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Entrevista – Intra-empreendedorismo

Por Adriana Abelhão


Gina Gulineli Paladino é economista, diretora do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) do Paraná,
instituição ligada à Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que tem como foco
apoiar as empresas quanto à capacitação, pesquisa e inovação tecnológica. Gina fala
conosco sobre intra-empreendedorismo, um programa “de produtividade e de felicidade”
que ajuda a empresa a ganhar mais dinheiro e, “de quebra, vai deixar as pessoas mais
felizes”. Para ela, empreendedorismo também se aprende na escola e a empresa que já
percebeu que investir nas capacidades empreendedoras de seus funcionários é um bom
negócio, faz diferença entre ganhadores e perdedores.

O que é intra-empreendedorismo?
Existe o empreendedor por oportunidade, que é o empreendedor clássico. Ele identifica um nicho de
mercado, um produto, e se lança em um negócio por conta própria. É o dono do capital e vai se
apropriar do resultado da atividade. O intra-empreendedor atua dentro de uma empresa. Ele não é o
proprietário das máquinas e dos equipamentos, do capital, o que não significa que ele não possa,
dentro daquela organização, desenvolver um projeto ou um produto. As qualidades e características
do empreendedor e do intra-empreendedor vão ser as mesmas: auto-estima, capacidade de
argumentação, capacidade de decidir por conta própria, capacidade para correr riscos. O mais
importante no intra-empreendedorismo é identificar e desenvolver as características
empreendedoras das pessoas.

É possível aprender a ser criativo e empreendedor?


Sim, as características empreendedoras podem ser desenvolvidas. Não é preciso nascer com elas.
Empreendedorismo, criatividade e inovação estão sempre juntas. No caso do empreendedorismo,
existem práticas, treinamentos e cursos para ajudar a pessoa a desenvolver essa capacidade, se ela
quiser e gostar. No caso da criatividade, a questão é um pouco mais complexa. Passa por questões
da educação, da psicologia e do ambiente. Hoje, há empresas que realizam ateliês de criatividade,
com profissionais do mundo inteiro e do Brasil. Não estou falando da criatividade artística. Os
artistas obviamente são criativos por excelência. Estou falando da criatividade produtiva, dentro das
empresas.

O que é feito nesses ateliês de criatividade?


Existe muito instrumental trabalhando imagem e percepção. Por exemplo, as pessoas assistem a um
filme. Será que todo mundo enxergou a mesma coisa? Percebeu um detalhe aparentemente oculto?
Nós temos uma lente viciada pela escola, pelos valores, pela família. Não conseguiremos enxergar
coisas diferentes se não colocarmos outra lente nos olhos. É a visão do diverso, do aparentemente
oculto, do diferente. Por exemplo, um copo só serve para tomar água? Quantos usos para um copo o
ser humano é capaz de fazer? Até hoje, repertoriados, há 132... Num ateliê de criatividade, pode-se
chegar a 20, 30 desses usos. Por que não chegamos a 132? São levantadas questões como essa.
Você está no domínio da criatividade e a linha divisória entre a criatividade e a inovação é muito
tênue. Dentro das empresas, a criatividade está focada. E se uma solução, proposta por um
funcionário virar um produto ou um serviço, uma coisa nova no mercado, já virou inovação. Da
criatividade, passo para a invenção e para a inovação. Nesses ateliês de criatividade, dependendo de
como for monitorado o trabalho, geralmente feito em grupos de 15 a 20 pessoas, no terceiro dia já
existem produtos novos, criados por pessoas que nunca antes tinham inventado um produto.
O que acontece com a pessoa quando ela vai para um ambiente desses, descobre esse novo
olhar, e depois volta para a empresa?
Algumas empresas já descobriram que a inovação é um diferencial competitivo essencial para
continuarem liderando nos seus mercados. Elas sabem que daí vão sair soluções úteis e rentáveis.
Essa é a diferença entre os ganhadores e perdedores no mundo moderno. Por que funciona com
essas mentes que participam desses ateliês? Porque elas vão ser cobradas para serem criativas.

Como é a premiação ou remuneração das iniciativas inovadoras dos funcionários no intra-


empreendedorismo?
Cada caso é um caso e cada setor, tamanho de empresa e negócio tem suas particularidades. As
premiações podem ser individuais, mas as organizações estão estimulando também equipes
criativas, inovadoras e empreendedoras. Esse modelo só vai funcionar bem se for ganha-ganha.
Tudo bem, nós vamos crescer 100, mas vocês vão ganhar 10, 20. A empresa vai ter que criar uma
coisa muito própria e muito compatível com a sua cultura organizacional. A empresa de alimentos
de Curitiba pode ter uma cultura muito diferente da mesma empresa que produz o mesmo produto lá
na Bahia. Uma negociação que reduz a jornada de trabalho para o funcionário ir à praia mais cedo
às sextas-feiras em Salvador vai deixar o funcionário muito mais feliz. Aqui em Curitiba não vai
funcionar de jeito nenhum.

Existem riscos na implantação desse ambiente intra-empreendedor? O inovador quebra


regras, pode invadir a área de um colega, criar conflitos. Pode chegar um momento no qual
ele vai embora da empresa, porque quer montar a sua própria empresa. Como as empresas
lidam com isso?
Essa história toda tem limites e algumas regras. Há regras, projetos, responsabilidades. Tem muito
pouco risco nesse sentido, porque existem limitações e normas. O segundo risco é importantíssimo.
Essas pessoas, depois que você destampou a panela de pressão do cérebro delas, e da felicidade,
elas vão embora. A parede ficou muito estreita. A experiência não está mostrando que eles saem em
massa das empresas. Mas alguns saem. Mais, as empresas estão aprendendo como tirar proveito
desses espaçosos e estão estimulando-os para que criem empreendimentos e negócios que as
beneficiem. São as chamadas terceirizações corporativas. O indivíduo já conhece a minha
organização, começa a ficar espaçoso, então, cria um negócio aqui na esquina. Nós íamos fazer aqui
dentro, mas não vamos fazer mais e você faz. A empresa vai perder alguns funcionários, mas vai se
aproveitar disso e criar empreendimentos. Por que não?

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