auxiliares do Comércio Exterior Brasileiro

Existem órgãos do governo especializados em coordenar e normatizar a política e a


sistemática de Comércio Exterior no Brasil, assumindo assim, um papel de órgãos
intervenientes nessa contextualização.

a) Secretaria de Comércio Exterior e Decex


b) Banco Central do Brasil
c) Secretaria da Receita Federal

Porém, existem outros órgãos auxiliares do Comércio Exterior que auxiliam os órgãos
normativos e fiscalizadores que foram listados acima. Alguns deles são:

a) Itamaraty
b) Câmaras de Comércio
c) Federações de Comércio e Indústria dos Estados

3) Radar

A empresa que deseja importar ou exportar deve ter seu contrato social alterado e deve
incluir a atividade importadora e exportadora. Após essa etapa, ela deve ser credenciada no
RADAR (SRF). Vale ressaltar que há 2 tipos de habilitação, considerando o levantamento
financeiro da empresa:

a) Primeira monta: operações de pequenos valores. Trata-se de um radar simplificado.


b) Segundo monta: operações de valores consideráveis.

Os documentos necessários para o cadastramento são:

- 01 CD com formulários financeiros preenchidos;


- 01 Original do Requerimento para habilitação simplificada no siscomex , (assinado com
firma reconhecida);
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- 01 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) referente 2006
(autenticado);
- 01 Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) referente 2006
(autenticado);
- 01 Original autenticada dos documentos pessoais do responsável IDENTIDADE / CPF
(autenticado);
- 01 Original do comprovante de endereço do responsável (do mês anterior) (autenticado);
- 01 Original do comprovante de endereço do imóvel locado (do mês anterior)
(autenticado);
- 01 Cópia dos atos constitutivos da pessoa jurídica, ou de sua última consolidação, e
alterações realizadas nos últimos dois anos; (autenticado);
- 01 Certidão simplificada da Junta Comercial expedida há, no máximo, noventa dias;
(autenticado);
- 01 Certidão simplificada da Junta Comercial expedida há, no máximo, noventa dias;
(autenticado);

Vale lembrar que todos os documentos devem ser autenticados.

A Receita Federal leva, em média 15 dias de análise e 20 dias para liberar a senha para o
diretor da empresa. Após essa etapa, a empresa deve adquirir o cartão magnético, para que
a empresa seja interligada ao Siscomex.

4) Siscomex

Siscomex é a abreviação de Sistema Integrado de Comércio Exterior. Ele é uma sistemática


administrativa que integra, on line, as atividades da SCE, BACEN e SRF.

Nesse sistema, a empresa importadora / exportadora ou seu representante legal, irão lançar
os todos os dados da operação, fazendo assim, no caso das importações, a LI (caso seja
necessária)e a DI. No caso das exportações, serão confeccionadas a DDE e a RE.

No caso da importação, temos um sistema chamado Sistema Integrado de Gerência do


Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento de Cargas de Importação – MANTRA. Esse
sistema agiliza o processo de liberação de cargas importadas, informa quais cargas aéreas
chegaram em zona primária ou que foram removidas para a zona secundária, bem como as
avarias que, por algum acaso, tenham ocorrido à carga.

5) Siscarga

No transporte marítimo temos o Siscarga. É um sistema onde o agente de cargas, co-loader


(caso ele esteja na negociação)e o armador devem lançar, antes da chegada no navio, os
dados pertinentes à cada um, como nr. de MBL, HBL, informações da carga e NCM (4
primeiros dígitos), nome do navio, datas, entre outras.

Quando a carga chega no terminal, aguarda-se a vistoria de avaria e a partir daí, no caso de
embarque LCL, a carga é desovada no próprio terminal. Considerando embarque FCL, a
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mesma pode ser desovada no terminal ou removida em trânsito para uma outra zona
alfandegada.

O CE da Marinha Mercante é gerado quando todas as partes envolvidas lançam seus dados
no Siscarga e após a presença de carga , ser lançada pelo Terminal.

A partir daí paga-se a Marinha Mercante para que a carga seja liberada após o processo de
liberação da carga ou para que a mesma sofra início de trânsito.

6) Momentos de fechamento de câmbio na exportação

Para entendermos bem esse item a ser estudado, vamos entender o que significa câmbio.

Câmbio é a troca de moedas, ou seja, quando o exportador irá receber o valor da venda de
seus produtos, o banco converte em moeda nacional as divisas enviadas pelo importador.

Há 3 momentos nas operações de câmbio:

a) Contratação do câmbio: quando o exportador fecha o câmbio com o seu banco,


assinando o contrato juntamente a esse, antes ou após o embarque da carga. Dessa
forma, uma vez contratado o câmbio, o exportador deverá assumir o compromisso
de negociar com o banco as divisas originadas da operação de exportação.
b) Negociação: o exportador, no momento certo, deverá providenciar o conjunto de
documentos originais exigidos pelo importador e negociar com o banco. Nesse caso,
o banco irá protocolar a carta de entrega feita pelo exportador, comprovando assim
o cumprimento das obrigações do exportador de entregar ao banco a documentação
original.
c) Liquidação: após o importador remeter as divisas ao banco do exportador, esse
deverá liquidar a operação junto ao seu banco.

Cabe o exportador escolher o melhor banco para trabalhar levando em consideração aquele
que lhe oferece as melhores taxas. Além disso, o exportador é quem decide sobre qual
forma de pagamento é mais conveniente. Tudo isso faz com que a operação cambial seja
considerada como uma operação financeira, onde a palavra “prejuízo” não deve fazer parte
do contexto.

7) Documentos internacionais

Quando estamos negociando com outros países precisamos dos originais de certos
documentos, indispensáveis para o pagamento da mercadoria negociada. Tais documentos
serão entregues a bancos ou diretamente ao importador, dependendo da modalidade de
pagamento, e estão listados abaixo:

a) Fatura comercial (pag.05): é emitida pelo exportador e deve conter todas as


informações da negociação, como modalidade de pagamento, modalidade de venda,
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preço unitário da mercadoria, valor total, meio de transporte, quantidade de volumes,
dimensões dos mesmos, embalagem e dados completos do exportador e importador. Sem
esse documento o importador não poderá fazer o desembaraço aduaneiro.

b) Conhecimento de embarque: é o documento que comprova o embarque da


mercadoria para o país importador. Para cada meio de transporte temos um
conhecimento específico como, por exemplo, no transporte internacional aéreo
temos o AWB – Air Way Bill, no marítimo temos o B/L – Bill of Lading, no
transporte internacional ferroviário ou rodoviário, que são chamados de
Conhecimento Internacional de Transporte Ferroviário ou Rodoviário. Esse
documento representa as mercadorias que nele constam e é um contrato de
transporte.

c) Packing list: também conhecido como Romaneio (pag.06) esse documento auxilia
as pessoas que trabalham com a movimentação de cargas, além de facilitar a
identificação das mercadorias nas alfândegas. Nesse documento deve constar a
discriminação da carga e listar os volumes que serão embarcados, a quantidade dos
mesmos, pesos líquidos e bruto, dimensões e marcação dos volumes.

d) Certificado de origem: é emitido quando o importador exige pois, dependendo do


que está sendo comercializado e com qual país, podem haver acordos internacionais
que garantam benefícios ao produto em questão. Dessa forma, sem o certificado de
Origem comprovando a origem da mercadoria que está sendo exportada, o
importador não tem os benefícios que tem direito no momento da liberação
aduaneira. Entre os certificados mais usados, temos:

- Certificado de origem comum: como qualquer outro certificado, comprova a


origem da mercadoria para os países que exigem tal documento, mesmo sem haver
algum benefício fiscal para o importador. No Brasil, é emitido pelas Federações da
Indústria e Comércio dos estados.

- Certificado de origem ALADI: é um documento também emitido pelas Federações


da Indústria e Comércio dos estados com o objetivo de comprovar a origem de um
produto comercializado dentro do acordo internacional ALADI. Dessa forma, os
produtos que forem negociados no âmbito da ALADI precisam desses certificados
para garantir os benefícios fiscais ao importador pertencente a um país membro do
acordo.

- Certificado de origem MERCOSUL: tem as mesmas características e objetivos do


Certificado de Origem ALADI, porém, ele é usado para os países pertencentes ao
MERCOSUL.

- Certificado de Origem SGP: o Sistema Geral de Preferências é um outro acordo


internacional, que foi firmado entre países industrializados com os em
desenvolvimento. Dessa forma, as importações feitas pelos países industrializados,
provenientes dos países em desenvolvimento e que fazem parte desse acordo sofrem
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reduções tarifárias totais ou parciais, desde que acompanhadas desse Certificado,
emitido pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, uma vez que no Brasil é
essa secretaria responsável pela administração do SGP, através do DEINT –
Departamento de Negociações Internacionais. Os países outorgantes são: Austrália
(que não concede benefício ao Brasil), Bielorússia, Bulgária, Canadá, USA, Porto
Rico, Federação Russa, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Suíça, Turquia e os
integrantes da União Européia: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia,
França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Reino Unido, Irlanda,
Suécia, Alemanha, Eslovênia, Eslováquia, Hungria, Polônia, República Tcheca,
Letônia, Estônia, Lituânia, Malta, Chipre e também, aqueles que constituem o
território aduaneiro comunitário: Mônaco, Ilhas Canárias, Ilhas Aland, Madeira,
Açores, Guadalupe, Martinica, Guiana Francesa e Ilha da Reunião.

Os produtos beneficiados pelas regras de origem se encontram nas listas positivas


concedidas e estabelecidas por cada país outorgante e, uma vez que os países tem
total autonomia para alterar os produtos que concedem ou não (listas negativas)
benefícios (totais ou parciais), conclui-se que nem todos os produtos tem direito ao
tratamento preferencial no âmbito do SGP. Vale dizer que no site do DEINT, pode-
se obter o acesso a tais listas.

Uma observação importante é que o certificado de origem SGP ou Form A pode ser
dispensado das operações de exportação para alguns países membros do SGP. Nesse
caso, o exportador precisa firmar declaração na própria Fatura Comercial. Os
termos da declaração podem ser encontrados no texto dos acordos referentes a cada
país outorgante. Exemplo: Caso um exportador brasileiro envie um produto que
conste na lista positiva da União Européia e que seja até EUR 6000,00, não há
necessidade do FORM A.

- Certificado de Origem SGPC – Sistema Global de Preferências Comerciais: outro


acordo internacional firmado entre países que tem, como objetivo, a concessão de
vantagens a todos os países membros desse acordo, levando em consideração o
contexto político, o grau de desenvolvimento econômico e industrial, o comércio
exterior e os sistemas comerciais de cada país. Nesse contexto, o acordo foi firmado
entre países em desenvolvimento com países em desenvolvimento, membros do
grupo dos 77, aprovado pelo DEC. LEG. 98, de 25/03/1991 e, promulgado pelo
DEC. 194, de 21/08/1991, tendo entrado em vigor em 25/05/1991. Os participantes
são: Angola, Argélia, Argentina, Bangladesh, Benin, Bolívia, Brasil, Camarões,
Catar, Chile, Cingapura, Colômbia, Cuba, Egito, Equador, Filipinas, Gana, Guiana,
Guiné, Haiti, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Líbia, Malásia, Marrocos, México,
Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Paquistão, Peru, Coréia do Sul, Coréia do Norte,
Tanzânia, Romênia, Sri Lanka, Sudão, Tailândia, Trinidad e Tobago, Tunísia,
Uruguai, Venezuela, Vietnã, Zaire e Zimbábue. A Iugoslávia saiu do SGPC.

- Fatura e/ou visto consular: há países que exigem a fatura consular, ou faturas com
vistos consulares, ou até mesmo, fatura consular com visto consultar. O exportador
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deve checar, no momento da negociação internacional, se tais documentos e
procedimentos serão ou não exigidos.

8) MODALIDADES DE PAGAMENTO

- Pagamento antecipado: o exportador é o maior favorecido.

- Cobrança: devemos considerar se esta será a prazo ou à vista, e se ela será do tipo
limpa (financeira) ou do tipo documentária. O importador é o mais beneficiado nessa
modalidade. Seja na cobrança a prazo ou na cobrança a vista, as etapas abaixo
evidenciadas são praticamente iguais. O diferencial está no momento do aceite no
Saque e no pagamento da operação que, no caso da cobrança a prazo, o importador irá
pagar no momento do vencimento negociado com o exportador. Em outras palavras, o
aceite e o pagamento não ocorrem simultaneamente como ocorre na cobrança a vista.

Uma observação importante é que na cobrança à prazo existem dois prazos para o
pagamento da operação. Vamos considerar que o aceite foi dado em 17 dias.
Considerando que a cobrança é de 60 dias de data, o prazo começa a correr após o
embarque da mercadoria, ou seja, 60 dias após o embarque o importador terá que pagar
o valor devido. No caso da cobrança ser 60 dias de vista, o prazo começa a contar
somente depois do aceite, ou seja, se o importador levar 17 dias para ir ao banco para
dar o aceite e a cobrança for de 60 dias, na verdade, o pagamento ocorrerá em 77 dias.

Na cobrança Limpa, também chamada de Financeira, os documentos financeiros


(Saque) são usados para obter o pagamento do importador. Na cobrança documentária,
a cobrança é de documentos comerciais (faturas, conhecimentos de embarque, entre
outros) ou de documentos comerciais acompanhados de documentos financeiros.

Por fim, temos a Carta de Crédito, que favorece tanto exportadores, quanto
importadores. Pode ser a vista ou prazo, revogável ou irrevogável (não aceita
modificações ou cancelamentos).

9) Incoterms

Os Incoterms são termos do comércio internacional e que foram padronizados pela Câmara
de Comércio Internacional. A última revisão foi feita no ano 2010.

Tais termos definem a responsabilidade de cada parte envolvida em uma comercialização.

• EXW – Ex works: o vendedor cumpre sua obrigação de entrega da mercadoria ao


comprador, quando coloca disponível em sua propriedade. Particularmente, ele não
é responsável pelo carregamento da mercadoria à bordo do veículo fornecido pelo
comprador.
• FCA – Free Carrier: o vendedor completa suas obrigações quando entrega a
mercadoria pronta para exportação, aos cuidados do transportador.
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• FAS – Free alongside ship: o vendedor encerra suas obrigações no momento em que
a mercadoria é colocada ao longo do navio, no cais ou em embarcações utilizadas
para o carregamento da mercadoria no porto. Válido somente para embarques
marítimos.
• FOB – Free on board: o vendedor encerra suas obrigações no momento em que a
mercadoria está efetivamente a bordo do navio.
• CRF – Cost and freight: o vendedor assume todos os custos, inclusive o frete
internacional, para transportar a mercadoria até o porto de destino. O risco por
perdas e danos na mercadoria é transferido do vendedor ao comprador no momento
em que a mercadoria está a bordo do navio. Válido somente para embarques
marítimos.
• CIF – Cost, Insurance and Freight: o vendedor assume todos os custos, inclusive o
frete e o seguro internacional, para transportar a mercadoria até o porto de destino.
O risco por perdas e danos na mercadoria é transferido do vendedor ao comprador
no momento em que a mercadoria está a bordo navio. Válido somente para
embarques marítmos.
• CPT – Carriage Paid to: o vendedor paga o frete pelo transporte da mercadoria até o
local designado. O risco por perdas e danos na mercadoria, bem como quaisquer
custos adicionais devidos a eventos ocorridos após a entrega das mercadorias ao
transportador, são transferidos pelo vendedor ao comprador quando a mercadoria é
entregue à custódia do transportador.
• CIP – Carriage and Insurance Paid to: o vendedor paga o frete e o seguro
internacional da mercadoria até o local designado. O risco por perdas e danos na
mercadoria, bem como quaisquer custos adicionais devidos a eventos ocorridos
após a entrega das mercadorias ao transportador, são transferidos pelo vendedor ao
comprador quando a mercadoria é entregue à custódia do transportador.
• DAT – Delivered at terminal: o vendedor deve entregar a mercadoria no terminal
designado, descarregar a mercadoria do veículo transportador. O desembaraço no
destino é por conta do comprador.
• DAP – Delivered at place: o exportador entrega a carga no local de destino
designado, sem descarregar a mercadoria do veículo transportador. O Desembaraço
da mercadoria na alfândega de destino e o pagamento das taxas portuárias e
impostos, são por conta do importador.
• DDP – Delievered Duty Paid: o vendedor completa suas obrigações quando a
mercadoria é entregue em local designado no país importador. O vendedor assume
todos os riscos e custos, incluindo impostos, taxas e demais encargos incidentes na
importação, bem como custos e riscos do desembaraço alfandegário.

10) Fases da integração econômica

Para entendermos os objetivos dos casos de integrações econômicas que conhecemos


pelo mundo, precisamos diferenciar as cinco fases que existem:
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a) Zona de Livre Comércio: estabelece um acordo de eliminação recíproca de impostos
e outras barreiras sobre os produtos que estão sendo negociados entre os países
integrantes dessa Zona de Livre Comércio. Porém, cada país tem uma política
própria, seja essa interna ou para com países não integrantes desse acordo. Ex:
NAFTA; ALADI...
b) A União Aduaneira diferencia-se da Zona de Livre Comércio no que se refere à
política comercial para com países não pertencentes à união. Nessa fase de
integração, os países integrantes adotam uma política comercial comum em relação
aos demais países que não fazem parte de tal acordo. Ex. Mercosul.
c) O Mercado Comum além de eliminar as barreiras sobre os produtos negociados
entre os países membros e adotar uma política comercial comum em relação aos
demais países que não fazem parte desse mercado, elimina também as barreiras que
atingem os fatores de produção: trabalho e capital. Ex.: CARICOM
d) A quarta fase de integração é a União Econômica. Segundo Bruno Ratti, “ esta fase
associa a supressão das restrições sobre movimentos de mercadorias e fatores com
certo grau de harmonização das políticas econômicas nacionais, de forma a abolir as
discriminações resultantes de disparidades existentes entre essas políticas, tornando-
as o mais semelhante possível.” Ex. União Européia
e) O quinto nível é a Integração Econômica Total onde os países pertencentes a essa
integração adotam a mesma política monetária, fiscal e social. Há um responsável
que elabora e aplica essas políticas, sendo elas aceitas pelos países integrantes do
acordo.
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Unidade 2 – Classificação Aduaneira

1) Merceologia e tarifação

Merceologia: parte da ciência do comércio que trata em especial da compra e venda e


estuda a classificação e a especificação das mercadorias.

Objetivos:

a) Necessidade de uma linguagem comum para a designação e codificação de


mercadorias;
b) Favorecer o bom entendimento entre os países no comércio internacional;

Histórico:

Objetivando eliminar os obstáculos, principalmente causados pelas divergências que


ocorriam na designação das mercadorias, países como Inglaterra, França e Estados Unidos,
especialmente após a 1ª Revolução Industrial, começaram a identificar as mercadorias,
separando-as em grupos e subgrupos, que eram tidos como suficientemente homogêneos e
detentores de características comuns e específicas.

Diversas tentativas em buscar uma nomenclatura de mercadorias surgiram pelo mundo. A


primeira ocorreu na Bélgica entre 1831 e 1854, que fez uso de uma nomenclatura estatística
contendo 3 posições (matéria-prima, produto e artigo manufaturado). Em 1913, na 2a
Convenção Internacional de Estatística do Comércio, ocorrida em Bruxelas (mais
conhecida como Convenção de Bruxelas), envolveu 29 países e apresentou uma
nomenclatura contendo 186 itens, dispostos em 5 grupos (animais vivos; alimentos e
bebidas; matérias-primas ou materiais semimanufaturados; produtos manufaturados; ouro e
prata).

Em 1931, no âmbito da Liga das Nações surgiu uma nomenclatura de mercadorias, que foi
revisada em 1937, mais conhecida como Nomenclatura de Genebra. Ela tinha 991 posições,
numeradas e distribuídas em 86 capítulos, sendo os mesmos divididos em seções.

Com o fim da Liga das Nações, devido ao contexto político que envolveu o mundo,
resultando na 2ª Grande Guerra Mundial, tal nomenclatura não foi adotada enfaticamente,
mas nem por isso, foi esquecida também pois, em 1948, a Europa começou a preparar um
projeto para a adoção de uma tarifa comum, tendo como base, a Nomenclatura de Genebra.

Em 15/12/1950, na chamada Convenção de Bruxelas de 1950, surgiu o Conselho de


Cooperação Aduaneira (CCA) e objetivava harmonizar e uniformizar os sistemas
aduaneiros. Tinha a NCCA como nomenclatura base.

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O Brasil adotava suas tarifas e nomenclaturas próprias. Em 1844, surgiu a primeira Tarifa
Aduaneira do Brasil, editada através de Decreto nr. 376, de 12 de agosto de 1844, de
autoria do Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco. Depois vieram outras como a Tarifa
Ruy Barbosa em 1896, a Tarifa Rodrigues Alves também de 1896, a Tarifa Bernardino
Campos, de 1897, a Tarifa Joaquim Murtinho de 1900 e a Tarifa Oswaldo Aranha de 1931,
entre outras que surgiram depois.

A convenção do Sistema Harmonizado é um marco decisivo pois estabeleceu o grande


acordo entre as nações para a criação de uma nomenclatura de mercadorias de cunho
universal e harmônica, objetivando facilitar o comércio internacional, reduzindo ou
eliminando seus entraves.

2) Acordos Econômicos

Não é novidade que tivemos várias tentativas para a formação de um mercado comum entre
os países da América Latina.

Em 1960 tivemos a criação da Associação Latino Americana de Livre Comércio – ALALC,


que objetivava uma zona de livre comércio entre os países integrantes: Argentina, Brasil,
Chile, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Houve,
entretanto, oposição por parte do setor privado, acostumado à política de substituição às
importações e à proteção ao mercado interno.

Em 1969, devido ao resultado não muito positivo da ALALC, criou-se o Pacto Andino
composto por Bolívia, Equador, Colômbia, Chile e Peru. Visava uma união aduaneira entre
tais países. Em 1973 houve a retirada do Chile (abriu sua economia ao mercado externo).

Entramos então na década de 70 onde existiam rivalidades políticas, militares, econômicas


e comerciais entre os países latinos, resultado de uma falta de integração. Nesse contexto,
acontece a primeira crise do petróleo e um grande endividamento externo por parte dos
países latinos, o que faz surgir a dependência do mercado internacional, bem como a
expansão das exportações para outros mercados.

Em 1980, criou-se a Associação Latino Americana de Desenvolvimento para Integração –


ALADI, com a finalidade de promover o comércio recíproco e regular, complementação
econômica, troca de tecnologia e adoção de um sistema de preferência tarifária.

Porém, vem a 2ª crise do petróleo na década de 80, acompanhada de mudanças


governamentais em grande parte da América Latina. A ALADI prossegue, mas sem muito
êxito.

Uma nova convicção surge então: o processo negociador regional somente avançaria a
partir de esforços por parte de grupos de países. Sendo assim, em 1985, Brasil e Argentina
iniciam um processo real de integração econômica.

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Três anos mais tarde, acontece a assinatura do Tratado de Integração, Cooperação e
Desenvolvimento (previa a formação de um espaço econômico comum em 10 anos,
eliminando os obstáculos alfandegários e não tarifários).

Em 26/03/1991, ocorre a assinatura do Tratado de Assunção, criando o Mercosul. Porém,


somente em 01/01/1995 é que o Mercosul entra em vigor entre os 4 países: Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai.

3) Mercosul

• União aduaneira incompleta


• Margem de preferência dos produtos comercializados entre os 4 países membros
seja 100%
• Listas de adequação (finalizaram em 1999)
• Listas de exceção (definidas em 2006)
• Produtos na lista de exceção (cada país possui sua própria lista) possuem uma
alíquota externa diferenciada.
• Cria-se a NCM/TEC- Nomenclatura Comum do Mercosul / Tarifa Externa Comum
• A TEC não estipulou o IPI, muito menos o ICMS no âmbito Mercosul.
• Produtos intercambiados no Mercosul com imposto de importação (I.I.) igual a zero,
terão índices de nacionalização comprovados em 60% para bens comuns e 80% para
bens de capital. Caso contrário sofrerão a tributação estipulada na NCM/TEC.
• Venezuela: foi o último país a se integrar (04/07/2006)
• Estão associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.
• Está em estado observador: México

4) NCM/TEC

Características:

• 21 Seções
• 99 capítulos
• Utilização na importação: definição do código aduaneiro, do tratamento
administrativo e da alíquota do I.I.
• Utilização na exportação: definição do código aduaneiro e do tratamento
administrativo.
• Base: SH
8434.10.00
Temos:
- O primeiro par de dígitos (84) representa o capítulo.
- O segundo par de dígitos (34) representa a posição dentro do capítulo
- O 5º dígito representa a sub-posição simples
- O 6º dígito representa a sub-posição composta (juntamente com o 5º dígito)
- O 7º dígito representa o item
- O 8º dígito representa o sub-item.
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5) Ex-tarifário

Segundo Cesar Olivier Dalston (2005), ex-tarifário é “uma alteração, para mais ou menos,
na alíquota ad valorem de um tributo, em especial na sua espécie mais destacada, qual seja,
o imposto, objetivando, por exemplo, estimular, ampliar ou reestruturar um ou mais setores
da economia ou, de forma indireta, atuar nas citadas direções equalizando as condições para
a saudável competição entre as empresas num determinado mercado, inferindo-se daí que
exceção tarifária não é, por isso, um benefício fiscal”.

Nesse contexto, temos o Ex-tarifário do Brasil e o Ex-tarifário do Mercosul. No caso do


Ex-tarifário do Brasil, temos aquele ligado ao IPI e o outro relacionado ao I.I.

5.1) Ex-tarifário do Brasil

O Ex- tarifário do IPI pode ocorrer de forma gravosa o (Ex-tarifário gravoso de IPI). Ex.:
Vinho do Porto (2204.21.00 – IPI de 10% para 40%). E também na forma de redução. Ex.:
Bebidas alimentares a base de soja (2202.90.00 – IPI de 27% para 0%).

Já o Ex-tarifário do I.I. nasce por meio de Resolução da Camex e, na maioria das vezes
implica em reduções na alíquota ad valorem das mercadorias. Ex.: Ex-tarifáriodo II de 14%
para 2% para o código 8414.80.19 (Compressores de ar centrífugos, isentos de óleo, com
motor elétrico).

5.2) Ex-tarifário doMercosul

No âmbito do Mercosul,o Ex-tarifário abrange somente o I.I. (imposto negociado pelo


acordo), previsto na TEC. Sendo assim, as mercadorias inseridas no ex-tarifário, terão suas
alíquotas de I.I. reduzidas a patamares estabelecidos pelos Estados-Partes do Mercosul e
terão suas alíquotas aprovadas pelo Conselho do Mercado Comum (CMC). Ex: 9021.50.00
– Marca-passos cardíacos, exceto as partes e acessórios = 0%. No caso de bens de capital,
há também concessão de Ex para o II no Mercosul. Ex.: Turbinas para propulsão de
embarcações – 8406.10.00 – redução para 14%. Há uma lista de medicamentos e fármacos
que contam com o ex do II no Mercosul, bem como uma lista do setor automotivo.Por fim,
há também uma lista de convergência de bens de informática e telecomunicações. Ex.:
Injeção eletrônica – 8409.91.30 – redução para 16% a partir de 2006.

5.3) Elaboração do Ex-tarifário do IPI (Brasil)

Não há uma regulamentação específica que oriente o contribuinte sobre como proceder para
apresentar um pleito de Ex-tarifário do IPI e as etapas que devem ser vencidas para sua
consecução. Nesse contexto, o contribuinte fica sob o critério discricionário da
Administração Pública que, em regra, reluta em conceder tais exceções, já que dentre
outros motivos, o Estado para cumprir suas obrigações impostas pela Constituição Federal,
deve arrecadar, e o IPI tem uma importante participação no total dos fundos
governamentais.
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Para a elaboração do Ex-tarifário do IPI, o contribuinte deve passar por 3 etapas:

a) Elaborar o pleito (contendo uma análise detalhada da mercadoria, abordando


aspectos econômicos da questão, mostrando a influência da diminuição ou do
aumento da alíquota do IPI, aspectos da competitividade, entre outros, e enviar o
pleito ao Ministério da Fazenda ou à Secretaria da Receita Federal.
b) Análise critica: técnica, legal e tributária feita pelos setores de tributação, de
arrecadação e de política tributária da SRF.
c) Termo ao pleito: após a decisão tomada pela SRF no sentido de promover uma
exceção na alíquota do IPI, seja para mais ou para menos, produz-se uma minuta de
Decreto e encaminha-se a mesma ao Gabinete do Ministro da Fazenda, para então
enviá-la (ou não) a Casa Civil da Presidência, a quem cabe determinar o momento
oportuno para a edição do Decreto Presidencial.

5.4) Elaboração do Ex-tarifário do I.I. (Brasil)

a) Elaborar o pleito em 2 vias originais, em papel timbrado da empresa ou associação


de classe;
b) Cada pleito deverá envolver somente uma única mercadoria.
c) Traduções juramentadas, se necessário.
d) Cada pleito deverá conter informações que identificam a Interessada; as
informações que qualificam a mercadoria; as informações que envolvem a
importação e as informações relativas aos investimentos no projeto onde se insere o
pleito.
e) Informações, mínimas e necessárias, que identificam a Interessada no pleito: razão
social, CNPJ, nome de pessoa de contato, telefone, fax, e-mail, endereço e contrato
social.
f) Informações que qualificam a mercadoria: especificações técnicas, descrição do
funcionamento, quando necessário a planta ou esboço da mercadoria, catálogos
técnicos e explicitar a função principal e as demais funções da mercadoria.
g) Informações envolvendo a futura importação: quantidade a ser importado por
intervalo de tempo, bem como a estimativa de valor unitário em dólares e na
modalidade FOB. Também se torna necessário uma estimativa da data de embarque,
data e local previsto para desembarque no Brasil.
h) Dar entrada do pleito no Protocolo Geral do MDIC.

Após protocolizado, o pleito de ex-tarifário do I.I. irá sofrer análise na Secretaria do


Desenvolvimento da Produção. Tais pareceres da SDP são analisados pelo Comitê de
Análise de Ex-Tarifários (CAEx) que levará em conta para elaboração da sua
recomendação final ao GECEX, alguns aspectos, entre eles, a inexistência de produção
nacional da mercadoria e os impactos sobre a exportação e substituição competitiva de
importações.

Finalizada a análise por parte da SDP,o processo é enviado para a SRF que irá examinar
as sugestões de classificação fiscal e texto do Ex-tarifário.
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Ao passar pela SRF, o processo segue para o CAEx que irá encaminhar a minuta de
Resolução Camex, contendo o Ex-tarifário do I.I. ao Comitê Executivo de Gestão
(GECEX) para sua consideração e aprovação.

6) Destaque NCM

O destaque NCM é quando mais de uma mercadoria possui um tratamento


administrativo específico dentro de um mesmo código aduaneiro.

7) Sistemática na liberação das mercadorias

Tanto na exportação, como na importação, a Secretaria da Receita Federal poderá fiscalizar


as cargas que estão saindo ou chegando em nosso território.

Na exportação, a SRF poderá fiscalizar as cargas que serão exportadas no estabelecimento


do exportador (desde que ele possua um terminal do Siscomex e também deve acionar a
Receita Federal para solicitar um fiscal), em armazéns alfandegados (também interligados
ao Siscomex) e em portos, aeroportos e pontos de fronteira.

Na importação, a SRF poderá fiscalizar as cargas provenientes do exterior e processar o


despacho aduaneiro em portos, aeroportos e pontos de fronteira (zona primária), onde
funcionam os serviços aduaneiros e, também, em armazéns alfandegados (zona secundária).

Quando uma carga é transportada entre dois locais do território aduaneiro, com suspensão
do pagamento dos impostos devidos, dizemos que ela está em regime de trânsito aduaneiro.
Dessa forma, se uma carga que veio da Itália chegar no Rio de Janeiro e, o importador
desejar que o desembaraço aconteça em Belo Horizonte, em uma zona secundária, a carga
virá em regime de trânsito aduaneiro até o armazém alfandegado e, somente no momento
do desembaraço é que haverá o pagamento dos impostos devidos. Quando o fiscal autoriza
esse regime, a carga é transportada lacrada e deve cumprir rigorosamente o itinerário e o
prazo para a realização da operação concedido por esse fiscal.

A partir do momento que a carga chega na zona secundária, há uma fiscalização do veículo
que transportou a mesma, do lacre e da documentação referente ao trânsito (declaração de
trânsito aduaneiro). Estando tudo dentro da conformidade, a repartição fiscal de destino
atesta a chegada da mercadoria, concluindo o trânsito.

Uma observação importante é que o transportador assume a condição de fiel depositário até
a conclusão do trânsito.

O regime de trânsito aduaneiro é aplicado também quando há exportação de um produto.


Nesse caso, a carga é desembaraçada em zona secundária, lacrada e transportada para uma
zona primária, onde será concluído o trânsito, transferindo a mesma para o embarque
internacional.

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