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OBSERVATÓRIO

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das águas
A ÁGUA E O PODER PÚBLICO NO BRASIL

Apoio:

P R O G R A M A “ Á G UA PA R A A V I D A”

BRASÍLIA | 2 0 0 4
Índice
Apresentação 4
Objetivos e atividades desenvolvidas 6
Como foi feita a pesquisa 8
Introdução 9
1. As Águas e o Congresso Nacional 10
1.1 Lei: quais são elas e onde elas nascem 10
1.1.1 Como um projeto vira Lei 10
1.1.2 Leis: quais são elas 13
1.1.3 Para entender melhor o processo legislativo 16
2. Proposições Legislativas e suas interfaces com a água 20
2.1 Política Nacional de Recursos Hídricos 22
2.2 Água e energia 33
2.3 Água e floresta 36
2.4 Águas subterrâneas 42
2.5 Transposição 46
2.6 Saneamento básico 49
2.7 Alocação de recursos 57
Bibliografia 65
Anexos I – Glossário de Termos Legislativos 66
Anexo II – Comissões 74

3
Apresentação
O Brasil é o país mais rico do mundo em termos de reservas hídricas, contendo
13,7% da água doce disponível no planeta, a maior área úmida continental do
mundo (Pantanal), as mais extensas florestas alagadas (Amazônia), e uma fauna
aquática incrivelmente rica. Saber cuidar, usufruir e gerir esse recurso é
responsabilidade de todos nós brasileiros.
Com a aprovação da Lei 9.433 (1997) que institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, criou-se uma nova, importante e moderna estrutura para a gestão destes
recursos, prevendo processos participativos e novos instrumentos econômicos que
promovem o uso mais eficiente da água, como a cobrança pelo sua utilização. O
Governo Federal criou, em 2000, a Agencia Nacional de Águas - ANA, responsável,
entre outras coisas, por implementar a nova Lei.
A gestão dos recursos hídricos é, possivelmente, a questão ambiental com maior
poder de integração, afetando todos os segmentos da sociedade e perpassando os
diversos usos do solo, tais como a exploração de florestas, agricultura, indústria,
mineração, entre outros.
O WWF-Brasil, que, em 2001, criou o Programa Água para a Vida tem como
uma de suas premissas a busca de alternativa para os problemas relacionados à
água no país, tendo como uma de suas linhas estratégicas, o Fortalecimento das

4
Instituições Públicas e Privadas que atuam na Conservação e Gestão de Água. O
nosso principal objetivo é atender às diversas demandas da sociedade por meio dos
usos múltiplos, mas também garantir a integridade dos ecossistemas de água doce.
Água não pode significar uma simples mercadoria a ser consumida, mas sim um
recurso essencial à vida.
Visando a contribuir para esse objetivo, lançamos o Projeto Observatório das Águas
que irá monitorar, sistematizar, analisar e disseminar projetos e diretrizes que tramitam
no Poder Público Federal (Executivo, Legislativo e Judiciário), assim como Instituições
Financeiras e Organismos Multilateriais, cujas decisões possam afetar a qualidade/
quantidade de água, a vida das pessoas e até mesmo o desempenho econômico do
país. Tem como principal público-alvo, os tomadores de decisão que atuam nos diversos
Organismos de Bacia. Também procura "diminuir um pouco a distância entre Brasília e
o Brasil".
A primeira versão do Observatório das Águas traz informações sobre como se dá o
funcionamento do Congresso Nacional, quais as suas Comissões e a sua forma de atuação.
Sistematiza os principais Projetos de Lei – PL, Propostas de Emenda Constitucional –
PEC, Medidas Provisórias – MP que tem relação direta com a temática da água.
Esperamos, assim, poder contribuir de forma efetiva para qualificar o debate e o
processo de tomada de decisão no aprimoramento do Sistema e da Política Nacional
e Estaduais de Recursos Hídricos no Brasil.

Denise Hamú Samuel Barreto


Secretária Geral Programa Água Para a Vida

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Objetivos e atividades
desenvolvidas
O projeto “Observatório das Águas” tem por objetivo mapear e analisar a temática da
água nas diversas instâncias do Poder Público Federal (Executivo, Legislativo e Judiciário),
assim como instituições financeiras e organismos multilaterais, no intuito de auxiliar no
processo de fortalecimento do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
como um instrumento de gestão ambiental, descentralizado e participativo.
Pretende também disseminar e democratizar informações para fomentar uma visão
mais estratégica dos temas que direta ou indiretamente interfiram sobre a quantidade e
qualidade da água, para melhor empreender a capacitação de recursos humanos e
financeiros, contribuindo para intensificar e qualificar o debate, auxiliando na construção
de parcerias e na descentralização dos processos decisórios. O objetivo final é aprimorar
os mecanismos de conservação e gestão dos recursos hídricos no Brasil.
Atividades propostas:
„ identificar as diversas Políticas Públicas, Projetos de Lei, Diretrizes
Orçamentárias que tenham interface e implicações na conservação e gestão
da água no Brasil;
„ obter uma visão estratégica das políticas de água como suporte ao processo
de decisão;

6
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | O B J E T I V O S E AT I V I D A D E S D E S E N V O LV I D A S

„ monitorar os assuntos correlatos à temática da água e dos recursos hídricos


que tramitam nas diversas instâncias de decisão no âmbito Federal;
„ coletar e analisar as informações que posteriormente serão disseminadas
pelo WWF-Brasil para tomadores de decisão que atuam em Organismos
de Bacia.
Foram desenvolvidas atividades inicialmente no Congresso Nacional, com um
trabalho de pesquisa aliada à coleta de dados em consonância ao objetivo geral
proposto. São elas:
„ levantamento completo dos Projetos de Lei, Projetos de Emenda
à Constituição Federal, Medidas Provisórias,
Requerimentos, Indicações e Mensagens que tramitaram ou tramitam no
Congresso Nacional
pertinentes ao tema de água;
„ a seleção do produto desta pesquisa, de acordo com os objetivo supra
referido;
„ acompanhamento do andamento das proposições selecionadas;
„ acompanhamento das Audiências Públicas, das atividades das Comissões
e do Plenário quanto aos temas confluentes, em ambas as Casas
Legislativas;
„ estudo do regimento interno do Senado Federal e da Câmara dos Deputados;
„ sistematização das informações quanto ao trâmite de um Projeto de Lei
no Congresso Nacional.

7
Como foi feita a pesquisa
As pesquisas foram realizadas nos diferentes bancos de dados disponíveis para o
acompanhamento do processo legislativo no Congresso Nacional.
Tanto a Câmara dos Deputados, como o Senado Federal dispõem de um vasto
sistema de divulgação por meio eletrônico, de informações sobre a composição dos
mesmos, agenda do dia e tramitação de Projetos de Lei. Estes dados foram a principal
fonte de pesquisa e acompanhamento do presente projeto.
Também foram fontes de pesquisa a Sub-Secretaria de Informação Legislativa do
Senado Federal, o Centro de Documentação e Informação Coordenação de Publicações
da Câmara dos Deputados e a Secretaria Geral da Mesa das duas Casas, onde estão
disponibilizadas todas informações referentes ao Plenário, tais como: questões de
ordem, sumários taquigráficos, homenagens marcadas, dentre outras.

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OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | I N T R O D U Ç Ã O

Introdução
O Brasil detém cerca de 13,7% da água doce disponível no planeta. A política
nacional e o sistema de gerenciamento dos recursos hídricos foi instituído pela Lei
n.º 9.433, de 08 de janeiro de 1997, também conhecida como a Lei das Águas,
que trouxe os fundamentos, objetivos, diretrizes de ação e os instrumentos para que
os órgãos e entidades efetivem a sua operação e implementação.
Diante da transversalidade que o tema possui, perpassando em assuntos de
cunho econômico e ecológico, político e social, histórico e cultural, uma série de
proposições legislativas têm tramitado no Congresso Nacional brasileiro visando à
alteração, aperfeiçoamento e à implementação da Política Nacional e do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Levando-se em conta que a Política Nacional de Recursos Hídricos tem como
fundamentos a gestão descentralizada, integrada e participativa, o presente trabalho
objetiva auxiliar na aproximação dos diversos integrantes do sistema de gerenciamento
de recursos hídricos em todo o país, especialmente a sociedade civil organizada,
com o processo de elaboração das Leis que terão implicações diretas na sua atuação
junto aos Comitês de Bacia Hidrográfica e Conselhos de Recursos Hídricos e na
própria gestão das águas.

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As águas
e o Congresso Nacional
capítulo 1

O Brasil é uma República Federativa formada pela União, Estados e Distrito Federal.
Os Poderes da União estão divididos em três: o Legislativo, Executivo e o Judiciário.
Esta tripartição dos Poderes do Estado foi atribuída a Montesquieu com intuito
de limitar o poder absoluto do Estado e estabelecer uma forma de controle e
independência entre suas funções. Assim, o Legislativo passou a ser o ramo
responsável por estabelecer as normas (leis). O Executivo tem a atribuição de governar.
E o Judiciário de interpretar as Leis perante as controvérsias.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto por duas
casas: o Senado e a Câmara. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes
da população e o Senado de representantes dos Estados e Distrito Federal.

Lei: Quais são elas e onde elas nascem


A Lei é um ato normativo produzido pelo Poder Legislativo, conforme a Constituição
Federal, que gera Direitos e Deveres.

Como um projeto vira Lei


Ao processo legislativo cabe a elaboração de normas que levam à renovação das
Leis. No sistema bicameral adotado pelo Brasil, o Senado Federal e a Câmara dos
Deputados detêm a mesma competência na elaboração destas normas, sendo que

10
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 1

uma casa funciona como revisora da outra, e ambas têm a iniciativa de propor
Projetos de Lei.
A figura 1 descreve como um Projeto de Lei vira Lei, ou seja, o seu andamento
em regime de votação de 1 turno, em ambas as Casas Legislativas (Câmara dos
Deputados e Senado Federal). O processo de tramitação nas duas Casas
(independente de qual Casa será a autora e conseqüentemente qual será a revisora)
é muito parecido e a figura 1 sintetiza estas informações.
As proposições rejeitadas ou não aprovadas dentro do prazo de apreciação (caso
da Medidas Provisória) serão enviadas para o arquivo e o objeto da proposição não
poderá ser reapresentado na mesmo legislatura (4 anos). Porém, o que se observa é
que os projetos arquivados muitas vezes têm o seu conteúdo reapresentado por
outro autor e com outro número.
Não existe prazo para a tramitação de um Projeto de Lei, exceto nos casos em
que o Presidente da República apresentar o mesmo em regime de urgência (prazo
de 45 dias para a apreciação em cada Casa).

11
OS CAMINHOS DE UM PROJETO DE LEI NA CÂMARA
DOS DEPUTADOS E NO SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI

CÂMARA
SENADO
DOS
FEDERAL
DEPUTADOS
ARQUIVADO

APROVADO

REJEITADO

EMENDADO

CÂMARA DOS
DEPUTADOS

REJEITADO APROVADO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

VETADO SANCIONADO

CONGRESSO NACIONAL

MANTIDO REJEITADO

LEI

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OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 1

Leis: quais são elas?


De acordo com o art. 59 da Constituição Federal, o processo Legislativo
compreende a elaboração de:

Emendas à Constituição
A Constituição Federal é um sistema de normas, escritas, que regulam a forma
do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o
estabelecimento de seus órgãos e os limites de suas ações.
A emenda à Constituição pretende alterar a Constituição Federal vigente. Não
poderão ser objeto de emendas à Constituição os projetos que versem sobre propor
a abolição da Federação, do voto direto, secreto, universal e periódico, a separação
dos Poderes e os direitos e garantias individuais.

Leis complementares
A Lei Complementar destina-se a regular matérias de competência da União,
que a Constituição Federal tenha exigido expressamente que fosse disciplinada por
Lei Complementar. Ela somente pode ser aprovada por maioria absoluta, demandando
o envolvimento de uma maior número de parlamentares em seu processo de votação,
pois a Constituição a ela reservou as matérias mais importantes, segundo a visão
dos constituintes de 1988, exigindo, assim manifestação mais significativa,
qualificada.

13
Leis Ordinárias
A Lei Ordinária regulamenta matérias que não foram entregues expressamente à
Lei Complementar, tendo, portanto, um campo legislativo residual. Demanda maioria
simples para sua aprovação.

Medidas provisórias
A Medida Provisória é uma exceção à tripartição dos Poderes da União, pois sua
iniciativa é competência exclusiva do Presidente da República e uma vez editada
sua vigência é imediata e com força de Lei. E os requisitos para a sua utilização são
a relevância e a urgência.
Seu teor será imediatamente submetido à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal para sua conversão em lei, em um prazo de 60 dias, prorrogáveis por igual
período. Uma vez transcorridos 45 dias deste prazo sem sua apreciação, a Casa em
que estiver tramitando entrará em regime de urgência. Ou seja, as demais deliberações
da ordem do dia só poderão ser apreciadas após sua votação, ocorrendo o que se
chama de “tranca da pauta”. Inicialmente serão apreciadas a efetiva relevância e
urgência da Medida Provisória. Teoricamente, se caracterizaria uma urgência temas
que não pudessem esperar o prazo de um Projeto de Lei tramitando em regime de
urgência, ou seja, 90 dias (45 para a apreciação de cada Casa).
Não ocorrendo sua conversão em Lei (por ter sido rejeitada em plenário ou não
apreciada no devido prazo), a Medida Provisória perde sua eficácia desde a sua
edição, uma vez que não foram observados os requisitos para sua constitucionalidade,
quais sejam: urgência e relevância. As matérias que não podem ser objetos de
Medida Provisória estão elencadas no art. 62 da Constituição Federal.

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OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 1

Decretos legislativos (atos internos)


O Decreto Legislativo destina-se a regular atos de exclusiva competência do
Congresso Nacional, sem a sanção do Presidente da República, como, por exemplo:
autorizar o Presidente a declarar guerra, aprovar estado de defesa ou intervenção
federal; resolver definitivamente sobre acordos ou atos internacionais; autorizar, em
terras indígenas, o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa de lavra de
riquezas minerais. (art. 49 CF).

Resoluções (atos internos)


O projeto de resolução destina-se a regular assuntos de interesse interno da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, de caráter
político, processual, legislativo ou administrativo, sem a sanção presidencial.
Há restrições quanto à iniciativa para propor Projetos de Lei, Emendas à
Constituição etc, e o processo legislativo para votação das mesmas é disposto de
forma diferenciada pela Constituição Federal, a tabela 1 abaixo demonstra o exigido
para cada espécie normativa.

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PROCESSO LEGISLATIVO
TIPO INICIATIVA DISCUSSÃO VOTAÇÃO SANÇÃO E VETO

1 Emenda Presidente da República, Câmara dos 4 votações: 2 turnos na Não está sujeita a
Constitucional 1/3 dos Deputados Federais, Deputados e Câmara e 2 turnos no Senado. sanção ou veto do Presidente.
1/3 do Senado ou 1/2 da Senado Federal Sendo que em cada votação
Assembléia Legislativa deverá haver a aprovação por
3/5 = maioria absoluta
2 Lei Comple- Presidente da República, Câmara dos 4 votações: 2 turnos na Câma- Sujeita à sanção ou ao veto
mentar Deputados Federais, Senadores, Deputados e ra e 2 turnos no Senado. Com do Presidente da República.
Tribunais de Justiça de Distrito Senado Federal aprovação por maioria absolu-
Federal, Superior Tribunal Federal, ta (metade dos membros + 1).
Superior Tribunal de Justiça,
Procuradoria Geral da República,
Iniciativa Popular nos Termos do
artigo 62 da Constituição Federal.
3 Lei Ordinária Câmara dos Deputados Câmara dos 2 turnos de votação: Câmara Sujeita à sação ou ao veto do
e Senado Federal Deputados e dos Deputados e Senado Presidente da República.
Senado Federal Federal. Maioria simples.
4 Lei Delegada Presidente da República Congresso Maioria Simples ou Relativa Sujeita à sanção ou ao veto
Nacional (metade dos presentes + 1). do Presidente da República.
5 Decreto Câmara dos Deputados Congresso Maioria Simples ou Relativa Sujeita à sanção ou ao veto
Legislativo e Senado Federal Nacional (metade dos presentes + 1). do Presidente da República.
6 Resolução Câmara dos Deputados Casa Legislativa Maioria Simples ou Relativa Sujeita à sanção ou ao veto
e Senado Federal a qual for perti- (metade dos presentes + 1). do Presidente da República.
nente a matéria

Para entender melhor o Processo Legislativo

Sessões Legislativas
As sessões legislativas ordinárias são compostas por dois períodos, o primeiro
começa em 15 de fevereiro e termina em 30 de junho; o segundo, se estende de 1o
de agosto a 15 de dezembro.

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OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 1

Há a possibilidade de sessão extraordinária, fora desses dois períodos, desde


que convocadas pelo Congresso Nacional, hipótese em que somente deliberará sobre
a matéria objeto da convocação.
As sessões legislativas ocorrem cada qual em suas Casas, porém podem ocorrem
conjuntamente quando os Senadores e os Deputados se unem para formar as sessões
do Congresso Nacional, onde serão analisados os projetos de emendas à Constituição,
e serão apreciados os vetos presidenciais, as matérias orçamentárias e outras previstas
na Constituição Federal e no Regimento Comum.

Ordem do dia
A pauta dos trabalhos de cada sessão é divulgada por meio de uma publicação
denominada Avulso da Ordem do Dia, que contém a relação das matérias a serem
apreciadas pelo Plenário, na respectiva ordem de votação. Além disso, os interessados
podem obter cópia das proposições nos setores de avulsos, vinculados à Secretaria-
Geral da Mesa ou do Senado ou da Câmara e em seus respectivos sites
(www.camara.gov.br e www.senado.gov.br).
O resultado das votações das matérias constante da Ordem do Dia fica disponível
logo após cada votação, na Internet; após o encerramento da sessão, no balcão de
atendimento da Secretaria-Geral da Mesa; e em publicação chamada Resultado da
Ordem do Dia.

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Plenário
O Plenário é a última instância das deliberações legislativas, sendo o órgão interno
máximo de boa parte das decisões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Comissões
As Comissões têm autonomia para aprovar ou rejeitar certas matérias, que só
serão objeto de apreciação no Plenário caso seja apresentado recurso subscrito por
um décimo dos membros da Casa. Suas funções podem ser legislativas ou
fiscalizadoras.
Compete às Comissões realizar audiências públicas; convocar Ministros de Estado
para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; receber petições,
reclamações ou representações de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
autoridades ou entidades públicas; determinar a realização de diligências, perícias,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos três Poderes, da administração direta
e indireta.

Lideranças
Os Deputados e Senadores, cada qual em sua respectiva Casa, se agrupam em
suas representações partidárias ou Blocos Parlamentares, elegem seus Líderes, que,
entre outras atribuições, encaminham as votações nas Comissões e no Plenário e
indicam os parlamentares correspondentes à compor as Comissões técnicas.

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OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 1

Colégio de Líderes
Os Líderes da Maioria, da Minoria, dos Partidos, dos Blocos Parlamentares e do
Governo constituem o Colégio de Líderes, que exerce a importante função de colaborar
com a Mesa Diretora na definição das prioridades legislativas. Constitui um importante
órgãos de discussão e de negociação política dos temas em tramitação na Casa,
especialmente no que diz respeito à inclusão das matérias que irão à votação em
Plenário. Nele se busca o consenso entre os partidos políticos.

Blocos Parlamentares - da Maioria e da Minoria


Bloco Parlamentar é a união de dois ou mais Partidos, sob liderança comum.
Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar integrado pela maioria absoluta
dos membros da Casa, considerando-se Minoria a representação imediatamente
inferior que, em relação ao Governo, expresse posição diversa da Maioria.

Ouvidoria Parlamentar
Tem como objetivo auxiliar o cidadão a acompanhar o trabalho de seus
representantes, a Ouvidoria tem como atribuição principal intermediar a relação
entre a sociedade civil e a administração pública, recebendo, examinando e
encaminhando aos órgãos competentes reclamações e representações de pessoas
físicas ou jurídicas sobre violação ou qualquer forma de ilegalidades ou abuso de
poder, mau funcionamento dos serviços administrativos e legislativos da própria Casa.

19
Proposições legislativas
e suas interfaces com a água
capítulo 2

Identificando as propostas legislativas sobre água no Brasil, o presente trabalho


se propõe a auxiliar no acompanhamento dos trabalhos que o Congresso Nacional
tem realizado nos últimos anos, com destaque para os seguintes temas correlatos:
1) Política Nacional de Recursos Hídricos; 2) Água e Energia; 3) Água e Florestas;
4) Águas Subterrâneas; 5) Transposição de Águas; 6) Saneamento Básico; e 7)
Financiamento, Recursos e Fundos de Recursos Hídricos.
Em seguida, as principais proposições compiladas e priorizadas foram analisadas
de acordo com o grau de importância para os contextos espacial e temporal nos
quais estão inseridas.
Os temas foram selecionados e definidos conforme o objeto das proposições
legislativas encontradas em tramitação, ou as arquivadas de conteúdo relevante,
que foram divididas nas planilhas com os temas supra referidos e dispostas utilizando
as referências abaixo exemplificadas:
NÚMERO: toda proposição legislativa recebe na Mesa da Presidência da Casa um
número. No Plenário onde estiver tramitando, os Projetos podem receber números
diferentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
DATA: data da apresentação da proposição.
AUTORIA: o autor é quem teve a iniciativa da proposição.

20
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

LOCALIZAÇÃO: é o órgão interno das Casas Legislativas (Câmara ou Senado) onde


se encontra a proposição, podendo ser:

Plenário: a proposição pode estar aguardando designações como: sua leitura, votação,
designação de Comissões competentes entre outros encaminhamentos.
Mesa: aguardando a inclusão na pauta, a distribuição ou o arquivamento.
Coordenação das Comissões Permanentes - CCP: executa a distribuição e o
encaminhamento dos Projetos de Lei para suas respectivas Comissões.
Comissões: onde é designado um relator para cada Projeto de Lei que elaborará um
parecer, para posterior discussão e votação.
CONTEXTO: traz um resumo, a Lei a que se pretende alterar ou regulamentar e
sucintamente expõe os motivos e as pretensões do projeto de alteração.
SITUAÇÃO: indica em que momento da tramitação se encontra o Projeto.
Os projetos de alterações legislativas colocados nas planilhas são produtos de
uma seleção de todas as proposições encontradas nas pesquisas realizadas na Sub-
Secretaria de Informações Legislativas, na Mesa da Presidência das Casas Legislativas
e na Ordem do Dia das Comissões e Plenários e por meio eletrônico nos respectivos
sites oficiais.
Nas pesquisas realizadas, muitas proposições encontradas em nada se
relacionavam com o tema da matéria solicitada. Esta dificuldade muitas vezes está
relacionada com o sistema de indexação utilizado. Outra dificuldade encontrada foi
a numeração utilizada pelas Casas, que muitas vezes se diferem, apesar da proposição
legislativa ser a mesma.

21
No Senado Federal, o sistema de busca eletrônica disponibiliza um recurso para
pesquisa de proposições por matéria, que diferenciaria as que estão tramitando das
arquivadas. Porém, esta seleção não é efetiva e as proposições encontradas por este
sistema devem ser verificadas (quanto ao andamento), individualmente.
Na Câmara dos Deputados os dados disponíveis por meio eletrônico correspondem
as últimas quatro legislaturas, ou seja, proposições dos últimos 16 anos. E no Senado
Federal as informações disponibilizadas correspondem a informações sobre as
tramitações de proposições desde 1972.

Política nacional de recursos hídricos


Desde 1.997, não são poucas as iniciativas legislativas na área de recursos
hídricos, sobretudo as que se referem à implementação da política nacional. Vejamos
as principais:

Medida Provisória nº 165, de 12 de fevereiro de 2004


(Projeto de Lei de Conversão n.º 23, de maio de 2004 –
aguardando sanção e eventuais vetos, do Presidente
da República)
O marco regulatório sobre o assunto é de fundamental importância para a efetivação
do princípio da gestão descentralizada na área de recursos hídricos, na medida em
que confere mais força e maior automonia aos Comitês de Bacia Hidrográfica de Rios
Federais, ao viabilizar que as chamadas "Entidades Delegatárias" assumam as
atribuições da Agências de Água e exerçam as funções executivas do Comitê.

22
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Muitas das atribuições das Agências de Água têm sido realizadas pelos próprios
Comitês, por conta da falta de amparo legal para a implementação das mesmas. As
entidades delegatárias surgem da urgência em dotar os Comitês de Bacia de uma
estrutura técnica, administrativa e financeira, com personalidade jurídica própria,
para o desempenho das atribuições de Secretaria-Executiva do Comitê, especialmente
a operacionalização das deliberações dele emanadas e a execução de importantes
instrumentos de gestão, como o Sistema de Informações, o acompanhamento da
administração dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água e a
elaboração do Plano de Bacia.
Vale salientar que as Entidades Delegatárias não serão as Agências de Água
propriamente ditas (ou Agências de Bacias, como denomina o PL 1616/99), elas
apenas exercerão, mediante delegação, as funções previstas especificamente para
as Agências de Águas.
Com a execução das competências das Agências de Água, as entidades
delegatárias desafogarão outros órgãos do Sistema, notadamente os Comitês de
Bacia e a própria ANA, que estão hoje exercendo diversas funções que – pela letra
da Lei n.º 9.433 (art. 44) –, não são suas, mas das Agências de Água.
A proposta é de que a Agência Nacional de Águas poderá firmar contratos de
gestão, por prazo determinado, com as entidades que receberem delegação do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos para exercer funções de competência das
Agências de Água, relativas a recursos hídricos de domínio da União.
Entretanto, estas entidades delegatárias não poderão efetuar a cobrança pelo
uso da água em rios federais - tarefa que continuará sendo feita pela ANA – elas

23
ficaram restritas apenas a acompanhar a administração dos recursos arrecadados
com a cobrança pelo uso da água.
Com o art. 10 do PLC 23, há um enorme avanço rumo à consecução dos
fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos - especialmente da gestão
descentralizada e participativa, pois o art. 51 da Lei n.º 9.433 restringia-se aos
consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas como passíveis de
receber a delegação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos para o exercício
das funções de competência de Agência de Água. Com a nova redação prevista no
art. 10 do PLC para o art. 51 da Lei nº 9.433, todas as entidades elencadas no art.
47 da Lei das Águas (consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos
hídricos; organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses
difusos e coletivos da sociedade; outras organizações reconhecidas pelo Conselho
Nacional de Recursos Hídricos) poderão receber a delegação, enquanto as Agência
de Bacia não forem constituídas na Bacia.
Outro grande avanço previsto pelas proposições em comento foi o de tornar defeso
o contigenciamento da receita gerada através do instrumento cobrança pelo uso da
água. Ficam asseguradas às entidades delegatárias a transferência de recursos da
ANA provenientes das receitas da cobrança pelo uso dos recursos hídricos em rios de
domínio da União, viabilizando financiamentos de projetos e atividades direcionadas
à recuperação da bacia, gerando, inclusive, maior segurança ao próprio instrumento
da cobrança pelo uso da água. É o que vem disposto no art. 4º, §1º do PLC 23/04.

24
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

No entanto, a proibição do contingenciamento é prevista apenas para as entidades


delegatárias, o que implica dizer que, caso a Agência de Água da Bacia seja
implantada e, conseqüentemente, a entidade delegatária extinta, necessária será a
edição de uma nova lei para assegurar a garantia do retorno à bacia de origem dos
recursos financeiros arrecadados com o cobrança pelo uso da água. Não é só. Há
outra preocupação: a garantia do não contingenciamento refere-se apenas aos incisos
I, III e V do caput do art. 12 da Lei nº 9.433/97, não estando previstos na proibição
do contingenciamento os recursos arrecadados com a cobrança pela "extração de
água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo"
(inciso II) e "aproveitamento dos potenciais hidrelétrico" (inciso IV).

Projeto de Lei nº 1616/99, de iniciativa do Poder Executivo


Dispõe sobre a gestão administrativa e a organização institucional do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos previsto no inciso XIX do art. 21
da Constituição e criado pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
Trata-se de uma das mais importantes proposições sobre a implementação da
política nacional de recursos hídricos, na medida em que a regulamenta. Porém,
vale salientar que se trata de um projeto ainda em fase inicial de discussão e
conseqüentemente, passível de constantes alterações. Assim, mister se faz apenas
destacar as importantes questões que consistem objeto do mesmo:
„ dispõe sobre o regime de racionamento do uso de recursos hídricos;
„ regulamenta a sistemática da outorga do direito de uso de recursos hídricos;
„ trata da competência para a fiscalização de recursos hídricos;

25
„ regulamenta a cobrança pelo uso da água;
„ possibilita ao Poder Público instituir o regime de racionamento de recursos
hídricos nos casos que especifica; e
„ cria normas para as Agências de Bacia Hidrográfica bem como dos contratos
de gestão e descentralização de atividades.

O Projeto prevê, também, com relação às águas subterrâneas de bacias


hidrogeológicas subjacentes a mais de um Estado, que a sua outorga será disciplinada
pelos Estados que compartilham o domínio destas, após avaliação das respectivas
reservas exploráveis. E em caso de ausência de consenso, os Estados poderão delegar
à União o papel de árbitro no estabelecimento de critérios para a outorga de direito
de uso destas águas subterrâneas.
No âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGRH,
o Projeto de Lei 1616/99 encontra-se em discussão na Câmara Técnica Institucional
e Legal do Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CTIL/CNRH, onde
constantemente são apresentadas e apreciadas novas propostas para o seu
aperfeiçoamento.
No Congresso Nacional, o Projeto de Lei 1616/99 encontra-se aguardando a
constituição de uma Comissão Especial que será responsável pela sua apreciação.

26
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Projeto de Lei nº 240 de 2002. Autoria


da Comissão Especial do São Franscico do Senado Federal
A Lei nº 9.433/97, ao instituir a cobrança pelo uso da água, possibilitou a
interpretação de que uma parcela dos recursos financeiros arrecadados em
determinada bacia hidrográfica fosse aplicada em outra, o que, por vezes, vem
sendo avaliado de forma negativa e tem gerado controvérsias, pois argumenta-se
que o mecanismo gera uma insegurança quanto ao retorno do recurso arrecadado, e
que, inicialmente, poucas Bacias, se não nenhuma, não teriam onde aplicá-lo. Por
outro lado, defende-se esta "flexibilidade" para que o recurso possa ser alocado em
outras Bacias que, por ventura, estejam em situações mais carentes de recursos.
Definindo a questão, o Projeto de Lei nº 240/02, altera o artigo 22 da Lei 9.433/
97, estabelecendo que os recursos deverão ser aplicados integralmente nas Bacias
Hidrográficas onde foram arrecadados, e não prioritariamente, como está hoje previsto
pela Lei.
O Projeto de Lei 240/02 encontra-se aguardando a inclusão na ordem do dia,
para sua apreciação pelo Senado Federal.

Projeto de Lei nº 669 de 1999.


Autoria do Senador Juvêncio da Fonseca
O Projeto de Lei nº 669/99 pretende incluir três incisos ao artigo 12 da Lei
9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos), excetuando da cobrança pelo
uso da água os pequenos produtores rurais, a piscicultura geral e a dessedentação
animal.

27
A discussão e decisão sobre a isenção da cobrança do uso da água deve ser
realizada no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica, com base do Plano de Bacia,
pois é preciso que sejam observadas as peculiaridades de cada Bacia Hidrográfica,
dos corpos hídricos nela presentes e as necessidades da região quanto à utilização
da água. Neste sentido, a própria Lei 9.433/97 previu que a cobrança está vinculada
à outorga e determinou que toda outorga estará condicionada às prioridades de uso
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos (artigo 13) e que para a fixação dos
valores a serem cobrados pelo uso do recurso hídrico devem ser observados as
derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação
(artigo 21).
Enfim, o PL 669/99, ao excetuar da cobrança pelo uso da água os pequenos
produtores rurais, a piscicultura geral e a dessedentação animal, viola os princípios
da descentralização e participação previstas como fundamentos da Lei n.º 9.433/
97, que confere a competência ao Comitê de Bacia Hidrográfica para a proposição
aos Conselhos (Nacional e Regionais) de Recursos Hídricos das acumulações,
derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção de
outorga de direitos de uso de recursos hídricos e, logo, da cobrança pelo uso da água.

Projeto de Lei nº 6979/02


de autoria do Deputado Paulo Magalhães
O Projeto de Lei nº 6979, pretende definir os contornos sobre um dos instrumentos
da Política Nacional de Recursos Hídricos, a cobrança pelo uso da água.
As definições, objetivos e implantação da cobrança trazidos pelo Projeto de Lei,

28
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

em geral, apresentam uma transcrição da legislação preexistente sobre o tema,


onde se repetem reiteradamente tanto as disposições da própria Lei n.º 9.433/97,
como algumas Resoluções do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Porém, o Projeto de Lei traz inovações substanciais bastante polêmicas. Entre
elas, a criação do "Mercado de Águas", que, por exemplo, dispõe um tratamento
diferenciado para a cobrança de recursos hídricos em situações de racionamento de
água de domínio federal. Nesse caso, numa espécie de regime de leilão, os usuários-
pagadores passarão a pagar preços em sistema de ofertas feitas por outros usuários.
Ou seja, em situação de racionamento de água, o usuário com pouca água ficará
condicionado a ofertas feitas por outros usuários, em um sistema de uma dita
concorrência. E confere ao Presidente da República, após oitiva do Conselho Nacional
de Recursos Hídricos, a instituição ou suspensão, por Decreto, do regime de
racionamento.
Ao tratar da aplicação dos recursos gerados pela cobrança, o Projeto de Lei ao
mesmo tempo em que garante a vinculação às bacias em que for realizado, dá margem
à utilização dos mesmos para empréstimos (inclusive aos próprios usuários-pagadores),
para fundos perdidos e, quando for arrecadado em águas federais, 7,5% do montante
arrecadado constituirá receita da ANA, sendo outros 2,5% repassados ao Fundo
Nacional de Recursos Hídricos, de criação prevista também pelo Projeto de Lei.
A administração do Fundo Nacional de Recursos Hídricos será exercida por um
"colegiado" composto por três diretores: o Ministro de Meio Ambiente, o Secretário
Nacional de Recursos Hídricos e o Presidente da ANA. Não prevê a participação dos
usuários, nem tampouco da sociedade civil, contrariando os princípios fundamentais

29
da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos. Sugere ainda que o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
estude as possibilidades de transformação deste Fundo em um Banco da Água, para
autuar no Mercado de Águas.
O Projeto objetiva viabilizar a instituição do Banco da Água, que, segundo a
"justificação" do autor, tem "o objetivo de atuar no mercado de águas" e "levar a
incrementos sucessivos da eficiência no uso da água".
Não é bem o que parece. Este "estimulante mercado de águas", "um dos passos
mais esperados na evolução do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos", como opina o autor, constitui, na verdade, uma indesejável compra e
venda de direitos de uso das águas, entre usuários, conferindo à ANA o papel de
aprovar a transação e transferência dos mesmos. Tal proposta, além de ferir toda a
principiologia do tema Água, ainda tem o condão de submeter o sistema de outorga
de direito de uso à lógica do mercado, do capital privado, flagrantemente distante
dos conceitos e fundamentos subjacentes à dominialidade pública das águas.

30
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ALTERA A POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS


CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 380 - 1999 VALDEVAL LIMA DOS MESA - Aguradando Altera dos art. 38 e 39 da Lei nº 9.433. Política Arquivado
SANTOS – PTB-SP recurso Nacional de Recursos Hídricos. Garante aos
irrigantes pelo menos cinqüenta por cento
do número total de membros nos Comitês
de Bacia Hidrográfica.
PL 1616 - 1999 PODER EXECUTIVO PLENÁRIO Regulamenta a Lei 9433, de 8 de janeiro de Aguardando
1997, prevista no art. 21 da Constituição Constituição
Federal. Dispõe sobre a gestão administrativa de Comissão
e a organização institucional do Sistema Nacional Temporária
de Gerenciamento de Recursos Hídricos
PL 4806 - 2001 CLEMENTINO MESA Acrescenta artigo à Lei 9433/97, que instituiu Arquivado
COELHO – PPS-PE a Política Nacional de Recursos Hídricos. Dispõe
sobre a destinação de parte dos recursos arreca-
dados com a cobrança pelo uso de recursos hídri-
cos para o financiamento de projetos destinados a
garantir o fornecimentos perene de água potável
a populações rurais do Semi-árido do Nordeste.
PL 5450 - 2001 NELSON MESA Acrescenta parágrafo único ao artigo 20 da Lei Arquivada em
MARQUEZELLI nº 9.433/97, que intituiu a Política Nacional de decorrencia de
PTB-SP Recursos Hídricos. Vedando a cobrança pelo uso parecer
de recursos hídricos em atividades agrícolas terminativo da
e pecuárias. Comissão de
Constituição,
Justiça e
Redação.
PL 6979 - 2002 PAULO MAGALHÃES Comissão de Minas Regulamenta a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de Aguardando
PFL-BA e Energia - CME 1997 e a Lei nº 9.984, de 17 de junho de 2000. parecer da
Dispõe sobre a cobrança do uso do recurso hídrico Comissão.
no Brasil, criando o Mercado da Água, o Banco
da Água e o Fundo Nacional de Recursos Hídricos.
PL 79 - 2003 RONALDO Comissão de Altera a Lei nº 9.984/2000. Criou a Agência Aguardando
VASCONCELOS Constituição Justiça Nacional da Água. Inclui entre sua competência devolução de
PTB-MG e Cidadania – CCJC a elaboração de Relatório Anual sobre a situação membro da
dos Recursos Hídricos no Brasil. Comissão.
continua na próxima página

31
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 1339 - 2003 FÁBIO SOUTO Comissão de Altera a Lei nº 9.433/97, que instituiu a Política Aguardando
PFL-BA Constituição Justiça Nacional de Recursos Hídricos. Prevendo designação de
e Cidadania – CCJC aplicação de recursos na recuperação das áreas Relator.
de preservação permanente.
PL 2398 - 2003 ANGELA Comissão do Altera a Lei nº 9.433, a Política Nacional de Re- Pronta para
GUARDAGNIN PT-SP Trabalho, Adminis- cursos Hídricos. Estabelece normas para a extra- a pauta.
tração e Serviço ção de substâncias minerais utilizadas na constru-
Público - CTASP ção civil, jazidas localizadas nos corpos d' Água.
MP 165 PODER EXECUTIVO MESA Dispõe sobre o contrato de gestão entre a Agência Aprovada e
PLC 23 Nacional de Água e as entidades delegatárias da convertida no
2004 funções da Agência de Água. Nos termos do Projeto de Lei
art. 51 da Lei nº 9.433/97. Estabele os critérios de Conversão
para as entidades delegatárias que substituirão nº 23/2004.
as Agências de Água até a sua criação. E garante Aguardando
o descontingenciamento dos recursos da sanção ou
cobrança sobre o uso de águas. eventuais vetos
do Presidente
da República.
PL 3872 RITA CAMATA Subsecretaria de Dispõe sobre a participação do superficiário no Aguardando
1997 PMDB-ES Coordenação do resultado do aproveitamento de recursos hídricos. leitura pela
Subsecretaria de
Coordenação do
Senado.
PL 669 - 1999 JUVÊNCIO DA Comissão de Serviços Altera artigo 12 da Lei 9433/97, que instituiu a Pedido de vistas
FONSECA PFL/MS de Infra-estrutura. Política Nacional de Recursos Hídricos.
Isenta aos pequenos irrigantes, a piscicultura em
geral e a dessedetação de animais da cobrança
pelo uso da água.
PL 191 - 2001 NEY SUASSUNA Comissão de Consti- Institui o Plano Decenal de Recursos Hídricos Pronto para
PMDB-PB tuição e Justiça do Nordeste. a Pauta
na Comissão.
PL 417 - 2003 PAULO OCTÁVIO Comissão de Consti- Altera dispositivos da Lei 9433/97, que instituiu Pronto para a
PFL - DF tuição e Justiça a Política Nacional de Recursos Hídricos. Modifica Pauta na
o artigo 5º da Lei 9433/1997, para ampliar Comissão.
o número de instrumentos da Política Nacional
de Recursos Hídricos.

32
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Água e energia
O Brasil optou pela geração de energia elétrica mediante o aproveitamento de
seu potencial hidráulico, por meio da construção de grandes hidrelétricas o que
provocou grandes impactos ambientais, sociais e econômicos.
Estão previstas, até 2015, as construções de mais 494 grandes barragens.
Segundo a Eletrobrás, também existe um potencial que poderá vir a ser explorado
de Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs, que significaria mais 942 novos
barramentos de água.
Atualmente, segundo informações do Ministério de Minas e Energia, 50 grandes
barragens encontram-se em construção e nos próximos dois anos e meio de governo
Lula está projetada a construção de mais 70 grandes barragens. Nos últimos 30
anos, um milhão de brasileiros foram expulsos de suas terras devido à construção
de barragens para a produção de energia elétrica. São trezentas mil famílias e 34
mil quilômetros quadrados de terra inundados pelos reservatórios. De cada 100
famílias deslocadas, 70 não receberam nenhum tipo de indenização.
Com essas inundações, além dos irreparáveis danos ambientais com a submersão
de expressiva biodiversidade, foram perdidas algumas das terras mais férteis do Brasil,
e nelas inúmeras pequenas propriedades rurais. Estes trabalhadores antes produtivos,
migraram para as periferias das grandes cidades, em más condições de moradias,
somando-se aos trabalhadores sem qualificação e na maioria das vezes desempregados.
Porém, nas últimas décadas, a viabilidade de outras fontes de energia, denominadas
"fontes de energia alternativas" tem impulsionado diversos países nesta direção. O
Brasil apresenta um excelente potencial para desenvolver a utilização de energia solar,

33
eólica, pequenos aproveitamentos hidráulicos e biomassa, porém a viabilidade e a
implementação desses meios alternativos de geração de energia elétrica precedem de
um decisiva vontade política do Poder Público nas ações de fomento e de modificação
gradativa das participações de cada fonte na matriz energética.

Projeto de Lei nº 91 de 2003.


Autoria do Deputado João Alfredo PT-AM
Este Projeto de Lei veio a considerar os efeitos prejudiciais sobre o ambiente
socioeconômico o deslocamento de populações imposto pela construção de barragens,
rodovias e outras obras do gênero, objetivando justamente saná-los.
Os efeitos do deslocamento de populações deverão integrar o respectivo Estudo de
Impacto Ambiental, previsto no inciso IV do § 1º do ar. 225 da Constituição Federal,
e as demais avaliações necessárias para o correspondente licenciamento ambiental.
Entre as ações compensatórias previstas como efeitos negativos decorrentes dos
deslocamentos nas áreas de influência do empreendimento, o projeto de lei estabelece
a titulação de posses tidas como legítimas ou regularizáveis na área de influência do
empreendimento; a indenização prévia e por preço justo, relativa às terras inundadas
e benfeitorias nelas existentes; e o reassentamento da população deslocada.
Também foi enumerada a realização de, no mínimo, uma reunião de audiência
pública com a participação da população atingida, onde deverá ser apresentado o
projeto do empreendimento e coletadas reivindicações e sugestões da população
que poderá ser deslocada.

34
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 1288 - 1991 JOSÉ FELINTO PLENÁRIO Estabelece normas e procedimentos gerais para Tramitando em
PSDB - SP a construção de barragens, com vistas à conser- conjunto
vação da ictiofauna. (Apensado ao PL
710/1998).
PL 3009 - 1997 SENADO FEDERAL Comissão de Viação Estabelece a inclusão de eclusas e de equipa- Aguardando
e Transporte mentos e procedimentos de proteção à fauna parecer.
aquática dos cursos d'água, quando da constru-
ção de barragens.
PL 884 - 1999 FERNANDO ZUPPO MESA Dispõe sobre a obrigatoriedade de meios desti- Arquivado
PDT-SP nados a ensejar a transposição das barragens,
edificadas em rios de domínio da União, por
animais aquáticos nas épocas de procriação.
PL 1534 - 1999 JORGE COSTA MESA Proíbe a privatização de usinas hidrelétricas em Arquivado.
PMDB BA todo o país.
PL 3809 - 2000 MAX ROSENMANN Comissão de Garante às pequenas centrais hidrelétricas (PCH) Pronto para a
PSDB - PR Constituição, Justiça energia assegurada, calculada de acordo com os pauta.
e Cidadania critérios estabelecidos pelo operador nacional de
energia elétrica.
PL 4114 - 2000 MÁRIO ASSAD Comissão de Minas Extingue o pagamento da compensação
JÚNIOR e Energia - CME financeira pelas pequenas centrais hidrelétricas
PFL -MG Aguardando parecer. – PCH´s
PL 5210 - 2001 SENADO FEDERAL Comissão de Finan- Objetiva promover o desenvolvimento de energia Aguardando
ças e Tributação Termossolar, fotovoltaica e eólica e o estímulo parecer da
à implementação de pequenas centrais Comissão.
hidrelétricas.
PL 5147 - 2001 CLEMENTINO MESA Dispõe sobre o florestamento de margens dos Arquivado.
COELHO reservatórios de hidrelétricas.
PPS -PE
PL 91 - 2003 JOÃO ALFREDO Comissão de Consti- Considera efeito negativo sobre o meio ambiente Aguardando
PT-CE tuição, Justiça socioeconomico o deslocamento de populações designação de
e Cidadania imposto pela construção de barragens, rodovia Relator.
e outras obras.

35
ÁGUA E ENERGIA
SENADO FEDERAL
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 181 - 1997 SENADOR JÚLIO MESA Dispõe sobre as áreas de preservação Aguardando
CAMPOS permanente situadas ao redor das represeas deliberação
PFL hidrelétricas. sobre apreciação
pelo plenário.

Água e floresta
A cobertura vegetal e florestal desempenha papel de extrema importância para a
recarga de água dos lençóis freáticos, proteção das margens dos rios, lagos e
nascentes, evitando os sérios problemas decorrentes do assoreamento dos corpos
d´água, sobretudo aqueles que implicam em seus aspectos qualitativos e
quantitativos.
Nesta ótica, vários Projetos de Lei encontram-se em trâmite no Congresso
Nacional, dos quais dois foram selecionados objetivando melhor análise. Um trata
do uso e proteção do bioma da Mata Atlântica, floresta que tem a função de produzir
água para a milhares de Municípios do país, onde vivem mais de 11 milhões de
brasileiros. O outro cuida da aplicação de receita da cobrança pelo uso da água na
recomposição ambiental das áreas de preservação permanente.

Projeto de Lei nº 3285 de 1992 (nº 107 de 2004


no Senado Federal). Autor: Fábio Feldmann - PSDB/SP
A Constituição Federal, ao eleger a Mata Atlântica como patrimônio nacional
(art. 225, § 4º), determinou que as normas para a sua utilização e conservação

36
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

fossem delineadas através de Lei. Hoje, o bioma é protegido pelo Decreto n.º 750/
90. A aprovação de uma Lei para a Mata Atlântica representaria uma maior segurança
para o ordenamento jurídico deste bioma.
A fim de instituir a proteção completa do bioma, o PL da Mata Atlântica mantém
a definição dela constante no Decreto n.º 750, contemplando a associação de um
mosaico de ecossistemas, delimitados em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE, dentre eles: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta
Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais,
as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais
do Nordeste.
O Projeto contempla diversos pontos que conciliam a proteção ambiental, os
direitos das comunidades residentes na região e dá diretrizes para o desenvolvimento
de forma sustentável para toda a floresta.
A manutenção do Bioma, hoje reduzido a 7% do que originalmente representava
no território nacional, é condição para a qualidade de vida, para o controle do clima,
proteção da rica biodiversidade que abriga, bem como para a garantia do controle do
regime hídrico e recarga de água para milhões de brasileiros que vivem nessa região.

Projeto de Lei 1.339 de 2003. Autoria: Fábio Souto


As áreas de preservação permanente – APPs estão protegidas legalmente há
muitos anos por legislação federal (principalmente a Lei 4.771/65, que instituiu o
Código Florestal). Estas áreas devem ser protegidas em razão da importancia

37
ambiental que exercem, como a proteção dos corpos d'água, a prevenção de processos
erosivos, o fluxo gênico da fauna e da flora, o bem-estar humano, entre outras.
No entanto, o Código Florestal tem sido ignorado ao longo de todo o seu período
de vigência, especialmente pelo uso e ocupação do solo de forma desordenada.
Esse processo tem provocado graves prejuízos ambientais, como o assoreamento de
rios, a inibição do processo de recarga de mananciais, os deslizamentos de encostas
e a destruição de imensas faixas de restinga e manguezais, comprometendo a
disponibilidade hídrica, a qualidade dos solos e a biodiversidade.
Objetivando reverter este processo, o Projeto de Lei em análise acresce um quarto
parágrafo ao artigo 22 da Lei nº 9.433/97, nele prevendo a aplicação de 10% do
arrecadado com a cobrança pelo uso da água para a recomposição ambiental das
áreas de preservação permanente, por entender a importância que a cobertura vegetal
desempenha para o regime quantitativo de água.
A proposição ao prever que parte da receita gerada com a cobrança pelo uso da
água seja destinada ao florestamento, apresenta ser dotada de inegáveis méritos.
Uma vez que os recursos têm sido usados especialmente na construção de grandes
obras civis de estações de tratamentos de esgotos domésticos, o que é
indiscutivelmente importante.
Por outro lado, o Projeto não guarda harmonia plena com o princípio básico
estabelecido pela Lei 9.433/97: a gestão compartilhada dos recursos hídricos, onde
os Comitês de Bacia são a instância própria para se discutir, priorizar e definir a
alocação dos recursos advindos da cobrança.

38
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 710 - 1988 FÁBIO FELDMANN PLENÁRIO Torna obrigatórios a elaboração de estudos de Pronto para
PMDB-SP impacto ambiental e respectivo relatório de pauta.
impacto ambiental (RIMA).
PL 1708 - 1991 JACKSON PEREIRA MESA Dispõe sobre o lançamento de esgotos e lixo em Arquivado.
PSCB-CE cursos de água naturais e artificiais.
PL 3320 - 1992 FÁBIO FELDMANN MESA Institui a Política Nacional de Resíduos, cria o Tramitando
PSDB-SP Sistema Nacional de Resíduos. apensado ao PL
203/1991.
PL 1273 - 1995 FAUSTO MARTELLO MESA Dispõe sobre pesca, a aquicultura, a proteção Arquivado.
PPB-SP dos recursos pesqueiros, e dá outras providências.
PL 3010 - 1997 SENADO FEDERAL MESA Estabelece largura variável a ser determinada Aguardando
para APP, levará em conta as condições do solo, encaminha-
topografia e vegetação natural remanescente. mento.
PL 3029 - 1997 LUCIANO ZICA PT-SP MESA Institui a Política Nacional de Resíduos, cria o Tramitando
Sistema Nacional de Resíduos. apensado ao PL
203/1991.
PL 4012 - 1997 MARIA VALADÃO MESA Altera a Lei 4.771/65 e cria incentivos para a Arquivado.
PTB preservação de matas ciliares.
PL 4493 - 1998 FRANCO MONTORO MESA Dispõe que todos os lotes urbanos ainda não Arquivado.
PSDB-SP edificados manterão percentual de área
permeável, objetivando facilitar a infiltração
das águas pluviais.
PL 558 - 1999 EDILSON ANDRINO MESA Estabelece que o Município através de Lei regula- Arquivado.
PMDB-SC mentará as condições de supressão de uso da
vegetação de preservação permanente no caso de
curso d'água com menos de três metros de
largura localizadas em área urbana.
PL 775 - 1999 EDINHO BEZ MESA Exige Lei Municipal como condição para a supres- Arquivado.
PMDB-SC são e uso de vegetação de preservação perma-
nente no caso de curso d'água com menos de dois
metros de largura, localizadas em área urbana.
PL 1158 - 1999 REGIS CAVALCANTE MESA Estabelece a obrigatoriedade de proteção ambi- Arquivado.
PPS-AL ental por Estados e Municípios que recebem
royalties pela produção de energia e/ou
combustível.

39
ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 2995 - 2000 FERNANDO CORUJA MESA Suprime da redação o trecho: " respeitados os Arquivado.
PDT-SC princípios e limites a que se refere este artigo".
Altera a redação do parágrafo único do art. 2 º,
da Lei n7 4.771, de 15 de setembro de 1965,
que institui o novo Código Florestal.
PL 4650/2001 RICARDO IZAR Coordenação das Altera a Lei nº 4.771, de 1965 que instituiu o 1º Proposição
PROPOSIÇÃO PMDB-SP Comissões Perma- Código Florestal. Proibindo a prática de atividade arquivada.
PL 1015 /2003 nentes - CCP agropecuária em uma faixa de 500 metros ao 2º Aguardando
redor de reservatório destinado ao abastecimento apensação.
público de água e de energia elétrica.
PL 4893 - 2001 MÁRIO DE OLIVEIRA MESA Altera a Lei nº 4.771, de 1965 que instituiu o Arquivado.
PMDB - MG Código Florestal. Estabelece a faixa de preser-
vação permanente a vegetação ao redor de lagos,
lagoas e reservatórios d' água naturais ou artificiais.
PL 4897 - 2001 ROMMEL FEIJÓ MESA Estabelece que a implementação de assenta- Arquivado.
PSDB - CE mentos rurais na região semi-árida será às
margens de rios perenes e com sistema de
irrigação implantado.
PL 6165 - 2002 PAULO LIMA Comissão de Consti- Proibindo a pesca profissional nos cursos d'água Pronto para a
PMDB-SP tuição, Justiça e com menos de 50 metros de largura. pauta.
Cidadania - CCJC
PL 6288 - 2002 DR. ROSINHA Comissão de Consti- Proíbe a utilização de herbicidas para capina Pronto para
PT tuição, Justiça e química em área urbanas e de agrotóxicos em a pauta.
Cidadania -CCJC geral em áreas de proteção de mananciais.
PL 191 - 2003 VALDIR RAUPP Comissão de Assun- Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais Retirado para
PMDB-RO tos Sociais e Econô- para a recomposição de áreas de preservação vista de
mico e da reserva florestal legal deputado.
PL 201 - 2003 GERSON CAMATA Comissão de Assun- Nas propriedades privadas, responsabilizar o Matéria com a
PMDB-PE tos Sociais e Econô- proprietário pelo reflorestamento ou florestamento Relatoria.
mico das áreas de preservação permanente. Aguardando
PL 718 - 2003 JOSÉ DIVINO Comissão de Finan- Dispõe sobre a criação do programa S.O.S. Rios parecer da
PMDB-RJ ças e Tributação e Lagos do Brasil, objetivando a sua revitalização. Comissão.
PL 1181 - 2003 LEONARDO Coordenação das Estabelece diretrizes para a verificação da Tramitando em
MONTERIO Comissões Perma- Segurança de barragens de cursos de água para conjunto
PT - MG nentes - CCP quaisquer fins e aterros de contenção de resíduos (Apensado ao
líquidos industriais. PL 1616/1999)

40
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 1181 - 2003 LEONARDO Coordenação das Estabelece diretrizes para a verificação da Tramitando em
MONTERIO Comissões Perma- Segurança de barragens de cursos de água conjunto
PT - MG nentes - CCP para quaisquer fins e aterros de contenção de (Apensado ao
resíduos líquidos industriais. PL 1616/1999)
PL 1370 -2003 INÁCIO ARRUDA Comissão de Desen- Visa impulsionar a implementação das ações e Pronto para a
PcdoB -CE volvimento Urbano diretrizes contidas na Lei aravés da criação do pauta.
- CDU "SELO ESTATUTO DA CIDADE".
PL 1484 - 2003 ZICO BRONZEADO Comissão de Finan- Dá nova redação ao artigo 18 da lei 4771, de Tramitando na
PT ças e Tributação 15 de setembro de 1965, o código florestal. Comissão
Obrigando os proprietários de propriedade
privada a realizarem o reflorestamento de área de
preservação permanente.
PL 2364 - 2003 PAULO FEIJÓ Coordenação das Torna obrigatória a elaboração de Análise de Aguardando
PSDB - RJ Comissões Risco Ambiental – ARA no âmbito do licencia- encaminha-
Permanentes mento ambiental de empreendimentos ou ativida- mento
des potencialmente poluidoras ou degradadoras
do Meio Ambiente.
PL 2512 - 2003 RICARTE DE Coordenação das Estabelece normas para a aplicação dos Encaminha-
FREITAS - PTB Comissões percentuais da área de reserva legal das proprie- mento para as
Permanentes dades particulares, nos termos que menciona, Comissões
e dá outras providências.
PL 2589 - 2003 NILSON MOURÃO MESA A comprovação de atividade rural dos agricultores Tramitando nas
PT que ocupam área de preservação ambiental Comissões.
e reservas extrativistas será feita por declaração
do IBAMA.
PL 2812 - 2003 SENADO FEDERAL CAINDR Estabelece regras de financiamento da Política Aguardando
Nacional de Desenvolvimento Regional. parecer.
PL 740 - 1988 FÁBIO FELDMANN Comissão de Consti- Condiciona a utilização de mercúrio e do cianeto Pronto para
PSDB -SP tuição Justiça no processo de extração de ouro à sua posterior Pauta.
e Cidadania - CCJ. recuperação, mediante a utilização de técnicas
e de equipamentos específicos.
PL 59 - 1996 SENADOR CARLOS CÂMARA DOS Estabelece a inclusão obrigatória de eclusas e de Remetido à
PATROCÍNIO. PFL-TO DEPUTADOS equipamentos e procedimentos de proteção a Câmara dos
fauna aquática dos cursos d'água quando da Deputados
construção de barragens. para revisão
nos termos do
art. 65 da CF.

41
ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 1877 - 1999 SERGIO CARVALHO Coord. De Comissões Estabelece critérios para o licenciamento Encaminhado à
PMDB Permanentes ambiental de atividade e para a recuperação Comissão de
de áreas degradadas por mineração Constituição e
Justiça.
PL 13 - 2002 EDILSON LOBÃO Comissão de Consti- Dispõe sobre a recuperação do Rio Itapecuru. Pronto para a
PFL BA tuição e Justiça Pauta na
Comissão.
PL 107 - 2003 FÁBIO FELDMANN Comissão de Consti- Dispõe sobre a proteção da Mata Atlântica Pronto para
(nº anterior 3285/ PSDB-SP tuição e Justiça - CCJ e dá outras providências. Pauta na
1992) Comissão.
PL 2833 - 2003 HAMILTON CASARA MESA Dispõe sobre a utilização de áreas de várzeas e Aguardando
PSDB de preservação permanente na Amazônia Legal. designação de
Comissões.
PL 3957 - 2004 ANN PONTES Coord. De Comis- Dispõe sobre o licenciamento ambiental e dá Proposição
PMDB-PA sões Permanentes outras providências, regulamentando o inciso IV sujeita
do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, a apreciação
propondo alterações ao artigo 10 da Lei no Plenário.
6938/1981, visando a simplificação do
licenciamento ambiental de empreendimentos.

Águas subterrâneas
Embora expressa na Constituição Federal (artigos 20, III e 26, I), a dupla
dominialidade federativa da água tem gerado controvérsias em sua aplicação, com
efeitos na gestão de recursos hídricos. Isto porque a lei máxima do país, ao definir o
domínio da águas da União e dos Estados, não foi suficientemente clara.
A gestão das águas subterrâneas que contenham substâncias e qualidades
minerais é submetida ao regime jurídico previsto no art. 176, da Constituição da
República, qual seja o da autorização e concessão, no caso, pelo Departamento
Nacional de Produção Mineral - DNPM, do Ministério de Minas e Energia.

42
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Já a gestão de águas subterrâneas, que não se enquadram na situação anterior,


envolvem a questão da dominialidade das águas. Conforme a Constituição Federal,
as águas subterrâneas são bens de domínio dos Estados, mas quando presentes em
mais de dois Estados, como é caso do Aqüífero Guarani, por exemplo, é admissível
se estender o entendimento quanto a dominialidade dos rios (que quando banham
mais de um Estado passam a ser domínio da União). Porém, esse entendimento não
é pacífico e vêm predominando também que a Constituição Federal em seu artigo
26, ao dispor que as águas subterrâneas são bens dos Estados onde se encontram,
e tendo em vista a omissão constitucional em sentido outro, uma vez presente em
mais de um Estado, sua gestão seria feita em conjunto, pelos Estados que
compartilharem seu domínio.
Como dito, em que pese a Constituição já definir a dominialidade das águas
subterrâneas, a boa gestão destes elementos estratégicos encontrados no subsolo
depende, sem dúvidas, de detalhamentos por parte do legislador.

Projeto de Emenda à Constitucional nº 43/00.


Iniciativa do Senado Federal.
As dúvidas remanescentes quanto à titularidade das águas subterrâneas em face
do texto Constitucional, são objeto do Projeto de Lei ora proposto, que objetiva
regulamentar a titularidade das águas subterrâneas. Para tanto, altera as redações
do inciso III do artigo 20, que trata dos casos em que a União detém o domínio das
águas, e do inciso I do artigo 26, que cuida dos casos em que os Estados detêm o
domínio das águas.

43
Os bens da União (art. 20 III) que estão hoje elencados como: os lagos, rios e
quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de
um Estado, sirvam de limite com outros países, ou se estendam a território estrangeiro
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias pluviais. Com a
aprovação da emenda passarão a constituir bens da União além dos supra referidos,
as águas subterrâneas, inclusive aquíferos, em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam
de território estrangeiro ou dele provenham, bem como terrenos marginais e as
praias fluviais.
Na prática, caso aprovada a PEC, a gestão, fiscalização e controle administrativo
do Aqüífero Guarani, p. ex., ficaria claramente sob a atribuição da União.
Conseqüentemente, outra alteração constitucional se fará necessária, a do artigo
26, inciso I, que dispõe sobre os bens dos Estados, elencados como as águas
superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nesse
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União, para acrescer a expressão
"circunscritas ao seu território".

44
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ÁGUA E ENERGIA
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 1560 - 1989 CARLOS CARDINAL PLENÁRIO Dispõe sobre águas decorrentes de obras da Pronta para
PDT-RS União como bens do seu domínio, artigo 26 CF. Pauta.
PL 6055 - 1990 HAROLDO SABOIA PLENÁRIO Dispõe sobre a execução de obras da União em Tramitando em
PDT - MA águas consideradas bens dos Estados, conjunto ao PL
regulamenta o disposto no art. 26 CF. 1560/1989)
PL 39 - 1991 PODER EXECUTIVO MESA Dispõe sobre águas subterrâneas, define Arquivado em
critérios de outorga e de direito de uso 11/10/2001.
e da outras providências. Retirado
do plenário
pedido
do Presidente
da República.
PL 459 - 1999 ENIO BACCI MESA Estabelece normas para fiscalização de poços Arquivado.
PDT/RS artesianos e dá outras providências.

ÁGUA E ENERGIA
SENADO FEDERAL
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PEC 43 - 2000 SENADOR JULIO Comissão de Consti- Define a titulariedade das águas subterrâneas. Matéria com
EDUARDO tuição, Justiça Modifica a redação dos artigos 20, III, e 26 i, agendamento
e Cidadania. da Constituição Federal. adiado, em
decorrência
da obstrução
da pauta por
Medidas
Provisórias.

45
Transposição de água
A transposição de água de uma bacia hidrográfica para outra vem sendo apontada
como uma solução para problemas como o de escassez de água para dessedentação
humana, para irrigação, para processos industriais, possibilitando, também, o
desenvolvimento econômico das regiões beneficiadas.
Porém, tem-se observado na prática que a transposição de água pode acabar por
se destacar como possível sinônimo de desastres ambientais e, conseqüentemente,
problemas sociais. Um caso emblemático ocorreu na extinta União Soviética, no
Mar de Aral, onde, de sua bacia hidrográfica foram desviados vários rios, com o
objetivo de irrigar grandes plantações de milho e algodão. O nível de suas águas foi
reduzido significativamente, o que aumentou a sua salinidade comprometendo
definitivamente uma das mais rendáveis atividades econômicas da região: a pesca
do caviar, considerado o de melhor qualidade mundial. Hoje, a situação do Mar Aral
é considerada como irreversível do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Projeto de Lei nº 2.430/00.


Autoria do Deputado Clementino Coelho
O Projeto de Lei propõe que a outorga de direito de uso de recursos hídricos de
cursos d' água de domínio da União para a transposição para outras bacias hidrográficas,
independentemente dos fins a que se destina a água, só poderá ser efetivada mediante
aprovação do Congresso Nacional, alterando dessa forma a Lei 9.433 de 1997, que
confere aos órgãos colegiados do SINGRH a competência para definir a questão.
O Projeto de Lei nº 2.430 recebeu das Comissões de Agricultura e Política Rural

46
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

e de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias parecer favorável, com


emenda, estabelecendo que a outorga de direito de uso de recursos hídricos para
transposição só será autorizada mediante aprovação do respectivo Comitê de Bacia
Hidrográfica, e caso o mesmo não tenha ainda sido constituído fica o Congresso
Nacional com a prerrogativa de aprová-la.
Ainda que reestabelecendo ao Projeto de Lei a coerência com o intuito da Lei n.º
9.433/97, a emenda feita nas Comissões contraria os fundamentos da Política
Nacional de Recursos Hídricos pois, caso não esteja constituído o Comitê de Bacia,
incumbe aos Conselhos de Recursos Hídricos e demais órgãos e entidades do SINGRH
a decisão sobre a transposição.

Projeto de Lei nº 121/01.


Autoria do Deputado Antônio Carlos Valadares.
Mais uma vez, a complexidade e a polêmica em torno do Projeto de transposição
do Rio São Francisco, que vem repercutido na sociedade brasileira e, não menos, no
Congresso Nacional, que através do Projeto de Lei nº 121 altera a Lei 9.433/97
(Política Nacional de Recursos Hídricos), para incluir um parágrafo único ao seu
artigo 4º, que estabelece um plebiscito dos eleitores dos Estados de Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas para aprovar previamente a transposição do
Rio São Francisco.
A transposição do Rio São Francisco constitui matéria de grande relevância regional
e nacional que obviamente envolve interesses convergentes e legítimos, tanto das
populações que habitam os Estados banhados pelo Rio São Francisco, como pelos

47
Estados que seriam beneficiados pela sua transposição e, sem dúvida, é de fundamental
importância que estas populações se manifestem. Porém, a própria Lei 9.433/97,
traz em seus princípios a descentralização e a participação popular, que é viabilizada
pelos Comitês de Bacia Hidrográfica.

TRANSPOSIÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS


CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 2430 - 2000 CLEMENTINO PLENÁRIO Dispõe que o Congresso Nacional deverá autorizar Pronta para
COELHO a transposição de Bacias Hidrográficas. pauta.
Acrescenta o art. 14-A da Lei 9.433/97
que instituiu a PNRH.
PL 4195 - 2001 MAURO BENEVIDES MESA Dispõe sobre a execução de obras públicas de Arquivado.
PMDB-CE transposição de recursos hídricos. Altera
a Lei 10.204, de 22 de fevereiro de 2001,
e dá outras providências
PL 5210 - 2001 SENADO FEDERAL Comissão de Finanças Objetiva promover o desenvolvimento de energia Aguardando
e Tributação - CFT termossolar, fotovoltaica e eólica e o estímulo parecer da
à implementação de pequenas centrais hidrelé- Comissão.
tricas. Cria o programa de incentivo a Energias
Renováveis - Pier, e dá outras providências
PEC 325 - 2001 CLEMENTINO MESA Concede ao Congresso Nacional competência Arquivado.
COELHO exclusiva para autorizar outorga de direito de uso
de água da União Federal para transposição
para outras Bacias Hidrográficas.Acrescenta
um inciso ao art. 49 da Constituição Federal.

TRANSPOSIÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS


SENADO F3EDERAL
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 121 - 2001 ANTÔNIO CARLOS Comissão de Consti- Prevê a convocação de plebiscito para decidir Pronto para a
VALADARES PSB-SE tuição e Justiça sobre a transposição das águas do Rio São Pauta na
Francisco. Acrescenta dispositivo a Lei 9433/97, Comissão.
que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos.

48
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Saneamento básico
A ausência de saneamento básico – oferta universal e regular de água, coleta e
tratamento de esgotos e disposição adequada do lixo – implica no desequilíbrio
ambiental, que compromete a qualidade de vida da população por meio da poluição
dos rios, tornando-os um dos maiores disseminadores de doenças de veiculação
hídrica, causando graves danos à saúde pública.
Cerca de 102 milhões de brasileiros não têm acesso à rede geral de esgoto, o
equivalente a 60% da população do país. Foi o que demonstrou o Censo e a Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico, realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, e publicado em 22/03/2004 com o lançamento do
Atlas de Saneamento no Brasil.
No Sudeste, região mais favorecida, 63,6% da população é atendida pela rede
de esgoto, já a região Norte apresenta o cenário ainda mais crítico, com apenas
2,8% da população atendida. Em comparação com 1989, a situação de acesso ao
serviço de esgoto nos Municípios brasileiros subiu de 47,3% para apenas 52,2%
em 2000. Neste mesmo cenário, mais de um terço dos brasileiros (33,9%) não
têm acesso ao serviço de abastecimento de água.
Embora 99% dos Municípios prestem o serviço de coleta de lixo, a maior parte
dos resíduos sólidos não recebe tratamento adequado, ou seja, 5.332 Municípios
destinam o lixo para lixões a céu aberto, e sua má disposição, além dos óbvios
prejuízos à biota e da proliferação de vetores, acarreta o entupimento das galerias
pluviais, que, com as chuvas, podem ainda causar sérios danos à saúde.

49
Apesar dos problemas já descritos, devemos salientar a ausência de normas
vigentes voltadas especificamente a instituir diretrizes nacionais para o saneamento
básico e para a gestão dos resíduos sólidos.
A titularidade dos serviços de saneamento básico não poderá ser definida por
uma lei ordinária, uma vez que a Constituição Federal já instituiu como de
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
a promoção de programas de saneamento básico, assim como o registro,
acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e exploração
de recursos hídricos em seus territórios, conforme dispõe em seu art. 23, IX e XI,
respectivamente.
À União compete elaborar e executar planos nacionais e regionais de
desenvolvimento social, bem como instituir diretrizes gerais sobre saneamento básico,
conforme dispõem os artigos 20, inc. IX e 21, inc. XX.
Os Estados poderão instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar
a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum,
conforme dispõe o art. 25, § 3º. Nestes casos, os Estados são competentes para
promoverem legislativamente sobre funções públicas de interesse comum, podendo,
também, ser titulares de serviços de saneamento básico de interesse comum, de
forma regionalizada e mediante gestão compartilhada com os Municípios envolvidos.
Os Municípios têm competência para legislar sobre assuntos de interesse local e
também suplementarmente à legislação federal e estadual, no que couber. A
titularidade privativa é do Município quando se tratar de exercício dos serviços de

50
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

interesse predominantemente local, cabendo a ele organizar e prestar, diretamente


ou sob regime de concessão ou permissão, serviços públicos de interesse local, dentre
estes os afetos ao saneamento, conforme dispõem os incisos I, II e V, do art. 30.

Projeto de Lei nº 4.147/01


- Institui diretrizes nacionais para o saneamento básico
O Poder Executivo Federal enviou em 2001, o Projeto de Lei nº 4.147 ao
Congresso Nacional, em regime de urgência, para instituir diretrizes nacionais
para o saneamento básico.
O Projeto de Lei implica num prejuízo direto ao pacto federativo, em decorrência
da perda da titularidade dos serviços de saneamento pelos Municípios, assegurada
pela Constituição Federal, e a sua transferência para os Estados, de maneira a
facilitar a privatização em bloco deste serviço.
Neste mesmo intuito, de "privatizar" o serviço, são claras as garantias para torna-
lo mais atraente do ponto de vista econômico. Deste modo foi deliberada: revisões
tarifárias extraordinárias em caso de qualquer fato não previsto; a conversão das
contas de água em faturas, para possibilitar a cobrança judicial; e a garantia do
pagamento pelo titular (Estado ou Município) em caso de inadimplência dos usuários.
A Agência Nacional de Água teria suas atribuições ampliadas, passando a exercer
a regulação dos serviços de saneamento. O substitutivo determina também como
competência da Agência Nacional de Águas o estabelecimento de padrões de
qualidade para a disposição de efluentes nos corpos hídricos nacionais e a indicação
das áreas prioritárias para os investimentos nestes corpos hídricos por parte da

51
União, porém, esta alteração contraria frontalmente a Constituição Federal e a Política
Nacional de Recursos Hídricos instituída pela Lei 9.433/97, revertendo o processo
de descentralização do sistema, que hoje está em curso com a implantação dos
Comitês de Bacias Hidrográficas.
As ações de saneamento ambiental têm reflexos diretos no meio ambiente,
particularmente nos recursos hídricos, na saúde pública e na qualidade de vida da
população brasileira, assim, jaz indiscutível a importância de uma Política Nacional
de Saneamento Ambiental.
Porém, diferente do Projeto de Lei n.º 4147/01, faz-se necessária uma política
articulada e integrada que considere os seguintes princípios básicos: controle social,
universalização do atendimento, eqüidade, igualdade e qualidade dos serviços,
descentralização e fortalecimento do poder local na prestação dos serviços.
Diante da patente precipitação governamental na época, a sociedade se
mobilizou visando a ampliação do debate sobre os rumos desta matéria no país e
em repúdio ao projeto apresentado pelo Executivo, foram organizados seminários
sobre o tema, moções, inclusive pelo CONAMA, e abaixo-assinados dos mais
distintos atores da sociedade civil. E assim, demonstrando que a participação e
intervenção da sociedade civil é fundamental no processo de elaboração das Políticas
Públicas, foi alterado o regime de tramitação do Projeto de Lei nº 4147/01,
retirando-o do caráter de urgência.
E desde então, inúmeros Projetos de Lei foram propostos e tramitam apensados
do PL 4147/2001. Recentemente, o atual Poder Executivo anunciou um novo projeto
de lei para estabelecer a Política Nacional de Saneamento Ambiental, que deverá

52
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

ser enviado ao Congresso Nacional, após ser submetido a consulta pública, através
de Seminários, o que ocorrerão nos meses de julho e agosto de 2004, em várias
capitais do País.
Embora o novo projeto de lei ainda não se encontre disponível para consulta
pública, segundo o Ministério das Cidades, o poder de concessão dos serviços de
saneamento será dos Municípios, mas só poderá ser feito após elaboração e aprovação
de um Plano de Saneamento e de uma lei dispondo sobre a política tarifária e de
universalização.
O projeto abrirá a possibilidade de terceirização dos serviços de saneamento,
inclusive mediante as parcerias público-privadas, mas deverá impor uma série de
outras medidas que dificultariam a celebração de contratos lesivos aos interesses
das comunidades beneficiadas.
Será de fundamental importância que os mais diversos segmentos sociais
participem do processo de discussão e elaboração da Política de Saneamento para o
país, pois se trata de matéria que envolve direitos fundamentais e ambientais básicos.

Projeto de Lei nº 203/91. Autoria do Senador Francisco


Rollemberg
O Substitutivo do Projeto de Lei de Política Nacional de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, nº 203/91, cujo relator era o ex-Deputado Emerson Kapaz,
dispõe sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte e a destinação
dos resíduos sólidos.
O Projeto prevê a introdução do princípio dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem)

53
na ordem de prioridade no gerenciamento de resíduos sólidos, ou seja: a redução da
massa de resíduos sólidos; a reutilização desses materiais; e sua reciclagem.
No entanto, após traçar os conceitos, objetivos, fundamentos e princípios como
o do poluidor- pagador e o da responsabilidade pós-consumo, o projeto não estabelece
um mecanismo eficiente para efetivar estes princípios e responsabilizar os agentes
envolvidos.
Conforme a metodologia participativa da Agenda 21, o Projeto deveria viabilizar
a aplicabilidade de uma gestão integrada dos resíduos sólidos. Isso valorizaria ainda
mais o trabalho das comunidades de catadores como parceiros privilegiados e traria
o envolvimento de segmentos estratégicos da sociedade, a exemplo das indústrias,
do comércio, empresas, ONGs e o próprio consumidor.
A Política que está sendo desenhada não enfrenta a questão das embalagens,
nem tampouco prevê a responsabilização clara dos produtores pela coleta e destinação
desse tipo de resíduo.
Neste sentido, o Projeto apresenta dois pontos no mínimo incongruentes, quais
sejam: a reciclagem quanto a sua conveniência ambiental e o não ferimento do
interesse público. Ora, a reciclagem é obviamente conveniente do ponto de vista
ambiental e ao interesse público, pois evita o desperdício de um bem, ainda próprio
para o uso, evita a utilização desnecessária de novos recursos naturais e ainda
promove a geração de emprego e renda.
Entre os avanços que foram mantidos no Substitutivo do Projeto de Lei estão: a
obrigatoriedade de projetos específicos para destinação e transporte de lodo de
tratamento de esgoto; a fixação de limites para metais pesados nas embalagens; a

54
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

definição de regras claras para aterros sanitários; a fixação de prazos para redução do
lixo orgânico a ser neles depositados.
É imprescindível que o Brasil tenha uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nesse
sentido o Substitutivo do Projeto de Lei apresenta avanços importantes, porém há pontos
que precisariam ser melhor abordados, como integração dos entes públicos e privados e
participação dos segmentos da sociedade em todo o seu processo de construção.

SANEAMENTO BÁSICO
CÂMARA DOS DEPUTADOS
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PEC 63 - 1999 EDUARDO PAES MESA Altera a redação do art. 30, inciso V, Aguardando.
PFL-RJ a fim de incluir como competência
municipal os serviços de distribuição
de água e captação de esgoto.
PL 4147 - 2001 PODER EXECUTIVO Coordenação das Institui diretrizes nacionais para o ***** Aguardando
Comissões saneamento básico e dá outras Const. Comissão Especial.
Permanentes - CCP providências PL 1144/2003 da Maria
Lara do Carmo PT e PL
2627/2003 do Mendes
Thame PSDB - tramitam
apensados.
PL 4167 - 2001 INÁCIO ARRUDA Comissão de Desenv. Exclui do Programa Nacional de Tramitando em conjunto
PcdoB -CE Econômico Industria Desestatização os serviços de ao PL 1744/2003,
e Comércio - CDEIC abastecimentos de água potável e de PL 2543/2000,
esgotamento sanitário. Altera art. 3º da PL 4974/2001
Lei 9.491 de 9 de setembro de 1997, e PL 160/1999.
que altera procedimentos relativos ao
Programa Nacional de Desestatização
PL 6604 - 2002 SENADO FEDERAL Comissão do Estabelece que até que sejam publicadas Aguardando parecer da
Trabalho, Adminis- as diretrizes nacionais para o sanea- Comissão.
tração e Serviço mento básico, as concessões para
Público - CTASP exploração desse serviço serão feitas
em caráter não oneroso e define outras
condições mínimas. Acrescenta artigo
14-A à Lei nº 8.987/95.
continuação

55
PEC 502 - 2002 ROSE DE FREITAS Coordenação das Inclui entre as competências dos Aguardando
Comissões Municípios a organização e prestação, encaminhamento.
Permanentes - CCP diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, do serviço público
de saneamento básico.
PEC 43 - 1999 EDUARDO PAES MESA Altera a redação do art. 30, inciso V, Arquivado.
PFL - RJ a fim de incluir como competência
municipal os serviços de distribuição
de água e captação de esgoto. Altera
a Constituição Federal.

SANEAMENTO BÁSICO
SENADO FEDERAL
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 345 - 1999 DEPUTADO WILSON Subsec. Coordenação Proíbe a cobrança de qualquer valor Aguardando
(no Senado SANTOS PSDB-MT Legislativa a título de religação de serviços leitura.
nº 013/2004) do Senado. por concessionárias de distribuição
de energia elétrica e de serviços
de abastecimentos de água e esgoto.
PL 41 - 2001 SENADOR PAULO Coordenação das Propõe estabelecer que seja Remetido à Câmara dos
(na Câmara HARTUNG Comissões publicada a Lei que institui diretrizes Deputados para revisão
nº 6.604/2002) PPS - ES Permanentes – CCP nacionais para o saneamento básico, nos termos do art. 65
as concessões para exploração desse da CF.
serviço serão feitas em caráter não
oneroso e define outras condições
mínimas. Acrescenta o art. 14 - A à
Lei nº 8.987, 15 de fevereiro de 1995.
PL 79 - 2002 SENADOR LUIZ Coordenação das Dispõe sobre as tarifas dos serviços Remetido à Câmara dos
(na Câmara OCTÁVIO Comissões públicos de saneamento básico Deputados para revisão
nº 1.110/2003) PPB - BA Permanentes – CCP e dá outras providências. nos termos do art. 65
da CF.
PL 271 - 2002 SENADOR RICARDO Comissão de Criar hipótese de dispensa de licitação Pronto para a Pauta na
SANTOS - PSDB ES Constituição Justiça na contratação de entidades sem fins Comissão.
e Cidadania – CCJ lucrativos para a prestação de serviços
de saneamento básico e outros.
Acrescenta inciso e parágrafo ao artigo
24 da Lei nº 8.666, de 1993.

56
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Alocação de recursos, fundos


e investimentos em recursos hídricos
As proposições legislativas para a criação de fundos e investimentos oficiais
constituem um forte apoio aos mecanismos que possibilitem o levantamento de
recursos financeiros para a melhoria da qualidade e quantidade de água, através do
financiamento de projetos de produção, conservação e recuperação de recursos
hídricos.
Neste tópico, foram contextualizadas os principais projetos de leis sobre
planejamento e orçamento na área de recursos hídricos para o país, bem como as
proposições legislativas sobre a compensação financeira pela utilização de recursos
hídricos e a criação de Fundos de Recursos Hídricos.

Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes


Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA
A base do planejamento para o modelo de desenvolvimento que se pretende
adotar para o país, com horizonte temporal de 4 anos, é traçado pelo Poder Executivo
Federal no âmbito do instrumento chamado Plano Plurianual - PPA. A Constituição
Federal de 1988, em seu artigo 165, parágrafo 1º, determina que o Plano Plurianual
(PPA) que deve ser apresentado pelo Governo para apreciação, na forma de Lei, ao
Congresso Nacional, até o final de agosto do primeiro ano da sua administração.
A Lei do PPA compreende de forma regionalizada as diretrizes, metas e obrigações
da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes, e respectivo cronograma dos programas de duração continuada com as

57
propostas para questões fundamentais como: estímulo à produção, geração de
emprego, redução das desigualdades regionais, melhoria na infra-estrutura,
desenvolvimento tecnológico e científico, desenvolvimento humano e inclusão social
com a melhoria de distribuição de renda.
O PPA tem influência direta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), à qual cabe
estabelecer as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro subseqüente; as disposições sobre alterações na
legislação tributária; a política de aplicação das agências financeiras oficiais e;
especialmente, as orientações para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA);
A LOA, por sua vez, é norteada, portanto, pelas diretrizes fixadas na LDO, que é
orientada pelo PPA.
A LDO constitui a ligação entre o PPA e a LOA, pois define as diretrizes para a
elaboração do orçamento, com a eleição das ações que serão focadas em cada
exercício a partir dos objetivos e metas estabelecidas no PPA.

PPA 2004-2007
A Administração Pública Federal teve como proposta para o Plano Plurianual de
2004-2007 envolver a sociedade civil na elaboração de suas ações prioritárias. O
intuito foi mobilizar organizações de 26 estados, desde movimentos de trabalhadores
urbanos e rurais até entidades religiosas e acadêmicas, os ramos da atividade
econômica a fim de reunir um amplo espectro da sociedade brasileira com ampla
diversidade de opiniões e anseios.
As representações das redes de ONGs, movimentos sociais etc. que participaram

58
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

do processo de consulta em relação ao Plano Plurianual (PPA) apontaram a


importância dessa nova proposta. Porém, como análise do processo como um todo,
foi destacada também a incorporação praticamente nula dos questionamentos
principais da sociedade civil ao PPA. Além disso, foram questionados o tempo
disponível para o desdobramento dos debates e o método proposto, e posteriormente
a falta de continuidade desse processo.
Da análise do PPA 2004-2007, verifica-se entre seus objetivos a dimensão
ambiental que pretende o Governo desenvolver para os próximos 4 anos. O tema
Água aparece de forma setorizada no PPA em diversas de suas passagens,
especificamente nos objetivos setoriais constantes do Programa de Orientação
Estratégica do Ministério do Meio Ambiente.
No objetivo setorial n.º 1 do Programa, a bacia hidrográfica, ao lado das
diversidades regionais, biomas e regiões geoeconômicas, é tida como a unidade
básica de gerenciamento para promover a gestão integrada do território na perspectiva
do desenvolvimento sustentável, aprimorando os instrumentos e mecanismos de
planejamento, gestão e resolução de conflitos, orientados pela participação
democrática e com controle social.
O Sistema Nacional de Recursos Hídricos vem contemplado no objetivo setorial
3 como uma forma de consolidação e aperfeiçoamento integrado e eficiente do
equacionamento da questão hídrica nas políticas públicas.
O tema energia, que perpassa pelos assuntos sobre Água, tem no objetivo 4 do
PPA as estratégias nacionais de incorporação da sustentabilidade socioambiental
nos setores da economia e nas políticas públicas setoriais.

59
O objetivo 8 visa a promover a ampliação da oferta, a conservação, o uso racional
e a despoluição dos recursos hídricos, de forma a criar as condições para a
disponibilização de água em quantidade e qualidade adequadas aos respectivos
usos e de forma universalizada, com ênfase no atendimento das populações excluídas.
A promoção do monitoramento, a prevenção e a redução de riscos e a mitigação
de impactos decorrentes de eventos hidrológicos críticos está prevista no objetivo
10 do Programa de Orientação Estratégica do Ministério do Meio Ambiente constantes
do PPA.
As Ações de Governo previstas no PPA 2004–2007, no que tange aos Programas
relacionados com a Água no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, estão elencadas
da seguinte forma:
„ Programa 0495 - Conservação, Uso Racional e Qualidade das Águas,
que objetiva promover a conservação e o uso racional dos recursos hídricos;
„ Programa 0497 - Nossas Águas, que objetiva consolidar a Política Nacional
de Recursos Hídricos e seus instrumentos técnicos e institucionais;
„ Programa 0498 - Desenvolvimento Sustentável do Pantanal, que objetiva
promover o desenvolvimento sustentável da bacia do Alto Rio Paraguai,
incentivando atividades econômicas ambientalmente compatíveis
com o ecossistema;
„ Programa 1107 - Probacias, que objetiva garantir a implementação
e o desenvolvimento do sistema de gestão integrada das bacias hidrográficas
„ Programa 8018 - Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES, que objetiva
reduzir o nível de poluição hídrica em bacias hidrográficas.

60
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Projeto de Lei nº 1.507/03.


Autoria: Deputado Leonardo Mattos
Cria o Fundo Nacional de Apoio à Preservação de Recursos Hídricos - FUNDÁGUA,
de natureza contábil e que, segundo o Projeto de Lei, será gerido pela Agência
Nacional de Água – ANA. O Fundo tem por objetivo promover a aplicação de recursos
financeiros: na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos,
especialmente em ações de conservação e recuperação de recursos hídricos e na
execução de obras de infra-estrutura hídrica; e na implementação institucional e
logística do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
O Fundo se constituirá dos recursos provenientes de: doações consignadas no
Orçamento Geral da União; de parte dos valores arrecadados com a cobrança pelo
uso da água de domínio da União e do resultado das aplicações financeiras destes;
de doações realizadas por entidades públicas ou privadas, nacionais e internacionais;
e dos recursos dos Estados, Distrito Federal e Municípios de compensações financeiras
ou outros.
O Projeto de Lei estabelece ainda, que a aplicação dos recursos do FUNDÁGUA,
quando resultados da cobrança pelo uso da água e da aplicação financeira dos
mesmos, deverão ser destinandos à Bacia Hidrográfica em que foram gerados. Define
a sua arrecadação como de natureza condominial, ficando vedado o seu
contingenciamento. Dispõe que para a sua aplicação deverão ser observados os
critérios e as prioridades estabelecidas pelo respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica.

61
Projeto de Emenda à Constituição
Federal nº 524/02 (no Senado Federal PEC 27/01)
O Projeto de Emenda à Constituição acresce o artigo 84 ao Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, instituindo o Fundo para a
Revitalização Hidroambiental e o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio São
Francisco.
O Fundo deverá ser constituído por cinco décimos por cento do produto da
arrecadação dos impostos de competência da União, e caberá ao Poder Executivo
publicar demonstrativos bimestrais da execução orçamentária, discriminando as fontes
e usos do Fundo.

Projeto de Lei nº 56/04, autor Senador


Tião Viana. Relator: Senador Rodolpho Tourinho
Atualmente, pela Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação dada
pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, a compensação financeira pela utilização
dos recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica somente é devida aos
Estados e Municípios onde se encontram as instalações da hidrelétrica ou que tiveram
suas áreas inundadas pelas barragens.
O Projeto de Lei nº 56/04 passa a contemplar pela compensação financeira os
Estados e Municípios que possuem nascentes de rios, cuja vazão é aproveitada para
a geração de energia hidrelétrica, ampliando o número de Estados e Municípios
beneficiados.

62
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2

Projeto de Lei n.º 2.546/03,


sobre as Parcerias Público-Privadas
A fim de viabilizar investimentos para grandes obras de infra-estrutura para o
país, algumas questionáveis como a construção de novas hidrelétricas, barragens e
grandes transposições de água, o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional
o Projeto de Lei sobre as Parcerias Público-Privadas, que tramita sob regime especial
de urgência por constituir, uma das maiores prioridades para o Poder Executivo.
No entanto, com a pressa de oferecer vantagens à iniciativa privada, abrindo
oportunidades para investimentos em saneamento básico, energia e recursos hídricos,
dentre outros, as PPPs, no modelo atualmente proposto, contém em seu bojo questões
profundamente avessas ao interesse público e à ordem constitucional e legal.
Com efeito, tal como propostas, hoje as PPPs ferem princípios constitucionais,
princípios de direito administrativo, lei das licitações, leis que tratam de concessões
e permissões de serviços públicos, além de violar a competência dos Legislativos e
do Senado, bem como da lei de responsabilidade fiscal. Caso aprovada como está,
permitirá não só a transferência para o setor público dos riscos privados dos projetos,
como o endividamento do governo atual, transferindo este ônus para a sociedade.

63
LOCAÇÃO DE RECURSOS / CRIAÇÃO DE FUNDOS / FINANCIAMENTOS
SENADO FEDERAL
NÚMERO/ DATA AUTORIA LOCALIZAÇÃO CONTEXTO SITUAÇÃO
PL 178 - 1998 SENADOR Sub. Secretaria Cria o fundo nacional para a preservação Arquivado em
BERNARDO CABRAL do Arquivo de mananciais de abastecimento de água 29/01/1999
- FUDAGUA e dá outras providências
PL 240 - 2002 COMISSÃO Coordenação Legis- Modifica a Lei 9.433/97 que instituiu a Política Aguardando
ESPECIAL RIO lativa do Senado. Nacional de Recuros Hídricos. Altera Inclusão na
SÃO FRANCISCO a destinação dos recursos financeiros prove- Ordem do Dia.
nientes da cobrança pelo uso do recurso hídrico
PL 105 - 2003 ANA JÚLIA CAREPA Comissão de Prevê a modificação dos percentuais das Pronta para a
PT-PA Assuntos Sociais alíquotas pela exploração de recursos minerais Pauta
e transfere para os municípios limítrofes 40%
da arrecadação financeira a que faz jus
Município onde se situa a lavra. Altera a Lei
nº 7990, de 1989, que instituiu "compensação
financeira pelo resultado da exploração
de petróleo, de recursos hídricos para fins
de geração de energia elétrica"
PL 359 - 2003 CÉSAR BORGES Comissão de Dispõe sobre a aquisição, pela União, de créditos Pronto para a
PFL-BA Assuntos relativos à participação governamental obrigatória Pauta na
Econômicos dos Municípios na exploração de recursos Comissão.
hídricos para fins de geração de energia
elétrica, petróleo e gás natural
PL 03 - 2004 EXECUTIVO Comissão Mista LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias Pronta para ser
FEDERAL de Orçamento para 2005 votada.
PL 56 - 2004 SENADOR Comissão de Beneficia com a compensação financeira Matéria com a
TIÃO VIANA PT-AC Serviços e Infra- os Estados e Municipios que possuem nascentes Relatoria.
Estrutura de rios, cuja vazão é aproveitada para a geração
de energia elétrica
PEC 13 - 2001 SENADORA MARIA Comissão de Determina a instituição de seguro de Pronto para a
DO CARMO ALVES Constituição Justiça responsabilidade civil para as atividades lesivas Pauta da
e Cidadania ao meio ambiente Comissão.
PEC 27 - 2001 ANTONIO CARLOS Comissão de Institui o Fundo para a Revitalização Remetido à
VALLADARES Constituição, Justiça Hidroambiental e o Desenvolvimento Sustentável Câmara dos
PSB - CE e Cidadania. da Bacia do Rio São Francisco Deputados.

64
Bibliografia
Aprovado pela Resolução nº 17, de 1989 e alterações. Regimento Interno da Câmara dos
Deputados. Brasília: Centro de Documentação e Informação Coordenação de Publicações,
2003.

PACHECO, B.L. e MENDES, R.P. Questões sobre o Processo Legislativo e Regimento Interno.
Brasília: Centro de Documentação e Informação Coordenação de Publicações, 2002

MACHADO, P.A.L. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Ed. Malheiros; 2002.
MILARÉ, E. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

SILVA, J.A. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002.

SILVA, J.A. Direito Ambiental Constitucional. 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002.
PENNA, CARLOS GABAGLIA. O Estado do Planeta – Sociedade de consumo e degradação
ambiental. Rio de Janeiro: Record, 1999

PHILIPPI JR, A.; ALVES, A.C.; ROMÊRO, M.A.; BRUNA, G.C. (Editores) Meio Ambiente,
Direito e Cidadania. São Paulo, 2002.

HOGAN,D.J.; VIEIRA,P.F. (org.); Dilemas socioambientais e desenvolvimento sustentável;


2a ed., Campinas: UNICAMP, 1995.

65
Anexo 1
Glossário de Termos Legislativos
„ Admissibilidade - análise dos pressupostos de constitucionalidade e juridicidade
„ Aparte - interrupção, breve e oportuna, do orador para indagação
ou esclarecimento, relativo à matéria em debate.
„ Avulso - exemplar das proposições, pareceres, relatórios, etc., publicado
oficialmente pelas Casas. É uma das formas de dar conhecimento oficial
ao parlamentar sobre determinada matéria. Os sistemas de informação
da Câmara têm buscado reduzir a publicação de avulsos em papel.
„ Bancada informal - conjunto de parlamentares que informalmente se agrupam
para representar e defender interesse social, profissional, religioso ou cultural
(bancada dos funcionários públicos, bancada ruralista, bancada
dos evangélicos, etc.)
„ Bancada partidária - conjunto de parlamentares que integram determinado
partido político.
„ Bloco parlamentar - aliança das bancadas de dois ou mais partidos políticos
para constituir uma bancada comum.
„ Casa - denominação genérica atribuída à Câmara dos Deputados ou ao Senado
Federal.

66
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E X OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | C A P Í T U LO 2O
2

„ Comissão - órgão temático encarregado de apreciar e deliberar sobre


determinado assunto submetido ao seu exame; é permanente quando integra
a estrutura institucional da Casa e temporária quando, criada para apreciar
determinado assunto. Extingue-se ao término da legislatura, ou quando
alcançado o fim a que se destina ou quando expirado o seu prazo de duração.
„ Comissão Geral - quando, por proposta conjunta dos líderes, a sessão plenária
da Câmara se transforma para debater matéria relevante, para discutir projeto
de lei de iniciativa popular, ou para comparecimento de Ministro de Estado.
„ Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - tipo de comissão temporária
destinada a apurar fato determinado e por prazo certo, tendo poderes
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
em lei.
„ Decreto legislativo - regula matérias de competência exclusiva do Poder
Legislativo, sem que haja necessidade de sanção do Presidente da República.
„ Discussão - fase dos trabalhos destinada ao debate entre os parlamentares,
acerca de determinada proposição.
„ Dois turnos - consiste na discussão e votação de proposição pelo Plenário
por duas vezes, nos casos especificados na Constituição (Emenda
Constitucional) ou no regimento da Casa. Cada turno é constituído
de discussão e votação. A regra geral é a do turno único.
„ Emenda - proposição apresentada como acessória de outra, sendo a principal
um projeto de lei ordinária, complementar, projeto de código, emenda
à Constituição, projeto de decreto legislativo, etc. As emendas podem

67
ser supressivas, substitutivas, modificativas, aditivas, aglutinativas. Estas
são emendas que alteram o mérito da proposição. Há emendas que alteram
apenas o enunciado lingüístico, as emendas de redação. Subemendas
são emendas a emendas.
„ Indicação - proposição pela qual o parlamentar sugere a manifestação
de uma ou mais comissões, ou do Poder Executivo, acerca de determinado
assunto, visando à elaboração de projeto sobre a matéria.
„ Interstício - intervalo de tempo necessário entre atos do procedimento
legislativo. O interstício é contado por sessões ordinárias ou por dias úteis,
conforme determina os regimentos internos de cada Casa (ex.: é de três dias
úteis, no Senado, e de duas sessões, na Câmara, o interstício entre
a distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e o início da discussão
ou votação correspondente).
„ Legislatura - período de quatro anos coincidente com o mandato parlamentar.
„ Líder - parlamentar escolhido para representar sua bancada partidária
ou bloco parlamentar que integre.
„ Medida Provisória (MP) - instrumento, com força de lei, adotado pelo
Presidente da República, em casos de relevância e urgência, cujo prazo
de vigência é de sessenta dias; prorrogável, nos termos do § 7o do art. 62
da Constituição Federal, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes, quando a medida provisória for rejeitada.

68
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 1

„ Ordem do Dia - Corresponde ao período da sessão ordinária ou extraordinária


ou das reuniões das Comissões da Câmara ou do Senado, destinado
à apreciação das proposições em pauta.
„ Poder conclusivo - prerrogativa das comissões permanentes de discutir e votar
projetos de lei, dispensada a competência do Plenário, o qual só se manifesta
se houver recurso de 10% dos membros da Casa nesse sentido.
Essa prerrogativa é definida pela Mesa, quando é feita a distribuição
das proposições (art. 24, II, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados).
„ Preferência - é a primazia na discussão ou votação de uma matéria sobre
as outras.
„ Prejudicialidade - declaração, pelo presidente da Casa, ou de Comissão,
de que determinada matéria perdeu a oportunidade de apreciação:
da declaração de prejudicialidade cabe recurso para o Plenário.
„ Prioridade - dispensa das exigências regimentais para que determinada
proposição seja incluída na Ordem do Dia da sessão seguinte, logo após
as em regime de urgência.
„ Procuradoria Parlamentar - órgão que tem por finalidade promover,
em colaboração com a Mesa, a defesa da Câmara, de seus órgãos e membros
quando atingidos em sua honra ou imagem perante a sociedade, em razão
do exercício do mandato ou de suas funções institucionais.
„ Proposição - toda matéria sujeita à deliberação da Casa. Considera-se
proposição a proposta de emenda à Constituição, os projetos, a emenda,

69
a indicação, o requerimento, o recurso, o parecer, e a proposta de fiscalização
e controle.
„ Proposta de fiscalização e controle - proposição que tem por objetivo fiscalizar
os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.
„ Questão de ordem - toda dúvida sobre a interpretação do regimento na sua
prática exclusiva ou relacionada com a Constituição; da decisão do presidente
cabe recurso ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça,
no caso de apresentação em sessão. Em Comissão, a questão de ordem será
resolvida pelo seu Presidente, cabendo recurso a ser dirigido ao Presidente
da Casa.
„ Quórum - exigência constitucional ou regimental de número mínimo
de parlamentares que devem estar presentes para a prática de determinado
ato ou que devam se manifestar, em um sentido, a respeito de determinada
matéria.
„ Quórum de aprovação - número mínimo de votos necessários para que
determinada matéria seja aprovada.
„ Quórum de deliberação - número mínimo de parlamentares, que devem estar
presentes na sessão para que se delibere sobre as matérias da Ordem do Dia.
„ Quórum de presença - número de presença mínima exigida numa Casa para
que se dê a abertura da sessão ou seu prosseguimento.
„ Reclamação - uso da palavra pelo parlamentar, durante sessão plenária
ou reunião de comissão, para reclamar quanto à observância de expressa
disposição regimental.

70
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 1

„ Requerimento - proposição por meio da qual o parlamentar pede a adoção


de alguma providência.
„ Resolução - proposição que regula matérias da competência privativa da Casa
Legislativa, de caráter político, processual, legislativo ou administrativo.
„ Sanção presidencial - concordância do Presidente da República a texto
de projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo.
„ Sessão - reunião dos parlamentares em Plenário para debate ou deliberação
de matérias. Os regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal especificam os tipos de sessões possíveis de ocorrer em cada Casa.
„ Sessão de debates - reunião dos parlamentares em Plenário sem que haja
matérias a serem objeto de deliberação. Normalmente, é realizada às 2ªs e 6ªs
feiras e constam de pequeno expediente, grande expediente e comunicações
parlamentares, podendo as lideranças aproveitar o período para as respectivas
comunicações de Liderança.
„ Sessão deliberativa - reunião dos parlamentares em Plenário para deliberação
de matérias. Normalmente, é realizada às 3ªs, 4ªs e 5ªs feiras e constam
de pequeno expediente, grande expediente, Ordem do Dia e comunicações
parlamentares.
„ Sessão legislativa - ano parlamentar que abrange o período de 15 de fevereiro
a 30 de junho e de 1° de agosto a 15 de dezembro e denominado de sessão
legislativa ordinária. A sessão legislativa extraordinária ocorre quando o
Congresso é convocado fora do período ordinário. Numa legislatura há quatro
sessões legislativas ordinárias.

71
„ Sessões preparatórias - precedem a inauguração dos trabalhos das Casas
do Congresso, na primeira e terceira sessões legislativas, com vistas
à solenidade de posse dos novos parlamentares e à eleição da Mesa
de cada Casa.
„ Sessão pública - é aquela em que é permitida a presença, em Plenário,
dos parlamentares, dos suplentes, dos ex-parlamentares, dos parlamentares
da outra Casa e dos funcionários em serviço. A imprensa deve ficar em local
próprio e o público em geral no lugar que lhe for reservado, conservando-se
em silêncio e sem qualquer sinal de aplauso ou reprovação ao que nela se passar.
„ Sessão secreta - aquela realizada somente com a presença dos parlamentares.
É obrigatória no caso de declaração de guerra, acordo de paz, perda
do mandato ou suspensão de imunidade parlamentar ou a requerimento
dos parlamentares e deliberação do Plenário, para outros fins.
„ Sobrestamento - suspensão temporária de deliberação de qualquer proposição,
enquanto não for decidido o motivo que ocasionou o sobrestamento.
„ Subcomissão - sem poder decisório, constituída no âmbito de comissão
temática. Podem ser permanentes, quando lhes é reservado parte das matérias
do respectivo campo temático ou área de atuação; ou temporárias, quando
destinadas ao desempenho de atividades específicas ou o trato de assuntos
definidos no respectivo ato de criação.
„ Turma - sem poder decisório, constituída no âmbito de Comissão temática,
desde que a Comissão não tenha constituído "subcomissões" permanentes.
Cada Comissão poderá se dividir em duas turmas.

72
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 1

„ Turno único - (vide dois turnos)


„ Urgência - dispensa de prazos ou formalidades regimentais para que
determinada proposição seja de logo considerada, até sua decisão final.
Não se pode dispensar os requisitos de publicação e distribuição do avulso
das proposições principal e acessórias, os pareceres das comissões
e o quorum para deliberação.
„ Urgência urgentíssima - na Câmara, é um mecanismo de deliberação
instantânea de matéria considerada de relevante e inadiável interesse nacional,
necessitando da aprovação da maioria absoluta da composição da Casa.
No Senado, é um instituto utilizado para situações que envolvam calamidade
pública ou perigo para a segurança nacional.
„ Veto presidencial - discordância do presidente da República a texto de projeto
de lei aprovado pelo Poder Legislativo.

73
Anexo 2
Comissões
Na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal, as Comissões podem ser
Permanentes, Temporárias ou Mistas (formadas por Senadores e Deputados
Os trabalhos das Comissões (pauta de reuniões e avisos para recebimento de
emendas e destaques) são divulgados por meio de uma publicação denominada
Ordem do Dia das Comissões, distribuída em avulsos, divulgadas pela internet.

Comissões Permanentes
São as integrantes da estrutura institucional de cada Casa, participando do
processo de elaboração de normas legais, mediante exame e deliberação acerca das
proposições a elas submetidas. Exercem, ainda, dentro de suas respectivas áreas, o
acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização
orçamentária da União.

Comissões Temporárias
A Comissão Temporária se extingue ao termino da tarefa para a qual foi criada,
podendo, também, ocorrer a sua extinção com o término da legislatura ou quando
expirado seu prazo de duração.

74
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 2

As Comissões Temporárias podem ter caráter Especial, Parlamentar de Inquérito


ou Externa (trabalho externo dos parlamentares). A Comissão Especial é criada para
exame de proposição que versarem sobre matéria de competência de mais de três
Comissões.
A Comissão Parlamentar de Inquérito objetiva apurar fato determinado de relevante
interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do
País. Tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.
Pois, fiscalizar os Poderes da União em termos contábeis, financeiros,
orçamentários, operacionais e patrimoniais, quanto a legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, conforme o art.
70, da Constituição Federal, é outra importante função do Congresso Nacional.

Comissões permanentes;
Na Câmara dos Deputados:

Comissão da Amazônia e de Desenvolvimento Regional;


Comissão de Agricultura e Política Rural;
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática;
Comissão de Constituição e Justiça e de Redação;
Comissão de Defesa do Consumidor e Minorias;
Comissão de Defesa do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior;

75
Comissão de Direitos Humanos;
Comissão de Economia, Indústria e Comércio e Turismo;
Comissão de Educação, Cultura e Desporto;
Comissão de Finanças e Tributação;
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle;
Comissão de Legislação Participativa;
Comissão de Minas e Energia;
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional;
Comissão de Segurança Pública, Combate ao Crime Organizado, Violência
e Narcotráfico;
Comissão de Seguridade Social e Família;
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público;
Comissão de Viação e Transportes.

No Senado Federal:
Comissão de Assuntos Econômicos - CAE;
„ Subcomissão Fome Zero CAEFMZ
„ Subcomissão Temporária de Mineração CAEMINER
„ Subcomissão da Dívida Pública CAESDP
„ Subcomissão Temporária de Turismo 2003 CAESTURI

Comissão de Assuntos Sociais CAS;


„ Subcomissão Temp. da Criança, do Adolescente e da Juventude CASCAJ

76
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 2

„ Subcom. Temp. Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais CASESPEC


„ Subcomissão Temporária do Idoso CASIDO
„ Subcomissão Temporária da Saúde CASSAUDE

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania CCJ;


„ Subcomissão do "Judiciário" CCJSJ
„ Subcomissão Permanente de Segurança Pública CCJSSP

Comissão de Educação CE;


„ Subcomissão Permanente de Cinema, Comunicação e Informática CESCCI
„ Subcomissão Permanente do Esporte CESE
„ Subcomissão Permanente do Livro CESL
„ Subcomissão de Rádio e TV CESRTV

Comissão de Fiscalização e Controle CFC;


„ Subcomissão das Agências Reguladoras CFCAGE
„ Subcomissões das Obras Inacabas CFCOBRA

Comissão de Serviços de Infra-Estrutura CI;


„ Comissão de Legislação Participativa CLP
„ Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional CRE
„ Subcomissão Permanente da Amazônia CREPA
„ Subcomissão Permanente de Proteção dos Cidadãos Brasileiros CREPCBE

77
Comissões Temporárias em funcionamento no Senado Federal;
Comissão Parlamentar de Inquérito - "Futebol"
Comissão Parlamentar de Inquérito - "ONGs"
Comissão Especial - "Brasil/Canadá"
Subcomissão de Turismo
Comissão Especial - "Questões Fundiárias - RR/MS"
Comissão Especial - "Desenvolvimento da Amazônia"
Comissão Especial - "Rio São Francisco"

Na Câmara dos Deputados;


CPI - Extermínio No Nordeste
CPI - Pirataria De Produtos Industrializados
CPI - Tráfico De Órgãos Humanos

Comissões Especiais (para dar parecer


sobre Projeto de Emenda à Constituição – PEC)

PEC 003/99 - Mandato Eletivo


PEC 054/99 - Quadro Temporário Servidor Público
PEC 092/95 - Escolha Ministro STF
PEC 101/03 - Reeleição Da Mesa
PEC 115/95 - Cerrado - Patrimônio Nacional
PEC 227/04 - Reforma Da Previdência
PEC 228/04 - Reforma Tributária

78
OBSERVATÓRIO DA ÁGUA | A N E XO 2

PEC 255/04 - Reforma Tributária


PEC 347/96 - Sessão Legislativa e Recesso
PEC 353/01 - Número de Vereadores
PEC 431/01 - Recursos Assistência Social
PEC 438/01 - Trabalho Escravo
PEC 524/02 - Revitalização Bacia do São Francisco
PEC 534/02 - Guardas Municipais
PEC 544/02 - Tribunais Federais Regionais
PEC 574/02 - Percentual Despesas Legisl. Municipal

Demais Comissões
Alca - Área De Livre Comércio das Américas
Ano da Mulher - 2004
Inspeção Técnica Veicular - Itv
PL 1399/03 - Estatuto da Mulher
PL 1756/03 - Lei Nacional da Adoção
PL 2401/03 - Biossegurança
PL 2546/03 - Parceria Público-Privada
Políticas Públicas Para a Juventude
Reforma da Previdência
Reforma do Judiciário
Reforma Política
Reforma Trabalhista
Reforma Tributária

79
Comissões Externas
Vazamento Na Indústria Cataguases
Acidente na Base de Alcântara
Averiguar Incêndio em Roraima
Desvio de Verbas para Saúde
Feminização da Pobreza No Brasil
Conflito Parque Nacional do Iguaçu
Reserva Indígena Raposa Serra do Sol
Instituto Nacional do Câncer
Cexfisca-Assassinato Fiscais do Min. do Trabalho
Enchentes do Nordeste

No Congresso Nacional;
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - "Roubo de Cargas"
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - "CPMI da Terra"
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito "DESMANCHE"
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito "BANESTADO"
Comissão Mista Especial - "Centenário JK"
Comissão Mista Especial - "Combate à Pobreza"
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito -"Exploração Sexual"
Comissão Mista Especial - "Segurança"

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WWF-BRASIL: PESQUISA, COMPILAÇÃO E TEXTO:

Álvaro Antônio Cardoso de Souza Tatiana Rehder


Presidente
PROGRAMA ÁGUA PARA A VIDA:
Denise Hamú
Secretária-Geral Samuel Barrêto
Coordenador do Programa
Rosa Lemos de Sá
Superintendente de Conservação Michael Becker
Técnico em Conservação de Água Doce
Marcello Ceylão
Superintendente Executivo Ângelo Lima
Técnico Bacia do Rio Miranda – MS
Márcia Lapastina
Superintendente de Comunicação e Marketing Marcelo Zandomenico
Analista Financeiro
Mônica Rennó
Coordenadora de Relações Corporativas Sérgio Ribeiro
Coordenador de Campanha

Michel Rodrigues
Assistente de Campanha

Gadelha Neto
Assessor de Comunicação

Valdaglênia Farias
Assistente de Programa

Bernardo Menezes
Estagiário de Comunicação

PROJETO GRÁFICO

Ribamar Fonseca | Supernova Design


OBSERVATÓRIO
WWF – Brasil | www.wwf.org
SHIS EQ. QL 06/08 Conjunto “E” 2o andar
70620-430 Brasília/DF Brasil | fax: (61) 364-7474
panda@wwf.org.br
das águas
A ÁGUA E O PODER PÚBLICO NO BRASIL

Apoio:

P R O G R A M A “ Á G UA PA R A A V I D A”

BRASÍLIA | 2 0 0 4

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