A coordenação do encontro acolhe a todos os presentes, motivando-os para se darem as boas vindas com o abraço da paz. Canto: Paz, paz, paz de Cristo Animador: Durante a quaresma tivemos a oportunidade de refletir sobre o tema da Campanha da Fraternidade: Dignidade Humana e Paz. Esta é uma reflexão que não pode terminar com a quaresma. Por isso, no encontro de hoje, vamos aprofundar a tema da PAZ. Vamos ler os textos que seguem: A PAZ Leitor 1: A paz não é só ausência de guerra. Falta paz sempre que a vida humana é violentada. Falta paz quando o homem extingue as espécies animais, quando o equilíbrio da natureza é ameaçado... Não há paz quando há o desespero por causa do desemprego, da falta de pão, da saúde maltratada, da miséria, do desabrigo, da juventude drogada, da violência em casa e nas ruas, dos encarcerados sem direitos, das crianças sem escola, dos preconceitos contra os diferentes... Há falta de paz ainda quando eu não respeito a mim mesmo, ao outro, à natureza, a Deus, rompendo as relações essenciais que constroem a pessoa, o outro, a sociedade... (CF n° 40). A paz verdadeira é fruto do amor e da justiça, é conquista. É um dom oferecido por Deus. Na linguagem simples do povo, é quando tudo corre como deve ser: criança brincando, se alimentando bem, estudando, as pessoas sendo respeitadas como pessoas, famílias tranqüilas, trabalhador com salário digno, sem temer humilhação, idosos se sentindo acolhidos, cada pessoa servindo a comunidade e por ela sendo respeitada... (CF n° 41). Canto: Utopia (Quando o dia da paz renascer...) Animador: Jesus foi o príncipe da paz e constantemente falava dela. Vejamos: Leitor 1: No seu nascimento, os anjos anunciaram a paz de Deus a todas as pessoas. Leitor 2: Antes da ressurreição ele já havia dito: “ A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (Jo 14, 27). Após a ressurreição, repetidamente Jesus desejou a paz a seus apóstolos: “A paz esteja com vocês” (Jo 20,19). Leitor 3: O primeiro fruto da ressurreição foi trazer paz aos corações angustiados. Agora, vencedor da morte e mensageiro da vida, confirma sua promessa: a paz é possível! Animador: Mas sobre qual paz Jesus estava falando? Leitor 1: A paz que nos liberta da angústia, do medo, da desesperança, do fracasso... Com a ressurreição, os cristãos têm a certeza de que existe um projeto bem concreto a ser construído: o Reino de Deus! Não se concebe o Reino de Deus sem paz, que sempre é fruto do amor, da justiça, da igualdade... Canto: Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz... l - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos (Declaração Universal dos Direitos Humanos). 2 - Já não há judeu, nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher, pois todos sois um em Cristo (Gl 3, 28). 3 - “A injustiça, em qualquer lugar, é uma ameaça à justiça em todo lugar. Temos de aprender a viver juntos como irmãos ou perecemos juntos como loucos” (Martin Luther King). 4 - A história das nossas relações com os que sofrem e os caídos é o retrato da sinceridade das nossas relações com Deus (CF n° 19). 5 - “Aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4, 20). 6 - Sem o reconhecimento da dignidade humana não haverá paz, pois as exclusões levam à violência. 7 - O reconhecimento da dignidade de todos os membros da família humana e de seus direitos iguais é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo” (Declaração Universal dos Direitos Humanos). Animador: Vejamos agora o exemplo de um povo simples, mas que sabe viver a fraternidade e a paz. Leitor 4 - Lê “Poetas entre o gelo” (Artigo ao lado) Concluir com uma oração espontânea e um gesto concreto de paz. Canto: PARA CONVERSAR: 1. Qual o conceito de paz que cada um de nós tem? 2. Existe paz entre nós? Por quê? 3. O que fazer para sermos portadores e promotores de paz?
POETAS ENTRE O GELO
Percebe-se, cada vez mais, um maior interesse para com os habitantes do Ártico: Os Esquimós. Sua origem histórica e linguagem ainda estão envolvidas no mistério, com diferenças culturais notáveis, justificadas pela extensão de seu território. São minorias que, depois do “impacto” com o homem branco, foram injustamente banidas de seu território por motivos estratégico-militares, ou pelo fato de lá existirem grandes recursos minerais. Acabaram assim submetidos por sua civilização estranha e privados de seus direitos. No entanto, muito têm a nos ensinar estes filhos do extremo Norte, os esquimós, ou inuit (homens), como simplesmente eles se denominam. Goutrand de Poncins escreveu: “Em sua terrível pobreza, eles alcançam uma verdadeira riqueza: a de não possuir nada”. V. Stefansson, grande explorador, chegou a defini-los: “As pessoas mais felizes do mundo”. Será mesmo assim? Vejamos: Isolados do resto do mundo, eternamente em luta para a existência, eles tiveram que banir tudo o que não tem imediata referência a si enquanto indivíduos. No entanto, eles são altruístas e prontos a prestar ajuda ao próximo, também à custa de sacrifícios. Se algum deles, depois de uma longa marcha, encontrar um depósito de mantimentos, embora faminto, utiliza o mínimo que lhe é indispensável, para partilhar com quem está em necessidades. Hospedeiros, fundamentalmente bons e sempre abertos ao sorriso, têm uma inata aversão às brigas e homicídios. Consideram sagrada toda a vida, têm um forte sentido de família, e praticam de modo adimirável a fidelidade conjugal. Traço notável: para os esquimós a criança tem a mesma dignidade dos adultos. Para eles não existe o futuro, o passado conta pouco: vivem o dia-a-dia e, quando a caça for abundante, se revelam comilões formidáveis. Diante do sofrimento físico, não se abatem e nem se lamentam. Possuem uma profunda religiosidade individual. Embora muito vaga, eles têm a idéia de uma divindade suprema e acreditam numa vida ultra-terrena. Com humildade inclinam-se diante dos grandes mistérios da existência, sem presumir respostas superiores à sua própria compreensão. Os inuit conservam uma grande harmonia consigo mesmos, com o mundo natural e com aquele sobrenatural que nós ocidentais perdemos à tempo. A esses povos acostumados desde as idades mais remotas, a sobreviver, e que hoje têm um destino muito incerto, devemos nosso apoio e nossa adimiração.