2.1 INTRODUÇÃO
A água constitui um elemento essencial a vida animal e vegetal. O homem tem necessidade
de água de qualidade e em quantidade suficiente pata todas suas necessidades, não só para
proteção de sua saúde, como também para seu desenvolvimento econômico.
A água é a substância mais abundante nos sistemas vivos perfazendo 70% ou mais do peso
da maioria das formas de vida. O planeta Terra possui ¾ da superfície coberta por água,
destes, 97,5% são salgadas e apenas 2,5% doce (Figura 1). Contudo, do percentual total da
água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e
geleiras, parte é gasosa e parte é líquida – representada pelas fontes subterrâneas e
superficiais. Já os rios e lagos, que são as principais formas de abastecimento, correspondem
a aproximadamente 0,3% desse percentual (Bento & Sezerino, 2005).
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Resumidamente, Bassoi e Guazelli apud Philippi Jr. et al (2004) destacam que a atuação da
radiação solar promove a evaporação da água do mar formando as nuvens de vapor de água
que movem-se sobre áreas terrestres; a precipitação desta água contida nas nuvens ocorre
sobre a terra como neve, granizo e chuva, iniciando assim a sua trajetória de volta ao mar.
Parte dessa água oriunda da precipitação infiltra-se no solo e por percolação atinge a zona
saturada do solo abaixo do nível do lençol freático, ou superfície freática. A água nessa zona
flui vagarosamente através de aqüíferos para os canais dos rios ou, algumas vezes,
diretamente para o mar.
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A água infiltrada também alimenta a vida das plantas superficiais; parte dela é absorvida
pelas raízes dessas plantas e depois assimilada e transpirada a partir da superfície das
folhas. A água remanescente na superfície do solo se evapora parcialmente, transformando-
se em vapor d’água, mas a maior parte aglutina-se em arroios, riachos ou regados e corre
como escoamento superficial para os canais dos rios.
As superfícies dos rios e lagos também passam pelo processo de evaporação e daí mais água
é removida. Finalmente, a água remanescente que não se infiltrou nem se evaporou volta ao
mar através dos canais dos rios. As águas subterrâneas, que se move muito mais
lentamente, emergem nos canais dos rios ou chega à linha costeira e adentra-se ao mar,
reiniciando assim o ciclo.
Basicamente, destacam Von Sperling e Möller apud Barros et al (1995), três grandes
aspectos vinculados à água promovem diferentes usos, quais sejam:
Águas doces:
Classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral.
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Águas salinas:
Classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral; e
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
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Águas salobras:
Classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral; e,
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
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SANEAMENTO 2
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Bassoi e Guazelli apud Philippi Jr. et al (2004) ressaltam que o fato de um trecho de rio ser
enquadrada em uma determinada classe, não significa necessariamente que esse seja o
nível de qualidade que ele apresenta, mas sim aquele que se busca alcançar ou manter ao
longo do tempo. Para cada uma das classes são estabelecidos parâmetros de qualidade
físicos, químicos e biológicos, com seus respectivos valores, que devem ser seguidos para
assegurar os usos pré-estabelecidos das águas.
A água da chuva, ao cair, é quase pura. Ao atingir o solo, seu grande poder de dissolver e
carrear substâncias altera sua qualidade.
Dentre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias como, por exemplo,
substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água mais dura; substâncias ferruginosas
que dão cor e sabor diferentes a mesma e substâncias resultantes das atividades humanas,
tais como produtos industriais, que as tornam impróprias para o consumo. Por sua vez, a
água pode carrear substâncias em suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por
onde passa e que dão turbidez à mesma; podem carrear também algas que modificam seu
sabor, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, podem levar em
suspensão organismos patogênicos. Em conseqüência da sua grande atividade, a água
quimicamente pura não é encontrada na natureza.
9 Água potável - Denominada aquela que não tem micróbios patogênicos, nem
substâncias químicas além dos limites de tolerância e não é desagradável pelo seu
aspecto, a quaisquer dos nossos sentidos (visão, olfato, tato e paladar);
9 Água poluída - É aquela que contém substâncias que modificam sua característica e
a tornam imprópria para o consumo.
9 Água contaminada - É a que contém micróbios patogênicos ou substâncias
venenosas.
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Os riscos relacionados com a água, podem ser distribuídos em duas categorias principais:
• Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes biológicos
(vírus, bactérias e parasitas) ou através de contato direto ou por meio de insetos
vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico;
• Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de
esgotos industriais.
A água é normalmente habitada por vários tipos de microorganismo de vida livre e não
parasitária que dela extrai os elementos indispensáveis à sua sobrevivência. Ocasionalmente
são aí introduzidos organismos patogênicos, que utilizando a água como veículo, constituem-
se um perigo sanitário potencial.
São vários os agentes de destruição natural de patogênicos nas águas armazenadas. Além
da temperatura, destacam-se os efeitos da luz, a sedimentação, a presença ou não de
oxigênio dissolvido, de parasitas ou predadores de bactérias, substâncias tóxicos ou
antibióticos produzidos por outros microrganismos (como algas ou fungos).
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O que agrupa essas infecções é o fato desses agentes encontrarem-se na água, sendo sua
ingestão fator importante para a instalação das doenças.
Portanto, a desinfecção da água é uma ação importante na prevenção dessas infecções, pois
melhora a qualidade da água.
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Várias são as substâncias químicas que podem poluir as águas subterrâneas ou superficiais e
comprometer a saúde do homem. Dentre elas podemos citar os agrotóxicos (herbicidas,
inseticidas, raticidas etc) e os despejos industriais contendo metais pesados como cromo,
mercúrio e chumbo. Os efeitos que estas substâncias químicas podem ter sobre o organismo
humano dependem da sua concentração, toxidez e da suscetibilidade individual, que é
variável.
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Água para consumo humano coletada na Coliformes totais AUSÊNCIA em amostras 100 mL
entrada da rede de distribuição
Água para consumo humano coletadas em Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das
redes de distribuição com tratamento amostras de 100 mL (*)
Água para consumo humano coletadas em Coliformes totais AUSÊNCIA em 98% das
redes de distribuição sem tratamento amostras de 100 mL (**)
Água para consumo humano coletadas de Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das
poços, minas, fontes e nascentes amostras de 100 mL (***)
• (*) Nos 5% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, desde que não ocorra em duas
amostras consecutivas coletadas no mesmo ponto.
• (**) Nos 2% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições do
item anterior.
• (***) Nos 5% restantes tolera-se até 10 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições
do item anterior.
• (****) UFC = Unidades Formadoras de Colônias. Contagem realizada em 20% das amostras
coletadas no mês.
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SANEAMENTO 2
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Cor
A presença na água de partículas muito pequenas é que lhe conferem cor. Diz-se que essas
partículas encontram-se em solução na água, e podem ter origem em material orgânico
(humus, algas, entre outras) ou inorgânico (compostos de ferro e manganês, por exemplo).
Do ponto de vista sanitário, águas de abastecimento com valores altos de cor são
inadequadas porque podem ser rejeitadas pelo consumidor, a despeito de poderem estar
livres da presença de micro organismos. Ao utilizar-se de "águas cristalinas" de outras
fontes, o consumidor pode acabar utilizando água contaminada.
Turbidez
Nas águas com turbidez, as partículas encontram-se em suspensão, sendo maiores do que
aquelas que produzem cor. Podem ter origens orgânicas ou inorgânicas, estando mais
comumente associadas à presença de algas e argilas na água. Esgotos domésticos e
efluentes industriais também podem conferir turbidez à água.
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Pelo fato de a DBO5,20 somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste
padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em
consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade microbiana.
Os maiores aumentos em termos de DBO5,20, num corpo d'água, são provocados por
despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria
orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o
desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.
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SANEAMENTO 2
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DBO5,20 pode ser obtida do produto da vazão pela concentração de DBO5,20. Por exemplo, em
uma indústria já existente que se pretenda instalar um sistema de tratamento, pode-se
estabelecer um programa de medições de vazão e de análises de DBO5,20, obtendo-se a
carga através do produto dos valores médios. O mesmo pode ser feito em um sistema de
esgotos sanitários já implantado. Na impossibilidade, costuma-se recorrer a valores unitários
estimativos. No caso de esgotos sanitários, é tradicional no Brasil a adoção de uma
contribuição "per capita" de DBO5,20 de 54 g/hab.dia. Porém, há a necessidade de melhor
definição deste parâmetro através de determinações de cargas de DBO5,20 em bacias de
esgotamento com população conhecida. No caso dos efluentes industriais, também costuma-
se estabelecer contribuições unitárias de DBO5,20 em função de unidades de massa ou de
volume de produto processado. Na tabela a seguir são apresentados valores típicos de
concentração e contribuição unitária de DBO5,20.
No Quadro 3 abaixo pode-se observar as concentrações e contribuições unitárias típicas de
DBO de efluentes industriais.
DQO
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Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das amostras na
análise de DBO5,20. Como o valor da DQO é superior, e pode ser obtido no mesmo dia da
coleta, poderá ser utilizado para balizar as diluições. No entanto, deve-se observar que as
relações DQO/DBO5,20 são diferentes para os diversos efluentes e que, para um mesmo
efluente, a relação se altera mediante tratamento, especialmente o biológico. Desta forma,
um efluente bruto que apresente relação DQO/DBO5,20 igual a 3/1, poderá, por exemplo,
apresentar relação da ordem de 10/1 após tratamento biológico, que atua em maior
extensão sobre a DBO5,20.
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SANEAMENTO 2
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Sabor e Odor
Embora não exista unidade para medir sabor e odor, sua presença em águas de
abastecimento é extremamente indesejável, por provocar a imediata recusa pelo
consumidor.
Podem ter as mais diversas origens, desde naturais (caso das águas sulfurosas) até
artificiais, pelo aparecimento na água de compostos presentes em efluentes industriais.
O fenol, por exemplo, produz sabor e odor perceptíveis em concentrações acima de 1,0
mg/L. Dependendo da qualidade da água do manancial, a cloração pode determinar o
aparecimento de sabor e odor, pois o cloro pode reagir com compostos de nitrogênio
presentes na água. Alguns exemplos: o tricloreto de nitrogênio (odor perceptível em
concentrações de 0,02 mg/L) e as de cloroaminas (sabor perceptível em concentrações de
0,8 mg/L).
A remoção de sabor e odor presentes na água pode ser feito na etapa de tratamento, onde
o processo mais utilizado é o da filtração em carvão ativado.
Dureza
A presença de sais alcalinos de cálcio, sódio e magnésio, e algumas vezes de ferro e
alumínio, conferem à água uma característica denominada dureza.
Níveis elevados desses sais podem alterar o sabor da água, mas o principal prejuízo é
econômico, devido ao aumento do consumo de sabão e detergentes, já que águas duras
requerem mais sabão para produzir espuma. Além do prejuízo econômico, o aumento de
sabão implica num aporte maior de fosfatos aos esgotos, aumentando a poluição.
Ferro
Por tratar-se de um elemento abundante no planeta, é comum aparecer em águas de
abastecimento na forma de óxidos de ferro (Fe2O3). A forma reduzida (Fe3+) é mais
freqüente em águas provenientes de aqüíferos, pois no contato com oxigênio oxida-se para
Fe2+, resultando compostos menos solúveis.
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SANEAMENTO 2
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Águas com concentrações de ferro acima de 0,3 mg/L mancham louças sanitárias e roupas
quando da sua lavagem. Águas ferruginosas possibilitam o crescimento de ferrobactérias,
como o gênero Galioneila, por exemplo. Essas bactérias oxidam o ferro, que precipita dentro
das canalizações provocando entupimentos. Além disso, conferem uns odores fétidos à água,
fazendo o consumidor recusá-la. Os processos de remoção do ferro no tratamento da água
incluem aeração, cloração ou filtração
Manganês
Tal qual o ferro, o manganês altera cor e sabor das águas quando atinge concentrações
acima de 0,1 mg/L. O estado reduzido (Mn2+) é mais freqüente em águas subterrâneas, pois
em contato com a superfície se oxida formando compostos menos solúveis.
Nitrogênio
Presente na atmosfera na forma de gás, o nitrogênio é mais abundante que o oxigênio (74%
N para 16% 02). Entretanto, não é na respiração que ele é requerido pelo seres vivos, mas
na forma de proteínas, cujas unidades formadoras são os aminoácidos, que possuem
nitrogênio na molécula. Sendo as proteínas as unidades estruturais de todos os organismos,
a presença de compostos nitrogenados na água indica que ela entrou em contato com
matéria orgânica.
Pode-se dizer que na decomposição da matéria orgânica, o nitrogênio presente nas proteínas
passa por uma fase amoniacal (NH4+), convertendo-se daí em nitrato NO3. Nesta forma, ele
pode ser absorvido pelos vegetais, chegando até os outros organismos vivos, fechando o
ciclo.
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A presença na água dos compostos nitrogenados descritos acima permite inferir sobre o tipo,
freqüência e distância da contaminação orgânica.
A presença de nitritos (NO; ou nitrogênio nitroso) em concentrações elevadas indica que a
matéria orgânica presente na água encontra-se a pouca distância do ponto onde foi feita a
coleta para análise.
Os nitritos são uma forma transitória, sendo rapidamente oxidado à nitrato NO3-). Sua
persistência indica despejo contínuo de matéria orgânica.
Resultados de análise com altas concentrações de nitratos indicam que a matéria orgânica
que entrou em contato com a água encontrava-se totalmente decomposta. Esse fato não
significa que a água esteja isenta de outros contaminantes.
Fósforo
O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às descargas de esgotos
sanitários. Nestes, os detergentes superfosfatados empregados em larga escala
domesticamente constituem a principal fonte, além da própria matéria fecal, que é rica em
proteínas. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas,
químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam
fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas
também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas naturais.
O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os fosfatos orgânicos
são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente, por
exemplo. Os ortofosfatos, por outro lado, são representados pelos radicais, que se
combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas. Os polifosfatos ou fosfatos
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SANEAMENTO 2
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condensados são polímeros de ortofosfatos. No entanto, esta terceira forma não é muito
importante nos estudos de controle de qualidade das águas, porque os polifosfatos sofrem
hidrólise se convertendo rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais.
O excesso de fosfatos nos corpos d´água é um dos principais fatores que conduz a
eutrofização. Com a eutrofização, a qualidade da água torna-se comprometida pelo aumento
da turdidez, sólidos suspensos, matéria orgânica e possível presença de toxinas produzidas
por algas.
pH
O pH é um parâmetro importante no processo de tratamento, pois está relacionado com:
• Coagulação e floculação;
• Desinfecção;
• Solubilidade de metais;
• Corrosão;
• Incrustações.
Alcalinidade
A alcalinidade está relacionada a sais alcalinos de sódio, cálcio e magnésio e mede a
capacidade da água neutralizar ácidos. A maioria das águas naturais brasileiras tem baixa
alcalinidade. O tratamento de água pode alterar o valor da alcalinidade.
A alcalinidade nas águas naturais também está relacionada com o pH. Quando o pH é maior
que 9,4 a alcalinidade é devida a hidróxidos e carbonatos.
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SANEAMENTO 2
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Oxigênio Consumido
O oxigênio consumido avalia o conteúdo de matéria orgânica presente na água. Em uma
Estação de Tratamento de Água, se houver queda no oxigênio podem estar ocorrendo
anormalidades, como, por exemplo, reservatório sujo, filtro excessivamente colmatado,
desenvolvimento de matéria orgânica no decantador etc.
Em águas tratadas é recomendado valores de Oxigenio Dissolvido (O.D.) menores que 2,5
ppm.
Outras medidas de avaliação da quantidade de oxigênio consumido nas reações químicas são
a Demanda Química de Oxigênio (D.Q.O.) e a Demanda Bioquímica de Oxigênio (D.B.O.).
A diferença entre D.B.O. E D.Q.O. é que a primeira refere-se à oxidação da matéria orgânica
e outros compostos através de reações químicas, enquanto na D.B.O. essa oxidação é
realizada por microorganismos.
Fenóis
Os compostos fenólicos são definidos como hidróxidos derivados do benzeno e seus núcleos
condensados.
A origem dos fenóis em uma água pode ser atribuída aos despejos industriais, hidrólise e
oxidação fotoquímica dos agrotóxicos organofosforados e degradação microbiana de
herbicidas.
Alguns compostos fenólicos são resistentes à degradação microbiológica e são transportados
a longas distâncias pela água.
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Alumínio
A concentração de alumínio em águas de abastecimento é geralmente devida a refloculação
na rede e reservatórios do sulfato de alumínio utilizado no processo de floculação na ETA,
que pode trazer problemas estéticos ou de desinfecção.
Cromo Hexavalente
A ocorrência natural de sais de cromo (cromatos) é muito rara.Quando presentes, originam-
se da poluição de despejos industriais.A dose tóxica para o homem é de 0,5 mg de
bicromato de potássio (Rotristem).
Cloro
Parâmetro importante, pois é o produto mais utilizado na desinfecção da água.A presença do
cloro residual livre assegura a qualidade bacteriológica da água, ou seja, se houver qualquer
infiltração na rede de distribuição, o cloro presente será consumido, eliminando o risco da
contaminação da água.
Fluoretos
Os fluoretos ocorrem naturalmente em muitos sistemas de abastecimento. Considera-se que
são componentes essenciais da água potável sobretudo para a prevenção de cáries
dentárias. Uma coletividade consumindo água com concentrações inferiores a 0,6 mg/L de
fluoretos apresenta alta incidência de cáries.
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Conforme a legislação federal sobre fluoretação das águas de abastecimento público (Lei
6050/74 e Decreto 76872/75), os limites recomendados são:
Média anual das temperaturas máximas Limites em mg/L
do ar (ºC)
Inferior Superior
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