Noemi, tendo passado a idade de dar à luz filhos, instrui Rute para se
casar em lugar dela, segundo a lei do levirato. Numa época tão importante
como a da colheita, era costume o proprietário do campo supervisionar
pessoalmente a joeira dos cereais, que se fazia à noitinha, a fim de aproveitar a
brisa que soprava depois de um dia quente. Boaz estaria dormindo no chão da
eira, e é ali que Rute o encontra. Ela se aproxima dele quietamente, descobre
os seus pés e se deita. Ao despertar ele no meio da noite, ela se identifica e,
de acordo com o costume seguido pelas mulheres quando reivindicavam o
direito do casamento segundo a lei do levirato, pede que ele estenda sobre ela
a aba de sua veste. Boaz declara: “Que Deus te abençoe, minha filha”, e elogia
ela por não ter se interessado em jovens, por paixão ou por cobiça. Longe de
ser alguém que faria proposta de relação impura, Rute ganha para si a
reputação de ser “mulher de bem” (Rt 3:10, 11). Todavia, conforme ele então
lhe diz, há outro resgatador que é parente mais próximo que ele; consultará a
este pela manhã. Rute continua deitada aos pés dele até de manhã cedo. Daí,
ele lhe dá de presente cereais e ela volta para Noemi, que ansiosamente
pergunta sobre o resultado.