Rejane Maria Lobo Vieiraa; Maria Filomena Guerrab; Rosa Bernstein Scorzellic; Izabel de Souza Azevedoc;
Mathieu Duttinec; Carlos Eduardo Brito Pereirad
a
Museu Histórico Nacional; bCentre de Recherche et de Restauration des Musées de France;
c
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT); dInstituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT)
As moedas de necessidade cunhadas pelos Foram, então, realizadas as primeiras análises das
Holandeses em Pernambuco em 1645 e 1646 e, mais moedas obsidionais da coleção do Museu Histórico
tarde, sob cerco (“obsidionais”), em 1654, foram as Nacional na linha XRF do síncrotron do LNLS, em
primeiras cunhagens efetuadas em território brasileiro Campinas (SP). Com essas análises prevê-se
com a indicação “Brasil”. Essas moedas de emergência determinar os elementos traço (tais como a platina,
resumem-se a placas quadrangulares de ouro e de prata paládio, estanho, antimônio, índio, etc.) característicos
com a indicação da data de emissão, do valor em da proveniência da prata e do ouro que constituem
florins ou soldos, e das letras GWC, sigla da aquelas moedas.
Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais (Fig. 1).
Esta técnica – que, do ponto de vista analítico,
As moedas de ouro foram cunhadas em 1645 e requer o desenvolvimento específico de um protocolo
1646, e as de prata somente em 1654. De acordo com elaborado e um tratamento matemático complexo -,
as informações disponíveis, acredita-se que, para a sua tem a vantagem de ser totalmente não destrutiva. Os
cunhagem, os Holandeses fundiram parte de um dados obtidos exigem a utilização de programas
carregamento de ouro que viera por mar da África complexos de análise que estão sendo elaborados para
Ocidental (costa de Gana) e que estava guardado em permitir o processamento dos resultados.
Pernambuco até poder ser enviado com segurança para
a Europa, assim como baixelas de prata de alguns de
seus Conselheiros.
ARC • Revista Brasileira de Arqueometria Restauração Conservação • Edição Especial • Nº 1 • MARÇO 2006 • AERPA Editora
102 Resumos do III Simpósio de Técnicas Avançadas em Conservação de Bens Culturais - Olinda 2006