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Pelo conjunto de artigos que o compõem, este livro propõe-se a contribuir para a
formação permanente do professor, profissional hoje pouco valorizado frente à sua
responsabilidade social e intelectual.
A qualidade da educação requer a articulação entre teoria e prática, inserindo na
atividade pedagógica a intencionalidade do processo de humanização de todos os atores
nela envolvidos. Além disso, sem a teoria não há compreensão da prática e de seus
problemas, e sem a prática não há como se apropriar do real e transformá-lo.
Assim, esta coletânea soma-se ao pensamento daqueles que veem na teoria histórico-
cultural um caminho interessante a ser trilhado por todos os que concebem a crise como
momento possível de transformação através da construção de novos sentidos e
significados, no rigor conceitual dos termos, visando ao processo de humanização tão
em risco na sociedade atual.

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Esta edição recebeu apoio da "Cultura Acadêmica" por meio da Faculdade de Filosofia
e Ciências - UNESP - Campus de Marília.





p ± " 224
p ‰#± 978-85-86305-82-5
p  $ 2ª - 2010
p  " 

APRESENTAÇÃO
Sueli Guadelupe de Lima Mendonça & Stela Miller ... I

PRIMEIRA PARTE:
FUNDAMENTOS DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL

Fundamentos filosóficos marxistas da obra vigotskiana: a questão da categoria


de atividade e algumas implicações para o trabalho educativo
Betty Antunes de Oliveira ... 3

Aspectos teórico-metodológicos que distanciam a perspectiva sócio-histórica


vigotskiana do construtivismo piagetiano
Sueli Terezinha Ferreira Martins ... 27

Implicações pedagógicas da escola de Vigotski: algumas considerações


Lígia Márcia Martins ... 49

SEGUNDA PARTE:
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DA ESCOLA DE VIGOTSKI

A mediação da psicologia histórico-cultural na atividade de professores e do


psicólogo
Elenita de Ricio Tanamachi ... 65

A pedagogia histórico-crítica subsidiando a reflexão da questão cultural na


educação escolar
José Roberto Boettger Giardinetto ... 85

Vigotski e o processo ensino-aprendizagem: a formação de conceitos


Marilda Gonçalves Dias Facci ... 123

Educação matemática e a psicologia sócio-histórica


Adil Poloni ... 149

Palavras grávidas e nascimentos de significados: a linguagem na escola


Dagoberto Buim Arena ... 169

A apropriação da escrita como um instrumento cultural complexo


Suely Amaral Mello ... 181

Contribuições de Vigotski para a educação infantil


Suely Amaral Mello ... 193

p $

Os textos desta coletânea são artigos referentes a conferências e palestras


proferidas durante duas jornadas do Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia
e Ciências - UNESP - Campus de Marília, a saber, a II Jornada, realizada de 05 a
06 de agosto de 2003, com o tema "Vygotsky (1) e a escola atual: implicações
no fazer pedagógico" e a III Jornada, realizada de 19 a 22 de outubro de 2004,
com o tema "A teoria histórico-cultural e a produção do conhecimento".
Esses dois eventos resultaram de um trabalho coletivo de discussão e
organização realizado pelo Grupo de Pesquisa "Implicações pedagógicas da
teoria histórico-cultural" e pelo Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia e
Ciências.
Pôr em discussão a teoria histórico-cultural e, em particular, o pensamento de
um de seus principais representantes, Vigotski, foi uma opção feita pelos
organizadores das referidas jornadas, para disponibilizar uma discussão aberta
ao público a respeito de uma teoria que vem ampliando o debate acerca de temas
fundamentais na área da psicologia do desenvolvimento, com conseqüências
importantes para o encaminhamento dos processos educacionais, em especial os
que se referem à educação escolar.
Embora seja o mais conhecido representante dessa teoria, Vigotski deve ser
compreendido no quadro mais amplo de suas relações com dois outros teóricos,
Luria e Leontiev, com os quais formava a chamada "tróica intelectual", cuja
influência foi decisiva para traçar os rumos da história da psicologia soviética
(2). Juntos,
estudaram desde processos neurofisiológicos até relações entre o funcionamento
intelectual e a cultura da qual os indivíduos fazem parte, trabalhando muito
intensamente não só com temas de psicologia do desenvolvimento, mas também
com as relações entre linguagem e pensamento. Com tal extensão teórica, sua
obra traz implicações para as áreas da neurologia, psiquiatria, educação e
linguagem que não podem, de forma alguma, ser ignoradas. (3)

Os fundamentos marxistas da obra de Vigotski constituem outro ponto


importante a ser considerado para maior compreensão de sua produção teórica.
Na busca por uma psicologia digna desse nome, dizia Vigotski, é preciso
"construir uma µteoria mediadora¶ que seja para a psicologia aquilo que o
materialismo histórico é para as ciências sociais. (...) Para Vygotski, essa
elaboração mediadora é a teoria histórico-cultural do psiquismo." (Grifos no
original.) (4) Pela hipótese central dessa teoria, "a atividade psíquica
especificamente humana seria a interiorização das relações sociais sob a forma
que essas relações se revestem dentro de uma cultura dada." (Grifos no original.)
(5)
Este livro está organizado em duas partes. A PRIMEIRA PARTE focaliza os
aspectos mais amplos da teoria histórico-cultural sob a denominação de
"Fundamentos da teoria histórico-cultural". Inclui os artigos: "Fundamentos
Filosóficos marxistas da obra Vigotskiana: a questão da categoria de atividade e
algumas implicações para o trabalho educativo" de Betty Antunes de Oliveira;
"Aspectos teórico-metodológicos que distanciam a perspectiva sócio-histórica
vigotskiana do construtivismo piagetiano", de Sueli Terezinha Ferreira Martins e
"Implicações Pedagógicas da Escola de Vigotski: algumas considerações", de
Lígia Márcia Martins, artigo que faz a transição entre esta e a SEGUNDA
PARTE do livro, que focaliza os aspectos mais diretamente ligados à reflexão
sobre as implicações pedagógicas da teoria histórico-cultural nas áreas da
docência e do currículo e, sob a denominação de "Implicações pedagógicas da
Escola de Vigotski", inclui os artigos: "A mediação da psicologia histórico-
cultural na atividade de professores e do psicólogo", de Elenita de R.
Tanamachi; "A pedagogia histórico-crítica subsidiando a reflexão da questão
cultural na educação escolar", de José Roberto B. Giardinetto; "Vigotski e o
processo ensino-aprendizagem: a formação de conceitos", de Marilda Gonçalves
Dias Facci; "Educação matemática e a psicologia sócio-histórica", de Adil
Poloni; "Palavras grávidas e nascimentos de significados: a linguagem na
escola", de Dagoberto Buim Arena; "A apropriação da escrita como um
instrumento cultural complexo" e "Contribuições de Vigotski para a Educação
Infantil", de Suely Amaral Mello.
A PRIMEIRA PARTE traz como primeiro artigo uma reflexão de Betty Antunes
de Oliveira acerca dos "Fundamentos filosóficos marxistas da obra vigotskiana:
a questão da categoria de atividade e algumas implicações para o trabalho
educativo". Nele encontramos os fundamentos ontológicos e sócio-culturais da
obra de Vigotski que tem como fonte original a obra de Karl Marx. A autora
chama atenção para as distorções do materialismo de Marx expressas nas
primeiras tentativas de fundar uma Psicologia Marxista, nos anos 20 do século
passado, apresentando Vigotski como aquele que conseguiu superar a
apropriação artificial desse materialismo bem como a aplicação mecanicista da
lógica dialética. Na explicitação clara e significativa dos fundamentos teóricos
do conceito de atividade humana é possível ir estabelecendo as relações desse
conceito fundante de Marx com as reflexões sobre indivíduo e sociedade, vistos
numa perspectiva complementar e não antagônica, leitura tão presente em
análises reducionistas. A categoria atividade humana na psicologia de Vigotski
"é uma unidade orgânica e recíproca entre teoria e prática, através da qual o
homem foi criando sua própria essência, histórica e socialmente, criando,
portanto, a cultura ± o patrimônio cultural do gênero humano." Esse princípio
vai contra as visões pedagógicas adaptativas do indivíduo ao sistema atual
existente, já que "o homem se torna humano transformando a natureza para
adaptá-la a si e não para o homem adaptar-se ao existente."
"Aspectos teórico-metodológicos que distanciam a perspectiva sócio-histórica
vigotskiana do construtivismo piagetiano" é o artigo de Sueli Terezinha Ferreira
Martins. Nele, a autora apresenta Vigotski, sua obra, os fundamentos de sua
teoria, as aproximações e os distanciamentos com a obra de Piaget, destacando,
no percurso histórico esboçado, os quatorze anos de produção científica do
autor, o acesso inicialmente exíguo a suas obras e sua expansão a partir de 1990,
quando o mundo passa a conhecê-las. Na sua visão, as aproximações pretendidas
entre Piaget e Vigotski, embora sejam até objeto de publicações na atualidade,
são indevidas, uma vez que desconsideram as raízes marxistas da teoria
Vigotskiana, sendo algumas delas possíveis, porém nenhuma se referindo aos
elementos centrais da teoria desses dois autores. Os únicos pontos comuns entre
eles seriam os fatos de terem nascido no mesmo ano e de terem pesquisado os
processos psicológicos próprios ao desenvolvimento do ser humano e suas
implicações na prática pedagógica. Construíram uma teoria sobre o
desenvolvimento humano e estiveram à frente de experiências educacionais.
Porém, para além disso, é desconsiderar a produção de ambos e todo o contexto
em que foram produzidas suas obras.
O terceiro e último artigo desta parte denomina-se "Implicações Pedagógicas da
Escola de Vigotski: algumas considerações", de Lígia Márcia Martins. Nele a
autora parte de uma questão que o próprio Vigotski levantava em seus cursos de
formação para professores: "O que é educar?" e que respondia utilizando as
idéias de Blonski, um de seus antigos professores: "educação é a influência
premeditada, organizada e prolongada no desenvolvimento de um organismo".
Destaca, a partir daí duas questões centrais: a intencionalidade e a organização
do processo de formação. A primeira questão leva-nos a pensar no significado
da pré-ideação de um projeto e o planejamento das atividades e procedimentos
que garantam a objetivação da pré-ideação (que se torna um dado da realidade
concreta). Duas são as implicações advindas dessa postura: fazer a crítica, do
ponto de vista da teoria vigotskiana e humanizar o processo educativo pela
socialização do saber escolar. A segunda questão envolve a organização do
processo educativo, articulando método de ensino e sistematização de conteúdo,
objetivando a superação dos conceitos cotidianos para a aquisição dos conceitos
científicos. Essa perspectiva deve levar à superação do modelo calcado nas
competências, próprio da visão da educação como mercadoria que caracteriza o
projeto neoliberal para a educação.
A SEGUNDA PARTE está organizada em sete artigos. O primeiro artigo é de
Elenita de R. Tanamachi intitulado "A mediação da psicologia histórico-cultural
na atividade de professores e do psicólogo". Ela apresenta os fundamentos da
teoria histórico-cultural e do método materialismo histórico-dialético como
essenciais na transformação da ação/formação de professores, alunos e
psicólogos. Através de uma ação direta numa escola pública, a autora busca
desvendar, coletivamente com os agentes sociais da escola, a relação entre a
atividade (motivos/ações/finalidades) e a consciência (significados e sentidos) na
prática pedagógica, problematizando a questão "por que o aluno não aprende",
elaborando-a de outra forma, "por que e como o aluno aprende". O trabalho
realizado mostra o processo de alienação como um obstáculo para se obter a
articulação entre sentido e significado na atividade pedagógica. Para superar
essa situação, aponta a necessidade de uma formação que alie a competência
técnico-pedagógica e compromisso político com a transformação da realidade,
visando à humanização do próprio homem.
"A pedagogia histórico-crítica subsidiando a reflexão da questão cultural na
educação escolar" é o artigo de José Roberto B. Giardinetto em que tece
considerações sobre a produção, elaboração do conhecimento e a importância da
apropriação do saber escolar pelos alunos da escola pública. A partir da
pedagogia histórico-crítica, problematiza a questão do "respeito à cultura do
aluno", através de categorias cotidiano, não cotidiano e processo de
humanização, conceitos-chave na teoria marxista na análise da realidade social.
Pautado em teóricos marxistas como Saviani e Duarte, o autor defende o
trabalho escolar como elemento fundamental ao desenvolvimento cultural dos
alunos, levando-os à apropriação de conteúdos sistematizados, construídos
historicamente, que contribuem para o desenvolvimento do gênero humano,
entendendo-o como ato de produzir direta e indiretamente a humanidade em
cada indivíduo, tendo a escola o papel de mediação entre o indivíduo e o
conhecimento. Toma como exemplo a crítica à etnomatemática, que se apega ao
aspecto da manifestação da matemática em diferentes espaços etnoculturais
como algo contraditório à ciência matemática, ou à matemática escolar. Como
afirma o autor, "as diferentes produções da matemática em contextos socais
diversos não são µdiferentes matemáticas¶, mas diferentes manifestações µda¶
matemática": trata-se de saber decodificar os traços essenciais do conhecimento,
no caso matemático produzido fora da escola, mediante a matemática escolar,
sendo estes conteúdos manifestações do conhecimento construído
historicamente pelo homem ao longo da história.
"Vigotski e o processo ensino-aprendizagem: a formação de conceitos", de
Marilda Gonçalves Dias Facci, trata da questão da formação dos conceitos na
teoria Vigotskiana. Neste texto, os conceitos são entendidos como construções
culturais: são internalizados pelo homem no decorrer de um processo histórico-
cultural, ou seja, ao longo de seu processo de desenvolvimento. A autora destaca
a diferença entre os conceitos cotidianos, construídos pelo homem a partir da
observação e das atividades próprias de sua vivência em interação com objetos e
pessoas a sua volta, e os conceitos científicos que são adquiridos por meio de
estudos sistematizados, como são os promovidos pela instituição escolar, que
insere o aluno em situações que o levam a realizar sucessivos níveis de abstração
em torno de cada conceito que aprende. Ambos os conceitos guardam entre si
estreita relação, de modo que um influencia na formação do outro: os conceitos
espontâneos podem oferecer suporte para a formação dos conceitos científicos e
estes podem levar os primeiros a níveis mais elaborados de generalização. Daí se
deduz a importância do trabalho escolar, cuja tarefa primordial é ajudar a criança
no desenvolvimento dos conceitos científicos, responsáveis pelos níveis mais
elaborados dos processos psicológicos superiores do ser humano.
Adil Poloni, em seu artigo intitulado "Educação matemática e a psicologia
sócio-histórica", fala de sua experiência com a educação matemática do ponto de
vista vigotskiano. Destaca a possibilidade de que novos conhecimentos podem
ser adquiridos numa perspectiva sócio-centrada, através de uma prática que
valoriza os aspectos sociais voltados para a formação da cidadania. Na área da
Matemática, as atividades educativas, desse ponto de vista, pretendem trocar a
formação de uma consciência solitária por uma consciência solidária. Nessa
perspectiva, considera que os problemas matemáticos não se separam dos
problemas da vida, pelo contrário, ajuda a resolvê-los. O ambiente cultural e a
mediação do professor são imprescindíveis para o desenvolvimento do aluno. Os
avanços cognitivos dependem de uma ação deliberada do professor, dentro de
um contexto significativo, que concorrerá para o desenvolvimento dos modos de
internalização de significados no aluno. Longe de um trabalho matemático que
funcione como um receituário de fórmulas, a educação matemática deve ser
emancipatória: incidir nas possibilidades da zona de desenvolvimento potencial
do aluno e levá-lo à internalização de novos conhecimentos necessários a sua
formação como cidadão.
Em seu artigo "Palavras grávidas e nascimentos de significados: a linguagem na
escola", Dagoberto Buim Arena tem por finalidade dialogar com dois
estudiosos: o tcheco Kosik (1927) e o russo Mikhail Bakhtin (1895-1975), a fim
de "fazer um exercício sobre a língua que a sociedade, pelas suas instituições de
ensino, poderia oferecer ao aluno". Utiliza "como fio-guia a criança que se torna
aluno ao entrar para a escola, que se movimenta no ambiente histórico e cultural,
criado pelas relações interpessoais, em cujo movimento também é criada e
recriada a língua com a qual o aluno inicia o seu relacionamento como co-
criador da língua escrita". Considera a língua não como objeto estável, pronta
para ser assimilada pelo aluno, mas como um sistema de relativa estabilidade em
que há espaço para "a realização da criação humana", o que a torna "viva para o
homem criador". É no espaço reservado às interações que isso se torna possível.
Na escola, é preciso que o processo de aprender a ler e a escrever seja
encaminhado considerando o uso social da língua e o fato de que as
significações são tecidas no momento das enunciações. Só assim o sujeito
aprendiz pode apropriar-se da língua em sua essência. Fora disso resta apenas a
aparência.
"A apropriação da escrita como um instrumento cultural complexo", de Suely
Amaral Mello, focaliza as "contribuições de Vigotski acerca do processo de
aquisição da escrita". A autora parte da idéia de que muito do que se tem feito
com a educação das crianças carece de uma base científica; porém, com o
avanço já conquistado na área d educação, é possível buscar maneiras de
melhorar a prática pedagógica levada a efeito nas escolas, no intuito de chegar
ao "desenvolvimento máximo da inteligência e da personalidade das crianças".
Destaca-se, como elemento essencial desse processo, a apropriação da escrita
pela criança que não tem sido devidamente ensinada, pois, "ao enfatizar a escrita
e o reconhecimento das letras, acabamos por ensinar às crianças o traçado das
letras, mas não ensinamos a linguagem escrita". Isso equivale a dizer que, ao
darmos relevo ao aspecto técnico dessa aprendizagem, "nos esquecemos da
função social para a qual a escrita foi criada". A autora aponta como um grande
equívoco a focalização apenas da técnica da codificação, sem considerar ou criar
a necessidade da escrita na criança, pois só quando tal necessidade é criada no
interior da língua em uso é que aprender a escrever fará sentido para o aluno.
Finalmente, em seu outro artigo, denominado "Contribuições de Vigotski para a
Educação Infantil", Suely Amaral Mello destaca, inicialmente, o valor da
aprendizagem no processo educativo: as crianças, desde que nascem, aprendem
e, porque aprendem, se desenvolvem. Isso permite pensar uma nova Pedagogia
para a infância, cuja base é a organização intencional das atividades para a
criança, o que supõe que ela é capaz de aprender, consegue estabelecer relações
com os outros, consigo mesma e com o mundo a seu redor. Nessa perspectiva, a
relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento ganha um novo
entendimento: a aprendizagem leva ao desenvolvimento. No contato com a
cultura, com os adultos e outras crianças são criadas as condições para a
aprendizagem infantil. Isso traz como conseqüência a valorização do trabalho do
professor, mediador do processo educativo, cuja finalidade é a de garantir a
criação das qualidades essencialmente humanas no educando, as quais são,
inicialmente, externas ao ser humano, internalizam-se quando se permite o
acesso das novas gerações à cultura historicamente acumulada.
Pelo conjunto de artigos que o compõem, este livro propõe-se a contribuir para a
formação permanente do professor, profissional hoje pouco valorizado frente à
sua responsabilidade social e intelectual. A qualidade da educação requer a
articulação entre teoria e prática, inserindo na atividade pedagógica a
intencionalidade do processo de humanização de todos os atores nela
envolvidos. Além disso, sem a teoria não há compreensão da prática e de seus
problemas, e sem a prática não há como se apropriar do real e transformá-lo.
Assim, esta coletânea soma-se ao pensamento daqueles que vêem na teoria
histórico-cultural um caminho interessante a ser trilhado por todos os que
concebem a crise como momento possível de transformação através da
construção de novos sentidos e significados, no rigor conceitual dos termos,
visando ao processo de humanização tão em risco na sociedade atual.
Junho de 2006 (6)

Notas
1- Vygotsky, assim grafado, é uma dentre as diferentes maneiras que
encontramos, conforme a procedência da edição, para escrever o nome desse
autor. Escrito dessa forma foi como se apresentou no título da II Jornada do
Núcleo de Ensino. Outras possibilidades, para citar as mais conhecidas, são:
Vygotski, Vigotskii e Vigotski. Nos textos do livro será utilizada a grafia
Vigotski, com exceção das citações originais.

2- VERNAUD, G. Lev Vygotski: pédagogue et penseur de notre temps. Paris;


Hachette Livre, 2000, p.4.

3- VIGOTSKII, L. S., LURIA, A. R. & LEONTIEV, A. N. Linguagem,


desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de
São Paulo, 1988, p.15/16.

4- Trecho da página 12 de SÈVE, L. Dialectique et psychologie chez Vygotski.


In: Enfance. Tomo 42, v.1-2, p.11-16. Presses Universitaires de France, 1989.

5- Trecho da página 3 de ZAZZO, René. Vygotski (1896-1934). In: Enfance.


Tomo 42, n.1-2, p.3-10. Presses Universitaires de France, 1989.

6- Ano da primeira edição desta obra


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