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Faculdade de Tecnologia Ciências FTC ead

CARLOS ALBERTO LOURENÇO BIANCHINI

TCC – LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

CIRCUITO 7

Monte Santo – Ba

2010

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Carlos Alberto Lourenço Bianchini

FORMAÇÃO À DISTÂNCIA

Articulando Teoria e Prática

Portfólio Acadêmico apresentado como


trabalho de Conclusão de Curso ( TCC ),
do curso Licenciatura em Matemática
da Faculdade de Tecnologia e Ciências
– FTC ead, na modalidade Educação à
Distância, pólo presencial de Monte
Santo, Bahia, para obtenção do grau de
licenciado.

Monte Santo – Ba

2010

AGRADECIMENTO

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Primeiramente a DEUS que nos possibilitou estarmos aqui
neste momento, usufruindo da mais perfeita saúde e assim,
proporcionando um bem estar por mais uma jornada vitoriosa em nosso
crescimento e valorização profissional.

Aos nossos familiares e amigos, que em todos os momentos


nos apoiaram e nos fizeram ter certeza de que estudar é algo gratificante,
apesar de todos os obstáculos durante o percurso desses 04 (quatro) anos
de estudo, valorizando o nosso esforço em buscar uma direção e objetivo:
alcançar o nosso sonho de sermos reconhecidos como um excelente
professor de matemática , contribuindo para melhorar o ensino e valorizar
a disciplina , desmistificando o ensino de matemática e tornando-o mais
acessível e inclusivo a todos os nossos alunos.

A todos os professores, que durante todo o curso nos


estimularam em buscar novos conhecimentos, nos fazendo acreditar que
podemos fazer a diferença em todos os momentos na vida dos que
cruzarem nossos caminhos, na busca de conhecimentos matemáticos e
consciência critica.

Agradecemos de forma especial a nosso tutor e amigo ,


Eziquiel Santiago Araujo, por estar presente neste momento importante de
nossas vidas e a todos amigos, amigas , companheiros de curso, que no
decorrer desses 04 anos demonstraram companheirismo , solidariedade,
carinho, compreensão, perseverança, união e amor ao próximo, além da
esperança de que estaremos contribuindo para construir um mundo
melhor. Em especial a minha esposa Nicéia, por acreditar em mim, e aos
meus filhos , João Carlos, Pedro Henrique e Gustavo, na certeza de que
também serão reconhecidos como excelentes alunos na disciplina de
matemática.

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SUMÁRIO

1. Apresentação 5
2. Objetivos 7
2.1 Objetivo geral 7
2.2 Objetivo especifico 7
3. Fundamentação teórica 8
3.1 Dialogando sobre os temas transversais 37
3.2 Refletindo sobre as teorias estudadas 38
4. Discussão dos resultados 39
5. Considerações finais 41
6. Referências 45
7. Apêndices 48
7.1.1 Apêndices obrigatórios 48
7.1.2 Apêndices A – relatório do Estagio Supervisionado I 48
7.1.3 Apêndices B – relatório do Estágio Supervisionado II 48
7.2Apêndices complementares 48
8. Anexos 49

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1. APRESENTAÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um estudo aprofundado em


doutrinas e postulações já existentes, que, possa gerar uma redação autônoma e
individual, apontando conclusões próprias e diretrizes de evolução e
desenvolvimento da temática em questão.
Elaborar um TCC não representa um fardo, mas sim um trabalho que deve
ser encarado de maneira adequada, propiciando além de imenso prazer,
apropriação de conhecimentos importantíssimos à futura vida profissional do
estudante.
Este portfólio acadêmico faz parte do trabalho de conclusão de curso e tem a
finalidade de relatar as experiências vividas no decorrer do curso Licenciatura em
Matemática, relacionando teorias e praticas educativas, fazendo uma auto-replexão
do que foi realizado no decorrer do curso, com as atividades desenvolvidas como:
Estágios I e II, PPP I – O papel da educação; PPP II – A concepção da matemática
no olhar do educador matemático; PPP III – O papel da matemática na educação
básica; PPP IV – O papel do professor de matemática; PPP V – A matemática e suas
aplicações; PPP VI – Matematica e a interdisciplinaridade , e também com pesquisas
em diversas fontes, com base na educação como: FREIRE, D’AMBROSIO,
Parâmetros Curriculares Nacionais e muitos outros que fundamentaram esse
trabalho.
No decorrer de minha trajetória acadêmica, gradativamente fui adquirindo
muitos conhecimentos que me fizeram crescer significativamente, pois os trabalhos
realizados durante as disciplinas foram muito produtivo, mesmo tendo algumas
dificuldades para realizá-los. Foi durante esse período que pude analisar o meu
fazer docente, especialmente nas disciplinas de Pesquisa e pratica Pedagógica
(PPP), onde foi possível ver realmente os direitos e deveres de ser um bom
educador e que este precisa estar consciente do seu papel, atento as mudanças, a
tomada de decisões e ao processo de avaliação.
Segundo Cury (2007).
“Educar é realizar a mais bela e complexa arte da
inteligência, é acreditar na vida mesmo que derramemos

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lágrimas, é ter esperança no futuro mesmo que os jovens
nos decepcionem no presente, é semear com sabedoria
e colher com paciência.”
A regência foi também uma grande experiência e de relevante significação. A
principio pensei: Para que e porque estagiar se eu já sei o meu papel em sala de
aula? Contudo, foi durante o estágio que realmente consegui entender melhor o que
ser professor, pois consegui analisar minha postura frente ao trabalho de educador.
Segundo Buriolla, (2001).
“O estágio permite ao aluno o preparo efetivo para o agir
profissional: a possibilidade de um campo de
experiência, a vivencia de uma situação concreta [...] que
lhe permitirá uma revisão constante dessa vivência e o
questionamento de seus conhecimentos, habilidades,
visões de mundo etc., podendo levá-lo a uma inserção
crítica e criativa na área profissional e um contexto
histórico mais amplo.
Espero que após a leitura de todos os conteúdos apresentados nesse
relatório, o leitor possa compreender o real significado de educar visando à
cidadania plena.

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2. OBJETIVOS:

2.1 Objetivo geral:

O objetivo desse trabalho, além de ser um instrumento de avaliação da


Disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica VI e um Trabalho de Conclusão de Curso,
é relatar as experiências vivenciadas no decorrer do curso, fazer uma reflexão sobre
um diagnostico preciso das práticas, tornando-se sempre dinâmicas e inovadas,
aplicando de maneira coerente e eficaz no sentido da melhoria no que diz respeito
ao ensino e a aprendizagem.

2.2 Objetivos específicos:

● Correlacionar teoria e prática na área de formação profissional;


● Desenvolver habilidade sobre a importância de formar cidadãos críticos e
reflexivos perante a sociedade;
● Buscar a inserção de técnicas de informática como metodologia de ensino para
que as aulas sejam diversificadas e mais interativas;
● Diagnosticar as causas das dificuldades dos alunos nas aulas de matemática;
● Possibilitar a auto-avaliação do (a) estudante sobre o seu percurso de
aprendizagem, bem como sobre a construção de novas metas , em direção ao seu
projeto de vida pessoal, acadêmico e profissional.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Ao longo de quatro anos , período deste curso de Licenciatura
em Matemática, os discentes em Matemática tiveram a oportunidade de
rever e aprender novos métodos e a utilização de recursos mais
interativos para aprendizagem da disciplina de matemática,oportunizando
aulas mais dinâmicas , melhorando a atenção e o nível de interatividade
com os alunos.

Ao longo do primeiro período o tema transversal chamava a


atenção para “ O PAPEL DA EDUCAÇÃO “, com o objetivo de fazer uma
reflexão sobre o papel da educação na formação integral do ser humano, e
suas implicações científicas, sociais, políticas, filosóficas e históricas na
formação integral deste. Durante a disciplina de PPPI, foram analisados o
papel da educação frente aos dilemas e desafios na contemporaneidade
na construção crítica do olhar investigativo do pesquisador, além da
abordagem sobre a utilização adequada e inteligente de novas fontes de
pesquisa disponibilizadas pela internet, para a promoção e construção do
conhecimento , instrumentalizando-os para o uso adequado das novas
tecnologias na promoção e construção do conhecimento.

A Pedagogia da Autonomia, uma das grandes obras do


professor e filósofo, Paulo Freire, que através de sua vida, não só procurou
perceber os problemas educativos da sociedade brasileira, mas propôs
uma prática educativa para os resolver. Esta obra oferece aos
professores , uma proposta de como navegar nos mares da educação,
propondo através de uma rigorosidade metódica e da pesquisa; da ética e
estética; da competência profissional, respeitando os saberes do educando
e reconhecendo sua identidade cultural; rejeitando qualquer forma de
discriminação, propondo uma reflexão crítica da prática pedagógica;
dialogando , escutando e querendo bem aos educandos ; mantendo a
alegria, a esperança e a autoridade e principalmente a curiosidade e
consciência do inacabado, ...., como princípios basilares a uma prática
educativa que transforme , educadores e educandos e lhes garante o

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direito a autonomia pessoal na construção duma sociedade democrática
que a todos respeita e dignifica.

Para Paulo Freire, o homem e a mulher, são os únicos capazes


de aprender com alegria e esperança, na convicção de que a mudança é
possível. Aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a
aventura do ser, pois “ ensinando se aprende e aprendendo se ensina “.

A idéia de coerência profissional, lúdica que o ensino exige do


docente é comprometimento existencial, do qual nasce autêntica
solidariedade entre educador e educandos, pois ninguém pode contentar-
se com uma maneira neutra de estar no mundo. Ensinar , por essência,
segundo Paulo Freire, é uma forma de intervenção no mundo, uma tomada
de posição, uma decisão por vezes, até uma ruptura com o passado e o
presente. Pois quando se fala de “ educação como intervenção”, Paulo
Freire, refere-se a mudanças reais na sociedade: no campo da economia,
das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, a terra, a
educação, a saúde ( p. 123).

Para Paulo Freire, o ensino é muito mais que uma profissão, é


uma missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de
promoção da autonomia do ser de todos os educandos.

Tomando por base todos estes argumentos, fica explicito que


na formação de professores, faz-se necessário criar uma consciência
critica de que devem tornar-se professores-pesquisadores, mesmo que em
níveis diferenciados como fala ( MENGA, 1995, p.115)

“ Seria altamente recomendado que esses futuros professores


tivessem em sua formação oportunidades de contatos com
pesquisas e pesquisadores, por intermédio de seus próprios
professores, que não fossem, meros repetidores de um saber
acumulado e cristalizado, mas testemunhas vivas e participantes de
um saber que elabora e reelabora a cada momento , em toda
parte”.

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É importante salientar que a Educação, é o elemento chave na
construção de uma sociedade baseada na construção de uma sociedade
baseada na informação, no conhecimento e na aprendizagem. Segundo
NOVOA, “ o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois
pilares: a própria pessoa, como gente, e a escola, como lugar de
crescimento profissional permanente”.

É função primordial do professor formar os indivíduos para “


aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente
com a continua e acelerada transformação da base tecnológica.

” Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que


treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e
comunicação, trata-se de investir na criação de competências
suficientemente ampla que lhes permitam ter uma atuação efetiva
na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no
conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas
em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias ,
seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais
sofisticadas”. ( TADÂO, 2000 ).

É necessário que os docentes empreendam projetos que


contemplem uma relação dialógica, na qual , ao ensinarem aprendam; e
os alunos ao aprenderem, possam ensinar ( FREIRE, 1997), podendo ,
deste modo tornar a aprendizagem colaborativa com tecnologia interativa,
crítica e transformadora.Neste processo são pressupostos da
aprendizagem colaborativa com tecnologias interativas, critica e
transformadora :

- A tecnologia precisa ser um instrumento a serviço do bem


estar da humanidade,

- Educação tecnológica é o trabalho para a a transformação da


cidadania,

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- As universidades, gestores e professores precisam refletir
sobre as reais necessidades que os alunos irão enfrentar em suas
profissões e vida,

- O professor precisa tornar-se um investigador crítico e


reflexivo, criativo, articulador e parceiro dos alunos no processo de ensino-
aprendizagem,

- O aluno precisa tornar-se criativo, crítico, pesquisador ,


atuante para produzir conhecimento e transformar a realidade,

- Professor e alunos precisam aprender a aprender como


acessar a informação, onde buscá-la, como depurá-la e transformá-la em
produção de conhecimento.

Retomando o eixo central do tema transversal do período, “ O


PAPEL DA EDUCAÇÃO”, as Diretrizes Curriculares para a formação de
professores apresentam os saberes que entendem como fundamentais
para a formação e construção da identidade de um Educador.

° SABER – conhecimento dos conteúdos de formação,

° SABER PENSAR – refletir obre a própria prática em função da


teoria,

° SABER INTERVIR – saber mudar, melhorar, transformando


sua própria prática.

Neste contexto, a educação deve organizar-se em torno de


quatro aprendizagens fundamentais para o conhecimento do individuo
enquanto pessoa e membro da sociedade.

- APRENDER A CONHECER, fundamentada principalmente em


não adquirir muitas coleções de saber, mas principalmente no domínio dos
próprios conhecimentos , compreendendo o mundo que nos rodeia, tendo
como base de fundamento o prazer de conhecer, a compreender e a
descobrir.

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- APRENDER A APRENDER, exercício da memória que deve ser
treinada desde a infância, preparando-a para a fase adulta.

- APRENDER A FAZER, ligada a questão da formação


profissional, ensinado o aluno a colocar em prática os seus conhecimentos
adquiridos em sala de aula para o mercado de trabalho atual.

- APRENDER A VIVER JUNTOS, representando hoje em dia um


dos maiores desafios da educação, pois a violência do mundo atual, impõe
ao educando a busca por um mundo mais pacífico, apesar de sabedor que
a história da humanidade sempre foi conflituosa.

- APRENDER A SER, a educação é a base fundamental para a


preparação total das pessoas, pois, é através dela que os alunos vão
desenvolvendo a sua oratória, dando liberdade aos mesmos de se
expressarem.

Assim sendo, a nova educação abarca um novo desafio,


reformar essencialmente o ser humano, pois segundo HANNAS ( 2000),

“ A educação não pode se divorciar de seu destino, de seu


objetivo; o homem e o mundo. A visão sistêmica, não
fragmentada do homem, corpo – mente - espírito, não pode
ser seccionada. A educação não pode se contentar com os
objetivos limitados a partes dessa unidade, não pode
endereçar seus objetivos apenas para situar o homem no
mundo material . Somos uma totalidade; então, a educação
deve voltar-se para a totalidade , para a ordem universal,
para os laços que se unem ao mundo natural e cósmico, para
a unicidade da vida, e não para a separação entre os mundos
mineral, vegetal, animal, humano, que são interdependentes
e cuja sobrevivência comum depende do respeito à sua
harmonia”.

Em conclusão, pode-se destacar a necessidade de ousar, de


ser um pouco aventureiro, de ir contra as correntes que muitas vezes
fazem com que o docente desista de mudar e (re)estruturar sua prática,
com a certeza de que mudanças são difícies mas possíveis, que é o
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professor que constrói sua história, e a de sua prática educativa , porque “
É o saber da História como possibilidade e não como determinação”
( FREIRE, 1997, p.85), que habilita o professor para mudar e transformar ,
ao menos em parte, as coisas que estão ao seu redor.

A partir do 2º período , o tema transversal passou a questionar


“ A CONCEPÇÃO DA MATEMATICA NO OLHAR DO EDUCADOR MATEMÁTICO
”, abordando as novas propostas de uma gestão escolar participativa ,
deixando claro a necessidade e a compreensão por parte dos professores
de Matemática do seu papel enquanto membro ativo da comunidade
escolar, com o intuito de desenvolver uma postura critica, reflexiva ,
filosófica acerca das questões educacionais e das concepções da
Matemática, no sentido de efetivar um trabalho democrático em relação
ao processo ensino-aprendizagem, viabilizando um fazer pedagógico vivo ,
transformador.

A proposta primordial destes questionamentos é estabelecer


por parte dos discentes uma possibilidade de análise e intervenção da
práxis pedagógica , através da compreensão dos aspectos legais ,
humanitários do papel da matemática na educação básica como proposta
de fomentar o desenvolvimento de uma educação em valores a partir de
uma proposta de trabalho cooperativo comprometido com a ética
profissional , na promoção do conhecimento matemático como
necessário , acessível a todos, desmistificando os preconceitos que
envolvem a aprendizagem , desenvolvendo a capacidade de expressar-se
escrita , oralmente, com clareza e precisão em uma linguagem
matemática.

Ao longo das disciplinas do 2º período foram demonstradas


alguns modos de trabalho pedagógicos em Matemática, como propostas
de compreender a diversidade dos ambientes de aprendizagem da
Matemática, com a utilização de diferentes fontes de informação como
forma de intervir na práxis pedagógica e no ambiente escolar.

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Na sociedade atual, a matemática é cada vez mais solicitada
para descrever , modelar e resolver problemas nas diversas áreas da
atividade humana; todas as manhãs quando acordamos , somos
inundados por notícias e informações passadas através de linguagem
matemática, expressando conhecimentos que a humanidade levou séculos
para construir. É quase impossivel abrir uma página de jornal , cuja
compreensão não requeira um certo conhecimento matemático e um
domínio mínimo de linguagem que lhe é própria – porcentagem, gráficos
ou tabelas são necessários na descrição e na análise de vários assuntos.

Apesar de permear praticamente todas as áreas do


conhecimento, nem sempre é fácil ( e por vezes , parece impossível ),
mostrar aos estudantes aplicações interessantes e realistas dos temas a
serem tratados ou motiva-los com problemas contextualizados.

Uma pergunta que vem atormentando muitos professores é


sobre qual é o atual papel dos professores das séries iniciais no ensino de
matemática? Há séculos a imagem do professor é a do detentor do
conheciemnto que os alunos almejam ter. Será então papel do professor
transmitir tais conhecimentos para seus alunos para que estes incorporem
o tão sonhado conhecimento? Neste sentido Paulo Freire(1987) expõe
sobre a visão bancária da educação , onde " o saber é uma doação dos
que se julgam sábios aos que julgam nada saber " (p.33).

Essas práticas em que, de acordo com Paulo Freire (1987), o


educador é o sujeito que conduz os educandos à memorização mecanica
dos conteúdos narrados, devem ser extintas, pois essa narração os
transforma em vasilhas que devem ser enchidas pelo educador.

A escola estabelecida na atual conjuntura não mais necessita


desse tradicional professor de matemática, o professor detentor e
transmissor de conhecimento deve ser substituido pelo verdadeiro
educador, aquele que deixa a criança pensar, construir seu próprio
conhecimento.

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Nesse sentido, a grande pergunta é: Como levar os
professores a avaliarem se o modo como estão trabalhando está
certo ou errado? O que é possível realizar para contrapor a nossa futura
docência em relação aos professores que estão em sala há dez, vinte
anos? Vemos em nossas escolas , professores que estão anos e anos em
sala de aula sem uma formação continuada, usando os mesmos métodos
e concepções de ensino há anos. O que fazer para reverter essa situação?
È necessário termos consciência de que devemos estar sempre se
atualizando, estudando os novos paradigmas da educação, para o
exercício pleno na promoção do ensino matemático.

A utilização de tecnicas participativas para solucionar


problemas e tomada de discussões incentiva a equipe escolar, os
professores, assim como os pais e alunos a se sentirem mais responsáveis
pelos acontecimentos correntes na escola, e na melhor forma de agir, com
atitudes coerentes na resolução de alguns problemas existentes na escola.

Segundo Philippe Perrenoud, enquanto os professores


insistirem em aulas expositivas somente , não dominarão ...." as
situações de aprendizagem nos quais colocam cada um de seus
alunos " (p.24), é necessário imaginar e criar outros tipos de situações
de aprendizagem que solicitem um método de pesquisa, de identificação e
de resolução de problemas e mais, quando criar e administar situações-
problema, ajustados aos alunos ; elas devem ser concretas e ter um nível
de dificuldade próxima à zona de desenvolvimento dos alunos. Perrenoud,
salienta sobre como envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu
trabalho, ajudando o aluno a desenvolver o desejo de aprender e sua
curiosidade , explicando o sentido do trabalho escolar e sua relação com o
saber , para incentivar a decisão de aprender continuamente e a
capacidade de auto-avaliação dos alunos.

Para Celso Antunes, os profissionais de educação devem estar


a par das diferentes linguagens que deverão usar para que possam
discernir, estimular, sugerir e encontrar os alunos, apresentando as oito
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inteligências multiplas estudadas por Gardner, que são: Linguistica,
Lógico-Matemática, Espacial, Sonora, Cinéstica-corporal, Naturalista, Intra
e Interpessoal e suas respectivas caracteristicas e considerações.

Nos últimos anos, o Brasil passou por grandes transformações


na área educacional, consequência disso, são as mudanças que tem
ocorrido no processo pedagógico onde a democracia tem sido presente
quanto à inserção e participação do colegiado escolar nas decisões, com o
objetivo de modificar as extruturas burocrátricas da instituição escolar,
que durante muito tempo serviu para o fortalecimento e atendimento
específico de uma pequena parcela da sociedade, neste contexto de sala
de aula,

" onde se estabelece um contrato entre quem quer aprender e quem


pretende ensinar, o professor deve estabelecer meios de mediação
de aprendizagem para que essa ocorra de maneira não traumática e
significativa" ( MEDEIROS, 2006, pag.79 ).

Neste contexto, o uso das tecnologias de informação e


comunicação voltadas para o ensino de Matemática, abordados pelo pela
disciplina de PPPII, contribuiu para a melhoria do processo de ensino-
aprendizagem, provocando diferentes capacidades de assimilação como a
utilização de documentos digitais que incorporam múltiplos recursos
recursos multimidias interativos, tornado mais fácil o ensino e a
aprendizagem de conhecimentos abstratos. A consciência de que na
maioria das escolas, principalmente as publicas da zona rural, não
possuem bibliotecas e nem salas de leitura, faltam sala de professor,
equipamentos e acessórios para arquivo, recursos pedagógicos como
pesquisa, computador, mapas, globos, retro-projetor, sendo todo o
trabalho de fomento das atividades escolares promovidas com o suporte
da Secretaria Municipal do ensino, pois, não contam nem com um
coordenador pedagógico, mesmo que os conteúdos trabalhados estejam
de acordo com os PCN'S e com as diretrizes curriculares vigentes, deixam
uma lacuna muito grande entre os conteúdos exigidos pelo MEC e o que
realmente estes alunos conseguem se apropriar durante o ensino
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fundamental e básico, criando uma sociedade cada vez mais dependente
de ações do poder publico, pois na maioria das vezes, não conseguem
preparar estes educandos para a realidade cada vez mais globalizada do
mundo atual.

Nestas condições , fica o desafio, para que nós formandos ,


busquemos uma nova forma de exercer nossa práxis-pedagógica, para a
solução destas dificuldades e problemas da atual crise no sistema
educacional vigente, buscando cada vez mais fazer da educação a única
responsável pela transformação social, assumindo o comprometimento da
escola com uma prática pedagógica que objetive mudanças sociais , pois
segundo Paulo Freire ,,,,“ se de uma lado a educação não é a
alavanca das transformações sociais, de outro, estas não se fazem
sem ela”, pois:

" .... o ensino da Matemática prestará sua contribuição [à construção


da cidadania ] à medida que forem exploradas metodologias que priorizem
a criação de estratégias , a comprovação , a justificativa, a argumentação,
o espírito critico e favorecam a criatividade , o trabalho coletivo , a
iniciativa pessoal e a autonomia advinda do desenvolvimento da
confiança na própria capacidade de conhecer e enfrentar desafio (.... ) a
Matemática deverá ser vista pelo aluno como um conheciemnto que pode
favorecer o desenvolvimento da confiança na própria capacidade de
conhecer e enfrentar desafios ( .... ) a Matemática deverá ser vista
pelo aluno como um conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento
do seu raciocínio, de sua capacidade expressiva , de sua sensibilidade
estética e de sua imaginação " (PCN MATEMÁTICA -p.31)

No auge das discussões , abordamos algumas das tendências


contemporâneas em Educação Matemática que vislumbram uma
educação voltada para garantir no futuro, a promoção da cidadania de
nossas crianças e jovens.

- ETNOMATEMATICA : Ubiratan D’Ambrósio define a


etnomatemática como arte e técnica de explicar, conhecer e entender os
diversos contextos culturais , e a propõe como ponto de partida para o

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desenvolvimento dos conteúdos programáticos e cumprimento dos
objetivos docentes. Diz que embuidos da realidade, os individuos são
influenciados por ela, e suas ações dentro dessa realidade são o próprio
conhecimento, portanto dinâmica ( D’AMBRÓSIO, 2002 ).

- CENÁRIO PARA INVESTIGAÇÃO : caracterizado por uma


propriedade relacional, pois envolve de um lado, um convite docente, e do
outro, uma aceitação discente; pois convida os alunos a formularem
questões e buscarem explicações.

- PEDAGOGIA DE PROJETOS: é um modo de organização da


prática pedagógica. SKOVSMOSE ( 2001 ) propõe o trabalho com projetos
como condição ao exercício da democracia em sala de aula enquanto
HERNANDEZ ( 1998 ) destaca também o aspecto colaborativo e a
possibilidade do diálogo com outros projetos, afirmando que os projetos
implicam numa visão do conhecimento e do currículo que pode contribuir
favoravelmente para as mudanças na escola.

- MODELAGEM MATEMÁTICA : esta por sua vez, pode também


concretizar o aspecto cidadão do Ensino de Matemática. BARBOSA
( 2003 ), considerando o objetivo explícito da educação básica, propõe as
atividades de Modelagem Matemática como forma de desafiar a ideologia
da certeza, educando matematicamente nossos alunos para o exercício da
cidadania, pois a modelagem matemática é um ambiente de
aprendizagem, no qual os alunos , por meio da Matemática, podem
problematizar e investigar situações com referências na realidade.

Dentro das novas tendências educacionais, espera-se, que o


educador adquira uma visão de mundo que permita entender a educação:
como fomentadora da produção de significados, para projetos sócio-
culturais, inseridos num ambiente em rede e cujas experiências
representem ações traduzidas em forma de conhecimento.

A idéia de coerência profissional, indica que o ensino exige do


homem comprometimento existencial, do qual nasce autêntica
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solidariedade entre educandos e educadores, pois ninguém pode
contentar-se com uma maneira neutra de estar no mundo, ensinar por
essência, segundo Paulo Freire, é uma forma de intervenção no mundo.

Após analisarmos o Papel da Educação e A Concepção da


Matemática no Olhar do Educador Matemático, PPPIII, ofereceu a
oportunidade de questionar “ O PAPEL DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO
BÁSICA “ durante as disciplinas do 3º período, em um processo de
conhecer, refletir e analisar o processo pedagógico escolar da matemática,
visando a compreensão do seu papel na educação básica, principalmente
se apropriando da TIC, Tecnologia de Informação, para o desenvolvimento
de educação matemática, na busca de uma consciência critica,
compreensão e manejo das diversas ações humanas.

As transformações sociais revelam que estamos em “ novos


tempos”, e necessitando de alternativas para nos adequar às demandas
apresentadas pelo mercado de trabalho, ou seja, por pessoas altamente
qualificadas. D’AMBRÓSIO, ( 2001, p.20 ), afirma que “ o mundo atual
está a exigir outros conteúdos, naturalmente outras
metodologias, para que se atinjam os objetivos maiores de
criatividade e cidadania plena”. Aulas tradicionais já não satisfazem a
essas demandas, solicitando a utilização de novas metodologias, que
atendam às necessidades atuais.

Desde a época de Tomas de Aquino se defende o brincar do


adulto, então porque nos dias atuais não se percebe que para esse mesmo
adulto é preciso resgatar o lúdico? Tomas de Aquino afirma que “ o humo
é necessário para a vida humana ( e para uma vida
humana )”( LAUAND, 2002 p.1 ). A razão para a sua afirmação é feita no
sentido de que o homem precisa de repouso para o corpo e para a alma, o
que é proporcionado pela brincadeira. Corroborando com as idéias de
Aquino, Lauand ( 2002 p.3 ) faz algumas colocações importantes para a
educação:

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(......) o ensino não pode ser aborrecido e enfadonho: o fastidium e
o fastio produzem um estreitamento, um bloqueio, ou para usar a
metáfora de Tomas, um peso ( aggravatio animi). Daí que Tomas
recomende o uso didático de brincadeiras e piadas para descanso
dos ouvintes ( ou alunos ). E tratando do relacionamento humano,
Tomas chega a afirmar que ninguém agüenta um dia sequer com
uma pessoa aborrecida e desagradável.

BRUNER ( 1976 ) ao propor o lúdico para ensinar crianças


concebe-o como parte ativa no processo de ensino, no qual as crianças
são participantes e não expectadores . afirma que ele passa pelo nível do
pensamento intuitivo, mas que aponta direção; o do prazer e da
motivação quando se começa a construir o conhecimento ; e, por último ,
o da sistematização para a aquisição dos conceitos significativos.

É possível que a resistência dos estudantes à aplicação de


atividades lúdicas seja pela não convivência com os mesmos e que o
ensino superior, em especial o de matemática, seja momento para
formalizações e que esse ensino não pode ser feito de outra forma, já que
aprenderam que brincar é diferente de estudar, que estudar dá trabalho.
Entretanto, o aprender pode vir a ser prazeroso e isso não quer dizer que
não tenha que ser trabalhoso. Se o ensino superior conseguir fazer isso
com os futuros professores, eles terão a oportunidade de trabalhar de
forma diferenciada com seus alunos.

Segundo NOVAK ( 1982 ), após identificarmos os elementos


mais importantes e agrupa-los em um esquema hierárquico e de
relações, devemos ordena-los de acordo com as leis da organização
psicológica do conhecimento, isto é, as leis da aprendizagem de retenção
significativa:

° Todos os alunos podem aprender significativamente um


conteúdo, desde que disponham de conceitos relevantes e inclusores em
sua estrutura cognoscitiva ( para Ausubel e seus colaboradores a estrutura
cognoscitiva é um sistema de conceitos organizados hierarquicamente
mediante o qual as pessoas representam uma parcela da realidade; os
20
conceitos mais amplos, gerais e estáveis da estrutura cognoscitiva são
denominados inclusores )

° O conteúdo da aprendizagem deve ser ordenado de tal


maneira que os conceitos mais gerais e inclusivos – os mais importantes –
sejam apresentados no princípio. Isto favorece a formação de conceitos
inclusores na estrutura cognoscitiva dos alunos, o que posteriormente
facilita a aprendizagem significativa de outros elementos do conteúdo.

° Para obter uma diferenciação progressiva do conhecimento


do aluno, isto é , a incorporação à sua estrutura cognoscitiva de novos
elementos que enriquecem e diversificam os inclusores iniciais, bem
como uma reconciliação integradora posterior, isto é , a coerência do
conjunto de conceitos da estrutura cognoscitiva, as sequências de
aprendizagem devem partir dos conceitos mais gerais e avançar
progressivamente rumo a conceitos mais específicos.

° Depois de tratar dos conceitos mais gerais e inclusivos do


conteúdo, a introdução dos elementos posteriores deve mostrar tanto as
relações que mantém com os primeiros como as relações que mantém
entre si. Este procedimento facilita a diferenciação progressiva e a
reconciliação integradora.

° A apresentação inicial dos conceitos mais importantes, gerais


e inclusivos do conteúdo deve apoiar-se em exemplos concretos.

É necessário defendermos a idéia de que a educação escolar


deve ser desenvolvida através de práticas curriculares fundamentadas em
princípios éticos e instrumentais , contribuindo significativamente para
que as pessoas estabeleçam novas relações sociais, políticas, econômicas
e éticas. Assim, refletindo sobre os PCN – Parâmetros Curriculares
Nacionais , destacamos a solidariedade como um dos conteúdos éticos
dos Temas Transversais, além de referência-la como um princípio da
dignidade humana e um dos fundamentos da Constituição Brasileira.

21
Admitindo a obviedade de que é injusta a distribuição de renda
no país, e que isso tem contribuído para que não se possa viver os
direitos fundamentais, os princípios e fundamentos dos PCNs se assentam
no argumento de que é necessária uma educação de qualidade para
todos:

é papel do estado democrático investir na escola, para que ela


prepare e instrumentalize crianças e jovens para o processo
democrático, forçando o acesso à educação de qualidade para todos
e às possibilidades de participação social. Para isso faz-se
necessária uma proposta educacional que tenha em vista a
qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. O
ensino de qualidade da formação deve ser oferecida a todos os
estudantes . O ensino de qualidade que a sociedade demanda
atualmente expressa-se aqui como a possibilidade de o sistema
educacional vir a propor uma prática educativa adequada às
necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade
brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e
garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos
autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com
competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que
vivem ( Ibidem, Introdução, 1997, p.33 ).

Atento a apresentação destes argumentos, salientamos que as


áreas tradicionalmente trabalhadas nas escolas como Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências , História e Geografia, ainda que necessários, não
podem serem consideradas como capazes o bastante para dar conta de
conhecimentos necessários ao exercício da cidadania, os Temas
Transversais são temas que “ envolvem múltiplos aspectos e
diferentes dimensões da vida social” ( p.30 ), como, Ética,
Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual, e que
foram escolhidas para que os alunos:

.... possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante das


questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença,
intervir de forma responsável. Assim, os temas eleitos, em seu
conjunto, devem possibilitar uma visão ampla e consistente da

22
realidade brasileira e inserção no mundo, além de desenvolver um
trabalho educativo que possibilite uma participação social dos
alunos. ( PCNs - Apresentação dos Temas Transversais e Ética, 1997,
p.31 )

Segundo Coll, currículo:

“é um projeto que se constitui de atividades educativas escolares,


nas quais define-se intenções e proporciona guia de ação adequada
e úteis para os professores ( ...... ) fomentando assim informações
concretas sobre o que ensinar, quando ensinar, como ensinar e
como e quando avaliar “ ( COLL, 2002 ).

Este se materializa de uma forma formal: quando expresso em


diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas e transcreve
institucionalmente os conjuntos de diretrizes elaboradas pela (DB e PCN) ;
real , que se materializa dentro da sala de aula, com professores e alunos
a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico ou plano de ensino e
o oculto, aquele que não aparece no planejamento do professor, mas que
representa tudo o que os educandos aprendem diariamente, em meio às
varias práticas e atitudes que aparecem no meio social e escolar.

Os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, de matemática,


tem como objetivo, orientar a pratica escolar, proporcionando que toda
criança e jovem brasileiro, tenha acesso a um conhecimento matemático
que lhes possibilite sua inserção como cidadão critico, no mundo do
trabalho, das relações sociais e de cultura.

Esses parâmetros tem como principal finalidade reverter o


quadro em que a matemática se configura , como um forte filtro social na
seleção dos alunos que irão concluir ou não, o ensino fundamental; e a
necessidade de proporcionar um ensino de matemática de melhor
qualidade , objetivando a participação crítica e a autonomia dos alunos em
conseguir estabelecer conexões de matemática com os conteúdos
relacionados aos temas transversais : Ética, Pluralidade Cultural,
Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Consumo.

23
Sendo a Matemática uma ciência que “ desperta “, o
desinteresse em muitos alunos do ensino Fundamental, a motivação seria
uma proposta essencial para o desenvolvimento efetivo dos estudantes. A
motivação no ensino de matemática, auxilia, intensamente no processo de
aprendizagem significativa, utilizando-se de mecanismos didáticos ( aulas
dinâmicas, interativas ), que despertem o interesse dos alunos,
aproveitando, também, as experiências anteriores do aluno, bem como
respeitando sua realidade social.

Durante as disciplinas do 4º período, o tema transversal, “ O


PAPEL DO PROFESSR DE MATEMÁTICA” , abordando principalmente as
recomendações dos PCNs, Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio,
se propôs a fazer compreender o significado do currículo para a atuação
do professor de matemática, refletindo sobre sua atuação na promoção
da dissiminação do conhecimento matemático como acessível a todos ,
procurando desmistificar os preconceitos que envolvem a aprendizagem,;
capacitando pedagógicamente o docente para trabalhar no processo da
construção do conhecimento matemático tendo em vista a sua
importância sociocultural, vivenciando de modo integrado os vários
aspectos da vida escolar, efetivando contratos didáticos para a Educação
matemática com base em referências contemporâneas como os PCNs,
bem como as diversas concepções pedagógicas.

Durante a disciplina de Metodologia e Didática do Ensino de


Matemática, foram abordadas várias tendências para que nós, futuros
professores de matemática, aprofundássemos a nossa práxis pedagógica,
abordando as várias propostas de uma gestão escolar participativa, para a
compreensão por parte de nós, futuros professores, do nosso papel
enquanto membro ativo da comunidade escolar , desenvolvendo uma
postura critica e reflexiva , acerca das questões acerca das questões
educacionais , viabilizando um fazer pedagógico vivo e transformador.

O grande educador Paulo Freire, defendeu a idéia de que, para


ensinar, antes de tudo , é necessário aprender. Aprender matemática é a
24
sabedoria que o professor de matemática possui incorporada e que lhe
confere autoridade para ensinar. O professor de matemática ,
definitivamente, não é o sábio em matemática, mas aquele que sabe
aprender matemática, e por isso, sabe como ensinar a outrem a aprender
também.

Do mesmo modo como o professor que não gosta de estudar


não consegue contagiar o estudante com o gosto pelo estudo, o professor
que não é crítico, não consegue desenvolver no estudante a autonomia de
quem procura , conscientemente a auto-superação.

A didática, uma doutrina ( conjunto de princípios, crenças e


valores ), do ensino e do método; é um conjunto de preceitos que servem
de base para a perfeita execução da tarefa de ensinar. Deste modo, a
didática do ensino de matemática, é o conjunto de princípios : crenças;
opinião de autores; textos de obras escritas adotadas pelo professor de
matemática e que servem de base para o seu sistema de ensino e para a
organização da disciplina.

Por a psicologia ser reconhecida como o campo do


conhecimento científico que dá instrumentos para compreender os
processos educativos, as principais correntes da didática da matemática
sempre estiveram diretamente ligadas à diferentes tendências
psicológicas.

- Comportamentalista, que associou o comportamento


humano ao dos outros animais, possui uma abordagem cartesiana,
buscando encontrar os elementos básicos do pensamento humano e seu
comportamento , entendendo a aprendizagem como uma série de
conexões entre as situações ou estimulo a respostas.

- Gestaltísta, escola iniciada em 1910, que propõe uma


abordagem holística do pensamento humano, baseando-se no
pensamento de que a percepção humana não pode ser explicada apenas
por estímulos isolados e que se processam de forma individualizada, mas
25
que a ação existe na tentativa de encontrar o equilíbrio do organismo
como um todo. A aprendizagem liga a capacidade de compreender
estruturas e não decorar procedimentos.

- Estruturista, corrente que aborda a aprendizagem como um


processo ativo no qual o estudante infere princípios e regras e os testa.

- Construtivista, baseado principalmente nas idéias de


Piaget, propõe que a mente é modelada como uma experiência organizada
de modo a lidar com um mundo real que não pode conhecido em si;
envolve dois princípios ; de que o conhecimento é ativamente construído
pelo sujeito cogniscente e não passivamente recebido do meio, e que, o
conhecer é um processo da adaptativo que organiza o mundo
experimental de cada um.

- Resolução de problemas, que visa tirar o estudante de sua


tradicional postura passiva, para uma postura ativa e interessada.

- Modelagem, cuja intenção geral é gerar condições de


aquisição , de saberes em um ambiente de investigação.

As disciplinas do 4º período, procurou principalmente estimular


o comprometimento do professor de matemática em compreender o
compromisso social, cultural e político do professor; estabelecendo
relações entre a teoria e a prática pedagógica e as novas alternativas para
a práxis do professor de matemática; à luz da Filosofia de Matemática e da
Educação Matemática.

Discutir acerca do ensino de Matemática, geralmente, é


incorrer na idéia equivocada de uma disciplina feita para alguns seres
especiais, evitando-se os chavões de disciplina complexa, pois hoje tem
ocorrido um busca intensa pela discussão de tabus e mitos , e nesse,
sentido, os PCN ( Parâmetros Curriculares Nacionais ), apontam em novas
metodologias de trabalho. Nos dias atuais , o ensino de matemática não
pode prescindir de mudanças pois, manter-se arraigado em um ensino
tradicional, frente á nova realidade educacional, é insistir na tese de um
26
ensino retrógado, desprovido de criatividade e voltado exclusivamente
para a memorização e mecanização , pura e simples dos conteúdos.

De acordo com os PCNs:

.... a matemática precisa estar ao alcance de todos e a


democratização do seu ensino deve ser meta do trabalho docente
(........). No Ensino de Matemática, destacam-se dois aspectos
básicos: um consiste em relacionar observações do mundo real com
representações ; outro consiste em relacionar essas representações
com princípios e conceitos matemáticos ( 1997, p.19 ).

No que tange à matemática, os PCNs apontam que sua


aprendizagem deve estar ligada a compreensão, isto é, à apreensão do
significado. Essa compreensão, posta, pelos parâmetros, reporta-se
cabalmente ao que Lipman ( apud LORIERI, 1998 ) pontua como a
principal função da escola. Para ele o fortalecimento do pensar na criança,
deveria ser a principal atividade da escola e não somente uma
compreensão casual. Infelizmente, o ensino tem encarado o pensar
criticamente como algo desatrelado de sua função, gerando embaraços
com os parâmetros que idealizaram o oposto, alunos passivos e sem o
mínimo de criatividade.

O método de levar o aluno a reflexão consiste na formação de


habilidade cognitivas, não devendo, entretanto , reduzir-se a isso. Para
Lipman ( apud LORIERI, 1998 ), a educação não é exclusivamente , uma
questão de aquisição de habilidades cognitivas, mas de aperfeiçoamento e
fortalecimento de habilidades já existentes. Em outras palavras, as
crianças estão inclinadas a adquirir habilidades cognitivas, do mesmo
modo que adquirem normalmente a linguagem, e a educação necessária
para fortalecer o processo .

A aquisição de uma dada habilidade deve propiciar seu


melhoramento e também a aquisição de outras, embora a escola
privilegie uma em detrimento da outra.

Enfim, na perspectiva dos parâmetros:


27
É necessário desenvolver habilidades que permitam pôr a prova os
resultados , testar seus efeitos , obter a solução. Nessa forma de

trabalho, o valor de resposta correta cede lugar ao valor do


processo de resolução ( 1997, p.45 ).

Um ensino que tem por base as raízes históricas de assunto é


fundamentalmente relevante e necessário para que os conteúdos e
conceitos passem a dispor de sentidos. Buscar a história de cada disciplina
é , para D’AMBROSIO ( 1996 ), um dos principais motivadores do ensino
atual. Acredita o autor que:

Uma percepção da História da Matemática é essencial em qualquer


discussão sobre a Matemática e o seu ensino. Ter uma idéia ,
embora imprecisa e incompleta, sobre o porque e quando se
resolver levar o ensino de Matemática à importância que tem hoje
são elementos fundamentais para se fazer qualquer proposta de
inovação em Educação Matemática e Educação em geral.Isso é
particularmente no que se refere a conteúdos. A maior parte dos
programas propostos consiste de coisas acabadas, mortas e
absolutamente fora do contexto moderno. Torna-se cada vez mais
difícil motivar os alunos para uma ciência cristalizada. Não é sem
razão que a história vem aparecendo como um elemento motivador
de grande importância . ( D’Ambrósio, 1996, pag. 29 ).

São vários os motivos que exigem do professor, na atualidade,


uma posição e atuação competente, ativa, critica, de compromisso e de
qualidade frente ao trabalho docente. O ideário do futuro professor de
matemática, vem sendo construído , primeiramente, através de sua
formação incidental e inicial. Posteriormente, já como professor, este
ideário continua a desenvolver-se a partir das experiências profissionais
produzidas através da prática pedagógica. Neste sentido, Zeichiner,
segundo Rodriguez ( 1995, pag. 24 ) comenta:

... os futuros professores chegam aos programas de formação com


uma bagagem de idéias a respeito do que fazem os professores, já
que, com essa idade, passaram muitas horas sentados numa
cadeira vendo seus professores atuarem. Ali adquiriram um
repertório de conhecimentos e técnicas através das distintas
28
disciplinas, mas quando eles mesmos começam a ensinar, seguem
aprendendo sobre o ensino, os alunos e os conteúdos das disciplinas
durante toda sua vida profissional.

Os professores vivem sim a tensão entre o que esperam e


desejam da educação e a realidade do exercício da sua profissão. E isso é
um problema de política educacional. Alguns trechos extraídos dos PCNs
mostram o que se exige do professor; quanto ao ensino de Matemática, o
docente deve ser capaz de :

- identificar as principais características dessa ciência , de seus métodos ,


de suas ramificações e aplicações;

- conhecer a história de vida dos alunos, sua vivência de aprendizagens


fundamentais, seus conhecimentos informais sobre um dado assunto, suas
condições sociológicas, psicológicas e culturais;

-ter clareza de suas próprias concepções sobre a Matemática,, uma vez

que a prática em sala de aula , as escolhas pedagógicas, a definição de


objetivos e conteúdos do ensino e as formas de avaliação estão
intimamente ligadas a essas concepções ( BRASIL, MEC, 1997, V. 3, P.37 ).

Outro exemplo diz respeito ao que se espera do professor no ensino


de atitudes e valores:

( ....... ) Embora muitas vezes o professor não se de conta estará sempre


legitimando determinadas atitudes com seus alunos. Afinal é ele uma
referência importante para sua classe. È muito importante que essa
dimensão de conteúdos seja objeto de reflexão e de ensino do professor,
para que valores e posturas sejam desenvolvidos tendo em vista o aluno
que se tem a intenção de formar. ( BRASIL, MEC, 1997, v. 4, p. 35 ).

As disciplinas do quarto período , procuraram oferecer recursos para


as atividades de ESPI nas séries do 3º ciclo do ensino fundamental ( 5ª e
6ª séries ) , oferecendo uma discussão sobre a importância da utilização
de recursos didáticos na formação do professor de matemática,
ressaltando a natureza dos recursos utilizados no ensino e na
aprendizagem , envolvendo uma grande diversidade de elementos que

29
podem ser utilizados como suporte experimental na organização do
processo de ensino e aprendizagem.

A utilização desses materiais como mediadores na facilitação da


relação entre o professor , o aluno e o conhecimento no processo do
“saber” que está sendo organizado e construído.

Pesquisas e estudos , constatam que há fortes evidências que em


ambientes onde se faça uso de materiais manipuláveis favorecem a
aprendizagem e desenvolvem nos alunos atitudes mais positivas, apesar
de alguns estudos não garantirem esta eficácia em função dos alunos não
serem portadores de um conhecimento prévio que os professores
necessitam para um desenvolvimento pleno dos conteúdos abordados.

Qualquer material pode servir para apresentar situações nas quais


os alunos enfrentam relações entre os objetos que poderão faze-los
refletir, conjectuar, formular soluções, fazer novas perguntas, descobrir
estruturas. A ação deve ser sempre reflexiva, no entanto os conceitos
matemáticos que deverão ser construídos com a ajuda do professor , não
estão nos materiais para serem abstraídos empiricamente, mas sim, que
estes conceitos serão formados pela ação interiorizada do aluno, pelo
significado que darão ás suas ações , ás formulações que enunciarão.

De acordo com CASTELNUOVO ( 1970 ), deve-se fazer duas


considerações em relação a utilização do material concreto em sala de
aula:

1- Uma refere-se às faculdades sintéticas da criança as quais


permitem ao aluno construir o conceito a partir do concreto;

2- A outra, é em relação às faculdades analíticas, em cujo processo ,


o aluno deve distinguir no objeto elementos que constituem a
globalização. De acordo com a autora o objeto precisa ser móvel,
permitir transformações, para que o aluno possa identificar a
operação que é subjacente.;

30
Sabedores que o livro , muitas vezes , é a única fonte de pesquisa
que o professor tem para preparar as suas aulas, este deve ser não
apenas atraente e acessível para o aluno, mas também deve ser uma
base amiga e confiável para o professor , induzindo-o a praticar bons
hábitos de clareza, objetividade e precisão, além de ilustrar, sempre que
possível, as relações entre a matemática e a sociedade atual.

Para contrapor o que acabamos de expor, existe uma outra corrente


psicológica, o behaviorismo, que também apresenta sua concepção de
material, e principalmente , de jogo pedagógico. Segundo SKINER ( 1904 ),
a aprendizagem é uma mudança de comportamento ( desenvolvimento de
habilidades, as mudanças de atitudes ) que decorrem de uma resposta a
estímulos externos, controlados por meio de reforços. A matemática, nesta
perspectiva, é vista muitas vezes, como um conjunto de técnicas , regras,
formulas e algoritmos que os alunos tem de dominar para resolver
problemas que o mundo tecnológico apresenta.

Mas o mais importante, é que o professor não pode subjugar sua


metodologia de ensino a algum tipo de material porque ele é atraente ou
lúdico, pois nenhum material é válido por si só, os materiais e seu
emprego sempre devem , estar em segundo plano. A simples introdução
de jogos ou atividades no ensino de matemática não garante uma melhor
aprendizagem desta disciplina.Ao aluno deve ser dado o direito de
aprender; não um aprender mecânico, repetitivo, de fazer sem saber o
que faz, muito menos um aprender que se esvazia em brincadeiras. Mas
um aprender significativo do qual o aluno possa participar raciocinando ,
compreendendo, reelaborando, o saber historicamente produzido , e
superando assim, sua visão ingênua , fragmentada e parcial da realidade.

E é esta expectativa, da realização de um trabalho pleno, em prol de


uma educação de qualidade que ESPI, se propôs a oferecer com a
iniciação da rotina do trabalho docente dos futuros professores de
matemática, trabalho este, possível de ser realizado, desde que , cada um
de nós se aproprie de todos os conhecimentos até agora oferecido por
31
este curso de licenciatura, desde que , este compromisso se concretize
com o apoio de todos os responsáveis por uma educação de qualidade,
desde a secretaria municipal de educação, até o empenho dos alunos e o
comprometimento pela busca de uma educação que realmente os habilite
para o mundo cada vez mais globalizado e carente de profissionais
capacitados para o desempenho de suas atividades, como identificado
pelas dozes áreas de importância que todos os alunos deverão apresentar
em matemática, em sua atuação como adultos responsáveis nos dias
atuais :

1- Resolução de problemas;

2- Comunicação de idéias matemáticas;

3- Raciocínio matemático;

4- Aplicação da matemática à solução da vida quotidiana;

5- Atenção para a razoabilidade de resultados encontrados;

6- Estimação;

7- Habilidades apropriadas de cálculo;

8- Pensamento algébrico;

9- Medidas;

10- Geometria;

11- Estatística e

12- Probabilidade.

“ A MATEMÁTICA E SUAS APLICAÇÕES”, tema transversal do 5º


período se propôs a questionar a formulação e resolução de problemas
através do raciocínio dedutivo, indutivo e pensamento crítico, aplicando
conhecimentos de leis e teorias físicas e relacionando a Matemática à
outras áreas do conhecimento como proposta de construir competências

32
através do exercício pedagógico na formação dos estudantes se propondo
a relacionar os vários conteúdos matemáticos para a construção de
modelos para resolução de problemas e interpretação de dados e
principalmente a preocupação de planejamento com as atividades de
educação matemática considerando a história da matemática e suas
tendências contemporâneas como a modelagem e a etnomatemática.

A preocupação em se preocupar com a História da Matemática no


planejamento das aulas é em função desta exercer um importante papel
psicológico no processo de ensino-aprendizagem tanto em relação ao
professor quanto em relação ao aluno, pois ao aluno pode propiciar
condições de perceber as diversas etapas da construção do pensamento
matemático, entendendo as diferentes práticas sociais que geraram as
necessidades de sua produção. Ao professor, condições de problematizar a
ação pedagógica no sentido de se criar uma consciência das vivencias e
recursos cognitivos e interpretações necessárias para uma apropriação
significativa dos conteúdos matemáticos, recriando a matemática ao
apresentar as dificuldades superadas na busca de soluções para os
problemas historicamente constituídos de acordo com as diferentes
necessidades das diversas sociedades.

Um ensino que tenha por base as raízes históricas de assunto é


fundamentalmente relevante e necessário para que os conteúdos e
conceitos passem a dispor de sentidos.

Ao aluno deve ser dado o direito de aprender, não um aprender


mecânico, repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Muito
menos um aprender que se esvazia em brincadeiras. Mas um aprender
significativo do qual o aluno participe relacionando, compreendendo,
reelaborando o saber historicamente produzido e superando , assim, sua
visão ingênua, fragmentada e parcial da realidade.

33
A História da Matemática ( HM ) é considerada um tema importante
na formação do aluno por ela proporcionar ao estudante a noção exata
dessa ciência em construção, com erros e acertos e sem verdades
universais, contrariando a idéia positivista de uma ciência universal e com
verdades absolutas. A HM tem esse grande valor, de poder contextualizar
o saber, mostrar que sua construção são frutos de uma época histórica
dentro de um contexto social e político.

Uma forma de participação da HM no ensino de Matemática,


manifestada na proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCNs,
1998 ), diz respeito ao uso de problemas históricos , por considerar que os
conceitos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de
problemas.

A própria HM mostra que ela foi construída como resposta a perguntas


provenientes de diferentes origens e contextos, motivadas por problemas
de ordem prática ( divisão de terras ), cálculo de créditos, por problemas
vinculados a outras ciências ( Fisica, Astronomia ), bem como por
problemas relacionados a investigações internas à própria Matemática.
( PCNs, 1998, pag.40 )

Para os PCNs, conceitos abordados em conexão com sua história,


constituem-se veículos de informação cultural, sociológica e antropológica
de grande valor formativo. A HM é nesse sentido, um instrumento de
resgate da própria identidade cultural, o que pode confirmar:

( ....... ) verificar o alto nível de abstração matemática de algumas


culturas antigas, o aluno poderá compreender que o avanço tecnológico de
hoje não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas.
Desse modo, será possível entender as razões que levam alguns povos a
respeitar e conviver com práticas antigas de calcular, como o uso do
ábaco, ao lado dos computadores de última geração. ( PCNs, 1998,
pag.43 ).

Para Valdes ( 2002 ), “ Se estalecermos um laço entre o aluno,


a época e o personagem relacionado com os conceitos estudados,
se conhecerem as motivações e duvidas que tiveram os sábios da

34
época, então ele poderá compreender como foi descoberto e
justificado um problema, um corpo de conceitos, etc ....”.

Essa visão da matemática faz com que ela seja vista pelo estudante
como um saber significativo que foi e é construído pelo homem para
responder suas duvidas na leitura de mundo, permitindo ao aluno
apropriar-se desse saber , o que lhe propiciará uma melhor leitura do
contexto global.

Segundo Ogamiz ( 1993 ), a HM, como recurso didático visa atingir


os seguintes objetivos:

- mostrar que o processo de descobrimento matemático é algo vivo


e em desenvolvimento;

- aceitar o significado dos objetos matemáticos em seu triplo


significado: institucional, pessoal e temporal;

- estabelecer distinções sobre uma prova, uma argumentação e uma


demonstração dos conceitos matemáticos, bem como saber dosá-las de
maneira equilibrada no currículo escolar;

- destacar a importância da aplicação de “ provas “ para os alunos,


porém provas que contribuam ao conhecimento e não somente para testar
“ decorebas “.

Kleind apud Tahan ( 1984 ) afirma que : “ O professor que


ensina matemática desligado de sua parte histórica, comete
verdadeiro atentado contra a ciência e contra a cultura em geral “
É nesse sentido que tem crescido cada vez mais o interesse pela HM em
relação ao ensino , não somente como uma ferramenta didática, mas
também como campo de investigação.

Apesar da preparação para as atividades de ESPI, esta


experiência acabou se transformando em uma grande frustração, por não
ter conseguido a atenção e cumplicidade dos alunos para o exercício pleno
das atividades propostas e fixação dos conteúdos abordados.
35
Na verdade, as duas turmas, com as quais foram realizadas o
estágio, 5ª e 6ª série, não possuíam um domínio de conteúdos anteriores,
necessários para um bom aprendizado, não possuindo nem mesmo, o
domínio das quatros operações básicas da matemática: adição, subtração,
divisão e multiplicação.

Com relação ao corpo discente do período noturno, turmas


aonde aconteceram o estágio, era composto por uma grande maioria que
exercem um trabalho durante o dia, ou são pais e mães de família, que
não conseguiram estudar na época apropriada, dificultando ainda mais o
processo de aprendizagem, por existir uma lacuna de tempo entre as
ultimas séries estudadas e o tempo atual, o que influência na falta de
estímulos e baixo aproveitamento escolar, por conta da defasagem de
idades, ocasionando altos índices de evasão e repetência.

Mesmo a escola procurando através de atividades extra-


classe, promover atividades como feira de ciências, gincanas pedagógicas,
semana da arte e cultura; tudo com o objetivo de diminuir a evasão e
repetência , oferecendo e criando um ambiente agradável e prazeroso,
com muita ludicidade através das dinâmicas que buscam sanar as
necessidades dos educandos, no entanto este fracasso, por conta do
resultado obtido pelos alunos na avaliação de seu desempenho escolar,
tem provocado o aumento dos numero de alunos que fracassam a cada
ano nas escolas.

Como professor de matemática, vivemos em busca de


despertar e estimular nos alunos o prazer de aprender esta disciplina,
ainda que, dentre os demais componentes curriculares, a matemática
desempenha tradicionalmente um problema para os estudantes, tendo o
Brasil apresentado o pior desempenho matemático entre 40 países que
participaram da ultima prova do Programa Internacional de Avaliação dos
Alunos ( PISA ), da mesma forma que demonstram os resultados obtidos
pelos provões e os dados do Sistema Nacional de Educação ( SAEB ).

36
Esta situação de precariedade do aproveitamento escolar é
exposto por ARROIO ( 2003 ), através da pergunta : “ A história do
fracasso não guarda uma estreita relação com a história das
disciplinas escolares e com a história da seriação”? ( p.14). E
continua afirmando:

Se cada disciplina e cada série são conjuntos de saberes e métodos


cujo domínio garantiria a cada cidadão o direito ao conjunto do
saber total, e se entre elas há uma complementaridade e
precedência, tem de haver uma permanente avaliação da
capacidade de cada educando de aprender esses saberes e essas
disciplinas. O domínio insuficiente de um desses recortes
disciplinares e seriados exclui da possibilidade de prosseguir no
direito ao saber socialmente produzido. Justifica a reprovação e a
repetência ou retenção-negação do direito ao saber e a cultura em
nome da concepção disciplinar e seriada da vulgarização-facilitação
pedagógica do direito ao saber total. Entretanto , se nosso olhar se
volta não tanto para essas justificativas pedagógicas mas para a
história das disciplinas escolares, podemos descobrir que o termo “
disciplina escolar “ é novo, não ultrapassa este século. Ele aparece
num momento em que se dá uma mudança bastante radical na
educação básica e na natureza da formação: o momento da crise
dos estudos clássicos e da pedagogia clássica. ( ARROIO, 2003,
p.20 ).

E como coloca, Carlos Roberto Jamil Cury, um dos maiores


especialistas na área no país, docente da PUC-MG e professor emérito da
UFMG, “ a qualidade não virá se não houver uma qualificação de
professores e também melhores atrativos para exercício da docência “, e “
também existe a necessidade de fornecer assessoria técnica para garantir
que a infra estrutura da escola seja bem utilizada, especialmente os de
informática , pois recentemente o MEC, identificou que em mais de 1,2 mil
municípios não existe uma pessoa qualificada para utilizar o computador,
tornando nulo os 127 programas que o FNDE- Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação, dispõe para qualificarem essas escolas”.

37
Refletindo de uma maneira franca, outro complicador é a
estabilidade dos professores públicos, que atrapalha por conta do
acomodamento e a falta de compromisso de um número significativo de
profissionais.

Foram muitos os sonhos acalentados durante este curso, para


acabar se transformando em uma grande decepção por conta do efetivo
exercício do estágio, pois de uma forma geral, a meu ver, o período de
estágio, 12 semanas, para o exercício de 124 horas/aula, ( 72 h/aula
efetivas de regência ), me parece um tempo extremamente longo, para
um calendário proposto pelo MEC de 200 dias letivos, e que na realidade
acaba se realizando em 120 dias, ao longo do ano letivo , em função das
várias interrupções por conta de férias, festas, transporte, chuvas, etc...

Outro complicador que influência de maneira negativa, é


devido, a grande maioria destes alunos serem oriundos de famílias aonde
os pais não estudaram ou não completaram o ciclo educacional, deixando
a falsa impressão que a educação não é realmente necessária para o
exercício pleno da cidadania e a vida profissional,chegando mesmo,
alguns alunos, questionarem o porque da necessidade de estudar.

O retrato real da educação em nosso município é representado


por uma população de 52.252 habitantes, atendidos por uma rede de 157
escolas ( 1 estadual ), composta por uma população de 18.544 estudantes
através de 1949 professores, sendo o universo da escola aonde aconteceu
o estagio , composto por 1664 alunos com ensino de 5 a 8ª séries, além do
ensino médio representado pelo curso de quatro anos de magistério. Nesta
escola, o IDEB, observado entre os anos de 2005 ( 2,6 ) e 2009 ( 2,8 ) se situam
entre os índices dos mil municípios com os piores índices de qualidade de ensino,
sendo que somente 0,8 dos municípios brasileiros já estão no patamar
considerado ideal pelo governo federal.

Em função de tudo exposto, fica o desafio, de buscarmos uma


capacitação continuada, na tentativa de, no exercício de nossa futura práxis
pedagógica, contribuirmos para reverter este quadro critico em que se encontra

38
a educação, pois se não podemos reverter o quadro educacional, ao menos ,
podemos contribuir com nossos esforços em reverter ao menos esta crise em
nossa escola, em nossa sala de aula, ou mesmo, na educação de nossos filhos,
pois conforme avaliação dos meios acadêmicos, existem o consenso de que
serão necessários pelo menos 50 anos para a reversão deste quadro, e outros
mais otimistas, falam em pelo menos 20 anos.

Fica o compromisso de aceitarmos este desafio, e trabalharmos na


busca da melhoria desta educação, exercendo nossa práxis pedagógica de
maneira plena e consciente, na busca de uma massa critica , que questione cada
vez mais os descasos com que a educação e tratada, e assim, definitivamente
criarmos uma nação plena e capaz de atender de maneira igual todos os seus
habitantes.

Com relação ao ESPII, este aconteceu de uma maneira mais


eficiente, em função de se trabalhar com uma turma mais homogênea , de
1ª e 2ª série do ensino médio, o que favoreceu o trabalho de estágio de
uma maneira mais proveitosa, pois, houve um envolvimento, uma
participação mais ativa de todos os alunos nas atividades propostas, além
deste, ter sido efetuado de uma maneira conjunta, entre dois estagiários e
o professor regente.

A utilização de metodologias mais interativas proporcionou


cumplicidade entre os atores destas atividades, regente, estagiário e
alunos, promovendo maior interatividade e aquisição de conhecimentos ,
através da ludicidade dos trabalhos propostos.

Para trabalharmos de acordo com a realidade do aluno, foi


necessário conhecermos a escola, as atividades desenvolvidas, os
docentes e discentes em um processo de observação. Através desse
processo, conseguimos conduzir uma contextualização da teoria com a
prática, facilitando o ensino-aprendizagem, estimulando os educandos a
expressarem o seu lado criativo, cognitivo e afetivo.

“.... em sala de aula ludicamente inspirada, o professor


renuncia a centralização, a onisciência e o controle

39
onipotente e reconhece a importância que o estudante tem
uma postura ativa nas situações de ensino, sendo sujeito de
sua aprendizagem.....” ( TANIA FORTUNA, 2001 ).

Enriquecer o trabalho de matemática , exige criatividade,


dedicação e perseverança. Ressaltamos que encontramos vários fatores
que dificultaram o nosso estágio: alunos que não permaneciam na sala de
aula, alunos cansados por trabalharem de dia e estudarem à noite, outros
por falta de interesse na disciplina; mas com perseverança e muita
reflexão para sensibilizarmos esses alunos, a se envolverem nas
atividades propostas, conseguimos resultados satisfatórios.

Enfim, partindo da compreensão de que a matemática


qualifica-se como uma forma de compreendermos os acontecimentos no
mundo e que este conhecimento gerado caracteriza-se como fruto da
construção humana na sua interação constante com o contexto natural ,
social e cultural , espero ter contribuído com o ensino-aprendizagem
nessa busca de conhecimentos.

Foi um período de crescimento, no qual conquistei vários


amigos, buscando uma permanente percepção daquilo que dificulta a
compreensão do educando, revelando avanços e dificuldades, ao
despertar a curiosidade e novas expectativas , alcançando os objetivos
propostos.

40
3.1 Dialogando sobre os temas transversais
Durante o curso foram ministradas diversas disciplinas, contudo,
algumas delas, foram imprescindíveis para nossa formação enquanto
professores. Dentre todas as disciplinas que estudamos, podemos
destacar as seguintes: Pesquisa e Prática Pedagógica (PPP) I, II, III, IV e V;
Estágio Supervisionado I e II; e Metodologia e Didática do Ensino da
Matemática.
Nas disciplinas de PPP, que eram ministradas ao final de cada
período eram tratados de temas muito importantes para a formação dos
acadêmicos tanto quanto professores como na vida cotidiana, foram
adquiridos conhecimentos relacionados às matérias dadas e no final de
tudo, o Seminários Presenciais nos davam um maior esclarecimento sobre
os assuntos estudados. Com base nos conhecimentos adquiridos durante
esta disciplina nos preparamos para o Estágio Supervisionado I e II e
desenvolver Plano de Ação, analisarmos PCN’s (Parâmetros Curriculares
Nacionais) e PCNEM (Parâmetros Curriculares do Ensino Médio) e tivemos

41
conhecimento de diversas técnicas que podem modificar, para melhor, a
forma de ensino.
Em Estágio Supervisionado I e II aprendemos várias maneira para
ministrar os conhecimentos matemáticos e fomos sendo capacitados para
colocarmos em prática todas as teorias adquiridas durante o curso.
Enfrentamos diversas dificuldades durante o estágio, trabalhamos com
diferentes tipos de alunos, cada um com sua personalidade, com diversos
professores, participamos de planos de aulas semanais, mensais e anuais.
Ao participar das Atividades Complementares nos deixamos envolver com
trabalhos da escola, deixando nossa contribuição, e assim nos tornando
verdadeiros membros da Escola. Passamos por diversas dificuldades,
vencendo a maioria delas e contornando outra para que assim
chegássemos ao alcance dos objetivos.

3.2 Refletindo sobre as teorias estudadas


No decorrer do curso tivemos diversas orientações de como fazer
uso de alguns teóricos e suas teorias e a partir daí as dificuldades para
entender o que esta sendo ditos foi se superando, pois já estávamos nos
adaptando à nova maneira de leitura porque até então só conhecíamos a
leitura informal, aquela que não era usada pelos acadêmicos, a partir das dificuldades vencidas
iniciamos oficialmente nossa vida de licenciando e começamos a fazer uso dessas teorias em tudo,
tanto na sala de aula como na vida acadêmica.
Alguns teóricos fizeram presentes no decorrer do curso como: Paulo Freire, Pedro Demo,
Ubiratan D’Ambrosio, Veiga e outros. Se não fosse por eles não saberíamos planejar, educar,
aprender e muitas outras coisas. Diria que lês tiveram importância fundamental para o nosso curso.
Enfim, abriu-se um leque de informações e aprendizagens significativas com as quais tenho
certeza enriqueceram meu currículo e a minha prática pedagógica. No momento da co-participação e
nos Estágios I e II, percebia importância de ser professor, pois até então eu só atuava na sala de

42
aula, e esses momentos me fizeram analisar e rever vários conceitos e a fazer uma reflexão sobre a
prática educativa.
Para mim, o estágio é uma parte do currículo escolar muito importante na formação do futuro
professor, porque é a oportunidade de experiênciar e realizar na prática, o conhecimento teórico
adquirido no decorrer da formação acadêmica, possibilitando , ampliando e aprofundando a
integração entre os conhecimentos teóricos e as práticas educativas, bem como o desenvolvimento
de análises crítico reflexivas sobre a atuação profissional do professor. É também no estágio onde
pode se fazer uma auto-avaliação, uma autocrítica do trabalho enquanto educador do século XXI,
pois ser professor requer que saibamos o que queremos que os nossos alunos aprendam, como
orientá-los e prepará-los para os desafios do mundo globalizado e de novas tecnologias, onde o
mercado de trabalho exige cada vez mais profissionais competentes e atualizados.

4. Discussão dos resultados


Na realização, tanto no Estágio I como no estágio II, aprendi muito
com situações que me deparei. Apesar da minha pouca experiência na
área sinto que é preciso estar sempre inovando e aprofundando os
estudos, pesquisando e analisando as vivencias cotidianas, se quisermos
melhorar a nossa ação decente. Pois e exercício da docência, é uma ação
transformadora que se renova tanto na teoria quanto na prática,
requerendo necessariamente o desenvolvimento de uma consciência
crítica, e preparo que não se esgota nos cursos de formação, mas, para o
qual há uma contribuição específica enquanto formação teórica, e que
precisamos por em prática. E que essas práticas devem ser positivas que
contribuam para fortalecer o papel do educador como facilitador do
processo de ensino-aprendizagem, auxiliando, amparando e dando
43
suporte para que o aluno tenha autonomia, criticidade e independência
intelectual. Um ponto importante nesta tendência é o elemento motivador,
o respeito do aluno, ao seu mundo e um compromisso com a sua
aprendizagem, garantindo resultado satisfatório que enriquece e fortalece
a interação entre professor e aluno.
Segundo Pellegrini (2000), afirma que trancado na sala dando a
mesma aula de sempre, alheio ao que acontece no restante da escola, na
comunidade, no país e no mundo, é o primeiro passo para um professor se
tornar obsoleto no mundo da educação. O objetivo da escola é formar
cidadãos, e para isso os profissionais devem estar preparados e
atualizados para atuarem no mundo contemporâneo.
Já para Martins (2001), o professor do século Xxi é aquele que, além
da competência, habilidade interpessoal, equilíbrio emocional, tem a
consciência de que mais importante do que o desenvolvimento cognitivo é
o desenvolvimento humano e que o respeito às diferenças está acima de
toda pedagogia.
Com essa concepção de educação, a escola, para cumprir o seu
papel social, precisa voltar-se para a realidade plena do ser humano no
seu contexto sócio-politico-economico-cultural, valorizando as
aprendizagens que possibilitam ao educador alcançar os objetivos, bem
como valorizar os seus conhecimentos prévios construídos em sua
experiência de vida.

5. Considerações finais

Sabedores que a Educação é o elemento chave na construção


de uma sociedade baseada na informação, torna-se necessário nos
apropriar das abordagens apresentadas pela disciplina de PPPVI, onde o
tema transversal do período, chama a atenção para a necessidade de
trabalharmos a interdisciplinaridade, pois na tentativa de explicar o
porquê de aprenderem cada vez menos, podemos sugerir que os assuntos

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abordados pelas escolas são, muitas vezes, desinteressantes e desligados
da realidade dos fatos e os objetivos propostos distantes da realidade
vivida pelos alunos.

Segundo Werneck (1998:12),

... A “ Escola” é hoje uma instituição que não evolui e impede ao


máximo os avanços ligados . Impede até mesmo os atos do “ Pensar
“, pela ânsia de atingir os objetivos de repetir , e guarda em seus
muros cicatrizes da “ Reação “ e da “ Conservação “. ( pag.12 )

Werneck, ( 1998:20 ), após uma profunda análise crítica ,


constata que a “ interdisciplinaridade ”, é a grande mola para a
preparação da era pós-industrial. Considera que a eliminação dos
compartimentos estanques, limitadores da ação dos professores será o
ponto de partida da ação pedagógica das escolas.

A interdisciplinaridade e a democracia pedagógica, são, então,


considerados elementos facilitadores da busca constante dos elementos e
dos valores a serem transmitidos nesta civilização em mudança. Propõe-
se, então, uma mudança na concepção do ensino, que quebre uma
estrutura secular, fundamentada no isolamento das disciplinas que
orientava o trabalho dos professores, como se cada matéria não tivesse
ligação uma com a outra.

Fazenda (1996:17 ), ensina que num projeto interdisciplinar


“ não se ensina , nem se aprende: vive-se, exerce-se”. Para ela, a
responsabilidade esta imbuída do envolvimento com o projeto em si, com
as pessoas e com as instituições a ele pertencentes. O que caracteriza a
atividade interdisciplinar é a ousadia de busca, de pesquisa: é a
transformação de insegurança num exercício de pensar , num construir.

A interdisciplinaridade pressupõe:

- Uma atitude de abertura , não preconceituosa, onde todo


conhecimento é igualmente importante, onde o conhecimento individual
anula-se frente ao saber universal.
45
- Uma atitude coerente, sendo que é na opinião crítica do outro
que fundamenta-se a opinião particular, supondo uma postura única,
engajada e comprometida frente aos fatos da realidade educacional,
pedagógica.

Segundo Ivani Pimenta, a interdisciplinaridade promove a


recuperação de uma característica da primeira infância do ser humano: “
Aos dois ou três anos de idade temos um desejo de conhecer
ilimitado”. Segundo, ela, essa busca das origens é um dos fundamentos
da interdisciplinaridade.

É importante ressaltar que a interdisciplinaridade para gerar


uma aquisição plena dos conteúdos implica em planejamento conjunto e
integrado da escola, expresso em um compromisso tácito entre todos os
agentes envolvidos, considerando as necessidades e a demanda de seu
corpo docente e discente. Esses pressupostos justificam e esclarecem a
opção pela organização do currículo em áreas que congregam disciplinas
com objetivos com objetos comuns de estudo, capazes, portanto de
estabelecer um diálogo produtivo do ponto de vista do trabalho
pedagógico, e que podemos estabelecer também um diálogo entre si
enquanto área.

Uma organização possível é a de diversos campos de


conhecimento, a partir de eixos conceituais. Uma metodologia importante
de trabalho didático é a que se dá através dos conceitos como tempo,
espaço, dinâmica das transformações sociais, a consciência da
complexidade humana e da ética nas relações , a importância da
preservação ambiental, o conhecimento básico das condições para o
exercício pleno da cidadania.

Apesar de permear praticamente todas as áreas do


conhecimento, nem sempre é fácil , e por vezes parece impossível,
mostrar aos estudantes aplicações interessantes dos temas a serem
estudados e em conseguir motiva-los , através da educação tradicional; a

46
interdisciplinaridade, pode ser a solução , se for criada e implementada
com a ajuda de todos os integrantes da escola : secretaria educação,
diretores, coordenadores, professores, funcionários e alunos , numa
proposta que passe a oferecer através de uma Pedagogia de Projetos , de
uma forma integral todas as etapas dos conhecimentos e assim,
conseguindo a cumplicidade dos alunos para a implementação de uma
educação que efetivamente consiga inseri-los de uma forma plena na
sociedade, com um olhar crítico e reflexivo.

No momento da consolidação e vivência em sala de aula de


todos os conceitos e propostas pedagógicas propostas pelos PCNs e o
exercício de uma nova práxis pedagógica, ficou a sensação que existe um
abismo entre o que é proposto em um curso de Licenciatura em
Matemática e o que efetivamente acontece em uma sala de aula. Foram
necessários 10 semanas , trabalhando com duas turmas , 5ª e 6ª séries ,
para efetivamente serem ofertadas 72h/aula, sendo que muitas destas
aulas, aconteceram até mesmo com um único aluno em sala de aula,
numa falta total de respeito e vontade de aprender; por conta da
precariedade das condições de ensino e os equívocos de determinadas
orientações pedagógicas.

Os problemas do fracasso escolar constituem um tema controverso


que envolve muitos fatores: baixa auto-estima dos alunos, dificuldades de
assimilar os conteúdos matemáticos ensinados devido à falta de pré
requisitos básicos de séries anteriores, dificuldades familiares, sociais e
econômicas, indisciplina, perspectivas de reprovação, desinteresse,
desmotivação, carências afetivas, dificuldades de aprendizagem, auto-
estima comprometida. Assim sendo, compreendemos o fracasso como
algo cumulativo que aparece através das falhas cometidas pelos alunos,
pelas famílias e pela escola que nem sempre consegue cumprir seus
objetivos institucionais e geralmente se deparam com circunstancias em
que os alunos não conseguem atingir o mínimo esperado, criando um
circulo vicioso.

47
O fracasso pode estar ligado à série em que eles se encontram , à
transição, que eles estão passando , ocasionando falta de concentração,
de maturidade, desvalorização dos estudos, etc. Se considerarmos a
ruptura que existe na 5ª série , os aspectos culturais , emocionais, as
mudanças de prática pedagógica do professor e os problemas sociais,
percebemos que esses fatores podem determinar sucesso ou fracasso,
especialmente quando juntamos todos esses problemas a uma disciplina
considerada difícil de ser compreendida.

Os problemas que envolvem o fracasso escolar, de maneira geral,


não dependem apenas das iniciativas das escolas, mas necessitam de
apoio de políticas publicas voltadas para os problemas sociais. A partir do
momento que as famílias possam viver com mais dignidade e que as
escolas sejam equipadas adequadamente e seja instituída uma carreira
digna para o corpo docente e demais profissionais envolvidos na
educação, certamente, irão surgir outros resultados.

48
6. Referências

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51
SITES:

WWW.scielo.br

WWW.mec.gov.b

WWW.ne.org

WWW.sbem.gov.br

7-APÊNDICES

7.1.1 Apêndices obrigatórios


7.1.2 Apêndices A – relatório do Estagio Supervisionado I
7.1.3 Apêndices B – relatório do Estágio Supervisionado II

7.2Apêndices complementares

8. Anexos

52

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