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SANEAMENTO 2

SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

2.1 INTRODUÇÃO

A água constitui um elemento essencial a vida animal e vegetal. O homem tem necessidade
de água de qualidade e em quantidade suficiente pata todas suas necessidades, não só para
proteção de sua saúde, como também para seu desenvolvimento econômico.

2.2 ÁGUA NA NATUREZA

A água é a substância mais abundante nos sistemas vivos perfazendo 70% ou mais do peso
da maioria das formas de vida. O planeta Terra possui ¾ da superfície coberta por água,
destes, 97,5% são salgadas e apenas 2,5% doce (Figura 1). Contudo, do percentual total da
água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e
geleiras, parte é gasosa e parte é líquida – representada pelas fontes subterrâneas e
superficiais. Já os rios e lagos, que são as principais formas de abastecimento, correspondem
a aproximadamente 0,3% desse percentual (Bento & Sezerino, 2005).

Figura 1: Distribuição da água no planeta (Fonte: adaptado de www.soaresoliveira.br/projetoagua. Consultado


em 25 de novembro de 2004)

2.2.1 O CICLO HIDROLÓGICO

Esta água presente no planeta encontra-se, portanto, em constante movimento. Os


processos de transporte de massa têm lugar na atmosfera, em terra e nos oceanos. O
conjunto desses processos é chamado de ciclo hidrológico (Figura 2) e a energia necessária
para seu funcionamento é de origem solar – mais precisamente, a diferença entre a radiação
emitida pelo sol e a refletida pela atmosfera terrestre.

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Figura 2: Esquema representativo do ciclo hidrológico. Fonte:


(http://www.vol.eti.br/geo/curiosidades/ciclohidrologico.asp adaptado de May, 2004)

Resumidamente, Bassoi e Guazelli apud Philippi Jr. et al (2004) destacam que a atuação da
radiação solar promove a evaporação da água do mar formando as nuvens de vapor de água
que movem-se sobre áreas terrestres; a precipitação desta água contida nas nuvens ocorre
sobre a terra como neve, granizo e chuva, iniciando assim a sua trajetória de volta ao mar.

Parte dessa água oriunda da precipitação infiltra-se no solo e por percolação atinge a zona
saturada do solo abaixo do nível do lençol freático, ou superfície freática. A água nessa zona
flui vagarosamente através de aqüíferos para os canais dos rios ou, algumas vezes,
diretamente para o mar.

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A água infiltrada também alimenta a vida das plantas superficiais; parte dela é absorvida
pelas raízes dessas plantas e depois assimilada e transpirada a partir da superfície das
folhas. A água remanescente na superfície do solo se evapora parcialmente, transformando-
se em vapor d’água, mas a maior parte aglutina-se em arroios, riachos ou regados e corre
como escoamento superficial para os canais dos rios.

As superfícies dos rios e lagos também passam pelo processo de evaporação e daí mais água
é removida. Finalmente, a água remanescente que não se infiltrou nem se evaporou volta ao
mar através dos canais dos rios. As águas subterrâneas, que se move muito mais
lentamente, emergem nos canais dos rios ou chega à linha costeira e adentra-se ao mar,
reiniciando assim o ciclo.

2.3 IMPORTÂNCIA SANITÁRIA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Constitui o melhor investimento em ou melhoria dos serviços de abastecimento de água traz


como resultado uma rápida e sensível melhoria da saúde e das condições de vida de uma
comunidade, principalmente através de:
9 Controle e prevenção de doenças;
9 Promoção de hábitos higiênicos;
9 Do desenvolvimento de esportes;
9 Da melhoria da limpeza pública;
9 Melhoria do conforto e segurança coletiva: instalações de ar condicionado, combate
de incêndio...
Segundo a OMS, aproximadamente ¼ dos leitos existentes em todos os hospitais do mundo
estão ocupados por enfermos, cujas doenças são ocasionadas pela água.

2.4 IMPORTÂNCIA ECONOMICA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Sob o aspecto econômico, o abastecimento de água visa, em primeiro lugar, o:


9 Aumento da vida média da população servida (diminuição da mortalidade,
principalmente infantil);
9 Redução do número de horas perdidas com doenças;
9 Desenvolvimento industrial: matéria-prima (bebidas), meio de operação (caldeiras),
resfriamento, etc;
9 Facilitar o combate a incêndios;
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2.5 OS USOS DA ÁGUA

Basicamente, destacam Von Sperling e Möller apud Barros et al (1995), três grandes
aspectos vinculados à água promovem diferentes usos, quais sejam:

(i) elemento ou componente físico da natureza: promove a manutenção da umidade do ar,


da relativa estabilidade do clima na Terra e da beleza de algumas paisagens; geração de
energia; meio para navegação, pesca e lazer; transporte de resíduos, despejos líquidos e
sedimentos.
(ii) ambiente para a vida aquática: promove o ambiente para a vida dos organismos
aquáticos
(iii) fator indispensável à manutenção da vida terrestre: promove a irrigação dos solos,
dessedentação de animais, abastecimento público e industrial.

2.5.1 Classificação das águas em função dos diferentes usos

No Brasil, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA (Resolução Nº 357 2005)


classifica as águas doces, salinas e salobras em 13 diferentes classes estabelecidas em
função de diferentes destinações, conforme segue:

Águas doces:
Classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,
conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

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Classe 2: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,
conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.

Classe 4: águas que podem ser destinadas:


a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

Águas salinas:
Classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral; e
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:


a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas; e
c) à aqüicultura e à atividade de pesca.

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Classe 2: águas que podem ser destinadas:


a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:


a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

Águas salobras:
Classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral; e,
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:


a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à aqüicultura e à atividade de pesca;
d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou
avançado; e
e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película, e à irrigação de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os
quais o público possa vir a ter contato direto.

Classe 2: águas que podem ser destinadas:


a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:


a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

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Bassoi e Guazelli apud Philippi Jr. et al (2004) ressaltam que o fato de um trecho de rio ser
enquadrada em uma determinada classe, não significa necessariamente que esse seja o
nível de qualidade que ele apresenta, mas sim aquele que se busca alcançar ou manter ao
longo do tempo. Para cada uma das classes são estabelecidos parâmetros de qualidade
físicos, químicos e biológicos, com seus respectivos valores, que devem ser seguidos para
assegurar os usos pré-estabelecidos das águas.

Procure Saber: Quais são as classes de águas encontradas no seu município?

2.5 QUALIDADE DA ÁGUA

A água da chuva, ao cair, é quase pura. Ao atingir o solo, seu grande poder de dissolver e
carrear substâncias altera sua qualidade.

Dentre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias como, por exemplo,
substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água mais dura; substâncias ferruginosas
que dão cor e sabor diferentes a mesma e substâncias resultantes das atividades humanas,
tais como produtos industriais, que as tornam impróprias para o consumo. Por sua vez, a
água pode carrear substâncias em suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por
onde passa e que dão turbidez à mesma; podem carrear também algas que modificam seu
sabor, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, podem levar em
suspensão organismos patogênicos. Em conseqüência da sua grande atividade, a água
quimicamente pura não é encontrada na natureza.

2.5.1 Classificação das águas quanto à qualidade

9 Água potável - Denominada aquela que não tem micróbios patogênicos, nem
substâncias químicas além dos limites de tolerância e não é desagradável pelo seu
aspecto, a quaisquer dos nossos sentidos (visão, olfato, tato e paladar);
9 Água poluída - É aquela que contém substâncias que modificam sua característica e
a tornam imprópria para o consumo.
9 Água contaminada - É a que contém micróbios patogênicos ou substâncias
venenosas.

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2.6 DOENÇAS RELACIONADAS COM ÁGUA

De várias maneiras a água pode afetar a saúde do homem:


• Através da ingestão direta;
• Na ingestão de alimentos;
• Pelo seu uso na higiene pessoal e no lazer;
• Na agricultura;
• Na indústria;
• No lazer.

Os riscos relacionados com a água, podem ser distribuídos em duas categorias principais:
• Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes biológicos
(vírus, bactérias e parasitas) ou através de contato direto ou por meio de insetos
vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico;
• Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de
esgotos industriais.

Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são as bactérias


patogênicas, os vírus e os parasitas. As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou
alimentos constituem uma das principais fontes de mortalidade em nosso meio. São
responsáveis pelos numerosos casos de enterites, diarréias infantis e doenças como febre
tifóide, com resultados freqüentemente letais.

2.6.1 Doenças provocadas por agentes microbiológicos

A água é normalmente habitada por vários tipos de microorganismo de vida livre e não
parasitária que dela extrai os elementos indispensáveis à sua sobrevivência. Ocasionalmente
são aí introduzidos organismos patogênicos, que utilizando a água como veículo, constituem-
se um perigo sanitário potencial.

São vários os agentes de destruição natural de patogênicos nas águas armazenadas. Além
da temperatura, destacam-se os efeitos da luz, a sedimentação, a presença ou não de
oxigênio dissolvido, de parasitas ou predadores de bactérias, substâncias tóxicos ou
antibióticos produzidos por outros microrganismos (como algas ou fungos).

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Os microorganismos patogênicos são classicamente agrupados em vírus, bactérias e


helmintos. Para cada grupo determinam-se famílias, gêneros e espécies, que identificam os
diversos agentes causadores de doenças, denominados agentes etiológicos.
Desta forma, uma bactéria do gênero vihrium, espécie Vcho/erae é causadora da cólera, um
protozoário do gênero Giardia, espécie G. iam bija provoca a giardíase e a larva do helminto
do gênero Taenia; espécie Tsohum é responsável pela teníase.

Entretanto, para efeito de prevenção e controle de doenças, particularmente aquelas


relacionadas com a água, uma outra classificação se mostra mais útil. Trata-se da
classificação que enfoca as vias de transmissão e o ciclo do agente, também conhecida como
classificação ambiental das infecções relacionadas com a água, proposta por Cairncross e
Feachem em 1990 (Quadro 1)
Quadro I - Classificação Ambiental das Infecções relacionadas com a Água
Grupo Descrição Exemplos/Agente etiológico
I - Transmissão Ocorre quando o agente encontra-se Diarréias e disenterias
Hídrica na água • Cólera/V.Cholerae
• Salmonelose/Salmonella sp
Febres entéricas
• Febre tifóide/Salmonella tiphi
Hepatite A/vírus A da hepatite
Ascaridíase/Ascaris lumbricoides
II – Transmissão Ocorre quando o agente se manifesta Escabiose/Sarcoptes scabie
relacionada com a sob condições inadequadas de higiene Tracoma/Clamydia trachonatis
higiene
III – Transmissão Ocorre a partir do contato do homem Esquistossomose/Schistossoma mansoni
baseada na água com um agente que desenvolve parte
do ciclo vital em animal aquático
IV – Transmissão Ocorre quando o agente entra em Dengue/vírus do dengue-vetor:
por inseto vetor que contato com o homem através da Aedes aegypti
se procria na água picada do inseto Malária/Plasmodium sp-vetor:
Anopheles sp
Filariose/Wucheria bancrofti - vetor:
Culex sp

O que agrupa essas infecções é o fato desses agentes encontrarem-se na água, sendo sua
ingestão fator importante para a instalação das doenças.

Portanto, a desinfecção da água é uma ação importante na prevenção dessas infecções, pois
melhora a qualidade da água.

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As medidas de prevenção para esse caso devem envolver um conhecimento maior do


cotidiano da população, inclusive aspectos ligados às atividades produtivas (agricultura em
áreas alagadas, pesca, garimpo), de modo a avaliar a vulnerabilidade do grupo frente ao
risco de contrair a doença.

2.6.2 Doenças Provocadas por Agentes Químicos

Através do ciclo hidrológico, a água está em permanente contato com os constituintes do


meio ambiente (ar e solo), dissolvendo muitos elementos e carreando outros em suspensão.
A atividade humana, por outro lado, vem introduzindo nas águas um número crescente de
substâncias.

Várias são as substâncias químicas que podem poluir as águas subterrâneas ou superficiais e
comprometer a saúde do homem. Dentre elas podemos citar os agrotóxicos (herbicidas,
inseticidas, raticidas etc) e os despejos industriais contendo metais pesados como cromo,
mercúrio e chumbo. Os efeitos que estas substâncias químicas podem ter sobre o organismo
humano dependem da sua concentração, toxidez e da suscetibilidade individual, que é
variável.

2.6.3 Parâmetros Bacteriológicos


Apesar de se conhecer bastante bem cada um dos microorganismos responsáveis pelas
doenças infecto-parasitárias, sua identificação e quantificação em águas de abastecimento é
impraticável. Além das técnicas laboratoriais serem trabalhosos, esses microorganismos
patogênicos, quando presentes em águas de abastecimento, ocorrem em número reduzido,
sendo necessário pesquisar grandes volumes de água. Além disso, chegam na água de
forma intermitente.

Essas dificuldades foram solucionadas com a descoberta de microorganismos indicadores.


Isso é possível porque, no caso das doenças citadas no Grupo I (Quadro 1), os
microorganismos patogênicos são eliminados pelas fezes do indivíduo doente. Como o
intestino humano é habitado por vários outros microorganismos não patogênicos e que
existem em maior número, decidiu-se pesquisar a presença destes em águas de
abastecimento.

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Entre os vários gêneros e espécies de microorganismos não patogênicos presentes no


intestino humano, aqueles conhecidos como Grupo Coliforme passaram a ser
denominados indicadores da presença de microorganismo patogênicos em águas de
abastecimento. As principais razões dessa escolha são as seguintes:
1. Aparecem em grande quantidade nas fezes humanas. Cada pessoa pode eliminar
até 100 bilhões deles num único dia. Graças a isso, a possibilidade de serem
encontrados na água é muito grande.
2. São encontrados apenas nas fezes de animais de sangue quente ou homeotermos,
classe que inclui o homem e todos os mamíferos. Essa característica é importante,
pois uma vez identificada sua presença, pode-se afirmar que a água teve contato
com excretas desses animais.
3. Do ponto de vista da resistência às condições ambientais (temperatura e outros
agentes desinfetantes), são muito semelhantes aos microorganismos patogênicos
intestinais. Trata-se de uma característica importante, pois se fossem mais
suscetíveis (sobrevivessem menos tempo que os patogênicos), não poderiam ser
identificados, isto é, não seriam indicadores. Se fossem menos suscetíveis,
(sobrevivessem por mais tempo), poderiam aparecer mesmo em águas já livres dos
patogênicos.
4. Sua identificação, do ponto de vista laboratorial, requer técnicas simples e
econômicas, ao contrário daquelas necessárias à identificação dos microorganismos
patogênicos.
5. Embora seja usual denominar esses microorganismos como Grupo Coliforme, é
conveniente dividi-los nos três principais subgrupos mais comumente utilizados
como indicadores de contaminação fecal de águas de abastecimento: coliformes
totais, coliformes fecais e estreptococos fecais.

Conhecidos os dois principais indicadores, apresenta-se abaixo o padrão de potabilidade para


o parâmetro bacteriológico, conforme a Portaria 36 GM/90.

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Quadro II - Características Bacteriológicas do Padrão de Potabilidade (Portaria 36 GM/90)


Origem Indicador Padrão

Água para consumo humano Coliformes fecais AUSÊNCIA em amostras 100 mL

Água para consumo humano coletada na Coliformes totais AUSÊNCIA em amostras 100 mL
entrada da rede de distribuição

Água para consumo humano coletadas em Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das
redes de distribuição com tratamento amostras de 100 mL (*)

Água para consumo humano coletadas em Coliformes totais AUSÊNCIA em 98% das
redes de distribuição sem tratamento amostras de 100 mL (**)

Água para consumo humano coletadas de Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das
poços, minas, fontes e nascentes amostras de 100 mL (***)

Água para consumo humano Bactérias NÃO EXCEDER 500 UFC/ml em


heterotróficas amostras 100 mL (****)

• (*) Nos 5% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, desde que não ocorra em duas
amostras consecutivas coletadas no mesmo ponto.
• (**) Nos 2% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições do
item anterior.
• (***) Nos 5% restantes tolera-se até 10 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições
do item anterior.
• (****) UFC = Unidades Formadoras de Colônias. Contagem realizada em 20% das amostras
coletadas no mês.

2.6.4 Parâmetros Físicos – Químicos

A definição dos parâmetros físico-químicos e organolépticos parte da premissa que a


presença de alguns minerais em águas destinadas ao consumo humano é inevitável e, em
determinadas concentrações, até mesmo desejável. Quando se trata de minerais de
ocorrência natural, como ferro, manganês e cálcio e seus compostos (carbonatos e sulfatos),
diz-se que sua presença se relaciona à gênese do manancial. E o caso de poços profundos,
cuja água muitas vezes adquire características das rochas por onde se infiltra e acumula.
Existem alguns outros elementos que podem estar presentes nas águas intencionalmente ou
não.

Listam-se a seguir uma série de parâmetros físico-químicos relacionados à qualidade da água


e respectiva importância do ponto de vista da saúde. Para aqueles citados na Portaria 36/
GM, apresenta-se o Valor Máximo Permissível (VMP) em águas destinadas ao consumo
humano.

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Cor
A presença na água de partículas muito pequenas é que lhe conferem cor. Diz-se que essas
partículas encontram-se em solução na água, e podem ter origem em material orgânico
(humus, algas, entre outras) ou inorgânico (compostos de ferro e manganês, por exemplo).

Do ponto de vista sanitário, águas de abastecimento com valores altos de cor são
inadequadas porque podem ser rejeitadas pelo consumidor, a despeito de poderem estar
livres da presença de micro organismos. Ao utilizar-se de "águas cristalinas" de outras
fontes, o consumidor pode acabar utilizando água contaminada.

Valor Máximo Permissível é de 15 UH.

Turbidez
Nas águas com turbidez, as partículas encontram-se em suspensão, sendo maiores do que
aquelas que produzem cor. Podem ter origens orgânicas ou inorgânicas, estando mais
comumente associadas à presença de algas e argilas na água. Esgotos domésticos e
efluentes industriais também podem conferir turbidez à água.

As partículas em suspensão são suficientemente grandes para poder abrigar


microorganismos, que não serão atingidos quando da adição de cloro à água. Portanto, a
remoção da turbidez visa também à eficiência da cloração como medida de desinfecção da
água.

A turbidez é avaliada em laboratório através do turbidímetro, cuja unidade de medida é a


Unidade Turbidimétrica (UT).

Valor Máximo Permissível é de 5 UT.


DBO
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20)
A DBO5,20 de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria
orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO5,20
é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um
determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um período de

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tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente usado e


referido como DBO5,20.

Na figura a seguir sintetiza-se o fenômeno da degradação biológica de compostos que ocorre


nas águas naturais, que também se procura reproduzir sob condições controladas nas
estações de tratamento de esgotos e, particularmente durante a análise da DBO5,20.

Pelo fato de a DBO5,20 somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste
padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em
consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade microbiana.

Os maiores aumentos em termos de DBO5,20, num corpo d'água, são provocados por
despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria
orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o
desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.

Um elevado valor da DBO5,20 pode indicar um incremento da microflora presente e interferir


no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e, ainda,
pode obstruir os filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água.

No campo do tratamento de esgotos, a DBO5,20 é um parâmetro importante no controle das


eficiências das estações, tanto de tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios, bem como
físico-químicos (embora de fato ocorra demanda de oxigênio apenas nos processos aeróbios,
a demanda "potencial" pode ser medida à entrada e à saída de qualquer tipo de
tratamento). Na legislação do Estado de São Paulo, o Decreto Estadual n.º 8468, a DBO5,20
de cinco dias é padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d'água, sendo
exigidos ou uma DBO5,20 máxima de 60 mg/L ou uma eficiência global mínima do processo
de tratamento na remoção de DBO5,20 igual a 80%. Este último critério favorece aos
efluentes industriais concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO5,20 ainda
altos, mesmo removida acima de 80%.

A carga de DBO5,20, expressa em Kg/dia é um parâmetro fundamental no projeto das


estações de tratamento biológico. Dela resultam as principais características do sistema de
tratamento como áreas e volumes de tanques, potências de aeradores, etc. A carga de

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DBO5,20 pode ser obtida do produto da vazão pela concentração de DBO5,20. Por exemplo, em
uma indústria já existente que se pretenda instalar um sistema de tratamento, pode-se
estabelecer um programa de medições de vazão e de análises de DBO5,20, obtendo-se a
carga através do produto dos valores médios. O mesmo pode ser feito em um sistema de
esgotos sanitários já implantado. Na impossibilidade, costuma-se recorrer a valores unitários
estimativos. No caso de esgotos sanitários, é tradicional no Brasil a adoção de uma
contribuição "per capita" de DBO5,20 de 54 g/hab.dia. Porém, há a necessidade de melhor
definição deste parâmetro através de determinações de cargas de DBO5,20 em bacias de
esgotamento com população conhecida. No caso dos efluentes industriais, também costuma-
se estabelecer contribuições unitárias de DBO5,20 em função de unidades de massa ou de
volume de produto processado. Na tabela a seguir são apresentados valores típicos de
concentração e contribuição unitária de DBO5,20.
No Quadro 3 abaixo pode-se observar as concentrações e contribuições unitárias típicas de
DBO de efluentes industriais.

Quadro 3: Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO5,20 de efluentes


industriais.
Concentração DBO5,20 Contribuição Unitária de DBO5,20
Tipo de Efluente (mg/L) (kg/dia)
Faixa Valor Típico Faixa Valor Típico
Esgoto sanitário 110-400 220 --- 54 g/hab.dia
Celulose branqueada
- 300 29,2 a 42,7 kg/t -
(processo Kraft)
Têxtil 250-600
1,5-1,8 kg/m3
Laticínio 1.000-1.500 - -
leite
6,3 kg/1.000 kg Peso
Abatedouro bovino 1.125
vivo
Curtume (ao cromo) - 2.500 - 88 kg/t pele salgada
Cervejaria 1.718 10,4 kg/m3 cerveja
Refrigerante - 1.188 - 4,8 kg/m3 refrigerante
Suco cítrico concentrado 2,0 kg/1000 kg laranja
Petroquímica - - - -
Açúcar e álcool 25.000
Fontes: Braile e Cavalcanti e CETESB

DQO

É a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um


agente químico. Os valores da DQO normalmente são maiores que os da DBO5,20, sendo o
teste realizado num prazo menor. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se
deve principalmente a despejos de origem industrial.

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A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e


de efluentes industriais. A DQO é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO5,20
para observar a biodegradabilidade de despejos. Sabe-se que o poder de oxidação do
dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de microrganismos,
exceto raríssimos casos como hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Desta forma os
resultados da DQO de uma amostra são superiores aos de DBO5,20. Como na DBO5,20 mede-
se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa que
mais facilmente biodegradável será o efluente. É comum aplicar-se tratamentos biológicos
para efluentes com relações DQO/DBO5,20 de 3/1, por exemplo. Mas valores muito elevados
desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma vez que a fração
biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico prejudicado pelo
efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pela fração não biodegradável.

A DQO tem se demonstrado um parâmetro bastante eficiente no controle de sistemas de


tratamentos anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Após o impulso que
estes sistemas tiveram em seus desenvolvimentos a partir da década de 70, quando novos
modelos de reatores foram criados e muitos estudos foram conduzidos, observa-se o uso
prioritário da DQO para o controle das cargas aplicadas e das eficiências obtidas. A DBO5,20
nestes casos tem sido utilizada apenas como parâmetro secundário, mais para se verificar o
atendimento à legislação, uma vez que tanto a legislação federal quanto a do Estado de São
Paulo não incluem a DQO. Parece que os sólidos carreados dos reatores anaeróbios devido à
ascensão das bolhas de gás produzidas ou devido ao escoamento, trazem maiores desvios
nos resultados de DBO5,20 do que nos de DQO.

Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das amostras na
análise de DBO5,20. Como o valor da DQO é superior, e pode ser obtido no mesmo dia da
coleta, poderá ser utilizado para balizar as diluições. No entanto, deve-se observar que as
relações DQO/DBO5,20 são diferentes para os diversos efluentes e que, para um mesmo
efluente, a relação se altera mediante tratamento, especialmente o biológico. Desta forma,
um efluente bruto que apresente relação DQO/DBO5,20 igual a 3/1, poderá, por exemplo,
apresentar relação da ordem de 10/1 após tratamento biológico, que atua em maior
extensão sobre a DBO5,20.

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SANEAMENTO 2
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Sabor e Odor
Embora não exista unidade para medir sabor e odor, sua presença em águas de
abastecimento é extremamente indesejável, por provocar a imediata recusa pelo
consumidor.

Podem ter as mais diversas origens, desde naturais (caso das águas sulfurosas) até
artificiais, pelo aparecimento na água de compostos presentes em efluentes industriais.
O fenol, por exemplo, produz sabor e odor perceptíveis em concentrações acima de 1,0
mg/L. Dependendo da qualidade da água do manancial, a cloração pode determinar o
aparecimento de sabor e odor, pois o cloro pode reagir com compostos de nitrogênio
presentes na água. Alguns exemplos: o tricloreto de nitrogênio (odor perceptível em
concentrações de 0,02 mg/L) e as de cloroaminas (sabor perceptível em concentrações de
0,8 mg/L).

A remoção de sabor e odor presentes na água pode ser feito na etapa de tratamento, onde
o processo mais utilizado é o da filtração em carvão ativado.

Dureza
A presença de sais alcalinos de cálcio, sódio e magnésio, e algumas vezes de ferro e
alumínio, conferem à água uma característica denominada dureza.

Níveis elevados desses sais podem alterar o sabor da água, mas o principal prejuízo é
econômico, devido ao aumento do consumo de sabão e detergentes, já que águas duras
requerem mais sabão para produzir espuma. Além do prejuízo econômico, o aumento de
sabão implica num aporte maior de fosfatos aos esgotos, aumentando a poluição.

Valor Máximo Permissível é de 500 mg/L de CaCO3.

Ferro
Por tratar-se de um elemento abundante no planeta, é comum aparecer em águas de
abastecimento na forma de óxidos de ferro (Fe2O3). A forma reduzida (Fe3+) é mais
freqüente em águas provenientes de aqüíferos, pois no contato com oxigênio oxida-se para
Fe2+, resultando compostos menos solúveis.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Águas com concentrações de ferro acima de 0,3 mg/L mancham louças sanitárias e roupas
quando da sua lavagem. Águas ferruginosas possibilitam o crescimento de ferrobactérias,
como o gênero Galioneila, por exemplo. Essas bactérias oxidam o ferro, que precipita dentro
das canalizações provocando entupimentos. Além disso, conferem uns odores fétidos à água,
fazendo o consumidor recusá-la. Os processos de remoção do ferro no tratamento da água
incluem aeração, cloração ou filtração

Valor Máximo Permissível é de 0,3 mg/L.

Manganês
Tal qual o ferro, o manganês altera cor e sabor das águas quando atinge concentrações
acima de 0,1 mg/L. O estado reduzido (Mn2+) é mais freqüente em águas subterrâneas, pois
em contato com a superfície se oxida formando compostos menos solúveis.

Sua remoção, realizada em estações de tratamento, é feita através de aeração e filtração,


evitando-se com isso que ocorra precipitação de manganês ao longo da rede de distribuição,
provocando entupimentos.

Valor Máximo Permissível é O,3mg/L

Nitrogênio
Presente na atmosfera na forma de gás, o nitrogênio é mais abundante que o oxigênio (74%
N para 16% 02). Entretanto, não é na respiração que ele é requerido pelo seres vivos, mas
na forma de proteínas, cujas unidades formadoras são os aminoácidos, que possuem
nitrogênio na molécula. Sendo as proteínas as unidades estruturais de todos os organismos,
a presença de compostos nitrogenados na água indica que ela entrou em contato com
matéria orgânica.

Pode-se dizer que na decomposição da matéria orgânica, o nitrogênio presente nas proteínas
passa por uma fase amoniacal (NH4+), convertendo-se daí em nitrato NO3. Nesta forma, ele
pode ser absorvido pelos vegetais, chegando até os outros organismos vivos, fechando o
ciclo.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A presença na água dos compostos nitrogenados descritos acima permite inferir sobre o tipo,
freqüência e distância da contaminação orgânica.
A presença de nitritos (NO; ou nitrogênio nitroso) em concentrações elevadas indica que a
matéria orgânica presente na água encontra-se a pouca distância do ponto onde foi feita a
coleta para análise.

Os nitritos são uma forma transitória, sendo rapidamente oxidado à nitrato NO3-). Sua
persistência indica despejo contínuo de matéria orgânica.

Os nitratos (NO3- ou nitrogênio nítrico) são o último estágio da oxidação do nitrogênio.

Resultados de análise com altas concentrações de nitratos indicam que a matéria orgânica
que entrou em contato com a água encontrava-se totalmente decomposta. Esse fato não
significa que a água esteja isenta de outros contaminantes.

Do ponto de vista sanitário, altas concentrações de nitratos podem provocar


metahemoglobinemia, uma alteração na hemoglobina que pode provocar sintomas
semelhantes à asfixia.

Valor Máximo Permissível (N03) é de 10 mg/L.

Fósforo
O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às descargas de esgotos
sanitários. Nestes, os detergentes superfosfatados empregados em larga escala
domesticamente constituem a principal fonte, além da própria matéria fecal, que é rica em
proteínas. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas,
químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam
fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas
também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas naturais.

O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os fosfatos orgânicos
são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente, por
exemplo. Os ortofosfatos, por outro lado, são representados pelos radicais, que se
combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas. Os polifosfatos ou fosfatos

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

condensados são polímeros de ortofosfatos. No entanto, esta terceira forma não é muito
importante nos estudos de controle de qualidade das águas, porque os polifosfatos sofrem
hidrólise se convertendo rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais.

O excesso de fosfatos nos corpos d´água é um dos principais fatores que conduz a
eutrofização. Com a eutrofização, a qualidade da água torna-se comprometida pelo aumento
da turdidez, sólidos suspensos, matéria orgânica e possível presença de toxinas produzidas
por algas.

pH
O pH é um parâmetro importante no processo de tratamento, pois está relacionado com:
• Coagulação e floculação;
• Desinfecção;
• Solubilidade de metais;
• Corrosão;
• Incrustações.

No Brasil a maioria das águas é ácida ou levemente ácida. No processo de tratamento da


água, o pH comanda boa parte das reações, sendo determinante para a eficiência dos
coagulantes.

Recomendações: O pH deverá ficar situado no intervalo de 6,5 a 8,5

Alcalinidade
A alcalinidade está relacionada a sais alcalinos de sódio, cálcio e magnésio e mede a
capacidade da água neutralizar ácidos. A maioria das águas naturais brasileiras tem baixa
alcalinidade. O tratamento de água pode alterar o valor da alcalinidade.
A alcalinidade nas águas naturais também está relacionada com o pH. Quando o pH é maior
que 9,4 a alcalinidade é devida a hidróxidos e carbonatos.

Quando o pH está entre 8,3 e 9,4 a alcalinidade é devida a carbonatos e bicarbonatos.


A alcalinidade é expressa em mg/L CaCO3. Em concentrações moderadas não há restrição ao
consumo humano. Em níveis elevados pode conferir sabor desagradável.

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SANEAMENTO 2
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Oxigênio Consumido
O oxigênio consumido avalia o conteúdo de matéria orgânica presente na água. Em uma
Estação de Tratamento de Água, se houver queda no oxigênio podem estar ocorrendo
anormalidades, como, por exemplo, reservatório sujo, filtro excessivamente colmatado,
desenvolvimento de matéria orgânica no decantador etc.

Em águas tratadas é recomendado valores de Oxigenio Dissolvido (O.D.) menores que 2,5
ppm.

Outras medidas de avaliação da quantidade de oxigênio consumido nas reações químicas são
a Demanda Química de Oxigênio (D.Q.O.) e a Demanda Bioquímica de Oxigênio (D.B.O.).

A diferença entre D.B.O. E D.Q.O. é que a primeira refere-se à oxidação da matéria orgânica
e outros compostos através de reações químicas, enquanto na D.B.O. essa oxidação é
realizada por microorganismos.

Fenóis
Os compostos fenólicos são definidos como hidróxidos derivados do benzeno e seus núcleos
condensados.

A origem dos fenóis em uma água pode ser atribuída aos despejos industriais, hidrólise e
oxidação fotoquímica dos agrotóxicos organofosforados e degradação microbiana de
herbicidas.
Alguns compostos fenólicos são resistentes à degradação microbiológica e são transportados
a longas distâncias pela água.

Concentrações de compostos fenólicos menores que 1,0 mg/L afetam as propriedades


organolépticas da água para consumo humano.

Não são eficientemente removidos no tratamento convencional, ocorrendo formação de


compostos fenólicos quando é feita pré-cloração em águas com altas concentrações de
fenóis.

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SANEAMENTO 2
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Alumínio
A concentração de alumínio em águas de abastecimento é geralmente devida a refloculação
na rede e reservatórios do sulfato de alumínio utilizado no processo de floculação na ETA,
que pode trazer problemas estéticos ou de desinfecção.

Valor Máximo Permissível é 0,2 mg/L

Cromo Hexavalente
A ocorrência natural de sais de cromo (cromatos) é muito rara.Quando presentes, originam-
se da poluição de despejos industriais.A dose tóxica para o homem é de 0,5 mg de
bicromato de potássio (Rotristem).

Valor Máximo Permissível é de 0,05 mg/L

Cloro
Parâmetro importante, pois é o produto mais utilizado na desinfecção da água.A presença do
cloro residual livre assegura a qualidade bacteriológica da água, ou seja, se houver qualquer
infiltração na rede de distribuição, o cloro presente será consumido, eliminando o risco da
contaminação da água.

A dosagem de cloro em um sistema produtor é determinada em flinção do tempo de


contato, pH, características da água, tipo de rede, reservatório, entre outros.

O valor recomendado mínimo é de 0,2 mg/L de cloro residual livre na rede de


distribuição

Fluoretos
Os fluoretos ocorrem naturalmente em muitos sistemas de abastecimento. Considera-se que
são componentes essenciais da água potável sobretudo para a prevenção de cáries
dentárias. Uma coletividade consumindo água com concentrações inferiores a 0,6 mg/L de
fluoretos apresenta alta incidência de cáries.

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Evidências epidemiológicas permitem afirmar que em concentrações elevadas os fluoretos


podem causar a fluorose dentária em crianças e até a fluorose endêmica acumulativa, com
conseqüentes lesões esqueléticas em crianças e adultos.
As concentrações de fluoretos em água potável são estabelecidas considerando a quantidade
de fluoreto ingerida diariamente.

Conforme a legislação federal sobre fluoretação das águas de abastecimento público (Lei
6050/74 e Decreto 76872/75), os limites recomendados são:
Média anual das temperaturas máximas Limites em mg/L
do ar (ºC)

Inferior Superior

10,0 - 12,0 0,9 1,7

12,1 - 14,6 0,8 1,5

14,7 - 17,8 0,8 1,3

17,7 - 21,4 0,7 1,2

21,5 - 26,2 0,6 1,0

26,3 - 32,6 0,6 0,8

CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE FISICO-QUÍMICA DA ÁGUA DISTRIBUÍDA


ROTINEIRAMENTE ANALISADAS DE TUBARÃO/SC NO MÊS DE MAIO/05.

PARÂMETROS MÉDIA MENSAL VALORES PERMITIDOS


Cloro residual 1,01 0,2 a 2,0 mg/L Cl2
Cor aparente 2,5 0 a 15,0 uH
Flúor 0,75 0,6 a 1,0 mg/L F
pH 6,84 6,0 a 9,5
Turbidez 0,45 5,0 uT
Fonte: http://www.casan.com.br/qualidade/saude_qualidade_tubarao.htm (acessado em 19/07/2005.

QUADRO RESUMO DAS ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS MENSAIS PRESENÇA/AUSÊNCIA DE


COLIFORMES TERMOTOLERANTES OU Escherichia coli em TUBARÃO/SC NO MÊS DE
MAIO/05.

Amostras Amostras Positivas


Positivas
analisadas Portaria permitidas
83 0 83 0
Fonte: http://www.casan.com.br/qualidade/saude_qualidade_tubarao.htm (acessado em 19/07/2005.

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